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Cartilha Setembro Amarelo
Campanha brasileira de Valorização da Vida
Poucas pessoas sabem, mas a cor que nomeia o mês de valorização da vida e prevenção ao suicídio – o amarelo – nasceu em 1994. A história começou com Dale Emme e Darlene Emme, e o filho do casal, Mike Emme. O garoto era caridoso e tinha tanta habilidade com a mecânica que restaurou um Mustang 68 e o pintou de amarelo.
Porém, em 1994, o jovem se matou aos 17 anos. No dia do funeral, os amigos do rapaz fizeram 500 cartões com fitas amarelas para quem quisesse pegar com a mensagem: Se você precisar, peça ajuda.
Os cartões se espalharam pelos Estados Unidos e em pouco tempo diversas cartas foram escritas por adolescentes. Todos os manuscritos tinham um assunto em comum: a busca pela ajuda. A partir disso, a fita amarela foi escolhida como símbolo.
Em 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro como Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, e o amarelo escolhido por Mike para pintar o carro antigo foi a cor escolhida.
Em 2015, o Setembro Amarelo teve início no Brasil, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Neste ano de 2019, a Caixa de Assistência dos Advogados adotou a iniciativa, mas sob um novo viés: de valorização da vida. Prevenir ao suicídio é, antes de tudo, valorizar a vida.
História
M I C H A E L E M M E
O Setembro Amarelo busca a conscientização acerca da prevenção do suicídio por meio da informação.
O objetivo principal é promover o diálogo sobre o assunto; e dar efetivo apoio às pessoas que passam por momentos difíceis.
A CAA/MG, com a Campanha de Valorização da Vida, apresenta dicas para as pessoas buscarem prazer e realização em atividades, situações e afazeres cotidianos. Desta forma, a Caixa de Assistência dos Advogados mostra como é bom viver a partir de hábitos simples e saudáveis.
Setembro Amarelo
O suicídio é o ato de se matar. A pessoa que passa por um momento difícil, não deseja acabar com a própria vida, mas sim, acabar com o sofrimento. Ela acredita que as dificuldades e contratempos pelos quais está passando só chegam ao fim por meio da morte, não havendo outra solução.
Definição do suicídio
Tristeza absoluta
Desânimo
Fata de energia
Perda de prazer em atividades que antes eram prazerosas para esse indivíduo
Isolamento
Desfazer-se de objetos pessoais com valores emocionais e importantes
Comentários e intenções suicidas
• “Vou desaparecer”;• “É inútil tentar mudar, só quero me matar”.• “Vou deixar vocês em paz”;• “Não aguento mais essa vida”.
Sinais que identificam uma pessoa suicidaO suicídio não é um comportamento isolado, engloba vários fatores: biológicos, genéticos, psicológicos, sociológicos, culturais e ambientais. Uma das princi-pais causas associadas é a depressão, ocasionada por predisposição genética, desequilíbrio mental, além de situações diárias do cotidiano. Nesse caso, ela age como “gatilho”, o que encoraja o indivíduo a tal ato.
Em geral, os suicídios são planejados e demonstrados por meio de alguns sinais. O reconhecimento desses sinais é essencial para a prevenção. Entre os principais sintomas e sinais estão:
Mitos
O objetivo do Setembro Amarelo é justa-mente dialogar e conscientizar as pessoas sobre o assunto. Com o diálogo aberto é bem mais fácil diagnosticar o problema e salvar vidas.
Não! As chances de alguém tentar suicídio depois de uma tentativa são ainda maiores. A pessoa que está em tratamento e em recuperação após uma tentativa de suicídio deve ser analisada constantemente.
Esse é um dos mitos mais falados e que atrapalham, inclusive, os profissionais da saúde. A pessoa com pensamentos suicidas sofre e não consegue enxergar soluções para a cura. Dizer simplesmente que é fraqueza não é verdade e piora muito a condição emocional desse indivíduo.
Normalmente, as pessoas dão sinais, seja falando sério ou em tom de brincadeira. Por isso, é essencial analisar esses “Sinais” e “ameaças”. Não podemos descuidar desse indivíduo que demonstra essa fraqueza em relação a vida.
Mesmo que o indivíduo esteja com a ideia fixa em relação ao suicídio, sempre haverá situações de prevenção na qual podemos ajudar a impedir. Atenção, cuidado e busca por profissionais da área da saúde, como psicólogos e psiquiatras são alguns caminhos a serem seguidos.
N Ã O S E D E V E F A L A R E M S U I C Í D I O ?
S O B R E V I V E N T E S D E S U I C Í D I O E S T Ã O A
S A L V O ?
Q U E M S U I C I D A É F R A C O ?
Q U E M A M E A Ç A N Ã O F A Z ?
N Ã O H Á C O M O I M P E D I R ?
Existem alguns mitos sobre o tema que atrapalham as pessoas que realmente precisam de ajuda. Saiba quais são eles:
Como entender e identificar algumas síndromes
Aproximadamente uma em cada seis pessoas que cometem suicídio deixam um bilhete que, às vezes, dão pistas para as
razões que a levaram ao suicídio.
Na maioria das vezes, o tratamento para depressão é feito combi-nando psiquiatra e psicoterapia, por meio de psicólogos.
O diagnóstico da depressão é clínico e somente pode ser dado por um médico especialista, no caso o psiquiatra, que é responsável por tratar pessoas com transtornos mentais e através da Terapia acompanhado por um Psicólogo.
O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício.
Existem também medicamentos antidepressivos, que ajudam a regular a química cerebral e é aplicado conforme cada caso, de acordo com cada paciente. Nesse contexto, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem papel importante na atenção à saúde e tratamento de pessoas com depressão e outros problemas mentais.
Diagnóstico e tratamento
Os atendimentos e tratamentos para depressão são feitos, prioritari-amente, na Atenção Básica, principal porta de entrada para o SUS, ou nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), onde o usuário recebe atendimento próximo da família com assistência multiprofissional e cuidado terapêutico conforme o quadro de saúde.
A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.
Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios.
A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão. A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.
A depressão não tem tempo para passar. Pode durar dias, semanas, meses ou anos. A pessoa em crise, após superar o transtorno mental, também pode, a qualquer momento, experimentar novos episódios da depressão.
Apesar dos dados apontarem para uma sociedade altamente medicalizada, o número de casos de suicídio vem aumentando de forma alarmante, evidenciando uma incoerência: a grande quantidade de indivíduos que fazem o uso de medicação não corresponde a uma baixa no número de pessoas que apresentam ideação suicida.
Embora a medicação possa constituir-se parte importante do tratamento, é necessário compreender que o seu uso, por si só, não equivale a um tratamento completo para o sujeito em sofrimento. Ao contrário, o uso inadequado ou indiscriminado de medicamentos pode resultar em graves consequências à saúde dos usuários, ou ainda levar à dependência. (fonte:CFP)
Para o CFP, a atuação de profissionais da Psicologia na prevenção ao suicídio deve extrapolar as intervenções estritamente individuais e buscar a compreensão das condições de vida que podem contribuir para produzir sofrimentos mentais intensos. O papel da Psicologia é acolher e ressignificar esses sofrimentos, a partir do entendimento de como são produzidos nas instâncias sociais, históricas e culturais, sempre em diálogo com outros campos do saber. (fonte: CFP)
Como podemos ajudar alguém na prevenção do suicídio?
Para contribuirmos na prevenção do suicídio, devemos ser capazes de perceber os sinais de alerta que a pessoa emite. Geralmente esse indivíduo pode demonstrar desinteresse, até mesmo das atividades que mais gostava, não tem mais a mesma produtividade na escola ou no trabalho, se isola de amigos e parentes, descuida-se da aparência, não se importa mais com suas atividades diárias ou diz muitas frases relacionadas à morte.
O primeiro passo é conversar com essa pessoa. Mas com uma ressalva: deixe que a pessoa fale, sem emitir julgamentos ou opiniões sobre o assunto. Deixe bem claro que sua vontade é apenas ajudar. O que devemos lembrar sempre é que não devemos medir a dor dos outros pelas nossas experiências pessoais e entender que o que não nos afeta não necessariamente não causa dor e sofrimento no outro.
É importante sempre incentivar a pessoa que está apresentando sinais de que pretende cometer suicídio a procurar ajuda especializada. Caso perceba que a pessoa corre risco imediato, é fundamental não deixá-la sozinha. Nesses casos, entre em contato com serviços de emergência e com alguém de confiança.
Psicologia e linhas de atendimento
A técnica de psicanálise tem como característica o uso de
associações livres, em que o paciente se expressa sobre
sua vida ou coisas que lhe parecem relevante, enquanto
a psicanalista escuta, identifica e analisa suas palavras,
ações, sonhos fantasias como manifestações de seu
inconsciente. A psicanálise, por outro lado, consiste em um
método de estudo terapêutico (psicoterapia) específico,
que se foca na interpretação dos processos da psique no
nível do inconsciente humano, com a intenção de tratar
distúrbios mentais ou neuroses, por exemplo.
P S I C A N Á L I S E
A terapia cognitiva comportamental consiste em uma linha
de psicoterapia que inclui vertentes da terapia cognitiva e
da comportamental. Esta terapia normalmente tem curta
duração, entre três a seis meses e tem como objetivo ajudar
o paciente a encontrar novas estratégias para enfrentar
os problemas. Ajuda a entender que os sentimentos são
iniciados por pensamentos e capacita o paciente a reinterp-
retar os seus pensamentos de forma mais construtiva.
C O G N I T I V O C O M P O R T A -M E N T A L P O R T A M E N T A L
A Neuropsicologia é uma especialidade da Psicologia
cujo objetivo é o estudo das relações entre o cérebro e
o comportamento/cognição. O psicólogo especialista
em Neuropsicologia atua no diagnóstico e reabilitação
das alterações cognitivas e comportamentais causadas
principalmente por disfunções e lesões cerebrais.
N E U R O P S I C O L O G I A
Confira abaixo algumas linhas de atendimento possíveis, sem pretender dar definições acadêmico ou teórico sobre as abordagens complexas e integrais, nem tampouco apresentar um rol definitivo e conclusivo. É para facilitar um primeiro passo na busca de uma linha de atendimento com qual há mais identificação pessoal para a busca desse tipo de atendimento profissional.
A terapia analítico-comportamental (TAC) é um tipo de
psicoterapia que tem como objetivos analisar a relação
que os comportamentos do paciente, que é tratado como
agente mais ativo no seu processo terapêutico, têm com
o ambiente em que vive, ajudá-lo a discriminar quais
comportamentos estão sendo mais ou menos adaptativos,
a partir da discriminação das consequências reais destes
comportamentos e da função deles em sua vida. O
objetivo é torná-lo capaz de manter comportamentos
mais saudáveis, que lhe tragam menos sofrimento e mais
reforçadores positivos naturais.
Este modelo psicoterápico trabalha as experiências do
indivíduo com um foco em restaurar o contato consigo,
com os outros e com o mundo, com responsabilidade sobre
si mesmo e uma observação marcada no “aqui e agora”,
que indica a experiência do momento presente em que
se realiza a terapia, levando-se em conta o contexto e a
constituição do consulente de modo geral.
P S I C O T E R A P I A
A N A L Í T I C A
G E S T A L T T E R A P I A
Para esta linha, os conflitos enfrentados pelo indivíduo
não decorrem de conflitos ocultos ou inconscientes; sua
abordagem está orientada a entender os comportamentos
em um processo de aprendizagem, reconhecer os fatores e
padrões que levam a esses comportamentos e a encontrar
formas de adotar hábitos que lhe permitam alcançar seus
objetivos com a terapia.
A psicologia Integrativa se refere à união dos sistemas
afetivo, cognitivo, comportamental e fisiológico dentro
da pessoa, com uma consciência dos aspectos sociais e
transpessoais dos sistemas que a cercam. Esses conceitos
são utilizados em uma perspectiva de desenvolvimento
humano, na qual cada fase de vida apresenta tarefas
específicas de desenvolvimento, sensibilidades únicas
em relação a outras pessoas e oportunidades para novos
aprendizados.
O objetivo de uma Psicoterapia Integrativa é facilitar
a totalidade, de maneira que a qualidade do ser e do
atuar da pessoa no espaço intrapsíquico, interpessoal e
sociopolítico seja maximizada, levando em consideração os
limites pessoais de cada indivíduo e as forças externas do
ambiente em que está inserido.
A N Á L I S E D O
C O M P O R T A M E N T O
I N T E G R A T I V A
Trata de estudar os indivíduos dentro de um sistema de
relacionamentos. Desta maneira, para tratar uma disfunção
individual é importante iniciar uma terapia de grupo.
O Psicodrama é um método de ação profunda e transfor-
madora, que trabalha tanto as relações interpessoais como
as ideologias particulares e coletivas que as sustentam. Sua
aplicação é uma das mais eficientes e criativas nos campos da
saúde, da educação, das organizações e dos projetos sociais.
É orientado pela emoção, pelo grupo e pela co-criação,
pois busca promover estados espontâneos, discriminar e
integrar, com certa harmonia, o individual com o coletivo,
o mundo interno com a realidade compartilhada. Produz
catarse emocional e insights cognitivos. Para isso, usa
tanto a comunicação verbal como a não verbal.
S I S T Ê M I C A
P S I C O D R A M A
Atividades e terapias alternativas para Valorização da Vida
Em termos conceituais, pode-se dizer que a meditação
corresponde a um conjunto de técnicas que visam atingir
níveis avançados de concentração. O objetivo principal da
meditação é garantir ao sujeito um nível maior de concen-
tração e autoconhecimento. Para descobrir os benefícios
da meditação é necessário iniciar a prática, entender a
seu funcionamento e experimentar os resultados. Mais do
que uma atividade de relaxamento, a meditação é uma
atividade que potencializa a parte espiritual, deixando
a mente mais leve. Muitas vezes a meditação é utilizada
como ferramenta para controlar ou até mesmo eliminar
a ansiedade e o estresse. Ao ajudar na concentração, a
meditação pode ajudar o sujeito a atingir os objetivos de
vida e focar nas questões que realmente importam.
M E D I T A Ç Ã O
O Yoga é uma das ciências mais antigas do mundo,
com cerca de 7 mil anos, e continua ganhando força na
atualidade. Consiste em um conjunto de disciplinas físicas
originárias da Índia, comumente associadas a práticas
meditativas e uma série de postura exercitadas pelo seu
praticante. A prática regular gera um movimento de fora
pra dentro, onde o praticante gera uma harmonia em
todo seu sistema nervoso, físico, circulatório, hormonal,
digestivo, muscular, sensorial e cinestésico. Com isso passa
a explorar e atuar em camadas mais sutis de si mesmo. Ao
estar presente em seu corpo e em sua respiração, o Yoga
abre a possibilidade de ser menos reativo e mecânico,
trazendo ações e relações mais conscientes e serenas.
Y O G A
As Barras de Access é uma terapia corporal que permite
que você e o seu corpo comecem a desprender-se dos
pensamentos, ideias, condicionamentos, emoções,
atitudes e crenças limitantes que você tenha registrado
sobre quaisquer situações ou experiências. As Barras são
32 pontos na cabeça onde estão armazenados todos os
pensamentos, ideias. Quando as Barras são ativadas, por
meio do toque na cabeça, é como apertar a tecla “delete”,
do computador, apagando esses condicionamentos que
não servem mais, permitindo assim mais espaço disponível
para poder receber e criar experiências completamente
novas. As Barras de Access podem ajudar com ansiedade,
depressão, Frustração, falta de sono e é recomendável para
pessoas com déficit de atenção, hiperatividade, personali-
dade obsessiva compulsiva, autismo, etc.
B A R R A D E A C C E S S
O tratamento contra depressão é muitas vezes aliado a medicações. Mas existe toda uma gama de práticas que podem ser aliados importantes ao tratamento principal.
Conclusões e Recomendações
A correlação entre a advocacia e potenciais riscos para a saúde mental existe. Talvez bastasse uma breve reflexão sobre o que significa viver esse ofício e suas condições de trabalho em permanente pressão. Prazos, conflitos e a linha tênue entre a vida pessoal e a vida profissional e a vulnerabilidade dos direitos de quem o advogado (a) defende com tantos e diferentes direitos em risco.
Os valores pessoais em constante discussão e análise; as dificuldades do mercado; os desafios de gerir ou fazer parte de uma sociedade ou departamento jurídico; os valores econômicos e os papéis pessoais que a classe desempenha; são elementos presentes no dia a dia profissional.
A cartilha foi produzida com o objetivo de apresentar uma luz sobre o assunto e chamar atenção dos profissionais para esse importante cuidado pessoal de valorização da vida. Desse momento em diante, é uma questão de buscar apoio do seu entorno, de ajuda profissional e de entender que talvez você não esteja bem.
Depois, com respeito à classe, esperamos que esse material possa ser um pequeno incentivo à discussão em âmbito profissional e até mesmo à formulação de políticas institucionais nos escritórios de advocacia, departamentos empresarias e públicos.
Fonte:- Ministério da saúde;-CFP;-ABP;