Caso Clínico: TAMPONAMENTO CARDÍACO EM RECÉM- NASCIDO, COM ACESSO VENOSO CENTRAL (veia...
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Caso Clínico:TAMPONAMENTO CARDÍACO EM RECÉM-
NASCIDO, COM ACESSO VENOSO CENTRAL (veia subclávia)
Daniel Carvalho de Toledo – Interno ESCSPedro Henrique Lourenço – Interno ESCS
Coordenação: Paulo R. Margottowww.paulomargotto.com.br
Brasília, 20 de abril de 2013Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB;SES;DF
Brasília, 53 anos!21/4/2013
Estádio Mané Garrincha
IDENTIFICAÇÃO
• Data da Admissão: 28/03/2013;
• Sexo indefinido;
• 1º dia de vida;
• Procedente da UTIN do HRT.
• Ânus imperfurado;
• Genitália ambígua;
• Suspeita de uretra imperfurada.
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
RN com 26 horas de vida, proveniente do HRT. Veio transportado pelo
SAMU. Portador de distúrbio do desenvolvimento sexual com:
-Ausência de falo;
-Uretra não identificada;
-Escroto desenvolvido com gônadas palpáveis;
-Atresia anorretal;
-Fístula (uretral? perineal?): mecônio na fralda / relato de diurese.
Chegou em ar ambiente, estável hemodinamicamente, aquecido e com
cateterismo umbilical. SOG aberta, drenando secreção salivar. Nutrição
parenteral em curso.
ANTECEDENTES FISIOLÓGICOS
• Mãe: 31 anos;
• Nascido de parto cesáreo por DHEG;
• RNT - IG: 38 semanas e 1 dia;
• AIG - Peso ao nascer 2.875g;
• Apgar: 8/9;
• Sorologias: TOXO, VDRL, HEP B, C, HIV: NR;
• TS MÃE: A+;
• ITU no 2o trimestre: tratada com cefalexina.
EXAME FÍSICO, ADMISSÃO UTIN
• PsAO2: 96%, DX: 110 mg/dl;
• Ectoscopia: corado, eupnéico, acianótico, anictérico,
hidratado, boa perfusão;
• AR: MV+ sem ruídos adventícios
• ACV: RCR em 2T, sem sopros;
• ABDOME: globoso, um pouco distendido;
• EXTREMIDADES: aquecidas.
EXAME FÍSICO, ADMISSÃO UTIN
GENITÁLIA:
•Escroto bem formado com gônadas palpáveis e ausência de falo;
•Região perineal com estrutura aparentemente derivada do tubérculo
genital próximo à impressão anal;
•Saída de mecônio e urina no períneo;
•Não foi identificado uretra, apenas um pequeno orifício puntiforme com
saída de mecônio.
•Distúrbio da diferenciação sexual-XY;
•Anomalia anorretal com fístula uretral;
•Genitália Ambígua.
UTIN - EVOLUÇÃO 02/03/2013
• Pós operatório imediato de cistostomia e colostomia;
• Em incubadora aquecida sob ventilação mecânica;
• Hidratação venosa em curso por cateter umbilical;
• Evolução: boa evolução, estável hemodinamicamente,
PSaO2: 99%
• Conduta: retirar cateter umbilical que está na direção
hepática e puncionar acesso periférico.
BIOQUÍMICA:Cr: 0,60 mg/d, K: 4,80 mEq/L,Na: 139,0 mEq/L,Ur: 30,0mg/dL.
UTIN – EXAMES 03/03/2013
HEMOGRAMA COMPLETO:
•Hm: 4,60 x10 6/uL;
•VCM: 105,7fl;
•Hb: 16,8 g/dL;
•HCM: 36,5 pg;
•Ht: 48,6 %;
•CHCM: 34,6 g/dL;
•RDW: 15,4 % (12,0 - 17,0).
UTIN – EXAMES 03/03/2013
LEUCOGRAMA:
•Leucócitos: 9,9 x10 3/uL;
•Neutrófilos Totais: 83,0 %;
•Promielócitos: 0,0 %;
•Mielócitos: 0,0 %;
•Metamielócitos: 0,0 %;
•Bastonetes: 2,0 %;
•Segmentados: 81,0 %;
•Eosinófilos: 1,0 %. SEM ALTERAÇOES
UTIN - EVOLUÇÃO 05/03/2013
• Boa evolução, colostomia funcionante, diurese normal, em ar
ambiente desde dia 03.03.13, saturando bem;
• Revisto exames, todos normais, sem padrão infeccioso;
• Swab nasal: não houve crescimento de bactérias
AVALIAÇÃO PELA GENÉTICA MÉDICA• Transposição peno-escrotal completa com aparente
hipospádia. Sem dismorfismo em rosto e membros;
• Sugerido avaliação pela Cirurgia pediátrica, endocrinologia,
USG de rins e vias urinárias, e cariótipo.
UTIN - EVOLUÇÃO 06/03/2013
ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA•Parece tratar-se de DDS 46XY (aguardar o cariótipo);
•Apresenta malformações anatômicas complexas de tratos
urinário, genital e digestivo;
•Pouco provável existir um defeito hormonal primário envolvido;
•Sugirido colher novos exames;
•Pesquisar outras malformações: USG e ecocardiograma;
•A criança deverá ser mantida SEM REGISTRO CIVIL até que
esta investigação esteja concluída.
UTIN - EVOLUÇÃO 06/03/2013
USG DE ABDOME TOTAL:
•Rins tópicos, com o direito sem alterações, medindo 28x12x15;
•Rim esquerdo aumentado com impressão de má rotação e
dilatação de sistema coletor, dilatação ureteral esquerda (RE
52x17x18);
•Indicado CT de aparelho urinário para melhor avaliação.
UTIN - EVOLUÇÃO 08/03/2013 – 13H
• Por solicitação, realizado punção de subclavia D sem
intercorrências, com sedação;
• Solicitado Raio X de controle.
UTIN - EVOLUÇÃO 08/03/2013 – 16H E 5M
• RN faz queda de SatO2 , palidez cutânea e cianose central
em ar ambiente;
• Apresenta também desconforto respiratório com tiragem
intercostal e subcostal moderadas;
Conduta:
• Colocado em CPAP nasal;
• RX tórax.
UTIN - EVOLUÇÃO 08/03/2013 – 16H E 20M
• RN apresentou dessaturação importante, associado à cianose, não
melhorou com O2 sob máscara;
• Colocado em CPAP nasal;
• Apresentou PCR às 16h, sendo imediatamente intubado com TOT
nº3,0;
• Iniciado VPP no CFR e MCE, administrado push de Adrenalina (1:10
000) por 5 vezes com intervalo de 3 minutos, administrado
Bicarbonato de sódio empírico;
• Expansão com soro fisiológico.
• Aspirado 5 ml do pericárdio
RN não respondeu às manobras de reanimação. Constatado o
óbito: 16:22h.
Hipóteses Diagnósticas: COMPLICAÇÃO DO CATETERISMO CENTRAL
•Pneumotórax Hipertensivo?
•Tamponamento Cardíaco?
ACESSO VASCULAR DO RN
ACESSO VASCULAR DO RN
• Prática comum nas UTI Neonatais;
• Indicação para colocação e normas para
manuseamento nem sempre são claras;
• Número elevado de complicações;
• Por isso antes de introduzir um cateter venoso
central (CVC) deve-se ponderar:
• necessidade de sua colocação, tempo de
permanência para determinar qual tipo usar,
quem vai colocar, onde deve ser colocado.
ACESSO VASCULAR DO RN
• Deve ser realizado com técnica asséptica correta, em
local com estrutura apropriada;
• Após o procedimento deve ser realizada radiografia
para determinação correta da localização da
extremidade distal;
• Ponta não deve se localizar dentro do átrio (neonatos,
2cm da silhueta cardíaca, neonatos pré-termos, 1cm);
• Manter cateter apenas com soluto heparinizado até
fazer a radiografia.
ACESSO VASCULAR DO RN
• Sangue do RN tem maior facilidade de formar
trombos e esses de se infectarem, por isso
usa-se heparina;
• Risco maior de infecção em cateteres de
lúmen duplo;
• Obrigatório a realização por profissional
devidamente treinado.
INDICAÇÕES
• Previsível a necessidade em recém-
nascidos de muito baixo (RNMBP)
peso, inicialmente com cateter na veia
umbilical, posteriormente substituído
por um epicutâneo –cava;
• RN submetido à grande cirurgia (longo
período de nutrição parenteral).
TIPOS
• Cateter de veia umbilical;
• CVC inserção percutânea;
• CVC por punção;
• CVC de longa permanência.
CATETER DE VEIA UMBILICAL
• Indicações: acesso imediato para reanimação em Sala
de Parto, exsanguíneotransfusão, monitorização de
PVC, administrar fluidos em RNMBP;
• Introduzido apenas nas primeiras 12 horas de vida,
não deve permanecer mais que 5 dias;
• Não deve ser usado para administração de
concentrado plaquetário;
• Colocado por pediatra ou neonatologista;
• Acesso vascular ao recém-nascido: Cateterismo de vasos umbilicais, cateterismo venoso central percutâneo e vias de administração de medicamentos Autor(es): Paulo R. Margotto/ Martha G. Vieira, Jefferson G. Resende, Carla Pacheco Brito, Kátia Rodrigues Menezes, Lady Maria C. A. de Andrade, Vicência Soares de Almeida
CATETER DE VEIA UMBILICAL
• Ponta deve ficar na entrada da aurícula direita
(ligeiramente acima do diafragma);
• Se localizar-se provavelmente em sistema porta, veias
mesentérica, esplênica, renais, deve ser retirado
imediatamente;
• Contraindicado em onfalocele e gastrosquise;
• Complicações mais frequentes são fenômenos
trombóticos causando oclusão, enterocolite
necrosante, necrose hepática, arritmia cardíaca,
tamponamento cardíaco.Margotto,PR
-- Cava inferior
Ducto venoso
Artérias umbilicais
Veia umbilical
Úraco
ANATOMIA DO NEONATO
Posicionamento do cateter umbilicalAutor(es): Hélio Queiroz Filho (Salvador, BA)
Projeção radiológica do átrio esquerdo.
Projeção radiológica do diafragma.
T6
T10
S 1
Projeção radiológica do átrio direito.
PROJEÇÕES RADIOLÓGICAS
T12
Posicionamento do cateter umbilicalAutor(es): Hélio Queiroz Filho (Salvador, BA)
Comprimento do cateter a ser introduzido medir a distância entre o ombro e o umbigo, e jogar o valor
encontrado no quadro relativo à cateterização venosa. Segundo estudo recente de Lopriore E et al, a mais correta forma a ser usada é a preconizada por Peter Dunn, que é a distância entre o topo do ombro na face lateral da clavícula e o ponto vertical de uma linha traçada no umbigo (Método A, na Figura 1).
Havendo dificuldades na cateterização da veia umbilical quanto à correta posição do cateter, o cateter pode permanecer na
“veia umbilical periférica” (2-4 cm) por algumas horas ou uma noite ou mesmo 48 horas, enquanto se aguarda a colocação do cateter central de inserção periférica (PICC-vide a seguir). Nesta
situação, usar a parenteral calculada para uso periférico, ou seja, com baixa osmolaridade. Margotto,PR
CVC DE INSERÇÃO PERCUTÂNEA(PICC)
• CVC de inserção periférica;
• Administração de fluidos, nutrição parenteral ou medicação;
• Usado em RNMBP quando há necessidade de acesso por
várias semanas;
• Colocado após cateter venoso umbilical ou precocemente;
• Preferencialmente em MMSS, veias basílica, antecubital,
cefálica, axilar.
Movimentos máximos em direção ao coração:
Inserção Movimentação Máxima em direção ao coraçãoV. Basílica Braço aduzido e cotovelo fletidoV. Cefálica Braço abduzido e cotovelo fletidoV. Axial Braço aduzido independente da posição do cotovelo
CVC DE INSERÇÃO PERCUTÂNEA(PICC)
• Localização da ponta controlada
radiologicamente, antes de iniciar perfusão,
em veias cava superior ou inferior, antes da
entrada da aurícula direita;
• Pode ser feita por enfermeiros treinados;
• Não deve ser usado para transfusões ou
administração de líquidos viscosos;
• Principal complicação é a infecção.
CVC DE INSERÇÃO PERCUTÂNEA(PICC)
Cateter sob visualização com o ultrassom diminui o risco de complicações
(Placement of peripherally inserted central catheters in children guided by ultrasound: a prospective randomized, and controlled trial. de Carvalho Onofre PS, et al Crit Care Med. 2012 Sep;13(5):e282-7
CVC DE INSERÇÃO PERCUTÂNEA(PICC)
CVC DE INSERÇÃO PERCUTÂNEA(PICC)
Sucesso na primeira punção, o posicionamento do cateter central de inserção periférica com sucesso, e tempo gasto no procedimento (de Carvalho Onofre OS et al) O uso do ultrassom aumentou o sucesso da primeira
punção e as taxas de posicionamento dos cateteres centrais de inserção periférica (PICC), além, de reduzir o
tempo gasto no procedimento
CVC POR PUNÇÃO
• Veias subclávia, jugular interna e
jugular externa
• Veia Femoral.
VEIAS Subclávia, jugular interna ejugular externa
• Curta duração (< 10 dias);
• Taxa elevada de infecções (principalmente jugular interna)
• Taxa elevada de complicações mecânicas (principalmente
em subclávia);
• Colocado por cirurgião em Centro Cirúrgico ou UTI
Neonatal;
• Sempre considerar colocar um CVC de inserção
periférica a um CVC em subclávia ou jugular interna
Referênciasanatômicas que norteiam o
procedimento depunção percutânea da VEIA SUBCLÁVIA
1. Identificar e demarcar a linha coraco-clavicular, isto é, a linha que vai da borda superior da cabeça medial da clavícula à borda inferior do processo coracóide.
2. Demarcar a linha infraclavicular. 3. Identificar o ponto de cruzamento da linha coraco-
clavicular com a linha infraclavicular (geralmente, na região médio-clavicular), e marcar um outro ponto cerca de 1,5cm (uma polpa digital) para fora do cruzamento das duas linhas (Figura 7). A veia subclávia corre paralela à linha coraco-clavicular, por baixo da clavícula, justamente medial ao ponto hemiclavicular. Esta é uma maneira de identificar o
local adequado para a punção da veia subclávia, como descrito
por Tripathi & TripathiAcessos Venosos Centrais e Arteriais Periféricos – Aspectos ... Araújo, 2003
Punção da veia subclávia (VSC) por via infraclavicular. P = o ponto indicado para a punção localiza-se cerca de 1,5cm lateral ao cruzamento da
linhas cora-coclavicular e a do bordo inferior da clavícula. C = bordo inferior do processo coracóide; M
=bordo superior da cabeça medial da clavícula; F=fúrcula esternal.
Araújo, 2003Acessos Venosos Centrais e Arteriais Periféricos – Aspectos ...
The Optimal Depth of Central Venous Catheter for Infants Less Than 5 kg Jin-Hee Kim, MD*, Chong-Sung Kim, MD†, Jae-Hyun Bahk, MD†, Kyung Joon Cha, PhD‡, Young-Sun Park, PhD‡, Young-Tae Jeon, MD†, and Sung-Hee Han, MD† (Anesth Analg 2005;101:1301–3)
Sugestão do tamanho da inserção do CVC através da VeiaSubclávia direita
The optimal depth of central venous catheter for infants less than 5 kg.Kim JH, Kim CS, Bahk JH, Cha KJ, Park YS, Jeon YT, Han SH.
Anesth Analg. 2005 Nov;101(5):1301-3.
(Artigo integral). Consulte-o Aqui e Agora!
Fórmula para o cálculo do tamanho da inserção (predicção pela altura e
peso) distância entre o local da punção da pele para a
junção subclávia-átrio direito pode ser previsto a partir de altura e peso utilizando a fórmula:
(r2=0,81 – p0.0001) (Kim JH, 2005)
11,6 +(0,70 x altura em cm) + (1,14 x peso em kg)
Outros recomendam: 1.7 + [0.07 x altura (cm) (Yoon SZ, 2006) (1 mês a 14anos)
Lado Direito ou Esquerdo?
Dá-se preferência ao lado direito, pois a cúpula pleural é mais baixa (menor risco de pneumotórax, especialmente na punção de veia subclávia), o trajeto até o átrio direito é mais retilíneo e curto (menor possibilidade de mau posicionamento do cateter,) e o ducto torácico desemboca na veia subclávia à esquerda (menor risco de quilotórax) e menor ocorrência de pneumotórax
Chul-Woo Jung, 2002;Araújo, 2003
Correta posição da ponta do cateter na veia cava superior (A) e inferior
(B)
Manual B Braun
VEIA FEMORAL
• No RN só deve ser usado para
cateterismos cardíaco;
• Alto índice de infecção;
• Outras complicações são por
trombos, enterocolite necrosante;
CVC DE LONGA PERMANÊNCIA
• Colocado com “túnel” subcutâneo (formação
de tecido de granulação ao redor do cateter,
fixando-o e impedindo progressão de
microorganismos;
• Duração previsível de mais de 10 dias,
podendo permanecer por meses;
• Colocação obrigatória por cirurgião em Centro
Cirúrgico;
• Baixa taxa de infecção.
TÉCNICA
Preparo:
•Ambiente apropriado;
•Paciente imobilizado e posicionado pelo médico
executante, posição de Trendelemburgh;
•Sedação/anestesia;
•Cateter reserva;
•Degermação da pele, antissepsia,
paramentação completa, campo fenestrado.
TÉCNICA
• Evitar iniciar procedimento
com criança mal posicionada,
irritada ou com falta de
material!!!
TÉCNICA
Figura 1 - Técnica de Seldinger. (a) Com o paciente em decúbito dorsal, é inserido o material de punção até observar saída de sangue pela agulha. (b) Retira-se a agulha e avança-se o fio-guia através do mandril. (c) É retirado o mandril, mantendo o fio-guia no interior do vaso e o local é comprimido manualmente. (d) Introduzida, sobre o fio-guia, a bainha introdutora. (e) O fio-guia é retirado. (f) Bainha introdutora posicionada no interior do vaso. (© Urban & Fischer 2003 – Roche Lexikon Medizin, 5. Aufl).
TÉCNICA
• Evitar iniciar procedimento com criança mal posicionada,
irritada ou com falta de material!!!
TÉCNICA
• Evitar iniciar procedimento com criança mal posicionada,
irritada ou com falta de material!!!
PUNÇÃO GUIADA PORUltrassom
• Diminui número de punções;
• Diminui incidência de punções arteriais
indevidas;
• Excelente para médicos ainda inexperientes
ou crianças graves.
CUIDADOS
• Colocar todas as conexões fora da
incubadora;
• Sempre manusear com luvas estéreis;
• Evitar muitos profissionais no cuidado.
COMPLICAÇÕES
• Mecânicas como punção arterial,
hematoma, pneumotórax,
tamponamento cardíaco,
• Infecciosas,
• Trombóticas.
COMPLICAÇÕES
Complicações menores com o uso da veia subclávia em relação a veia jugular interna e femoral
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS• Infiltração de soluto perfundido, fratura do cateter,
migração ou exteriorização do mesmo, perfuração do
miocárdio, tamponamento cardíaco, arritmia, derrame
pleural;
• Risco reduzido quando profissional tem mais que 50
procedimentos;
• Após 3 tentativas sem sucesso, outro profissional mais
experiente deve ser chamado;
• Em RN muito instável, fazer acompanhamento
radiológico e ecográfico;
Exteriorização do cateter de subclávia-Anatomia ClínicaRN a termo- 8 dias de vida
Anátomo Clínica: Acesso venoso centralAutor(es): Cecília Guimarães Villela, Milena Zamian Danilow, Paulo R. Margotto
NEONATOLOGIA
NEONATOLOGIA
HIDROTÓRAX
NEONATOLOGIA
HIDROTÓRAX
HIDROTÓRAX
NEONATOLOGIA
TRONCO BRAQUIOCEFÁLICO
VEIA SUBC DIREITA
CATETER
NEONATOLOGIA
NEONATOLOGIA
NEONATOLOGIA
CATETER
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS
• Choque, bradicardia súbita, deve
sugerir hipótese de tamponamento
cardíaco, sendo obrigatória
drenagem do derrame.
COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS
• Complicação infecciosa mais comum é a
sepse;
• Sempre manusear com paramentação
correta;
• Nunca progredir um cateter já imobilizado;
• Substituir sistemas de solutos todo dia;
• Maior parte das infecções ocorrem após 7
dias do procedimento.
COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS
• Sempre que há suspeita de sepse, fazer duas hemoculturas,
uma de sangue periférico outra de sangue provindo do CVC;
• Se remove-lo mandar a ponta para análise bacteriológica;
• Se ambas as hemoculturas forem positivas, conclui-se sepse
pelo cateter;
• Se só a do cateter for positiva, pode indicar contaminação ou
colonização do cateter, sendo importante a troca do mesmo,
porem se for imprescindível, inicia-se terapêutica para
colonização.
• Veia subclávia: menor risco
COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS
• Principais agentes: estafilococos coagulase
negativa, gram-negativos, enterococos,
Candida.
ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS
• Preferir por cateteres curtos (membros);
• CVC preferir por veia subclávia,jugular interna e veia
femoral VF, porem depende do médico;
• Antissepsia, assepsia;
• Substituição e limpeza constante dos curativos;
• Cateteres impregnados com antissépticos/antibióticos
(clorexidina/sulfadiazina de prata);
• Antibiótico profilaxia sistêmica/Anticoagulação.
ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS
• Para CVC, PICC (cateter central de inserção
periférica), não provou reduzir taxa de infecção;
• Remoção do cateter assim que não for mais
necessário;
• Em emergência, com quebra de técnica asséptica,
substituir cateter em 48h.
• É importante controle radiológico com frequência,
pois o cateter pode progredir em direção ao
coração!
RETIRADA DO CATETER
• Indicações absolutas: não ser necessário,
oclusão, fratura, infiltração, flebite, eritema,
exsudato, septicemia por S. aureus, gram-
negativos e fungos;
• Relativa: septicemia por estafilococo
coagulase negativa ou enterococo.
INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGÜÍNEA ASSOCIADA A CATETER
VENOSO CENTRAL (IPCS-CVC) Hemoculturas pareadas: Colher duas
amostras sendo uma pelo CVC e outra por punção venosa periférica (resultado negativo DA COLHIDA PELO CVC pode auxiliar na exclusão do diagnóstico de ICS-CVC; se positiva: quando o diferencial do tempo de positividade for maior que 2 horas (sangue colhido do CVC com crescimento mais rápido que do sangue periférico) com amostras colhidas com intervalos de no máximo 15 min. este método mostra-se sensível (94% sensibilidade) e específico (91% especificidade) para o diagnóstico de ICS-CVC.
A ESPÉCIE DE BACTÉRIA DEVE SER UM COMPONENTE ESSENCIAL NA DECISÃO DE REMOVER O CATETER.
NA SUSPEITA DE IPCS-CVC NÃO COMPLICADA: A) Estafilococo coagulase negativa remover CVC e tratar
ATB 5-7 dias; se RN estável e CVC mantido, tratar com ATB 14 dias, hemocultura controle em 48 a 72 horas e desviar NPT
B) Estafilococo aureus remover CVC e tratar ATB 14 dias; se RN estável e mantiver CVC, nova hemocultura em 24 horas
C) Bacilo gram negativo remover CVC e tratar ATB por 10-14 dias; se RN estável e mantiver CVC, nova hemocultura em 24 h
D) Candida remover sempre CVC e tratar com antifúngicos por 14 dias a partir da 1ª hemocultura negativa. Aguardar 24 a 48 antes de novo acesso venoso profundo.
NA SUSPEITA DE IPCS-CVC COMPLICADA: Bactérias gram positivas ou gram negativas com deterioração
clínica e/ou persistência de hemoculturas positivas e outras complicações como trombose séptica, endocardite, osteomielite remover CVC e tratar;
- Na trombose séptica, endocardite: ATB 4-6 sem; - Na osteomielite: ATB 6-8 sem.
INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGÜÍNEA ASSOCIADA A CATETER
VENOSO CENTRAL (IPCS-CVC):CONDUTA
Infecção primária da corrente sangüínea associada a cateter venoso central (IPCS-CVC)Autor(es): Paulo R. Margotto/ Martha G. Vieira /Jefferson G. Resende, Carla Pacheco Brito, Kátia Rodrigues Menezes, Lady Maria C. A. de Andrade, Vicência Soares de Almeida
TAMPONAMENTO CARDÍACO(complicação do presente caso!)
• Incidência de 1 – 3% de RN com CVC;
• IG média de 30 semanas;
• Tempo médio para diagnóstico de 3
dias, após procedimento.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Quadro Clínico:
•Brad/taquicardia;
•Pulso paradoxal;
•Edema de VJ ou ruborização;
•Necessidade súbita de DVA e suporte
ventilatório;
•Alteração de ausculta pulmonar.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Mecanismo de perfuração:
•Ponta do cateter tocando e pressionando a
parede atrial;
•Hiperosmolaridade da NPT + Fina parede
erodida pela movimentação do cateter;
•Inflamação;
•Necrose;
•Perfuração Tamponamento.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Diagnóstico:
•Rx,
•USG de urgência.
Posições radiográficas de cateteres em cinco casos de
tamponamento cardíaco.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Imagens radiográficas de cateteres mal posicionados e sujeitos a lesão de parede.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Perfuração cardíaca pelo
PICCAnátomo Clínica: Tamponamento cardíaco com o uso do catéter central de inserção periféricaAutor(es): Francisco Pereira, Julio Cesar Albernaz Guimarães e Paulo R. Margotto
Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica
Apresentação clínica do quadro de efusão pericárdica e tamponamento cardíaco:
Alterações de ausculta respiratória Bradicardia Taquicardia Pulso paradoxal Edema de veia jugular ou ruborização Súbita necessidade de uso de drogas inotrópicas e de suporte ventilatório
Manter a ponta do catéter 1cm (RN prematuro) e 2 cm (RN a termo)
fora da silhueta cardíaca, porém na veia cava
TAMPONAMENTO CARDÍACO
Como intervir:
Perfuração pode ocorrer desde o momento da inserção do cateter Observar rigorosamente as alterações clínicas dos pacientes portadores de cateter venoso central Confirmação por Raio X de tórax e Ecocardiograma fazem diagnóstico precoce e pronta terapia pode mudar o prognósticoPensar NA POSSIBILIDADE de tamponamento cardíaco ao reanimar um RN com PICC que desenvolve sintomas de choque e súbita bradicardia
TAMPONAMENTO CARDÍACO
TAMPONAMENTO CARDÍACO
• Exige pericardiocentese imediata, com
mortalidade de 75% dos não submetidos e
8% dos submetidos;
• Cateter de silicone tem maior associação com
perfuração e necrose miocárdica;
• Semelhança entre fluido pericárdico e
infundido.
TAMPONAMENTO CARDÍACO Pericardiocentese imediata é procedimento de eleição em tamponamento cardíaco detectado.
OBRIGADO!
Ddo Fernando Cerqueira, Dr. Sérgio Veiga, Dr.Paulo R. Margotto,Ddo Daniel C. de Toledo e Ddo Pedro H.Lourenço
OBRIGADO