Boletim Geped Pibid Ufac nº 02 setembro/2015
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Transcript of Boletim Geped Pibid Ufac nº 02 setembro/2015
REITOR Dr. Minoru Martins Kinpara
VICE-REITORA
Dra. Margarida de Aquino Cunha
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
Dra. Aline Andréia Nicolli
COORDENADOR INSTITUCIONAL
PIBID UFAC
Ms. Elder Gomes da Silva
Edição nº 02—Setembro/2015 ISSN 2447-2832
Expediente
Editores Alexandre Melo de Sousa
Rosane Garcia Silva Tatiane Castro dos Santos
Redação
Alexandre Melo de Sousa Rosane Garcia Silva
Tatiane Castro dos Santos
Revisão Alexandre Melo de Sousa
Diagramação
Rosane Garcia Silva
Supervisão Tatiane Castro dos Santos
Edição online: www.ufac.br
Apoio Assessoria de Eventos
e Cerimonial Ascom - Assessoria de
Comunicação
Há muito se discute e se defende, no
meio educacional, a necessidade de uma
relação estreita entre escola e comunidade.
Assim, podemos nos perguntar: qual a im-
portância dessa relação? Que benefícios são
alcançados por meio desse diálogo? Como
favorecer essa parceria? Sem dúvida, ao
refletirmos sobre esses questionamentos,
tomando como base não só os discursos
oficiais e os estudos desenvolvidos acerca
do tema, mas também as experiências coti-
dianas das escolas que já vivenciam essa
relação, endossamos a proposição: uma
escola que pense, sinta e seja sua comuni-
dade é uma condição para a melhoria da
qualidade da educação em nosso país.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei Nº 9394/96), estabelece, em
seu artigo 1º: “A educação abrange os pro-
cessos formativos que se desenvolvem na
vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pes-
quisa, nos movimentos sociais organizações
da sociedade civil e nas manifestações cul-
turais” (Brasil, 1996, p. 1).
Como se pode observar, a educação é
tratada de forma geral, abrangendo diversas
esferas da sociedade, sendo que a escola
não se configura como o único espaço edu-
cativo, mas divide essa responsabilidade
com a família, com outras instituições e
com os diversos membros da comunidade
da qual faz parte.
Desse modo, como manter em polos
opostos instituições, sujeitos e grupos que,
apesar de suas especificidades são responsá-
veis pela formação dos mesmo sujeitos?
Em outro trecho da mesma lei, encontra-
mos uma menção mais clara a essa parceria.
Em seu artigo 12º, a LDB apresenta a in-
cumbência dos estabelecimentos de ensino,
que devem, dentre outras ações: “VI - arti-
cular-se com as famílias e a comunidade,
criando processos de integração da socieda-
de com a escola; VII -informar os pais e
responsáveis sobre a freqüência e o rendi-
mento dos alunos, bem como sobre a execu-
ção de sua proposta pedagógica.”
Observamos, portanto, que a escola não
pode isolar-se da sociedade, mas fazer-se
parte dela, de modo que seja a articuladora
de processos que visem a essa integração.
No que se refere às famílias, deve relacionar
-se de modo a discutir junto a elas sua pro-
posta pedagógica, o desenvolvimento de
seus projetos, bem como os resultados al-
cançados. A busca por essa maior integra-
ção entre escola e comunidade é um dos
princípios norteadores da gestão democráti-
ca, instituída pela Constituição de 1988 e
Tatiane Castro dos Santos
A necessária relação entre Escola e Comunidade
Fonte: http://relacaoef.blogspot.com.br/
Título do artigo interno
Legenda da
imagem ou
do elemen-
to gráfico.
mentos da comunidade escolar na construção do Pro-
jeto Político-Pedagógico e na definição da aplicação
dos recursos recebidos pela escola (2015, p. 04)”
Sabemos, portanto, que em algumas instituições
essas muitas vozes ainda não gozam desse empodera-
mento, mas, naquelas em que essa coletividade é uma
realidade, os resultados são perceptíveis e constante-
mente destacados, e a relação escola e comunidade é
vista como intrínseca aos processos educativos.
Assim, ao investir no coletivo, a escola se fortale-
ce, compartilha responsabilidades, os alunos, por sua
vez, envolvem-se mais com sua própria formação e
as famílias “ocupam” seus espaços na instituição.
Enfim, ao participar da vida escolar, a comunidade
legitima ainda mais o importante papel da escola em
nossa sociedade.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria de Educação Básica; Lei Federal nº 9.394 de 20 de dezembro
de 1996. Dispõe sobre as Diretr izes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Brasília: Disponível em: < www.mec.gov.br > Acesso em: 01 de outubro de 2015.
OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, Luiz
Fernandes Dourado. Gestão escolar democrática: definições, princípios e mecanis-
mos de implementação. Disponível em:<http://escoladegestores.mec.gov.br /
site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_1.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de
2015.
estabelecida pela LDB (Lei nº 9394/96) em seu artigo
14º: “Os sistemas de ensino definirão as normas da ges-
tão democrática do ensino público na educação básica,
de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios: I- participação dos profissionais
da educação na elaboração do projeto pedagógico da
escola; II - participação das comunidades escolar e lo-
cal em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL,
1996, p. 7).”
Portanto, a escola precisa buscar uma gestão com-
partilhada, participativa, que se materialize nas ações
cotidianas, na construção do Projeto Político Pedagógi-
co da instituição (PPP) e na composição dos conselhos
escolares, um colegiado formado por gestores, profes-
sores, funcionários, alunos e pais, um conjunto de vozes
que devem ser ali legitimadas para definir as ações a
serem desenvolvidas. De acordo com Oliveira, Moraes
e Dourado: “A gestão democrática implica um processo
de participação coletiva. Sua efetivação na escola pres-
supõe instâncias colegiadas de caráter deliberativo, bem
como a implementação do processo de escolha de diri-
gentes escolares, além da participação de todos os seg-
EJORB, comunidade e formação educacional
Alexandre Melo de Sousa
Para uma educação de qualidade é funda-
mental a relação de parceria entre escola
(gestores, professores, funcionários e estu-
dantes) e comunidade (especialmente a famí-
lia). É impossível conceber a educação como
uma responsabilidade exclusivamente da es-
cola, uma vez que as primeiras experiências
de socialização do aluno
se dão no contexto fami-
liar. Se entendermos que
o indivíduo é ao mesmo
tempo aluno, filho e ci-
dadão; será fácil concluir
que a escola precisará do
apoio de todos como
agentes facilitadores no
desenvolvimento das
habilidades dos educan-
dos necessárias para o
pleno desenvolvimento
da cidadania.
Muitas escolas têm a preocupação de defi-
nir, em sua proposta pedagógica, essa respon-
sabilidade de parceria com a família. Um bom
exemplo é a Escola Estadual de Ensino Médio
José Ribamar Batista – EJORB, localizada no
bairro Aeroporto Velho, zona periférica do
município de Rio Branco. Numa região conhe-
cida como Baixada da Sobral, a EJORB atende
outros bairros como Sobral, João Eduardo I e
II, Palheiral, Bahia e Bahia Nova entre outros.
De um modo geral, a população desses bairros
foi se formando oriunda de localidades rurais
do Acre, o que acabou por se constituir numa
diversidade cultural inserida num contexto so-
cial que dificulta a aprendizagem, seja por con-
flitos na família (desemprego, violência do-
méstica, formação escolar dos pais), seja por
conflitos exteriores (violência urbana, crimina-
lidade etc).
Diante dessa realidade, a Escola Estadual
de Ensino Médio José Ribamar Batista, desde
a sua fundação em 2004, tem tido papel im-
prescindível na formação global do aluno, des-
de o trabalho com a autoestima, o despertar
dos valores éticos, a valorização e o exercício P Á G I N A 2
Coordenadora Pedagógica Maria de Fátima Suzuki Aguiar e Diretora Sirlene Pereira Luz
P Á G I N A 3 do respeito, até a conscientização do seu papel como
cidadão atuante, consciente, reflexivo e crítico –
como consta no Projeto Político Pedagógico
(PPP) da escola – “[...] tornando-se agen-
te de transformação, através de sua parti-
cipação como cidadão, e exercendo sua
função verdadeiramente política na socie-
dade” (2012, p. 12).
Atualmente, o EJORB conta com 24 tur-
mas de Ensino Médio, distribuídas entre
os turnos manhã e tarde. Além dos 42
professores e 18 funcionários que com-
põem o quadro da escola, são atuantes nas di-
versas atividades educativas os estagiários dire-
cionados pelas instituições de Ensino Superior
da capital e os bolsistas de programas como o
PIBID. Sobre esses últimos, diz Maria de Fáti-
ma Suzuki Aguiar, coordenadora de ensino da
escola: “Eles ajudam o professor como uma
espécie de monitoria, auxiliando os alunos que
têm dificuldades, com atividades diversificadas
e projetos. Eu acho muito importante, pois
mostra uma diferença no tratar do conhecimen-
to”.
Projeto “As aventuras de Alice no Séc. XXI”
A Gestão da Escola José Ribamar Batista promove anual-
mente atividades com o propósito de envolver alunos, profes-
sores e a comunidade a fim de favorecer o trabalho em equi-
pe, a interdisciplinaridade e a aplicação de conceitos de for-
ma contextualizada.
No ano de 2015, o projeto “As aventuras de Alice no séc.
XXI” propôs a “leitura moderna” dos clássicos “Alice no
país das maravilhas” e “Alice através do espelho”, como for-
ma de valorizar a visão interdisciplinar e intertextual nas
obras.
As leituras foram feitas no primeiro bimestre por todos os
alunos e professores e nos meses seguintes houve a prepara-
ção das atividades com a culminância das ações no dia 4 de
julho, data de comemoração dos 150 de publicação de
“Alice”.
As áreas do Pibid de Geografia, Química, Biologia e Mú-
sica fizeram parte das atividades com propostas inovadoras e
criativas. A área de Geografia, por exemplo, incluiu a produ-
ção cartográfica no Projeto da Escola com o tema “Seria o
Brasil o país das maravilhas do século XXI?”, “Impactos am-
bientais provocados pela construção de hidrelétricas: O lago
de lágrimas como metáfora” e “Alice pela toca do Coelho: as
camadas da Terra e as pla-
cas tectônicas”.
O Pibid Química mos-
trou as “maravilhas” produ-
zidas por meio da química
com experimentos lúdicos
para atrair a atenção dos
alunos e da comunidade ao
abordar a “Química no país
das maravilhas”.
A equipe do Pibid Bio-
logia explorou as várias
fases de Alice de acordo
com as adaptações sofridas
na adolescência.
O Pibid Música se destacou com a apresentação do
Coral e a Bandipapelice – Banda de papel de Alice – utili-
zando instrumentos musicais confeccionados com papel e
outros materiais reciclados. Os alunos apresentaram “A
surrealidade da realidade das Alices atuais” no dia come-
morativo de encerramento das atividades.
A Coordenadora Pedagógica da EJORB, Maria de
Fátima Suzuki, enfatizou que tais atividades só são possí-
veis devido a partici-
pação da comunida-
de. Segundo ela, “a
comunidade, os pais
já estão habituados a
participar. Eles fazem
parte do processo. A
participação da comu-
nidade é essencial”.
CURIOSIDADE
O nome da escola é uma home-
nagem ao educador José Ribamar
Batista, nascido em Sena Madu-
reira (Acre), em 1952, formado
em Pedagogia pela Universidade
Federal do Acre, que exerceu
grande papel na formação de
acreanos pelas escolas e outros
órgãos de formação onde lecio-
nou, tanto na zona urbana quan-
to na zona rural do estado.
Rosane Garcia Silva
Bandipapelice do Pibid Música
Pôster de Divulgação do Projeto
D E S TA Q U E S D O M Ê S
Lançamento de Livro no XIX CONBRACE
VI CONISE
Capítulo Entendendo os estudos culturais e as representações corporais Profa. Adriane Corrêa da Silva
De 8 a 13 de setembro, a Coordenadora de área
do Pibid Educação Física participou com alguns
bolsistas de iniciação à docência do XIX Congres-
so Brasileiro de Ciência
do Esporte
(CONBRACE) e VI Con-
gresso internacional de
Ciência do Esporte
(CONICE), na Universi-
dade do Federal do Espíri-
to Santo, em Vitória.
Durante o evento houve o lançamento do livro
Estudos e pesquisas da cultura corporal e comuni-
cação na Amazô-
nia, de Albuquer-
que e Dreves
(Orgs.), do qual a
Professora Adria-
ne participou com
o capítulo Enten-
dendo os estudos culturais e as representações
corporais.
Durante os dias 09 e 11 de setembro aconteceu o
curso “Redação do trabalho acadêmico”, uma inicia-
tiva das coordenadoras do Pibid: Profa. Ednaceli
Abreu Damasceno, Profa. Grace Gotelip e Profa.
Lúcia de Fátima Melo.
Com o objetivo de compreender a importância e
as principais técnicas para a redação do trabalho
acadêmico, durante os três dias de execução da ati-
vidade, a sala ambiente do Curso de Pedagogia este-
ve com a capacidade máxima de ocupação: partici-
param, além dos bolsistas e supervisores do Pibid,
bolsistas de iniciação científica e alunos de gradua-
ção. Para Daniela da Silva Lopes, bolsista do Pibid
de Pedagogia, o curso foi de grande relevância, pois
conseguiu esclarecer muitas dúvidas, especialmente,
com relação às normas da ABNT. O curso, segundo
ela, foi para os que desejam “investir na carreira
acadêmica, na carreira profissional”.
A professora Ednaceli conta que a ideia do curso
surgiu a partir de uma necessidade manifestada pe-
los próprios alunos (bolsistas) que apresentavam
dificuldades com relação à escrita acadêmica.
“Diante disso, sentamos eu, professora Grace e pro-
fessora Lúcia e desenhamos o curso.[...] A gente
espera que, a partir de agora, eles [os alunos] não
tenham tanta dificuldade de preparar os trabalhos.
[...] Não dá para se trabalhar um projeto de iniciação
à docência sem aliar a extensão, as atividades de
pesquisa... afinal de contas, a gente quer formar que
tipo de professor?”.
A Coordenadora Elisandra Moreira de Lira e os
bolsistas do Pibid Antonio Roney de Figueiredo Bar-
bosa, Maria Beatriz Lima de Magalhães e Edmar Al-
ves da Cruz (Supervisor) apresentaram o trabalho
“Geografia escolar: o Pibid como
aliado na construção de metodologi-
as diferenciadas”, na XV Semana
de Geografia e Seminário de Práti-
cas de Ensino, na cidade de Cáceres
(MT). O evento foi sediado na Uni-
versidade Federal do Mato Grosso,
de 14 a 18 de setembro de 2015.
Numa iniciativa da professora Márcia Verônica
Ramos de Macêdo, com o apoio das supervisoras do
Pibid (Simone Cristina de Freitas Ruzafa, Socorro
Onofre Maia e Zilda Bezerra) e dos bolsistas de inici-
ação à docência foram desenvolvidas oficinas de re-
dação em 06 escolas estaduais, atendendo cerca de
240 alunos que farão o Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM) nos próximos dias 24 e 25 de outu-
bro.
Essa foi mais uma atividade do subprojeto de Lín-
gua Portuguesa do PIBID de Letras/Português da Uni-
versidade Federal do Acre, coordenado pela professo-
ra Márcia, que teve como objetivo central subsidiar a
produção escrita do texto dissertativo-argumentativo
tomando por base as 5 competências avaliadas na pro-
va de redação do ENEM.
Participaram desta atividade alunos dos seguintes
estabelecimentos de ensino: Escola Estadual Lourival
Pinho, Colégio Estadual Armando Nogueira, Colégio
Estadual Barão do Rio Branco, Escola Alcimar Lei-
tão, Escola Lourenço Filho e Escola Jorge Mubarac.
EDUCAÇÃO FÍSICA
GEOGRAFIA
PEDAGOGIA
LÍNGUA PORTUGUESA