Cannabis (Maconha)
-
Upload
tamires-ribeiro -
Category
Documents
-
view
648 -
download
0
Transcript of Cannabis (Maconha)
UNIME SALVADOR - CURSO DE FARMCIA TOXICOLOGIA
Jamile Cirne; Joelma Aquino & Tamires Ribeiro
Cannabis
Histrico Droga ilcita mais cultivada, traficada e consumida em
todo o mundo. Originria da sia Central, os registros mais remotos datam 2723 a.C.
Era utilizada principalmente pelas suas propriedades txteis e medicinais. Seu uso era frequente entre as classes mais baixas e mais tarde foi difundido entre jovens de todas as classes. Mais importante aumento foi verificado no Brasil, provavelmente devido a uma maior disponibilidade de produtos da Cannabis no Paraguai.
Qumica e Constituintes da Cannabis Sativa L Classes de compostos contendo 21 tomos de carbono, incluindo seus cidos carboxlicos, anlogos e produtos de transformao. O termo canabinide refere-se a todos os ligantes do receptores canabinides e compostos relacionados, incluindo ligantes endgenos e grande nmero de anlogos canabinides sintticos.
O 9 -THC o principal composto qumico com efeito psicoativo. Na planta madura, as maiores concentraes de localizam-se nas inflorescncias.9
-THC
Qumica e Constituintes da Cannabis Sativa L Condies ambientais como clima, temperatura, ndice pluviomtrico, natureza do solo e conservao. Os cidos canabinides do 9 -THC so desprovidos de atividades farmacolgica, necessitando ser descarboxilado para produzirem efeitos psicoativos. A descarboxilao pode acontecer de forma espontnea, na estocagem e principalmente, durante a pirlise, quando a Cannabis fumada. 9 -THC termossensvel e fotossensvel.
Principais Preparaes obtidas da Cannabis
Haxixe
leo de haxixe
Epidemiologia
http://vivavoz.ufcspa.edu.br/pdfs/Maconha.pdf
ToxicocinticaVia Pulmonar / absoro alveolar Absoro pulmonar de 9 -THC muito rpida, devido as condies anatmicas do pulmo, como grande rea da superfcie alveolar, extensa rede capilar e fluxo sanguneo. O 9 -THC j detectvel no plasma, segundos aps a primeira tragada. H uma perda do 9 -THC durante o ato de fumar; cerca de 30% destrudo pela pirlise e de 40 a 50% perdido na corrente secundria. A segunda metade fumada de um cigarro de maconha libera mais 9 -THC que a primeira metade.
A biodisponibilidade do 9 -THC maior em usurios crnicos quando comparados com os eventuais.
Via oral - Absoro pelo tratogastrointestinal Extensa biotransformao heptica decorrente de primeira passagem pelo fgado.
Ocorre degradao do 9 -THC no meio cido do estmago e aos microorganismos normalmente presentes do trato gastrintestinal.
Diferenas na velocidade de absoro, biodisponibilidade e no tempo de efeito subjetivo entre a via oral e pulmonar da Cannabis.
Distribuio O 9 -THC ligada as protenas plasmticas em cerca de 97 a 99%, principalmente as lipoprotenas e, em menor proporo, albumina. uma resina praticamente insolvel em gua com o, valor de pKa = 10,6. Aps a absoro, o 9 -THC rapidamente distribudo para os tecidos altamente vascularizados.
A seguir, ocorre uma redistribuio desse frmaco, com um acmulo intensivo em tecidos menos vascularizados e no tecido adiposo. Nesses tecidos, a concentrao de 9 -THC pode alcanar cerca de 1.000 vezes mais que a plasmtica.
Biotransformao e Excreo O 9 -THC quase inteiramente biotransformado, pelo complexo enzimtico citocromo P -450 (CYP).
Os principais produtos de biotransformao so os compostos monohidroxilados, especialmente o 11- hidroxi-(OH)- 9 -THC e o 8 beta-hidroxi-(OH)- 9 -THC.Vias de biotransformao
Aproximadamente 70% de uma dose total de excretados dentro de 72 horas.
9
-THC
so
Uma quantidade muito pequena de 9 -THC inalterada encontrada na urina e somente 2% de uma dose excretada como 11 OH- 9 -THC. O THC COOH o principal produto de biotransformao urinria, sendo um biomarcador de exposio Cannabis.
Principais vias de biotransformao do 9 -THCCYP 450 Oxidao
CYP 450
Oxidao
+
cido Glicurnico
Toxicodinmica Em 1990, foramFoto
identificados
os receptores canabinides CB1 e CB2; Endocanabinides Anandamida. Neurotransmisso :cido gama-aminobutrico
A esses receptores so encontrados ligantes endgenos, osVdeo *
Os receptores canabinides influenciam nos sistemas deGABA Glutamato Serotonina Noradrenalina Dopamina *
Isto, resultar na srie de efeitos (sinais e sintomas) provocados pelo uso da cannabis.
Efeitos TxicosA
curto prazo
Perodo inicial de Euforia;
do desejo sexual;
da autoconfiana;da sociabilidade;
Risos imotivados, hilaridade,
Euforia
seguida
de
relaxamento,
sonolncia
ou
depresso; Perda da discriminao de tempo e de espao; Coordenao motora diminuda; Prejuzo da memria recente;
Efeitos TxicosA
curto prazo
Falha nas funes intelectuais e cognitivas; Retardo da percepo sensorial; Taquicardia (proporcional a dose); Olhos vermelhos;
do apetite.
Efeitos TxicosA longo prazoAlteraes Respiratrias Alteraes Cardiovasculares
o Laringites e faringiteso Dor de garganta crnica o Congesto nasal
o Taquicardia
(140
a
160
batimentos/min); o Hipertenso; o Risco de sofrer ataque
o Piora da asmao Bronquite Crnica o Infeces frequentes dos
cardaco quadruplica
pulmes
Efeitos TxicosA longo prazoEfeitos Psicolgicas
o Despersonalizao, depresso, desrealizaoo Alucinaes e iluseso Ataques de pnico, parania o Fator desencadeador da esquizofreniaEfeitos no Sistema Imune
o
tumores
probabilidade de desenvolver infeces bacterianas e
Efeitos Reprodutivos
o Infertilidade, Impotncia
o
da libido e da satisfao sexual
o Problemas menstruais
Efeitos Txicos Alteraes Comportamentais no recm-nascidos
o Hipotrofia fetal;o Alteraes nas repostas aos estmulos visuais, tremores; o Choro alto e irritao;
o Os neonatos so inquietos, desatentos e estressados. Na idade escolar apresentam:
o
do controle de impulsos; memria e capacidade para resoluo de problemas.
o Dificuldades em executar tarefas que envolvam ateno,
DEPENDNCIAO uso ao longo prazo da maconha pode levar dependncia;A Cannabis tem sido considerada uma droga incua e por conta disto, a prevalncia de seu uso regular ou espordico tem aumentado;
FREQUNCIA
DEPENDNCIA
Aplicao de critrios internacionalmente aceitos para classificar dependncia, como DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) ou CID-10 (Classificao Internacional de Doenas).
DEPENDNCIA Alm de seu potencial para causar dependncia, pesquisas indicamque, quando um jovem de pouca idade exposto maconha, aumenta a probabilidade dele ter problemas com drogas para o resto da vida; Estudo realizado com 300 pares de gmeos idnticos, onde um dos gmeos havia usado maconha antes dos 17 anos;
http://revistaacesso.wordpress.com/2012/02/10/uso-de-maconhana-adolescencia-pode-aumentar-risco-de-esquizofrenia/
http://mundocogumelo.wordpress.com/2012/04/28/estudorelaciona-uso-de-maconha-a-longo-prazo-e-saude-do-pumlao/
TOLERNCIA E SNDROME DE ABSTINNCIA A tolerncia se desenvolve para maioria dos efeitos da Cannabis, canabinides e anlogos sintticos que atuam nos receptores canabinides CB1.THC 210mg
Psicolgico, falhas cognitivas e psicomotoras
TOLERNCIA Hipotenso ortosttica
TOLERNCIA E SNDROME DE ABSTINNCIA A tolerncia pode ser atribuda a alteraes farmacodinmicas;
downregulationreceptores;
dos receptores e/ou
dessensibilizao dos
A velocidades e a durao da tolerncia varia conforme os diferentes efeitos; A sndrome de abstinncia tem sido observada em animais e seres humanos aps uma exposio intensa Cannabis; Um estudo examinou a confiabilidade e viabilidade dos efeitos de abstinncia aps a interrupo de uso crnico de maconha.
Mtodos de determinao da Cannabis (cromatografia) Finalidade da anlise Comprovar o uso recente de preparaes base de cannabis;TOXICOLOGIA FORENCE FARMACODEPENDENTES VIGILNCIA TOXICOLGICA
Fundamento do mtodo O principal constituinte ativo da planta Cannabis sativa 9tetraidrocanabinol (9-THC). cido 11-nor-9tetraidrocanabinol-9- carboxlico (9-THC-COOH) Extrao do 9 -THCCOOH na urina separado de outros constituintes da matriz por meio do desenvolvimento da cromatoplaca.
Mtodos de determinao da Cannabis Imunoensaio uma tcnica de execuo simples e rpida, os anticorpos so produzidos para reconhecerem o THCCOOH;
As maioria dos imunoensaios permite apenas a anlise qualitativa da amostra com base em uma concentrao de corte; Em deteco da exposio ao THC, preciso ressaltar o papel fundamental desses limites na confiabilidade de um resultado negativo.
Mtodos de determinao da CannabisTHCCOOH CONCENTRAO NA URINA
Uso ocasionalUso moderado Uso pesado
< 50 ng/mL*50-100 ng/mL > 100 ng/mL
Vale a pena lembrar que os imunoensaios so sensveis a variaes de pH e fora inica.
Tempo de deteco no organismo no uso espordico THCCOOH pode ser detectado no sangue em at 36 horas, e o tempo de deteco na urina de 34 e 87 horas THC detectado aproximadamente 5 horas no sangue e 10 horas na urina
Sativex Medicamento derivado da cannabis;
Desenvolvido
pela
empresa
GW
Pharmaceuticals
e
comercializado pela Bayer; Principais componentes: THC e Canabidiol; disponibilizado em forma de spray bucal; indicado para pacientes que sofrem de esclerose mltipla;dor neuroptica e em dores atribudas ao cncer
Possui como efeitos colaterais: tonturas, sonolncia, desorientao ( perda da conscincia) e irritao na bucal.
RIMONABANT Rimonabant ou rimonabanto um frmaco utilizado para reduo do peso e afinamento da cintura Estudos na rea da sade vm mostrando resultados significativos na utilizao do rimonabanto
Esta substncia age como inibidor de um receptor localizado no crebro e rgos perifricos - o receptor CB1Ao bloquear os receptores CB1, Rimonabant atua diminuindo a hiperativao do sistema endocanabiide (sistema EC) Rimonabant no deve ser utilizado em pacientes que apresentem insuficincia renal, heptica ou distrbios psiquitricos graves no controlados.
ESTRUTURA QUMICA
Rimonabant
Maconha para o tratamento da dor crnica A utilizao medicinal da maconha uma alternativa aos tratamentosfarmacuticos padres para a dor; Pesquisadores do Centro Mdico da Universidade McGill fornece evidncias de que a maconha pode oferecer alvio a pacientes que sofrem de dor neuroptica crnica. Doses baixas inaladas (25 mg) continham aproximadamente 10% de THC. Os pacientes fumavam a maconha atravs de uma nica inalao usando um tubo - trs vezes ao dia durante um perodo de cinco dias.
Referncias
OGA, et al. Fundamentos de Toxicologia. 3 ed. So Paulo; Atheneu, 2008.
Moreau, et al. Toxicologia Analtica. 1 Ed. So Paulo. Guanabara Koogan, 2008.
http://www.gwpharm.com/SPC.aspx http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2011/04/medic amento-base-de-maconha-para.html http://www.acidezmental.xpg.com.br/larica.html http://vivavoz.ufcspa.edu.br/pdfs/Maconha.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010040422006000200024