CADERNO de ESTUDOS Funcoes e Estrategias de Leitura PRONTO
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SUMÁRIO
Iniciando a Conversa..............................................................................03
Unidade I: Viajar pela Leitura.................................................................04
Unidade II: O Processo da Leitura.........................................................05
Onde Está o Sentido do Texto...........................................................................05
Unidade III: Fatores Envolvidos no Processo da Leitura – Os
Conhecimentos Prévios e os Objetivos da Leitura.................................09
Objetivos da Leitura...........................................................................................15
Unidade IV: Tipos de Leitura..................................................................18
Estratégias de Leitura........................................................................................19
Unidade V: Procedimentos de Leitura...................................................25
1. Localizar Informações explícitas em um texto........................................26
2. Inferir uma palavra ou expressão............................................................27
3. Inferir uma informação implícita em um texto.........................................28
4. Identificar o tema de um texto.................................................................29
5. Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato...................................31
Unidade VI: A Leitura em Questão.........................................................32
Atividades de Leitura ........................................................................................33
1. Leitura diária...........................................................................................33
2. Leitura colaborativa.................................................................................34
3. Leitura feita pelo professor......................................................................35
Trabalhando a Leitura Oral................................................................................36
Unidade VII: Avaliando a Leitura ...........................................................37
Proposta de Instrumental de Acompanhamento da Leitura...............................38
Referências............................................................................................40
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CADERNO DE ESTUDO
FUNÇÕES E ESTRATÉGIAS DE LEITURA1
Iniciando a conversa...
A leitura tem um papel fundamental na vida das pessoas. Sua prática
regula nossas atitudes e relações. Desde um contato
com a conta de luz, uma mensagem de celular, um
jornal, um email, até a leitura de textos tidos como
mais elaborados como os científicos. A escrita e a
leitura são habilidades indispensáveis na interação
plena dos indivíduos. Dessa forma, trabalhar a leitura
como objeto de aprendizagem em sala de aula é essencial. Dessa atividade
partem todas as demais, uma vez que o ato de ler é também um ato de
estudar. Lê-se para muitas finalidades e estas devem ser exploradas no
contexto escolar. Ler para estudar, ler para buscar informações, ler por
pretexto, ler por prazer, simplesmente pelo gosto de ler. Nesse contexto,
considera-se que a escola é a responsável por orientar o aluno sobre os
procedimentos que a prática da leitura exige e, assim, possibilitá-lo ser um
leitor competente.
Ao final de nossos estudos queremos que você, professor (a), possa:
motivar-se a ler cada vez mais;
explorar a prática da leitura em sala de aula e em seu dia-a-dia;
planejar situações didáticas significativas que tenham a leitura como
objeto de estudo;
identificar os tipos de leitura e suas funções;
aplicar estratégias de leitura;
descrever as habilidades que estão presentes nos procedimentos de
leitura;
reconhecer texto e leitor como criadores de significados;
avaliar a leitura de forma coerente e significativa.
1 Caderno de Estudo Organizado pela Professora Glória de Lourdes S. de O. Melo. Graduada em Letras Português e Literatura Vernácula, e Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica. Formadora pela SEMED-PVH/DADE/DIFOM e professora de Língua Portuguesa pela SEDUC/RO.
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UNIDADE I :
“Viajar pela leitura
Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!”
Clarice Pacheco
1. Relacione abaixo situações em que você lê e as finalidades dessa leitura.
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2. Das situações que você descreveu, quais poderiam ser realizadas sem a
prática da leitura? De que outra forma ela poderia ser feita?
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3. Para você, qual a finalidade da leitura na sociedade? Ela é importante, por
quê?
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4. A literatura é a arte das palavras que se ocupa em representar o mundo de
forma poética, manifestando-se com elementos subjetivos e de significados
variados, embora respaldados no texto. É literatura um romance, um conto,
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uma poema, um drama, por exemplo. Quem faz uso da literatura, em geral, lê
por prazer, por deleite, uma vez que esse é um dos propósitos da literatura.
Relacione abaixo que literatura você já leu e gostaria de sugerir aos demais
professores?
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UNIDADE II :
O PROCESSO DA LEITURA
“Um livro aberto é um cérebro que fala; Fechado, um amigo que espera; Esquecido, uma alma que perdoa; Destruído, um coração que chora". Voltaire
A leitura é um processo no qual o leitor
realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos
seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o
que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador , do sistema de
escrita, etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita,
decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade
que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a
ser constituídos antes da leitura propriamente dita.
PCN’S Língua Portuguesa
Aprofundando...
ONDE ESTÁ O SENTIDO DO TEXTO?
ouve um tempo em que se achava que o significado do texto estava
essencialmente e completamente nele mesmo. Quer dizer:
independentemente do leitor e das condições da leitura (época, lugar,
conhecimento e visão de mundo, por exemplo), o texto se esclarece por si só,
tem os elementos capazes de garantir sua significação. É claro que tal
H
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concepção trazia implicações importantes para a sala de aula, em qualquer
situação de ensino e aprendizagem com textos.
1. Dentre as afirmativas seguintes, indique a ou as ideias que decorreriam dessa
concepção da leitura de um texto.
a. ( ) Todo texto tem sempre um único significado, ao qual sempre chega o leitor
experiente.
b. ( ) Cabe ao professor ajudar seu aluno a chegar à mesma compreensão do
texto que ele mesmo tem.
c. ( ) Significados diferentes atribuídos ao mesmo texto indicam problemas de
compreensão dos leitores.
Mais recentemente, ampliou-se uma posição praticamente contrária, segundo a
qual a significação de um texto está nas mãos (ou na cabeça) do leitor, sem a
qual o texto inexiste, portanto, não tem significação.
2. Pensando nessa consideração, marque as afirmativas com as quais você
concorda?
a. ( ) Leitura não é decodificação.
b. ( ) Toda produção de significado é válida.
c. ( ) O professor deve aceitar qualquer significado produzido pelo alunos, com
relação a determinado texto.
Uma prática constante de leitura na escola deve admitir várias leituras, pois
outra concepção que deve ser superada é a do mito da interpretação única,
fruto do pressuposto de que o significado está dado no texto. O significado, no
entanto, constrói-se pelo esforço de interpretação do leitor, a partir não só do
que está escrito, mas do conhecimento que traz para o texto. É necessário que
o professor tente compreender o que há por trás dos diferentes sentidos
atribuídos pelos alunos aos textos: às vezes é porque o autor “jogou com as
palavras” para provocar interpretações múltiplas; às vezes é porque o texto é
difícil ou confuso; às vezes é porque o leitor tem pouco conhecimento sobre o
assunto tratado e, a despeito do seu esforço, compreende mal.
PCN´S de Língua portuguesa.
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3. Observe esta imagem que representa as possibilidades de interpretação de
enunciados:
Descreva a situação apresentada na página.
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4. Por que foram criadas imagens diferentes para o mesmo
enunciado?______________________________________________________
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5. Você acha que, no caso acima, as imagens diferentes criam
um problema para a compreensão do texto em que estivesse a
frase? Justifique sua resposta.
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6. Reflita sobre se caberia, na interpretação da frase, a imagem de certo tipo de
balanço, em alguns lugares chamados também de zangaburrinho: um
brinquedo que apresenta uma madeira bem comprida, fixada em barra de ferro
ou mesmo um tronco preso ao chão; em cada uma de suas extremidades se
segura uma criança, que sobe e desce num movimento invertido com a relação
à companheira.
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As palavras da língua possibilitam diferentes interpretações do texto. Mas, além
dessas compreensões perfeitamente “possíveis”, podem ocorrer outras,
impertinentes, como a imagem do balanço/zangaburrinho. Numa situação de
ensino-aprendizagem, o professor não deveria aceitá-las. Nesse caso, caberia
mostrar ao aluno a impossibilidade de esse brinquedo estar no galho da árvore,
a menos que fosse bastante grosso, já não fizesse parte dela e estivesse no
chão.
7. Que perguntas você poderia fazer, se, como no caso citado, um aluno seu
imaginasse um zangaburrinho? (Se você conhecer o brinquedo com outro
nome use-o).
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A atribuição de um significado inadequado ou incorreto a uma expressão pode
não acarretar grande problema para a compreensão global do texto. Todos nós
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incentivamos nossos alunos a prosseguir a leitura “supondo”, pelo contexto ou
por outros meios, um significado para determinada expressão, em vez de ir ao
dicionário a cada momento, a menos que sinta que o significado seja
fundamental para a compreensão do texto. Com esse procedimento, estamos
certos de que o aluno atribuirá um significado aproximado, e que isso não trará
grande prejuízo para a compreensão global do texto. Truncar a leitura muitas
vezes compromete mais a compreensão do que atribuir uma palavra um
significado aproximado.
IMPORTANTE:
1 – Se um texto tiver uma grande quantidade de termos desconhecidos,
obrigando o leitor à ida muito frequente ao dicionário, poderemos concluir que o
texto é muito difícil para o leitor, o que possivelmente o desestimulará, a menos
que ele tenha motivos muito fortes para continuar tentando a leitura.
2 – Não se está, aqui, diminuindo a importância do dicionário, que em muitos
momentos é fundamental. Trata-se, simplesmente, de desenvolver uma
habilidade importante para a leitura: a capacidade de fazer inferências.
UNIDADE III:
FATORES ENVOLVIDOS NO PROCESSO DA
LEITURA: OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DO
LEITOR E OS OBJETIVOS PARA A LEITURA.
Pensemos na leitura, primeiramente, como um
processo por meio do qual compreendemos a
linguagem escrita. Para essa compreensão, são
importantes tanto o texto (sua forma e conteúdo) como o leitor, com suas
expectativas, seus conhecimentos sobre o assunto e a finalidade com que faz a
leitura.
Pensemos também na importância dos conhecimentos que os leitores já
têm quando leem e nos diferentes objetivos que os levam a ler: resolver um
problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar o próprio
texto.
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As estratégias usadas para ler se diferenciam, de acordo com o texto a
ser lido. Não é a mesma coisa ler um romance, um verbete de dicionário ou um
a história em quadrinhos. Diferentes textos despertam diferentes expectativas.
Procure diferenciar:
LER PARA APRENDER APRENDER A LER
A leitura deve ser entendida como um processo dinâmico que envolve a
compreensão e a transformação de informações, de conhecimentos. Não basta
apenas aprender a decodificar os sinais gráficos. O leitor deve compreender o
significado do que lê, apoderar-se desse conhecimento e transformá-lo a partir
de sua experiência pessoal. Ler para aprender é, então, ampliar os
conhecimentos a partir da leitura de um determinado texto.
Se ensinarmos o aluno a ler compreensivamente, ou seja, a aprender a
partir da leitura, estaremos fazendo com que ele aprenda a aprender.
Estaremos dando a esse aluno a oportunidade de aprender de forma autônoma
em diferentes situações a partir de textos. Quando a leitura envolve a
compreensão, ler torna-se um instrumento útil para aprender
significativamente.
O leitor competente é capaz de, no momento da leitura, dar sentido ao
texto, compreendê-lo, interpretá-lo, utilizando seu conhecimento sobre o
assunto.
Verificando ...
O primeiro passo é escolher um texto. Aqui, vamos analisar o texto
Nicolau e a Formiga Daltônica.
1. O que você espera ler num texto com esse título?________________________
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_______________________________________________________________
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Para responder a essa pergunta, você recorreu aos conhecimentos que já
possui sobre o assunto e também expôs suas expectativas em relação ao que
vai ler.
NICOLAU E A FORMIGA DALTÔNICA
Nicolau estava sentado na cozinha, quando de repente, ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII!... alguma coisa picou o seu pé. Furioso, começou a procurar o que o picara. Nada atrás. Nada à frente. Nada à esquerda. Nada à direita. Nada acima de sua cabeça. Nada no chão. O que tinha dado uma picada em seu pé? — Já sei! — gritou ele. E tirou o tênis branco com listras vermelhas. Mas também não encontrou nada. Muito intrigado, Nicolau tirou a meia, que era ainda mais vermelha. E, de novo, nada. — Ué! O que será que deu uma picada em seu pé? Enquanto pensava, Nicolau sentiu uma coceguinha no tornozelo, subindo devagar pela perna. Nicolau sacudiu a perna e uma formiguinha negra como carvão e magricela como um alfinete caiu no chão. Ainda meio tonta por causa do tombo, ela cobriu a cabecinha com as antenas, como se pedisse desculpas. Percebendo que a formiga era assim tão educada, Nicolau a convidou para sentar-se em um palito de fósforo e se acomodou na frente dela. — Sabe, eu não queria te picar. Mas confundi sua meia com uma folha de alface e, como estava morrendo de fome, nhac!... dei uma mordida. — Mas que biruta! Confundir minha meia com uma folha verde de alface... — resmungou Nicolau, levantando. Ao ouvir isso, a formiga se sentiu muito ofendida e abaixou a cabeça. Nicolau compreendeu que não devia ter zombado dela. Pegou um biscoito e deu um pedacinho para a formiga. — Me conte uma coisa, Dona Formiga: como a senhora pôde confundir minha meia com uma folha de alface, se uma é vermelha e a outra é verde? — É que eu... eu... sou daltônica. — Dal... o quê? Nicolau perguntou espantado. — Daltônica. Eu sou uma formiga daltônica.
RITNER, Juan R. Nicolau e a Formiga daltônica. São Paulo: Letraviva, 1987
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2. Complete as colunas, indicando o que você reconheceu no texto, ou seja, o
que já sabia, o que estava dentro de sua expectativa ao ler o título e o que
você descobriu com a leitura do texto.
3. Suponha que você vai utilizar o texto “Nicolau e a Formiga Daltônica” para
desenvolver uma atividade de leitura. A fim de verificar os conhecimentos
prévios dos alunos sobre o assunto do texto, elabore três questões que você
faria a eles, antes de propor a leitura do texto.
a)______________________________________________________________
b)______________________________________________________________
c)______________________________________________________________
4. Indique abaixo os objetivos com que os alunos poderão fazer a leitura do
texto.___________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Na prática
Professor (a), você deve permitir que os alunos:
Leiam silenciosamente o texto;
Façam comentário sobre o que leram;
Comparem as afirmações feitas anteriormente com
as hipóteses levantadas por eles no diálogo inicial;
Leiam em voz alta.
Conhecimentos anteriores sobre o
assunto
Conhecimentos adquiridos com a
leitura do texto
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IMPORTANTE:
No caso da leitura em voz alta, é preciso que o aluno
compreenda o texto, ainda que parcialmente. Ou seja, o
aluno não deve ter o primeiro contato com o texto em
atividades didáticas em que o professor exige a leitura em
voz alta. Não adianta pedir que os alunos abram o livro,
leiam oralmente o texto e, logo em seguida, respondam a questões de
verificação de leitura.
EXPLORANDO O TEXTO: PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA TRABALHAR COM OS ALUNOS Reúna os alunos em grupos e peça que respondam às questões após a leitura individual silenciosa.
Nicolau estava sentado na cozinha, quando de repente, ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII!... Alguma coisa picou o seu pé. Furioso, começou a procurar o que o picara. Nada atrás. Nada à frente. Nada à esquerda. Nada à direita. Nada acima de sua cabeça. Nada no chão. O que tinha dado uma picada em seu pé? — Já sei! — gritou ele. E tirou o tênis branco com listras vermelhas. Mas também não encontrou nada.
Muito intrigado, Nicolau tirou a meia, que era ainda mais vermelha. E, de novo, nada.
● Quem é Nicolau? Onde ele está? ● Pela leitura do primeiro parágrafo, você imagina o que pode ter picado Nicolau? ● Você sabe o que significam as palavras ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII? ● Por que você acha que a palavra nada se repete tantas vezes? Você acha que a repetição é necessária? Que palavras no texto são desconhecidas para você? Vamos pesquisar o dicionário e registrar? Vamos continuar a leitura?
Nicolau sacudiu a perna e uma formiguinha negra como carvão e magricela como um alfinete caiu no chão. Ainda meio tonta por causa do tombo, ela cobriu a cabecinha com as antenas, como se pedisse desculpas. Percebendo
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que a formiga era assim tão educada, Nicolau a convidou para sentar-se em um palito de fósforo e se acomodou na frente dela. ■ A formiga, como Nicolau, também é personagem da história. Para apresentá-la ao leitor, o autor a compara com: ◗ o carvão porque é negra (pretinha); ◗ o alfinete porque é magricela (magrinha). ● Neste mesmo trecho podemos perceber outras características da formiga. Características que indicam seu comportamento, seu modo de ser. Marque no trecho acima passagens que mostram como a formiga se comporta, como ela age. ● No trecho "Nicolau a convidou para sentar-se em um palito de fósforo..." que outra característica da formiga podemos identificar? ● Todas as características da formiga são importantes. Mas qual delas é a mais importante para a compreensão do texto? Orientações ao professor (a) no encaminhamento da atividade:
Quem é Nicolau? Onde ele está? Se os alunos reconhecerem o texto como narrativo ficcional, vão responder que Nicolau é um personagem da história e que está na cozinha, provavelmente, de sua casa. Quem é Nicolau? Onde ele está? Só pela leitura do primeiro não é possível afirmar o que picou o menino. O próprio uso do verbo picar já dá ao leitor algumas pistas.
Você sabe o que significam as palavras ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII? Se os alunos ainda não conheceram, ou não tiverem ouvido falar em onomatopeia, essa é uma boa hora para conversar com eles. Pergunte-lhes se todos têm o mesmo significado. ZUM é diferente de ZAS; Zum pode significar o som produzido pela formiga; ZAS, o movimento; PIC, a picada que ela dá no menino, e aí, o grito do menino. Por que você acha que a palavra nada se repete tantas vezes? Você acha que a repetição é necessária? Os alunos devem perceber que a repetição foi uma opção do autor para enfatizar a ausência, ou seja, embora o menino insistisse na procura, não encontrava o que o havia picado. Professor (a), provavelmente os alunos tenha dúvida quanto o vocábulo “Daltônico” – que sofre daltonismo – defeito na visão que inibe a distinção entre as cores, como vermelho e verde. As questões propostas na releitura deste trecho pretendem chamar atenção dos alunos para a forma como o autor caracterizou /apresentou um dos
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personagens da história: a formiga. Além da magricela e negra é possível depreender do parágrafo que a formiga é pequena, já que pode sentar-se em um palito de fósforo; mas a principal característica da formiga, aquela que justifique a história, a confusão é, sem dúvidas o fato de ela ser daltônica. Se esta característica não estivesse presente, a história, provavelmente, não existiria.
OBJETIVOS DE LEITURA
1. Em sua sala de aula, que objetivos de leitura você trabalha preferencialmente e
que material usa em cada caso?
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É claro que para todos nós são muito variados os objetivos que uma leitura
pode ter. Lemos, entre muitos outros fins, para:
Obter informações gerais;
Obter uma informação precisa;
Seguir instruções;
Estudar;
Revisar um escrito próprio;
Comunicar um texto a um auditório;
Praticar a leitura em voz alta;
Verificar o que se aprendeu;
Analisar e comparar dados ou posições;
Devanear, ou evadir-se.
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Esses objetivos não são únicos, em geral, são sempre muito distintos.
Às vezes, se superpõem. A obtenção de informação, por exemplo, está, em
alguma medida, em qualquer tipo de leitura.
Veja, por exemplo, o caso da literatura: aparentemente, o texto menos
comprometido com a informação exata, com a chamada “realidade”, é o
literário. Da mesma forma, as artes, sempre com um pé na fantasia (ainda que
pensem que não), poderiam não nos parecer “boas informantes”. No entanto,
cada vez mais somos testemunha de professores de outras disciplinas
recorrendo ao romance, à crônica, ao poema, ou à letra da composição
musical, ou às telas de determinado pintor, para melhor explorar certo
conteúdo, seja de história, de geografia, de matemática, ou de qualquer outro.
Buscamos textos diferentes, em função de nosso objetivos: em princípio,
realmente, certos textos têm melhores condições de oferecer certo tipo de
leitura. É claro que, para nos informarmos sobre o significado de uma palavra,
por exemplo, dislexia, vamos procurar o dicionário. Se o assunto nos interessar
de modo especial, partimos para a consulta de enciclopédias, ou de artigos de
revistas de divulgação científica, ou até de livros sobre a questão.
Nesses casos, a relação entre nossos objetivos de leitura e a seleção de
material de leitura é bastante evidente. Em outros termos, há textos criados
expressamente para nos ajudar a atingir determinado objetivo de leitura.
Essa correlação, no entanto, não é obrigatória. Costumamos relacionar
literatura com evasão, uma atividade gratuita e sem compromisso; no entanto,
em muitos momentos o texto literário é fonte de estudo e pesquisa. O artigo
que lemos numa revista semanal, como Veja ou Isto é , para “estar em dia com
o mundo”, obter informações gerais, pode transformar-se em matéria de
estudo, e o lemos para aprender, analisá-lo, compará-lo com outros. Por outro
lado, conhecemos pessoas perfeitamente capazes de se divertir e esquecer o
mundo resolvendo questões de matemática...
Todas essas considerações nos levam a um ponto central na questão
dos objetivos de leitura: eles é que definem não só a procura do texto a ser lido
como também os procedimentos de leitura e a compreensão dele, além do
empenho feito no ato de ler.
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Na prática
Na escola, uma questão fundamental a
resolver é a dos objetivos de leitura dos alunos. O
que eles leem nos limites da escola quase sempre
corresponde aos objetivos de leitura do professor e
da instituição escolar.
Sabemos que qualquer experiência na vida de uma pessoa tende a ter
melhores resultados quanto mais ela atende a objetivos claros e verdadeiros
para o sujeito que a vivencia. Com a leitura não é diferente: quanto mais ela
tiver um objetivo para o aluno, mais ele vai buscar o material mais adequado,
ou vai ler com mais disposição o que lhe é oferecido, e com mais facilidade vai
compreendê-lo.
É essencial, pois, que o professor tente ajudar seu aluno a desenvolver
a consciência da importância, não só de ler, como também dos diferentes tipos
de leitura. Isso não se consegue repetindo à exaustão o discurso de que “ler é
preciso”, “ler é viajar”, “quem lê sabe mais”. O que nós, professores, temos de
tentar a todo momento é conhecer os interesses dos alunos, ter clareza quanto
ao que eles sabem e oferecer-lhe materiais e experiências de leitura capaz de
mobilizá-los. Quer dizer: tornar a leitura verdadeiramente significativa implica
criar nos alunos motivos para ler, ou, em outras palavras, ajudá-los a ter
necessidade de ler.
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PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA TRABALHAR COM OS ALUNOS
1- Faça um levantamento com sua turma: quais são os assuntos que mais
mobilizam cada um?
2- Discuta com eles sobre esses assuntos: por que o interesse, quantos alunos
estão ligados a ele, etc.
3- Proponha que cada grupo de interessados faça uma pesquisa sobre um dos
assuntos, para posterior apresentação e discussão com a turma.
4- Discuta com eles as fontes e materiais mais adequados para se obter
informação sobre cada assunto: outros professores, livros informativos, jornais e
revistas, profissionais ou estudiosos ligados ao assunto, Internet, livros de
literatura, outras obras de arte.
5- Todos os dias, estipular um tempo para uma reunião em grupo e
apresentação de resultados e definição de novos avanços. (Você estará
acompanhando as decisões de cada grupo, naturalmente.)
6- Defina com cada grupo data e forma de apresentação dos resultados. Dê
liberdade a cada um deles para planejar sua apresentação de forma criativa.
7- Após a apresentação de cada grupo, ouça a opinião da turma: ajude-a a
avaliar de forma adequada, com objetividade e respeito a cada trabalho.
8- Peça à turma que avalie a experiência, sintetizando os ganhos em termos de
leitura (que material foi mais útil a seus objetivos) e conhecimentos (como seus
horizontes foram alargados). Avalie você mesmo a experiência, ressaltando os
avanços do grupo em todos os campos.
UNIDADE IV
I . TIPOS DE LEITURA
Os tipos de leitura referem-se aos objetivos de leitura que
já comentamos. Em geral, classificam-se em duas:
Leitura Pretexto: Lê-se para estudar, analisar e/ou
resolver um problema, adquirir informação e/ou conhecimento – Leitura de
artigos, de uma receita, de um dicionário, de um jornal, de uma
enciclopédia, etc.
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Leitura Fruição (deleite): Lê-se para se emocionar, divertir-se, por prazer –
Leitura de poemas, contos, romances, piadas, etc.
II . ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Professor (a), pensemos agora em algumas estratégias
que colocamos em funcionamento quando lemos.
Veremos que o trabalho com a leitura, na escola, deve
ocorrer por meio de diversas situações de interpretação,
que levem o aluno a desenvolver estratégias e habilidades
para aprendizagem da leitura. Para isso, no entanto,
precisamos saber como se lê e como se aprende a ler.
Uma estratégia de leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar
informação. As estratégias são um recurso para construir significado enquanto
se lê.
1. Decifração
2. Seleção
3. Antecipação
4. Inferência
5. Verificação
O ensino dessas estratégias contribui para dotar o aluno dos recursos
necessários para aprender a ler.
Estratégias de seleção possibilitam ao leitor se ater apenas aos índices
úteis, desprezando os irrelevantes; de antecipação permitem supor o que
ainda está por vir; de inferência permitem captar o que não está dito
explicitamente no texto e de verificação tornam possível o “controle” sobre a
eficácia ou não das demais estratégias. O uso dessas estratégias durante a
leitura não ocorre de forma deliberada — a menos que, intencionalmente, se
pretenda fazê-lo para efeito de análise do processo.
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1. Registre abaixo uma situação de leitura em que cada estratégia citada seja
desenvolvida:
Decifração:______________________________________________________
_______________________________________________________________
Seleção:________________________________________________________
_______________________________________________________________
Antecipação:_____________________________________________________
_______________________________________________________________
Inferência:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Verificação:______________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Escolha um texto do livro didático de língua portuguesa que você trabalha em
sala de aula e planeje uma atividade que explore as estratégias de leitura que
estamos estudando.
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
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Na prática
PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA TRABALHAR COM OS ALUNOS
APLICANDO ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Realizar levantamento dos conhecimentos prévios e fazer inferências sobre o
texto que será lido.
O PRIMEIRO DIA DE AULA
No texto que você vai ler, o narrador conta uma experiência difícil que teve no
primeiro dia de aula na escola.
Vamos ver o que aconteceu com ele?
ELEFANTES
Meu primeiro dia na escola foi bem ruim. Hoje em dia as
crianças não sabem direito como é o primeiro dia em que
a gente entra na escola. Elas começam muito pequenas,
com três anos estão no maternal. Comigo foi diferente. Eu
já era meio grande. Tinha seis anos. Imagine. Seis anos.
Quer dizer que, desde que eu nasci, até ter seis anos, eu ficava em casa. Sem
fazer nada. Brincava um pouco. Mas meus irmãos eram muitos mais velhos, e
criei o costume de brincar sozinho. Era meio chato. Até que chegou o dia de
entrar na escola. Minha mãe foi logo avisando.
– Olha, Marcelo. Lá na escola, não pode ficar falando palavra feia. Bunda,
cocô, xixi. Não usa essas palavras.
Tocaram a buzina. Era o ônibus da escola.
Eu estava de uniforme. Calça curta azul, camisa branca. Eu tinha uma camisa
branca que me dava sorte. Era uma com uma pintinha no colarinho. Gostava
daquela pintinha preta. Mas no primeiro dia de aula justo essa camisa tinha ido
lavar. Fui com outra. Que não dava sorte.
Bom, daí a aula começou, teve recreio, eu não conhecia ninguém, tirei um
sanduíche da lancheira, o lanche sempre ficava com um gosto de plástico por
causa da lancheira, mas eu não sabia disso ainda, porque era a primeira vez
que eu usava lancheira, então tocou o sinal e fui de novo para a classe. Até
que deu certo no começo. A professora explicou alguma coisa sobre elefantes.
Falou que eles tinham dentes grandes, e que esses dentes eram muito
valiosos.
Então ela perguntou:
– Alguém sabe qual o nome dos dentes do elefante?
Vai ver que ela queria perguntar: “Qual o material precioso que é tirado das
presas do elefante?”.
O fato é que eu sabia a resposta, e gritei:
22
– O marfim!
A professora me olhou muito contente. Os meus colegas também me olharam,
mas não pareciam tão contentes.
Ela brincou:
– Puxa, você está afiado, hein?
Eu não respondi, mas fiquei inchado de alegria, como se fosse um
elefantezinho. Dentes afiados. Tinha sido um bom começo. Mas aí vieram os
problemas. Fui ficando com a maior vontade de fazer xixi. Segurei. A
professora continuava a falar sobre os elefantes. Assunto mais louco para um
primeiro dia de aula. E a vontade de fazer xixi ia aumentando. Cruzar as
pernas não adianta nessa hora. Olhei para um coleguinha no banco da frente.
Tive inveja dele. Ele estava ali, tranquilo. Sem nenhum aperto. Como é que
seria estar no lugar dele? Pedir para ser ele, pedir emprestado o corpo dele
por algum tempo? Como alguém pode ficar sem vontade de fazer xixi? Sem
nem pensar no problema? Eu estava ficando meio desesperado. Eu era meio
tímido também. Levantei a mão.
A professora perguntou o que eu queria.
– Posso ir no banheiro?
– Espere um pouco, tá?
Ela devia estar achando muito importante aquela história toda sobre elefantes.
Começou a explicar como os elefantes bebiam água. Eles enchiam a tromba,
seguravam bem, e daí chuáá... Levantei a mão de novo.
– Preciso ir no banheiro, professora...
Ela nem respondeu. Fez só um gesto com a mão. Para eu esperar mais. Na
certa, ela estava pensando que, no primeiro dia de aula, é importante não
facilitar. Não dar moleza. Devia imaginar que todo mundo inventa que quer ir
ao banheiro só para passear um pouco e não ficar ali assistindo aula.
Professora mais idiota. Levantei a mão pela terceira vez. Eu realmente não
aguentava mais. Só que a professora nem precisou responder. Tinha tocado o
sinal. Fim da aula. Era só correr até o banheiro. Levantei da carteira. A gente
era obrigado a sair em fila. Faltava pouco. Claro que não deu. Fiz xixi. Dentro
da classe. Logo eu, que nunca fui de fazer grandes xixis. Mas aquele foi
fenomenal. Parecia um elefante. Coisa de fazer barulho no chão. Chuáá... A
professora chegou perto de mim.
– Você estava apertado? Por que não me avisou?
Eu não soube o que responder. Mas entendi algumas coisas. A coisa mais
óbvia é que, quando você tem vontade de fazer xixi, vai e faz. Dane-se a
professora. Coisa mais idiota é ficar pedindo para alguém deixar a gente ir ao
banheiro. Banheiro é assunto meu. Outra coisa é que as pessoas, em geral,
não ligam para o que a gente está sentindo. Para mim, a vontade de fazer xixi
era a coisa mais importante do mundo. Para a professora, a coisa mais
importante do mundo era ficar falando de elefantes. É como se cada pessoa
tivesse um filme dentro da cabeça. E só prestasse atenção nesse filme. Filme
dos elefantes, filme do xixi. Mais uma coisa. Quando a gente precisa muito, a
gente tem de gritar para valer. Eu devia ter gritado:
23
– Professora, tenho de fazer xixi.
Ou, se quisesse evitar a palavra feia:
– Professora, tenho absoluta urgência de urinar.
Não seria bonito, mas até que seria certo dizer:
– Vou dar uma mijada, pô.
Mas o pior é ficar levantando a mão e dizendo baixinho:
– Professora, posso ir no banheiro?
Vai ver que eu estava falando tão baixo que ela nem escutou.
As pessoas nunca escutam muito bem o que a gente diz.
Uma última coisa.
Aquele xixi não teve importância nenhuma. Eu fiquei envergonhado. Ainda
mais no primeiro dia de aula. Só que, alguns dias depois, o vexame tinha
passado. Tudo ficou normal. Tive amigos e inimigos na classe, fiz lição,
respondi chamada, e nem a professora, nem meus amigos, nem meus
inimigos, ninguém se lembrou do meu xixi.
Sabe por quê? É por que já estava passando outro filme na cabeça deles.
Cada pessoa tem outras coisas em que pensar: a briga que os pais estão
tendo, o irmão mais velho que é chato, o presente que vai ganhar de
aniversário...
Só eu liguei de verdade para o caso do xixi. As outras pessoas estão sempre
tratando de assuntos mais sérios. Elefantes, por exemplo.
Coelho, Marcelo. A professora de desenho. São Paulo: Companhia das Letrinhas,1995.
Marcelo Coelho nasceu em 1959, em São Paulo, e formou-se em Ciências Sociais
pela Universidade de São Paulo. Foi professor universitário antes de dedicar-se à
atividade jornalística no jornal Folha de S. Paulo. A partir de 1990 começou a assinar
uma coluna semanal no caderno “Ilustrada”, onde publica suas crônicas. São de sua
autoria os romances Noturno (1992) e Jantando com Melvin (1998). Ele também
escreveu livros infantis.
ATIVIDADE
1. Essa história é narrada na primeira pessoa. a) Qual é a primeira palavra que indica isso? b) Que experiência o personagem nos conta, logo no primeiro parágrafo? 2. No decorrer do texto, o narrador vai contando seus sentimentos em relação ao primeiro dia de aula. Liste alguns desses sentimentos. 3. No texto, o narrador afirma que, quando um aluno precisa muito ir ao banheiro, deve gritar para valer. E imagina três maneiras de dizer isso em aula. a) Quais são elas? b) Compare as três maneiras de falar, pensando na linguagem usada, na situação de interação e no falante. c) Dê sua opinião: alguma dessas maneiras de falar é certa ou errada? Justifique sua resposta
24
. PARTICIPANDO DE UM DEBATE No texto “Elefantes”, de Marcelo Coelho, o narrador conta que passou um vexame no primeiro dia de aula na escola porque a professora não permitiu que ele saísse para ir ao banheiro. Vamos organizar um debate sobre a questão: O professor deve ou não permitir que alunos saiam da classe para ir ao banheiro durante a aula? O professor vai separar os alunos em dois grupos. Um deles levantará argumentos para fazer a defesa da professora; portanto, apresentará opiniões contra o aluno que quer sair da aula para ir ao banheiro. O outro grupo encontrará argumentos para fazer a defesa do aluno; então, condenará a atitude da professora. O professor listará na lousa os argumentos mais fortes dos dois grupos. Vamos ver qual grupo apresenta argumentos mais convincentes?
ANALISANDO MELHOR O TEXTO
O texto “Elefantes” pode ser dividido em segmentos, que correspondem às partes que o compõem.
1. Indique o trecho que faz parte de cada segmento, escrevendo suas palavras iniciais e finais:
SEGMENTOS
TRECHOS
Ida para a escola.
Comentários do narrador sobre a idade de entrar na escola e sobre seu período pré-escolar.
Início da aula e aparecimento do problema.
Narração do desenvolvimento do problema
Comentários do narrador sobre o problema
PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL Agora, você vai produzir um texto sobre o seu primeiro dia de aula na escola, ou sobre outro dia qualquer em que aconteceu um fato marcante com você na escola. Organize seu texto usando os mesmos segmentos que o de Marcelo Coelho, isto é, contando:
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a) O que fazia antes de ter idade para ir à escola. b) Como foi o primeiro dia de aula. c) Que fato chamou sua atenção (não é preciso ser um problema). d) Como ocorreu o fato. e) O que você achou do fato, o que pensa sobre isso. PROPOSTA DE SOCIALIZAÇÃO DOS TEXTOS PRODUZIDOS Apresentar os textos por:
Varal de textos;
Mural intitulado “Memorial do Meu Primeiro Dia de Aula”
Leitura à classe (cada aluno vem a frente e lê seu texto)
Troca de experiências (os alunos trocam os textos entre si – um lê o do outro)
Desafio de identificar o autor (colocam-se os textos em uma caixa, mas sem nomeá-los e cada aluno lê um texto e tenta adivinhar quem foi que passou pela experiência descrita).
Confeccionar um livro Memorial da turma.
UNIDADE V:
I . PROCEDIMENTOS DE LEITURA
Os procedimentos de leitura abordam
competências básicas que serão demonstradas por
meio de habilidades, como localizar informações
explícitas e inferir as implícitas em um texto. As
informações implícitas exigem maior habilidade para
que possam ser inferidas, visto exigirem do leitor que
extrapole o texto e reconheça o que não está textualmente e sim subentendido
ou pressuposto.
Os textos nem sempre apresentam uma linguagem literal. Deve haver,
então, a capacidade de reconhecer novos sentidos atribuídos às palavras
dentro de uma produção textual. Além disso, para a compreensão do que é
conotativo e simbólico, é preciso identificar não apenas a ideia, mas também
ler nas entrelinhas, o que exige do leitor um conhecimento de mundo. A tarefa
do leitor competente é, portanto, apreender o sentido global do texto.
É relevante ressaltar que, além de localizar informações explícitas, inferir
informações implícitas e identificar o tema de um texto, nesse tópico, deve-se
também distinguir os fatos apresentados da opinião formulada acerca desses
26
fatos em textos narrativos e argumentativos. Reconhecer essa diferença é
essencial para que o aluno possa tornar-se mais crítico, de modo a ser capaz
de distinguir o que é um fato, um acontecimento, da interpretação que lhe é
dada pelo autor do texto.
Sintetizando, os procedimentos de leitura são:
Localizar informações explícitas em um texto.
Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Inferir uma situação implícita em um texto.
Identificar o tema de um texto.
Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
1. Localizar informações explicita em um texto
Essa habilidade relaciona-se à localização pelo aluno de uma informação
solicitada, que pode estar expressa literalmente no texto ou pode vir manifesta
por meio de uma paráfrase, isto é, dizer de outra maneira o que se leu. Para
localizar a informação o aluno deve ser capaz de retornar no texto,
identificando, dentre outras informações, aquela que foi solicitada.
Exemplo de atividade:
O Disfarce Dos Bichos
Você já tentou pegar um galhinho seco e ele virou bicho, abriu asas e voou? Se isso aconteceu é porque o graveto era um inseto conhecido como “bicho-pau”. Ele é tão parecido com o galhinho, que pode ser confundido com o graveto.
Existem lagartas que se parecem com raminhos de plantas. E há grilos que imitam folhas.
Muitos animais ficam com a cor e a forma dos lugares em que estão. Eles fazem isso para se defender dos inimigos ou capturar outros bichos que servem de alimento. Esses truques são chamados de mimetismo, isto é, imitação.
O cientista inglês Henry Walter Bates foi quem descobriu o mimetismo. Ele passou 11 anos na selva amazônica estudando os animais.
MAVIAEL MONTEIRO, JOSÉ. Bichos que usam disfarces para defesa. Folhinha, 6 nov. 1993.
O bicho-pau se parece com
(A) florzinha seca.
27
(B) folhinha verde. (C) galhinho seco. (D) raminho de planta.
2. Inferir o sentido de uma palavra ou expressão
Essa habilidade refere-se em o aluno relacionar informações, inferindo
quanto ao sentido de uma palavra ou expressão no texto, ou seja, dando a
determinadas palavras seu sentido conotativo.
Inferir significa realizar um raciocínio com base em informações já
conhecidas, a fim de se chegar a informações novas, que não estejam
explicitamente marcadas no texto. Por atividades como a no exemplo a seguir,
pretende-se verificar se o leitor é capaz de inferir um significado para uma
palavra ou expressão que ele desconhece.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual o aluno, ao inferir
o sentido da palavra ou expressão, seleciona informações também presentes
na superfície textual e estabelece relações entre essas informações e seus
conhecimentos prévios. Por exemplo, dá-se uma expressão ou uma palavra do
texto e pergunta-se que sentido ela adquire.
Exemplo de Atividade:
Bula de remédio VITAMIN COMPRIMIDOS Embalagens com 50 comprimidos COMPOSIÇÃO Sulfato ferroso .................... 400 mg Vitamina B1 ........................ 280 mg Vitamina A1 ........................ 280 mg Ácido fólico ......................... 0,2 mg Cálcio F .............................. 150 mg INFORMAÇÕES AO PACIENTE O produto, quando conservado em locais frescos e bem ventilados, tem validade de 12 meses. É conveniente que o médico seja avisado de qualquer efeito colateral. INDICAÇÕES No tratamento das anemias.
28
CONTRA-INDICAÇÕES Não deve ser tomado durante a gravidez. EFEITOS COLATERAIS Pode causar vômito e tontura em pacientes sensíveis ao ácido fólico da fórmula. POSOLOGIA Adultos: um comprimido duas vezes ao dia. Crianças: um comprimido uma vez ao dia. LABORATÓRIO INFARMA S.A. Responsável - Dr. R. Dias Fonseca
CÓCCO, Maria Fernandes; HAILER, Marco Antônio. Alp Novo: análise, linguagem e
pensamento. São Paulo: FTD, 1999. v. 2. p. 184.
No texto, a palavra COMPOSIÇÃO indica (A) as situações contraindicadas do remédio. (B) as vitaminas que fazem falta ao homem. (C) os elementos que formam o remédio. (D) os produtos que causam anemias
AGORA É A SUA VEZ...
Elabore uma atividade, considerando a habilidade de Inferir o sentido de uma
palavra ou expressão. Utilize a bula de remédio acima, ou um texto do livro
didático que você trabalha.
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Inferir uma informação implícita em um texto
As informações implícitas no texto são aquelas que não estão presentes
claramente na base textual, mas podem ser construídas pelo leitor por meio da
realização de inferências que as marcas do texto permitem. Além das
informações explicitamente enunciadas, há outras que podem ser pressupostas
e, consequentemente, inferidas pelo leitor.
Por meio de atividades como a do exemplo a seguir, pode-se avaliar a
habilidade do aluno em reconhecer uma ideia implícita no texto, seja por meio
da identificação de sentimentos que dominam as ações externas dos
29
personagens, em um nível básico, seja com base na identificação do gênero
textual e na transposição do que seja real para o imaginário. É importante que
o aluno apreenda o texto como um todo, para dele retirar as informações
solicitadas.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto, no qual o aluno deve
buscar informações que vão além do que está explícito, mas que, à medida
que vá atribuindo sentido ao que está enunciado no texto, ele vá deduzindo o
que lhe foi solicitado. Ao realizar esse movimento, são estabelecidas relações
entre o texto e o seu contexto pessoal. Por exemplo, solicita-se que o aluno
identifique o sentido da ação dos personagens ou o que determinado fato
desperta nos personagens, entre outras coisas.
Exemplo de atividade:
O passageiro vai iniciar a viagem (A) à noite. (B) à tarde. (C) de madrugada. (D) pela manhã.
4. Identificar o tema de um texto.
O tema é o eixo sobre o qual o texto se estrutura. A percepção do tema
responde a uma questão essencial para a leitura: “O texto trata de quê?” Em
muitos textos, o tema não vem explicitamente marcado, mas deve ser
30
percebido pelo leitor quando identifica a função dos recursos utilizados, como o
uso de figuras de linguagem, de exemplos, de uma determinada organização
argumentativa, entre outros.
A habilidade refere-se ao reconhecimento pelo aluno do assunto principal
do texto, ou seja, à identificação do que trata o texto. Para que o aluno
identifique o tema, é necessário que relacione as diferentes informações para
construir o sentido global do texto. Essa habilidade pode ser avaliada por meio
de um texto para o qual é solicitado, de forma direta, que o aluno identifique o
tema ou o assunto principal do texto.
Exemplo de atividade
Chapeuzinho Amarelo
Era a Chapeuzinho amarelo Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho. Já não ria.
Em festa não aparecia. Não subia escada
nem descia. Não estava resfriada,
mas tossia. Ouvia conto de fada e estremecia.
Não brincava mais de nada, nem amarelinha.
Tinha medo de trovão. Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca apanhava sol, porque tinha medo de sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar. Não tomava banho pra não descolar. Não falava nada pra não engasgar.
Não ficava em pé com medo de cair. Então vivia parada,
Deitada, mas sem dormir, Com medo de pesadelo.
HOLLANDA, Chico Buarque de. In: Literatura comentada. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
O texto trata de uma menina que (A) brincava de amarelinha. (B) gostava de festas. (C) subia e descia escadas. (D) tinha medo de tudo.
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5. Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
O leitor deve ser capaz de perceber a diferença entre o que é fato narrado
ou discutido e o que é opinião sobre ele. Essa diferença pode ser ou bem
marcada no texto ou exigir do leitor que ele perceba essa diferença integrando
informações de diversas partes do texto e /ou inferindo-as, o que tornaria a
tarefa mais difícil.
Por meio de atividade como a do exemplo abaixo, pode-se avaliar a
habilidade de o aluno identificar, no texto, um fato relatado e diferenciá-lo do
comentário que o autor, ou o narrador, ou o personagem fazem sobre esse
fato.
Essa habilidade pode ser avaliada por meio de um texto, no qual o aluno é
solicitado a distinguir partes do texto que são referentes a um fato e partes que
se referem a uma opinião relacionada ao fato apresentado, expressa pelo
autor, narrador ou por algum outro personagem. Há itens que solicitam, por
exemplo, que o aluno identifique um trecho que expresse um fato ou uma
opinião, ou então, dá-se a expressão e pede-se que ele reconheça se é um
fato ou uma opinião.
Exemplo de atividade
A Raposa e As Uvas
Num dia quente de verão, a raposa passeava por um pomar. Com sede e calor, sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.
“Que delícia”, pensou a raposa, “era disso que eu precisava para adoçar a minha boca”. E, de um salto, a raposa tentou, sem sucesso, alcançar as uvas. Exausta e frustrada, a raposa afastou-se da videira, dizendo: “Aposto que estas uvas estão verdes.”
Esta fábula ensina que algumas pessoas quando não conseguem o que querem, culpam as circunstâncias.
(http://www1.uol.com.br/crianca/fabulas/noflash/raposa. htm)
A frase que expressa uma opinião é (A) “a raposa passeava por um pomar.” (l. 1) (B) “sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.” (l. 2) (C) “a raposa afastou-se da videira” (l. 5) (D) “Aposto que estas uvas estão verdes” (l. 5-6)
32
AGORA É A SUA VEZ...
Elabore uma atividade que contemple a habilidade de Distinguir um Fato da Opinião Relativa a Esse Fato. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ UNIDADE VI:
I . A LEITURA EM QUESTÃO
Doze maneiras de tornar difícil a aprendizagem da
leitura:
1. Estabeleça como meta o domínio precoce das
regras de leitura;
2. Cuide bem para que fonética seja aprendida e utilizada;
3. Ensine as letras ou as palavras, uma a uma, certificando-se de que cada
letra ou palavra foi assimilada antes de passar para a seguinte;
4. Defina como objetivo principal uma leitura palavra por palavra perfeita;
5. Não deixe as crianças adivinharem; pelo contrário, exija que elas leiam
com atenção;
6. Procure evitar de todas as maneiras que as crianças errem;
7. Dê um feedback imediato;
8. Detecte e corrija os movimentos incorretos dos olhos;
9. Identifique os eventuais disléxicos e trate-os mais cedo possível;
10. Esforce-se para que as crianças apreendam a importância da leitura e a
gravidade do fracasso;
11. Aproveite as aulas de leitura para melhorar a ortografia e a expressão
escrita; insista também em que os alunos falem a melhor língua
possível;
12. Se o método utilizado não lhe satisfazer, tente outro. Esteja sempre
alerta para achar material novo e técnicas novas.
Artigo publicado em L’Éducation, 22 de maio de 1980.
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Considerando tudo o que já vimos até aqui, planeje uma atividade de leitura
que possa ser desenvolvida em sua sala de aula.
Habilidades Trabalhadas
Conteúdo
Situação Didática Recursos Avaliação
II . ATIVIDADES DE LEITURA
1. A LEITURA DIÁRIA
O trabalho com leitura deve ser diário. Há inúmeras
possibilidades para isso, pois a leitura pode ser
realizada:
• de forma silenciosa, individualmente;
• em voz alta (individualmente ou em grupo) quando fizer
sentido dentro da atividade; e pela escuta de alguém que lê.
No entanto, alguns cuidados são necessários:
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• toda proposta de leitura em voz alta precisa fazer sentido dentro da atividade
na qual se insere e o aluno deve sempre poder ler o texto silenciosamente,
com antecedência — uma ou várias vezes;
• nos casos em que há diferentes interpretações para um mesmo texto e faz-se
necessário negociar o significado (validar interpretações), essa negociação
precisa ser fruto da compreensão do grupo e produzir-se pela argumentação
dos alunos. Ao professor cabe orientar a discussão, posicionando-se apenas
quando necessário;
Ao propor atividades de leitura convém sempre explicitar os objetivos e
preparar os alunos. É interessante, por exemplo, dar conhecimento do
assunto previamente, fazer com que os alunos levantem hipóteses sobre o
tema a partir do título, oferecer informações que situem a leitura, criar um certo
suspense quando for o caso, etc.;
• é necessário refletir com os alunos sobre as diferentes modalidades de leitura
e os procedimentos que elas requerem do leitor.
São coisas muito diferentes ler para se divertir, ler para escrever, ler
para estudar, ler para descobrir o que deve ser feito, ler buscando identificar a
intenção do escritor, ler para revisar. É completamente diferente ler em busca
de significado — a leitura, de um modo geral — e ler em busca de
inadequações e erros — a leitura para revisar. Esse é um procedimento
especializado que precisa ser ensinado em todas as séries, variando apenas o
grau aprofundamento em função da capacidade dos alunos.
2. A LEITURA COLABORATIVA
A leitura colaborativa é uma atividade em que
o professor lê um texto com a classe e, durante a
leitura, questiona os alunos sobre as pistas
linguísticas que possibilitam a atribuição de
determinados sentidos. Trata-se, portanto, de uma
excelente estratégia didática para o trabalho de formação de leitores.
É particularmente importante que os alunos envolvidos na atividade
possam explicitar para os seus parceiros os procedimentos que utilizam para
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atribuir sentido ao texto: como e por quais pistas linguísticas lhes foi possível
realizar tais ou quais inferências, antecipar determinados acontecimentos,
validar antecipações feitas, etc.
A possibilidade de interrogar o texto, a diferenciação entre realidade e
ficção, a identificação de elementos discriminatórios e recursos persuasivos, a
interpretação de sentido figurado, a inferência sobre a intencionalidade do
autor, são alguns dos aspectos dos conteúdos relacionados à compreensão de
textos, para os quais a leitura colaborativa tem muito a contribuir. A
compreensão crítica depende em grande medida desses procedimentos.
3. A LEITURA FEITA PELO PROFESSOR
Na escola, uma prática de leitura intensa é
necessária por muitas razões. Ela pode:
• ampliar a visão de mundo e inserir o leitor na
cultura letrada;
• estimular o desejo de outras leituras;
• possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação;
• permitir a compreensão do funcionamento comunicativo da escrita: escreves
e para ser lido; expandir o conhecimento a respeito da própria leitura;
• aproximar o leitor dos textos e os tornar familiares — condição para a leitura
fluente e para a produção de textos;
• possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens;
• informar como escrever e sugerir sobre o que escrever;
• ensinar a estudar;
• possibilitar ao leitor compreender a relação que existe entre a fala e a escrita;
• favorecer a aquisição de velocidade na leitura;
• favorecer a estabilização de formas ortográficas.
Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária,
porque ler ensina a ler e a escrever.
PCN’S Língua Portuguesa.
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III. TRABALHANDO A LEITURA ORAL
O QUE OBSERVAR:
A decodificação
A fluência / O ritmo/ A entonação
O respeito à pontuação
A clareza na articulação das palavras
SUGESTÕES:
Sarau de poemas; leitura compartilhada/ e ou coletiva de textos rimados;
jogral; leitura de texto dramático (contracenar); trava-línguas; o que é, o que é;
dentre outros.
Sugestão de texto para leitura coletiva em voz alta - Trem de ferro, de
Manuel bandeira.
TREM DE FERRO
Café com pão Café com pão Café com pão
Virgem Maria que foi isto maquinista?
Agora sim Café com pão
Agora sim Café com pão
Voa, fumaça Corre, cerca
Ai seu foguista Bota fogo
Na fornalha Que eu preciso
Muita força Muita força Muita força
Oô.. Foge, bicho Foge, povo
Passa ponte Passa poste Passa pasto
Passa boi
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Passa boiada Passa galho De ingazeira
Debruçada Que vontade
De cantar! Oô…
Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficia Ôo… Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matá minha sede Ôo… Vou mimbora voou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Ôo…
Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente…
UNIDADE VII:
AVALIANDO A LEITURA
A avaliação é um processo que não pode ser desprezado na atividade da
leitura, uma vez que sua analise orienta o trabalho do professor e revela o nível
de leitura dos alunos. Com a avaliação é possível observar que competências
os alunos já dominam e quais precisam ser reforçadas. As avaliações externas
como a Prova Brasil visam aferir a capacidade leitora de nossos alunos, logo,
mais propriamente o professor, também deve identificá-la.
Professor (a), segue abaixo uma sugestão de ficha para acompanhar seus
alunos quanto ao desenvolvimento das habilidades de leitura.
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INSTRUMENTAL DE ACOMPANHAMENTO DE LEITURA
Ficha por Aluno
ESCOLA:
PROFESSORA:
ALUNO (A):
ANO DE ESTUDO: TURMA:
DATA: / /
HABILIDADES DE LEITURA
SIM
PARCIAL-MENTE
NÃO
Lê textos não verbais, em diferentes suportes.
Lê textos (poemas, canções, tirinhas, textos de tradição oral, dentre outros), com autonomia.
Compreende textos lidos por outras pessoas, de diferentes gêneros com diferentes propósitos.
Antecipa sentidos e ativa os conhecimentos prévios relativos aos textos a serem lidos pelo professor ou pelas crianças.
Reconhece finalidades de textos lidos pelo professor ou pelas crianças.
Lê em voz alta, com fluência, em diferentes situações.
Localiza informações explícitas em textos de diferentes gêneros, temáticas, lidos pelo professor ou outro leitor experiente.
Localiza informações explícitas em textos de diferentes gêneros, temáticas, lidos com autonomia.
Realiza inferências em texto de diferentes gêneros e temáticas, lidos pelo professor ou outro leitor experiente.
Estabelece relações entre as partes de textos de diferentes gêneros e temáticas. Lidos com autonomia.
Apreende assuntos/temas tratados em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos pelo professor ou outro leitor experiente.
Apreende assuntos/temas tratados em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos com autonomia.
Interpreta frases e expressões em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos com autonomia.
Estabelece relação de intertextualidade entre textos.
Relaciona textos verbais e não verbais, construindo sentidos.
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Ficha da Turma
ESCOLA:
PROFESSORA:
ANO DE ESTUDO: TURMA:
DATA: / /
HABILIDADES DE LEITURA
QUANTIDADE DE ALUNOS
SIM PARCIAL-MENTE
NÃO
Lê textos não verbais, em diferentes suportes.
Lê textos (poemas, canções, tirinhas, textos de tradição oral, dentre outros), com autonomia.
Compreende textos lidos por outras pessoas, de diferentes gêneros com diferentes propósitos.
Antecipa sentidos e ativa os conhecimentos prévios relativos aos textos a serem lidos pelo professor ou pelas crianças.
Reconhece finalidades de textos lidos pelo professor ou pelas crianças.
Lê em voz alta, com fluência, em diferentes situações.
Localiza informações explícitas em textos de diferentes gêneros, temáticas, lidos pelo professor ou outro leitor experiente.
Localiza informações explícitas em textos de diferentes gêneros, temáticas, lidos com autonomia.
Realiza inferências em texto de diferentes gêneros e temáticas, lidos pelo professor ou outro leitor experiente.
Estabelece relações entre as partes de textos de diferentes gêneros e temáticas. Lidos com autonomia.
Apreende assuntos/temas tratados em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos pelo professor ou outro leitor experiente.
Apreende assuntos/temas tratados em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos com autonomia.
Interpreta frases e expressões em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos com autonomia.
Estabelece relação de intertextualidade entre textos.
Relaciona textos verbais e não verbais, construindo sentidos.
Sabe procurar no dicionário os significados das palavras e a acepção mais adequada ao contexto de uso.
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REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Secretaria de Ensino Fundamental. PRÓ-LETRAMENTO: ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM. Brasília: MEC, 2008.
PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR – GESTAR I. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 1. – TP 1: Planejando o Ensino da Língua Portuguesa. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.
PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR – GESTAR I. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 3. – TP 3: Processos de Leitura e Produção de Texto. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.
PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR – GESTAR II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 4. – TP 4: Leitura e Processos de Escrita. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 6º Ed. 1998.
FOUCAMBERT, Jean. A Leitura em Questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. PCN’S. Secretária da Educação Fundamental. – Brasília: A Secretaria, 3. Ed. 2001.
BRASIL. Pacto Nacional pela Educação na Idade Certa. Currículo Inclusivo – O Direito de Ser Alfabetizado – Ano 3. Unid. 01. Secretária da Educação
Fundamental. – Brasília: MEC. 2012.