CARRAPATO Ixodidae / Argasidae - Folha 1 ENCICLOPÉDIA DE ... · Encontra-se difundido por toda a...
Transcript of CARRAPATO Ixodidae / Argasidae - Folha 1 ENCICLOPÉDIA DE ... · Encontra-se difundido por toda a...
Carrapato, Carraça ou Chato Um carrapato, carraça ou chato é um
artrópode da ordem dos ácaros, classificado
nas famílias Ixodidae ou Argasidae. São
ectoparasitas hematófagos, responsáveis pela
transmissão de inúmeras doenças. Registros
fósseis sugerem sua existência há pelo
menos 90 milhões de anos, com mais de 800
tipos.
Localização
Encontra-se difundido por toda a Terra tanto
no campo como na cidade, pois o principal
motivo de sua ação é o ser humano ou
animal de cujo sangue se alimenta, sendo por
isso considerado hematófago e um dos
principais vetores de muitas doenças
causadas,por vírus, bactérias, protozoários e
riquétsias, que transmitem doenças ao
homem e animais.
Existem espécies a partir de 0,25 mm de
diâmetro. Vivem em touceiras, capim, no
chão, entre as madeiras em climas úmidos
ou secos.,
Os carrapatos geralmente têm a forma oval
e quando em jejum são planos no sentido
dorso-ventral, porém após se alimentarem
ficam convexos e até esféricos.
Sua carapaça é composta por quitina, na
forma de um exoesqueleto, bem resistente e
firme em relação a sua pouca espessura.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 1
Tipos de parasitismo
Carrapatos da família Argasidae normalmente não permanecem aderidos ao hospedeiro por períodos prolongados; passam a maior parte do
tempo no ambiente (escondidos em frestas em abrigos de animais, por exemplo) e procuram o hospedeiro apenas para se alimentar, normalmente
quando estes dormem. Esses carrapatos são notáveis por poderem permanecer em jejum por períodos prolongados, frequentemente mais de um
ano, esperando pela oportunidade de se alimentar. Já os carrapatos da família Ixodidae permanecem longos períodos sobre seus hospedeiros.
Aqui, há dois principais tipos de parasitismo:
Carrapato Biologia e ComportamentoCarrapatos de um hospedeiro, como o
carrapato do boi Boophilus microplus,
aderem ao hospedeiro quando ainda na fase
de larva, alguns dias após eclodirem dos
ovos; após iniciarem o parasitismo, crescem
ficando com aspecto "ingurgitado", realizam
mudas chegando à fase adulta. Após as
fêmeas estarem alimentadas (ingurgitadas)
com o sangue, as fêmeas caem no solo e
procuram um local protegido para realizar a
postura de ovos. As fêmeas produzem
milhares de ovos morrendo em seguida.
Carrapatos de dois hospedeiros, em que os
estágios de larva e ninfa ocorrem no mesmo
hospedeiro, mas o estágio de adulto num
hospedeiro diferente
Carrapatos de três hospedeiros, como o
carrapato do cavalo Amblyomma
cajennense: esses carrapatos caem ao solo
para realizar as mudas, subindo em um novo
hospedeiro em seguida.
Espécies
Carrapatos diversos Argas
Dermacentor Haemaphysalis
Hyalomma Ornithodorus
Rhipicephalus Ixodes
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 2
No Brasil
Os carrapatos mais comuns no Brasil são: Carrapato-de-boi (Boophilus microplus) que transmite ao gado a Babesiose.
Carrapato-de-cavalo ou Carrapato Estrela (Amblyomma cajennense) é o que mais comumente parasita o homem. Também infesta mamíferos
domésticos e silvestres e aves. Em sua forma adulta, ele é conhecido como carrapato estrela. Fica grande, do tamanho de um feijão verde, ou até
maior. A sua forma larval, o micuim, está nos pastos no período de março a julho. Este tipo de micuim, que pode ficar até 24 meses sem se
alimentar, esperando um hospedeiro, no homem causa terrível coceira e inflamação que pode durar mais de um mes. É o principal vetor da Febre
Maculosa.
Carrapato Espécies e ControleCarrapato-de-galinha (Argas miniatus), que
transmite aos galináceos a bouba, doença
infecciosa semelhante à sífilis.
Carrapato-vermelho-do-cão (Rhipicephalus
sanguineus), típico de cães e gatos. Os
adultos preferem instalar-se na pele, entre o
coxim plantar e as orelhas do cão. Sobem
pelas cercas, muros, e espalham-se pelo
canil, casa, etc. É de fácil controle.
Os Makuxi da região do rio Branco e rio
Rupununi, compreendendo Brasil e Guiana,
eram grandes apreciadores de carrapatos
como alimento.
Métodos de Controle
Quando o parasitismo é pequeno, a
aplicação de graxas neutras, óleos ou
glicerina, provocarão a oclusão dos estigmas
respiratórios desses hóspedes indesejáveis,
que após algumas horas facilmente se
desprenderão dos locais em que estejam
alojados. Já sendo a infestação em grande
quantidade , somente a aplicação de banhos
sob a forma de imersão em banheiras
especiais, denominados banheiras
carrapaticidas, ou então a aspersão ou
pulverização de substâncias especiais,
denominadas carrapaticidas, poderá efetuar
a eliminação desses hóspedes nocivos.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 3
Até pouco tempo atrás era utilizado o arsênico como carrapaticida, porém devido os acidentes que ocorreram por incúria na sua aplicação, foi o
mesmo abandonado como meio de tratamento; Algum tempo depois, também o DDT e o BHC, substâncias essas sintéticas cloradas e fosforadas
foram também utilizadas como carrapaticidas, que também foram abandonadas pela ocorrência de intoxicações e mesmo mortes em animais
tratados, e pelo efeito efetivamente cumulativo no organismo dessas substâncias. Hoje, substâncias fosforadas sintéticas como o Assuntol,
Trolene, Ruelene e Neguvon são as mais utilizadas como carrapaticidas em todo o mundo. No mercado existem muitos produtos de uso
veterinário, de diferentes grupos químicos, para o combate destes ectoparasitas. A implementação de estratégias de controle dos carrapatos são
inerentes a espécie e a região onde se encontram. Medidas de controle dependem de fatores biológicos e epidemiológicos e devem ser
estabelecidas por profissional especializado.
Carrapato Métodos de ControlePara a prevenção dessa parasitose, os meios
que melhor tem funcionado, são as
aplicações sistemáticas de carrapaticidas nos
animais. Para tal, as modernas banheiras
carrapaticidas quer de imersão quer de
aspersão ou pulverização são os melhores;
As aplicações, devem guardar um intervalo
característico para cada espécie animal,
assim como ter-se em conta a espécie do
carrapato a ser exterminado ou controlado.
Em se tratando de cães ou gatos parasitados
por carrapatos, deve ser tomado especial
cuidado na prescrição do inseticida a ser
utilizado para seu combate, pelo fato de
serem tais animais carnívoros, e por
isso especialmente sensíveis às substâncias
sintéticas cloradas ou fosforadas usualmente
fabricadas para referida utilização. Além
desse cuidado, redobrada atenção durante a
aplicação do inseticida é também indicada,
evitando-se que o animal ingira ou aspire o
produto na hora de sua aplicação, sob pena
de intoxicações muitas vezes graves
causadas por tais produtos quando
acidentalmente absorvidos. Quando a
infestação for leve, existem no mercado
produtos específicos para cães e gatos,
aplicados na forma de pulverização por todo
o corpo do animal ou diretamente na nuca
do mesmo, que se seguidas devidamente
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 4
as instruções, não oferecem riscos de intoxicação ao animal. Dicas, truques e mandingas contra carrapatos. Enxofre no carrapato!
Segundo nosso amigo Juan: "Compre enxofre em pó, normalmente vendido em farmácias em pacotinhos de 5 gramas. Pegue um talco sem
perfume (afinal Caxemir Buffet nem carrapato merece!), que normalmente vem em tubos de 50gramas. Misture ambos (se a infestação for
brava, use dois pacotinhos de enxofre). Antes de iniciar a caminhada aplique por dentro da roupa, e pronto! Você tem um legítimo Micuin-
Elimiantor Tabajara. Repelente de Citronela - Bastante eficiente.
"Citronim - Fitospray" - Fabricado pela Weleda . Tem como componentes básicos: Nim, Citronela, Quássia e Arruda e é indicado para
pernilongos, mosquitos e outros insetos: Sarna, piolhos, lêndeas, pulgas, ácaros, carrapatos e chatos (não serve para aqueles que cutucam!).
Carrapato Métodos de Prevenção 1. Ao caminhar pelo campo, usar calça de
caminhada com a boca da calça enfiada por
dentro da meia.
2. Camiseta por dentro da calça, e de
preferência, de manga cumprida.
3. Usar roupas claras, pois assim os
carrapatos estarão mais visíveis.
4. Borrifar carrapaticida na parte inferior da
calça, pois o cheiro é repelente para o
carrapato.
5. Passar na pele folha de Nogueira verde
(receita dos índios Carajás), ou extrato de
Citronela, antes da caminhada.
6. Sempre que notar, e ao final da
caminhada, cate imediatamente todos eles.
É um momento de solidariedade. Todos
catam os carrapatos de todos.
7. Ao terminar a caminhada tomar banho
com sabonete carrapaticida, e ficar de
molho com ele por 5 minutos. Sabonetes
recomendados: Banzé (é de cachorro),
Tetmotsol (farmácia), Acarsan (veterinário).
8. Para os mais radicais como eu, diluir
conforme instruções do produto, um dos
seguintes carrapaticidas (Mytrax, Bultox,
Triatox). Enxaguar o corpo com ele e
esperar 3 minutos.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 5
Depois tomar banho com sabonete comum, retirando todos os resíduos do produto. Deixar a roupa de molho por 5 minutos com o mesmo
produto. Aparar e cortar a vegetação rasteira, utilizando roupas de mangas longas, botas, calça comprida com a parte inferior dentro das botas.
As roupas devem ser claras para facilitar a visualização dos carrapatos;
· Vistoriar o corpo após freqüentar áreas de mata ou conhecidamente infestadas por carrapatos;
· Evitar caminhar ou freqüentar áreas infestadas por carrapatos;
· Remover o lixo ou restos alimentares expostos, a fim de evitar que estes sirvam de alimento para animais;
· Os animais devem ser vistoriados semanalmente e, quando apresentarem carrapatos, devem ser tratados com indicação de médico veterinário e
mantidos em local restrito; Quando for retirar carrapatos, não se deve utilizar fósforo acesso ou outros objetos aquecidos, bem como produtos
químicos. Deve-se girar levemente o corpo do carrapato até que se desprenda. Não puxar ou pressionar o carrapato.
Doenças Transmitidas Por Carrapatos Os carrapatos alimentam-se do sangue de
seus hospedeiros, através da picada; assim a
perda de sangue é uma questão importante
quando se trata das infestações por
carrapatos. As doenças também são
transmitidas através dessa picada, por um
carrapato infectado. Existem algumas
espécies de carrapatos, responsáveis pela
transmissão de certas doenças.
Babesiose canina
É causada por um protozoário ( Babesia
canis), capaz de causar a infecção dos
glóbulos vermelhos dos cães, destruindo-os e
levando a uma anemia grave.
Ela é transmitida por várias espécies de
carrapatos. Os sintomas são perda de
apetite, apatia, febre, anemia (mucosas
pálidas), icterícia e diarréia.
Erliquiose canina
É causado por uma riquétsia ( Erlichia
canis), que parasita os glóbulos brancos do
sangue, levando à sua destruição. Por essa
característica é uma doença de difícil
diagnóstico e tratamento. Seus sintomas são
febre, perda de apetite e peso, manchas na
pele (hemorragias), fraqueza muscular e em
estados avançados, sangramentos nasais e
vômitos. A erliquiose possui três fases,
dependente do tempo da infecção.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 6
Doença de Lyme (Borreliose)
É causada por uma bactéria (Borrelia), transmitido pelo carrapato Ixodes;é uma zoonose ( transmissível do animal para o homem). Leva à lesões
avermelhadas na pele e problemas articulares. Maior prevalência na Europa e EUA.
Febre Maculosa
Também é uma zoonose, transmitida pelo carrapato Amblyoma cajennense (carrapato estrela). É uma doença aguda causada por uma riquétsia .
Vários animais domésticos e silvestres são reservatórios da doença, porém raríssimos carrapatos estão infectados e poderão transmitir a doença,
sendo sua ocorrência esporádica. No homem a doença causa febre alta, manchas na pele e debilitação progressiva. Esses sinais aparecem de 2 a
14 dias após a picada do carrapato infectado. Não se desespere caso seu cão esteja infestado por carrapatos. Primeiro é preciso saber se a região
possui focos da doença, e mesmo assim, se o animal tiver o agente da febre maculosa, o dono só será contaminado se for picado pelo carrapato.
Doenças Transmitidas Por Carrapatos O controle de carrapatos, através de
carrapaticidas ambientais e de uso tópico, é a
medida sanitária mais eficaz para controlar
essas doenças. Em nenhuma hipótese o
animal infestado deve ser sacrificado ou
abandonado pelos donos.Em caso de dúvida
procure o médico-veterinário. As doenças
transmitidas por carrapatos conhecidas, hoje,
formam um conjunto extenso. Ao contrário
do conceito mais antigo, não são
circunscritas a determinadas regiões, ainda
que sejam caracteristicamente focais. Ao
contrário, têm sido reconhecidas em
praticamente qualquer lugar onde tenham
sido pesquisadas.
As doenças humanas transmitidas por
carrapatos são causadas por:
- Vírus – encefalite transmitida por
carrapatos, febre hemorrágica do Congo-
Criméia, febre hemorrágica de Omsk, febre
transmitida por carrapatos do Colorado,
encefalite de Powassan, encefalite Langat,
encefalite louping ill.
- Bactérias – bacilos Gram-negativos
(tularemia), erlíquias (erliquiose monocítica
e erliquiose granulocítica), riquétsias (febres
maculosas) e borrélias (doença de Lyme,
febre recorrente transmitida por carrapatos).
- Protozoários – babesiose.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 7
CARRAPATOS COMO VETORES E RESERVATÓRIOS DE DOENÇAS
Carrapatos são artrópodes aracnídeos, ectoparasitas de vertebrados terrestres, inclusive de anfíbios. Existem cerca de 850 espécies de carrapatos
em todo o mundo. Dessas, em torno de 680 pertencem à família Ixodidae e 170 à família Agarsidae. Carrapatos são mais do que simples vetores
de doenças. Agem como reservatórios, transmitindo a infecção para a sua progênie, por via transovariana. São os principais vetores de doenças
animais e perdem apenas para os mosquitos como vetores de doenças humanas. As doenças transmitidas por carrapatos são geralmente focais,
uma vez que a sua mobilidade é restrita, salvo quando transportados por vertebrados, rurais ou silvestres, uma vez que sua capacidade de
adaptação ao meio urbano é limitada.
Doenças Transmitidas Por Carrapatos Pela maior resistência ao meio externo,
grande longevidade e capacidade de
transmissão transovariana, a manutenção da
transmissão da doença se faz por períodos
indefinidos, até porque o controle das
populações de carrapatos é extremamente
difícil. Essas doenças não ocorrem em surtos
ou epidemias de rápida progressão, uma vez
que são ectoparasitas eventuais de humanos
e geralmente alimentam-se de sangue apenas
uma vez a cada estádio.
RIQUETSIOSES TRANSMITIDAS POR
CARRAPATOS
As riquetsioses humanas constituem um
grupo crescente de doenças, todas elas
transmitidas por artrópodes. As riquetsioses
podem ser divididas em dois grandes
grupos: o das febres maculosas e o do tifo.
O primeiro grupo é hoje o mais importante,
constituído por bactérias zoonóticas,
encontradas em todos os continentes e com
características clínicas semelhantes. São
vasculites sistêmicas, de gravidade variável,
geralmente com exantema, a imensa maioria
transmitida por carrapatos. O arquétipo é a
febre maculosa das Montanhas Rochosas,
causada pela R. rickettsi, a primeira a ser
bem estudada.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 8
Recentemente, com o desenvolvimento da biologia molecular, inúmeras espécies de Rickettsia foram descritas, com quadros clínicos e
epidemiologia semelhantes.
AS ERLIQUIOSES HUMANAS
Ainda que infecções por bactérias do gênero Erlichia sejam conhecidas há muito em medicina veterinária, os primeiros casos humanos foram
reconhecidos somente em 1987. As espécies associadas com doença em humanos são a E. chaffeensis e E. canis.
O gênero Erlichia pertence à tribo Erlichiea, família Rickettsiaceae, ordem Rickettsiales. São bactérias Gram-negativas, pequenas, esféricas
(cocos), de vida intracelular obrigatória e transmitidas por carrapatos. As erlíquias invadem primordialmente leucócitos, tanto que as doenças
humanas causadas por elas são divididas em dois grupos: erliquioses granulocíticas e erliquioses monocíticas.
Doenças Transmitidas Por Carrapatos No interior dos leucócitos, as erlíquias se
multiplicam, formando estruturas
características, em aglomerados,
denominadas mórulas, visíveis ao
microscópio óptico.
A maioria das infecções humanas descritas é
dos EUA, possivelmente refletindo um
menor limiar de percepção, inclusive por ser
doença de notificação compulsória em
alguns Estados norte-americanos. Casos
humanos foram descritos no Japão e na
Europa. No Brasil, casos humanos de
infecção por erlíquias ainda não foram
confirmados.
O quadro clínico não é suficientemente
característico para permitir um diagnóstico
clínico apenas. Ao contrário, suas
manifestações são facilmente confundíveis
com outras doenças infecciosas, a febre
maculosa entre elas.
VIROSES TRANSMITIDAS POR
CARRAPATOS
As viroses transmitidas por carrapatos
apresentam pelo menos três tipos distintos
de manifestações clínicas: as encefalites, as
febres hemorrágicas e as doenças dengue-
símiles, conforme quadro.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 9
No primeiro grupo estão as encefalites transmitidas por carrapatos, conhecidas na literatura de língua inglesa como TBE (Tick-Borne
Encephalitides), um conjunto de encefalites encontradas numa extensa área, que vai das ilhas britânicas (encefalite de louping ill), passando pela
Europa Continental (encefalites transmitidas por carrapatos da Europa Central), até o extremo Leste da Rússia (encefalite russa de primavera-
verão). A gravidade dessas encefalites parece aumentar no sentido Oeste-Leste. A encefalite de Powassan é uma doença pouco freqüente,
encontrada no Noroeste dos EUA e áreas adjacentes do Canadá. Pouco mais de 20 casos já foram descritos. Ainda que rara, essa encefalite é
particularmente grave. As febres hemorrágicas transmitidas por carrapatos têm características clínicas semelhantes às febres hemorrágicas
transmitidas por mosquitos ou as adquiridas por contato com roedores e suas excretas. A encefalite do Congo-Criméia foi inicialmente descrita
na Criméia – península ao sul da Ucrânia –, e posteriormente no Oriente Médio e na África Central e Austral. Recentemente, foi registrado um
surto ocupacional entre funcionários de abatedouros de avestruz, na África do Sul.
Doenças Transmitidas Por Carrapatos De maior interesse, talvez, seja a Colorado
tick-fever (febre por carrapatos do
Colorado), descrita já em 1850, nas áreas
montanhosas do Oeste dos EUA. Foi apenas
na década de 1930 que essa doença foi
separada da febre maculosa das Montanhas
Rochosas, também transmitida por
carrapatos, de características clínicas e
epidemiológicas muito semelhantes. A
história da febre por carrapatos do Colorado
ilustra bem como é possível uma doença
viral, transmitida por carrapatos, passar
despercebida por longo tempo.
BABESIOSE
As babésias são protozoários muito
semelhantes aos da malária, inclusive por
invadirem hemácias. Existem cerca de 100
espécies conhecidas, mas apenas três foram
identificadas causando doença humana. A
babesiose, no entanto, é uma doença de
interesse veterinário bem conhecida,
particularmente de gado bovino.
Descrita em 1891 pelo parasitologista
húngaro Babes, apenas em 1957 o primeiro
caso humano foi descrito. Os casos humanos
foram descritos nos EUA e na Europa.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 10
As espécies associadas com infecção humana são as B. microti, B. gibsoni e B. divergens (B. bovis). O quadro clínico é usualmente discreto,
mas pode ser grave em pacientes esplenectomizados. A letalidade, de um modo geral, é de 5%. A associação da infecção com HIV é fator
agravante.
BORRELIOSES
Borrélias são espiroquetídeos, bactérias filamentosas e espiraladas, pertencentes à família Treponemataceae. Os gêneros Treponema, Borrelia,
Leptospira e Spirillum incluem espécies patogênicas para humanos. As borrélias são mais alongadas e menos espiraladas do que outros
espiroquetídeos. De interesse para o desenvolvimento de vacinas é o fato de que os genes determinantes da sua membrana externa estão em
plasmídeos. As doenças humanas causadas por borrélias são: a doença de Lyme e as febres recorrentes transmitidas por piolhos e por carrapatos.
A doença de Lyme é causada pela Borrelia burgdorferi sensu lato, isolada em 1981 – sensu lato significa que há variações genéticas da espécie
conforme a região considerada.
Doenças Transmitidas Por Carrapatos Por meio de métodos de biologia molecular
(hibridização de DNA), oito genoespécies do
gênero Borrelia foram identificadas, sendo
que quatro são agentes causais da doença de
Lyme. A B. burgdorferi sensu strictu é
predominante na América do Norte. Na
Europa, infecções mistas já foram descritas e
há coexistência da B. burgdorferi sensu
strictu, B. garinii e da B. afzelii. Cepas
recentemente descritas B. valaisiana, B.
lusitaniae e B. japonica somente foram
encontradas na Europa e no Japão. A B.
garinii é reconhecida como a ancestral de
todo o grupo e, muito provavelmente, a
responsável pela maior incidência de
manifestações neurológicas nos casos
adquiridos na Europa. Uma nova espécie, a
B. lonestari, não cultivável até o momento,
foi identificada nos EUA e associada a uma
síndrome semelhante à doença de Lyme.
DOENÇAS HUMANAS
TRANSMITIDAS POR CARRAPATOS
NO BRASIL
No Brasil, ainda que o carrapato em
medicina veterinária tenha recebido bastante
atenção, já há várias décadas, seu papel na
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 11
saúde pública humana tem sido desconsiderado. Até recentemente, a única doença humana conhecida transmitida por carrapato era a febre
maculosa brasileira. Afora ela, a descrição de doenças humanas transmitidas por carrapatos é esporádica e pontual. A babesiose e a erliquiose são
sobejamente conhecidas dos veterinários, mas sobre casos humanos há apenas algumas descrições, de modo que a distribuição e incidência
dessas infecções, assim como das borrelioses, é praticamente desconhecida no Brasil.
A doença de Lyme já foi descrita no Brasil, porém seu agente, a Borrelia burgdorferi, nunca foi isolado, seja de casos humanos, de carrapatos ou
mamíferos reservatórios. As evidências disponíveis sobre sua existência se limitam a dados clínicos, sorológicos e epidemiológicos. As viroses
transmitidas por carrapatos, causadoras de encefalites, são relativamente comuns em extensas áreas do hemisfério norte, tanto na América, como
na Europa e Ásia. No Brasil, elas nunca foram descritas.
Doenças Transmitidas Por Carrapatos FEBRE MACULOSA BRASILEIRA
Como outras doenças transmitidas por
carrapatos, a transmissão da febre maculosa
brasileira é focal. Descrita inicialmente na
década de 1920, em São Paulo, o primeiro
foco reconhecido foi numa área de expansão
urbana, no que hoje são os bairros
paulistanos de Sumaré e Perdizes. Mais
tarde, focos na periferia da Capital e outros
municípios da Grande São Paulo foram
sendo descritos, como os do bairro de Santo
Amaro e a cidade de Mogi das Cruzes.
Porém, com a expansão urbana esses focos
foram desaparecendo ou, pelo menos,
tornando-se inativos.
Até época recente, havia poucos casos
descritos fora do foco de Campinas e
Botucatu, no interior do Estado e em Mogi
das Cruzes. Atualmente, foram confirmados
casos em Piracicaba, Oriente, Suzano e na
região do ABC. A ocorrência desses casos
sugere que a doença é subnotificada e que
sua distribuição seria mais ampla. Nos
Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e
Rio de Janeiro há outros focos descritos. Em
território mineiro, onde a doença vem sendo
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 12
estudada há mais tempo, sua ocorrência é variável de ano para ano, sendo mais bem conhecidos os focos do Vale do Jequitinhonha e da região
do Vale do Aço. Sabe-se pouco acerca dos reservatórios, das espécies de carrapatos transmissoras ou da real extensão da área de transmissão. O
Amblyomma cajennense é tido como o principal vetor da febre maculosa brasileira, isso desde os primeiros estudos, na década de 1930. Os
poucos estudos existentes sobre a prevalência da infecção pela R. rickettsi em carrapatos no Brasil sugere que outras espécies são vetoras, mas o
A. cajennense seria a mais importante na transmissão da infecção para humanos.
Carrapatos Febre Maculosa Nos últimos dias os jornais e programas de
TV tem anunciado notas sobre pessoas
infectadas ou que estão morrendo com a
Febre Maculosa.
Veja abaixo informações sobre esta doença:
Aspectos epidemiológicos: a Febre
Maculosa é uma doença febril aguda, de
gravidade variável, causada por bactéria e
transmitida por carrapatos infectados.
Agente Etiológico: doença causada por
bactéria Rickettisia rickettsii . Bactéria
intracelular obrigatória, sobrevivendo
brevemente fora do hospedeiro.
Os humanos são hospedeiros acidentais,
não colaborando com a propagação do
organismo. Vetores e reservatórios: os
vetores são carrapatos da espécie
Amblyomma cajennense. São conhecidos
como "carrapato estrela", "carrapato de
cavalo" ou "rodoleiro"(Fig. 1), as larvas por
"carrapatinhos" ou "micuins, e as ninfas por
"vermelhinhos". São hematófagos
obrigatórios, necessitando de repastos em
três hospedeiros para completar seu ciclo de
vida. O homem é intensamente atacado nas
fases de larvas e ninfas.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 13
Aspectos biológicos referentes a seus transmissores:
Ciclo Biológico: as fêmeas após fecundadas e ingurgitadas desprendem-se do hospedeiro, caindo no solo para realizar postura única em torno de
5.000 a 8.000 ovos antes de morrerem. Após período de incubação (30 dias à temperatura de 25ºC) ocorre a eclosão dos ovos e nascimento das
ninfas hexápodes (larvas). As ninfas sobem pelas gramíneas e arbustos e aí esperam a passagem dos hospedeiros. Após sugarem sangue do
hospedeiro por 3 a 6 dias, desprendem-se deste e no solo ocorre a ecdise (18 a 26 dias), transformando-se no estágio seguinte que é a ninfa
octópode. As ninfas fixam-se em um novo hospedeiro e em 6 dias ingurgitam-se de sangue, e no solo sofrem nova ecdise (23 a 25 dias),
transformando-se no carrapato adulto.(fig.2). O Amblyomma cajennense completa uma geração por ano, mostrando os três estágios parasitários
marcadamente distribuídos ao longo do ano. As ninfas hexápodes ocorrem basicamente entre os meses de março a julho e sobrevivem até 6
meses sem se alimentar. As ninfas octópodes entre os meses de julho a novembro e os adultos entre os meses de novembro a março, sobrevivem
Carrapatos Febre Maculosa até 1 ano e 02 sem se alimentar,
respectivamente. Os carrapatos Amblyomma
cajennense são responsáveis pela
manutenção da R.rickettsii na natureza, pois
ocorre transmissão transovariana e
transestadial. Esta característica biológica
permite ao carrapato permanecer infectado
durante toda a sua vida e também por muitas
gerações após uma infecção primária.
Hospedeiros: pode ser encontrado em todas
as fases em: aves domésticas - galinhas,
perus; aves silvestres - seriemas; mamíferos
- cavalo, boi, carneiro, cabra, cão, porco,
veado, capivara, cachorro do mato, coelho,
cotia, coati, tatu, tamanduá; animais de
sangue frio - ofídeos. Reservatórios: a
infecção se mantém pela passagem
transovárica e transestadial nos carrapatos.
Diversos roedores e outros animais ajudam
a manter o ciclo da doença. Modo de
Transmissão: A transmissão ocorre pela
picada de carrapato infectado. Para que a
rickettsia se reative e possa ocorrer a
infecção no homem, há necessidade que o
carrapato fique aderido por algumas horas
(de 4 a 6 h.).
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 14
Pode também ocorrer contaminação através de lesões na pele, pelo esmagamento do carrapato. Susceptibilidade e imunidade: A susceptibilidade
é geral. A imunidade provavelmente é duradoura.
Período de incubação: O homem, após receber a picada infectante, leva de 2 a 14 dias (em média 7 dias), para apresentar os primeiros sintomas.
Período de transmissibilidade: Não se transmite diretamente de uma pessoa para outra. O carrapato permanece infectante toda sua vida, mais ou
menos 18 meses. Sazonalidade - maior incidência da doença durante a primavera e o verão.
Aspectos clínicos laboratoriais: no diagnóstico devem ser considerados:
Aspectos clínicos: doença de começo súbito com febre moderada a alta que dura geralmente de 2 a 3 semanas, acompanhada de cefaléia,
calafrios, congestão das conjuntivas. Ao terceiro ou quarto dia pode se apresentar exantema maculopapular, róseo, nas extremidades, em torno
do punho e tornozelo, de onde se irradia para o tronco, face, pescoço, palmas e solas. Petéquias e hemorragias são freqüentes . A doença pode
também cursar assintomática ou com sintomas frustros.
Carrapatos Febre Maculosa Alguns casos evoluem gravemente,
ocorrendo necrose nas áreas de sufusões
hemorrágicas, em decorrência de vasculite
generalizada. Torpor, agitação psicomotora,
sinais meníngeos são freqüentes. A face é
congesta e infiltrada, com edema
peripalpebral e infecção conjuntival. Edema
também está presente nas pernas, que se
apresentam brilhantes.
Tosse, hipotensão arterial e hipercitose
liquórica são achados comuns.
Hepatoesplenomegalia pouco acentuada é
observada. A letalidade é aproximadamente
de 20% na ausência de uma terapia
específica.
pouco comum quando se aplica o tratamento
precocemente.
Exames laboratoriais:
·Sorológico - visando detectar a presença de
anticorpos.
· Cultura - visando o isolamento do agente
etiológico.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 15
Tratamento: empregam-se o cloranfenicol ou tetraciclinas. Além dos antimicrobianos, são indispensáveis os cuidados médicos e de
enfermagem dirigidos para as possíveis complicações, mormente as renais, cardíacas, pulmonares e neurológicas.
Fonte: SUCEN - Superintendência de Controle de Endemias
Carrapatos Febre Maculosa Alguns casos evoluem gravemente,
ocorrendo necrose nas áreas de sufusões
hemorrágicas, em decorrência de vasculite
generalizada. Torpor, agitação psicomotora,
sinais meníngeos são freqüentes. A face é
congesta e infiltrada, com edema
peripalpebral e infecção conjuntival. Edema
também está presente nas pernas, que se
apresentam brilhantes.
Tosse, hipotensão arterial e hipercitose
liquórica são achados comuns.
Hepatoesplenomegalia pouco acentuada é
observada. A letalidade é aproximadamente
de 20% na ausência de uma terapia
específica.
pouco comum quando se aplica o tratamento
precocemente.
Exames laboratoriais:
·Sorológico - visando detectar a presença de
anticorpos.
· Cultura - visando o isolamento do agente
etiológico.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 16
Tratamento: empregam-se o cloranfenicol ou tetraciclinas. Além dos antimicrobianos, são indispensáveis os cuidados médicos e de
enfermagem dirigidos para as possíveis complicações, mormente as renais, cardíacas, pulmonares e neurológicas.
Fonte: SUCEN - Superintendência de Controle de Endemias
Carrapatos Babesiose EquinaA babesiose dos equinos, também conhecida
como piroplasmose ou nutaliose, é uma
doença transmitida no Brasil por carrapatos
do gênero Anocentor nitens e Amblyomma
cajennensis, e causada pelos
protozoários Babesia caballi e Babesia
equi. Trata-se de uma afecção amplamente
distribuída pelos trópicos e subtrópicos, e em
menor escala, nas regiões temperadas.
Depois da transmissão do protozoário pela
picada do carrapato, os equinos exibem as
manifestações clínicas dentro de um período
de incubação de aproximadamente 5 a 28
dias. Os sinais caracterizam-se por picos
febris geralmente ao final da tarde, anemia,
icterícia e hemoglobinúria. Sintomas
generalizados como depressão, falta de
apetite, incoordenação motora,
lacrimejamento e decúbito também podem
ser observados. Em muitos casos a doença
torna-se crônica ou em casos mais severos
evolui até a morte do animal. Os casos
crônicos da doença acarretam em prejuízos
financeiros para as áreas endêmicas.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 17
Além de se tornar uma fonte de infecção para os animais sadios, o portador crônico ainda exibe as consequências da anemia, a qual, mesmo nos
casos mais leves, pode levar a diminuição do desempenho durante o exercício. O animal que desenvolveu a forma crônica da doença, quando
submetido a qualquer situação de estresse, como um treinamento pesado, viagem ou processo cirúrgico, pode voltar a apresentar a doença de
forma evidente. O fármaco de escolha para a eliminação do parasita é o Dipropionato de Imidocarb. Como se trata de um parasita causador
anemia, o uso de suplementos a base de ferro, ácido fólico e vitamina B12 são benéficos para a recuperação do animal. A Ourofino conta com o
Metacell para estas situações, que além de todos os compostos mencionados acima, essenciais para a hematopoese, ainda contém Vitamina C,
Vitaminas do complexo B, vitamina K, sacarose, cobalto, cobre e zinco. O produto deve ser administrado via oral, 20 ml ao dia para animais
adultos 5 a 10 ml para potros. O controle da infestação por carrapatos contribui para diminuir a incidência da doença, visto que desta forma
controlamos os transmissores da afecção. As lactonas macrolíticas (ivermectina, abamectina e moxidectina) são fármacos que possuem amplo
espectro de ação contra nematódeos intestinais assim como em artrópodes, e desta forma, auxiliam no controle dos carrapatos.
O Metacell contém elementos essenciais para a formação dos glóbulos vermelhos.
Carrapatos Babesiose CaninaApós a infecção, a presença de parasitas no
sangue acontece dentro de um ou dois dias,
perdurando por cerca de quatro dias. Os
microorganismos então desaparecem do
sangue por um período de 10 a 14 dias,
ocorrendo então uma segunda infestação dos
parasitas, dessa vez mais intensa.
Muitas infecções por Babesia canis são
inaparentes. Em alguns casos, os sintomas
clínicos se tornam aparentes apenas após
esforço (decorrente de exercício esgotante),
cirurgias ou outras infecções.
Tipicamente os sintomas da Babesiose são:
febre, icterícia, fraqueza, depressão, falta de
apetite, membranas mucosas pálidas e
esplenomegalia (aumento do baço).
Podemos encontrar ainda perturbações da
coagulação e nervosas. Por isso é sempre
bom estar atento ao comportamento do seu
cão. Se de repente ele ficar prostrado, triste,
apático, sem ânimo e com atitudes anormais
para seu temperamento, investigue
imediatamente o que pode estar ocorrendo.
Ele pode estar apenas enjoado, mas ele
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 18
também pode estar infectado, com Babesiose ouErliquiose, ambas as doenças podendo ser chamadas de “Doença do Carrapato”.
Encontrou um carrapato no seu cachorro? Observe seu cão durante três ou quatro dias e repare se há:
– um enorme abatimento;
– apatia, tristeza, prostração;
– febre;
– grande cansaço;
– urina escura (“cor de café”);
– mucosas de cor amarelada antes de se tornarem “branco de porcelana “.
Nos exames de laboratório (sangue), os sintomas mais frequentes são: anemia, aumento dos níveis de bilirrubina no sangue, presença de
bilirrubina e hemoglobina na urina e diminuição do número de plaquetas. É muito comum a presença de quadros de insuficiência renal aguda.
Carrapatos Babesiose CaninaA babesiose é uma causa infecciosa de
anemia hemolítica. O espectro da doença
varia de uma anemia leve, clinicamente
inaparente, a uma forma fulminante com
marcada depressão e achados clínico-
patológicos consistentes com coagulopatia
intravascular disseminada.
Diagnóstico
Exame de sangue imediatamente. O
diagnóstico é confirmado pela identificação
dos microorganismos de Babesia nas
hemácias em esfregaços sanguíneos corados.
Contudo, nem sempre os microorganismos
podem ser encontrados nos esfregaços
sanguíneos e nestes casos podem ser
realizados testes sorológicos para
confirmação do diagnóstico.
Tratamento e cura da Babesiose
O tratamento da babesiose vai abranger duas
questões: o combate ao parasita e a correção
dos problemas que foram causados por este
parasita (como a anemia e a insuficiência
renal, por exemplo).
Atualmente, os veterinários possuem à sua
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 19
disposição piroplasmicidas (Babesicida) capazes de destruir o parasita. O tratamento das complicações da doença, que é indispensável, consiste
por exemplo na cura da insuficiência renal (por diferentes meios, entre os quais a hemodiálise, ou seja, o rim artificial), além de serem tratadas
as demais complicações da doença. Essas graves complicações, como a insuficiência renal e a anemia aguda, podem levar à morte do cão. Por
isso é tão importante diagnosticar a Babesiose Canina o mais rápido possível, assim as sequelas hepáticas e renais são evitadas ao máximo.
Como prevenir a Doença do Carrapato
A melhor maneira de prevenir essa doença é evitando os temíveis carrapatos. É importante desparasitar frequentemente o local onde o cão vive e
o próprio cão também. Uma maneira simples e eficaz é manter a grama do jardim sempre curta, para evitar que carrapatos se escondam por
baixo das folhas. Outra forma eficaz é a aplicação da “vassoura de fogo” ou “lança chamas” nos muros, canis, estrados, batentes, chão etc., pois
elimina todas as fases do carrapato: ovos, larvas, ninfas e adultos. Para desparasitar o cachorro, existem vários métodos: pós, sprays, banhos,
coleiras anti-parasitas, medicamentos orais, etc. Ainda não há uma vacina eficaz contra a doença.
Carrapatos Babesiose Canina– Verificar a presença de carrapato no cão
com frequência;
– Desinfetar o ambiente onde o animal vive
periodicamente;
– Usar produtos veterinários carrapaticidas
como sabonetes, xampus etc;
– Manter a grama do jardim sempre curta;
– Estar atento aos hotéis para cães, pois se há
algum cão infectado, ele poderá transmitir a
doença através de outro carrapato do local.
– Aplicar uma pipeta anti-pulgas e anti-
carrapatos no cão de 25 em 25 dias.
Há vários produtos contra carrapatos. Um
dos mais completos é o Max 3, pois ele
protege também contra pulgas e age
repelindo as pulgas e os carrapatos, não
permitindo que esses piquem o animal.
Lugares preferidos dos carrapatos no corpo
do cão. Verifique sempre:
– Região das orelhas;
– Entre os dedos das patas;
– Próximo aos olhos, nuca e pescoço.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 20
Como tirar um carrapato do meu cachorro?
Arrancar o carrapato não é recomendado. Pode acontecer de tirarmos só uma parte do corpo e o resto ficar ainda aderido ao cão, podendo
provocar infecções. O ideal é aplicar umas gotas de vaselina ou parafina ao redor, esfregá-lo um momento até que amacie um pouco a pele e
depois tentar retirá-lo suavemente. Depois, coloca-se o carrapato no álcool para que morra e não escapem os ovos. Lave as mãos depois de
manipulá-los.
Existem também as pinças de carrapatos, que servem para extrair o parasita por inteiro. Encontram-se à venda em lojas especializadas de
produtos veterinários.
Carrapato do Boi - Boophilus microplusO Carrapato-de-boi (Boophilus microplus) é
um carrapato da família dos ixodídeos, de
ampla ocorrência na América do Sul. O
macho de tal espécie apresenta um par de
placas de pontas agudas no ânus, sendo
associado à disseminação de diversas e
importantes protozooses no gado bovino.
O Boophilus microplus é o mais importante
ectoparasita dos rebanhos bovinos e está
presente em todas as áreas tropicais e
subtropicais entre os paralelos 32° N e
32° S, abrangendo regiões que se dedicam
à pecuária na América, África, Ásia e
Austrália. As perdas econômicas causadas
pelo B. microplus são estimadas em quase 2
bilhões de dólares no Brasil, quando
contabilizadas a queda na produção de leite
e carne, a mortalidade, a redução da
natalidade, os gastos no seu controle e a
transmissão dos protozoários Babesia
bovis e B. bigemina e da riquétsia Anaplas-
ma marginale que causam a Tristeza
Parasitária Bovina.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 21
Apesar da existência de outras formas de controle, atualmente, a do carrapato é feito principalmente com o uso de carrapaticidas. Os métodos de
controle biológico incluem: seleção de raças menos sensíveis ao carrapato; cultivo de pastagens que dificultam a sobrevivência das fases de vida
livre; ação de predadores naturais manejo do rebanho e rotação de pastagens.
Morforlogia
Peritrema em forma de círculo
Macho com 4 placas adanais bem desenvolvidas e apendice caudal
Festões ausentes
Olhos presentes
sulco anal ausente
coxa I com dois espinhos curtos em ambos os sexos
escudo sem ornamentação
Carrapato do Boi - Boophilus microplusNo Brasil, a principal espécie de carrapato
que compromete a produtividade da pecuária
bovina, comumente chamado de carrapato-
do-boi, denomina-se Boophilus microplus.
Os prejuízos causados por esse ácaro, à
pecuária brasileira, superam a um bilhão de
dólares anualmente. Tais prejuízos, nos
bovinos, são evidenciados, principalmente,
pela: a) ingestão de sangue (uma fêmea pode
ingerir até 2 mililitros de sangue durante sua
alimentação sobre o hospedeiro) que,
dependendo do número de infestações, pode
comprometer a produção de carne e leite; b)
pela inoculação de toxinas nos hospedeiros,
promovendo diversas alterações e
conseqüências fisiológicas, como a
inapetência alimentar; c) pela transmissão
de agentes infecciosos,
principalmente Anaplasma e Babesia,
responsáveis pela tristeza parasitária bovina
(TPB); e d) pela redução da qualidade do
couro do animal, por causa das cicatrizes
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 22
irreversíveis ocasionadas durante a alimentação, verificadas por ocasião de seu beneficiamento no curtume. Além desses danos diretos,
considerados prejudiciais à bovinocultura brasileira, existem aqueles indiretos, resultantes dos custos da mão-de-obra necessária para o seu
combate, assim como as demais despesas com construções e manutenção de banheiro, compra de equipamentos, aquisição de carrapaticidas,
entre outros.
Devem-se ter cuidados especiais no controle a esse carrapato, por se apresentar como uma fonte de prejuízo à criação bovina, principalmente nos
núcleos de raças européias de corte e leite. Entretanto, nas regiões onde se explora o zebuíno, esse parasito não deve deixar de ser considerado,
pois em situações especiais de manejo que levam ao estresse, tais como a deficiência alimentar, as altas concentrações por hectare, e desmame
interrompido ou precoce, sua presença torna-se importante não só como agente espoliativo ou tóxico, como também pela transmissão da TPB.
CICLO EVOLUTIVO
O carrapato-de-boi é um parasito que só utiliza um hospedeiro em seu ciclo evolutivo, e apresenta duas fases: a de vida livre, que se realiza no
solo e na vegetação, e a parasitária, realizada no corpo do hospedeiro.
Carrapato do Boi - Boophilus microplusA fase não parasitária começa com a fêmea
fecundada e alimentada (aquela que parece
um grão de mamona, feijão), caindo ao solo
para realizar a postura, e termina em uma
das alternativas: a) quando a fêmea morre
antes da postura ou produz ovos inférteis, ou
ainda, suas larvas morrem sem alcançar um
hospedeiro adequado; e b) quando as larvas
oriundas de ovos dessa fêmea conseguem
alcançar um hospedeiro suscetível.
A fase parasitária, com duração média de
23 dias, inicia-se com a fixação das larvas
em hospedeiro suscetível e termina quando
os adultos, incluídas as fêmeas fecundadas e
alimentadas, desprendem-se desse
hospedeiro.
CONTROLE
Não existe uma fórmula mágica ou um
método revolucionário capaz de resolver
definitivamente o problema do parasitismo
dos bovinos por esse ácaro, mas sabe-se que
uma associação de métodos alternativos e
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 23
integrados de acordo com a situação permite obter excelentes resultados e até mesmo reduzir o uso e prolongar a vida útil dos carrapaticidas.
O combate ao carrapato torna-se necessário tanto em áreas onde se verificam grandes infestações durante todo o ano, quanto em áreas com
baixas infestações limitadas em algumas épocas do ano. áreas com grandes infestações, os danos diretos e indiretos produzidos pelo carrapato
levam a grandes prejuízos e, nas áreas com baixa infestação e restrita a algumas épocas do ano, os prejuízos causados pela TPB assumem
grandes proporções.
Em função do ciclo biológico, existem duas alternativas para o controle: fora do hospedeiro e sobre o hospedeiro.
Controle fora do hospedeiro
Ainda que pouco utilizado, o controle do carrapato fora do animal pode ser realizado por meio de rotação de pastejo, introdução de espécies de
gramíneas com poder de repelência e ou ação letal ao carrapato, alteração de microclima, implantação de lavouras, uso de agentes biológicos
etc.
Carrapato do Boi - Boophilus microplusA rotação de pastejo consiste na retirada dos
animais da pastagem, até que todas ou a
maioria das larvas sejam eliminadas por
causas naturais. Em Mato Grosso do Sul, um
bom descanso seria em torno de 40 dias na
primavera/verão e, 60 dias, no outono/inver-
no. Algumas espécies de forrageiras têm
influência na sobrevivência das larvas nas
pastagens, porque, em função da forma de
crescimento e características específicas de
cada uma, há formação de um
microambiente, que resulta em repelência
ou morte das larvas. Dentre estas, destacam-
se o capim-gordura, o andropógon, o capim-
elefante, os estilosantes (Stylosanthes spp.).
A implantação de lavoura, com o objetivo
de recuperação de pastagens, é uma prática
que indiretamente auxilia o controle do
carrapato, pela ausência de animais na área.
No passado, a queima de pastagens era uma
alternativa para o controle do parasito,
entretanto, sabe-se hoje sobre os malefícios
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 24
dessa prática à fauna e flora, assim como a aplicação de acaricidas nas pastagens, sendo, portanto, práticas não recomendadas, e até mesmo
antieconômicas. A utilização de agentes biológicos é uma alternativa em estudo ainda não disponível no mercado.
Controle sobre o hospedeiro
O combate ao carrapato sobre o hospedeiro é feito pelo uso de raças resistentes, de uma vacina biológica GavacÒ , disponível no mercado, e de
químicos (carrapaticidas). Outras formas de controle, como o uso de feromônios associados a substâncias tóxicas, machos e fêmeas estéreis,
mecanismos genéticos, estão em fase de experimentação e ainda não constituem alternativas viáveis ao controle desse parasito.
A utilização da resistência natural do bovino ao carrapato tem por base as raças resistentes, o cruzamento entre raças e a seleção entre e dentro
de raças. Assim, o produtor, ao explorar raças taurinas, pode selecionar a mais resistente e/ou os animais mais resistentes dentro da mesma raça.
A vacina disponível no mercado (GavacÒ ) é um antígeno recombinante, com resultados satisfatórios na redução de até 65% do número de
teleóginas dos animais, nas condições brasileiras em campo. A utilização dessa prática é uma alternativa viável no combate ao carrapato,
garantindo ainda a obtenção de alimentos saudáveis, livres de resíduos e a preservação do ambiente.
Carrapato do Boi - Boophilus microplusOs produtos carrapaticidas constituem uma
opção que melhor resultado oferece ao
produtor no combate ao carrapato. A escolha
e o uso correto, tanto nas concentrações e na
dose por animal, quanto na freqüência de
aplicação, assim como a mudança de
produto quando necessária, são fatores
preponderantes para a obtenção de
resultados esperados. Historicamente, tem-se
verificado o desenvolvimento de populações
de carrapatos após algum tempo de uso da
maioria dos carrapaticidas lançados no
mercado. Vários são os grupos químicos de
carrapaticidas, hoje disponíveis, como os
organofosforados, as formamidinas, os
piretróides e as avermectinas.
A aplicação desses produtos é feita por meio
de pulverização, imersão, dorsal (pour-
on e spot-on) ou injetável, no caso das
avermectinas. Cada método apresenta suas
vantagens e desvantagens e a escolha
depende da região geográfica, tipo de
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 25
criação, manejo, número de animais, entre outros fatores. Para cada produto, devem-se respeitar as recomendações do fabricante, como a
concentração, a dose por animal, a carência para o abate e ordenha. Em quaisquer dos métodos a serem empregados é de fundamental
importância o período residual do produto, para a determinação dos intervalos de aplicações. Por exemplo, recomendam-se aplicações com
intervalos de catorze a 21 dias para os produtos convencionais (piretróides).
Como estratégia de aplicação dos carrapaticidas em bovinos na região Centro-Oeste, a Embrapa Gado de Corte recomenda aplicações no início
do período chuvoso (setembro/outubro), repetindo-se por mais três vezes em intervalos de catorze ou 21 dias ou, após a primeira aplicação,
transferir os animais para pastagens limpas de carrapatos. Para os demais produtos, respeitar os intervalos entre os tratamentos, determinados
pelos fabricantes.
Os rebanhos taurinos ou mestiços (taurino x zebuíno), por serem mais suscetíveis ao parasitismo, terão as infestações aumentadas e,
conseqüentemente, o proprietário deverá efetuar algum tipo de controle. Já quem explora os zebuínos, em condições extensivas, não tem que se
preocupar com esse parasito, a não ser com animais jovens, nas situações especiais de manejo ou quanto aos danos no couro.
Carrapato do Boi - Boophilus microplusA aplicação correta dos carrapaticidas,
quanto à concentração, dose, época,
intervalo etc., é a única forma capaz de
retardar por tempo considerável o
surgimento de populações de carrapatos
resistentes aos carrapaticidas, problema já
em evidência nas propriedades de Mato
Grosso do Sul.
O primeiro sinal do aparecimento da
resistência é quando um produto, aplicado de
forma correta, não causa a morte dos
carrapatos. Nesse caso, o produtor deve
buscar orientação do médico-veterinário
para que proceda o teste de sensibilidade
dos carrapatos aos carrapaticidas,
denominado de "biocarrapaticidograma",
para a indicação correta de qual produto
usar, para evitar, assim, maiores prejuízos.
A correta forma de combate ao carrapato
maximiza os lucros do produtor, bem como
das cadeias produtivas da carne, do leite e
do couro.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 26
Carrapato do Cavalo – A. cajennenseAmblyomma cajennense é uma espécie
de carrapato da família Ixodidae, também
conhecida como carrapato estrela
ou carrapato do cavalo, que tem como
hospedeiros preferidos os eqüídeos, mas
pode também parasitar bovinos, outros
animais domésticos e animais silvestres.
O A. cajennense, na sua fase adulta, é
também conhecido pelos nomes populares:
"rodoleiro", "picaço", "carrapato rodolego" e
também como "micuim", "carrapato
pólvora", "carrapato-fogo", "carrapato meio-
chumbo" e "carrapatinho" nas suas fases de
larva e ninfa. A espécie é comum no Brasil e
é um vector de diversas doenças como
a babesiose equina e a febre maculosa,
sendo esta última considerada um zoonose.
Apesar de ser bastante irregular as
infestações do Amblyomma, geralmente
concentram-se nas sombras ou nos locais de
passagem de seus hospedeiros.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 27
Pode transmitir a babesiose eqüina, através dos protozoários Babesia equi e Babesia caballi, e a febre maculosa, causada pela
bactéria Rickettsia rickettsii. Para que a transmissão da febre maculosa ocorra são necessárias pelo menos 6 horas de fixação do carrapato no
hospedeiro. A transmissão é mais comum quando o carrapato se encontra nos estágios de larva ou ninfa, pois o adulto tem uma picada dolorosa,
de modo que é rapidamente percebido e removido. 1. Ovoposição no solo (em torno de 3 a 4 mil ovos) 2. Eclosão dos ovos e nascimento das
larvas (possuem três pares de pernas) após 60 a 70 dias de incubação 3. Ao encontrar um hospedeiro definitivo, a larva se alimenta por 5 dias.
Após esse período, retorna ao solo e realiza a primeira muda, tornando-se ninfa (passa a ter quatro pares de pernas). Após a muda, pode
permanecer longe do hospedeiro por até um ano 4. Ao encontrar um hospedeiro, se alimenta por 5 a 7 dias. Após esse período, vai para o solo
novamente e realiza a segunda muda, tornando-se adulto e diferenciando-se em macho ou fêmea. Nesse estágio, pode permanecer por até 24
meses sem se alimentar 5. No hospedeiro, ocorre o acasalamento. A fêmea se alimenta até ficar ingurgitada, retornando para o solo para a
postura dos ovos. Ciclo de vida de Amblyomma cajennense - O carrapato do cavalo é conhecido popularmente como carrapato estrela e está
amplamente difundido pelo Brasil. Na região sudeste os eqüídeos ( eqüinos , muares e asininos) se constituem os principais hospedeiros desse
Carrapato do Cavalo – A. cajennensecarrapato. Entretanto o carrapato do cavalo
(Amblyomma cajennense) se mantém em
áreas livres de cavalos parasitando outras
espécies como, por exemplo, capivaras e
outros animais silvestres. Dada sua baixa
especificidade, assume importante papel na
transmissão de patógenos entre os animais e
o homem dentre eles a febre maculosa. Há
um predomínio de larvas na região sudeste
nos meses de abril a julho, ninfas de julho a
outubro e adultos de outubro a março.
Nos meses em que as larvas e ninfas estão
presentes, erradamente, não são realizados
banhos carrapaticidas. Pois nessa fase o
tamanho desse ácaro é reduzido e não
desperta atenção do criador, pois os mesmos
ficam entre os pêlos. Durante os meses de
primavera e verão, quando os estágios
adultos predominam, os carrapatos de
tamanho maior chamam a atenção do
criador, são as fêmeas ingurgitadas. Por essa
razão, os banhos carrapaticidas predominam
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 28
nesta época. O banho carrapaticida efetivo deve disponibilizar no mínimo 5 litros de calda carrapaticida por eqüino adulto, seguindo as
recomendações do fabricante. No entanto, observa-se que os criadores banham esses animais com volumes inferiores a este citado.
Propõe-se através de estudos que os banhos carrapaticidas deverão ser semanais durante os meses de abril a outubro, quando predominam as
formas de larva e ninfa desse carrapato.
Os banhos carrapaticidas não devem omitir orelhas e divertículo nasal dos eqüinos, as crinas das éguas devem ser mantidas aparadas para
facilitar a aplicação do carrapaticida nesta área do corpo.
Em áreas infestadas, o banho carrapaticidas com piretróides deve, impreterivelmente, abranger todo período de predomínio de larvas e ninfas
(abril a outubro). Possivelmente após um ano de controle abrangendo esses meses, a carga de carrapatos adultos na pastagem estará reduzida.
Não obstante, é fato que pastagens “sujas” que promovem micro clima favorável para desenvolvimento deste carrapato.
Como estas fases imaturas de desenvolvimento do carrapato coincide com a estação de seca (menores índices pluviométricos) em grande parte
do Brasil (abril a outubro) a possibilidade de se repetir os banhos carrapaticidas a cada sete dias, com satisfatória eficácia, é maior nessa época
do ano. As chuvas inviabilizam os banhos e nesta ocasião, caso ocorra, o banho deverá ser transferido para o dia seguinte.
Carrapato do Cavalo – A. cajennenseO controle de carrapatos dos eqüídeos é de
extrema importância devido às
peculiaridades desta espécie e a sua
participação como transmissor de doenças
para os animais e para o homem.
Existem várias espécies de carrapatos: nas
fases adultas, eles são mais específicos para
um determinado hospedeiro nas fases jovens
de larvas ou ninfas, eles são menos seletivos,
podendo parasitar vários animais e,
inclusive, o homem.
Os eqüídeos são afetados principalmente por
duas espécies o Anocentor nitens que, aloja
principalmente na região interna da orelha e
região nasal, e o Amblyomma cajennense,
que parasita qualquer região do corpo e é
encontrado parasitando outras espécies de
animais como cães, capivaras, aves, bovinos
e o próprio homem. O carrapato de orelha,
como é conhecido, e de fácil controle
através de práticas de higiene periódicas,
inspecionando as orelhas, removendo e
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 29
aplicando carrapaticida local. Esta espécie ocorre durante todo o ano e seu ciclo de vida dura em torno de 28 dias.
O Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato de cavalo, Rodoleiro ou Carrapato Estrela tem seu ciclo de vida completo em torno de
um ano. As fêmeas do Amblyomma cajennense, depois de fecundadas e ingurgitadas (teleóginas), desprendem-se do hospedeiro e realizam a
postura no solo cerca de 12 dias após. Depois deste período de postura de 4 a 6.000 ovos em média, a fêmea morre. O período de incubação dos
ovos em temperatura adequada, cerca de 30° C dura em média 30 dias, ocorrendo o nascimento das larvas, que são hexápodes (seis patas).
Estas sobem nos hospedeiros e alimentam-se de linfa, tecidos digeridos e sangue por três a seis dias. Desprendem-se do hospedeiro e abrigam-
se no solo por um período de duas a três semanas e transformam-se no estágio de ninfa, que são os octópodes (oito patas). Estas ninfas
parasitam um novo hospedeiro durante uma semana e se ingurgitam de sangue e desprendem novamente do hospedeiro. Transformam-se em
adultos no solo após um período de três semanas em média, conforme condições do ambiente. Os adultos acasalam-se durante o parasitismo no
hospedeiro final enquanto as fêmeas fertilizadas iniciam o ingurgitamento que termina em um período de 8 a 12 dias, quando se desprendem do
hospedeiro iniciando novo ciclo.
Carrapato do Cavalo – A. cajennenseSistema de controle
Conhecendo melhor ciclo do carrapato nos
permite utilizar medidas estratégicas de
controle. Cada fase do ciclo do carrapato
ocorre em uma época do ano. As larvas
ocorrem nos meses de março a julho
enquanto as ninfas ocorrem nos meses de
julho a novembro. Nestes períodos é possível
fazer o controle químico, com pulverizações
ou uso de produtos de uso interno. Estas
fases jovens são mais sensíveis aos
produtos químicos, sendo conveniente que
as pulverizações sejam feitas com intervalos
de sete dias. A fase adulta ocorre nos meses
mais quentes, de novembro a março. Os
adultos são muito mais resistentes aos
produtos químicos e as condições adversas
do ambiente, podendo sobreviver em jejum
por até dois anos, sendo de extrema
importância o uso correto dos
carrapaticidas, para evitar resistência a
estes. Deve-se realizar Carrapatogramas
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 30
para escolher os produtos de maior eficácia para cada fazenda. Pode ser controlado por práticas de catação manual das fêmeas ingurgitada
semanalmente, evitando-se que estas realizem a oviposição, interrompendo o ciclo. O Amblyomma é responsável pela transmissão da
Babesiose eqüina, uma doença de grande importância no meio. Para que o animal tenha imunidade frente a esta doença é necessário que tenha
contato com o carrapato; portanto, não podemos eliminá-lo totalmente das propriedades e, sim, mantê-lo sob controle. Alguns estabelecimentos
de cavalos de corrida e centros hípicos devem manter controle rígido, porque os animais devem ser livres de Babesiose e outros agentes, para
terem permissão de entrada em outros países onde não ocorrem estas doenças. Consulte um médico-veterinário para estabelecer o controle
adequado dos carrapatos em sua propriedade. Para o homem, o carrapato pode transmitir a Febre Maculosa, que é de rara incidência, mas nem
por isto menos perigosa. Devemos ter cuidado. Casos foram registrados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo
e Santa Catarina.A doença é transmitida através da picada do carrapato após ficar aderido na pele por um período mínimo de quatro horas.
Deve-se evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos no meio rural ou parques de áreas urbanas. Sendo necessário
frequentar estas áreas, usar calça comprida, botas, meias ou fitas adesivas na bainha da calça com a bota. O uso de repelentes a base de DEET é
recomendado. A pessoa deve vistoriar o corpo a cada três horas durante os trabalhos e passeios
Carrapato de Galinha - Argas miniatusCarrapato Argas miniatus é o nome que é
dado aos carrapatos das aves, ele é bem
pequeno se comparado às outras espéciaes,
ele ataca inclusive galinhas. O nome popular
desse carratpato em algumas regiões do
Brasil é "piunga". Transmite aos galináceos
a bouba, uma doença infecciosa semelhante
à sífilis, e pode matar a ave.
Quando a infestação e grande, ele também
pode se hospedar nos humanos, veja
informações sobre essa espécie:
O Argas miniatus passa por 4 fases até
chegar asua fase adulta: ovo, larva,
protoninfa, deutoninfa e adulto no ciclo
evolutivo. Quando a fêmea realiza a
alimentação, aumenta de peso e torna-se
globosa e, o macho aumenta muito pouco o
seu tamanho.A cópula é feita fora do
hospedeiro. Depois da cópula a fêmea do
Argas miniatus realiza várias posturas,
durante 8 a 10 dias e, cada uma procedida
de uma sucção de sangue.
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 31
A cada postura, aquantidade de ovos varia entre 120 a 200 ovos. Os ovos têm a coloração castanha, ficam aglomerados e são meio esféricos. O
tempo de incubação dos ovos até a eclosão são de 12 a 15 dias, em uma temperatura de25ºC em média. Depois desse tempo, eclodem as larvas.
Medindo 0,7 mm de comprimento e com 3 pares de patas. Na sua fase larvária, ela sobe no hospedeiro por 4 dias para se alimentar. Depois
dessetempo, ela desce e procura um esconderijo, onde irá trocar de pele e virar a protoninfa, que ocorre entre 6 a 8 dias para completar a
transformação. A protoninfa espera alguns dias até que seurevestimento de quitina esteja endurecido, e procura uma ave para se alimentar.
Depois de alimentada, a protoninfa desce do hospedeiro e espera mais 10 a 12 dias para passar por uma ecdise e se transformar nadeutoninfa.
Depois de alguns dias, ela troca de pele novamente e se transforma na sua fase adulta.
Hospedeiros
O hospedeiro preferido do Argas miniatus é as galinhas, mas ele também podeparasitar pombos, patos, perus e alguns pássaros. Ele não parasita
os mamíferos e os humanos. Muitos deles ficam nos galinheiros, principalmente se oferecer uma condição de desenvolvimento melhor,
comopoleiros feitos de bambu. Esta espécie tem hábitos noturnos, e saem de seus ninhos para se alimentar nas aves, e depois de satisfeitos, eles
voltam paras seus esconderijos.
Carrapato do Cão – Rhip. sanguineusO Rhipicephalus sanguineus, carrapato da
família Ixodidae, tem como hospedeiros
preferidos os cães, embora também possa
parasitar outros animais domésticos, animais
silvestres. No Brasil também é conhecido pelo
nome popular: carrapato-vermelho-do-cão. Ao
contrário da maioria dos carrapatos, o
Rhipicephalus possui geotropismo negativo, ou
seja, ao sair do hospedeiro ele procura lugares
altos, de preferência perto do ambiente onde os
hospedeiros ficam e dormem.
Características
- Quelícera curta
- Base do gnatossoma geralmente hexagonal
- Escudo não ornamentado
- Festões pouco desenvolvidos
- Primeiro par de coxas bífidas
- Um par de placas adanais nos machos
- Peritremas em forma de vírgula
- Geotropismo negativo
ENCICLOPÉDIA DE PRAGASwww.controlarambiental.com.br AS MELHORES INFORMAÇÕES SOBRE PRAGAS URBANAS - Since 2001
CARRAPATO – Ixodidae / Argasidae
- Folha 32
Ciclo
É um carrapato que exige três hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), pois todas as mudas são feitas fora dos hospedeiros. A fêmea
podem por 200 a 3000 ovos por dia.
Períodos (em dias) - Pré-postura – 3 - Incubação - 17-60 - Sucção da larva - 2-7 - Muda da larva - 5-23 - Sucção da ninfa - 4-9 - Muda da ninfa
- 11-72 - Sucção da fêmea - 6-30.
As larvas não alimentadas podem sobreviver até 8 meses e meio, as ninfas seis meses e adultos até 19 meses. Importância em Medicina
Veterinária e Saúde pública. Este carrapato é comum em cães e as altas infestações provocam desde leves irritações até anemia por ação
espoliadora. O carrapato pode atacar qualquer região do corpo, porém é mais freqüente nos membros anteriores e nas orelhas.
É considerado o principal transmissor da babesiose canina e da Erlichiose ("doença do carrapato"); a transmissão pode ser transovariana, pode
também transmitir vírus e bactérias. Pode atacar o homem causando dermatites. Controle - O controle faz-se através da aplicação de banhos
carrapaticidas nos cães, repetindo-se o tratamento duas ou três vezes com intervalos de 14 dias, em conjunto com limpeza dos canis e aplicação
de acaricidas nas paredes e pisos das instalações.