CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra...
Transcript of CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra...
CASA DASTO ESum projecto Nasoni
T~)(lD DE MARJA JoAo VIElRA FOIDGRAAA DCFl:JmANOO PISSARI~AIEc;njDIOSJOAO CUPERTINO
A CASA FOI MANOAoII CONS I RUIR! /-lA 2.50 liNOS! f'()R UM [MICiRANTE NO BRIISIL QUE
VOLTOU RICO A FAr.HA. MAS A VIOII ACAHOU POR NAO LHE CORf{tR BEM E ANoRE PEREII<AoA 5ILVA TEVEO[ VtNoER AS TfI<RAS EO SOLAR CUjO PI<()jECTO [RA ASSINAoo IJOR NASONI.
o QUt FOI FE/TO 1)0 PRIM[JR() oONO NAO SE SIIBE. MAS oESo[ QUE FOI COMPRAoA!
EM IIA57A PUBLICA, POR OUARTt RITE O[ FI(;UEIROA, 1<11.0COMEI<CJANTE DE HACALHAU,
EM VIIINA, A CASII NAO VOLTOU A 5AIR Oil FAMiLIA.
~73 Ifi.','
Oois contos ne rei~ foi quanto custuu a Casil nas
Torres, nil fregue~ia cia Fachil, a 8 km cle Ponte
ue Lima. r:lilro que isto foi h~ 250 anos, quanclo
Anclre Pl'reira ua Silva voltil ricu uo I:lrasil e se
cleita a comfJrar proprienilnes na sua terril. Para culminar ilS
novas ilquisil,:~~, manclil construir uma grilnne casa na quintil
clo Lugar cleArribao. Andr<, Pereira, ao que rezam as cr6nicils
UUlempo, di?ia de ~i proprio: "I la mais clinheiro no meu bol-
so UOque areiils no rio Lima." F rara faLer jus a tilnta largueza
fai encumenclar 0 prujeclo ciaCilsaa Na~oni, 0 arquitecto ita-
lianu autor cia Torre uu~ C1erigose do ralacio do rreixu, no
Porto. Depois, il '18 de Dezembro de I 751 mandil lavrar es-
critura ue contrato e ourigaC;aocorn a mestre pedreiro Peuro
Gon~:alve~de Carvillho, que Ihe cohra a quanti a de um conlo
e CjlJiltrocenlos e cinquenta mil reis rara Ihe fazer a Cilsa no
pram cle doi~ anos. Milis tarue, a 16 de lulho ue 1754, filZ ou-
tro contrato cum 0 mesmo me~tre paril que Ihe acrescente acasa uma cOLinha, uma sala, uma lojil, uma varancla, uma
Andre Pereira, dizia de si proprio:"Hamais dinheiro no meu ho/so do
que areias no rio Lima. "
escaua e Ihe flonha agua. Pedro Gonl,:alves de Carvalho co-
-bra-llle por esta seguncla obril quinhentos e einquenta mil
reb. Contas feitas... ua clois contas!
Enlretanto (isto e, a 15 cle Janeiro ue 175~), Annre rereira da
Silva, ja entao mm 49 anos, eilsa corn D. JOScfilQuiteria I:lar-
bo~a c1eMiranna, ua casa da Partela. Mas 0 r.ilsamenlo nao
clura rnuito porque D. Josefa viria a murrer a 1q ne DeLem-
hro dessemesmo ilna sem que, entretanlo, livesse tino um fi-
Iho. Ha quem awnte a hip6tese de ter murriclo de flilrto, coisa
que aconlecia muito nessetempo, mas, ao certo, naa se saue.
o que se sabe c que a mae, Antonia Teresa c1eMiranua, se
constitui corno hcrneira ua filha e exige a Anclre Pereira ua
Silvil metaue dos seusbens. Ea partir naf que a vicla comel,:aa
correr mal a Anclrc Pereira. Ou, pelo menos, eo que rarece.
No final ue 1755 est~ autra vez no Rrasil e declara grandes
clfvinas: vinte mil cruzados a Luis clil C'imara Malafilia e seis
FACHADi\ DA CASA DAS TORKES
mil c Cluinhentos cruLados que tinha pcdirlo emprestados a
juros, no Porto. Nao falla quem diga que estasrlfvidas eram
ficticias porClueAnrlre Pereira da Silva nao queria fazer parti-
Ihas COOl a sogra. Mas tamuem pode ter acontec.ido que 0
homem tivcsse a mania das grandezas e, como tal, imdassea
pedir dinheiro cmprestado lJara comprar terras e mandar
construir pal;\cios. A verdade e que Pereira da Silva dol or-
dens aos seus procuradores para que Ihe vcndam as quintas,
mas deixa para 0 fim a Casa das Torres. Uiz que nao a quer
grou de Inglaterra para Portugal.
Ee atravt's dOldescendencia deste rJuarte Rite de Figueiroa,
dos varios casamenlos que os Kite fi7eram entretanlo e de
heranc;:asrecchidas, que a Casa das Torres chega ao seu ac-
tual dono, Manuel Novais Correia Malheiro, sem ler sido
vendida a ninguem ao longo de 250 anos.
Quando, no infcio dos allOSSO, se ,omec;:ou a falar de luris-
mo de hahita~:ao, Manuel Malheiro achou a ideia engra<;a-
da. Pensou cm fazer 0 11Iesmonas lorrcs. "Mas nunCd quis
E atraves da {/escendencia deste Duarte Rite de Figueiroa, que a Casa dus Torreschega ao seu actual dmlO, Manue/ Novais Correia Ma/heiro.
vender, mas como os Cluinhentos e cinquenla mil reis com-
binados pelo acrescento do solar ainda nao linham sido pa-
gos ao mestre Pedro Gonc;:alvcsde Carvalho, a casa e vcnrli-
da em hasla pelblica. 0 comprador e Duarte Kite de
Figueiroa, dos Kite de Viana do Castelo, negociantes de ha-
calhau desde 0 seculo XVII, altura em que a familia cmi-
NA pAUINA AO LADO: UMI\ DI\S SI\LAS DA CASA.
NESrA pAUINA: A CASA DE )ANTI\R DASTOf{J{E5
hipolecar a casa! Nunca se saue0 que 0 futuro nos traz, nao
e verdade!", di7 0 dono. Os 22 heclares de terras i'l volta da
casa sac dele e Manuel Malheiro e um dos maiores produ-
tores de vinho verde e 0 maior IJrodutor de fruta da regiao.
o vinho, vende-o i'l C:ooperativa de Ponle de I ima. A fruta,
vende-a em Viana, numa loja que abriu para 0 cfeito, na
casa que tem na ,idade. "Tern de se fazer como se faz nos
outros paises da Europa: venda directa do produtor ao ,on-
sumidor!", explica. Por isso, nao se Ihe ouve dizer que a agri-
cultura vai rnal e que a terr;} nao dj lJara nada. A ele tem-Ihe
dado para viver e fazer obras c melhorarnenlos na casa...
~ 7R
Prilllleiru, cumer,:ou por t0r s6 um qualto para turiSlllO Ulelia-
uitac,:au. Depois, ~ medida que a quinta ia danuu lucrus, ar-
ranjou m;]is dois quartos clentro cle casa, fleLcasas de banho
novas, s;]las de pequeno-alllloc,:o leUleuilhar. M;)ndou cons-
truir uma pisrina e transfolnlou elll aparlarrllenluS um;) ;)ntiga
c;)sinha rkstin;]da a guarclar alfaias agriculas. "Fui fazendo ;)S
cois;)s a pouco e poueo, Illas nao quis fJleuir uinheiro em-
fJrest;)do", r0p0lC COIllorgulho visivel.
A Casa das Torrcs csta cleeoracla COIll a suurileuade e 0 re-
quinte O;]Scasas fidalgas clo Minho. SlelTlgrandes sinais 00
ost0nta<;:ao, confoltavel quantu uastle fJar;) que S0 POSS;]viver
h01ll. Telll alguns quadros Inuilu interess;)ntcs. UIll deles,
ullla aguarela cle Alberlu UleSuusa, retr;)t;) um OOSportaes clo
p;](O de Vitorino. Manulel Malheiru P;)SSOUbOil P;]rtc da sua
infilncia naquela casa, unule vivem p;)rentcs scus. Costa clo
Cluadro, e clam! Mas uiL que fJreferi;) ter naquclc Illeslllo si-
tio ullla outra aguarela UU rnesmu autor, CluCrctrata a esca-
daria cia sua Casa uas Turres e ate telll ;] c:iclllcntina (mulher
rlo Illotorista clo pai e lela fJrofJria empreg;)rla 1;\ rl0 c;]sa) a su-
bir os degraus. Mas 0 uunu ueste qu;)dro C Ulll ;]ntiquario cle
Viana que lalllbelTl gust;) Illuito da ;]glJ;]rcia e, par isso, nao a
vencle... ~