Caro PRÉ SEMINARISTA! · 2008. 10. 27. · Caro PRÉ‐SEMINARISTA! Pelo que me é dado conhecer,...
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Caro PRÉ‐SEMINARISTA!
Pelo que me é dado conhecer, no nosso grupo de pré‐seminaristas há alguns que são ou poderiam ser muito bons alunos. Mas outros, nem por isso. Têm as suas dificuldades e nem sempre conseguem resultados agradáveis. Alguns destes, para não dizer todos, têm boa vontade e também boas qualidades e bons sentimentos. E isso é muito importante.
No entanto, nesta altura do ano lectivo, não quero deixar de chamar a atenção de todos, no sentido de dar cada um o seu melhor. Também como aluno todo o pré‐ ‐seminarista tem obrigação de ser “um rapaz diferente”. Assim sendo, quer tenha muita facilidade em aprender, quer tenha mais dificuldade, só pelo facto de ser pré‐ ‐seminarista, deve ser um aluno aplicado e cumpridor.
A experiência ensina que, na maior parte dos casos, as notas negativas que por vezes aparecem (e não deviam aparecer) ficam a dever‐se não propriamente à falta de capacidades, mas sim à preguiça e à distracção. Nota‐se a olho nu que alguns têm uma tremenda dificuldade de se concentrarem. São até capazes de estar sossegados nas aulas, mas é como se não estivessem lá: mergulham facilmente no mundo da fantasia tão fora da realidade. Precisam de tomar consciência desta sua maneira de ser e de fazer bons esforços, sem estar à espera de ser constantemente chamados à atenção.
Outra questão é a preguiça. Esta ‘trama’ (passe o termo) tanto os que têm mais dificuldade como os demais. Toda a gente sabe que há alunos bem malandros. Alguns até poderiam ser excelentes alunos, se o vírus da preguiça não os contaminasse. Até pré‐seminaristas há que sofrem daquela ‘preguicite aguda’ que leva tantos a deixar tudo para a última hora, em vez de estudarem todos os dias, como é seu dever. Só estudam para os testes, ou na parte final do ano, ou quando se vêem aflitos com negativas, ou, então, quando os pais começam a ameaçar com castigos.
Tu não podes ser assim. Ninguém devia ser assim. Mas tu, sobretudo, como pré‐ ‐seminarista, não podes de modo nenhum ser assim. Estás farto de saber – e isso é tantas vezes recordado – que um pré‐seminarista deve ser um “rapaz diferente”. “Diferente” também nisto.
De resto, também já muitas vezes ouviste dizer que um pré‐seminarista que se preze não estuda para as notas. Estuda porque é essa a sua obrigação, porque é a vontade de Deus a seu respeito. Estuda para dar o seu melhor. Nisto, como em todas as coisas, nem devia precisar que lhe chamassem a atenção, nem pais, nem professores, nem ninguém. Tem a sua consciência e exactamente porque é responsável e consciencioso, faz tudo pelo melhor, independentemente de lhe chamarem ou não a atenção. E isto, apesar de ser ainda muito novo. É novo, mas já não é nenhuma criança e, menos ainda, bébé.
Pe. Fernando Ribeiro, SCJ
EEEm Frm Frm Freeennnttteee Publ. Mensal ‐ nº 181 ‐ Novembro de 2008 ‐ Preço 0,25€ (IVA incl.)
Contac to com os PréContac to com os Pré ‐‐ seminar i s tas Dehon ianosseminar i s tas Dehon ianos
Fomos nós que trespassámos Jesus. Fomos nós os autores de toda a sua Paixão. Fomos nós que O enchemos de amargura no Jardim da ago‐nia; que O cumulámos de opróbrios, flagelámos, coroámos de espinhos e crucificámos. Caifás, Pila‐tos e os algozes eram como que nossos mandatá‐rios. A causa determinante da Paixão foram os nossos pecados.
Com efeito, que há de comum entre um Deus e o sofrimento? A sua união é anormal. Foi necessário um facto estranho, novo, desorde‐nado, para causar o sofrimento do Filho de Deus feito homem: esse facto são os nossos pecados. O Filho de Deus sofre e sofre por nossa causa.
Ah! sejamos penitentes! Procuremos (ver) em que O ofendemos, quais foram as desordens do nosso comportamento. Confrontemos a nossa vida com os deveres que deveríamos ter cumprido, com os man‐damentos, com as virtudes evangélicas, com as obrigações do nosso estado. Choremos as nossas faltas que humilharam, feriram, ultraja‐ram, crucificaram Jesus. Como O consolaremos? Chorando a seus pés como S. Madalena, renunciando às nossas más inclinações, corrigindo os nossos defeitos.
Para ti, A PALAVRA DO PADRE DEHON
Comentário As palavras são claras. Fomos nós que maltratámos Jesus com os nossos pecados.
Precisamos de fazer penitência. Mesmo que não tenhamos feito grandes maldades, não esqueçamos que todo o mal que fazemos e tudo aquilo que fazemos mal ofende a Jesus, fere o seu Coração tão sensível. Evitemos toda e qualquer decisão errada, toda e qualquer acção pecaminosa, resistamos às más inclinações (preguiça sensualidade, gula, mentira, vingança, inveja...) e corrijamos os nossos defeitos. São os grandes con‐selhos que nos dá o Padre Dehon.
“Hão‐de olhar para Aquele que trespassaram” (Zac. 12).
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Para ti, A PALAVRA DO PAPA
Queridos jovens, com o Baptismo vós já nascestes para a vida nova em virtude da graça de Deus. Mas, dado que esta vida nova não suprimiu a debilidade da natureza humana, nem a inclinação para o pecado, é‐nos dada a oportunidade de nos aproximarmos do Sacramento da confissão. Todas as vezes que o fizerdes com fé e devoção, o amor e a misericórdia de Deus movem o vosso coração, depois de um atento exame de consciência, para o ministro de Cristo. A ele, e assim ao próprio Cristo, exprimis a dor pelos pecados cometidos, com o firme propósito de não voltar a pecar no futuro e com a disponibilidade para aceitar com alegria os actos de penitência que ele vos indica para reparar o dano causado pelo pecado. Experimentar assim o "perdão dos pecados; a reconciliação com a Igreja, a recuperação, se foi perdida, do estado de graça; a remissão da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais e, pelo menos em parte, das penas temporais que são consequência do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação do espírito; o aumento das forças espirituais para o combate cristão de cada dia". Com o lavacro penitencial deste Sacramento, somos readmitidos à plena comunhão com Deus e com a Igreja, companhia fiável porque é "sacramento universal de salvação".
COMENTÁRIO Estas palavras fazem parte de uma homilia do Santo Padre dirigida a jovens, sobre o
sacramento da Reconciliação ou confissão. Depois de recordar as condições para uma confissão bem feita, que são:
‐ fé e devoção ‐ exame de consciência; ‐ dor pelos pecados cometidos, com firme propósito de não voltar a pecar
(=arrependimento); ‐ disponibilidade para aceitar a penitência, “para reparar o dano causado pelo pecado”;
o Papa refere os maravilhosos efeitos da mesma confissão, que são:
‐ o perdão dos pecados; ‐ a reconciliação com a Igreja; ‐ a recuperação do estado de graça, se foi perdido com o pecado mortal; ‐ a remissão da “pena eterna” merecida por causa dos pecados mortais e, em parte, das
penas temporais que são consequência do pecado; ‐ a paz e a serenidade e a consolação do espírito; ‐ o aumento das forças espirituais para a luta de cada dia.
Perante tantas maravilhas, francamente só não se confessa ou não gosta de confessar‐se quem não tem fé ou é tonto.
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erdao dos pecados p -
O bispo auxiliar de Braga, D. António Couto, confessou que uma das belas imagens que ele guarda do despertar da sua vocação sacerdotal, quando criança, é a do esplendor de sua paróquia.
D. António Couto completou em Setembro passado um ano de episcopado na diocese de Braga. Falou sobre a sua vocação, entre outros temas.
O bispo confessou que sempre gostou muito da sua paróquia. “É uma igreja antiga, românica de origem, e muito bonita ao ponto de ficarmos esmagados pelo seu esplendor. E para uma criança que andava no mundo dos adultos, isso fascina‐va‐me.”
“Lembro‐me de entrar na igreja e sentir que aquilo era outra coisa. Em minha casa, era preciso uma candeia acesa para se ver alguma coisa. Na igreja tudo era grandioso. Os mosaicos, os dourados das talhas, um mundo fabuloso para uma criança.”
“Muitas vezes ‐ prossegue o prelado ‐, durante a semana, eu ia à missa por‐que gostava de estar no meio daquela sublimidade. Isso é que me levava a aproxi‐mar daquele lugar sagrado. E gostava de ser acólito.”
Segundo D. António Couto, o pároco de sua comunidade era muito idoso. Ele “estava na paróquia há mais de 50 anos e dizia, para estimular os rapazes, que quem chegasse primeiro ajudava no altar como acólito. E era quase sempre eu. A missa era às 6h30, mas eu ia mais cedo para chegar em primeiro lugar”.
Nesse contexto, afirma o bispo, “fascinava‐me o sagrado e a igreja, aquele mundo, mas não tinha colocado a hipótese do sacerdócio”.
“Entretanto, passou um padre pela minha escola, como era habitual naquela altura, e perguntou quem gostaria de ser padre. Houve uns três ou quatro que levantaram a mão. E eu fui um deles.”
O sacerdote passou a enviar‐lhe livros, santinhos, além de fazer a l g u m a visita. “E foi aí que comecei a pensar no assunto sozinho”.
D. António Couto recorda que, quando decidiu entrar no seminário, em sua casa ninguém gos‐tou: “houve um silêncio sepulcral”.
Mas confessa a sua convicção. “Decidi sozinho. Passava horas a pen‐sar no assunto, mesmo de noite eu pensava. E decidi de facto que ia, porque percebi uma pre‐sença de Deus muito perto de mim”.
UMA HISTÓRIA DE CADA VEZ
O esplendor da igreja fascinava
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Uma “voz” chamou‐te? Deves ir. O caminho é longo, mas vai. “Sem alforge, nem bastão, nem sandálias”. Mas não sem esperança. “Ir tem o seu fascínio, faz parte da nossa pobre felicidade; talvez seja a única parcela de felicidade que nos é permitido gozar cá em baixo” (Pe. Mazzolari).
A vocação é caminho a percor‐rer. Não há caminho sem dificul‐dades, não há projecção no futuro sem incertezas. Não há esforço sem cansaço. Não há crescimento sem compromisso, sem risco. Tudo isso se percebe, considerando o limite natu‐ral que a todos nos condiciona.
“Para mim é um grande confor‐to pensar que Deus me toma tal como sou. Desde que se viva com rectidão de intenções, com prontidão de arrependimento dos próprios er‐ros, com abandono a Deus, sem que dêmos por isso, Alguém nos faz ca‐minhar”. (Pe. Mazzolari)
“Não temais, Eu venci o mundo” ‐ diz Jesus. Definitivamente. Venceu‐o também para nós. E “é mais forte Aquele que está em vós ‐ Cristo ‐ do que aquele que está no mundo”. Esta fé alimenta a nossa esperança.
PÁGINA VOCACIONAL
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‘Ir tem o seu fascínio, faz parte da
nossa pobre felicidade’
Na Bíblia são numerosos os “casos” nos quais se encontra o homem chamado e enviado por Deus, tomado de desconfiança e desânimo. Sem esperança, ao que parece. Basta pensar na aventura de Elias e na de Jonas.
Elias, cheio de medo, “atemorizou‐se e partiu para salvar a vida”. Foge à espada de Jezabel. A tirana não brincava. Já fizera rolar muitas outras cabeças. “Isaías pediu para si a morte: Basta, Senhor ‐ disse ele ‐ tirai‐me a vida, porque não sou melhor do que os meus pais”.
Há, na vida de todos, momentos em que se é tentados a dizer “Chega!”. Mas não passa de tenta‐ção. Esquece‐se e a‐vança‐se. No fim do caminho da dúvida, da provação, do de‐sânimo, está Ele, o Senhor, que te espe‐ra. Talvez te repre‐enda por não teres sabido confiar n’Ele. Mas Ele torna a cha‐mar‐te e a enviar‐te.
Como o profeta. Disse o Senhor a Elias: “Levanta‐te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer”.
Jonas vive uma situação não menos dramática. “Pegaram em Jonas e atiraram‐no ao mar”. Acabaram‐se as esperanças. Humanamente falando, claro. Mas no projecto de Deus, não. Engolido pelo mar e pela grande baleia, Jonas reza. Uma oração convicta de que “a salvação vem do Senhor”. E o Senhor salvou‐o.
És chamado? Responde. E confia. O Senhor é um Deus fiel.
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Origem Sou o Irmão Cláudio Aparecido Teixeira, Missionário Redentorista. Nasci
em 1976 no Estado do Paraná (Brasil). Vivi a minha adolescência praticamente em ambiente rural juntamente com a minha família. Sou de uma família simples, de quatro irmãos, sendo eu o primogénito. Falando um pouco da minha vocação, posso dizer que tudo começou muito cedo. Gostava muito de observar as vestes litúrgicas dos padres quando celebravam a Missa, na comunidade que a minha família e eu frequentávamos no Paraná. Depois, quando cresci um pouco, afastei‐me da minha primeira motivação vocacional.
Quando a minha família veio morar na cidade de São José dos Campos, no Estado de São Paulo e posteriormente na cidade de Jacareí (SP), ressurgiu em mim novamente o desejo de ir para o seminário.
Planos divinos
Um dia, estando a escutar a Rádio Aparecida, ouvi uma propaganda vocacional redentorista. Anotei o endereço do Secretariado Vocacional e com bastante receio escrevi uma carta, manifestando o desejo de entrar para o seminário. Recebi rapidamente a carta de resposta juntamente com alguns livros e folhetos, explicando as diversas vocações existentes na Igreja. Passado algum tempo, recebi outra carta convidando‐me para participar no primeiro encontro vocacional no Seminário Santo Afonso em Aparecida (SP). Fiquei muito feliz por ter sido convidado, mas não sabia ir sozinho e quem me levou foi o meu pai. Tendo chegado a Aparecida, fomos até ao Santuário para pedir mais informações a respeito do local do encontro vocacional. Um padre que andava por aqueles grandes corredores do Santuário a rezar o terço, informou‐nos como chegar até o Seminário Santo Afonso. Depois
TESTEMUNHO
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perguntou‐me que grau de escolaridade tinha eu. Respondi‐lhe que estava na 7ª série. Ele respondeu que o Seminário Santo Afonso somente recebia jovens que frequentavam o secundário, mas indicou‐me o Seminário São Geraldo, que fica na cidade do Potim (SP), destinado à formação dos futuros Irmãos Redentoristas. Na verdade, naquela ocasião eu nada mais pretendia do que participar num encontro vocacional. Mesmo assim, não pus de parte aquilo que ele informou a respeito do Seminário São Geraldo. Mais tarde procurei maiores informações sobre a vocação do Irmão Redentorista. E o Ir. Manuel que, na altura, trabalhava no Secretariado Vocacional explicou‐me um pouco sobre a importância da vocação e missão do Irmão na Igreja e na Congregação Redentorista. Seminário
Reflectindo e meditando sobre isso, cheguei à conclusão de que Deus Se serve de mil formas para chamar as pessoas que chama para o seu serviço e missão na Igreja. Entrei no Seminário São Geraldo em 1995 para ser Irmão Missionário Redentorista. Durante seis anos, pude conhecer muito bem a Vida do Religioso Consagrado e também pude contemplar a presença de Deus nos diversos acontecimentos da minha vida vocacional.
No ano de 2001, os meus formadores propuseram‐me a experiência do postulantado, a fim de aprofundar os meus conhecimentos na área da vida religiosa, com auxílio de cursos promovidos pela CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil) e de outros promovidos pelas Faculdades Claretianas de São Paulo. Consagração
Em 2002 fiz o noviciado na cidade de Tietê (São Paulo). Foi um tempo forte de oração e de encontro profundo com o Senhor da messe que nos chama e envia. No dia 26 de Janeiro de 2003, fiz a profissão religiosa na Congregação do Santíssimo Redentor consagrando‐me a Deus pelos votos de castidade, pobreza e obediência. No mesmo ano fui residir no Alfonsianum, Instituto Redentorista de Estudos Superiores, no bairro do Ipiranga em São Paulo, para cursar a Faculdade de Ciências da Religião. Terminada a Faculdade em 2005, pediram‐me para trabalhar no Secretariado Vocacional Redentorista, com a missão de auxiliar os adolescentes e jovens que nos procuram com o objectivo de ter uma orientação vocacional. Nesse sentido, digo que a caminhada vocacional redentorista que realizei até ao presente momento tem sido muito gratificante para mim, graças a Deus.
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1. Não sabeis que, se vos entregais a alguém, obedecendo‐lhe como escravos, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado que leva à morte, quer da obediência que leva à justiça?
2. O salário do pecado é a morte; ao passo que o dom gratuito que
vem de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, Senhor nosso. 3. O que realizo, não o entendo; pois não é o que quero que
pratico, mas o que eu odeio é que faço. 4. Sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita coisa boa;
pois o querer está ao meu alcance, mas realizar o bem, isso não. 5. É que não é o bem que eu quero que faço, mas o mal que eu não
quero, isso é que pratico. 6. Ora, se o que eu não quero é que faço, então já não sou eu que
o realizo, mas o pecado que habita em mim. 7. Deparo com esta lei: em mim, que quero fazer o bem, só o mal
está ao meu alcance. 8. Sinto gosto pela lei de Deus, enquanto homem interior. Mas
noto que há outra lei nos meus membros a lutar contra a lei da minha razão, e a reter‐me prisioneiro na lei do pecado que está nos meus membros.
9. Os que vivem de acordo com a carne aspiram às coisas da carne;
mas os que vivem de acordo com o Espírito aspiram às coisas do Espírito.
10. De facto, a carne aspira ao que conduz à morte; mas o Espírito
aspira ao que dá vida e paz. É que a carne aspira à inimizade com Deus, uma vez que não se submete à lei de Deus; aliás nem sequer é capaz disso.
(S. Paulo)
sabedoria
10 grãos de
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É, certamente, bem triste que haja pessoas que perderam a fé! A coisa mais trágica que pode acontecer a um ser humano é perder a fé em Deus. Mas, a maior parte das vezes, esta tragédia não é uma questão de inteligência, mas sim do coração; não é causada pelas objecções da razão, mas pelas dos sentimentos; não é fruto de dificuldades científicas, mas é‐o das morais.
Se fosse possível ao homem deter‐se na fé “racional”, haveria no mundo muito poucas pessoas descrentes. Mas os dogmas da fé trazem consigo consequências morais muito mais graves no que diz respeito à vida prática ‐ às palavras e às acções: e é isto que assusta muitas pessoas.
Os princípios da religião católica exigem que evitemos o pecado, que vençamos as inclinações perigosas que nos levam a prazeres proibidos; que reprimamos a cólera, o egoísmo desregrado, a impureza, a insensibilidade perante as necessidades do próximo, etc.; que arranquemos até a raiz dos nossos pecados; e, se fraquejarmos na luta, que confessemos leal e francamente e com sincero arrependimento. Quer isto dizer que a fé nos impõe uma luta contínua: luta contra as faltas, luta pela perfeição.
É precisamente esta a razão por que muitas pessoas recusam a fé. Recusam acreditar, para não terem de mudar de vida. Como estão, sentem‐se à vontade; os pecados não os incomodam. Assemelham‐se aos dois mendigos de S. Martinho.
‐ Quem eram eles? ‐ perguntas‐me. Eis a sua história. Levavam, um dia, em procissão solene as relíquias de S. Martinho de Tours. Todos os doentes que se encontravam no caminho ficavam curados à sua passagem. A notícia espalhou‐se com a rapidez do
relâmpago. Tendo chegado a dois paralíticos que se encontravam no caminho por onde passaria a procissão, um deles voltou‐se perturbado para o outro e disse‐lhe: “Vamos embora daqui, camarada, porque, se viermos a ser curados, quem se importará depois connosco e nos dará esmola??”. É por um motivo semelhante que muitas pessoas não querem a fé. Que teriam de fazer, se aceitassem? Não poderiam continuar a viver no pecado, na paralisia moral.
O homem acabrunhado de pecados procura, muitas vezes, defender‐se dos remorsos à maneira da avestruz. Esta, quando se sente perseguida pelos caçadores a cavalo, põe‐se a correr a toda a brida, em lugar de atacar o cavalo ao qual poderia facilmente ferir com o longo e duro bico. E, quando já não pode correr mais, dominada pelo cansaço, esconde a cabeça na areia, supondo que os perseguidores desapareceram, pois já não os vê...
Assim também o pecador poderia facilmente livrar‐se dos remorsos, se quisesse abandonar o pecado. Qual história! Prefere tapar os ouvidos e fechar os olhos, para não ver o perigo cada vez
maior e mais próximo da eterna condenação: prefere negar a vida futura depois da morte, a religião, o próprio Deus... Razão tinha Rousseau, escritor que era, todavia, de sentimentos religiosos duvidosos, quando escreveu: “Conserva sempre a tua alma
em estado tal que ela deva desejar a existência de Deus, e verás que jamais a porás em dúvida”.
Tihaéer Toth
PARA LER E MEDITAR
OS MENDIGOS DE SÃO MARTINHO
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R R R a) Por que é que alguns pré‐seminaristas deixaram de o ser? b) Que vão fazer aqueles que entraram no Seminário? c) Qual deve ser a tua principal preocupação? d) Que deves continuar a ser? e) Que terás de ir fazendo? f) Como deves ser na escola? g) Que deves fazer para seres fiel aos teus compromissos?
a) Que dá o amor a Jesus? b) Que acontece aos que amam Jesus com generosidade? c) O que é que Jesus mais deseja que Lhe façam?
a) Quantas e quais são as condições para “subir ao monte do Senhor”? b) O que é importante hoje? c) Quando é puro um coração? d) Qual é a altura para a qual o homem é destinado?
a) Que descoberta fez o Imperador? b) Que fazia, então, o pajem, em vez de prestar atenção à peça? c) Que mostra quem tem coragem de rezar até num teatro? d) Que chegou a ser mais tarde aquele pajem?
a) O texto é longo, mas, no fundo, resume‐se a um tema. Qual é esse tema? b) Vai ao teu dicionário, procura e transcreve o significado da palavra ‘teofania’. c) Qual é a palavra que irá amparar o profeta na luta? d) Em que consiste o ‘rito da consagração’? e) Que significa o ‘rito da consagração’? f) Qual é o outro rito? g) Que é a dureza de Israel? h) E que é a dureza de Ezequiel e de onde lhe vem ela? i) Que nos ensina a vocação profética de Ezequiel?
Perguntas sobre o “Directório” (página 6) a) Que é importante saber logo à partida? b) Para que fundou o Pe. Dehon a Congregação? c) Que significa “ser uma Congregação do Sagrado Coração de Jesus? d) Que significa “Congregação apostólica”? e) Que quis o Pe. Dehon ao fundar a Congregação?
[eler] [eflectir] [esponder] 1.
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Aproxima‐se a data do 3º “encontro formativo” do presente ano lectivo. Passado pouco mais de um mês depois do último “encontro”, vamos mais uma vez aproveitar e aproveitar bem mais esta oportunidade que Jesus nos oferece. Exactamente porque se trata de uma oportunidade oferecida por Jesus, deve ser aproveitada. E a melhor forma de o fazer é marcar presença.
Já mais do que uma vez se chamou a atenção para o cuidado que todos devem ter de não faltar, custe o que custar. Faltar aos “encontros” é muito prejudicial. Por que isto é como quem está a realizar uma caminhada em conjunto com outros. Deixar‐se ficar para trás provoca muitos inconvenientes.
Neste “encontro” terá lugar a “Reunião de Pais”. Alerta os teus para isso, a fim de que não sejam apanhados de surpresa pela respectiva “convocatória” que irão receber dentro de alguns dias.
Repara agora nos pontos que se seguem:
1. DATA: 29 e 30 de Novembro. 2. CHEGADA: entre as 9.00 e as 10.30, sem falta. 3. REGRESSO A CASA: só no fim da Reunião dos Pais.
TRAZER: as coisas do costume, mas com espe‐cial cuidado para não esquecer mesmo nada.
Em Frente (Contacto com os Pré‐seminaristas Dehonianos) Publicação Mensal ‐ Ano IX ‐ nº 181 ‐ Novembro de 2008
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