Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
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8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
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P R
ENTENDER MOD
M CKENZIE
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 2/22
umário
SÉCULO
XX
Introdução
62
Belle
Époque
66
Revival
da
Linha
Império
68 t
Orientalismo
7
Produção
em
Massa
72
Modernismo
74
Hollywoodismo
76
Surrealismo
78
Revival Vitoriano
82
Utilitarismo
84
ewlook
86
Glam
98
Romantismo
Nostálgico
1
Multiculturalismo
1 2
Retorno aos
Clássicos
1 4
Punk
1 6
Neorromantismo
1 8
Casualismo
11
Vanguardismo
Japonês
112
Yuppie
114
Grunge
118
Desconstrucionismo
Neoeduardianismo
12
9
Existencialismo
92
Pós modernismo
122
Minimalismo
Movimento British 1
24
Boutique
94
Era Espacial
96
SÉCULO
XXI
lntroduçao
1
28
Internet
13
Celebritismo
132
Revival das Ma rcas
1
34
Vintage
136
Morte da
Alta costura
138
Globalismo
142
R E F E R ~ N
Introdução
6
Como u
sa
r
este
livro
8
Personalidades
146
Termos úteis
Cronologia
156
Lugares
para visitar
158
Créditos
1
59
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
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t
•
TCA
.
,
I
22
I '
23
'
O Exotismo
ca
racteriza-se pela
introdução
de
um estilo
ou
peça
oriund
os
de outro pais.
assocrada
ao
fascínio
pela
sua
atraente estranheza . Influenciado
tanto
pelas crescentes
conexões
de
mercado
entre
Europa
e o Oriente como pelo uso
de
vestimentas "exótiCas" em produções
teatrais r
enomadas.
o Exotismo rnfluenciou
tecidos,
aspectos
decora trvos,
srlhuetas
e
ace
s
sór
i
os
do vestuário europeu ao longo do
sécu
lo
XVIII
.
r \ MADA
ME DE POMPADOUR
(
1721
- 64
),
CHRSTOPHE·PHILIPPE OBERKAM
PF(
173
8- 1815)
\ hinoiserie; sedas brzarras;
roi/e u Juoy; oriental
A
Em sua
busca rncessante
por
W novidades, há tempos a moda europera
r
ec
orre ao vestuário e
às artes
decorativas de
di
feren tes
culturas (particularmente as
orien
tais
) como fon
tes
de nsp ir
ação
. C
a
das
há
século
s entre
Europa
e
Or
i
ente,
as
ro tas come
rci
ais
só vi
eram
a se
es
tab
elecer
firmemente
no
sécu
lo
XVII
.
permitindo o fluxo
co
nsta
nt
e
de artefatos e t
ec
idos. Isso
originou a f
eb
re do Exotismo .
que perdura
ri
a ao longo do
s
écu
lo
XVII
I.
A influ
ência
do
Exo
tismo
se e
viden
ciou
sobretud
o nos
t
ec
idos. O refinamento. a
del
icad
ez
a e a harmonia
do
Rococó estavam incorporados
nas requ intadas sedas
estampadas chinesas
emulando
bot
ões
de flores.
folhas. pássaros eoutros
elementos
da
natureza. Com
preço
reduz
i
do. mas também
os
t
en
t
an
do
os
rncrivers
desenhos ch1neses,
o algodão
tingido t
ambém
encontrou
um mercado
áv
ido.
Inspi
ra
dos na
beleza
dos
tec
idosorien tais, os
fabr
icantes
eu
r
opeus pa
ssaram a
cri
ar seus
próp rios t
êx
t
eis
..
ch
1neses . .
A
dema
n
da cre
sc
en
te pelo
produto d
aque
le pais
es
timu lou a
cr iação de
uma
versão europeia do
exo
t
is
mo
orig
inal
-
uma
remterpretação baseada não no contato ou
na experiência,
masna imagi
nação
. Com tal
1
mpulso
. a tendên cia inf
il
trou-se n
os la
r
es
do
sé<ulo
XVIII.
As sedas
bi
zar
r
as
produzid
as na
Itá
lia.
na
Inglaterra e na França
revelavam-se
como uma mistura
de
elementos chineses
e
barrocos
.
populan
z
andcrse po
r volta
de
1700
em diante.
• V
es
t ido polonêsde scd3 chinesa estampada. c. 1770.
Th e Costume
ln
st itutc, MctropolitanMuscum o
Arl , Nova York, EUA .
O
tobc
J /11 polona1se entrou na moda nos
anos
1770.
Seu nome dcuva dos drapeados que
se
formavam
na
sa
t
a,
sutentados por
cordOes
- uma referênc ia
pumc11a dMWO da Po Oma em paiSes. em 1772.
•
Banyan de
algodao estampado acolchoado
(robclbata), c. 1780 .
Gallery of Cos tume. Pa tt Hall,
Man
chester,
In
gl
aterra.
O
E•ot1smo
lnColpolou
pecas
n ~ o - o c , d e n
ao
vcstuáfiO cu•opeu. como o
b.Jny.m
uma e<;péCie de
A chita
rndiana
. t
am
bém con h
ec
ida na
Inglaterra como chin tz (do hindi chi
nt
algodão pintado à mão) ou toile peinte
(tecrdo pi
ntado à mão)
na
Fra
nça,
também se
tornou
extre
mamente
po
pular. A partir de
avanços
na
quím
ica e
na
engenharia. a
tún1ca masculina Com nome n g ~ n a d o da casta de
~ . . , . . . mefCado•es h1ndus do subcon
nen te
1nd1ano. era
um •oupáo solto c confoltá•te l. usado a partir
manufa
t
ura
fra
ncesa
de i
nd
ianos"
(os
tec
idos tomavam o
nome
emp resta
do
, ind
epe
ndentemen te
da real procedênc ia) decolou
após 1759. O
mais
f
amoso
deles
foi o toile du
Juoy
lançado
por
Chris
to
ph
e
-Ph
ilippe
Oberkam
pf
em 1762.
O nome
faz referência
à ci
dade
de origem
do
produ to. Juo
y.
Madam
e de Pompadour. a
amante oficial
de
Luís XV, fez
murto
para
promove
r essa
tendência. Foi frequentemente
retratada
em
pinturas usando
vesudos fe1tos
de
seda
chi
nesa
estampad
a ou de tecidos tipo
chinoiserie fabncad
os
em lyon.
a caprtal francesa da seda .
A partir de
17
72, d iversos
estilos se sucederam : surgiram
:, • • • • • • ; • , do século XVII e q
ue
. ma1 t
a•de.
evol
u1u
, I
f
• • , « '
.N : · • . .
para
um esti lo
ma
1 ustocom mangas em
' • , o·
.
« , ,•
'
t • .•· , ' forma s1m1lar m a n g a
de
um
casaco
D •, • rnascul,no). TadiCionalmente feitos
em
J.< :J ,_. .. • I)
, , • :· ' 1• hnho md1ano
. os b ny ns
tam
b
ém
,
·
,
, _
1
,:
1
o r : ~ m
confecc,onados em
sedas
f : :._
ft '· · b11arras. ca
h t
(ch,tal de
algo
cMo e a
: . , ;; '. '' ,' ace11nada. Sfmbolo de 11queza. o
• • \ ,' •
b.Jnyan
aparece com l r e q u ~ n c a em
• • · ·• • • • • •ctratos de p o c < t . traJado por
• , .. · · ' , , • # cavalhetros ctosos
de
seu status social
.......
OUTRAS COLE
Ç0ES
CANADÁ
Text
de Muscum
o
Canada.
CH INA Nantong Text1le Muscum.
Nantong
EUA lnd•ana State Museum.
lnd•anápo
l•
s. nd a'la.
Ph
1
adelph'<l
Museum
of
Art. r,laóélfl(l. e n S I I v ~ n , . . . ;
Texu'e
Museum.
Wash ngt
on
DC.
FRANÇA u s ~ e des TS
SUS
et des
Arts ~ c o r a
Ly
on
em
sequên
cia os
robes à
la pol
o
naise
à
INDIA The CallcoMuscum
of Text
tl
es
.
Ahmedabad
la levi
te à
la turquoise e à la sultane que
seguiam a convenção ocidental, gua rdando
apenas
uma v
aga
conexão com suas
origens exó ticas.
A
Revo
l
uçã
o Fra
nce
sa.
em
17
89,
romp
eu
a tendência.
qu
e reemergiu no fim do
século XIX e seguiu in fluen ciando a moda
até os d•as
atuai
s.
JAPÃO Nara Nat
1onal
Museum. Nara
R
ococO
.
011cnta
llsmo;
Mulli
cu
lt
uralismo
r \
Rtualismo. Savtle Row,
u n k
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
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l • .
..
TCA
i ,
24
25
O
Natura lismo
dominou a moda
francesa
a partir
de 78
. Foi
marcado
pela
rejeiçao aos artifícios e
extravagânCias
infundadas. em f
avor
da
simplicidade, do
con forto e da funcional idade. Era a
express
ao de um
crescente ressent
imento
em
relaçao à monarquia francesa.
r \ JEAN
·
JACQU ES
ROUSSEAU (1712-78);
MARIA ANTONIETA (17 55 - 93).
ELISABETH LOUISE
VIGÉE lE 8RUN
(1755- 1842)
retorno à natureza ; simplicidade;
Anglomani
a;
robe à
la
anglaise;
redingote; chemise à la reine
A No período do Rococó
, i
niciado em
W
orno
de
1720,
a
moda
foi
marcada
pelo artifici
al
ismo. apesar
de
seu
refinamento.
leveza e el
egância
. O excesso
de
fitas, laços e
nós, as
sedas
elaboradas
e farfa l
hantes
e o
uso de pó, perucas ecosméti
cos
por homens
emulhe res constituíram um modismo
mais
ligado à engenhos
i
dade técnica do que à
mae
natureza
. A partir
dos anos
1770.
porém,
a el
aboração
do Rococó ficou
confin
ada aocasiões formais, e a
moda
experimentou um retorno
ao natural,
ao
conforto eà
simplici
dade.
Uma variedade de avanços políticos,
soc
1a1s
e culturais precipitou a
transiçilo
para
a Informalidade. A
recusa
a estruturas e
convenções
i
mpostas,
populan zada por Jean-
·Jacques Rousseau. ressoou
com
a latente
antipatia contra os aristocratas. Simplificar o
ves
tuá rio foi uma rejei
çao
simbólica à
estrutura de classes vigente e à desigualdade
social.
Mesmo
sem
adivinhar
as
convu
lsões
sociais que estavam em gestação.
as
francesas
adotaram
os
estilos usados pelas
norte-
americanas
durante a
Guerra da
Independênc
ia
dos
Est
ado
s Un i
dos
1775·
-1782).
Penteados à la philadelphie
e
modelos de al
godão
comum
em
"cinza
americano" encontraram a preferência
daquel
as
que
haviam
abandonado o
espartilho, os paniers e os pós do Rococó.
Ao
mesmo tempo,
a Anglomania -
fet
ich
e fr
ancês
por tudo o
que
era
de
origem ing
lesa
- ganhava força por
causa
da
percepção
da l n ~ l a t e r r a como
uma terra
de
liberdade. A partir
de
1778,
em ocasiões
forma is. as francesasaderiram ao
robe à
la
anglaise
alternauva ma is usta e
menos
pomposa do que a forma triangular rígida
do
robe à la française . Os modelos usados
nas atividades sociais
da vida
mg lesa
foram
simpl i
ficados
eadotados
como
vestime
nta
de
uso diário. O
red
ingote, por exem
plo,
era
um vestido adaptado
de
um casaco
de
equ
itação,
com
gola, lapela e mangas
longas anexadas a um corpo justo e saia
longa.
Para
os
homens. a Anglomania
sign ifi
cava
adoção de chapéus, botas e
jaquetas
funcionais e confortc lve
is
. também
baseados
em
modelos de
equitaçã
o.
Perucas
e
meias de
seda
haviam ficado
no
passado
.
Como que
para ressaltar
a vulgaridade
do s
ta
tus
soc
ial expressado
pe
la vestimenta
extravagante, os estilos u
sados na
corte
tornaram-se ainda mais exageradamente
luxuosos .
Os
penteados femini
nos
tornaram-se tão monumentaiS que eram
capazes de sustentar, por exemplo,
maquetes
de galeão com
vel
as hasteadas
ou
de
carruagense pa1a
gens
pastoris -
a
1
nda
que
a
far
inha
usada para
enrijecer
ta
1
sarranJOS fosse um prato cheio
para
a
ínfestaçao de
parasitas.
• Ph lllp Wickstead, The Grand T urGroup 1772·3.
ó leo
so
bre tela; National Trust. Springhill, The
Lenox-Conyngham Collection. Magherafelt, Co
Lond
on
derry. Irlanda do Norte.
A Grand
Tour.
longa VIagem pela Europa empreend oa
com propósiiOS
educacoonaos
pela nobreza o n g l e s ~
d.ssem nava
d"ersos
esu
los
onglcses
pelo
conuncn1e
As
nhas
esportovas somp es
c func
oonao
s da
sobre<as. Ca
ou
do a s ~ c o
longo masculino e aJaqueta
de
e q u t a ç ~ o
femonona contr
as
tavam com os
exageradamente ornamentados modelos u s ~ d o s no
outro lado do
Canal
da Mancha. E
exercoam
notâvel
onflulmcia
nos
gostos e modosmos loca
is
.
• Chemi
sc
de musselína ou vestido créole. anos 1780.
Gallery of Costume, Platt Ha ll, Manches er,
Inglaterra.
c h e m ~
á
la
re
ine ou à l créo/e assom chamada
dCVldo s m l h n
com a
(JC<a
de rresmo nome. era
o
maos
dost
on
to modelo
femon on
o ontroduz•
do
no Iom
do
l«uloXVIII
Fe
oo de mussel•
na
ou a god"o branco
comum,
tonha
contura alta. mangas retraídas c
ca mento so: to até o châo um retrato de Mana
Antonoeta
fe11o
por
Elosabeth
Louose Vogêe
Le Brun
lançou
o
estolo
.
Q-oas
tam
bém atraou
critocas
veemen t
es
pela transpa
réncoa
e
su
p
os
ta
vulgaroda
de
do traJe
. O
estolo.
con tudo. passou a dom inar a moda até o
reto rno do
espa
rtilho. nos anos 1820.
OUTRAS
COLEÇOES
EU
A
lhe
Costume
lnstotute. Metropo
lo
tan
Museum
of
Art
Nova
Yo:k; Los
Angel
es
County Muscum of Art.
los
Angeles.
CalofOrnoa
FR
ANÇA Museum of Costume.
Ava
llon
INGLA TERRA
Voctoroa
and Aibert Museum,
Londres
ITÁliA
Galleroa dei Costume
. Pa
azzo Potto.
Forença
JAP
ÃO Kyoto Costume
lnsto
tute. Q
U oto
PORTUGAL
Museu Naoonaldo
TraJe
e da Moda.
Lisboa
Revol
uCionos
mo; N
eoclassiosmo:
D a n d o s
r
estauraç.lo dt>
Carlos
; Barroco; Glam.
Punk, Vanguard
omo
Japonês
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
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Revo lução Francesa desencadeou
uma imensa muda n
ça
nos modismos
po
pulares.
As
linhas suntuosas e
art
ificiais
do período Rococó
for
am abandonadas
em f avor da simp licidade e do
naturalismo. valores af inados com o ideal
igualitár
io
da revolução.
r '\
JACQUES-LOUIS DAVID (1748
-182
5);
LUÍS
XVI
(
1754
- 93);
MARIA ANTONIETA
( 1
755-93
); MAXIMILIEN R08ESPIERRE
( 1758 - 94)
s i m p l c i d a d e Na
tur
alismo; ideologia;
período do Terror;
sans
culott
es
A Várias fon tes de desçontentamento
W culmtna ram
no
advento da Revolução
Francesa de 1789.
De
um lado, a
escass
ez
de alimentos e a derrocada econômi
ca
; de
• - Cam i
sa
de linho e calça de
algodão masculinas; jaqueta
e saia
fem
ininas. anos 1790.
Kyo to C
ostume
lnstitute,
Qu ioto, Japão.
A m oda revolucionista
identi ficava aqueles que
apoiavam a nova ordem social.
Me
i
as
de
seda e calções
fo
ram
abandonados por modelos
típicos de trabalhador: calças
longas de
pano
grosso
acompanhadas de uma smples
camisa,
como
mos tra a foto,
alem de jaqueta
cur
ta
vermelha armagnole ,
tamancos e o barrete frígio
com cocar tricolor com roseta
vermelha, branca e azul). E
sse
era o
v1sua
l
dos
sans-culotr
es
,
os homens do povo
que
apoiaram a revolução. De
maneira smila
r,
para as
mulheres,
mate11a1s
naturaiS
em
formatos mphl«ados
substi
tu
lr
am
as sedas
suntuosas e a ornamentaçao
extravagante.
outro. o luxo da corte e a insensibilidade de
Luís
XVI e sua
ra
inh
a,
Maria
An
tonieta, a
quem se atribuiu a frase
Se
não têm pão.
que comam brioches . supostamente
dirigida ao povo faminto.
A desigualdade característica do
regime estava prestes a
ca
i
r,
e uma
consciente
po
lit ização do vestuário ve io
promov
er e expressar os ideais da nova
ordem social. As sedas deram lugar ao
algodão, a silhueta ficou mais simples e a
decoração
op
ulenta acabou ban id
a.
Distanciar-se de tudo o que se
relacionasse com a corte. a partir de ce rto
mom ento, fo i uma questão
de
autopreservação: de setembro de 1793 a
ju l
ho
de 1794, um
do
s líderes
revolucionários, Maximilien Robespierre,
executou di versos adversários
polít
icos
sob pretexto da pureza ideológica,
durante o chamado per íodo do Terror.
A mudança no estilo,
po
rém, não
significou uma ruptu ra total com a moda
francesa pré-revolução. mas apenas
catalisou o que vinha
se
manifestando há
tempos como tendência geral. Para as
mulhe
res
.
tr
atava
-se
da
seq
uência natu
ra
l
de um movimento de transformação que
havia começado já nos anos 1770, com o
Na turalismo. e que seg uiria evoluindo para
Neoclass icismo, estilo que dominou o
período
do
Diretóri o (1795 a 1799, sistema
de governo
que
se estabeleceu d
epo
is da
morte de Robespierre) e se estendeu para a
fase do Império (1799 a 1
820
).
Para os home
ns.
o credo igualitár
io
da
revolução foi ma terializado na vestimenta
dos sans culot es (os sem-calção . nome
co
m que a ar
is
to
cr
acia
tr
atava
os
traba
lh
adores. artesãos e pequenos
proprietários de terras).
Os
re latos va riam.
mas o mais prováve l é
que
esse
modo
de
ve
st ir era quase que exclusivamente de uso
daqueles que protestavam nas ruas . Depois
da revolução. uma versão evoluída
do
modelo de equi ta
çã
o inglês. composto por
sobrecasaca e ca lças. tornou
-se
a roupa do
dia a dia para a nascente burguesia .
Paradoxalmente, a rejeição aos tecidos e
trajes luxuosos. símbolos da estrat if icação e
opressão social, t
eve
forte impacto
negativo para a indústria têxtil e o negócio
da moda francesa- e quem mais sofreu
com i
ss
o foi o trabalhador.
O idea lismo dogmático da primeira
etapa da Revolução Francesa deu lugar ao
período do Diretório, e a sociedade, ma is
uma vez, voltou seu interesse para
modismos e novidades. As publicações de
moda reapareceram e o Neoclass icismo,
estilo que resgatava os conceitos
democráticos da Antiguidade clássica
romana e grega, passou a
dom
in
ar
a moda
até a década de 1820 .
• Jacques-Louis David,
etrato
de Pierre Seriziat
(7757-1847 , o
cunhado
do
artista
. 1795. Óleo
sobre paine
l;
Lou
vre, Paris,
França.
Assinado pe
lo
expoente do Neoclassic1smo. Jacques
·LoUis David. o
retrato
mostra o modelo típ1
co
de
homem elegante em 1795. época do f1m do primeiro
período da revolução. As linhas bem -cortadas das
calças justas. o casaco de equ1tação de lã de gola alta e
frente cruzada
com
abotoadura dup la e o colete curto,
de
abo
t
oad
,ura dupla.
compõem
um protótipo
que
evolulfta até chegar
ao
terno masculino
tr
adicional.
OUTRAS COLEÇÕES
FRANÇA Museurn of Costume. Avallon; Museum
of French H1story.
Ve
rsalhes; Musée de a Mode et du
Texule, Louvre. Pans; Musce des Tissus
et
des Ans
décoratils. Lyon
Neoclasscismo; Boomensmo; Ra
ci
onahsmo;
t; y
Modern
ism
o;
Utilitarismo; Grunge
r \
estauração
de
Carlos ; Barroco;
RomantiSmo; Neorromant1smo
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 6/22
.
·
.
. -
.
TCA
8 9
Também conhecido como estilo do
\.:7
D1etório ou Linha Império. o
Neoclass1osmo
1795-1820
foi um
modismo recatado. rela tivamente
simples
e
linear. que
buscou
insp ir
ação
no
Class1
ismo
da Anti
gu
idade
grega
e
romana . O abandono radical
dos
model
os
elaborados do Rococó reflete
os
princípios
democráticos da recém-fundada República
Francesa. no período pós-revolucionáno.
r \_
JACQUES-LOUIS DAVID
(174 Hl25).
O N D E
SPENCER (1758 - 1834);
MADAME
RÊCAMIER (1777- 1849)
16\
D1etório; Linha Império;
U Classic ismo; grego; romano;
Antigu idade; retículos; paisley
A
Elementos
do
Neoclassic
ismo
W
haviam composto parte do
vestuáno
fem inino por volta de
1760.
A
chem
i
se
vestido simples
de
algodão branco que
derivava
de uma
roupa de baixo, marcou o
afastamento drástico do est ilo
espartilho e saia ampla do Rococó .
Quase transpar
en
te, com mangas
curtas e
reco lhid
as.
deco te
bai
xo
e
corpo tubular solto, a vestimenta foi
um símbolo do modelo n
eoclássico.
que dominou a moda de
1
79
5
até
aproximadamente
1820.
Baseados nos trajes vistos em
ant1gas estátuas gregas.
os
tecidos
eram d1áfanos e s1mples:
musse
llna.
ga
ze eve de algodão e
perca
davam
o
efe
ito acortinado
necessár
io
para se
replicar est
il
os
clássicos
.
Tais
teci
do
s
também distingu iam anova tendência
do Rococó e
seus
têx te is engomados e
ríg
idos. A cintura
saiu
de suá po
sição
natural para def i
nir-se
logo abaixo do
bu sto; espart ilhos foram
abolidos
; o
uso de uma combinação (vestido de
bai
xo
)
preservava
o recato; e o decote,
geralmente quadrado, era baixo.
Estampas
belas e
de cor própria respond iam pela
ornamentação, e
os sapa
tos.
de
acordo com
o
est
i
lo. eram
l
eves
e
de cano
baixo .
O corte leve e relativamen
te sim
p
les
desse
s model
os
ti
nha
implicações práticas.
Como não s podia mais incluir bolsos
à
saia
. as mulheres s viam obngadas a
carregar pequenas bolsas ou saco las de
mão. Ta is bo lsas, com boca fechada por um
cordão. chamavam-se retículos .
Eram
feitos
numa variedade imensa de tec1dos
e
estilos. reproduzindo formas vanadas: de
urnas
e
abacaxis aconchas
e
cestas .
o teodo
re
ndado
das
vestimentas
neoclássiC
as também
não
dava co
nta do
1
nvern
o e
uropeu,
demandando outras
peças
mais
q
ue
ntes. como
os xa
les
de caxem
i
ra.
O
ngmal
mente importados
da fndi
a.
os
xales
logo ganharam réplicas de lã de
ovelha.
te<:
1
das
à máqu ina na c1dade
escoce
sa de
Pa1sle
y seu
desenho caraderistico em
forma
de gota tornou-se conhecido
co
mo
padrão pa1s
ey .
Retratos pintados
à
época
mostram
mulheres usando
o
xa
le enro lado
ao corp
o de
uma forma
que
evocava
a
referên
oa
cláss
i
ca
.
Um
retrato
da
bela e
influente
madame
Récamier. feito por
Franço1s
Ge
rard
em 1802.
é um
ícone
da
tendênc1a.
Para
alguns. a ovem e o
N
eoclass
smo tor
naram
-
se
sinôn
i
mos
.
O fno europeu fez com que. pela
pnme1ra
v
ez
. fossem usados
casacos
e
Ja
quetas seme
lh
an
tes aos
que vestimos hoje
Part
i
cularm
ente popu
lar
foi
uma Jaqueta de
corte bem curto
chamada de spencer
(em
função do conde i
nglês
Spencer). Esse
modelo fo1mod1lcado para mulheres e
multo usado en tre
1795
e
1
820. Dali em
d•an te. nova mudança na silhue ta f
ez
a
altura
da cintura vo ltar
à
posição natural.
r
esga
tando
os
espar
ti
lhos para adelgaçar as
med1das
daquela parte do corpo. O
acessóno
só
seria
di
spensado
no
in
ício do
séc
ulo XX,
quando o conforto voltou a se
t
or
nar
um val
or para moda femin1na.
' V
es
todo e xale
de
musselina, 1800-1811.
Vi
ctoria and
Albert
Museum, L
ondr
es, Inglaterra.
A a r t ~ r de 1795, a r ~ d a do vestodo u n p l ~ s de
m u s s c h n . - ~
ede outros estil
os
neoclássocos rcvelova a
onlluóncoa do
1\n
guod
ade
gr
ega
c r
omana na es
1ét
oca
do PNiodo
E v o l u c ~ o
da chemose ado1ada
pelas
mu hcr('s nos anos 1780. o
vestodo
da
lonha
n e o c l ~ s ~ • C d
card t c r o r l v a - ~ e
pela
saoa
solta, sem
estrutur.1 pM<l
sustrrot,.cao,contura a ta e uso dP tona rnussellna e
a g O d ~ o
o m p o n a d o ~
da
fndoa
• Jacques-Louis David, RPtrato dl madame Raymond
de Verninac 1780·1827). 1798· 1799. Óleo sobre
tPia; Louvre. Paris, França.
As
p nturas de
Jac
q
ues
-
Louos DaV1d t r ~ b u o r a para
a
a ç ã o
do
es
ulo
neocl:tssoco de v e s t u ~ f l o . Seus
re tra t
os
de mulhert'S elegantes usando vestodos s•mples
de
mussellna e
enroladas em
xales
(pa
ra reforçar a
cl
ã
ssoca)
t
over
am grande
ompac
to
sobre
o
púb
lic
o
da F
a
nca p ó s · r e v o l u c o o n ã r ~ a
maos uma v
c7
se
dento por n
ovo
dad
cs e
modosmos
OUTRAS CO
LEÇ
ÓES
EUA Phrla
de
lphoa Muscum
of
Art . Foladélfoa.
P e n s o l v ~ n o a
FRANÇA Musee
de
la fl.lode et du
Te
xtde.louvre. ?
aro
s
IRLANDA DO
NORTE
U
lstN
l.luseum.
f a ~ t
Naturalismo.
Revoluco
omsmo. Pré·rafaehsmo;
Estet•Cismo. Rcvoal da lonha m p c r ~ o
Rococo. Romant
osmo.
Bellc t poque,
NewLook
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 7/22
r . o Dandismo era
(e
ainda é)
caracterizado não por
um
estilo
particular, mas pela dedicação à
excelência
indumentária. O dãndi orig1nal foi
Beau
Brummell. Tratado como oráculo
da moda
por seus contemporâneos,
ele
transformou
os
códigos
mgleses
do vestuário e da
etiqueta no períodode 1794 a
1816.
E o fez
d1spensando modelos luxuosos em favor de
peças justas e de sóbria perfeição.
r \
GEORGE, PRfNCIPE
DE
GALES
'(1762-1830}.
G O R G
BRYAN BEAU BRUMMELL
(1778
-18
40); ALFRED GU ILLAUME
GABRIEL.
CONDE
D'ORSAY (1801- 52); OSCAR
WILDE (1854- 1900); TOM WOLFE (193 1-)
1/l \ exce
lê
ncia
indumentá
ri
a; modernidade;
U
d
is
tin
ção
.
elegância;
r
eca
to; bom
gosto
A
A a
parência
n
ão
era
um mero
W
complemento navida do dãndi,
ma
s,
sm, o propósitode
sua exis
tência. Ovestuário
era apenas parte da imagem
cons
truída com
esmero
. Odândi possu ía um preparo p
essoal
me t iculoso ,
porém
discreto. um ar
de
diStinção.
el
egância
e
pose,
manei
ras
perfeitas. uma atitude capnchosa que perm itia
cri
ar
emudarsuas própnas regras de
indumentána-e, acima de tudo. uma postura
calculada de
1nd1ferença. De
acordo com
Baudelaire . "odãndi é blaséou
f1nge
que é".
o
que,
atua
lmen
te
sena
ma1s
bem
descrito
como um distanciamento cool descolado.
George
Bryan
"Beau" Brummell foi o
dàndi
seminal
e dominou a moda inglesa
mascu lina de 1794 a 181
6.
Apesar de
não
ter
nascido na
classe
alta. aden trou os
cí
rculos
aristocráticos à custa da própria
ca
pacidade,
fazendo de Londres um palco para seu
ex
ibicionismo r
eca
tado. para sua "pavonice"
paradoxa lmente indiferente. Brummell
era.
porém, mu i to m
ais
do
qu
e um al
pinis
ta
social bem-vestido . Moderno e soberano de
si mesmo, rejei t
ava
modismos aristocráticos
como
os
pós, perucas, saltos alto
s. sedas.
veludos e oias extravagantes. Na verdade.
ostentava
um
visual que era aantítese de
tudo isso. em
seu
aparente recato. Sua
esfera de influência ampliou-se quando ele
se tornou íntimo do príncipe de
Gales
(o
futuro rei George IV) e conselheiro de
moda
eetiqueta
da
corte.
O modelo preferido de Brumme
ll era uma
evolução
do
vestuário
prático e recortado
usado na caça e
em
atividades de equ1tação e
de lazer. Eeusava um casaco escuro
desenhado com habili
dade,
em geral
azul
e
com cauda dupla em "V" invertido. Sua
adoção de
calças
ju
stas
foi vital para a
popular
iz
aç
ão das calças masculinas. enquanto
as botas
de
couro
para equ
i
taç
ão
tinham
de
ser
pol
id
as à
perfe
i
ção
. A ún i
ca
e
eve
concessão ao
luxo
era
o tecido
de
l
inho par
ao
pescoço,
com
nó
elaborado. u
sado sob
a
go
la
altae firme da camisa.
Se
u corte de cabeloà la
Titus(emu
lando
o imperad
or
romano T1tol.
com pequenos
cachos
e ongas costeletas.
somado à
pele
barbeada e impa, inferiam uma
suposta falta de
cui
dado, quando. na verdade.
dema
ndava
horas de preparação.
Avanços na manufatura têxtil e nas
tée
n
1
as
de
alfaia taria possibilitaram
a e l ~ n o indumentária de
Br
umme
ll.
Tecidos
de
lã
recém
-desenvolVIdos
eram
suficientemente
adaptáveis
para
proporcionar o
ca1mento JUStO e os cortes exatos
que ele demandava . Ea rua Savile
Row
, em Londre
s.
era u
ma
antena
sintonizada com as últimas
n
ov
1dades
da
arte da al
fa
i
ata
r
ia.
Co
mo
f1losofia
. oDandismo
persistiu
no temp
o. Cada
período
e
ocal assis
tiuà
asce
n
são de
seu
próprio grupo de dãndis. O
fr
anc
ês
conde D'Orsay sup
lantou
Brummell
com o autoridade em
bom gosto depois de
mudar-se
para
Londres em 18
21. Nos anos
189
0,
o
es
teta
Oscar
Wi
lde
segu1u
a trad i
çã
o
de reverência
à aparênoa :.em
perder
o
desdém
arrogante. Algo
semel
hante ao
est
iloso ar
d1stanoado do
escritor
norte
·amencano Tom
Wolfe. um dos
grandes
dãnd1s do
século XX.
• Enla{ando u dándi 1819-1846.
llustra{3o; Must um of London, Londres,
Inglaterra.
m
Odand1 seu nar<tSJsmo for 1m fonte de
nSI>Iraç.\o par( munas
sá
t11as como
comprovaessa r t p r e s e n t a ç ~ o de
um
cavalheiro tendo os laços
de
suas
ves tes
sendo apenados
por
um bõ
rbNO e
um
se Vente O uso de espartilho mascu
lm
o
uon
lla o drduo r < ~ b õ l h o
envo
lv1d0
na
s t r u ç ~ o
de
uma
1magem
refmada e
r
ecatada
Por suavez, a presença do serviçal
negro.
além
de denotar a ucrat1va econom1a
Colonial. fot um
recurso
usado
p
ara
grofar o
absur
do
daquofo
que era
comumente
t1d0
omo
um
com portamento o f i s ~ c a d o
• Vestuário padr:l o masculino. década de 1820.
Victoria and Albt rt Must um, Londrt s. lnglatt rra.
A combmaçao dt ca lças estre1tas. co' e JUSto
e
casaco
cortado
com
maes troa fo1 VIS ta como
tndumemárl<l
subvers1va
no f
tm
dos anos
1790,
quando
ançada
por Beau
Brummell
Com algumas moc lfrcaçóes.
tornou-se a vest menta mascuhna padrao no
começo
da decada
de 1820. A
essa
altura. a
gora. a a
pela e
acessór.os de
pescoço
com
nós extravagantes
ganharam em
moderaçclo Entr
ou
na
moda vestrr, ou
aparem ar
ves
trr,
ma1s
de
um
colete
o
mesmo
tempo Aqur,
um
colete de borda
verme
lha de
cetrm
eusado sob outro. de popeh
na bege
e
cos turadoamelo
OUTRAS
COLEÇÓES
ÁUSTRIA Modesammlung
des
H
rs
torr
sc
hen Museums.
Vtena
EUA T
he
Costume lnstttute,
Metropohtan Museum of Art.
N
ova York
FRANÇA Museum of Costume.
Avõllon
INGLATERRA F
ash
ton
®
Ncoclassrcismo; Savlle Row;
Estctrctsmo; Modernrsmo;
Ncoeduard1an •smo;
Casuahsmo
r \
Rococó
; Onentalrs
mo.
EXtstencra
lrsmo
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 8/22
Reação
à excess1va
raciona
li
dade
do
llummismo. o Romantismo
enfatizava a emoçã
o,
o etéreo a
sens1b1hdade . Dommou a moda, bem
como outras
expressões
artíst i
cas.
no
período entre
1820
e
1850
. Sua silhueta
exagerada caractenzava-
se pelas
mangas
i ot
ou presunto). golas abertas.
saias
infladas cinturas artifiCialmente finas.
As
mulheres.
ma1s
uma
vez.
vo ltaram a usar
abusar
de
espartilhos.
acessóno que
até
en t
ão
f cara no armário
apenas
durante o
Neoclassimmo.
r \ SIR WALTER SCOTT 1771 - 18321. LORO
. . .
GEORGE GOROON BYRON 1788 1824),
MARY SHEl l
EY 1797 1851)
\
nw
raoonalísmo: oninco: etéreo;
emoção; espar
til
ho: ma
n
gas
i
ot
ou
presun to):
sob
recasaca
Por volta
e
1820. quase t
oda
W ev1dênc1a de
estética
raCiona l
1
guahtána
lançada pela Revolução Francesa
havia s1do suplantada pelo poétiCO
despudoradamen te belo estilo
romã
miCo.
As
mulheres
asp
1avam uma qualidade
etérea.
de son
h
o.
no mane1nsmo também
na vest i
men
ta.
Essa
preocupação refletia a
populari
dade
da literatura romãnt1ca mglesa
• Vcs tidodedia, 1830· 1835.
Vrcto ria and Albcrt Mu scum, Londres, Ingla terra.
Caractcrost
rcas
t o rnodrsmo romJnt rco fcmrnrno , as
rmcnsas
mang.1s
t
r Ou
p r ~ u crom
che1
as no
top
o, pr
NJueadas no ombro cs
trel
lolS no pulso
Seu
volume bufan1c at
rngru
o
p1co
em
18 5
/\s ve
Le
S
usa
vflll l·SQ armiiÇÕt: S ou .l
hr
1 fd(.hlS JMr, l ( fldr volum
dara 1m
pr
cssao ee que as mang,•s havra rn srdo
Infladas
Mo
liS frcQuN11CI ICt11C anexavam·se
almoladas
rn
flad
as ao
br,lÇO p
ara
Cl rMO
CO 0 < 0 da
manga Ex
os
111am va11açocs
(
,l t
cndOnc1a.
a cada
N il olSSOCtõ
dO um
nOrn('
Q
U\' IC
fiCliSSC
S
asp
oraçOcs
romAnt
1cas
do momento pooe
xem
p o.
· oonna
Maroa · . c d 1 t r c
Suhan
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 9/22
·ocesa particula rmente na França .
eesc •
O
abalho de srr Walter Scott. lord Byron e
tr . d
Mary Shelley l i m e n t o ~ uma a n s ~ e .a e
conunental pelo
escaprsmo
romanuco e
roVIden
ciou, para homens e
mulheres,
p .
d
personag
ens
densos, nosquars po ram se
espe
l
ha
r.
N3o
seria
difícil. portanto. argumentar que
a
preocu
paçao com o poéti
co
e com o sonho
era
tanto uma
forma de escap
ismo diante
das rea
lidades i
media tas
e
r a g m ~ t i c a s da
indusw
alizaçao como uma reação
cont
ra
o
excesso r
acionalista
o Iluminismo.
Assim
como na literatura no teatro. na
mob
ilia e
nas
artes o período. o
e s t u ~ r
rom3ntico tinha suas referências no
pass
ado . Caracterís ticas o Renascimento.
do
Gót
ico. do Rococó e,
particularmente.
do
perlodo da Restauração de Ca
rlos
contribulram
para
o estilo.
As
cinturas.
erguidas
durante o neoclassicismo.
reto
rnara
m a
sua
posição natural e as
mulh
eres
voltaram ao espartilho. O suti l
encurtamen
to
das saias. agora
delicadamente infladas
para
adqu
ir
ir forma
de
smo,
revPiou tornozelose lançou uma
onda de
meras
adorna
das
com desenhos
elabo rados. além de chinel
os
de bi
co
estre
rto e angulado. feitos de seda brilhante.
co
londa, e
en
feitados com fivelas, laços ou
roset
as.
Os vestidos eram decorados com
acessórios
eornamentados com
temas
ro
m3nticos. como botões de
rosas. Sobre
a
cabeça,
chapéus com
fitas ou penteados
amplos e elaborados, com p
lumas.
flores e
outros
acessó
ri
os
.
Uma atitude
me
lancólica,
realçada
pela
pal idez doentia da pe le era
cu
lti
vada
para
aco
mpanha r o estilo român ti
co
na época.
soava
com o ultraje moda as mulh
eres
exibirem
uma
aparência s a u d ~ v e l A
del icadeza
era
favorecida em
detrimento da
força e consi
deravam-se
altamente
apr
opriados
os de
s
ma
i
os.
como
expressão
de tormento emocional.
Entre
os homens,
cultrvava-se um maneirismo poético afetado
e depreSSIVO .
Conforme se aproxi maram
os
anos 1840,
os
excessos do período romântico
declinaram.
As
mangas assumiram
proporções mais normais. as
cores
ficaram
ma
is
sóbnas. os
chapéus
largos deram
v
ez
a
modelos
de abas curtas
ealtos. e o
cabelo
amarrado em cachos baniu os penteados
elaborados.
As
cinturas. porém continuaram
diminutas, enquanto as saias avo lumavam -se
ainda mais, resgatando a crinolina para
sustentar o peso de tanto tecido. O
est
ilo
romântico dedicado
ao
escapismo evoluía
para asilhueta extremamente restriti
va
e
rnsalubre da eravitoriana.
• Casaco longo 18
28
-1830.
Victoria and Al
bcrt
Museum Londres Inglaterra.
Para
os homens. o ar
o m ~ n t • c o expr< ssava·se
no corte e
no tec•do
Os casacos
lon gos desenhavam uma
s•l
h
ue ta
exageradamente fem
1nma
ao en fat1zar os ombros (a1nda
que nada
o m p a r ~ v < l às propor<Oes das
mangas
gtgor).
com c1ntura estre•ta e
cauda
avolumada na pane
trase1ta Acess611os de veludo
contnbul
am
para
a
estét1ca romànt1ca .
OUTRAS COLEÇOES
ÁUSTR IA Modesammlung des Hostouschen
Museums.
V1ena
BÉLGICA 1\lode
Museum.
Antuérp1a
EUA zona Costume lnst1ute Phoemx Art
Museum.
Phoen•x.
Auzona:
lhe
Costume lnstuute.
Metropohtan Museum oi Art. Nova
Yo
rk;
Na
tional
M
useum
of m e r ~ c a n H story, m thsoman lnslltuuon.
Wash•ngton D.C
IN
GLATERRA
Ab
1ng
ton
Pa
rk Museum.
No111ngham;
Ga
llcryoi Cos t
ume
.
Pla
tt Hall, Man
ches
ter; F
ash1on
Muscum, Bath
< ~ o
de Carlos ;
Rococ
ó Exotismo:
Pré
· raf.1ehsmo: Romanusmo NostálgiCo
é \ Revo
luc•on•smo,
Bloomeflsmo; Modern
.smo;
Desconstruc•on•smo, Grung<
•
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 10/22
.
.
TCA
40
•
f - 41
r .
Até a virada
do
século
XIX
, a moda
se
desenvolvia de forma estável, ao sabor
das convulsões polí
ticas
,
sociais
e
re
ligiosas
que agiam como indicadores de novos
modismos. A industrialização téxtil, segu ida
por avanços na manufatura e na venda de
tecidos, reve lou novos catal
isadores
para a
evo
lução da moda: disponibilidade,
ac
ess
ibilidade, mobilidade social e
novidades,
da
parte dos consumidores, e
lucro,
da
parte dos fornecedores.
r \_
WA LT
ER
HUNT (1796- 1859); ISAAC
.
ERR
1IT
S1
NG
ER
(1
811
- 75); ELIAS H
OW
E
(
1819
- 67); SIR W ILLI AM HENRY PERKIN
(1838 - 1907)
mécaniz
ação;
disseminação;
urbanização; revolução
do
consumidor; tinturas de anilina
a
m_ecanização dos
processos
de
W f1açao, tecelagem e Impressão
cilíndrica multiplicou o volu me de produção
e a variedade de tecidos, reduzindo custo
s.
Como consequência.
os
guarda-roupas
da
emergen te cla
ss
e média e das cla
ss
es
trabalhadoras (no que diz
re
speito a roup
as
pa
ra ocasiões
es
pecia i
s}
tornaram-se mai s
diversifi
cados
.
Os
modismos
passaram
a se
suceder em ritmo mais ace lerado.
A disponibilidade da moda para as massas
ganhou impulso com o aperfeiçoamento da
máqui
na
de costura
(dese
nvolvida por
Wa
lter Hunt e,
em
segu ida, por Elias Howe}
por
lsaac
Merritt Singer,
em
1851. Colocada
à venda em pr
estações,
a máqui
na
tornou
·se uma alternati
va
viável para qualquer lar.
Muito tempo
ser
ia necessário até o advento
da efeti
va
produção em
massa
de
roupas,
mas. a partir dos anos 1860, houve um
considerável aumento no número de
oficinas de costura.
Em paralelo, melhorias na velocidade e
na
qua
li
dade
da
impressãográfica, a custos
mais
baixos
de
produção, impactaram
diretamente acriação e a disseminação
de
modismos . Desenhos de moldes em papel
incrementaram a qualidade dos acessórios
feitos em
casa
e ajudaram a popularizar
determinados estilos. Jornais
especial
izados
em moda circulavam amplamente,
tornando-a mais
acessível
à compreensão
popul
ar,
conforme o tempo passava.
A revolução no consumo que se segu iu
à
Revolução Industrial manifestou-se por
meio da ascensão das
lojas
de
departamentos.
Nesses
estabelecimentos,
os frutos da mecanização eram levadosàs
novas e afluentes classes de consumidores.
empolgados com as ofertas de estil os
disponíveis.
Enquanto alguns se beneficiavam . outros,
porém, assistiam
à
degradação de
suas
condições de vida nos centros urbanos em
rápida expansão. Injustiças chocantes
pontuaram todos os estágios
da
produção
de moda. O
Reino
Unido vendia es
cravos
africanos aos Estados Unidos para
impulsionar
sua
lucrativa indústria
do
algodão . Cr ianças pequenas eram
bmetidasa longas jornadas de trabalho
su
.
insalub re n
as
máquinas. expondo-se ao nsco
de
acidentes
. A e
xp
loração da mão
de
obra
se
r
ev
elava uma prát
ica
generalizada entre
os emp resários do setor.
Bo
lsõ
es de resistência. assim, passaram
a se formar. O resgate
da
etérea. delicada e
bela moda da era romântica anterior
(1820-1840} simbolizava o desejo de
escapar da du
ra
realidade da
industrialização. Ao mesmo tempo,
incomodado c
om
a técnica relativamente
rud
e da produção fabril buscando a
revalo
riza
r as habilidades artesanais
de
ixadas
pa
ra trás pela mecanização, o
movimento Ar ts Crafts articulou um
ma nif
es
to que ressaltava a importância
do este t icismo. da individualidade e
do
s produtos feitos
à
mão.
•· Detalhe traseiro de
corpo
c sa ia de
t a f c t 1869 . Victoria and Albert Museum
Londres. I
ng
laterra .
Vis
ualmente, os efe it
os
da industri
ali zaç
ão na
moda
encontraram
sua
grande
x p r c s
no descnvolvirllcnto de tinturas de
an lina sintetizadas.Ao tentar
encontrar um rcslduo 1t r d
r l l ~ o do
a r v ~ o
em 1856.
Wilbam Henry Perkin errou uma
tintura roxa brilhante.
Conhecida como · malva de
Perkin·. foi uma febre na
moda
por v
anos
<Jnos
.
Azuis magentas
Yermelhos bnlhantes
vieram em seguida,
fO<am rapidamente
adotados pela
emergen te classe
média
Vestido de dia de seda azul, da segunda metade da
décad
a de 1860.
McCo
rd Museum of Canadian His1ory, Montreal
Canadá.
A partir de 1851. a ampla oferta de m<lqu inasde costura
causou mpacto na aparência das roupas e
também na forma de produzi-las. com uma cresce
nt
e
tendência para o exage
ro
na orn
am
entação.
Esse
ves
ti
do
foi feito
â
e ,\ a da produção
não clrminou o trabal
ho
artesa nal -
am
bos coexi
st
iram
por um bom tempo .
OUTRAS COLEÇÕES
EUA Arizona Costume lnsti tu te.
Phocnix Art M use um. P
ho
enix, Arizona;
Chicago H
istory
Mu
seu
m. Ch
ic
ago . lllinois;
lhe
Museum
at
the Fashron lnst
rt
ute o f
Tcdmology,
o
v Yor
k.
INGLATERRA Bradford l
ndu
st
rra
l
M
use
um. Bradford; Fashion M
use
um.
Bath; Gallery of Costume. Patt Hall,
Manchcster
IRLA NDA
DO
NORTE Ulster
M useum, Be
lf
ast
em
M
assa;
'\ :/
Modernismo;
Globalis
mo
r \
Romantismo;
Estet icismo;
Surrea
li
s
mo
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 11/22
A s s i m como Paris estabeleceu uma
\ :7
nfraestrutura e um renome em
função da produção de vestuário no
século
XIX,
chegando a dominar a moda feminina,
Londres foi o modelo de cl
asse
mundial em
alfaiataria e, consequentemente, da moda
mascu lina.
Savi
le Row, a
rua
central da
comunidade de alfaiates londri
nos desde
o
século XVIII,
tornou-se sinônimo
de
super
l
ativa
habilidade, caimento impecáve l e
essência da indumentária masculina.
r \
GEORGE BRYAN BEAU BRUMMELL
(1778-1840); HE
NR
Y POOLE (
1814
- 76);
TOMMY NUITER (1943-92);
OZWALD 80ATENG (1968-)
1/6 \
alfaiataria; caimento; recato;
elegância;
qualidade
A
A
evo
l
ução
de
Savi
le
Row
e
da
W
i
mpecáve
l reputação de seus alfaiates
foi garantida por circunstâncias políticas.
pa tronos poderosos e avanços tecnológicos.
A Revo lução Fr
ancesa
de 1789 havia
despertado a
re
j
eição
à ostentação nos
tr
ajes
para
homens
. O modo de se vestir foi
polit
iz
ado, representando
os
ideais
da.
nova
ordem social. A Anglomania (fetiche dos
franceses por tudo o que fosse inglês)
ganhou fôlego numa
época
em que a
Inglaterra era vista como
uma
terra de
liberdade, e
os
tradicionais trajes ingleses de
caça
, devidamente
adaptados.
transfo
rma
ram-se em roupas do
dia
a
dia.
George
Bryan "Beau
Brummell, dând i e
oráculo
de
estilo
na Londres da virada
do
século
XVIII
, também preferia uma silhueta
baseada nas práticas
roupas
de caça, feitas
so
b
med
ida. Influente, estimulou o prlncipe
de Gales ea corte inglesa a renunciarem
ao
uso de p
ós
, perucas e saltos alto
s,
em f
avor
de mo
de los
justos e de
sóõria
perfei
ção. Um
visual
que só se tornou tangível com a
mecan
izaçã
o da indústria têxtil, marco do
florescimento da al
fa
ia
taria britânica: a
ma
leab ilidade,dos tecidos de lã r
ecém
-desenvo
lvidos proporcionava
um
caimento
exato, e Savi le Row pôde emergir como
centro difusor das inovaç
ões
técnicas que
estavam revolucionando o ofício de alfaiate.
Essa
famosa rua e
seu
entorno sempre
haviam
sido
ocupados por mestres alfaiates
e fornecedoresde
tecidos. Sua
reputação
mundial, contu
do, só
se est
abeleceu
a partir
de
1846,
quando a empresa Henry Poole &
Co. mudou
sua
porta de entrada da
Bur
lington
Stree
t
para
a
Savi
le
Row
. Famoso
por ter inventado o smoking, Henry Poole
ficou conhecido como o pai fundador de
Savile Row .
A
rua tem preservado sua
merecida
reputação
de berço da
alfaiataria de
qualida
de
.
Porém,
a queda contínua
na
quanti
dade de
clien
tes
.
os
alugu
éis caros
e a
ameaça de extinção da estirpe de alfaiates
ta
lentosos p
õem
em risco o futuro do local.
A diversificação, com ofertas de modelos
prontos e sem iprontos, tem se revelado um
cam inho para revitalizar a área.
t t e r terno xadrez azul, 1969.
<- IJ o
• nd Albert Museum, Londres, Inglaterra.
Victoroa a . . .
fi
Ida pela
sobriedade. e g ~ n C i a
equah
dade. Savtf
e
oe onpode ser cons.de
rada i
mu
ne
à f l u t u a ç ~ o dos
Row
ch S da moda.
Sua
estéti
ca
clássoca . porem. tem
c vo de intermitentes esforços de modernizaçao ao
sl
do tempo. o doa dos namorados
(Va
l
entone's
Day)
Tommy
Nutter
abnu
ali oja Nutter's, bem
-suced
ida ao combinar
técmcas tradiC
oonaos com um
esto Jo cont
emporAneo.
Sua
clien tela
oncluía
Mick e
Soanca
Jagger,
os Beatles
e
Yoko Ono. a
é
m
de membros
da
anstocracia tradoóon
al.
O de
safoo
de agregar novas
percepçOes ~ e s t é t i c a Savile
Row.
desde
n t ~ o
vem
sendo renO'Iado por
nomes
como Rochard James.
ozwald
Boateng e
Tmothy
Everest.
• o zwald Boateng.
Te
rno,
1996.
Victoria and Albert Museum. Londres I
ng
laterra.
ozwald Boateng abriu sua loja própria
em
1995 e
seg
uiu mcorporan do as característ icas
da
Sav
ile Row
do século
XX
: inovações comerciais
<Ombinadas
<Om
técnicas tradicionais. Esse terno
de
IA angorá é tlpico
de seu
trabalho, no qual cores vibrantes
e
estilo
superatual sAo fundamen
ta
is.
OUTRAS
COL EÇOES
AUSTRÁLIA Powerhouse M
useum
. Sydney
EUA The
Costu
me lnst itute. Metropolitan Museum
of A
n.
Nova York
INGLATERRA tstate Apanments and
Roya
l Ceremonial
DressCollection. Kensongton
Pa
lace, Londres
ITÁLIA Galleria de Cosu
me.
Palazzo Potti. Forença
Naturalismo;
N e o c l a ~
~ i c i ~ m
Dandosm
o; Neoeduardoanosmo
Restauração de Carlos ; Rococó;
Glam
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 12/22
Charl
es Frederick
Worth é creditado
\.::1 como fundador
da
indústria moderna
da
alta-costura. crista
li
zando o papel do
estilista como criador
de
tendências . Worth
elevou a atividade
da
confecção do vestuário
p
ara
o patamar
de
empreendimento
artístico. A habilidade técnica superior. o
tino para negócios e um cultivado ar
de
excl
usividade garantiram-lhe um status até
então inédito
na
indústria
da
moda.
r \
ROSE
BERTIN (1747-
1813
); CHARLES
FREDERICK WORTH (1826-
95
);
IMPERATRIZ
E U G ~ N I
(1826-
19
2
);
GASTON WORTH
(1
85
3-
1924
) ·
marchandes
de
modes; patronagem
U real;
crinolina; La Chambre Syndicale
de la
Couture
Paris
ienne
Em 1858, Par s possuía
uma indústria
W de moda bem desenvolvi
da, mas
com
estrutura muito diferente do
sistema
atual.
Submetido às normas do Sn dicato de
Comércio, estabelecidas no ongínquo ano
de
1675,
o costureiro tinha pequena ou
nenhuma influência
sobre
os modi
smos
.
As
grandes autoridades
em
questão de
indumentáriaeram
os marchandes de
modes ( fornecedores de materiais . em
francês). Rose Bertin, a mais celebrada entre
eles, foi a grande influenciadora de esti lo na
França pré-revolucionária,
pos
i
ção
garantida
ao assumir o papel de conselheira-chefede
moda de Maria Antonieta. Ainda que nem
sequer
soubesse desenhar modelos,
Bert
in
cr
iou
um
contexto no qual puderam
florescer a alta-costura e a moda
da
forma
como conhecemos hoje.
Cabe ao inglês Charles Frederick Worth,
contudo, o crédito por delinear a estrutura
da
indústria
de
moda parisi
ense
. Depois de
trabalhar para os melhores
mercadores
de
tecidos da
Inglaterra e da Fança, Worth
havia alcançado uma profunda
compreensão do comércio de moda qu
ando
abriu seu próprio negócio
na
rue de
la
Paix,
na Paris
de 1858
.
Desde
então, ele cult
ivava
uma imagem
de exc
l
usiv
i
dade.
Em contr
aste
com outros costureiros. Worth trocou o
status de artesão
pe
lo de artista. cujos
vereditos os clientes eram forçados a acatar.
Com suas ncomparáveis hab ilidades
técnicas, perpetrou criações que justificaram
a adoção
da
nomenclatura haute couture
ou
al
ta-costura .
Worth chegou a enfrentar uma resistên
ci
a
inicial,
mas
teve
sua
reputação consolidada
quando a imperat
riz Eugên
i
a,
mulher
de
Napoleão
111
admirada com um
de
seus
trabalhos. encomendou-lhe alguns
vestidos
.
O sucesso foi tama nho que, em
1864,
o
costureiro já
era
o principal
responsável pe
lo
vestuário da imperatriz
para ocasiões
formais e de noite. Considerando-se que
em
bailes
imperiais nenhum vestido poderia ser
repetido, ecom tantas damas querendo
imitar Eugênià, Wor
th
poderia receber u
ma
demanda
de
mil diferentes vestidos para um
só evento. Isso não só demonstrava sua
popu laridade e eficiência, como também
seu in
crí
vel
senso
de inovação.
Os
designs
de
-• Franz Xavier Winterhaltcr, Elizaberh imperatriz
da Austria 186S.
Óleo sobre tela; Kunsthistorisch
es
Museum, Viena, Áustria.
O traba lho deCha rl
es
FrederiCk Worth consolidou a
reputação de Paris como capitJI mund•al da moda, e
seus
vesti
d
os
t
ive
ra
m demanda intern
acional. Esse
modelo suntuoso traz a ti
p1ca Silhueta
de Worth
mostra o u
so
da cnnolina. in
ovaç
ão que ele, atr
evida
e
equivocadamen te. atribula a
si
mesmo.
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 13/22
•- Charles Frederick
Worth Vestido
de
noite
c
1887; Jcan
Phillipe Worth
Vestido de noite
c
1892.The
Cos
tume
lnstitute
Mctropolitan
Museum o Art.
Nova York
EUA.
Se
a da cnnohna
não pode ser atrobu ida a
Worth. defini tivamen te
per te
nce
a ele o ~ n t o
pela mt
rodução
da
crinohna de frente
reta
e
traseira
a
mp la
.A
inovação não só
se
provou mais prá trca do
q
ue
a rotunda
c r r c u n f e ~ n c i
da
cnnohna trad icional
como
também
valonzou
a parte tra erra do
vestidocomo foco
de
deco
raçã
o. O estro foi
amplamen
te
coprado
.
mas
o uso de
te
cidos
suntuosos,
ornamentaçóes
detalhad
as
c longas
caudas dist inguiam o
desenho de Worth.
Worth
caracter
izavam -se pelo amp lo
aproveitamento de materiais suntuosos
seus
primeiros
vest
idos destacavam-se pelo
u
so
de crinol
ina. Referências
históricasse
evidenciavam em
seus dese
nhos
influenciados por horas de observa
ção
de
obras
nas galerias
de arte de
Paris
e
Londres
.
s
mangas
buf
antes.
s
ua
últi
ma
grande
contribuição para a moda do século XIX,
inspiravam-se no período
el
isabetano.
O legado de Worth para a atual indústria
da
alta-costura é grande.
Em
1868 ele
fundou uma associação de
casas
de costura
dedicada a regulamentar e proteger
o trabalho
dos
costureir
os paris
i
enses
.
A iniciativa foi consolidada por
seu
fi lho
Gaston e evoluiu para tornar-se La
Chambre Syndica le de la Couture
Parisienne
Câmara
Sndical da Costura
Par
isiense),
que
até
hoje comanda a
indústria da alta-costura da capi tal francesa
- que continua geograficamente
concentrada em
to
rno da rue
de
la
Paix,
endereço original do atel
iê
de Worth.
OU TRAS COLEÇÕES
ÁUS
TRIA M
odesamm
lung des Hrstonschen
Museums
.
Viena
ESCÓCIA National Mu
seum
of
Scotland.
Edimburgo
ESPA
NH Museo del TaJe. Mad
ri
EUA Brooklyn Museum. Nova York; Cornell Costume
and
Text
ile Collection Cornell Universi ty lthaca. Nova
York; Museum o the Crty o Ncw York. Nova York;
Museum of Fuie Arts. Boston. Massachusetts; State
H
s
toncal
Socrety
o
Wrscons
rn Mad s n. Woconsin
INGLATERRA Museum of london. Londres
RÚSSIA Sate Hermitage Museum .
São
Petersburgo
Ro
cocó; Belle tpoque: New Look;
Morte da Alta-costura
Racionalosmo; ProduçM em
Massa
;
Modernismo; Minima
hsmo
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 14/22
A adoçã o de vestime ntas específicas
p a r a
os rituais
sociais
do casa mento e
de luto é uma constante
na
história da
moda. Durante o reinado
da
rainha Vitóna
( 1837 1
90
1).
os
códigos relati
vos
ao
v
es
tuário em rituaisde velório tornaram-se
extremame
nt
e complicad
os
. No me smo
período. os vestidos brancos de noiva. não
abarcados pela mesma etiqueta rígida.
ganharam grande popularidade.
( '\
PRINCIPE
ALBERTO
(1819- 61
;
R I N H
VITÓRIA (
1819
-
190
1)
prescrição; complexo; etiqueta
soc1al; luto completo; meio-luto;
crepe; bombazine; vestido de noiva
branco; virtude
A
Ritua1s
sociais e
cód1gos
de et iqueta
W al tamente comp
lexos
regiam a
vi
da no
período vitoriano. A
ad
erência a tais padr
ões
denotava
a
di
st
inção de
um
a p
essoa.
traço
muito aprec iado numa época totalmente
influenciada pela rainha Vitória a soberana
que. com a morte do mando. príncipe
Alberto. em 1861. adotou o luto até o final
da vida.
luto. então. era dividido em períodos
distintos: luto
com
pleto ou fechado.
segundo luto. luto comum e meio-luto.
cada
um com duração prescrita. A duração do
luto va riava con forme a relação que se tinha
com o falecido. A viúva. na patria
rcal
era
vitoriana.
enca
rava constrições mui
to
mais
rígidas e abrangentes: tinha de
passar
dois
anos e me io publicamente de luto pelo
marido. De
sua
parte. o viúvo devia re
sp
ei tar
um luto osten
siv
o de
apenas
tr
ês mes
es.
sinalizado pe lo uso de uma faixa de crepe
negro no braço.
As mulheres. por tanto. enfrentavam
uma lista de regras bem mais severas. que
ditavam o que ves ti
r.
como e em quais
circunstân
cias.
As especif icações
detalhava m elemen
to
s como o teci do. o
corte. a silhueta. botões. roupa de baixo.
penduricalhos e
aces
sórios. O crepe (uma
gaze de
seda fosca
) ou o bombazine
(tecido de seda fosca alis
ad
a) eram os
tecidos permitid
os
para o luto completo.
Para o segundo luto. permitia-se
adicionalmente a se
da
escura . Quando se
alcançava o meio-luto. tona lidades
incluindo
ci
nz
a.
malva e violeta tornavam
·se
pe
rm
itidas. além do preto.
Co
nvenção que remonta ao
pe
ríodo
medieval. o
ves
tido de casamento branco
jamais
havia
sido compulsório até meados
do século XIX. Na era vitoriana. porém. o
branco constituía a única cor aceitável para
uma no
iva
que desejasse demonstrar sua
esta tura moral
e
sua
virtude sooal.
Ass
im
como viria mais
ta
rde a influenciaro
v
estu
ário de luto. ao
casar-se
a jovem
ra
inha
Vitória contribuiu deci
sivam
ente para
popularizar o uso do branco nupc
ial.
E
ses
i
deais
nao er
am
·ver
salm
ente acatados. Os custos
un1
ro
ibittvos do luto fechado ou do
p .
I .
stido de
no
1a 1m
1t
ava m seu uso a
ve
. d d
m pequena parcela
da
soc1e a e
casame
ntos. um vestido de dia
bem-feito era a opção usual. com
teCid
os
coloridos substituindoou
comp
l
em
entando o apreciado. e
caro.
branco. O luto impu
nh
a mais
problem as . A falta de recursos para
vivencia r o luto de maneira
socialmente apropriada era fon te de
vergonha - e empreendiam-se todos
os
esfo
rços
para que o ritual fosse
segu ido.
A moda do ves tido
de
noiva
branco persis
tiu com
os est
ilos
v1
tonanos
de
sa
ia ampla. populares
até
os dias de
ho
Je. Já o culto do luto
comple to não se est
en de
ria além da
Pri
meira
Guerra Mundial, quando a
p
erda
de milhões
de vi
das
demand
ou a adoção
de
um ritual
ma
1s realista.
\
•
Rich
ard Re
d9r
a
ve. Re
tirando
aspe{as de
ur
o 1846
.
Óleo
sobre tela; Vlctoria
and
Albert Muse
um.
Londres. Inglaterra .
E
mbora
pudesse
ab
nr m,,o
das
roupas negras após
CetCade
do1s
anos
de
lu
to. era mcomum que a
\'lúva contrnuasse
a
~ · l a s
po
r
um
per
iod
o
ma1s
longo
N ~ o é
o
caso da mulher retratada
n
essa
P
n
t
ura
.Ea
anse•a troca
r
a
mdumentaria negra
por
um
vest1do
111 \
s.
apropnado
ao
meio-uto.A
1
ns1ed
ade
e
CV de
nCJada por
p
1s
t
as
v1s
ua
1sdenotando que av1úva
cst:.
prestes
a se casar outra vez; o o t ~ o
laranJa, flor
com umente usada em casamentos,
c
ochapeu de
norva na c.11xa.
Vest
id
odecasamento. 1864.
The
Cos tume nsti
tute
.
Metropo litan Mu
seu
mof Art.
No
va Yo
rk
. EU A.
VcsiJd
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a
moda
dom1ante
e
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tempo. No
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arqueada)com
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mod
smos
p o r ~ n e o s
que
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anos
1850.
OUTRAS COLEÇOES
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useum.
Londres;
Nat1onal
Trust. K1 llerton
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P
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York
JAPÃO Kyo1o Costume lnsutute. Qu•oto
lndustnah
smo;
Belle Epoque:
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Revwa
l V1tonano
r- \
Glam
;
Punk
lnt('rnet
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 15/22
C r i a d o pa ra dar conforto à mulher.
\.::1 o vestuário Bloomer foi adotado em
1851 por reformi
stas
da
moda
feminina.
O
mode
lo. cujo
nome
se
relaciona à fem
inis
ta
norte-americana Amelia Jenks Bloom
er
,
consistia
num
vesti
do aberto até
os
j
oe
l
hos,
usado sobre
calças
volumosas
ao
esti lo
oriental
presas aos
torno
zelos. As feministas
logo o abandonariam: a repercu
ssão
obtida
pelo traje depunha
mais
contra do que a
favor dos 1deais que
ele
deveria éxpressar.
r \ ELIZABETH CADY STANTON ( 1815 - 1902),
L
IA
JENKS
BLOOMER
(
181
8- 94),
SUSAN B. ANTHONY (1820- 1
906
).
ELIZABETH SMITH Mll lER ( 182 2- 19 )
1 \
eforma
do
yestuári
o;
fem in
is
mo;
jornal
The
Lily;
r
evista
Punch;
bi
furcado
Conforme o vestuá rio das mulheres
W vitonanas tornava -se mais elaborado
e desajeitado, cresciam os protestos por
parte de vários grupos.
As
adeptas da
reforma do vestuá rio
ans
iavam liberar
as
mu
lh
er
es dos exageros da
silhueta .
vitoriana. eliminar a diferenciaç
ão
social
pelas
roup
as
e redefinir desigualdades de
gênero. Remontando suas origens a ideais
da Revolução Francesa, essa onda ficou
associada, no início do século XIX, a
comunidades religios
as
e progressistas dos
EUA da
França.
O
visual
Bloomer foi uma das mais
conhecidas tentativas
de
reformulação
do vestuário no século XIX. Originalmente
chamado de calças turcas . o vestuário
Bloomer constituía-se de
ca
l
ças
em esti lo
pantalona. amarradas na ba inha com
laços ou baba dos, túnica de saia longa
que
se es
tendia até
log<.Tabaixo
do joelho,
corpete simplificado e confortável,
com faixa marcando a cintura. Botas de
couro macio e chapéu largo de aba
caída
completavam o visual. Elizabeth
Smith Mill
er
criou o traje. que acabou
associado ao nome da feminista
norte ame ricana Amelia Jenks Bloomer.
Em 1848, inspirada pe l
as
co legas da
campanha pela igualdade de gêne
ros
El
izabeth Cady St
an
ton
Susa
n B.
Anthony, Bloomer lançouThe
Lily,
jornal
dedicado a
assuntos
fem ininos. incluindo
m
oda
. Em
razão
do entusiasmo
com
que
Bloomer promoveu o modelo em
sua
publicação, seu nome
passou
a ser
sinônimo daquele estilo.
Apesar de ser uma alternativa
confortável aos
pesados
vestidos de
corpete apertado usados na época,
essa
modesta tentativa de mudança nas
roupas femininas su
sci
tou crític
as
mordazes. A revista
Punch,
sema
nário
satírico britâ.nico, foi especialmente
dep reciativa. Num m1sto
de
ironia e
consternação. os cartun istas
ridicularizavam o suposto absurdo do
Bloomerismo. refletindo a hostilidade da
patriarcal sociedade vitoriana contra o
feminismo. Cartuns mos trand o homens
castrados por mulher
es em
vestes
bifurcadasvinham com
legendas que
desdenhavam do visual Bloomer, sugerindo
uma
assoc
ia
ção
en tre mau gos to e a
criatividade esti listica das feministas.
O escárn io maciço acelerou a morte do
que havia sido um modismo curto, porém
notório. A vestimenta Bloomer acabou
abandonada por depor contra a própria
causa. Amelia Bloomer foi uma das
últ
imas
a circular
com
o modelo,
mas já
o
havia aban
don
ado
por volta
de 1859.
No entanto. depois de ter
sid
o ironizada
ao longo da vida pelo esti lo que tomou
seu nome emprestado, Bloomer saboreou
sua vingança no fim dos anos 1890,
quando
as ca
l
ças
fem1n1nasbloomers
tornaram-se peças
aprec
iadas para
se
andar
de
bicicleta.
SUHG
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r Fgura de
Amclia
Bloomer
na
capa da part itura da
~ a n ç 3 I wan r to bl a 8/oomer composta por
Cenry
Abraha
ms e w H. Montgomcry, anos 1860.
onsiderando·seque o modelo B
oomcr
fot usadopor
PQ
ucas mulheres d ur
ame um
c
uno
espaçode tempo, o
l u n t o
de pamalona tún ica teve repercussao
esp roperctonal no tmagtnárto do públtco. Canca turas e
rtd culanzando o modelo pro lt fera
ra
m. en
qu
anto
1 1 < ; ~ trOn·ca
s como
a
nt to be
a 8/oomer
(Quero
~ m a
Bloomer) punham enha na
log
uetra da tnftntta
oca que cercava os tdea•sde Amelta Boomer
colegas
OUTRAS COLEÇ0ES
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do
sobre
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tlustraçOes acercado esttlo
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Soc
•cty Archtve Collection.
Seneca Falls. Nova York
Pré -rafaehsmo; Ractonaltsmo,
Ans & Cralts; Ex
•s
tenCtahsmo
r
ococó; Alla·coslura;
Be iJe Epoqt.e, New Look
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 16/22
smplificada
das roupas
fem ini
nas
\ I de
formato
mai
snatural
e
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es
partilho. esse est
1l
o foi
adot
a
do
sobretudo
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l
as
mod
elos e espo
sas
de
art
istas
ligados
à
Irmandade
Pré-
r
afaeh
t
a.
entre
os anos 1850 e
1870
. Su
as 1de
i
as
continuaram a
ter
influê
nc
ia
de
amp
lo
es
pectro
s
obre
as
tendências da
moda ao longo do
co
meço do século XX.
( ' \ G. F WATIS
(1817-1904),
DANTE GABRIEL
. OSSETII
(
1828
- 82),
JANE
MORRIS
(1839 - 1914); ARTHUR LASENBY
LIBERTY
1843-1917); MARY ELIZA HAWEIS (1848
-98)
sem
espa
rtil
ho; ca
im
en
to folgado;
cores
artí
sticas; med1eval; prega Watteau
A
De
1830 em d1ante,
os
movimentos
W
europeus por mudanças no vestuário
refletiram a evo lução
nas
artes,
na literatura,
na filosofia
e
na política. Defendendo a
veracidade para com a natureza
e
a beleza
em
todas
as
co
isas . a Irmandade
Pré
·rafaelita
era
um grupo
de artiStas cuja
admiração
pela
pintura
medieva
l refletia a
insa
tisfação com as ma nufaturas modernas
celebradas pela Exibição Internacional
de
1851.
Os pré-rafae li
tas
adentraram o debate
sobre o vestuário feminino em 1848,
promovendo. por me io
de
suas pinturas. urn
jeito fluido
de
se
vestrr,
livre
de espart
ilh
os,
menos
constriti
vo
e
mais saudável.
s representações de mulheres nas
pi
nturas
pré
-
rafaehtas de Dante
Gabri
el
Rossett
i, J E
M1llais
e Edward Burne Jones seriam
inspiradoras tanto para contemporãneos
como para grupos Inovadoresvindourose
promoveriam a chamada roupa artíst i
ca·.
As
modelos
vestiam-se
co
m
peças
der
ivadas
da obra Costume historique,
de Camille
Bonnard, publi
cada
em
Par
is
entre 1829
e
1830. Outras
ro
upas,
com
características
históricas menos
ev
identes. eram feitas
para
uso
d1ár
i
o. mas
todas
compartilhavam
uma
silhueta
m a i ~
folgadaeaparentemente
simples, m
cores
naturais moderadas ou
artíSt i
Cas
.
Não hav
iapeças justas,
em
oposição
à
tendência dominante na época:
esparti
l
hos
apertad
os.
tecidos farfalhante
s.
crinolinas volumosas e cores
artifi
cia
is.
A ausência do espartilho no
vestuário
artís
tico era
su
bversiva para
os
padrões da
época . O visual folgado denotava algo de
1moral,
como se a falta de
amarras
e aços
ape rtados
sig
nificasse falta de decoro na
rígida
era
vitoriana.
O comércio
co
ntribui para o
Pré-rafaelismo
.
A
part
ir de 1875,
sedas fl
u
ida
scom tingimento
vegetal e t
ecidos de
lã importados
da Ás
ia
por
• John R. PJrsons,
JJne orris
posando para Ros.sett/
1865. Fotogra fia; VictoroaandAlbert Museum,
Londres. Inglaterra.
lane. esposa do
on fluenr
c est
o ta
W
llloa
m Morns, f
oo
octratadil
em
desenhos e
P<nturas
por
Rossetu em
vároas
cxasoões nos dnos
1860
e
1
870
. usando ellldo
de seda
sol
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r>e<a . A
gola
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pregueadas com
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ou en feotes As ma
ng
as larÇ<lS
fazem
r e f e r ~ n c o a
ao
vestu.\110 renaS<entosta
.
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L
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Nt
1
dia
House loja frequentada
naEast n •
como Rosse
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na
ção
do ves
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d ~ S S m t
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Em
bo
ra
se
racterizasse
com o alternativa à
ca •
moda vigente,
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Japones.
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dássico, unha
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mais solto,
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cendo forte apelo
entre os
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t
as. Es
s
as roupas
foram
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modelo
s
em
pinturas
do
fim dos
a
nos
1870, assinadas por
James Abbott McNeill Wh istler
e
ord
Frederic
Lerghton.
O
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rto
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roupa artísti
ca
sobre
as tendên
cias
da
moda perdurou, o
que
foi c
rtado em
texto escrito por
Mary
E
hza
Haweis
para
a influente
revista The
Queen
e em
seu
livro The
art of
dress (A arte do vestuário),
publica
do eM 1879, o qua l inclui
uma
interpretação do ressurg imento
do vest
uário medieva l promovido
pelos
p
ré-rafa
elitas. vinte anos
depo
is do
rn
í
ci
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A
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vestuário
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do século XIX .
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AS COLEÇÕES
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Londres
,
Tdte Brota1n
, Londres; Watts Gallery.
Compton, Glllldfo
rd
Estet c•smo, Rac1onatosmo;
A11s&C
rafts
r
ra Espacoal; Neorromant
1smo.
Ce'ebrousmo
• G.F. Watts,
Jane E izabeth Jeanie) Hughes,
Mrs. NassauSenior, 1857-1858.
National Trust,
Wightwick Man
or
, Wolverhampton, Inglaterra.
A co r das tranças flwdas da modelo contrastam com o
voo'eta
vov1d0 de seu
vestodo
de contura na turale
man g
as
amplas
e
soltas de borda rendada. Am1ga de
Wattsede R
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tante dos d e tosda mulher
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 17/22
Durante os
anos
1880, vários ·
moviment
os
por
re
for
mas
no v
es
tuário
clamavam pela libertação fem inina da prisão
dos espartilhos. anquinhas (ou tournures
estrutu
ra
de sustentação para a
pa
rte
traseira da
sai
a) e
sa
ltos altos. Assim como a
coe
tânea Sociedade de Taje
Raciona
l
(estabele
cida em
Lon d
re
s
em
1881 , os
de
fens
ores do esteti
ci
smo
se
opunham
à
moda restritiva da época,
mas
distinguiam
-se por def
en
der que a beleza era tão
importante quan
to
a racionalidade.
r \ RTHUR LASENSY UBE
RTY
(1843- 1917);
. EORGE OU MAUR1ER (1834- 96);
SEN HORA JOSEPH COMYNS CARR
(1850- 1927); MARY AUGUSTA WARD
(1851 - 1920); OSCAR W1LDE ( 1854- 1900);
CONSTANC
EWILOE (1
858-98)
6\ luido; adornos de casinhas de abe lha;
L
be
rty; cores brandas; revista Punch-
boêmio; beleza; padrõesnaturais '
A
As roupas e o est ilo ret
ratado
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W
pinturas
pré-rafael
i
tas
inspi
raram
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ticismo
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belos
compridos e
e
vemente
fri
sados,
so
lt
os na
fr
ente dos
ol
hos
. Seus vest
idos longos,
f
luidose
sem espart ilho evitavam
ostentações
pre tensiosas e favoreciam os
bordados
deco rativos
de
casinhas
de
abelha e enfeites
simples. Tinham m
angas amp
las, que faziam
r
eferê
ncia
ao vestuár
io medi
eval,
e eram feitas
de al
godões
m
acios
, veludos e sedas
Liberty
:
os
ti
ng
iment
os vege
tais
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resentavam
brandos
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amarelo,
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l-
pavão, cane
la,
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ia e
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A tí
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esentante
do Es teticismo
fo
i descrita com o
u
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pál
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como a de Juno , em r
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rência aos cabelos em
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,
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mo i
magens
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pr
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-
rafaelitas
decabe
los
despen teados .
Osenso comumda época desaprovava
as
madeixas e a aparência em desa linho das
adeptas d
essa
tendência. Por sua vez. os
home
ns estetas eram criticados pelo exagerado
re
f
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mento: frágeis,
pa
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ca
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idades admiradas
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vitoriano.As caricaturas de
George du
Mau
rier
na revista Punch sem
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satírico
britàn
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l
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s
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t
endência, assim co
mo
questionavam amasculinidade dos
homens
estetas, em geral
repr
esentados como figu ras
débe
is e arqueada s. Como colega devários
est
etas.
Du
Mau
rier baseava seus desenhos na
obseNação
dire
ta.
O ibretista W.S. Gilbert e o
compositor Albert Sullivan tam
bém
satirizaram
o
es
tetic
ismo
por
me
io
da
ope
re
ta
Pat
ien
ce
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princi
pal b
aseava·se em Osc
ar
CU]O
pe .
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0
ma is
proe
m1
nente dos estetas.
W
e
vestuário
do
Estet1
ssmo se mcunscrev
1a a
0
queno
setor
boêm
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riv
i
legiado da
urn
pe
sociedad
e. forma do
por
persona
l
idades
corno a romancista Marya Augusta
ward e asenhora Joseph Comyns
Carr.
o
movimen to teve
influência, con tudo, so
bre
as
tend
ências principa
is da
moda,
ern especial
entre as
classes
méd
ia
e alta .Ves
tidos
para
chá
se popu larizaram- e eram, em
essência,
uma
versã
o mais
eleganteda indumentária das
estetas. Por volta
de
1910 ,
Par is,
então
o cen tro mundial
da
mod a, já lançava
visuas
que evocavam
esses boêmios
de
classe
média
.
•- N
apo
leon Sarony,
etrato
de
Oscar
ilde
1882.
l
mp ress ao em
albumina;
National Portra
it
Gallery.
Londr
es,
Inglaterra.
Além de perso f\ificar a figura
masculina do Este1icis
mo.
OscarWo
de
dava
palestras
regularmente. promovendo
sua
como
alterna11Va
raco
onal
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atraenteem r e l ç ~ o
aos
modismos
da
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.
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cintura;
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lvel; que ouso de saltos
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calçado
.
P3r
a
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so
brecarrega
r a planta
dos Pês;
que
as
linhas
clássicas
daAntiguidade
Precisavam
onsp
irar o vestuário contemparaneo.
Constance. espasa deWolde, t
ambém
foo
uma
ativa
inovado ra da moda.
Vestido liberty, 1897.
Victor a and Albert Museum, Londres, Inglaterra.
Em
1884. Arlhur asenby berty abriu em sua l
oja
de
depart
amentos
situada na Regent Stree1. a oberty
&
Co •
uma se.;ão
de
roupas
que atendi
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ao gosto dos
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.
Esse
ves tido ibe11y.
com
suas
cores
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na1ura
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as de
romãs e
gi
rassó
is e estolo solto
med
i
eva
l. é
um
tipico exemplo
da
tendência .
OUTRAS
CO
LEÇÕES
AUSTRÁLIA Powerhouse
Museum. Sydney
ÁUSTR IA Aus trian Museum of
Applied
Arts. Viena
EUA The F
ashion
lnst i tule
of
Design and
Merchandoing. los
Angeles. Califórnia: Ohio
St
ate Uno
e
rso1y Historoc
Costume and
Text
i les
Collection. Columbus. Dhio;
Wosconson
t o r ~ c l
Museum.
Madoson.
Wisconsin
FRA
NÇA Musée de
la
Mode et
du Cos1ume de la
Volle
de Pa11s.
Pa
lais Paris; Musée de
la Mode et du
Text
oe. L
ouvre.
Pa11s
HUNGRIA
Museum of
Applied Arts. Bud
apes
te
INGLATERRA Ferens Art
Gallery. Hull
Naturali
smo;
P
é-rafaehsrno:
Racionali
smo;
Neorromantosmo
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Barroco;
Rococó:
Belle
fpoque
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 18/22
t -. A Sociedade do
Traje
Racional foi
\.:7
ormada
em
Londr
es. em
1881
,
pela
v
isc
ondessa Harberton e por
Em
ily M.
King,
com
a int
enção
de revolucionar a
moda feminina. Indignadas com
os
riscos à
saúde
inerentes
aos
modelos constritivos e
pesados do vestuário da época,
as
criadoras do movimento promoviam
vestimentas alternativas, confortáve
is,
práticas e leves.
r \ GUSTAV JAEGER (1832- 1917);
. ISCONDESSA HARBERTON (1843- 19
);
EMILY M . KING (tndtsponlvel); GEORGE
BERNARD SHAW (1856-1950)
6 \
saúde; conforto; praticidade;
V ciclismo;
ut lidade
A
Com exceção de um breve hiato,
W
quando se viveu o retorno
à
flu idez
do estilo
neoclássico.
o
esp
ar tilho dom
inou
a moda
pers
istentemente
ao
longo do
século XIX. Desconfortável, anti-higiênico e
constritivo, o
espa
rtilho implicava, segundo
relatórios méd icos
da
época, uma lista de
efeitos colaterais por
vezes
perigosos
para
as usuár
i
as
. T
ais
consequências incluíam
órgãos in ternos
esma
gado
s,
pulmões e rins
perfurados por costelas quebradas,
capacidade pulmonar severamente
redu
z
ida,
abortos espontãneos, p
roblemas
de pe le e mau hálito causado por má
digestão. Não t ilo per igosos. mas nem por
isso mais práti
cos.
os modelos pesados.
com grandes crinolin
as
e
tournures
desajei
tadas.
tecidos rígidos
e
saltos altos
também
conspJravam
para hmitar o
conforto e a liberdade das mulheres.
A partir da preocupação
com
o bem -estar
feminino. foi criada em 1881, em Londres, a
Sociedade do
Traje
Racional, pela
viscondessa Harberton
e
por Emily M. King,
ambas
militantes
pe
l
os
direitos
da
mulher.
O movimento não propunha uma evolução,
mas, sim. uma revolução no vestuário.
Publicado no jornal da sociedade, um
manifesto lançou o ideário radical
da
organizaçtio: A Sociedade do TraJe
Racional protesta contra a introdução
de
qualquer vestimenta
na
moda
que
deforme
a silhueta ou imp
eça
o movimento
do
corp
o,
ou que, de qualquer maneira
que
seja
ten
da
a prejudicar a saúde" .
Em 1884,
a Exposição de Saúde
de
Londres
proporcionou um trampolim para o
movimento, ao dedicar um setor exclusivo
para vestuário feminino "higiênico". A
viscondessa Harberton exibiu ali uma
modesta
saia
dividida
-que
hoje
reconheceríamos como
cu/lotes
obtendo
repercussão altamente positiva.
ma ndame
ntos
da revol
u
ção
raciona l
s
do
vestuáno estavam
em s1ntom
a com
teori
as
do doutor Gustav
:eger, proeminente zoólog_o .
I
•o u
san
do
como
ev
1enc1a
aema
· .
a
pró
pr
ia
cu
ra
por
me1o
da
~ o Ç I O de rou
pas
higiênicas. ele
a
r·
defend
ia que
somente
1
0s
oriundos
de
fontes animais
(lá.
caxemira) deveriam
ser
usados
diretam
ente sobre a
pele.
Jaeger ass
inou um
ensaio
alarmi
sta. com
parando o
uso
de
fios
de origem vege tal
(como o hnho) à inalação de
veneno, pois " fibras
vegeta
is
mortasabsorviam
vapore
s
perigosos
quando
frias
e
em
ti
am-nos
de vol ta
quando aquecidas pelo
corpo,
contami nando,
assim,
o ar à volta da
pesso
a". A
teoria, claro. não
fa
zia
sen
tido
algum,
mas ISSo não inibiu o
sucesso
do zoólogo nem o
fervo
r
de
se
us
seguidores.
• Sir Oohn) Bernard Partridgc,
George Bernard Shaw 1894.
Aquarela;National Portrait Gallery,
Londr
es,
Inglaterra.
Oepo
is de proclamat os beneflc,os
sa
ude
SUpostamente propotcoonados pelo uso da
-e
an
s10so por lucrar com
seu
reconhectmemo- . Gustav Jaeger
Obtevea icença pata abti r a emptesa
"Sistema de L l t g t ~ m c a
do
Dr.
1
de Jer
· O
t a b e
l e c t m e anunCiava
umcon,unlo de túntca ecalças
·m
,l c uma uttlidades·
Que dtspensava a neceSS
tcl
ade de goi.JS ou laços e.
assim, eslava em con lotmtdade com as prescrtçOes de
um UpOsto
u ~ n o
s a u d ~ v e l A ofer1a l
ogo
se
expand '
'c.
na virada do seculo. Jaeget era o
fOrnecedor
de
belos tta
1
es de parJ homens
e
Uiheres Famosos como O
scar
Wtlde e
Ge01ge
Ber
na td Sha
w foram
seus
clien
tes
.
•
Casaco
e bloomers c.1895.
Kyoto Costume
lnstitute,
Quio
to,
Japao.
A imensa
popularidade do
CIClismo
como
azer
para mulheres
demandava
a
. 1 d o ç ~ o de
satas
dtvtdidas ou
kntekerbockl? rs.
stmtl
atesao mode o
defcndtdo
an tenotmente pela
femmtsta Amella Jenks
Bloomer. OentuSiasmo
pela ptáltca
de
todo tpo
de
espo
rte
ao ar
ltvre. na
época dem
andava
uma abordagem
raoona1
e
funoonal
do v
es
tu3no.
OUTRAS COLEÇ0ES
AUSTRÁLIA
Powcrhousc Museum.
Sydney
EUA Ohto State
UniVCrsttyHtsto11c
Costume and c ~ t l e s
Collectton, Columbus.
Ohoo
INGLATERRA Gall
eryof
Costum
e.
Pan
Ha
ll,
Manches er
Boomensmo , Este ICtsmo. Utrlilansmo;
\ ::) RCIOtnO
aos
CIMstCOs
r \. Romantrsmo.
Be
lle Epoque.
N e w l o o ~
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 19/22
r
elacionando-se depe rto com o
Pr
é-rafaelismo. o movime nto Arts
&
Cr
af ts fo1motivado tanto por
pr
eocupações
sociats
qu
anto es téticas .
Des tludido com os efettos desumanizadores
da industrialização e da produção em
massa.
os
segu idores do Arts & Crafts
dedicavam-se ao resgate da habtlidade e
maestria artesanais trad ioonai
s.
Origmário da Inglat
erra,
o movtmento
t
eve seus
pnncfptos adotados em
outros
pa
íses e mfluenciou
os
têxteis,
as
artes decorat
ivas
e a arquitetura
do f m do século XIX e início do·
séc
ulo XX .
( \ JOHN RU SKIN
. 1819- 1900); WILLIAM
MORRI$ (1834- 961.
CHAR L
ES
ROBERT ASH
BEE
(1863-
1942).
ALE XANOER
FIS
HER
(1864 - 1936); "JESSIE
NEWBER
Y (1864
1948);
JOHN
PAUL COOPER (1869 1933).
JOSE F HO
FFM
ANN (1870
1956)
,
JESSIE M . KING (187 5- 1949)
6 \
Pé-rafaellt
as;
utópt
co;
tradtção;
habilidades; art
esanato;
ftde lidade aos materia1s;
joalheria; Limoges
A John Ruskin e William
W
Morris foram
os
fundadores
do
movimento
Arts
&
Crafts. Chocados
com a velocidade da
ind
us
trialização e a miséna
urbana da era vito
ri
ana -
e de
ce
pcionados com a
má qu alidade obt ida pela
produ
çã
o em m
assa
- . ambos
de fendiam vigorosamente a
integr
id
ade do des ign e do
arte
sa
nato t
ra
dicional.
Os membros do Arts & Crafts adotar
am
um
est
ilo de roupa ampla me nte
reconhecido, e que ost
en
t
ava
pr incípios
como fidel idade
aos
materi
ai
s, form as
simplifica
das
,
res
gate das tr
ad1ções
do
més
ti
cas
e estampas naturats.
Para
as
mulh
eres.
as
oupas
eram f
eitas
em
casa ou
em pequenos estúdios
comerc1a1
s, a
partir de materiais
bási
cos e natura is.
A inspiração vinha da Renascença e
da arte med ieval, incorporando
peças
folgadas e pregueadas que
evocavam
a simplicidade rural e podenam ser
so
brepostas. de modo a com por
u
ma
silhueta lin
ea
r e
livre
.
As co
res
be
las
e
suaves
de r
ivavam
de tinturas
ve
get
ais
. N
os acess
órios, o
d
esta
q
ue
fi
ca
va por
conta
dos detalhes decora tivos
florais. Vestidosno estilo
Arts Craftso
cu
param
asvitrinesda loja de
departamentos on dnna
li
berty
& Co.,
e muit
as
c
as
as de
cost
ura de
Paris
ad
otaram
de
talhes
estilísticos associados ao
movi
men
to.
Para os
homens, aadoção de
roupas com
visual
associado ao do
trabalhador comum
ex
pr
es
s
ava
simpatia,
resp
eito e preocup
aç
ão
pela
mão
de
obra
humana dian te do
mundo industrializado.
Em outra vertente. a
moda mas
cu
lina do Arts
Crafts se ap r
ox
imou do estilo do
Estet icismo .
O design e a produ
çã
o de joias
que valo
ri
z
avam
.
ac
ima da matér
ia-
. a
técniCa
e a habilidade ar t
esan
al -
-pnm
a. .
t
·tu iram ou tro bra
ço
do movtme nto.
cons
' . .
ed
as
semtpreci
osas
(e
re
lat ivame nte
p r . I. d
t
as
)
eram usad
as com a
re
vtta tza a
.
téCnica
de
esmaltação de Ltmoge se
ter
iaiS
forjados em prata. Osdesenhos
rnavarn suas ref
erências
est ilísticasda
ur
a
natureza, da mt tologia. de endas celtas,
d
R
enascença
e da arte
med
ie
val.
Per
son
alidades
como Alexander Fsher,
Jo
hn Paul Coop
er
e Jessie M. King,
assim
co
rno a
f1gura-
chave do mo
vi
mento,
Cha
rl
esRobert Ash bee,
rep
r
esen
taram o
Arts& Crafts na j
oa
lheri
a.
E
mbora preoc
upado com a situaç
ão
do
hom
em na
er
a industrial, o
mov
imento se
mo
strava profund
ame
nte anacrôn ico , com
sua retónca bas
ea
da num ponto de vista
rornãnt
tco
,
conse
rv
ad
or e um tanto elitista.
Os
obje t
os
que produzi
a,
os d
ea
is que
ap
r
ese
ntava e o
est
ilo que promovia
estavam
al
ém d
as poss
ibilidades (e tal
ve
zaté mesmo
do
m
teress
e)
daq
u
ele
segmento
soc
ial que
pr
ocur
ava
de fender.
•
Wí
ener Wer
ks
tàtt e,
Ves
t i
do
de tarde,
1917.
los Angeles C
ou
nty Museum of Art. l os Angeles,
Cali fórnia, EUA.
Embo ra fundado no Remo Unr
do
o mov
1m
ento Arts
&
Craf ts repercut1u de fato
na
sanes decorat•vas dos
EUA, do
a p ~ o
e
da
Europa.
Fundada em 1903
por
Jose
Holfmann. a V1ennl'Se Wrener We rkstatte
V•
ter
almeme, "OfiCina de V•ena")
fo1
rnfluenoada pe lo
Oedo
de
John
Ruskrn
e
William Moms
de
func10nalrdade s•mp es ealta
ha
b lidade.
mas
re1ertava
os as
pectos
reform•stas soc1a1s do mov1
men
to
bntan,co. Hoffmann
dedKOu·se
a ar rou
pa
s
belas
e
de
q
ual•da
de para uma clientela seleci
onada
. EvolUin do
dos tec1dos pintados
à m ~ o
que vmha produz1ndo há
anos, o departamento de moda tornou-se um dos ma
•s
i
mport
an tes da Wrcner
uma
of C na
ded rcada à s
ua
p r o d u ç
fo
1
uada m
19t0. feito com
Ieda bordada
a
esse ves t•
do de t
917
mostra
caracterlst•cas do
u â r ~ o
inovador c do resga te do
CStllo
cláss
iCo, que também
se
tornava
uma
em
P
ans
e
Londres
naquele pe ríodo.
t Jessie Newbery, Gola trabalhada, c.1900.
Victor a and Albert Museum, Londres, Inglaterra.
Jcss •c Newbcry lo• 1 o n c ~ r a c
~ r a d o r a
pariiCpante
do mov1mcnto Arts & Crafts de Glasgow.
Seu
tr
abal
ho
uuozava lcc•dos crus sunplcs. como flanela. Embo ra
seus d
ese
nhos se1am qu
ase
n g ~ n u o s
em
sua atrev•da
sunpl•c•dadc. Newbery cr,l
uma
perfccc
io
n•sta das
artes manua1s. Seu p r ~ o v e s l u ~ o denolava
.nfluênc•
as
camp
on
esas
c da arte renascentista. era
todo produz•do mao. com v
es
t•dos de camadas
em
formato de t
uniCa
.
OUTRAS
COLEÇ0ES
ALEMANHA
lnst1tut Math1ldenhohe,
Darmstadt
ÁU
STRIA
Austrtan Muwum
of
Applled Ans,
V1ena
ESCÓCIA
Hunte11an
\
t
useum
and Art G
allery,
U n ~ Y e r s • t y o f GlasgO•' · Natronal Museum of Scotland.
Ed1mburgo
EUA Museum
of
Fne Arts. Boston.
Massachusetts;
NatiOnal Mu
seum
o
Amer
can H•story. Smrthsonran
lnshtutron, Wash•ngton O.C
FI
NL
ÂND
IA
fmTIISh Nat1
onal
Ga ll
ery,
H e l s m ~ r .
Cr
ah
Museurn of Fmland. y v . s ~ y
HUNGRIA M
useum
of
Applled Arts. Bud
apes
te;
God
olloMun•c•pal Museum, Godollo
INGLATE
RRA
Bummgham Mus 'um and Art Gallery.
m m g h a m
The W
1ll1am
Mor s
Gallery, Londres
RE
PÚBL
I
CA
CH E
CA
Mu
seu
m of
Decorai V
c Arts.
Praga
SUÉCIA Ndtl
onalmuseum.
Estocolmo
Boome
rt
smo;
EstetKismo;
Rac•onal•smo
r \_
Rest
auraçao
de Car
los
;
u ç ~ o
em
Massa
;
Era Espacral
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 20/22
elle
Époque
---------------------------------
r A
Belle
tpoque ( bela época .
em
fr
a
ncês
) foi um
per
íodo dou
rado pa
ra
a
clas
se alta, o
que
se refletiu
em
moda e
estilos exclusi
vos
de uma minoria. As
mulheres vestiam roupas opulentas e
româ nticas,
com
si
lh ueta
em
fo rma de S .
moldada
com
o
apo
io
de espart
i
lhos.
E
sses
modismos pouco práti
co
se
elit1s
tas
acabaram varridos do mapa pe
la
Primeira
Guerra Mundial, que introduziu o
mundo.
de fa
to, no sé
cu
lo
XX
.
r \
RAINHA ALEXANDRA
1
8 ltl
-
192S . EDUARDOVIl
18
41
- 1910),
LUCILE, LADY
DUFF GORDON
1863- 1935
,
CHARLES DANA GIBSON 1
867 9
< 4)
\
pulência; l ~ z e r ; peito-d
e
-pombo ;
curva em
S ;
f
ru-fru;
tailor
made;
Gibson
Gir
l
O período
de
1895 a
W 1914, conheci
do
como
Belle tpoque na França,
d1stinguia-se pelo esplendor
e opulênc ia. Embora surg ida
como incontestável
modismo do
século
XX.
a
Bclle Époque
se
ban
hava
na
nostalg ia:
era
o canto
do cisne
de
uma
autoindulgeme classe alta .
Diferenoando-se
de
suas
predecessoras v1orianas
por
um
a sil
hueta
relati
vamente estreita
e
estatura física maior. a
mul her eduardrana
exibia o busto
com
formato de peito
·de-pombo
(pourer pigeon.
em inglês
)
com
os
quadns
emp
inados
para trá
s. criando
uma
acentuada
curva
em S . Obunha-se tal
efeito
com
o
uso
dos chama
dos
espartilhos
saudáveis". que.
sem press1onar d
ema
is
0
d1afragma, seguia os contornos
natura1s
do
corpo fem 1nino.
mas
conseguia rea lçar
vi
sualmente
a contorção
do
torso.
As
roupas usadas por cima
dessa
estrutura
rígida, no entanto,
tinham
uma
flu
i
de
zultrarromântica. As saias
partindo
de
cinturas estreitas.
caiam em
f
orma de sino
até o
chão.Chiffon e mussehnade
seda
.
crepe
da China e tule
eram os tecidos favontos. que
v1nham em cores claras. em tons
p
as
tel onlricos. U
sados em
abundância, pregas
eacessórios
como plumas.
enfeites
e, em
,
especial
,
aços
. resu ltavam
numa aparência
adornada
ou
cheia
de fru-frus. A
preferência
pen
d
ia
para
as
cr
iações pansi
enses
de
Charles Frederick Worth,
Callot Soeurs. Je
anne
Paqu in eJacques
Douc
et. Londres
também
se estabelecia
como centro
importante da
moda,
com apo1o da 1nfluente
rainha Alexandra,
mu lher de Eduardo VIl.
Uma da
s
melhores
e
mais
renom
adas
costurelfas
da
Londr
es
eduard1
ana
era
Luc1 l
e, também
con
hec
idacomo
ladyDuH
Gordon
.
0
relauvo recato
dos modelos
masculinos
'buía
com
um contexto no qual as
contrr ..
lh
ere
sbrrlha
vam
. Em ocasroes forma1s,
rnu
.
h . O
rn
indispensáv
eis c apeu ec
asaca
.
era
1
1
•
conjunto
de
paletó eca
ças
preva
ecra
com
força
cr
escen
te. eas ca l
ças
frearam ma1s
trelt
as
e curtas.
Os
rostos
bem
barbeados
: torn
aram uma tendência,
ass
im com o o
chapé
u de fe ltro decopa gebada e o
hapé
u-panam
á. As golas altas fechadas.
sua
vez
. ac
ompanhavam
o modismo
da
s
golas de
aço
rígido adotado pe las mu lheres
oestilo
da
Belle tpoque requena riqueza
estatussoc1a l, o que restringiaa moda
às
elites eà
class
ede ri
cos
emergentes.
Os
preçosdas rou pas eacessórios eram
inaces
síve
is para a
ampla
maioria . Algumas
tend
ências. por
ém, começaram
a ultrapassar
a
barreira
do cu
sto
e a
chegar ao mercado
de r
oup
as pron
ta
s, destinado a mulheres
com
recursos mais imitados. O
cailor
-made
( sob med1da .
em
in
glês)
. conjunto de
casa
co
de
lã
ou tweed ecamisa.
la
nçado
ong
1nalm
ente no Re
1n
o Un ido nos anos
1890,
po pu larizou-se
entre
as
mu l
her
es
de
clas
se
méd1a q
ue
trabalhavam
fora de
casa.
Esse fo1 o
ún1c
o
susp
iro
de
moderni
smo
num
p
erlodo
dom1nado pe la nostalgi
a.
•- Vestido de v
1agem de
corpo e saia,
1905.
Vlctoria and Albert Museum, Londres. Inglaterra.
Os
chapéus,
essencra1s
a
silhueta eduard•ana. eram
largos
desa
1
e,tados. Sua
d e c o r ç ~ o
mcluia plumas.
lloteseaté arran
1
os de hu1as. Com frcquênCia, os
Pen l
eados
amplos c
elabo
rad
os
d
emandavam
a
ad•çao
de
cabelo
poshço supones
em
volta
dos
qua•s
ete era
tnon1ado
''
Char
lesDana Gibson, Scribners or June e s b o ~ o
c 1898.
O lustrador norte·ameucanoCharles Dana Grbson .
Colaborador
de
rev1
tas
unportant
es com
o a Scflbners.
010u a G•bson grrl . r c p r e s e n t ç ~ ocOmca
da
moda.
da beleza e da autonom•a da mulher na
vrrada
do
Século XX Em seus retratos dcs t
JCJm·se
a s•lhueta de
<lntura alta e eweota. blusos de go'a alta e cam•sas de
dese
nho lflangular.
elle Époque
s
c
R
I
N
E
R
s
OUTRAS COL
EÇ0ES
F
o
R
J
u
N
E
ÁFRICA
SUL
Bcrnberg Museum of
Cos
tume .
Joanesburgo
EU A AnzonaCostume Museum.
PhoeniX
Art l. luseum,
Phoen••. Amona, The Costumelnsulutc. Mctropoh t
an
Muscum of Art. N
ova
York; Los Angeles County
Muscum o Art. Los Ange
es.
Cahfó rma
FRAN ÇA Musee de ta l>lode et ou
Tex11
te. Louvre.
Parrs
ITÁLIA
Ga
lleua del Cost
ume
, Palazzo Ptu. F
orença
JAPÃO Ky
ot
o Cos tume ln; t•tute. Quioto
Dand•smo;
Rom.Jnt•smo;
\Y
Alta·COSIUra.
New LOOk
r \
r o d u ç ~ o em Masso. Mod
ermsmo;
Mov
•m
emo
Brrtish Sout•que; Vanguard.smo J a p o n ~ s
f \ t VIVO I
u
L I I I I
IO
l l l
l
f J t I IU
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 21/22
No fim da década de 1910, conforme a
Be
iJe
Épo q
ue
se encerrava. a
si
lhueta
dominante
para as
m
ul he
res ficou mais
suave
.
A artificial curva em "
S"
criada por esparti lhos
de frente cha ta deu lugar a um
est
ilo mais
linear, abrindo espaço para
re
tomar a L n
ha
Império, tendência subjacente ao
Neoclassicismo e que.
no
início do sécu lo
XIX, defendera o resgate das linhas cláss icas
usadas
pe
l
os
antigos gregos e romanos.
r '\
MAOAME
RECAM
IER
(1
777 - 1849);
JACQUES
DOUCET (1853-1929);
JEANNE
PAQUIN (1869 - 1936); PAUL PO IRET
(18 79
- 1944); PAUL I
R
BE (1
883-
1935)
Diretório; napoleõnico; cin tura alta;
Callot Soeurs; vestido
de
chá
Também conhecido como Diretó rio
W ou madame Récamier (bela e famosa
la nçadora de tendências na era
napo
leõnica), o Revival da
Li
nha Império
fez
a linha da cintu
ra
subir de sua posição
natural para logo abaixo do busto, de onde
tecidos flexíveis e macios desciam
ve rticalmente até o chão. A mudança não
foi apenas estética : mu lheres antes
aprisionadas nas arti ficialíss imas curvas dos
espartilhos eduardianos puderam. enfim,
experimentar uma sensação de rel ativo
confor
to no ves
tir.
A casa Callot Soeurs. Jeanne Paquin,
Charles
Fr
ederick Wo rth. Gustav Beer e
Jac
que
s Doucet aderiram
à
inov
ação.
Mas foi Paul Po i ret que chamou para si
o méri to de. sozinho, ter libertado as
mulheres de seus esparti lhos. Apesa r de
o Rev ival da Linha Império ter
mudado
a ênfase da silhueta da cintura para o
busto, o espart ilho
continuou em
voga,
só que numa versão mais evoluíd a. em
for mato tubu lar.
O esti lo tornou-se
~ c i
para
roupas de noi te e. em particular, vestidos
de chá (sobret udo para a anfi triã desse
tipo de ev
ento
).
Ta
is t rajes haviam sido
populares a p
art ir
dos ano s 1870:
as
mulher
es
da
sociedade os usavam para
receber convidados do chá da tarde.
ocasião em que era socialmente acei to
abr ir mão do espartilho.
Várias razões explicavam a retoma
da da
silhueta do Império. Voltar a velhos
mod
is
mos
to
rnara-se comum no mundo
da
moda. em que o apetite dos consumidores
por novidades é sempre maior
do
que as
possibilidades
de
variações estilístic
as.
Além
disso, a Lin ha Império servia aos interesses
dos reformu lado
res
da moda, empenhados
em
lib
ertar a
mu
lher
de
vestimentas
desc
onfo
rtáveis e nsalubres.
No
caso
específico de Poiret. o gosto p
or
peças e
tecidos exót icos fo i mais de term inante do
que a intenção consciente de liberação
femin ina: seus desenhos parecem mais
reinte rpretações do qu íton grego e de
roupas o rien ta is.
ev va
a n a
mp r o
llr
ibe. llustraç3o de
ve
stidos de
Pau
l Poiret, 1908.
.- pau
• nd Albcrt Museum. Londr
es,
Inglaterra.
victoroa a .
l
ongo de
sua
caue a. Plul Po e t trabalhou (Om
O
trador€:'S e art
os
tas. Essas omagcns. assonadas
vártOS I
U
r
Paullnbe. foram encomendadas
para
.um catàlogo
:
1908
ontotulado
Os ves11dos
d(
Paul P
oue
t
Usan
do a
· do r nrholl de co
oror
à mJo
um
desenho
té<lltCa ,.,-- . -
ornpresso em preto c branco. lrobe croou olus traçoes
requi
ntad
as. audaCiosas c levemente abwatas.
u ~ o e perfeotas dos
vest
odos Lonha lmpê11o de
Poiret.
0 catálogo
tev€:
apenas
2
50 exemp
l
ares
public
ados.
mas seu ompacto
aJudou
a red€:'fin
a
ilustr
aç.l
o de moda. consolidando a r('putação de l11be.
0
mod
eo retratado a
na
oma
gem
é o do vesttdo
•Eugénoe·. que po
de
ser conferodo ao vovo no Musêe
de la Mode
e
du Texule. no Palaos du
louv
re.
em
Pa s.
-• callot Soeur
s. ves ti
do de
noite
. 1909.
orexel H
is
torie Costume Colle<tion. Drexel
univcrsity. Fladé
lf
ia, Pensilvãnia, EUA.
A Callot Soeurs ( 11mãs Ca llot- . em frar1cês) for umil
casa de costura
parosoense
fundada em 1895. D goda
pelas quatro
11mas
Callot (Reg.na.
Ma11e,
Marthe e
Joseph
ine). era
conhccoda por suas peças elegantes
com detalhes exótt<o
s.
que
faz
iam sucesso
na
31ta
sooedad
e.
tornando·se r
eferéncoa para
os
es
tois
tas
.
As
irmas
treonaram
Madele
on
e Voonnet, uma das
ma
•s
veneradas estolo stas
do sêculo XX. Que afrrmou: "
Sem
oexemplo
das ormas
Callot. eu tella
c o n ~ ~ n u
a
desen
har Fords. E por causa delas que sou
capaz de
fazer R
olls·Royc
es" .
OUT
RAS CO U'Ç0ES
ÁU
STRIA Modcsammlung de Hosto roschen
M
useums.
Voena
BÉl
GIC
A Mode
Museu
m. Antuérp ia
EUA T
he
Muscumat t
he
Fasl11on lnstllute
of
Technology,
Nova
York
FRANÇA
Musée de
la Mode et du Tex ll
e.louv
re.
Paros
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seum
and Art G
allery.
B
o
ghton
Neoclassici
smo;
Esteli
osmo;
Arts &Crafts; O
nentahsmo
Roma
nt
os
mo; Desconstruooni
smo
.
Casuahs
mo
8/17/2019 Cap MACKENZIE Mairi ISMOS Para Entender a Moda
http://slidepdf.com/reader/full/cap-mackenzie-mairi-ismos-para-entender-a-moda 22/22
ur en a smo
Num
sen
tido amplo. o Orienta lismo
foi a adoção de estilos inspirados no
imaginário
associado à cu
l
tu
ra oriental.
estética representada sobretudo
pe
las
cr iações de Pau l
Po
iret. A tendência
influenciou a moda dos anos anteriores à
Primeira Guerra Mundia
l.
r \
EON BAKS
T 1866-
19
24); MARIANO
F
ORTUNY
1871
- 1949);
SER
GE
DIAGH
ILEV
1872-
19
29),
RAOU
L DUFY 1877-1953);
PA UL POI RET 1879- 1944)
\
auvi
smo;
exoti
smo
;
Ba ll
et
Russe
s;
U cores audaciosas; si lhueta·
esbe
lta;
A
milésima segunda
noite
Dentro do contexto
de uma
tendência
W mais
ampla e
im
pactante. o
Or
ien
talismo
teve
influência dominante
na
moda de Paris
nos
.
anos precedentes à
Pri
meira Guerra
Mundial.
Di
fe
r
enc
i
ando-
se
pelo
uso de tons vividos de
l
aranja
. r
oxo.
pre
to e
ve
rde-j
ade.
e
de
estampas
audaciosas
e enf
ei
tes orientais sobre uma silhueta
relativamente
de
l
gada.
seus mod i
smos
fi
ze
r
am
um contr
aste radica
l com
os
fru-fr
us
u
sad
os
pe
las mu l
heres da Bell
e
Époque
.
O est ilo
te
ve
suas
origens n
as
ar tes
plásti
ca
s.
Em Par
i
s. aexpos
i
ção
de
les
Fa
u
ve
s
.
promovi
da pe
l
os
arti
stas
do
movimento modernista do Fauvismo.
utili
zava
co res agressi
vas
e não-naturalistas.
des
pe
rtando o interesse pelo exótico . A
tendênc
ia
transfo
rm ou
-
se
em febre
em
1910. a partir do
es
petáculo
Scherazade. da
companhia Ballet
Russes.
dirigida por
Diaghi
lev
. Os
ce
nários e figuri
nos
criados
por
Le
on
Ba
k
st
transformaram o balé
tradicional numa
explo
são teatral. cujas
co
res ex
ubera
nt
es provocaram efeito
1mediato
na
moda.
O
cos
tureiro
pa
ri
sie
nse Paul
Po
iret
est
ava
no
ce
ntro desses acontecimentos. Apeli
dado
de paxá de
Pa
ris e
ávid
o
co
le
ci
onador de
·dos étnicos.
Po
i
re
t se autodenominava um
t
1
- h · d · ·d d
recursor de
B
ak
st. mas nao a
uv
1 a e que
p
ucesso
dos
Ballet
Russes
moldou
sua
v
isão
os .d d
o .
or
ie
ntalis
ta. Importando
teCI os
o nente. o
esti lista
desenhou
as
ch
amadas ca
l
ças
har
ém
.
sua
smodelos usa
vam
turbantes coloridos
e -
de
corados com plumas
e ornamentaçao
e
sada
.
Poiret resg
atou
os
tecidosbizanti
nos
iuxu
osos e contratou o pintor fauvi
sta
Raoul
oufy
para
desenha r estampas. Criador de
uma silhueta linear e tubul
ar
i
ns
pirada no
qui
mono jap
onês.
no quiton grego e no
caft
an
do O
rie
nte Médio. ele ncrementou a
demanda
por esse
est
ilo promoven do
ba iles à
fantasia e even tos em
que
ex
ibia
peças
extr
avagan
te s
O
ma
is amoso
deles
a
A
m
lésima
se
gunda noite . teve Poiret vestido
como um
sul
tã
o.
sua mulher
musa
emodelo
Denise. com o a favorita do harém. e todos
os
c
on vi
dadoscompu
lso
riamente
e
nvergando
elegantesmode l
os
orientais .
Po
ire
t
não
foi o único
estil
i
sta
a
abraçar
o
Or
ientalism
o
em suas coleções.
Callot
Soe
urs
e M
ar
iano Fortuny também
se
des
tac
aram
nesse
esti
lo. Apesar de gos tar de ser
retratado como artist
a
Poiret era. como
mandava a tr
ad
i
ção das mais
bem -
suced
i
das
cas
as
de
cost
ura.
um empreendedor astuto
co
m
talen
to
pa
ra a autopromoção. Quando
conv1dado
por prest igi
adas
lojas
de
dep
artamentos
para
vistar
os Estados
Un
i
dos.
em 1913
e
le aprove
itou a c
hance para
dis
seminar
os est
ilos
orientais
pe
los
quais
ele
e Paris
haviam
se
tornado
conhec
i
dos
.
Com seus model
os lineares.
Poiret
pa
vimentou a est rada para o
est il
o
garçonne.
emblemático do Modernismo e
pre
ferido de C
ha
nel - que. também adepta
da
autopromo
çã
o. jama is reconhe
ceu
a
in
fluência
do
paxá
de
Paris
sob
re
seu
t
raba
lho.
De
pois
da
Guerra, r
ec
usand
o-se
a
a
der
ir
à ten
dência modernist
a.
Poiret seguiu
cultivando o exótico e. aos poucos.
pe
r
de
u
influ
ênci
a como costu
re
iro .
• Pau l Poirct. vesti
do
de noite Sorbe t. 1912.
Victoria and A lbert M
uscum.
Londres.
Ing
laterra .
O Sorbet. conJunto para noite
de
s p i r ç ~ o
per
sa. era
uma
c v o l u ç ~ o do mmaret ou
vestidO abaJur. usado
por Den1se
. modelo
emulher de
Polfet. no
ba
1le
à
famas1a
..
A
m1lés1ma
segunda
no,te .
A tún1ca tem
armação em forma de arco sobre a sa1a longa c reta.
e as rosas ewm um padrão recorrente nos desenhos
do eStiliS
ta.
• Ma r iano For t
uny,
vestido de seda
pli ssada Delphos. 1905· 1920.
Mus
eo
de i Traj e, Madr i,
Espanha.
Pau l Polfct d,z,a ter libertado as
mulheres do espart1lho mas vános
est1hstas da época também
traba lhavam com uma silhueta
ma1s
c o n f o r t ~ v e l
Manano
Fortuny,
an,sta e es11lista autod1data.
cnou
o
rad•cal
vest1do
Oefphos em 1907.
patenteou·o em 1909 e contmuou
a produz,.fo em formatos vanados
até
sua
morte.
em
1949.
InfluenCiado pelo
cláSSICO
qu
l
ton
grego, o
Oe
lphos era
um ves
t
1do
de
seda minuc1osamente phssada.
que
desc1a sobre os contornos nattlfals
do corpo a p r t ~ r do
supone
natural
dos ombros . Contas de v1dro
venez,anas davam peso às ba1nhas e
proporCionavam toques cecorat
1vos
.
N1n
guém
consegwa reproduz,r a
subhme técniCa de preguear de
Fortuny, susCi tando rumores de que ele
recorna à bruxana em
sua
wação.
OUTRAS COLEÇÕES
ALEMAN
HA Museum
fur
Kunst
und Gewerbe, Hamburgo
CHILE Museo de la Moda. $ant1ago
FR A NÇA Musée
de
a Mode et
du
Costume
de a V
1ll
e de
Pans
.
Pa
la1s Galhéra.
Pans
ITÁLIA
Museo Fortuny. Muse1 Cw
C
Venez,a. Veneza
JAPÃO Kyoto Costume lnst,tute. Quieto
Estetlcismo; RaCionalismo; Rev1va l L1nha
\ mpéfiO; Mu l ticultural,smo
r \.
Modernismo; Utlhtansmo;
Era Espac al