Breve Sistematiz Aspectos Gramatica

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 ESCOLA SECUNDÁRIA DE PEDRO NUNES GRAMÁTICA U M P EQUENO GUIA PARA O  ALUNO ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO* * Pela portaria 476/2007, de 18 de Abril de 2007, foi suspensa no Ensino Básico a generalização da experiência pedagógica da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Neste pequeno guia para o aluno, de acordo com o Programa de Português do Ensino Secundário, esta terminologia mantém-se nos conteúdos de funcionamento da língua, sobretudo nos domínios da Sintaxe e da Semântica (II – Frase) e da Pragmática (IV) e Linguística Textual (V). MATERIAL CONCEBIDO NO ÂMBITO DO PROJECTO  A MINHA LÍNGUA É O M EU M UNDO  NÚCLEO DE ESTÁGIO DE PORTUGUÊS PROFESSORA ESTAGIÁRIA: ANA SOFIA COUTO PROFESSORA ORIENTADORA: MARIA DO ROSÁRIO SILVA Língua Mundo 

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  • ESCOLA SECUNDRIA DE PEDRO NUNES

    GRAMTICA UM PEQUENO GUIA PARA O ALUNO

    ENSINOS BSICO E SECUNDRIO*

    * Pela portaria 476/2007, de 18 de Abril de 2007, foi suspensa no Ensino Bsico a generalizao da experincia pedaggica da Terminologia Lingustica para os Ensinos Bsico e Secundrio (TLEBS). Neste pequeno guia para o aluno, de acordo com o Programa de Portugus do Ensino Secundrio, esta terminologia mantm-se nos contedos de funcionamento da lngua, sobretudo nos domnios da Sintaxe e da Semntica (II Frase) e da Pragmtica (IV) e Lingustica Textual (V).

    MATERIAL CONCEBIDO NO MBITO DO PROJECTO A MINHA LNGUA O MEU MUNDO

    NCLEO DE ESTGIO DE PORTUGUS

    PROFESSORA ESTAGIRIA: ANA SOFIA COUTO

    PROFESSORA ORIENTADORA: MARIA DO ROSRIO SILVA

    Lngua Mundo

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    NDICE

    I Classes de Palavras

    Nomes Adjectivos

    Determinantes Pronomes Verbos

    Preposies Advrbios Conjunes Interjeies

    Processos de formao de palavras

    ...2 ...2 ...2 ...4 ...5 ...8 ...8 ...9 .10

    .10

    II A Frase

    Tipos de Frase Formas de Frase

    Frase Simples e Frase Complexa Frases Coordenadas Frases Subordinadas Funes Sintcticas

    11 .11 .11 .11 .12 .12

    III Semntica Lexical

    Denotao e Conotao Monossemina e Polissemia

    Relaes semnticas entre palavras / relaes de sentido entre palavras

    Palavras homnimas, homfonas e homgrafas Campo lexical e campo semntico

    Neologia

    IV Pragmtica

    Enunciao e Dixis Anfora e Co-referncia

    Actos de fala

    V Lingustica Textual

    Coeso: lexical, interfrsica, temporal e aspectual e lgica

    Tipologia textual

    Obras consultadas

    .15 .15 .15 .16 .16 .16

    ..17 ..18 ..18 .20 .20 ....22

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    I CLASSES DE PALAVRAS Quando, num exerccio/teste, nos pedido que classifiquemos morfologicamente uma palavra, devemos indicar a classe a que ela pertence. Vejamos as classes de palavras que existem em Portugus.

    Nomes

    Amigo, futebol, amizade, praia, paz, anjo, sumo, me, parente, morada Nomes comuns: amizade, paz, amigo Nomes prprios: Rui, Lisboa Nome concreto: rua, caf, rvore, fantasma Nome abstracto: viagem, sade, verdade

    Os nomes variam em gnero (masculino/feminino), em nmero (singular/plural) e em grau (aumentativo/diminutivo). Exemplos: Casa (feminino); quarto (masculino); casa/casas (singular e plural). O Diogo um rapago (rapago o nome rapazno grau aumentativo). O Lus um rapazinho (rapazinho o nome rapaz no grau diminutivo).

    Adjectivos Carinhoso, saudvel, lindo, porttil, caro Os adjectivos caracterizam ou qualificam o nome, e variam em nmero (singular/plural), em gnero (masculino/feminino) e em grau (normal, comparativo, superlativo). Adjectivos uniformes tm a mesma forma igual para o masculino e o feminino (ex. forte). Adjectivos biformes apresentam duas formas (ex. lindo/linda). Quanto ao grau, temos: O Pedro magro (grau normal). O Pedro mais/menos magro que o irmo ou to magro como o irmo (grau comparativo). O Pedro muito magro (grau superlativo absoluto analtico). O Pedro magrssimo (grau superlativo absoluto sinttico). O Pedro o mais magro (grau superlativo relativo de superioridade). O Pedro o menos magro (grau superlativo relativo de inferioridade).

    Determinantes O, um, uma, os, meus, teus, este, essas Os determinantes so as palavras que se colocam antes do nome, devendo por isso concordar com ele em gnero e nmero. Temos trs subclasses de determinantes: determinante artigo, determinante demonstrativo e determinante possessivo.

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    Determinantes Artigo Demonstrativos Possessivos

    Definido: o, a, os, as Indefinido: um, uma, uns, umas Este, esta, estes, estas Esse, essa, Aquele, aquela, aqueles, aquelas O mesmo, a mesma, os mesmos, as mesmas O prprio, a prpria O outro, a outra Tal, tais Meu, minha, meus, minhas Teu, tua, teus, tuas Seu, sua Nosso, nossa Vosso, vossa

    Os determinantes demonstrativos e possessivos tm um valor dictico porque tm a funo de apontar alguma coisa (pessoas, objectos, espaos, tempos, situaes).

    Determinantes que especificam quantidade Fornecem informaes sobre o nmero, a quantidade ou a parte do ser referido pelo nome. Temos cinco subclasses de quantificadores: universais, indefinidos, relativos, interrogativos e numerais.

    Universais

    Indefinidos

    Relativos

    Interrogativos

    Numerais

    Todo, toda Qualquer, quaisquer Ambos, ambas Cada

    Algum, alguma Nenhum, nenhuma Certo, certa Muito, muita Pouco, pouca Tanto, tanta Outro, outra Bastantes Cujo, cuja Quanto, quanta

    Quanto, quanta? Qual, quais? Que?

    Cardinais Um, dois, trs Ordinais Primeiro, segundo, Terceiro.

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    Pronomes Eu, ele, este, aquele, essa

    Os pronomes so palavras que substituem nomes j introduzidos na frase, evitando a sua repetio. Ex. Vi o Rui e a Isabel ontem. Eles esto felizes (o pronome eles refere-se a Rui e Isabel).

    Pronomes Pessoais

    Demonstrativos

    Possessivos

    Indefinidos

    Relativos

    Interrogativos

    Eu, tu, ele, ns, vs, eles Me, te se, vos, lhe, lhes Mim, ti, si O, a, os, as

    Este, esta Esse, essa Aquele, aquela O mesmo, a mesma O, a, os, as Tal, tais

    Meu, minha, meus, minhas Teu, tua, teus, tuas Seu, sua Nosso, nossa Vosso, vossa

    Algum, alguma Nenhum, nenhuma Todo, toda, todos, todas, tudo, nada Um, uma, uns, umas Muito, muita Pouco, pouca Tanto, tanta Outro, outra, outros, outras, outrem Qualquer, quaisquer

    O qual, a qual, os quais, as quais Quanto, quanta, quantos, quantas Que, quem, onde

    Quem? Qual, quais? Que? O qu? Onde?

    Notas 1. Os pronomes demonstrativos e possessivos tm valor dictico. 2. Pronome reflexo: o pronome pessoal reflexo surge quando a aco do verbo recai sobre o prprio sujeito que pratica a aco. Ex. Ele magoou-se na perna.

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    3. Pronome pessoal recproco: usado quando uma aco praticada simultaneamente por vrios sujeitos. Ex. Os cientistas questionam-se sobre tica. 4. Pronome inerente: pronome que faz parte do prprio verbo. Ex. Eu atrevi-me a falar. (verbo = atrever-se); Os vizinhos queixaram-se (verbo = queixar-se). 5. Pronome impessoal: significa h pessoas que. Ex. diz-se que o pas no evolui; fala-se muito e faz-se pouco.

    Verbos Cantar, ser, jogar, entreter-se Os verbos pertencem a uma classe aberta. Classes fechadas so as que tm um nmero limitado de termos (ex. classe das conjunes: e, mas). A classe aberta uma classe que pode receber novas palavras (ex. o verbo stressar foi acrescentado ao vocabulrio do Portugus). As categorias morfossintcticas do verbo so: tempo, modo, pessoa, aspecto, voz e nmero.

    TEMPOS: presente, pretrito (passado) e futuro. Pretrito: imperfeito (ex. cantava), perfeito (ex. cantei) e mais-que-perfeito (ex. cantara). Futuro: imperfeito (ex. cantarei) e perfeito (ex. terei cantado). MODOS: Indicativo: apresenta uma aco como real; Conjuntivo: exprime uma possibilidade, uma dvida ou um desejo; Imperativo: exprime uma ordem, um conselho ou um pedido; Condicional: apresenta uma condio; Infinitivo: indica a aco de uma maneira vaga PESSOA Trs pessoas: 1., 2. e 3. NMERO: singular e plural VOZ A voz passiva forma-se com o verbo ser e com o particpio do verbo principal. O complemento directo da voz activa surge como sujeito na voz passiva. O sujeito da frase na voz activa torna-se o complemento agente da passiva. Activa e Passiva Ex.: A multido aplaudiu o presidente (activa). O presidente foi aplaudido pela multido (passiva). FOMAS NOMINAIS DO VERBO (equivalem a nomes ou adjectivos): Infinitivo impessoal (Ex. Sonhar bom.) Particpio (Ex. Ultrapassada a complicao, a Joana voltou escola.) Gerndio (Ex. Comprou um livro representando uma ilha.)

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    Verbo Ser

    Presente do Modo Indicativo Pretrito Imperfeito do Modo

    Indicativo Pretrito Perfeito do Modo

    Indicativo

    sou s

    somos sois so

    era eras era

    ramos reis eram

    fui foste foi

    fomos fostes foram

    Pretrito Perfeito Composto do Modo Indicativo

    Futuro Imperfeito do Modo Indicativo

    Futuro Perfeito do Modo Indicativo

    tenho sido tens sido tem sido temos sido tendes sido tm sido

    serei sers ser

    seremos sereis sero

    terei sido ters sido ter sido

    teremos sido tereis sido tero sido

    Pretrito Mais-que-perfeito do Modo Indicativo

    Pretrito Mais-que-perfeito Composto do Modo Indicativo

    Presente do Modo Conjuntivo

    fora foras fora

    framos freis foram

    tinha sido tinhas sido tinha sido

    tnhamos sido tnheis sido tinham sido

    seja sejas seja

    sejamos sejais sejam

    Pretrito Imperfeito do Modo Conjuntivo

    Pretrito perfeito do Modo Conjuntivo

    Futuro Imperfeito do Modo Conjuntivo

    fosse fosses fosse

    fssemos fsseis fossem

    tenha sido tenhas sido tenha sido

    tenhamos sido tenhais sido tenham sido

    for fores for

    formos fordes forem

    Futuro Perfeito do Modo Conjuntivo Presente do Modo Condicional Pretrito Perfeito Composto do

    Modo Condicional

    tiver sido tiveres sido tiver sido

    tivermos sido tiverdes sido tiverem sido

    seria serias seria

    seramos sereis seriam

    teria sido terias sido teria sido

    teramos sido tereis sido teriam sido

    Infinitivo Pessoal Imperativo Infinitivo Presente ser

    Perfeito ter sido

    Particpio Passado

    Sido

    ser seres ser

    sermos serdes serem

    s (tu)

    sede (vs)

    Gerndio Simples sendo

    Composto tendo sido

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    Aspecto O aspecto diz respeito noo do incio, do desenrolar ou do terminar da aco. Podemos determinar o aspecto de duas formas: a) pelo tempo verbal, por locues adverbiais ou por perfrases; b) pelo significado do prprio verbo. Aspecto Pontual = indica um processo que dura apenas um instante (ex. A Rui desmaiou. A bomba explodiu. O livro caiu.). Aspecto Durativo = exprime uma aco que dura no tempo (ex. O Rui tem esperado por ela. O beb dorme. O irmo vai jogar toda a tarde). Aspecto Frequentativo = indica uma aco que se repete. (ex. Eles tm ido praia. Ele mordisca o comer.). Aspecto Inceptivo = indica que a aco se inicia (ex. Ele adormece. Anoitece agora. O rapaz comeou a andar.). Aspecto Conclusivo = indica que a aco se encontra numa fase final. (ex. Ele deixou de estudar. As aulas acabam hoje.). Transitividade e Intransitividade Verbos transitivos: exigem complemento. Ex. Comer (O Joo comeu o bolo.) Verbos transitivos directos. Ex. Comer, Encontrar, Esperar. Verbos transitivos indirectos. Ex. Obedecer (O co obedece ao dono.) Verbos transitivos directos e indirectos. Ex. Prometer (O Pedro prometeu uma boa nota aos pais.) Verbos Intransitivos Verbos que exprimem uma aco incompleta, no necessitando de complemento directo nem indirecto. Ex. Chorar, Viver, Cair, Parar. Nota: em certos contextos, estes verbos podem ter complemento (ex. O Joo vive uma grande alegria). Verbos Impessoais So verbos que s se conjugam na terceira pessoal. Geralmente, so verbos que referem as condies atmosfricas. Ex. Nevou durante a noite. Choveu muito. Trovejou o dia inteiro. Verbos de ligao Um verbo de ligao, ou verbo copulativo, liga um sujeito a um nome predicativo. Verbos de ligao so: ser, estar, ficar, permanecer, parecer. Ex. Ele um excelente amigo. = verbo de ligao. um excelente amigo = nome predicativo do sujeito. Ex. O Cludio apareceu doente no trabalho. apareceu = verbo de ligao. doente = nome predicativo do sujeito. Verbos auxiliares So aqueles que se acrescentam a um verbo principal. Ex. Ter, haver, ser, haver de, ir, estar, ficar, andar, comear a, deixar de, dever, ter de, poder

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    Preposies a, ante, aps, at, com As preposies so palavras invariveis que pertencem a uma classe fechada. Elas estabelecem relaes entre frases, nomes, verbos...

    Preposies a ante aps at com conforme consoante contra de desde durante em entre excepto mediante para perante por salvo segundo sem sob sobre trs

    Locues prepositivas (com mais do que uma palavra) a fim de frente de apesar de acerca de diante de em vez de para com alm de fora de defronte de a par de em lugar de

    a + a = a + o = ao a + aquele = quele de + ele = dele de + o = do de + outro = doutro em + o = no em + ele = nele por + o = pelo

    Advrbios assim, nunca, provavelmente, talvez Os advrbios so expresses que modificam uma frase ou um grupo verbal, caracterizando uma aco. Advrbios de modo = assim, bem, mal, melhor, pior, como, depressa, devagar, quase e advrbios terminados em mente (ex. livremente, comicamente) Advrbios de lugar = acima, adiante, a, alm, algures, ali, antes, aqui, atrs. Advrbios de tempo = agora, ainda, amanh, antes, depois, devagar, entretanto, hoje, j, nunca, sempre. Advrbios de quantidade = muito, pouco, demasiado, mais, menos Advrbios de negao = no, jamais, negativamente Advrbios de afirmao = sim, certamente, decerto, efectivamente, realmente, tambm Advrbios de excluso = apenas, simplesmente, s, somente Advrbios de dvida = porventura, possivelmente, provavelmente, talvez Advrbio de designao = eis. Advrbios de interrogao = Como? Onde? Quando? Porqu? Exemplos de locues adverbiais: em silncio, com efeito, de pouco.

    Preposies contradas com determinantes ou pronomes.

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    Conjunes e, tambm, nem, mas, porm, contudo As conjunes so palavras invariveis que unem frases ou elementos de uma frase. Existem dois tipos de conjunes: conjunes coordenativas e conjunes subordinativas. COORDENAO: quando h ligao de frases sem se estabelecerem entre elas relaes de dependncia.

    Conjunes coordenativas Copulativas (ideia de adio) Adversativas (ideia de oposio) Disjuntivas (ideia de alternativa) Conclusivas

    E, tambm, nem (Locues) Nem s mas tambm Nem.nem Tantocomo Mas, todavia, contudo, Porm. (Locues) Apesar disso, ainda assim, no entanto, no obstante Ou (Locues) Ora ora, ou.ou, quer. quer, seja. seja Logo, pois, portanto, assim (Locues) Por conseguinte, por consequncia, por isso

    SUBORDINAO: quando so estabelecidas relaes de dependncia entre as frases ligadas.

    Subclasse Conjunes Locues

    Causais

    porque pois porquanto como que

    pois que por isso que j que

    uma vez que visto que visto como (...)

    Condicionais

    se caso

    a menos que a no ser que contanto que dado que desde que

    excepto se no caso de (que) salvo se, se no (...)

    Finais que

    para que a fim de que

    por que

    Temporais

    quando enquanto apenas mal como que

    antes que depois que logo que assim que desde que at que

    primeiro que sempre que tanto que todas as vezes que medida que ao passo que (...)

    Concessivas embora conquanto

    ainda que mesmo que

    por mais que por menos que

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    conquanto que

    mesmo que posto que bem que se bem que

    por menos que apesar de que nem que

    Comparativas

    como conforme consoante segundo que

    do que assim como tambm bem como mais ... do que menos ... do que

    segundo/consoante/conforme ... assim to/tanto ... como como se que nem qual (...)

    Consecutivas que

    Antecedida de: de tal modo, to, tanto

    de modo que de sorte que (...)

    Completivas (permitem completar

    frases)

    que se Ex. Disse que., acredita que. , Perguntou se

    Interjeies

    As interjeies servem para exprimir sentimentos e emoes de forma espontnea. As interjeies pertencem a uma classe fechada de palavras. (Locues Interjectivas tm mais do que uma palavra.) Interjeies podem transmitir ideias de: alegria, cansao, animao, dor, medo, surpresa. Ex. Ah! Oh! Ai! Ui! Boa! Deus queira! Quem me dera! Silncio! Credo! Ena!

    Processos de Formao de Palavras Existem dois grandes processos que permitem formar palavras e enriquecer o vocabulrio da nossa lngua: derivao e composio. Derivao por afixao (sufixos e prefixos), por derivao regressiva e por converso. Selva + agem = selvagem | in + feliz = infeliz recuar > recuo; errar > erro

    burro (nome) > burro (adjectivo)

    Derivao Regressiva: a forma de base reduz-se para formar uma nova palavra Converso: a forma da palavra mantm-se e muda apenas a classe a que pertence. Composio Por justaposio: ex. amor-perfeito, guarda-nocturno. Na justaposio, as duas palavras que se juntam, com hfen, tm acentuao independente. O significado da nova palavra diferente mas, muitas vezes, o resultado da combinao do sentido de cada uma das palavras iniciais. Por aglutinao: ex. girassol, passatempo. Na aglutinao, o significado da nova palavra diferente e os elementos ficam subordinados a um nico acento.

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    II A FRASE

    A FRASE uma combinao de palavras qual associamos um determinado sentido. TIPOS DE FRASE Temos quatro tipos de frase: frase declarativa, frase imperativa, frase interrogativa e frase exclamativa. As intenes comunicativas associadas a cada tipo de frase so:

    Declarativo informar. Interrogativo perguntar. Imperativo dar ordens, aconselhar, pedir. Exclamativo exprimir sentimentos, admirao, entusiasmo, surpresa.

    FORMAS DE FRASE As frases podem ter quatro formas: forma afirmativa e forma negativa; forma activa e forma passiva.

    O homem feliz. O homem no feliz. Ele fez esse trabalho. Esse trabalho foi feito por ele. FRASE SIMPLES E FRASE COMPLEXA A frase simples contm um verbo principal ou um verbo de ligao. Ex. O rapaz passeia o co. O co vai para o jardim. O homem esperto. A frase complexa contm vrios verbos principais ou copulativos. Numa frase complexa, podem existir frases coordenadas e/ou subordinadas. Ex. O dia est bonito e est sol (coordenao). O dia est bonito porque est sol. (subordinao). FRASES COORDENADAS COPULATIVAS Comprou o jornal e foi lanchar. Nem comprou o jornal nem foi lanchar. No s l muito como ouve msica de todos os tempos. ADVERSATIVAS Comprou o jornal mas no o leu. Fui ao Brasil. Contudo, visitei poucas cidades. DISJUNTIVAS Ou falas tu ou falo eu. CONCLUSIVAS Compraste o livro, portanto l-o.

    Conjunes e locues a sublinhado

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    FRASES SUBORDINADAS

    Frases Subordinadas Adverbiais

    CAUSAIS Leva o casaco porque est frio. FINAIS O Joo bateu porta para pedir um livro. TEMPORAIS Logo que me ouas, abre a porta. CONCESSIVAS Embora se faa tarde, vou l. CONDICIONAIS Se no disseres a verdade, arrependes-te. COMPARATIVAS Trata os funcionrios como trata a famlia. CONSECUTIVAS Foi tal a manifestao que o governo teve de ceder. Frases Subordinadas Relativas Estas frases so introduzidas por um pronome relativo ou por um quantificador relativo Ex. A situao que ele criou muito m. Devemos distinguir dois tipos de oraes relativas: explicativas e restritivas. As explicativas geralmente aparecem entre vrgulas. Ex. Sem ouvir a me, que o chamava, partiu em viagem. Restritivas: Ex. D-me o livro que est em cima da mesa. Li o livro que me deste. (nestes exemplos, o que pronome relativo). Frases Subordinadas Completivas (completam) Desempenham funes de sujeito ou de complemento directo. Vejamos: Ex. O homem disse que viria amanh. (complemento directo do verbo dizer; o que uma conjuno subordinativa integrante). Ex. Perguntei se queria vir festa. (complemento directo do verbo perguntar) Ex. possvel que chova amanh. (sujeito do verbo ser) FUNES SINTCTICAS NA FRASE O sujeito e o predicado so os constituintes bsicos de qualquer frase. Sujeito e predicado so funes sintcticas, ou seja, partes da frase. O sujeito o elemento do qual se diz alguma coisa. O predicado aquilo que se afirma sobre o sujeito. O comboio partiu. O comboio (sujeito) partiu (predicado). O sujeito pode ser: Simples: O Rui vai ao cinema. Composto: O Rui e a Sara vo ao cinema.

    Frases subordinadas a sublinhado.

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    Subentendido: Vo ao cinema. (o Rui e a Sara). Nulo indeterminado: Diz-se que ele era um bandido. Nulo expletivo (com verbos impessoais): Neva muito na Serra da Estrela. Outras funes sintcticas: O predicativo do sujeito aparece com os verbos de ligao. Ex. O rapaz um falador. Aquela a minha cantora preferida. A atitude ficou-lhe mal O complemento directo o elemento que se encontra ligado a um verbo transitivo directo. Ex. Os turistas visitam a cidade. O complemento directo pode ser um nome, um pronome (Ex. Eu vi-o ontem) ou uma frase (Ex. Ele disse que vinha escola). O complemento indirecto o elemento que se liga a um verbo transitivo indirecto por meio de uma preposio. Ex. O rapaz ofereceu flores amiga. Os soldados obedecem a ordens. Note-se com o pronome pessoal lhe no existe preposio: Ex. Eu disse-lhe a verdade. O complemento agente da passiva o complemento de um verbo nos casos em que a frase se encontra na voz passiva. Ex. O trabalho foi corrigido pelo professor. O complemento preposicional um grupo formado por preposio e nome. Ex: O irmo saiu de casa. Os tios do Joo vo muitas vezes ao supermercado. A professora mora naquela rua. O complemento adverbial um grupo formado pelo advrbio. Ex. O Joo colocou a mala ali. O Rui portou-se mal. Eles foram l. Nota = O complemento preposicional e o complemento adverbial so seleccionados pelo verbo, na medida em que completam o seu sentido. Existem trs funes sintcticas que so acrescentadas frase, ou seja, no so indispensveis na compreenso do seu sentido:

    Modificador preposicional. Ex. Eles no saram de casa no domingo. A porta abriu-se com o vento. Modificador adverbial. Ex. Chegaram do estrangeiro agora. Esta tarde estive na escola. O Rui terminou a leitura hoje. Modificador frsico. uma frase subordinada. Ex. O assunto que abordmos preocupa-me. Afastou-se porque estava cansado. Fugiu para que no o vissem. Chegou quando anoiteceu. O Vocativo

    a funo sintctica que designa o interlocutor do enunciado; a entidade a quem nos dirigimos. Ex. Pai, passa-me o sumo. Gostava que me ouvisses, Teresa.

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    Complementos do Nome Complemento preposicional do nome: Ex. A esperana de uma nova vida anima-o. A construo da casa demorou imenso. Modificador do nome restritivo: Adjectival: Ex. As raparigas bonitas estavam na festa. Preposicional: Ex. O passeio de barco foi bom. Frsico: Ex. As aves que fazem ninho ali so bonitas. Modificador do nome apositivo Nominal: Ex. D. Dinis, o rei trovador, viveu na Idade Mdia. O livro de que te falei, A Vida bela, j esgotou. Adjectival. Ex: O Ricardo, muito feliz, encontrou na faculdade. Preposicional. Ex: Aquele percurso, de carro ou a p, sempre agradvel. Frsico: Os alunos, que tanto gostavam do professor, ficaram muito contentes.

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    III SEMNTICA LEXICAL DENOTAO E CONOTAO A denotao de uma palavra o nome que designa o seu significado normal, corrente ou mais usual. A conotao de uma palavra engloba os valores particulares que so acrescentados ao seu significado normal e corrente. No fundo, a conotao das palavras depende da riqueza subjectiva e afectiva dos interlocutores. Ex. Denotao da palavra azul = cor. Conotao = cu, pureza, suavidade, paz. Ex. Negro. Denotao = cor escura. Conotao = luto, tristeza, morte, abismo. MONOSSEMIA E POLISSEMIA A monossemia a propriedade das palavras que tm apenas um nico significado, como as que se usam em linguagem cientfica. Ex: electromagntico; elctrico. A polissemia a caracterstica de algumas palavras que, tendo a mesma forma escrita e o mesmo som, possuem mltiplos significados que s o contexto pode determinar. EX. No entendeu o sentido do texto. Esta rua tem sentido nico. O co tem o sentido do olfacto muito apurado. RELAES SEMNTICAS ENTRE PALAVRAS / RELAES DE SENTIDO ENTRE PALAVRAS Hiperonmia e hiponmia Hipernimos = palavras que apresentam um sentido mais geral em relao a outras, que designamos por hipnimos. Ex. rvore um hipernimo de laranjeira. E laranjeira um hipnimo de rvore. Flor um hipernimo de rosa. E rosa um hipnimo de flor. Holonmia e Meronmia Existe uma relao deste tipo entre duas palavras ou expresses quando uma delas remete para um todo (a palavra holnima) e a outra considerada uma parte daquela (palavra mernima). Ex. A palavra casa uma palavra holnima relativamente a quartos, salas, cozinha (mernimos). Sinonmia (sinnimos) a relao que existe entre palavras que tm um significado idntico. Ex. Inquieta, apreensiva, preocupada Antonmia Existe uma relao de antonmia entre palavras que se opem pelo seu significado. EX. amor / dio; doce /amargo; feliz / infeliz. PALAVRAS HOMNIMAS, HOMFONAS E HOMGRAFAS Palavras homnimas tm grafia e pronncia iguais mas sentido diferente.

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    Ex. Amo o campo (verbo). O teu amo sensato (nome). Eu livro as pessoas de todas as alhadas (verbo). O livro tem a capa azul. (nome). Eles vo para Londres (verbo). Foi um trabalho vo. (adjectivo). Palavras homfonas tm igual som, mas escrevem-se de modo diferente, e tm tambm sentido diferente. Ex. O acento da palavra grave. Esse assento est livre. O po coze mais rpido ali. Ele cose a sua prpria roupa. Palavras homgrafas tm grafia igual, mas som e sentido diferentes. Ex. Eu gelo sempre com este frio (verbo). Est um gelo na rua (nome). Era uma vez (verbo). O meu amigo tem em casa uma grande hera. (nome)

    CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMNTICO

    O campo lexical de uma palavra um conjunto de palavras que tm o mesmo radical e que, por isso, tm uma significao basicamente comum que advm desse radical. Assim, as famlias de palavras, por exemplo, constituem campos lexicais Ex. terrao, terrestre, terramoto, aterrar, enterrar, terrao Folha, folhagem, desfolhar, enfolhar O campo semntico um conjunto de palavras unidas pelo seu sentido. Ex. Campo semntico de corao: sentimento, afectividade, amor, centro, sinceridade. NEOLOGIA (novas palavras no vocabulrio) A neologia um processo de formao de novas palavras. Chamam-se neologismos as palavras novas de uma lngua. Elas remetem para uma nova realidade ou so palavras antigas com novos sentidos. Processos de criao de palavras ou de neologia: 1 Emprstimos (adopo de palavras de outras lnguas). Ex. snobe, golfe, futebol, pacemaker. Estas palavras so integradas/adoptadas ao lxico da lngua portuguesa. Quando as palavras so directamente importadas, chamam-se estrangeirismos. Ex. mail, chip, design, surf, rap, skate 2 Acrnimos o processo em que se forma uma palavra juntando slabas de outras palavras. Ex. FENPROF (Federao Nacional de Professores). 3 A formao de Siglas o processo em que se forma uma palavra com as iniciais de um conjunto de palavras. Ex. ONU (Organizao das Naes Unidas), RTP (Rdio Televiso Portuguesa). 4 Abreviao o processo em que utilizamos apenas uma parta da palavra original. Ex. Metro (metropolitano). 5 Onomatopeias so palavras novas que imitam sons ou movimentos. Ex. bl-bl, cocoroc, zurrar, tiquetaque.

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    IV PRAGMTICA A pragmtica a disciplina da lingustica que estuda os usos da lngua e a relao entre a linguagem e as suas aplicaes em contexto.

    A linguagem existe em contextos de comunicao, ou seja, usamo-la para comunicar com outros em sociedade. Na comunicao verbal (no meio oral ou escrito), existem trs participantes: 1 O locutor, que o responsvel pela enunciao. 2 O interlocutor (aquele a quem dirigida a enunciao, tomando parte nela). 3 O ouvinte (recebe os enunciados produzidos pelo locutor, mas no participa na interaco verbal). Universo de referncia o contexto geral em que se encontram os objectos ou a realidade a que se refere o enunciado produzido. Podemos tambm considerar que o universo de referncia a realidade extra-lingustica onde produzido um enunciado. Ex. 1. Aprecio as estrelas daquele filme. / 2. Estive num hotel de quatro estrelas. 1. Estrelas = o universo de referncia o cinema. 2. Estrelas = o universo de referncia a indstria hoteleira. Saber compartilhado o conjunto de saberes, conhecimentos, crenas, valores, sistemas de avaliao do mundo, etc., que o locutor entende ser partilhado pelo interlocutor numa determinada situao de comunicao/interaco verbal. ENUNCIAO Quando a lngua utilizada numa situao de discurso, existe uma enunciao. Ela implica a actividade de um locutor e de um interlocutor. As coordenadas da enunciao so os elementos que nos permitem caracterizar a situao em que um enunciado foi produzido. Elas referem-se aos participantes na comunicao (eu, tu), ao espao e ao tempo. As expresses que nos indicam os elementos das coordenadas da investigao chamam-se DICTICOS. So eles: pronomes pessoais (eu, tu, ele), pronomes e determinantes possessivos (meu, teu), pronomes e determinantes demonstrativos (esse, isso), advrbios de lugar e de tempo, tempos verbais (que indicam a pessoa, quando os pronomes pessoais esto implcitos), nomes prprios, vocativos e artigos em determinados contextos. A dixis designa, portanto, a capacidade de algumas expresses da lngua para designar os participantes na comunicao. A dixis mostra como a linguagem e o contexto no podem separar-se. Temos: Expresses dicticas pessoais (eu, te, me, ele)

    A enunciao o uso da linguagem para comunicar. O enunciado uma produo lingustica, isto , aquilo que algum diz numa determinada situao. Interaco verbal = Comunicao verbal

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    Expresses dicticas espaciais (ali, aqui, daqui, dali) Expresses dicticas temporais (amanh, agora, hoje) Expresses dicticas discursivas (apontam para o prprio discurso produzido). Ex. A professora deu muita matria. No gosto disso. (refere-se a um facto indicado antes: a professora dar muita matria). Expresses dicticas sociais (Sr. Dr.; Vossa Excelncia) indicam os papis assumidos pelos participantes na comunicao. Ex. Estudei muito. (a aco refere-se ao passado, e a ideia de passado s pode ser entendida se pensarmos no presente da enunciao, que quando algum profere a afirmao) ANFORA E CO-REFERNCIA

    Enquanto a deixis estabelece a relao entre a linguagem e o mundo, a anfora diz respeito ao facto de compreendermos uma noo porque a associamos a uma outra j referida no nosso discurso. Ex. O Pedro muito simptico, Vi-o ontem. O pronome pessoal o constitui anfora porque retoma o antecedente Pedro. Os termos anafricos podem muitas vezes ser substitudos por pronomes. A co-referncia existe quando duas expresses apontam para o mesmo referente. No Memorial do Convento, Blimunda, Sete-Luas e voadora so co-referentes. ACTOS DE FALA

    A fora ilocutria de um enunciado o significado que o interlocutor deve identificar e que corresponde inteno comunicativa do locutor. A fora ilocutria pode ser identificada atravs da ordem das palavras, da entoao, da pontuao, do modo do verbo ou de verbos performativos (so verbos que indicam a inteno do locutor: prometer, declarar, aconselhar, perguntar). H que distinguir: 1 Acto Locutrio: uma simples enunciao de palavras com significado. 2 Acto Perlocutrio: diz respeito inteno do locutor no que respeita aos efeitos que pretende obter junto do interlocutor (ex. convencer, assustar, ajudar). 3 Acto Ilocutrio: quando a enunciao revela a inteno do locutor em realizar determinada aco (ex. afirmar, avisar, ordenar, perguntar).

    Acto Ilocutrio Assertivo (o locutor compromete-se com o

    contedo do enunciado)

    Admito que as coisas correram mal. Acho possvel que ele venha. Tiveste positiva no teste.

    Acto Ilocutrio Directivo (o locutor manifesta uma vontade ou o desejo de que o interlocutor realize

    determinada aco)

    Sai da sala. Quero que pesquises o assunto.

    Que horas so?

    Acto Ilocutrio Compromissivo (o locutor compromete-se a praticar

    uma aco)

    Prometo aplicar-me mais. Juro que estou a falar verdade.

    Estarei c na reunio.

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    Acto Ilocutrio Expressivo (o locutor exprime o seu estado

    psicolgico)

    Agradeo a sua boa vontade. Odeio o modo como me falar.

    Parabns! Que livro maravilhoso)

    Acto Ilocutrio Declarativo (quando as palavras do locutor criam uma nova realidade, um novo estado

    de coisas)

    Declaro-te a melhor me do mundo. Nomeio-o o meu brao direito.

    A aula termina aqui.

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    V LINGUSTICA TEXTUAL Um texto um conjunto de expresses lingusticas. As lnguas possuem expresses que tm a funo especfica de assegurar a ligao entre bocados de texto. Assim, podemos falar em coeso textual quando existe uma unidade de sentido num texto, sendo esta unidade o produto da existncia daquelas expresses. Existem quatro formas de COESO TEXTUAL: COESO LXICAL (com palavras) Repetio Substituio por: Relao de SINONMIA ou equivalncia; Relao de ANTONMIA ou oposio; Relao de HIPONMIA/ HIPERONMIA; Relao DE HOLONMIA/MERONMIA. COESO INTERFRSICA (com conectores) assegurada por conectores. Os conectores pertencem a diversas classes de palavras (conjunes ou locues conjuncionais coordenativas e subordinativas, advrbios, preposies, etc.). Eles permitem organizar as ideias de um texto. Os conectores so um factor de coeso textual facilitando a compreenso da globalidade do texto. COESO TEMPORAL E ASPECTUAL Diz respeito organizao temporal e ordenao temporal das situaes representadas nos textos. Depende do uso dos tempos verbais, do valor aspectual e dos advrbios de localizao temporal. COERNCIA LGICA A coerncia lgica prende-se com a necessidade de um texto respeitar aspectos lgicos que caracterizam o mundo que conhecemos. Um texto logicamente coerente respeita trs aspectos: 1. a no contradio (um texto no deve contradizer-se); 2. a no tautologia (um texto no deve repetir a mesma ideia); 3. a relevncia (um texto deve suprimir informaes no relevantes para o seu significado global). TIPOLOGIAS TEXTUAIS (TIPOS DE TEXTO) Texto narrativo Nos textos narrativos, temos uma representao de factos num espao e num tempo determinados. Estes factos esto encadeados de forma lgica, orientando-se para um desenlace. Exemplos de textos narrativos: 1. Narrativa de factos (Histria, Biografia, Notcia, Reportagem); 2. Narrativa de fico (Romance, Novela, Conto, Fbulas).

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    Texto descritivo Os textos descritivos apresentam informaes a diversos nveis sobre espaos e personagens (caracterizao fsica e/ou psicolgica). As descries correspondem a momentos de pausa, em que a aco no se desenrola. Encontramos, assim, sequncias descritivas em textos narrativos. Texto dialogal-conversacional So textos produzidos por, pelo menos, dois interlocutores que trocam palavras numa situao de dilogo. Exemplos deste tipo de texto: dilogo em presena, conversa telefnica, entrevistas, discusses, debates Texto argumentativo O objectivo central de um texto ou de um discurso argumentativo convencer os interlocutores sobre a verdade de uma posio (tese). Os textos argumentativos visam, em ltima anlise, mudar o comportamento ou as atitudes do destinatrio do discurso. Trs caractersticas fundamentais do texto argumentativo:

    1. informar / provar; 2. agradar; 3. emocionar / comover. Exemplos de texto argumentativo: discurso poltico, discurso religioso, discurso forense (tribunal), debate, discurso acadmico; publicidade, conselhos, crticas. Texto expositivo-explicativo um tipo de texto onde encontramos anlises e snteses com inteno de informar. O seu objectivo a elucidao dos interlocutores. Encontramos este tipo de texto em: manuais escolares, textos didcticos ou cientficos Texto injuntivo-instrucional Este tipo de texto tem como objectivo controlar o comportamento dos seus destinatrios. So textos que incitam aco, que impem regras ou do conselhos. Encontramos estes textos em: instrues de uso, instrues de montagem, regras de instalao, receitas de culinria, normas de conduta TEXTO LITERRIO Possui uma dimenso esttica, ao passo que o texto no literrio tem uma natureza mais informativa. Existem trs formas naturais de literatura: narrativa, lrica e dramtica.

    Texto lrico: permite exprimir emoes, sentimentos, desejos e pensamentos que nascem no mundo interior de um eu.

    Texto narrativo: aquele em que um narrador apresenta uma histrica (ficcional ou histrica). Formas de narrativa: romance, conto, etc

    Texto dramtico: um texto feito da comunicao directa de personagens entre si. Serve com frequncia o teatro, tendo como finalidade a representao e o espectculo. No teatro, existe uma comunicao especfica entre autor, actor e pblico.

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    Obras Consultadas

    CUNHA, Celso e Cintra, LINDLEY. Nova Gramtica do Portugus Moderno. Lisboa, Edies S da

    Costa, 1997 (13. ed.).

    MARQUES, Carla, SILVA, Ins e FERREIRA, Paula Cristina. Nova Terminologia Lingustica para os

    Ensinos Bsico e Secundrio Estudo dos Contedos de Funcionamento da Lngua Previstos

    para os Programas de Lngua Portuguesa para os 2. e 3. Ciclos luz da TLEBS, Porto,

    Edies Asa, 2006.

    OLIVEIRA, Lusa E SARDINHA, Leonor. Saber Portugus Hoje Gramtica Pedaggica da Lngua

    Portuguesa. Lisboa, Didctica Editora, Agosto de 2006, 5. edio (reformulada de acordo com a

    Terminologia Lingustica Actual).

    PINTO, Jos Manuel de Castro e LOPES, Maria do Cu Vieira. Gramtica do Portugus Moderno.

    Lisboa, Pltano Editora, Fevereiro de 2005 (6. ed.).

    Outra bibliografia:

    Programa de Portugus do Ensino Secundrio, em vigor desde 2004/2005

    Entradas TLEBS (cd-rom)