Carta de Reclamação

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Esboço da Carta de Reclamação/Protesto Escola Secundária de Amares, 13 de Janeiro de 2009 Ex.mo Senhor Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária de Amares Apresentação do assunto ou motivo do protesto/reclamação: – Nós, alunos do 11º A, vimos por este meio (somos a) protestar/reclamar o indeferimento, por parte de vossa excelência, de um pedido de autorização para uma situação excecional de visita de estudo, no âmbito da disciplina de Português, que estava a ser providenciada em tempo recorde desde o dia 5 (primeiro dia de aulas deste período) pela professora Ana Forte para as suas turmas de 11º ano (11º A e E), constando de uma ida ao Teatro Circo a Braga, no dia 7 de janeiro, onde, às onze horas, visualizaríamos a representação da peça “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett, obra dramática que será objeto de estudo no decurso deste período letivo, e que estaria em cena apenas nesse dia, exclusivamente para escolas do concelho de Braga, tendo sido aberta esta exceção por sobra de meia centena de lugares neste horário, que quisemos imediatamente aproveitar. Causas da não autorização: - Como causa primeira da não autorização, que lamentamos, foi –nos apresentado por vossa excelência o grande argumento do escasso tempo disponível (dois dias) para a organização desta saída da escola, que comprometia tempos de aulas e obrigava a vários procedimentos legais incontornáveis, nomeadamente: autorização do Conselho Pedagógico, dado ser uma atividade que apenas iria beneficiar duas turmas, quando a política de escola e do Ministério é a de que estas atividades devam ser organizadas em grupo disciplinar e para benefício de todos os alunos; comunicação atempada aos docentes das disciplinas cujas aulas iriam ser “afetadas” por esta atividade, bem como a angariação de mais um docente para acompanhar o grupo, e autorização dos encarregados de educação. Contra-argumentos:

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Esboço da Carta de Reclamação/Protesto

Escola Secundária de Amares, 13 de Janeiro de 2009

Ex.mo Senhor Presidente do Conselho Executivoda Escola Secundária de Amares

Apresentação do assunto ou motivo do protesto/reclamação:

– Nós, alunos do 11º A, vimos por este meio (somos a) protestar/reclamar o indeferimento, por parte de vossa excelência, de um pedido de autorização para uma situação excecional de visita de estudo, no âmbito da disciplina de Português, que estava a ser providenciada em tempo recorde desde o dia 5 (primeiro dia de aulas deste período) pela professora Ana Forte para as suas turmas de 11º ano (11º A e E), constando de uma ida ao Teatro Circo a Braga, no dia 7 de janeiro, onde, às onze horas, visualizaríamos a representação da peça “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett, obra dramática que será objeto de estudo no decurso deste período letivo, e que estaria em cena apenas nesse dia, exclusivamente para escolas do concelho de Braga, tendo sido aberta esta exceção por sobra de meia centena de lugares neste horário, que quisemos imediatamente aproveitar.

Causas da não autorização:

- Como causa primeira da não autorização, que lamentamos, foi –nos apresentado por vossa excelência o grande argumento do escasso tempo disponível (dois dias) para a organização desta saída da escola, que comprometia tempos de aulas e obrigava a vários procedimentos legais incontornáveis, nomeadamente: autorização do Conselho Pedagógico, dado ser uma atividade que apenas iria beneficiar duas turmas, quando a política de escola e do Ministério é a de que estas atividades devam ser organizadas em grupo disciplinar e para benefício de todos os alunos; comunicação atempada aos docentes das disciplinas cujas aulas iriam ser “afetadas” por esta atividade, bem como a angariação de mais um docente para acompanhar o grupo, e autorização dos encarregados de educação.

Contra-argumentos:

- Admitindo como válido o argumento da falta de tempo necessária para a devida programação/organização, alegou-se haver um motivo justificável: o termos estado de férias e só ter havido conhecimento de tal possibilidade no primeiro dia de aulas do segundo período, tendo a docente, a pedido dos alunos, feito nesse mesmo dia todas as diligências junto da Câmara de Braga (organizadora do evento para escolas do Conselho de Braga) e do Teatro Circo, conseguindo a única vaga existente: 50 lugares para dia 7, às onze horas da manhã, optando, então, por tentar proporcionar tal oportunidade aos seus alunos, fazendo uma pré-marcação de 45 lugares para os seus alunos, que poderiam ser acompanhados exclusivamente pela docente, já que a viagem era curta e só implicava a permanência naquele espaço, sendo nós crescidos e respeitadores das regras cívicas. Enquanto aguardava resposta do Conselho Executivo, a docente deu imediatamente provimento a aspetos logísticos, como: transporte e respetivo custo; preparação do documento de autorização dos encarregados de educação; comunicação com os docentes das disciplinas que iriam ficar sem aula, no sentido de encontrar uma solução alternativa (reposição de aulas), principalmente no caso do 11º A, para não comprometer o cumprimento do programa e a lecionação de conteúdos a serem objecto de exame este ano a Biologia e Físico – Química; permuta de uma aula sua numa turma de décimo ano via

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profissional, que estava assegurada. Portanto, os principais problemas estavam praticamente ultrapassados. Quanto ao segundo argumento, que depois veio a pesar mais na decisão negativa, constando do facto de não participarem todas as turmas e, por isso, ter de ser ouvido o Conselho Pedagógico, permitimo-nos discordar que o único mecanismo de autorização passe pela legitimação deste Conselho, não estando previstas soluções alternativas para situações urgentes como estas. Também consideramos uma regra injusta e nem sempre respeitada, permitindo-nos refutar tal decisão. Primeiro, nem sempre as oportunidades poderão estar ao alcance de todos – no caso, não havia lugares para todos os alunos; sabemos que nem todos os professores se disponibilizam para organizar ou colaborar na realização de tais atividades, bem como nem todos os alunos estão interessados e as valorizam, não devendo, por isso, tal política afetar os que o querem e têm oportunidade de fazer. Segundo, este critério não tem sido geral, como já referimos, já que tem havido muitas visitas de estudo e atividades restritas a um grupo, e todos sabemos disso por experiência própria, o que dispensa a citação de exemplos. E sendo vossa excelência o representante principal do órgão de gestão desta escola poderia ter assumido a responsabilidade da decisão que seria mais justa: permitir esta experiência que traria vantagens culturais e académicas para um grupo de quase meia centena de alunos, o que, por si só, já seria um ganho para todos, inclusive a escola, pois “Quantos mais cultos melhor!”.

Conclusão: - O que se pode, então, concluir, justificando a nossa insatisfação e consequente protesto, é que os alunos, principais beneficiadores desta atividade, saíram duplamente prejudicados, dado que, por questões que seriam resolúveis e contornáveis, foram impossibilitados de, por um lado, aproveitar a oportunidade única de assistir a um evento que complementaria e enriqueceria o estudo/compreensão de uma obra literária em estudo, cuja tipologia e propósito é a teatralização, o que legitima a grande pertinência da atividade; por outro lado, seria igualmente uma possibilidade exclusiva de conhecer o renovado “Teatro Circo”, “ex-libris” cultural da cidade de Braga e um dos mais conceituados espaços culturais do país, em cuja sala principal iria ser representada a peça maior do romantismo português – “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett -, o que muito nos motivou. Resta-nos lamentar e reclamar ter perdido tal ocasião, deixando o apelo a que tais situações sejam bem ponderadas, avaliadas e pretensamente revistas, para não se comprometer o proveito maior dos alunos em nome de questões burocráticas e logísticas que poderão ser abreviadas e até contornadas, desde que se assumam responsabilidades, como seria o caso.Gostaríamos, por isso, que o Conselho Pedagógico tomasse conhecimento do nosso protesto e refletisse sobre a matéria “Autorização para visitas de estudo ou atividades que possam surgir oportunamente, sem estarem agendadas no Plano Anual de Atividades, e que possam não envolver todas as turmas de um mesmo ano de escolaridade”.

Atenciosamente,

Os alunos do 11º A