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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
DIÉSSE GINDRI SANTI
CARACTERÍSTICAS DE UM CIRURGIÃO-DENTISTA IDEAL:
DEFINIÇÃO DE ESCOLARES DA CIDADE DE SANTIAGO/RS.
Itajaí, (SC) 2011
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DIÉSSE GINDRI SANTI
CARACTERÍSTICAS DE UM CIRURGIÃO-DENTISTA IDEAL:
DEFINIÇÃO DE ESCOLARES DA CIDADE DE SANTIAGO/RS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista pelo Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: Profª. Elisabete Rabaldo Bottan.
Itajaí, (SC) 2011
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DIÉSSE GINDRI SANTI
CARACTERÍSTICAS DE UM CIRURGIÃO-DENTISTA IDEAL:
DEFINIÇÃO DE ESCOLARES DA CIDADE DE SANTIAGO/RS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, aos três dias do mês de maio do ano de dois mil e onze, é considerado aprovado.
1. Profª Elisabete Rabaldo Bottan (Presidente)
___________________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
2 Prof. __________________________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
3. Prof. _____________________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
3
DEDICATÓRIA
Ao meu avô, que mesmo não estando mais aqui, sempre sonhou junto
comigo.
A minha mãe que me deu a vida com amor.
A Paulo Renato Décio da Costa, pelo incentivo, pelo apoio e pelo carinho
dedicados a mim.
Às pessoas que me deram força quando eu não estava muito animada.
Diésse
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AGRADECIMENTOS
A Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada.
A minha avó por toda força e coragem que me deu, sempre me apoiando
nos momentos de dificuldades.
Aos meus pais que, mesmo estando longe, sempre se preocuparam e
estiveram comigo.
À professora Bete que, desde o início, teve um carinho imenso comigo,
sendo uma verdadeira mãe, se tornando uma pessoa muito especial em minha
vida.
À querida Paula Costa por ter tanta atenção e carinho comigo, sem a sua
ajuda eu não teria conseguido.
Às escolas Apolinário Porto Alegre e Escola da URI onde fui muito bem
recebida na realização deste trabalho.
A todos os amigos e familiares que estiveram ao meu lado.
Diésse
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CARACTERÍSTICAS DE UM CIRURGIÃO-DENTISTA IDEAL: DEFINIÇÃO DE
ESCOLARES DA CIDADE DE SANTIAGO/RS.
Acadêmica: Diésse Gindri SANTI
Orientadora: Profa. Elisabete Rabaldo BOTTAN
Defesa: maio de 2011
Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar as características de um dentista ideal na visão de adolescentes. A pesquisa é do tipo descritivo, transversal, mediante coleta de dados primários. A população-alvo foi constituída por alunos de 5ª a 8ª séries, matriculados em uma escola particular e uma escola pública, localizadas no perímetro urbano-central da cidade de Santiago, na região centro-oeste do Rio Grande do Sul. O plano amostral foi não probabilístico e a obtenção da amostra se deu por conveniência. A coleta de dados foi efetuada com base nos princípios da Técnica de Associação Livre de Palavras. A análise dos dados foi realizada de acordo com os pressupostos de pesquisa qualitativa, mediante identificação de categorias de análise. O grupo pesquisado ficou constituído por 190 sujeitos, sendo 44% da escola pública e 56% da escola particular; 50,5% eram do gênero feminino e 49,5% do masculino. As idades variaram de 10 a 15 anos, sendo que a faixa etária de 12 a 15 anos foi a mais frequente (62,6%). Foram identificadas 5 categorias de análise. Para as duas escolas, a categoria relacionamento interpessoal foi a mais citada (32,6%, na pública; 29,6%, na particular). Para a escola pública, a segunda categoria mais evidenciada foi competência profissional (28,8%) e, na escola particular foi biossegurança (28,9%). Concluiu-se que, independente do tipo de escola, os adolescentes consideram um bom dentista aquele que, prioritariamente, consegue estabelecer um vínculo afetivo com seus pacientes e que tenha domínio de habilidades e competências técnico-científicas relacionadas à profissão.
Palavras-chave: Relações dentista-paciente; Recursos humanos em saúde; Capacitação profissional.
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SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO.................................................................................................07
2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................09
3 MATERIAS E MÉTODOS................................................................................27
4 RESULTADOS................................................................................................29
5 DISCUSSÃO ..................................................................................................34
6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................36
REFERÊNCIAS .................................................................................................37
APÊNDICE.........................................................................................................40
ANEXOS.............................................................................................................41
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1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a reflexão sobre a educação superior, especialmente quanto à
formação de profissionais para a área da saúde, tem ocupado lugar importante na
agenda estatal. A criação de mecanismos regulatórios e avaliativos das
instituições de ensino superior (IES) e a definição de diretrizes curriculares para
os cursos da saúde, somadas às iniciativas de indução de mudanças propostas
pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação, têm gerado
novas questões e desafios para os centros formadores no Brasil. (CASOTTI;
RIBEIRO, 2009; QUEIROZ; DOURADO, 2009).
O perfil profissional de recursos humanos, para atuar em diferentes
campos da saúde, que atenda às definições do Sistema Único de Saúde (SUS)
vem exercendo influência na orientação dos currículos dos cursos de graduação.
No que diz respeito ao curso de Odontologia, suas Diretrizes Curriculares foram
redefinidas através do Parecer CNE/CES n°1300, de 2001. Este parecer
preconiza que os futuros profissionais sejam capazes de desempenharem suas
funções com qualidade, eficiência e resolutividade. O que implica em um
profissional que saiba trabalhar em equipe, em todos os níveis de atenção à
saúde, que seja hábil e competente tecnicamente, mas, sobretudo, um ser
humano. (NUTO et al., 2006; CASOTTI; RIBEIRO, 2009; QUEIROZ; DOURADO, 2009).
A Odontologia tem vivenciado diversas transformações durante sua
história, deixando de ser empírica para se tornar ciência e evoluindo de uma
atuação restrita à boca para uma atenção ao indivíduo como um todo, enfatizando
o aspecto preventivo em substituição ao tratamento exclusivamente curativo.
Portanto, discutir a formação dos profissionais da área da Odontologia a luz das
novas Diretrizes Curriculares é uma condição da qual as universidades,
atualmente, não podem se furtar.
É nesta dimensão que se insere o objeto desta investigação, que tem na
caracterização do cirurgião-dentista seu eixo condutor. Assim, definiu-se como
objetivo desta pesquisa conhecer como adolescentes de escola pública e privada
definem um dentista ideal, para se disponibilizar informações, que favoreçam a
reflexão sobre a dinâmica da relação profissional-paciente, aos cirurgiões-
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dentistas, em especial àqueles que atuam na cidade onde se desenvolveu a
pesquisa, e também aos acadêmicos e professores do curso de Odontologia da
UNIVALI.
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2 REVISÃO DA LITERATURA
Segundo Dezan e Punhagui (2002a), o exercício da odontopediatria não
deve limitar-se à prevenção e solução dos problemas buco-dentários.
Pressupõem, também, o desempenho de um importante papel nos setores
psicológicos e educacionais, possibilitando a ampliação dos benefícios do
atendimento, pois além de facilitar a execução de uma odontologia de alto padrão,
permite evitar o estabelecimento de possíveis traumas psicológicos. No
relacionamento humano a ciência psicológica não aconselha a adoção desta ou
daquela atitude, deste ou daquele comportamento, em face das diferentes
situações. Cada ser humano tem sua própria maneira de interpretar as diferentes
situações que enfrenta de acordo com as inúmeras facetas de sua personalidade.
Na prática odontopediátrica, deve ser conhecido, em primeiro lugar, o
relacionamento da criança no ambiente familiar. O profissional deve observar,
além da idade cronológica, o nível de desenvolvimento mental e emocional, a fim
de reconhecer as necessidades psicológicas básicas e os interesses de cada
criança. Deste modo, poderá interpretar corretamente as reações do paciente e
ter noção sobre os seus fatores desencadeadores, bem como poderá identificar
os meios mais adequados para motivar a criança, conquistar sua confiança e
transmitir-lhe segurança.
De acordo com Dezan e Punhagui (2002b), crianças e dentistas são
pessoas comuns, com desejos, expectativas, necessidades e afetos. A relação
profissional-paciente não é igualitária. Eticamente espera-se do profissional
competência e maestria para a condução do tratamento, no plano técnico, e o
bom relacionamento, no plano psicológico. É necessário, então, que o profissional
tenha autoconhecimento e aprofunde seu conhecimento sobre a criança e suas
emoções para o pleno exercício da odontopediatria.
Pacca, Corrêa e Motta (2003) analisaram as representações da auto-
imagem profissional dos estudantes do Curso de Odontologia da Universidade
Braz Cubas (UBC). Foi solicitado aos alunos do primeiro, sétimo e oitavo
semestres que confeccionassem um desenho representativo do perfil profissional
que almejavam, com o intuito de detectar indicadores que pudessem nortear o
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grau de assimilação de certas posturas profissionais transmitidas pelo currículo
odontológico da UBC. Os desenhos foram classificados e quantificados segundo
os seguintes critérios: cenário, instrumentais utilizados, material odontológico,
vestuário, paciente, normas de biossegurança, explicitação de emoções e
presença de vocábulos. Nos alunos de sétimo e oitavo semestres, ficou evidente
a incorporação de conceitos de prevenção; a maioria dos pesquisados
representou-se como um profissional de consultório particular bem-sucedido e
tecnologicamente bem equipado. O paciente raramente esteve representado nos
desenhos e, quando presente, indicava uma relação impessoal com o
profissional. As pesquisadoras concluíram que o aluno da UBC está assimilando
atitudes e iniciativas de prevenção. Porém, apesar de todos os esforços, o caráter
humanístico da profissão carece maior desenvolvimento.
Bibancos e Loureiro (2004), com objetivo de conhecer hábitos, atitudes,
conceitos e preferências dos pacientes no uso dos serviços odontológicos e sua
visão a respeito do profissional dentista, realizaram uma pesquisa na cidade de
São Paulo. Os entrevistados foram escolhidos aleatoriamente, obedecendo a
cotas cruzadas, por região da cidade, sexo, idade e classe econômica. A
pesquisa mostrou que o dentista ocupa uma posição de destaque entre diversas
profissões, gozando de maior confiabilidade por parte dos entrevistados. Para a
amostra estudada, a imagem do dentista é positiva, pois estes profissionais são
considerados atenciosos, confiáveis, preparados e estudiosos. O consultório foi
visto como um lugar agradável, limpo e com um bom quadro de funcionários.
Segundo Fardin et al. (2004), o cirurgião-dentista na prática odontológica
não deve ficar restrito aos conhecimentos técnicos e científicos. Ele precisa,
também, saber lidar com as variações do comportamento humano, principalmente
quando se dispõe atender crianças. O profissional deve estar consciente que o
seu comportamento causa algum impacto nas atitudes das crianças, influenciando
dessa maneira o tratamento. O objetivo deste trabalho foi verificar através de
desenhos e relatos a imagem que a criança tem do cirurgião-dentista. Foi utilizado
um teste com desenhos previamente padronizados, que continha cinco figuras
representando os sentimentos de alegria, satisfação, insatisfação, preocupação e
medo. As crianças escolheram um dos desenhos expressando, dessa forma, suas
percepções e sentimentos em relação ao cirurgião-dentista e ao tratamento
odontológico. A maioria das crianças (59%) escolheu a figura que representava
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alegria. Foi possível constatar através desses dados e dos comentários feitos
pelas crianças que mesmo quando houve referências a uma vivência de dor e
medo, o bom relacionamento entre profissional e paciente é um fator
preponderante e, muitas vezes, desencadeador de reações positivas e atitudes de
colaboração. Os autores concluíram que, apesar da maioria ter expressado uma
reação positiva, ainda houve referências de medo demonstrando a necessidade
da melhora no comportamento e atenção no atendimento.
De acordo com Macerou (2004), conhecer os fatores que influenciam o
comportamento da criança na situação odontológica facilita ao odontopediatra o
estabelecimento de estratégias adequadas para o tratamento da criança, levando
em consideração a evolução dos aspectos científicos, tecnológicos e,
principalmente, interacionistas do paciente infantil e do profissional. Saber lidar
com o comportamento infantil em odontopediatria pode significar a chave para o
sucesso do tratamento. Para o estabelecimento de uma relação odontólogo-
paciente satisfatória, o primeiro necessita saber o que pode ocorrer ao corpo do
indivíduo quando seu estado emocional está alterado e o que pode ocorrer ao
estado emocional e ao comportamento do indivíduo quando este adoece. O CD
deve ter clareza quanto ao fato de que o homem é um ser biopsicossocial e que
qualquer alteração em uma dessas unidades alterará todas as outras. Para que
se obtenha um bom tratamento, é necessário conhecer o todo e ter em mente que
alterações ao nível do corpo e dos processos mentais ocorrem em termos
fisiológicos ou funcionais, simultaneamente. A vinculação profissional-paciente
também não ocorre de uma vez. É um processo que envolve conhecimento
mútuo, estabelecimento de limites claros e respeito às limitações do outro. O
profissional da odontologia deve conhecer seus pacientes, permitir a eles que
confiem no profissional, e principalmente, verificar quais são as emoções
presentes que podem estar interferindo neste encontro. Assim, a preocupação
com aspectos psicológicos tem sido cada vez maior. O conhecimento sobre o
comportamento do ser humano favorece um relacionamento satisfatório entre
cirurgião-dentista e paciente, principalmente o paciente infantil. A comunicação é
a base para o estabelecimento de um bom relacionamento com a criança,
permitindo a complementação dos procedimentos clínicos.
Aquino et al. (2005) discutiram a valorização do diálogo na relação
profissional-paciente durante a formação acadêmica. Utilizaram a observação
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direta extensiva com o uso de questionário aplicado a 50 acadêmicos de
Odontologia de uma universidade privada do Rio de Janeiro, com atividades
clínicas a partir do 4º período de graduação. A importância do diálogo na relação
profissional-paciente é enfatizada em todas as disciplinas do curso para 10% dos
entrevistados e 54% acredita que os procedimentos técnicos podem sofrer
modificações em função do diálogo. Para 76% dos entrevistados, o diálogo foi
considerado de grande relevância quando da anamnese. Os autores concluíram
que a prática do diálogo é pouco valorizada pelo profissional de odontologia em
formação, restringindo-se principalmente a dados anamnésicos.
Garcia e Almeida (2005) analisaram as percepções, visões e expectativas
de pacientes sobre a sua relação com o dentista. O trabalho se caracterizou por
uma abordagem qualitativa e sua natureza é de um estudo de caso, tendo sido
realizado no Centro Especializado de Odontologia de Rodolfo Teófilo. As
entrevistas foram realizadas durante o mês de janeiro de 2004 e totalizaram um
número de dezessete. Para ordenamento, classificação e análise das informações
coletadas, foi adotada a técnica de análise de conteúdo. Dessa forma, surgiram
três categorias temáticas que foram desdobradas em subcategorias, a saber:
Categoria I: sentido do atendimento (procedimentos, humanização,
satisfação/insatisfação) Categoria II: a comunicação e suas dimensões (relação
dialógica, princípios bioéticos) Categoria III: emoções emergentes. Os pacientes
definiram o bom dentista, considerando aspectos clínicos da consulta e que a
relação entre dentista e paciente deve ser respeitada e considerada. O bom
dentista precisa proporcionar um atendimento com bases mais humanísticas. Os
pacientes esperam que os dentistas desenvolvam atitudes gentis e simpáticas
para atendê-los. O ato de perguntar como o paciente está se sentindo transmite a
ele a impressão de que o dentista respeita seu sofrimento e suas emoções. Esse
diálogo é capaz de passar segurança e tranquilidade ao paciente. A satisfação
dos pacientes baseia-se em atitudes e sentimentos acerca do profissional e do
atendimento recebido e está associada à conduta comunicativa. A importância da
comunicação entre o paciente e o dentista, o diálogo e a conversa são
fundamentais no tratamento. Os autores concluíram que a prática clínica deveria
valorizar a relação humana entre dentista e paciente. Ainda, foi observado que os
pacientes relacionaram um bom dentista aos procedimentos técnicos da
profissão. A conversa entre o profissional e o paciente foi considerada essencial;
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o dentista deve manter um diálogo, para que, assim, os pacientes possam
expressar suas queixas e prioridades. Também foi dada importância à
transmissão de todas as informações necessárias ao paciente.
No entender de Pereira e Azevedo (2005), nas relações interpessoais
inerentes ao exercício profissional, é a qualidade do encontro que determina sua
eficiência. A empatia, entendida como a troca de sensibilidade entre profissional e
paciente, é essencial neste encontro, assim, na formação e identificação do bom
profissional, a relação com o paciente é sempre referida como fundamental na
promoção da qualidade do atendimento. Os pacientes esperam um profissional
amistoso, cordial, gentil, carinhoso e solidário. Também, expressam o desejo de
um acolhimento cuidadoso e personalizado. Os resultados desta pesquisa
corroboram com a afirmativa de que a relação profissional da saúde-paciente é
um dos capítulos mais intrigantes na comunicação humana e é baseada na
confiança que ele inspira e na compreensão do paciente. Escutar com atenção ao
outro significa reverenciar o ser humano. A autêntica escuta exige paciência,
atenção e interesse.
Para Vaitsman e Andrade (2005), a satisfação do paciente pode ser
definida como avaliações positivas individuais de distintas dimensões do cuidado
à saúde. Estas avaliações expressam uma atitude, uma resposta afetiva baseada
na crença de que o cuidado possui certos atributos que podem ser avaliados
pelos pacientes. A avaliação do usuário se refere à conformidade dos serviços
oferecidos em relação às expectativas e aspirações dos pacientes, englobando
condições de acesso ao serviço, relação profissional-paciente, adequação das
dependências e instalações, custos. A avaliação envolve as seguintes dimensões:
agilidade, confiabilidade, empatia, segurança e tangibilidade. O paciente espera
ser tratado com respeito e consideração, ter informações sobre opções e
alternativas de tratamento. O profissional da saúde deve ouvir o paciente
cuidadosamente, fornecer explicações e esclarecer todas suas dúvidas. Os
aspectos interpessoais da relação profissional-paciente implica em respeito,
cortesia e interesse.
De acordo com Yamalik (2005), a qualidade do atendimento odontológico,
atualmente, tem recebido uma grande ênfase porque a interação dentista-
paciente envolve muitos aspectos. A confiança e a comunicação têm um impacto
sobre a eficiência e a qualidade do cuidado sendo, portanto, de importância
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máxima. Além da competência técnica, o sucesso do cuidado para com a saúde
oral depende do comportamento do dentista e do paciente e da maneira como
interage um com o outro. A comunicação é uma chave para o estabelecimento
desta interação. Para o paciente, a satisfação e a qualidade do cuidado recebido
estão estreitamente relacionadas às atitudes positivas do dentista, em especial as
habilidades comunicativas.
Morano Júnior e Mialhe (2007) identificaram os critérios adotados por
pessoas de distintas faixas etárias para a escolha de um dentista. A amostra foi
composta por 75 pessoas do município de Piracicaba (SP) que foram distribuídas
em três faixas etárias (17 a 23 anos; 24 a 44 anos; 45 ou mais anos). O
instrumento de coleta de dados foi um questionário composto por sete questões
do tipo aberto. A grande maioria dos pesquisados afirmou que a idade e o gênero
não são fatores importantes na escolha do dentista. Com relação à aparência do
dentista, a maioria explicou que ele deve ser simpático, educado, dar atendimento
personalizado, ter boa aparência, isto é, ter roupa limpa e estar bem arrumado e
utilizar os equipamentos de biossegurança. Sobre o consultório, a maioria
destacou que ele deve ser limpo, organizado. Quando foram questionados sobre
qual o primeiro critério que observa no dentista, a maioria dos sujeitos das três
faixas etárias enfatizou o comportamento do dentista para com o paciente. Os
autores concluíram afirmando que a capacidade e a competência do profissional
na realização de um bom trabalho, bem como a aparência e o comportamento em
relação ao paciente são características essenciais quando da escolha de um
dentista.
Skaret et al. (2007) realizaram um estudo comparativo com dois grupos de
adolescentes para analisar as características psicológicas relacionadas ao
atendimento e cuidados odontológicos. O estudo incluiu uma amostra
representativa (n = 1385) de adolescentes da instituição de ensino denominada
High Schools, no condado de Hordaland, Noruega. Os dados foram coletados por
meio de questionários que foram aplicados nas salas de aula. A análise dos
dados identificou que fatores como comunicação, confiança e controle
aumentaram o risco de emissão de opinião negativa do dentista. Também foi
constatado que os adolescentes com comportamento da fuga à consulta
odontológica têm uma opinião mais negativa do dentista e apresentam ansiedade
dental mais elevada, quando comparados com adolescentes que realizam com
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regularidade a consulta ao dentista. De acordo com os pesquisadores, estes
resultados indicam que um potencial elevado para a prevenção da fuga à consulta
odontológica está centrado sobre o estabelecimento de uma comunicação
paciente-profissional.
Garbin et al. (2008) explicaram que o cliente satisfeito tende a aderir ao
tratamento e continuar utilizando o mesmo serviço de saúde. Como é difícil para o
leigo reconhecer os aspectos técnicos e científicos do serviço odontológico
prestado, a opção por um profissional pode ser influenciada por fatores
relacionados ao consultório e ao próprio profissional. Os fatores relacionados ao
consultório incluem localização, decoração, funcionalidade, limpeza e
organização, estado de conservação de materiais e equipamentos, presença de
pessoal auxiliar treinado. Os fatores relacionados ao cirurgião-dentista são a
experiência, empatia, aparência, apresentação (uso de equipamentos de proteção
individual), pontualidade. O paciente valoriza muito a paciência, a capacidade de
comunicação e o diálogo promovidos pelo profissional. Para usuários de serviços
odontológicos, os aspectos mais valorizados num atendimento são: o uso de EPI
pelo cirurgião-dentista, a humanização do atendimento e uma eficiente
administração do tempo no consultório, preferencialmente utilizando pessoal
auxiliar.
Mialhe e Gonçalo (2008) levantaram os critérios considerados importantes,
por adultos de baixo nível socioeconômico, para caracterizar o dentista ideal. O
estudo exploratório foi realizado no município de Maria Helena, no noroeste do
estado do Paraná. Foram entrevistados 176 adultos, selecionados de forma
aleatória e com distribuição igualitária entre os gêneros. A coleta de dados foi
através de um questionário com questões referentes a fatores socioeconômicos e
sobre as características que as pessoas levavam em consideração para
caracterizarem o cirurgião dentista ideal. A faixa etária da amostra variou entre 21
e 75 anos. As características extremamente importantes, em ordem decrescente,
foram: apresentar-se com roupas limpas, cabelo e barba cortados e unhas
aparadas; não cheirar a cigarro; não culpar o paciente pela forma como ele
escova os dentes; passar tranquilidade durante os procedimentos clínicos. Foram
definidos como importante perguntar como o paciente se sente durante o
tratamento; saber ouvir o que o paciente tem a dizer a respeito de seu problema;
explicar todo o procedimento que será realizado durante o tratamento. Os
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pacientes avaliam a qualidade do dentista em relação a dois aspectos:
instrumental e afetivo. O comportamento afetivo representa as atitudes do
dentista com relação ao paciente, além disso, a manifestação afetiva diz respeito
ao quanto o dentista exibe interesse e preocupação no bem-estar do paciente.
Portanto, o paciente tem a necessidade de se sentir cuidado. Os autores
concluíram que é necessário que o profissional esteja atento às percepções da
população que procura pelos seus serviços, a fim de proporcionar o melhor
atendimento a seus clientes.
Pinho et al. (2008) avaliaram as principais características associadas à
imagem do cirurgião-dentista e ao tratamento odontológico, veiculadas nas
produções cinematográficas nacionais e internacionais e levantaram as hipóteses
acerca da sua contribuição para a construção do imaginário social desses e suas
possíveis implicações e interferências para a atenção à saúde bucal. Dentre as
produções analisadas, destacaram três filmes destinados ao público infantil e dois
filmes de terror. As características associadas ao tratamento mais abordadas
foram: o medo (80%), a dor (73,3%), a falta de biossegurança (73,3%) e a
violência (66,6%). Os dentistas foram apresentados como agressivos em 53,3%.
As demais categorias analíticas relacionadas ao comportamento do profissional
apareceram nas seguintes frequências: atrapalhados (26,7%), galanteadores
(20%), pouco comunicativos (20%), vilões (20%) e criminosos (20%). Em menor
porcentagem, foram caracterizados como sádicos (13,3%), mercenários (13,3%),
psicopatas (13,3%) e obsessivo-compulsivos (13,3%), e ainda como viciados
(6,6%) e amistosos (6,6%). Os autores concluíram que as produções
cinematográficas, mesmo não sendo prevalente a utilização da imagem do
cirurgião dentista, necessitam de reflexão sobre a imagem pública do cirurgião,
pois a maioria dos núcleos familiares possui acesso a redes de comunicação e
sofre suas influências.
Robles, Grosseman e Bosco (2008) apresentaram dados relativos à
percepção das mães em relação ao atendimento odontológico. Os sujeitos do
estudo foram sete mães que traziam seus filhos para consulta odontopediátrica
em clínicas da UFSC. Entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas pelo
processo de análise-reflexão-síntese. Quanto aos resultados, fatores
interpessoais da relação dentista-paciente, tais como atenção, carinho e
comunicação, foram muito valorizados pelas entrevistadas. As entrevistas
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também destacaram a preocupação do dentista em orientar o paciente quanto
aos seus problemas dentários. O encaminhamento para atendimento
odontológico especializado, quando necessário, também foi lembrado, assim
como a resolução dos problemas dentários e questões relacionadas à
atualização. Um bom dentista deve ser dedicado e gostar do que faz. Os
pesquisadores concluíram que as mães demonstraram-se satisfeitas, sendo sua
satisfação relacionada ao fato de terem encontrado nos alunos habilidades
técnicas, cognitivas e psicomotoras, aliadas à dimensão afetiva, com
demonstração de atenção, carinho e preocupação com a criança e fornecimento
de informações visando à promoção da saúde.
Scalioni et al. (2008) avaliaram as atitudes dos alunos do décimo período
do Curso de Graduação em Odontologia da UFJF acerca da relação aluno-
paciente, pais e/ou responsáveis estabelecida durante as aulas práticas, bem
como determinaram o grau de satisfação dos usuários. Foi realizado um estudo
de corte transversal em que a população-alvo incluiu 69 voluntários, sem distinção
de sexo, idade, raça, nível socioeconômico, distribuídos em dois grupos: Grupo 1
- 19 alunos matriculados nos últimos períodos, que já haviam cursado e sido
aprovados na disciplina de Odontopediatria. Grupo 2 - 50 pais e/ou responsáveis
legais dos pacientes atendidos na clínica de Odontopediatria. Para a coleta de
dados dos alunos, foi utilizado um questionário autoaplicável dividido em duas
partes. Para coleta de dados dos usuários, foi utilizado um formulário estruturado,
preenchido por meio de entrevista, dividido em duas partes. A análise da
frequência dos escores atribuídos às atitudes dos alunos demonstrou que existe
uma boa relação entre os alunos e professores, baseada no respeito e
responsabilidade e, também, entre os alunos e seus pacientes e responsáveis. Os
resultados do estudo confirmam que a satisfação com o atendimento está
associada com as relações entre profissionais e pacientes. Um bom cirurgião-
dentista é aquele que valoriza o relacionamento interpessoal, estabelecendo uma
comunicação adequada com o paciente. Esses dados ressaltam a importância do
atendimento centrado no paciente e na sua história de vida e não apenas na
doença.
Para Stolz et al. (2008), a satisfação do paciente está relacionada com as
informações recebidas. Há disposição dos profissionais em compreender seus
pacientes de forma holística, porém muitas vezes não se demonstram
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capacitados para isso. O paciente gosta que o profissional olhe diretamente em
seus olhos, pois esta atitude demonstra preocupação e interesse pelo que está
sendo comunicado, intensificando uma emoção positiva ou negativa. Para os
pacientes, o relacionamento profissional-paciente é manifestado por três
tendências: positiva, negativa e neutra. A percepção positiva é relacionada à
atenção e às explicações transmitidas pelo profissional ao paciente. A percepção
negativa para com o profissional é devida a falta de confiança do paciente, a
insegurança do dentista e o não esclarecimento do procedimento. A percepção
neutra do profissional é destacada por alguns pacientes por meio de uma postura
passiva por acreditarem que não têm competência para julgar ou acham que tudo
faz parte de uma rotina de procedimentos.
De acordo com Bottan et al. (2009a), a imagem do cirurgião-dentista que é
concebida pelo paciente é um importante aspecto a ser considerado, quando do
processo de formação deste profissional. Os pesquisadores investigaram como
sujeitos adultos, residentes em diferentes regiões de Santa Catarina, caracterizam
um dentista ideal. Foram constituídas amostras probabilísticas para cada
localidade. A coleta de dados foi efetuada através de uma entrevista estruturada,
a partir dos princípios do Teste de Associação Livre de Palavras, teve como
estímulo indutor: para você, quais são as características de um dentista ideal?
Para a análise do conteúdo, foram criadas quatro categorias: relacionamento com
paciente, competência técnica, custos, estrutura do consultório. As categorias
mais freqüentes foram: relacionamento com paciente e competência técnica. A
análise destes resultados, efetuada pelo método de análise fatorial de
correspondência múltipla, demonstrou que a categoria relacionamento está
fortemente associada à faixa etária de 30 a 50 anos, ao gênero feminino, ao 2°
grau de escolaridade. A categoria competência técnica está associada ao gênero
masculino e ao terceiro grau de escolaridade. As autoras concluíram que o perfil
do cirurgião-dentista, a despeito das variações culturais e étnicas, está fortemente
vinculado às interações pessoais; e as variáveis gênero, nível de escolaridade e
faixa etária influenciaram na definição deste perfil.
Bottan et al. (2009b) conduziram um estudo exploratório qualiquantitativo,
do tipo transversal, com 967 escolares do ensino fundamental de três escolas
públicas, situadas no perímetro urbano de um município da região do Meio-Oeste
Catarinense. O objetivo da pesquisa foi conhecer como crianças e adolescentes
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descrevem um dentista ideal, através do teste da associação livre de palavras. A
análise do conteúdo dos textos produzidos foi norteada pela estratégia do
discurso coletivo. Com base na distribuição de frequência das categorias
estabelecidas, os pesquisadores identificaram que a maioria dos sujeitos
pesquisados associou o dentista ideal às características relativas ao
relacionamento interpessoal. Na conclusão do estudo foi explicitado que, para a
população investigada, independente de gênero, a concepção de dentista ideal
está vinculada a um atendimento humanizado, de escuta do paciente de forma
qualificada.
Segundo Emmerich e Castiel (2009), quando criança, muitos de nós
respondemos a uma pergunta do mundo dos adultos sobre o que queremos ser
na vida. No campo da Saúde Coletiva, a odontologia talvez seja uma das
profissões menos citadas na infância, pelo estigma e imaginário social
odontológico da “dor de dente”, sendo ainda associada a uma prática profissional
cruenta que leva a pesadelos. É possível que cada um de nós recorde de alguma
intervenção odontológica a que foi submetido na infância e, sem dúvida, se
lembre de algum cirurgião-dentista em especial. Ademais, existem fortes
influências para a carreira de cirurgião-dentista, como a de uma profissão liberal e
a de um sucesso e status profissional bastante promissor. Os saberes e as
práticas sobre a boca foram constituídos socialmente. A consciência, a
individualidade, a sociabilidade e a formação histórico-social da identidade
pessoal do cirurgião-dentista são características essenciais, gestadas desde cedo
nos indivíduos.
De acordo com Ferrarini (2009), os clientes procuram profissionais
competentes, capazes de se atualizar técnica e cientificamente, éticos e que
assegurem a eficiência de seus serviços. A relação entre o profissional e o cliente
se estabelece, definitivamente, na consulta inicial, dependendo da capacidade do
dentista dialogar e interagir com o paciente. O profissional precisa conhecer o
histórico do paciente, ser claro, direto e, principalmente, abrir espaço para que ele
possa esclarecer suas dúvidas. Saber como comentar o diagnóstico é essencial
neste processo de aquisição da confiança do paciente, que vai se sedimentando
ao longo do tempo. Finalmente, é necessário compreender que capacidade
técnica e profissional, equipamentos de última geração, novidades em
20
tratamentos não se sustentam sem a verdadeira base da relação dentista-
paciente: confiança.
Garbin et al. (2009) afirmaram que as relações interpessoais são
determinadas pela qualidade do encontro e estão pautadas no diálogo. A
comunicação possibilita a aproximação entre profissional da saúde e paciente. O
profissional deve compreender a experiência de adoecer do paciente tendo uma
visão holística durante o atendimento, mantendo uma assistência humanizada
combinada aos ganhos tecnológicos na área da saúde. A relação profissional da
saúde-paciente vem sendo focalizada como um aspecto chave para a melhoria da
qualidade do serviço de saúde. As avaliações da qualidade do serviço de saúde
devem basear-se em critérios objetivos e subjetivos; os primeiros reservados aos
profissionais da saúde e os últimos aos usuários. Os critérios avaliados pelos
usuários possibilitam uma análise rápida dos aspectos relacionados à qualidade
do serviço considerando a estrutura (acomodações, instalações físicas,
organização), o processo (procedimentos a ações realizadas durante a consulta),
o resultado (melhora no estado de saúde e a percepção geral da atenção
recebida), o tempo de espera e os custos. A busca pela qualidade do atendimento
recebido é um dos pontos mais destacados quando avaliadas as expectativas do
usuário. Esta qualidade deve estar baseada na escuta, diálogo, atenção e
respeito tendo como características destacadas a educação, gentileza, boa
vontade, capacidade de escuta e capacidade de entender os motivos do paciente.
Os fatores estruturais, como acomodação, instalações físicas, organização, tempo
de espera e os custos estão relacionados com a qualidade do serviço de saúde.
Quando se trata da qualidade das informações recebidas, o paciente espera ser
informado sobre sua patologia de forma esclarecedora, em linguagem acessível.
O relacionamento entre profissional da saúde e paciente pode interferir no
tratamento e estudos mostram que as variáveis relativas à educação, gentileza,
capacidade de escuta e a capacidade de entender os motivos do paciente podem
influenciar positivamente na percepção da resolutividade do serviço.
Garcia et al. (2009) relataram que apenas a competência e a atualização
técnica não são recursos suficientes para cativar os pacientes, uma vez que eles
não possuem conhecimento acerca das qualidades técnicas do trabalho do
cirurgião-dentista. Os profissionais devem considerar as características não
clínicas de seu trabalho, como: atendimento; qualidade de instalações e
21
equipamentos; comunicação; confiança; educação odontológica; ambiente
agradável; preços e prazos oferecidos; dias e horários de atendimentos, entre
outras. Portanto, a escolha do cirurgião-dentista por parte do paciente está
relacionada não apenas a fatores técnicos, mas também a fatores psicossociais.
A limpeza, de uma forma geral, relaciona-se com fatores ligados á saúde do
indivíduo; portanto, na mentalidade das pessoas, o profissional que cuida da
saúde deve trabalhar com uniforme limpo e em um local asseado. O oferecimento
de um ambiente sem sujidade e agradável para os pacientes é um recurso que o
cirurgião-dentista dispõe para uma diferenciação profissional. Um consultório com
equipamentos limpos constitui um aspecto que pode tornar tangíveis os serviços
oferecidos no consultório odontológico, contribuindo para que se projete uma
imagem de qualidade e eficiência do cirurgião-dentista. Quanto à qualidade do
atendimento oferecido, os aspectos mais enfatizados são: atenção e cortesia;
rapidez e presteza; confiança transmitida, e disponibilidade de dias e horários
para os agendamentos das consultas. Desta forma, a atenção oferecida por todos
os membros da equipe é muito importante, pois torna o ambiente acolhedor e faz
com que o paciente se sinta confiante. Com relação às características do
profissional, a competência profissional e a confiança transmitida estão
fortemente relacionadas com a fidelização do paciente. Deste modo, o profissional
deverá dispensar atenção ao indivíduo, demonstrando consideração e
transmitindo confiança. O paciente costuma associar o profissional amável e
simpático ao competente e brilhante. Um profissional da saúde sente-se satisfeito
com o tratamento realizado quando ele é capaz de executar um serviço com
grande qualidade técnica. Entretanto, para o paciente, a qualidade do tratamento
relaciona-se com a satisfação que ele tem com o serviço recebido e de nada
adianta ser bom tecnicamente sem se parecer bom.
Pires e Rossi (2009) identificaram e analisaram a imagem construída pelo
paciente da clínica odontopediátrica em relação ao dentista que o atende,
utilizando-se do desenho como forma de representação. A amostra foi composta
por 30 pacientes entre 5 e 12 anos de idade, de ambos os sexos, atendidos
semanalmente na Clínica de Odontopediatria por alunos do 4º ano da Faculdade
de Odontologia São Leopoldo Mandic Campinas – São Paulo. Para o
levantamento de informações, foi solicitado que os pacientes desenhassem a si
próprios e o dentista que os atendia. Os desenhos foram classificados
33
5 DISCUSSÃO
Pesquisar quais aspectos referentes ao profissional da Odontologia são mais
significativos para uma determinada população é de grande importância, pois o
comportamento do dentista exerce influência relevante sobre o desenvolvimento
do tratamento odontológico e, portanto, sobre a qualidade de vida das pessoas.
(DEZAN; PUNHAGUI, 2002a; BIBANCOS; LOUREIRO, 2004; FARDIN et al., 2004;
MACEROU, 2004; YAMALIK, 2005; SKARET et al., 2007; GARBIN et al., 2008; PINHO et
al., 2008; PIRES; ROSSI, 2009; SILVA et al., 2009; CHURCHILL, 2010; BENTOSKI;
BOYNTON, 2011)
A percepção que as pessoas têm em relação ao dentista é um tema que, nas
últimas décadas, vem despertando a atenção e o interesse dos profissionais da
área odontológica. Como o dentista é visto pela sociedade, qual o significado da
relação dentista-paciente são temáticas enfocadas em diversos artigos. Nestes
estudos, os fatores mais relacionados são: a maneira como o profissional trata
seu paciente; a competência técnica; a formação profissional; aspectos
relacionados ao medo gerado pelo atendimento odontológico. (DEZAN;
PUNHAGUI, 2002a; BIBANCOS; LOUREIRO, 2004; FARDIN et al., 2004; MACEROU,
2004; AQUINO et al., 2005; GARCIA; ALMEIDA, 2005; VAITSMAN; ANDRADE, 2005;
YAMALIK, 2005; MORANO JÚNIOR; MIALHE, 2007; SCALIONI et al., 2007; SKARET et
al., 2007; GARBIN et al., 2008; MIALHE; GONÇALO, 2008; PINHO et al., 2008; ROBLES
et al., 2008; BOTTAN et al., 2009a;2009b; FERRARINI, 2009; GARBIN et al., 2009;
PIRES; ROSSI, 2009; SILVA et al., 2009; BOTTAN et al., 2010a; CHURCHILL, 2010;
ROBERTS et al., 2010; BENTOSKI; BOYNTON, 2011)
A análise dos resultados desta pesquisa evidenciou que, independente do
gênero, da faixa etária e da procedência de escola, as características mais
citadas pelos alunos foram as relacionadas à personalidade do cirurgião-dentista
e suas atitudes frente ao paciente. Os termos que melhor sintetizaram o
pensamento dos pesquisados foram: simpático, calmo e atencioso; estas
expressões denotam a valorização que é dada, por estes sujeitos, a uma boa
relação interpessoal, portanto, o profissional deve saber entender o ser humano,
suas necessidades e expectativas.
34
O cirurgião-dentista deve conhecer seus pacientes, deve saber interagir e
se comunicar, para criar uma relação profissional-paciente satisfatória, que é
fundamental para o estabelecimento de um vínculo de confiança. Deve ser
atencioso e gentil, responder às perguntas formuladas por seus pacientes,
fazendo com que ele se sinta acolhido e mais tranquilo durante o procedimento
a que será submetido. (DEZAN; PUNHAGUI, 2002a; 2002b; GARCIA; ALMEIDA,
2005; PEREIRA; AZEVEDO, 2005; SCALIONI et al., 2007; MIALHE; GONÇALO, 2008;
VENTURELLI, 2009; CHURCHILL, 2010; BENTOSKI; BOYNTON, 2011)
Os sujeitos desta pesquisa, embora tenham dado um destaque às
características relacionadas às interações pessoais, não deixaram de, também,
referir aspectos sobre as competências e habilidades técnicas do cirurgião-
dentista e cuidados relativos à biossegurança e à estrutura organizacional do
consultório. Sem dúvida, a competência técnico-científica do profissional é um
fator importante para a conquista e manutenção da clientela, no entanto, ela deve
estar associada a aspectos como credibilidade e empatia. Aspectos referentes à
cordialidade, comunicabilidade, boa vontade, quando aliados à competência,
potencializam o relacionamento paciente-profissional, favorecendo positivamente
o atendimento e valorizando o trabalho odontológico. (GARCIA; ALMEIDA, 2005;
MORANO JÚNIOR; MIALHE, 2007; STOLZ et al., 2008; FERRARINI, 2009; GARCIA et
al., 2009; VENTURELLI, 2009)
A relação dentista-paciente deve se estabelecer sobre a base do respeito,
do atendimento humanizado, da alta qualidade científica, da escuta do paciente
de forma qualificada. Portanto, o sucesso do tratamento não está vinculado
somente à capacidade técnica do profissional; ele depende, também, das
relações interpessoais. (BIBANCOS; LOUREIRO, 2004; MACEROU, 2004; GARCIA;
ALMEIDA, 2005; YAMALIK, 2005; MORANO JÚNIOR; MIALHE, 2007; SCALIONI et al.,
2007; ROBLES et al., 2008; BOTTAN et al., 2009b; FERRARINI, 2009; GARCIA et al.,
2009; SILVA et al., 2009; VENTURELLI, 2009; BOTTAN et al.,2010b; CHURCHILL, 2010;
VIEIRA, 2010; BENTOSKI; BOYNTON, 2011)
35
6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na análise dos dados obtidos nesta pesquisa, conclui-se que, para
a população investigada, independente de gênero, faixa etária e procedência de
escola, a concepção de dentista ideal está vinculada a um atendimento
humanizado, de escuta do paciente de forma qualificada, o qual deve estar
associado à competência técnico-científica do profissional.
Considerando-se que os aspectos referentes à relação dentista-paciente são
extremamente importantes para o êxito do tratamento odontológico, entende-se
que eles devam ser fortalecidos desde o processo de formação do futuro
profissional.
Neste sentido, é fundamental que o currículo do curso de Odontologia,
conforme as Diretrizes Curriculares, propicie a reflexão e a prática da relação
paciente-profissional, numa dimensão humanística, durante o desenvolvimento de
todas as atividades clínicas.
36
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39
APÊNDICE: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
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CARACTERÍSTICA DE UM CIRURGIÃO-DENTISTA IDEAL: DEFINIÇÃO DE ESCOLARES DA CIDADE DE SANTIAGO/RS.
Pesquisadoras Acadêmica: Diésse Gindri Santi
Professora: Elisabete Rabaldo Bottan
Prezado (a) aluno (a), Gostaríamos de contar com a tua colaboração para a realização de uma pesquisa. Assim, solicitamos que responda, no espaço abaixo, quais são as características que tu consideras essenciais para definir um dentista ideal. Sua participação é voluntária e sua identidade será mantida em sigilo. Agradecemos a atenção. I – Características Pessoais
Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade: ________________ II – No espaço abaixo, apresenta as características que consideras fundamental em um cirurgião-dentista.
41
ANEXOS
CÓPIAS DE ALGUNS TEXTOS PRODUZIDOS PELOS SUJEITOS DA
PESQUISA