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1 II CIPECC - Conferência Ibero-Americana de Publicações Eletrônicas no Contexto da Comunicação Cientifica
Rio de Janeiro, 17 a 21 de novembro de 2008
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SUB-TEMA 2 – Metrias da Comunicação científica: da bibliometria/informetria à webmetria Pierre Ohayon UFRJ
CARTOGRAFIA HISTÓRICA E CONCEITUAL DA BIBLIOMETRIA /
INFORMETRIA NO BRASIL1
Lena Vania Ribeiro Pinheiro IBICT2
Giselle Santos Silva
Bolsista IC, CNPq3
Abordagem histórica da Bibliometria / Informetria no Brasil, tendo por alicerces teóri-cos o pensamento de Solla Price e a evolução conceitual, com o objetivo de anali-sar a origem e percurso desta área, em especial no IBICT, instituição pioneira na introdução da Bibliometria, no início da década de 1970. Produção de dissertações e teses na pós-graduação do Instituto, seus respectivos orientadores e orientandos, gerações acadêmicas, enfoques e tendências em linhas de pesquisa, complementa-dos pela identificação de outros focos de produção bibliométrica em nosso País. A promoção de cursos e eventos técnico-científicos, bem como a criação de grupos de pesquisa sobre a questão, apontam a expansão e fortalecimento das metrias da comunicação científica no Brasil e perspectivas promissoras pela convergência de competências e experiências acadêmicas em programas de pós-graduação, linhas e grupos de pesquisa. Palavras-chaves: Bibliometria no Brasil; Informetria; Conceitos; Dissertações e teses; IBICT
1. Alicerces teóricos
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Ao pensarmos as profundas transformações do mundo contemporâneo, que se a-
centuam na chamada Sociedade da Informação e do Conhecimento e a tornaram
uma “sociedade em rede”, não podemos deixar de apontar as mudanças na ciência
e tecnologia, decorrentes dessa nova ordem.
Ainda em 1987, no seu discurso sobre as ciências publicado em várias edições, Bo-
aventura da Silva (2002) afirma, de forma contundente: “... os progressos científicos
dos últimos trinta anos são de tal ordem dramáticos que os séculos que nos prece-
deram – desde o século XVI..., até o século XIX – não são mais do que uma pré-
história longínqua”.
Basta retroceder aos estudos de Derek de Solla Price (1976a) sobre o desenvolvi-
mento da ciência moderna, que comprovaram a regularidade de seu crescimento até
então, a partir do século 17, foco nucleador da revolução científica.
Naturalmente, os campos do conhecimento enfrentam tais mudanças, desde as teó-
ricas, a começar pela inter e transdisciplinaridade, às instrumentais, no uso de tec-
nologias de informação e comunicação – TIC’s. A Ciência da Informação, não só por
ser um campo do conhecimento contemporâneo, como jovem ciência que é, bem
como por sua natureza interdisciplinar e utilização intensiva das TIC’s, está muito
exposta à nova ordem tecnocultural.
A partir dessas considerações iniciais, questões podem ser levantadas: os princí-
pios, teorias, metodologias e leis da Bibliometria ainda são válidos atualmente, ou
melhor, qual o seu papel na Ciência da Informação contemporânea? No Brasil e,
particularmente no IBICT, introdutor e difusor da Bibliometria no Brasil, essas meto-
dologias continuam a ser estudadas? Qual a sua relevância? Houve expansão da
área?
Este trabalho procura responder a algumas dessas questões e tem por objetivo prin-
cipal analisar, em abordagem histórica e conceitual, o percurso da Bibliometria no
Brasil, particularmente o seu desenvolvimento no IBICT, por meio de dissertações e
teses do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, convênio IBICT-
UFRJ, bem como identificar a produção científica e competências de outras origens
institucionais e mais recentes.
A fonte adotada para o levantamento das dissertações e teses foi a listagem existen-
te na Coordenação de Ensino, Pesquisa, Ciência e Tecnologia da Informação, do
IBICT, elaborada com base no livro de atas das respectivas defesas.
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Para identificação da produção científica em outras instituições foram utilizados, co-
mo ferramenta de busca e recuperação da informação na Internet, o Diretório dos
Grupos de Pesquisas, do CNPq4, complementado pela Plataforma Lattes, também
do CNPq. No Diretório foram adotados os descritores Bibliometria, Informetria, Cien-
tometria, avaliação de C&T e indicadores de C&T e dos nomes levantados foi verifi-
cada, para confirmação, a produtividade sobre essas questões.
É oportuno esclarecer que, embora o Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação tenha funcionado no começo por mandato acadêmico com a UFRJ, a
partir de 1983 por convênio, e de 2004 a 2008 com a UFF, as orientações quase na
sua totalidade estão concentradas em pesquisadores e professores do IBICT, exceto
na fase inicial, quando o Instituto ainda não havia titulado seu corpo docente e coube
a professores estrangeiros ou de outras instituições essa responsabilidade. As rela-
ções acadêmicas com a UFRJ eram concretizadas pela presença de professores
dessa Universidade em co-orientações, bancas, seminários e, da parte do IBICT, por
aulas na graduação de Comunicação. Já no Programa com a UFF, o corpo docente
era constituído pelas duas instituições convenentes mas, ainda assim, a única dis-
sertação em Bibliometria foi orientada por professor do IBICT.
2 Caminhos entrecruzados da Bibliometria
Estudar Bibliometria implica, necessariamente, em conhecimentos teóricos de Histó-
ria da Ciência, Sociologia da Ciência, Epistemologia, Estatística, Matemática, entre
outros campos. Na Ciência da Informação, a disciplina Comunicação Científica é a
base da Bibliometria, tanto que podemos afirmar que não é possível estudar Biblio-
metria, sem a passagem pela Comunicação Científica, embora o inverso seja viável.
Entre os historiadores da ciência que mais contribuíram para os alicerces teóricos da
Bibliometria, Price (1922-1983), já mencionado, é um dos expoentes, com seus prin-
cípios e teorias e cuja produção científica é considerada, por Xavier Polanco (1995),
“trabalho fundador da Cientometria”.
A autora principal do presente trabalho sempre buscou, no pensamento de Price
(1976a, 1976b), as bases teóricas para o estudo da Comunicação Científica e da
Bibliometria, especialmente nas questões relativas ao caráter cumulativo da ciên-
cia, expansão da comunidade científica, padrões de produtividade científica, periódi-
cos científicos, seu crescimento e importância.
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Guardadas as devidas proporções e diferenças, é oportuno retomar a alguns princí-
pios e teorias de Price, como o “colégio invisível”, e lembrar que a filosofia de sua
formação, em torno de um campo do conhecimento ou área de interesse, a inexis-
tência de uma instituição ou um lugar pré-determinado de aglutinação, um não-lugar,
o aproximam dos “colegiados do ciberespaço”, de Gresham Jr. (1994) ou das comu-
nidades virtuais, de acordo com a definição de Pierre Lévy (1998): “Seus membros
estão reunidos pelos mesmos núcleos de interesses (...). Ela vive sem lugar de refe-
rência estável: em toda a parte onde se encontram seus membros móveis...ou em
parte alguma...”.
Por outro lado, um dos prognósticos de Price (1978) concretizou-se parcialmente, o
da inexistência de autorias individuais a partir dos anos 1980, hipótese levantada
pela constatação da forte incidência e rapidez no aumento do volume de trabalhos
em colaboração. Mas, nessa pesquisa, ele tinha por fonte o Chemical Abstracts,
portanto, um determinado campo do conhecimento, e a comunicação científica
tem padrões específicos para cada área, dinâmicos no espaço e tempo, o que en-
volve não somente as condições socioculturais mas todo o sistema de ciência e tec-
nologia, com sua política, infra-estrutura de recursos humanos, laboratórios, infor-
mação e fomento, entre outros.
Mas, ainda assim, as pesquisas de Price continuam a ser o alicerce para o es-
tudo e compreensão da Bibliometria, nos intrincados meandros de suas redes cientí-
ficas e sociotécnicas, no que ele próprio denominou “ciência da ciência”.
Este reconhecimento é tanto mais relevante pela constatação de Egghe (2005), do
crescente interesse e do maior número de fascículos de periódicos dedicados ao
assunto, o que ele atribui tanto à Sociedade da Informação quanto à Informetria co-
mo uma disciplina da Ciência da Informação, ainda que seja também objeto de pes-
quisa de outras áreas, entre as quais as mencionadas no início deste tópico. Os e-
xemplos citados foram o Information Processing and Management e o volume de
artigos publicados no JASIST - Journal of the American Society of Information Sci-
ence and Technology e no Scientometrics.
3. Primeiras definições e rede conceitual no tempo
Na rede conceitual que se estabelece em torno das metrias em geral, cabe inicial-
mente recorrer a Urbizagástegui Alvarado (1984), no seu artigo “A Bibliometria no
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Brasil”, no qual atribui a termos muito em voga nos anos de 1920, como biometria,
psicometria e econometria, a criação da sociometria “para se ocupar de problemas
relativos ao socius (sócio, companheiro) e ao metrium (medida)”.
Este autor, por sua vez, busca os seus fundamentos na definição de sociometria
como “estudo sobre a evolução e organização dos grupos e sobre a posição dos
indivíduos nos grupos”, a partir de análises matemáticas e técnicas experimentais
(MORENO apud URBIZAGÁSTEGUI ALVARADO, 1984). Daí a sociometria teria
chegado, nos anos 1960, à Ciência da Informação e outras áreas.
Em trabalho apresentado na primeira CIPECC, Pinheiro e colaboradores (2006) re-
lacionam os diferentes termos existentes e sua evolução no tempo, sem discutir
conceitos, o que ora se concretiza.
A primeira definição, durante muito tempo desconhecida, foi de Paul Otlet, em 1934,
na sua obra “Traité de Documentation”, na qual Bibliometria seria: “a parte definida
da bibliologia que se ocupa da medida ou quantidade aplicada aos livros”, referente
à contagem de páginas, de palavras e de outros de seus elementos. Naturalmente
esta primeira concepção, embora trate de medida, não corresponde à idéia aceita
até hoje, traçada por Pritchard (1969) como ”todos os estudos que buscam quantifi-
car os processos de comunicação escrita” ou a “aplicação de métodos matemáticos
para livros e outros meios de comunicação”.
Outro termo que aparece é Cientometria 5, que Price (1969) considera ”pesquisas
quantitativas de todas as coisas relativas à ciência e aquelas às quais se pode atri-
buir esse nome”, enquanto para Polanco (1995) corresponde ao “estudo quantitativo
da ciência e da tecnologia”, ou também tecnometria.
Numa relação da Cientometria com a Bibliometria e no alargamento do conceito,
Raan (1988) afirma, sobre a primeira, que “pode-se considerar como uma bibliome-
tria especializada no domínio da ICT. Todavia, a cientometria designa, de uma ma-
neira geral, a aplicação de métodos estatísticos a dados quantitativos (econômicos,
humanos, bibliográficos), característicos do estudo da ciência“.
Outro termo surge, em 1987, Informetria, cunhado e adotado pela FID - Federação
Internacional de Documentação para designar “o conjunto de atividades métricas
relativas à informação, cobrindo também a Bibliometria e a Cientometria” (EGGHE;
ROUSSEAU, 1990).
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Com o advento da Internet / Web e o uso desse recurso para estudos quantitativos
em redes eletrônicas, mais duas terminologias são criadas: webmetria e netometria.
Webmetria6 refere-se a métricas na Web / Internet e redes sociais, tais como de ci-
tação e de colaboração (EGGHE , 2005). Já netometria, termo introduzido em 1995
por Bossy, em artigo no Solaris, teve como ponto de partida o trabalho “intensivo
com e na Internet” e seu interesse em descobrir as suas repercussões nas comuni-
dades científicas, consideradas ampliadas pela rede, e na Cientometria. Segundo
esta autora brasileira, na Internet podemos observar a “ciência em ação” e há pers-
pectivas de integração de “diferentes aspectos da atividade sócio-cognitiva da ciên-
cia e suas relações com a transferência de tecnologia” (BOSSY, 1995).
Sobre os conceitos e definições para as diferentes metrias, constatamos também
hierarquias pensadas de forma distinta, por diversos autores. Se for considerada a
cronologia, a cadeia conceitual partiria da Bibliometria, seguida da Cientometria, In-
formetria e finalizaria com a Webmetria e Netometria, este último termo praticamente
não utilizado, exceto pela autora (BOSSY, 1995) que o criou e adotou.
Para Egghe (2005), Informetria engloba a Bibliometria, a Cientometria e a Webome-
tria, sendo definido “como um termo mais amplo, abrangendo todos os estudos mé-
tricos relacionados com a Ciência da Informação, incluindo Bibliometria (bibliografi-
as, bibliotecas...), Cientometria (política científica, análise de citação, avaliação de
pesquisa...) Webometria (métricas na Web, na Internet e outras redes sociais, tais
como citação e redes de colaboração)”.
Para as autoras do presente trabalho, o termo mais abrangente seria Cientometria,
correspondendo a estudos métricos de natureza política (política de C&T), econômi-
ca (investimentos em C&T, PIB), social (população versus número de pesquisado-
res, doutores), enquanto a Informetria, composta por métodos estatísticos e mate-
máticos para medir a informação, qualquer que seja o suporte, abrigaria a Bibliome-
tria, com o mesmo tipo de medição, mas para a informação em documento impresso
e a Webmetria, em geral, aplicaria essa metodologia para medir a informação na
Web, utilizando mecanismos de busca e softwares específicos.
Todos esses métodos gerariam indicadores, que são o seu produto, assim explici-
tados por Raan (1988):“Os estudos quantitativos da ciência e da tecnologia repre-
sentam o campo da pesquisa no qual se utiliza métodos e técnicas matemáticas,
estatísticas e de análise de dados, a fim de reunir , manipular, interpretar e prever
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uma variedade de características tais como desempenho, desenvolvimento e dinâ-
mica da ciência e da tecnologia”.
As discussões conceituais antecedem e são fundamentais até para a compreensão
das linhas de pesquisa e abordagens seguidas no Brasil, enfocadas no próximo tó-
pico. De acordo com o pensamento das autoras, conforme foi visto, a Informetria
abrigaria a Bibliometria, portanto, estes dois termos, neste artigo, a partir daqui se-
rão apresentados juntos: Bibliometria / Informetria.
4. Produção científica em Bibliometria/ Informetria no Brasil
No Brasil, numa visão histórica, podemos identificar dois tipos de fontes de produção
científica e de disseminação de métodos bibliométricos / informétricos: um no IBICT
e outro de pesquisadores individualmente, de diferentes órgãos de ensino e pesqui-
sa, que começam a se configurar como um esforço institucional, com tendência à
formação de grupos de pesquisa em metrias da informação.
A primeira fonte, o IBICT, no seu duplo papel de Instituto de pesquisa voltado à in-
formação científica e tecnológica - ICT e Ciência da Informação, gerador de produtos
e serviços de informação, como infra-estrutura de C&T, muito naturalmente tendeu
aos estudos de informação impressa, Bibliometria, visando mais à gestão da infor-
mação. A segunda fonte, originada de estudos sociais da ciência, nasce de preocu-
pações com a política de ciência e tecnologia e caracteriza-se pela abordagem da
Cientometria e geração de indicadores. Na análise de ambas, a seguir, embora es-
sas distinções sejam claras no início dos estudos, seu desenvolvimento caminha
para a convergência, tendo os autores oriundos do IBICT, embora predominante-
mente no foco já mencionado, gradativamente direcionado suas pesquisas para as-
pectos de política de C&T ,avaliação e indicadores. Isto não significa que disserta-
ções e teses nessa temática não tenham sido desenvolvidas no Instituto, mesmo no
início, ainda que fosse privilegiada mais a linha bibliométrica / informétrica.
4.1 Produção científica no IBICT
Em nosso País, a introdução da Bibliometria se deve a Tefko Saracevic, da Case
Western Reserve University 7, na qualidade de professor do primeiro Mestrado em
Ciência da Informação do Brasil e da América Latina, iniciativa do então IBBD, Insti-
tuto Brasileiro de Bibliografia e Documentação, a partir de 1976 IBICT, e que funcio-
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nou durante os primeiros anos, por mandato acadêmico da UFRJ, conforme já expli-
cado. A disciplina ministrada por Saracevic, que incluía Bibliometria, era Processa-
mento de dados na Documentação, posteriormente Sistema de Recuperação da In-
formação, sob a responsabilidade da Professora Gilda Braga, sua orientanda e se-
guidora, que deu continuidade às aulas e orientações na linha iniciada por seu mes-
tre.
A presença de professores estrangeiros na pós-graduação do País era um procedi-
mento natural, no momento em que ainda havia poucos brasileiros pós-graduados.
Assim, outros professores participaram da formação de mestres em Ciência da In-
formação do IBICT-UFRJ e orientaram dissertações até o ano de 1981, conforme
assinalado por Pinheiro e Loureiro (1995): Frederick Wilfrid Lancaster (34 orienta-
ções), Tefko Saracevic (13 orientações), LaVahn Marie Overmyer, Bert Roy Boyce e
Jack Mills, 2 orientações cada, além de John Joseph Eyre, Ingetraut Dahlberg e Su-
man Datta.
Assim, o papel irradiador do IBICT, em Bibliometria, está concentrado sobretudo em
dissertações e na produção científica daí decorrente, tanto por parte dos precursores
quanto dos alunos que, titulados e exercendo o magistério no IBICT e em universi-
dades, continuaram pesquisas nessa linha e as disseminaram em artigos e comuni-
cações em congresso. É oportuno esclarecer que no IBICT, como não havia prática
regular de publicações conjuntas orientando / orientador, a partir das dissertações e
teses, a produção, significativa, como veremos a seguir, ficou muito confinada ao
documento original das dissertações que, quando disseminadas em outros canais
como artigos, por exemplo, eram identificadas somente pelo nome do orientando,
algumas vezes sem remeter ou identificar sua origem em dissertação ou tese, o que
certamente obscureceu o papel do IBICT e seu pioneirismo na pesquisa em Biblio-
metria e na difusão dessa metodologia no Brasil, questão a qual retornaremos.
Nesse mapeamento, o artigo de Urbizagástegui Alvarado (1984), ele próprio egresso
do IBICT, como mestrando, e estudioso dedicado a questões bibliométricas, especi-
almente Lotka, é fundamental. Sua pesquisa foi desenvolvida essencialmente para
responder a algumas perguntas, entre as quais: “Qual o centro difusor da bibliome-
tria no Brasil? Quais são seus difusores? Atuam na frente de pesquisa da área?”.
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Conforme o objetivo do presente estudo, foram levantadas as dissertações e teses
desenvolvidas no IBICT, distribuídas por décadas, sendo as primeiras, nos anos
1970, apresentadas no quadro 1.
Quadro 1: Dissertações do IBICT-UFRJ, 1972-1979
ANO PRODUÇÃO % 1972 2 8,68 1973 3 13,02 1974 4 17,36 1975 2 8,68 1976 3 13,02 1977 3 13,02 1978 1 4,34 1979 5 21,7 Total 23 100%
Na década de 1970 pode ser observada uma produtividade regular de dissertações,
defendidas em todos os anos, dois a partir do início do Mestrado, sendo as primei-
ras, no mesmo ano e dia (20 de dezembro de 1972), de Laura Maria de Figueiredo,
“Distribuição da literatura geológica brasileira: estudo bibliométrico”, e de Gilda Maria
Braga, “Relações bibliométricas entre a frente de pesquisa (research front) e revi-
sões de literatura: estudo aplicado à Ciência da Informação”, ambas orientadas por
Tefko Saracevic, da primeira geração de orientadores, denominados por Urbizagás-
tegui introdutores. O levantamento desse autor, utilizando diversas fontes disponí-
veis, à época, vai até 1983 e indica um total de 78 trabalhos gerados nesse período,
no Brasil, o que representa um número significativo, distribuído principalmente entre
dissertações e teses (43,5%), artigos de periódicos (33,3%) e 5,4% de comunica-
ções em anais de congresso (URBIZAGÁSTEGUI ALVARADO,1984). Deste levan-
tamento constam duas teses, identificadas na lista anexada ao artigo do autor, de-
fendidas no exterior, a primeira de Gilda Braga, “Dynamics of scientific communicati-
on: an application to science funding policy”, aprovada na Case Western Reserve
University, em 1977, e a segunda de Heloisa T. Christóvão, na Philadelphia Drexel
University, em 1983 , cujo titulo foi: “The aging of the literature of biomedical scien-
ces in developed and underdeveloped countries”. Conforme pode ser constatado, a
tese de Braga (1977) trata diretamente de política científica e a de Christóvão (1983)
enfoca de forma indireta essa questão, ao abordar países desenvolvidos e em de-
senvolvimento. Tanto Braga quanto Christóvão representam a segunda geração de
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orientadores, sendo a primeira protagonista da história da Bibliometria no Brasil, com
inúmeras orientações, conforme veremos a seguir. Sua intensa atuação nessa es-
pecialidade pode ser comprovada até hoje, pelos cursos recentes ministrados, na
qualidade de especialista-visitante do IBICT, um dos quais por vídeo conferência
com alunos do Rio de Janeiro e de Brasília. Suas atividades de ensino e pesquisa
nessa bolsa culminaram no Workshop de Metrias da Comunicação Científica: Bibli-
ometria, Informetria, Cientometria e Webmetria.
(http://www.ibict.br/noticia.php?id=534), realizado nos dias 20 e 21 de agosto de
2008.
Na década de 1980, embora a produtividade de dissertações tenha diminuído, a
regularidade continua, com a ausência de dissertações apenas nos anos de 1986 a
1987, conforme pode ser visto no quadro 2.
Quadro 2: Dissertações IBICT-UFRJ, 1980-1989 ANO PRODUÇÃO % 1980 1 7,14 1981 2 14,28 1982 4 28,56 1983 2 14,28 1984 1 7,14 1985 1 7,14 1988 1 7,14 1989 2 14,28 Total 14 100%
Este é um período em que os professores estrangeiros já não fazem parte do corpo
docente do Programa e, conseqüentemente, não mais orientam, portanto, esse pa-
pel passa completamente para professores brasileiros do IBICT, sobretudo Gilda
Braga, que orienta a grande maioria. Ao mesmo tempo começa a aparecer uma ter-
ceira geração, no caso, Lena Vania Ribeiro Pinheiro, orientanda da Professora Gilda
Braga e que inicia as suas orientações nessa fase.
Tanto na década anterior como nesta de 1980 são estudadas e aplicadas diferentes
leis e princípios bibliométricos, como as leis de Bradford, Zipf, Lotka, Goffman, frente
de pesquisa ou elitismo, característica das pesquisas desenvolvidas no IBICT, pouco
constatadas em outras instituições.
Na década de 1990 a produtividade se mantém, numa distribuição também sistemá-
tica a cada ano, com lacunas em 1994, 98 e 99, o que pode começar a refletir a a-
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posentadoria da Professora Gilda Braga, em 1999, cujo afastamento de orientações
começou nos anos anteriores, tendo a última sido em 1996 (Quadro 3).
Quadro 3: Dissertações IBICT-UFRJ, 1990-1999 ANO PRODUÇÃO % 1990 1 6,66 1991 4 26,64 1992 5 33,3 1993 1 6,66 1995 2 12,32 1996 1 6,66 1997 1 6,66 Total 15 100%
As questões, nessa década, envolvem principalmente estudos de literatura, produti-
vidade científica e citações em diferentes áreas (Veterinária, Ciência da Informação,
Física Nuclear, Educação, Química, Comunicação e Arqueologia) ou de periódicos
científicos, na linha de produtividade e núcleos básicos (Lei de Bradford), também
em diversos campos do conhecimento (História, Fruticultura Tropical e Subtropical,
Agricultura, Educação) aparecendo, ainda, análises de literatura tomando como ma-
terial dissertações e teses.
A queda do número de dissertações sobre Bibliometria, que começou a ser obser-
vada no final dos anos 1990, se acentua a partir de 2000, tanto que faltando apenas
dois anos para a década se encerrar, apenas cinco dissertações e uma tese de dou-
torado (a única nessa temática até hoje) foram desenvolvidas adotando a Bibliome-
tria / Informetria, conforme é mostrado no quadro 4.
Quadro 4 : Dissertações e tese IBICT-UFRJ e IBICT-UFF, 2000-2008
ANO PRODUÇÃO % 2000 3 * 49,8 2001 1 16,6 2003 1 16,6 2008 1** 16,6 Total 6 100%
* Duas dissertações e uma tese ** Única dissertação em Bibliometria do convênio IBICT-UFF
Do total geral de 1972 a 2008 foram levantadas 57 dissertações, sendo uma tese e,
embora o convênio a partir de 2004 tenha sido com a UFF, todas foram orientadas
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por professor do Instituto, o que comprova a convergência para o IBICT, na pesqui-
sa em Bibliometria/ Informetria e aplicação dessa metodologia.
A produtividade por orientação é apresentada no quadro 5, no qual estão retratadas
as três gerações de orientadores no IBICT e considerados os orientadores princi-
pais, e não os co-orientadores, numa continuidade e atualização do artigo de URBI-
ZAGÁSTEGUI ALVARADO (1984).
Quadro 5: Orientadores e orientandos, distribuídos por ano de titulação
* Orientações nas quais participaram co-orientadores.
Nessa relação, dois professores são os pioneiros ou primeira geração, Saracevic e
Lancaster. O maior volume de orientações está dividido entre professores do IBICT
e os estrangeiros, sendo Gilda Braga, da segunda geração acadêmica,. a grande
irradiadora dessa metodologia, concentrando 17 orientações, seguida de uma orien-
tanda sua, Pinheiro, terceira geração, já formando a quarta. Outra professora do Ins-
tituto, Laura Maia Figueiredo, faleceu em 1994, e
a Professora Rosali Souza está atualmente mais dedicada à organização do conhe-
cimento, embora ainda oriente nessa temática, tanto que a única tese (Pedrini,
2000), foi por ela orientada.
ORIENTADOR ORIENTANDO-ANO TOTAL BRAGA, Gilda, IBICT (Carvalho, 1975); (Sá, 1976); (Braga, H. ,1979);
(Christóvão,1979); (Ferrez, 1981); (Pinheiro, 1982); (Costa, 1982); (Nascimento, 1983); (Neri, 1984); (Peixoto, 1985); (Cavalcanti, 1989); (Souza, 1989); (Barreto, 1991); (Coelho, 1991)*; (Russo, 1992);(Santos, 1992); (Maranhão, 1996).
17
PINHEIRO, Lena Vania R., IBICT
(Rodrigues Garcia, 1988) ; (Valois, 1990); (Couti-nho, 1991); (Brasil, 1992)*; (Silva, J. 1995)*; (Sou-za,1995)*; (Martins, 2000); (Silva, M. 2000); (Nico-lau, 2008).
9
SARACEVIC, Tefko, profes-sor visitante
(Braga, G. 1972); (Figueiredo, 1972); (Fernandez, 1973); (Ippolito, 1973); (Maia, 1973);(Dussilek, 1974); (Di Giorgi, 1974); (Paranhos, 1975); (Olivei-ra, 1976).
9
FIGUEIREDO; Laura Maia, IBICT
(Gomes, 1977); (Gusmão, 1977);(Nosetti Menen-dez, 1978); (Rodrigues, 1981).
4
LANCASTER, Frederick Wilfrid, professor visitante
(Barbosa, 1979); (Queiroz, 1979); (Ribeiro, 1979). 3
SOUZA, Rosali F. de, IBICT (Weltman, 1992)*; (Decourt, B, 1993); Pedrini (2000).
3
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Diversos professores, a maioria do IBICT (três hoje aposentadas, Helena Braga,
Heloisa Christóvão e Maria de Nazaré Pereira), orientaram esporadicamente disser-
tações e teses em Bibliometria / Informetria, com apenas um orientando, indicado
entre parênteses: ALBAGLI, Sarita, IBICT (Mousinho, 2001); BOYCE, Bert Roy, pro-
fessor visitante (Caldeira, 1974); BRAGA, Helena M. Pereira, IBICT (Braga, L.,
1982); CARVALHO, Maria Martha de, UFMG (Campos, 1980); CRISTOVÃO; Heloísa
Tardin, IBICT (Mello, 1991); FERREIRA, Délia Valério, CLAF (Lopez Roblero,
1974);GARCIA, Maria Lucia de Andrade, UFMG (Carvalho, 1976); GONZÁLEZ DE
GÓMEZ, Maria Nélida, IBICT (Rocha, 1997); KOSOVSKI, Ester, UFRJ (Lima, 1992);
MACHADO, Ubaldino Dantas , Embrapa (Souza,1982); e PEREIRA, Maria de Naza-
ré Freitas, IBICT (Figueiredo Neto, 2003).
Após este mapeamento da produção científica em Bibliometria / Informetria gerada
no IBICT, no próximo tópico serão identificados pesquisadores também especialistas
nas metrias da comunicação científica, atuantes em diferentes instituições brasilei-
ras.
4.2 Produção Científica em outras instituições
A segunda fonte de estudos e pesquisas em Bibliometria / Informetria e Cientometri-
a, conforme explicitado no tópico 4, é composta mais por professores, individual-
mente, e, em menor escala, por pesquisadores de uma mesma instituição, represen-
tando um esforço coletivo.
Outro aspecto a ser destacado é a área de atuação desses pesquisadores, formada
por dois conjuntos: um dos que não exercem atividades em Ciência da Informação,
mas desenvolvem pesquisas em metrias da comunicação científica ou indicadores
de C&T e, o segundo, daqueles que atuam nessa área, com graduações distintas.
Do primeiro grupo fazem parte os professores Léa Velho (UNICAMP), Rogério Me-
neghini, (USP), Pierre Ohayon (UFRJ/FACC), e Jacqueline Leta (UFRJ/Ciências Bio-
lógicas); e, do segundo, aqueles que exercem atividades de ensino e pesquisa nes-
se campo, entre os quais Jaime Robredo (UnB), Dinah Población ( USP), Susana
Mueller (UNB), Ida Stumpf (UFRS), Maria Cristina Piumbato Hayashi ( UFSCAR) e
Raimundo Nonato Macedo dos Santos (UFSC). Estes pesquisadores destacam-se
nesse tema, por sua produção sistemática, relevante e mais longa no tempo, o que
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não significa que este trabalho tenha esgotado o assunto ou esteja completo, e me-
nos ainda desmereça outros pesquisadores que geram conhecimento em metrias,
eventualmente ou de forma regular, como os da Embrapa e da Universidade Fede-
ral do Paraná, por exemplo.
O primeiro grupo é iniciado pela Professora Lea Velho, da UNICAMP, nome dos
mais expressivos e com produção intensa, no Brasil e exterior, com forte atuação na
Política Científica e Tecnológica, o que inclui indicadores de C&T. A autora pesquisa
na área desde o início da década de 80, nessa fase focando citações (VELHO e
KRIGE, 1984 e VELHO, 1986) e manifestando a sua inquietação sobre como medir
a ciência (1985). Lea Velho segue uma linha de estudos sociais da ciência desde o
início, o que se justifica por seu doutorado em Política Científica e Tecnológica, pela
Science Policy Research Unit - SPRU, University of Sussex, em 1985, diferentemen-
te das dissertações iniciais do IBICT, algumas mais quantitativas. No entanto, tam-
bém é constatada a forte influência do historiador da ciência Solla Price, que partici-
pou do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação , IBICT-UFRJ, na
qualidade de conferencista, bem como de fundamentos teóricos em estudos sociais
da ciência, recorrendo a autores como Ziman, Kuhn, Merton, Bronowski e Bunge,
entre outros.
A produtividade de Velho, quantitativa e qualitativamente expressiva, tem sua temá-
tica direcionada também à produção e uso do conhecimento, à formação de recur-
sos humanos para pesquisa e cooperação internacional, sem se afastar das metrias
da comunicação científica e de suas preocupações desde sempre, com os indicado-
res (LIMA e VELHO, 2008). A literatura produzida por Lea Velho é conhecida e re-
conhecida por pesquisadores e professores do IBICT, que a citam bastante em suas
pesquisas em Ciência da Informação.
O pesquisador Rogério Meneghini, da USP, cientista de renome nacional e interna-
cional em Bioquímica, a partir do final da década de 1980 passou a se dedicar à co-
municação científica, política de C&T e indicadores, questões sobre as quais publi-
cou relevantes trabalhos, no exterior e no Brasil. Uma de suas primeiras publicações
nessa linha trata de indicadores alternativos de avaliação da produção científica no
Brasil (MENEGHINI, 1988). O Professor Meneghini foi um dos criadores do SciELo e
em alguns de seus trabalhos tem contado com a colaboração de especialistas em
ICT, como Abel Packer, da Bireme, o que pode ser exemplificado por uma de suas
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mais recentes publicações (MUGNAINI ; PACKER ; MENEGHINI, 2008) e também
tem publicado em colaboração com Jacqueline Leta, (MENEGHINI ; LETA, 2002),
incluída entre os autores estudados.
Ainda no primeiro grupo, o Professor Pierre Ohayon, da Faculdade de Administração
e Ciências Contábeis-FACC, da UFRJ, tem toda a sua formação e pós-graduação
em Administração e a gestão e avaliação de C&T são os pontos focais de suas ativi-
dades de ensino e pesquisa, desde os meados da década de 1980. Uma de suas
primeiras publicações foi a comunicação em congresso sobre a avaliação de C&T
brasileira (MARCOVITCH, OHAYON, 1984) e o artigo sobre indicadores na Petro-
brás (MORAES; OHAYON; LEITÃO,1989). Na continuidade de suas pesquisa e en-
tre as mais recentes, Ohayon propôs um modelo para a avaliação de programas de
pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação (OHAYON, ROSENBERG,
2007). Sua atividade para formação de recursos humanos em avaliação de progra-
mas e projetos em C&T é intensa, especialmente em cursos de curta duração.
Encerra este grupo a professora da UFRJ Jacqueline Leta, a mais jovem, mas com
expressiva e consistente produção científica, no Brasil e exterior. Oriunda da área
de Ciências Biológicas, tem mestrado e doutorado em Gestão, Educação e Difusão
de Ciências, também pela UFRJ. Sua especialidade é a produção científica nacio-
nal, daí ter publicado, como co-autora, o livro “O perfil da ciência brasileira” (MEIS,
LETA, 1996).Dedica-se especialmente a indicadores de C&T, o que inclui a pós-
graduação brasileira, na sua relação com a produtividade científica (LETA, LANNES,
MEIS, 1997), além de estudos de gênero, no caso, da presença feminina na ciência
no Brasil.
O segundo grupo, vinculado à Ciência da Informação, tem no Professor Jaime Ro-
bredo um dos precursores da área no Brasil. Com formação acadêmica em Química,
inclusive pós-doutorado na Holanda, exerceu atividades no Serviço de Documenta-
ção do Instituto do Vidro, em Paris, por mais de dez anos. No Brasil, a partir de
1974 continuou nessa linha de estudos e tem devotado a sua vida acadêmica à
Ciência da Informação. Um dos seus primeiros trabalhos foi elaborado na década de
1970 ( ROBREDO, 1975) e o foco de suas pesquisa são as técnicas bibliométricas
nos processos de indexação e recuperação da informação, bem como listas básicas
de periódicos, inclusive em Agricultura.
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Atualmente, Jaime Robredo é líder do Grupo de Pesquisa de Representação e Or-
ganização da Informação e do Conhecimento, que inclui entre as linhas de pesquisa
Estudos Métricos de Informação ( Informetria) e um de seus mais recentes trabalhos,
nesse assunto, data de 2005 (ROBREDO, J. ; CANTANHEDE, R. S., 2005). Partici-
pa de seu Grupo de Pesquisa a professora Marisa Brascher, também da UnB, que
já apresenta produção em Bibliometria.
Na mesma Universidade, a Professora Suzana Mueller também há longo tempo
dedica-se à Comunicação Científica, é líder de Grupo de pesquisa com o mesmo
nome, e foi coordenadora do GT7 -Produção e Comunicação da Informação Cientí-
fica, da Ancib (2005-2006). A temática de seus estudos têm sido o periódico científi-
co, incluindo o estabelecimento de listas básicas, e produção científica. Sobre essas
questões tem publicado inúmeros trabalhos, adotando metodologias quantitativas,
desde o início dos anos 1990 (MUELLER, 1991), continuando nessa abordagem até
os dias atuais, conforme comprova um de seus mais recentes trabalhos (
MUELLER, 2008). A professora Sely Costa é outra líder do Grupo de Comunicação
Científica, com estudos voltados ao acesso aberto, que incluem indicadores de sus-
tentabilidade de periódicos eletrônicos brasileiros
Outra professora da Ciência da Informação é Dinah Población, da USP, que há mui-
to anos desenvolve pesquisa sobre produção científica em diferentes campos do
conhecimento como Saúde (POBLACIÓN, 1986), e especialmente na Ciência da
Informação, numa contribuição relevante para o mapeamento dessa área e seu de-
senvolvimento. Como decorrência dessas pesquisas a professora fundou, em 1992,
o Núcleo de Pesquisa de Produção Científica, na USP/ECA
(http://www.eca.usp.br/nucleos/pc/ProjeodoNPCnaComunidadeCientfica.htm), que
congrega inúmeros pesquisadores e cuja produção tem sido disseminada em diver-
sas publicações. Entre os trabalhos mais recentes merece destaque um artigo so-
bre produção científica em Ciência da Informação (POBLACIÓN, 2005)
Em outra Universidade, a Federal do Rio Grande do SUL- UFRGS, a Professora Ida
Stumpf, além de ser líder do Grupo de Pesquisa Comunicação Científica, abran-
gendo as metrias, também coordena o GT-Grupo de Trabalho da ANCIB nessa dis-
ciplina. Na sua atuação acadêmica, principalmente a partir dos anos 2000, tem pro-
duzido e orientado nessa linha, na pós-graduação, na qual conta com o reforço da
Profa. Sonia Caragnato. Nas suas pesquisas os métodos bibliométricos são aplica-
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dos sobretudo à produção cientifica da Comunicação e da Ciência da Informação, o
que inclui análises de citação (STUMPF, I. R. C. ; MESQUITA, R. M. A., 2004).
Com produção em metrias, especialmente dos anos 2000 em diante, a professora
Maria Cristina Hayashi, da UFSC, tem formação em Ciências Sociais e pós-
graduação em Educação, daí suas pesquisas com aplicação nessa área, abrangen-
do Educação Especial e Educação jesuítica. Seus numerosos trabalhos abordam
principalmente a produção científica das áreas mencionadas, a mais recente deste
ano (HAYASHI, M. C. P. I. et al., 2008).
Encerra o grupo de pesquisadores com atuação em Ciência da Informação, o Pro-
fessor Raimundo Nonato Macedo dos Santos, anteriormente na PUCCAMP e hoje
na UFSCAR.
Graduado em Engenharia Civil, passou a se dedicar às metrias da comunicação ci-
entífica nos anos 1990, o que pode ter sido decorrência de seu mestrado e doutora-
do na Université Aix Marseille III, na qual professores adotam métodos bibliométri-
cos, tendo como recurso softwares especialmente desenvolvidos nessa Universida-
de.Entre os seus trabalhos, que analisam principalmente a produção da Ciência da
Informação, um dos mais recentes trata das dissertações e teses ( SANTOS, R.N.M.
et al ., 2007)
Considerando que o objetivo deste tópico do trabalho foi abordar pesquisadores
fora do IBICT, deixa de ser analisada a produção da autora principal deste texto e
que foi um dos nomes levantados nos Grupos de Pesquisa com o enfoque das mes-
trias da comunicação científica e do qual participa a professora Gilda Braga.
5. Convergências e perspectivas promissoras para as metrias no Brasil
As abordagens teóricas e aplicações bibliométricas e informétricas entre pesquisa-
dores brasileiros especialistas em metrias da comunicação científica, consideradas
as áreas de atuação e de formação, e órgãos de origem, verificadas no decorrer
deste trabalho, apontam para diversidade, convergências, fortalecimento e expan-
são desse campo de estudos, comprovados pelos cursos, crescimento de grupos de
pesquisas e produtividade, novos eventos e associações.
Do lado do IBICT, o retorno da professora Gilda Braga ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação e seus cursos recentes de mestrias da comu-
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nicação científica e a criação do GEM – Grupo de Estudos em Metrias, reunindo pro-
fissionais de informação de diferentes instituições (UFRJ, FIOCRUZ, PUC-Rio, Insti-
tuto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, COMLURB, VTLS, entre ou-
tros) trazem um novo sopro para revitalização da Bibliometria / Informetria. A recém
inserção dos professores Pierre Ohayon e Jacqueline Leta no Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação, novamente em convênio do IBICT com a
UFRJ completa o quadro altamente favorável aos avanços desses estudos.
Institucionalmente, alguns fatos são importantes no Instituto: a atuação do Grupo de
Pesquisa Comunicação e Divulgação Científicas, que abriga estudos bibliométricos /
informétricos e a implantação do LABCOM – Laboratório de Pesquisas em Comuni-
cação Científica, que proporciona infra-estrutura tecnológica para o desenvolvimento
de estudos e pesquisas nessa linha. Não podem deixar de ser mencionados os re-
positórios de acesso livre, movimento liderado por Helio Kuramoto: o SEER - Siste-
ma Eletrônico de Editoração de Revistas e a BDTD - Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações, do IBICT, rico material a ser explorado para geração de indicadores.
Nas Universidades foi constatado o crescimento e fortalecimento de grupos dedica-
dos às metrias da comunicação científica, na UnB, USP, UFRJ e UFRGS, até num
esforço inter-institucional, por exemplo, de participação de pesquisadores de dife-
rentes instituições, num mesmo Grupo de Pesquisas, o que pode ser exemplificado
com a UnB e IBICT e UnB e UFRG, inclusive no desenvolvimento de pesquisa con-
juntas. São forças acadêmicas para impulsionar, intensificar e expandir estudos e
pesquisas em metrias da comunicação científica, além de outras iniciativas e produ-
ção científica detectadas na Universidade do Paraná, Embrapa, inclusive Embrapa
Amazônia Oriental, FIOCRUZ e outras entidades.
Por outro lado, a institucionalização da pesquisa tem sido fortalecida por uma série
de iniciativas e eventos. Na Bireme, o SciELo abre maiores possibilidades de estu-
dos bibliométricos, pelo instrumental disponível e, ao mesmo tempo, para o desen-
volvimento, de forma mais sistemática, de pesquisas com cientistas de determinados
campos do conhecimento, como Meneghini, e especialistas em Ciência da Informa-
ção, por exemplo, Abel Packer e estatísticos, como Rogério Mugnaini.
Reuniões como o CRICS - Congresso de Informação em Ciências da Saúde têm
privilegiado a comunicação científica e as metrias, cujo melhor exemplo é o mais
recente, o oitavo, realizado de 16 a 19 de setembro de 2008, tendo entre os temas
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políticas e programas em informação e comunicação científica e estado da arte da
comunicação científica.
Como experiência preparatória para o ISSI -International Society for Scientometrics
and Informetrics, planejado para julho de 2009, no Rio de Janeiro, foi realizado o
EBBC- 1º Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cienciometria. Nesses três eventos
deve ser ressaltada a participação de representantes das diferentes fontes da pro-
dução científica em Bibliometria / Informetria no Brasil, estudadas neste trabalho:
IBICT, UNICAMP, UFRJ e BIREME.
Finalmente, o evento no qual está sendo apresentado este trabalho, a II Conferência
Ibero-Americana de Publicações Eletrônicas no Contexto de Comunicação Científi-
ca, reunindo a maioria das instituições e pesquisadores mapeados neste estudo,
presentes no Comitê Científico, nos Workshops, como instrutores, em palestras,
trabalhos apresentados e no desempenho de atividades de coordenação e relatoria
de mesas. Esta Conferência representa a integração de competências e experiên-
cias diversificadas na revitalização, aprofundamento e expansão das metrias de co-
municação científica, num aceno de perspectivas promissoras.
Conceptual and historical cartography of Bibliometrics / Informetrics in Brazil. Abstract Historical approach of Bibliometrics/Informetrics in Brazil, theoretically and conceptually based upon the ideas of Solla Price in order to analyze this area´s origins and trajectory specially at IBICT‘s, a pioneer institute in introducing Bibliometrics, in the beginning of the 70’s. Analysis was done in dissertation and theses of IBICT’s graduate program, including advisors and advisees, academic generations, foci and tendencies in research trends, complemented by the identification of other foci of Bibliometric production in our Country. Promotion of courses and technical-scientific events, as well as the creation of research groups on the subject point out to the expansion and strengthening of Metrics of Scientific Communication in Brazil; it also points out to promising perspectives caused by the convergence of academic competence and experience in graduate programs, trends and research groups.
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Key words: Bibliometrics in Brazil; Informetrics; Concepts; Theses and
Dissertations; IBICT
1 Trabalho oriundo da pesquisa “A Ciência da Informação no Brasil: historiografia de uma área contemporânea
no cenário nacional”, na qual a autora principal é coordenadora. Trata-se do prosseguimento a estudos semelhan-
tes sobre aspectos históricos e mapeamento, não somente da Ciência da Informação, no Brasil, como de suas
disciplinas constituintes, conforme já ocorreu com a Inteligência Competitiva. 2 Pesquisadora e professora do IBICT- Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Doutora em
Comunicação e Cultura, UFRJ 3 Graduanda em Museologia, da UNIRIO.
4 A experiência em ensino e pesquisa da autora principal deste trabalho confirma os resultados encontrados no
Diretório de Grupos de Pesquisa, do CNPq. 5 Pela etimologia, Cientometria deriva de Scientia, do latim, daí cientistas e científico, em português, ou Scien-
tometrics, em inglês, portanto, a denominação cienciometria não seria correta em nossa língua, embora comu-
mente utilizada em espanhol. 6 Na literatura aparece o termo webometria e, em maior escala, webmetria, adotado no presente trabalho. 7 Tefko Saracevic, engenheiro elétrico nascido na Croácia e hoje naturalizado americano, quando veio ao Brasil
era professor da Case Western University, em Cleveland, Ohio, e hoje está na Rutgers State University of New
Jersey, na School of Communications, Information and Library Studies. Dedica sua vida à Ciência da Informa-
ção, é um dos mais importantes teóricos da área, com numerosa e relevante produção científica, reconhecida
internacionalmente. Sua obra apresenta mais de mil citações no Science Citation Index e mais de 3.500 ( três mil
e quinhentas) citações a seus artigos no JASIST,de 1956 a 2004, segundo o Web of Science.
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