Boletim Científico IAC 15 - (ISSN 1809-7944)
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OBSERVAÇÕES SOBRE ALGUNS GÊNEROS DELEGUMINOSAS - PAPILIONOIDEAE
Hermógenes F. LEITÃO FILHO
ISSN 1809-7944
Boletim Científico IAC, Campinas, n. 15, 2009
A eventual citação de produtos e marcas comerciais, não expressa, necessariamente,
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Ficha elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico
L533o
CDD 633.3
Leitão Filho, Hermógenes F.
Observações sobre alguns gêneros de Leguminosas -
Papilionoideae/Hermógenes F. Leitão Filho. Campinas: Instituto
Agronômico, 2009.
67p. (Série Pesquisa APTA. Boletim Científico, 15)
ISSN: 1809-7944 (on-line)
1. Leguminosas I. Título II. Série
COMITÊ EDITORIAL DA APTA
IVANI POZAR OTSUK - IZ
OLIVEIRO GUERREIRO FILHO - IAC
CÉSAR ROBERTO LEITE DA SILVA - IEA
ELAINE FENDER DE ANDRADE TALMELLI - IP
MÁRCIA MARIA REBOUÇAS - IB
NELSON JOSÉ BERAQUET - ITAL
COMITÊ EDITORIAL DO IAC
OLIVEIRO GUERREIRO FILHO - EDITOR-CHEFE
RICARDO MARQUES COELHO
CECILIA A. F. P. MAGLIO
EQUIPE PARTICIPANTE DESTA PUBLICAÇÃO
COORDENAÇÃO DA EDITORAÇÃO: MARILZA RIBEIRO A. DE SOUZA
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: GUSTAVO PEREIRA VARGAS DE SOUZA
APRESENTAÇÃO
Temos a grata satisfação de apresentar aos leitores dos tempos atuais uma obra de rele-
vante valor científico e histórico. A data de sua elaboração original é imprecisa, mas certamente
foi no período de 1968 a 1973, quando o colega Hermógenes de Freitas Leitão Filho (in memoriam)
trabalhava como pesquisador na então Seção de Botânica Econômica do Instituto Agronômico -
IAC. Na época, o manuscrito foi prefaciado pelo pesquisador Shiro Miyasaka, chefe da então
Seção de Leguminosas deste mesmo IAC.
Cabe ressaltar que, embora sejam necessárias correções, sobretudo na nomenclatura
botânica de algumas espécies, essa publicação, em sua quase totalidade, é bastante atual,
extremamente didática e com informações básicas bastante importantes e esclarecedoras sobre
as leguminosas mais utilizadas no Estado de São Paulo e no País, tanto como plantas alimentícias
- para consumo humano e animal - como adubos verdes.
Disponibilizar este manuscrito aos mais distintos usuários é também uma homenagem
póstuma ao estimado colega Hermógenes, falecido precocemente, quando já atuava na
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - e à sua dedicação em reunir informações
detalhadas, valiosas e, particularmente, de muita utilidade no meio científico agronômico.
Elaine Bahia Wutke Roseli B. Torres
Pesquisadora Científica Pesquisadora Científica
Centro de Grãos e Fibras - Leguminosas Jardim Botânico
Instituto Agronômico - IAC Instituto Agronômico - IAC
Campinas, 04 de novembro de 2008.
PREFÁCIO
Pela menção na antiga civilização do Egito e da Ásia Orien
tal, o emprego generalizado de feijão, ervilha, alfafa e soja, po¬
de-se deduzir que o uso e o emprego de leguminosas pelo homem e a
serviço do homem data e se perde nos primórdios da história huma
na. O botânico grego, Theophrastus, consignou em seu trabalho,
escrito há três séculos antes de Cristo, que a leguminosa revigo¬
ra o solo cansado ou em decadência. Os romanos introduzirem a a¬
gricultura o adubo verde e o sistema de rotação de cultura empre¬
gando leguminosas.
Em nossos dias, não obstante ao progresso verificado na tec¬
nologia, o papel que as plantas leguminosas exercem na solução do
problema de alimentação não pode ser desprezado. Assim é que,
seguindo as gramíneas, as plantas leguminosas são as fontes de a¬
limentos de maior importância, tanto para o homem como para os a¬
nimais. Esta importância pode superar até a própria família das
gramíneas quando se considera como fonte de proteína, alimento pre¬
cioso e indispensável para perpetuação e desenvolvimento de qual
quer espécie do reino animal, qual seja o homem, ou o animal.
O aperfeiçoamento da técnica modorna de agronomia bastan
te avançada em nossos dias, também não dispensou o emprego de le
guminosas, pelo contrário, destaca, à luz do conhecimento da quí
mica biológica e da biofísica, a sua importância na manutenção da
capacidade produtiva de terras exploradas continuamente.
Há, ainda, outro setor onde várias leguminosas proporcio_¬
nam eficiente ajuda no aperfeiçoamento de técnica agrícola. É O
que se relaciona ao emprego de leguminosas no controle de erosão e
das enxurradas.
Diante de largo emprego que se faz e a potencialidade que
essa grande família leguminosa possui para contribuição do bem es¬
tar da humanidade faz-se necessário conhecimento melhor dela para
tirar o máximo de proveito que a planta pode oferecer e fazer a¬
plicação mais ampla no sentido de elevar rentabilidade agrícola.
Assim sendo é bastante oportuno o trabalho que o colega, -
Eng.º Agr.º Hermógenes de Freitas Leitão Filho, dedicado botânico,
apresente sobre sistemática de leguminosas úteis à agricultura,
procurando encerrar aspectos dó importância econômica.
Eng.º Agr.º Shiro Miyesaka
Seção de Leguminosas Divisão de Agronomia
O B S E R V A Ç Õ E S - sôbre alguns
gêneros de
Leguminosas - Papilionoideae
H.F.Leitão Filho
Observações sôbre alguns gêneros de Leguminosas-Papilionoideae
Hermógenes F. Leitão Filho
Compreende a grande família Leguminosas, uma das maiores
do reino vegetal inúmeros gêneros de larga importância econômi
ca para agricultura. Sob este aspecto, a grande maioria de nos
sas madeiras de lei, diversas plantas forrageiras e adubos ver
des, bem como inúmeras culturas que diariamente fazem parte de
nossas refeições pertencem a Família Leguminosae.
Portanto, o conhecimento desta grande família é de máximo
interesse para todos os que acham-se envolvidos na pesquisa agro¬
nômica, seja qual fôr o ramo de atividades exercido.
A Família das Leguminosae pertence a Ordem Rosales apresen¬
tando toda a família os seguintes característicos básicos: 1 -Dicotiledoneas; 2- Dialipételas- pétalas livres; 3- Heterocla¬
mídeas- apresentando cálice e corola diferenciados; 4— Súpero-
ovariadas.
A família compreendo plantas herváceas, arbustos, trepadei¬
ras e grande árvores, sem dúvida os gigantes de nossas matas tro¬
picais. Quase sempre apresentam nos raízes nódulos, devido a sim
biooe com bactérias do gênero Rhizobium - apenas não apresentam
nódulos algumas espécies dos gêneros - Cercis, Gloditsia, Gymno¬
cladus e Cassia. As folhas nas leguminosas podem ser simples ou
compostas. Sendo compostas podem ser formadas de dois a muitos
foliolos. As fôlhas no geral são alternas, mais raramente opos
tas. Os foliolos por sua vez podem ser opostos ou alternos, sen do cada disposição particular para determinados gêneros. As flo
res no geral aparecem agrupadas em inflorescências diversas, mais
raramente ocorrendo flores isoladas. Cada flor é formada por cá¬
lice e corola. 0 cálise normalmente é penta-lobado, por vezes
pentadenteado ocorrendo no entanto variação na forma padrão pela
soldadura de algumas peças. A corola apresenta 5 pétalas em dij9 posição característica para cada sub-família e em alguns casos
particulares, a cada gênero. Os estornes basicamente são em núme¬
ro de dez. Contudo, este caráter apresenta grande variação e é
usado para a caracterização de gêneros - no gênero Acácia dja sub-
família Caesalpinoideae o número de estamos é infinito, o mesmo
ocorre com o gênero Swartzia que agrega inúmeras árvores ornamen¬
tais de nossas matas litorâneas; no gênero Cássia é comum a pre-
•2-
sença de estornes com anteras estéreis (estaminodios) ou até mesmo
a ausência do número básico do estamos. A posição das anteras nor¬
malmente ô uniforme; contudo em alguns gêneros, como Crotalaria,
Dioclea e outros a3 anteras acham-se em dois níveis distintos (5+5)« Normalmente, ao anteras exibem todas a mesma forma, mas em al
guns gêneros como Dimorphandra elas exibem duas formas perfeita
mente distintas. As anteras normalmente são rimosas (deiscência
longitudinal) mas a ocorrência do anteras poricidas não é rara e
quase constante para determinados ganeroo - Cássia por exemplo.
0 ovário normalmente ê pluriovulado, ma3 espécies com Ovário uniovulados não são raras. 0 estigma exibe um grande poli¬
morfismo, característico para a grande maioria de gêneros de Le¬
guminosae-Papilionoideae de tal forfima que a classificação siste¬
mática genérica pode ser baseada exclusivamente em caracteres es
t l g m a t i c o 3 .
O fruto das Leguminosas ê um legume, com diversos artículos,
deiscente ou não. Contudo nas leguminosas de ovário uniovu¬
lado ê muito coüum a ocorrência de sâmaras- frutos secos indeis¬
centes providos de asas ora circulares ora unilaterais, Este é
o caso do diversos g ê n t r o 3 arbóreos brasileiros tais como - Schi¬ zolobium (Guapuruvu), Lyroxyloh (pau bálsamo) Lyrocarpus (cabreu¬ va); Platypodium (jacarandá do Campo) Pterogyno (amendoim) e mui¬
tos outros. Ainda podem ocorrer frutos drup&ceos alguns gê
neros de Leguminosas tais como:- Holocalyx, Andira e outros. Fi¬
nalmente podem ocorrer Leguminosas com fruto do tipo lomento- fru¬
to seco em que existe a separação do mesmo «rs artículos que podem
ser deiscentes ou não - é o caso dos gêneros Desmodium, Aeschyno¬
mene, e alguns outros.
A grande família leguminosas, da ordem Rosales pode ser con¬
siderada como uma evolução da família Rosaceae com a qual tem
grandes semelhanças na organização morfológica.. Pela evolução,
segundo a literatura pode-se considerar a sub-família Caesalpi¬
noideta, surgiram as sub-famílias Mimosoideae e Papilionoideae que,
na verdade exibem inúmeras diferenças morfológicas» Os motivos
que levam os estudiosos a colocarem as Caesalpinoideas como um
grupo mais primitivo são os seguintes:
a) - exibem na maioria dos gêneros cálise dialisépalo -(sé,
palas livres) - Este caráter é considerado mala primitivo e não
ocorre nos dois outros grupos.
b) — A grande maioria dos gêneros de Caesalpinoideae soo
arbóreas. Por evolução, Existe uma marcada tendência não forma¬
ção de. gêneros arbustivos e herbáceos, comuns nas outras sub-fa¬
mílias.
-3-
c) - Ausência de nódulos em algumas espécies de alguns
gêneros de Caesalpinoideae - a presença de nódulos é efetiva
mente um caráter mais evoluído.
d) - Anteras livres - grande maioria dos gêneros de Pa,
piiionolde&e, e m inúmeros gêneros de Mimosoideae as anteras
são conatas - o que ó um caráter efetivamente mais evoluído.
A Tribu Sophoreae das Leg.-Papilioncideae exibem anteras li
vres e não poucas vezes conCundiveis com gêneros de Caesalpi
noideae. Efetivamente esta rofe:cid:<. tribu é o traço de união
mais marcante entro as duas rrab-faníliac.
Convém ainda considerar-se que a Escola Americana pre
tendo o adota o desabamento da família da Leguminosas em
duas: Leguminosae (compreendendo Caesalpinoideae o Mimosoideae) o Fabaceae (compreendendo as Papilionoidese). Contudo,
B opinião geral é pela adoção das normas clássicas visto que
existem afinidades por demais evidentes para a separação das
Leguminosae em diversas famílias distintas.
Para a agricultura brasileira, inúmeros gêneros de Leguminosas tem importância real ou então potencial, pretendemos,
nossas linhas abaixo, analisarmos, um a um os principais gêneros
cultivados em nosso país da sub-família Papilionoideae, suas
características botânicas e posição sistemática.
Principais gêneros de Leguminosae cultivados no Brasil
( de interesse para a Seção de Leguminosas do IAC)
Família Sub-família Tribu Gênero
1) Mimosoideae
2) Caesalpinoideae
Leguminosae
700 gêneros
4.OOO espécies
3) Papilionatae ( 500 gênero
y 1O.OOO espécies).
S ) Genístea
1) Zoraia 2) stylosanthes 3) Arachis 4) Desmodium • 5) Aeschynomosse
6) Crotalaria 7) Lupínus *
3) Trifoliea 8) Trifolium 9) Modicago .
10) lielilotus
11) Lotus 4) Lotus
5) Gale¬ guae
12) Indigofera
13) Cyamopsis •
14) Sesbania
15) Astragalus
16) Tephrosia
6) Vicia
17) Cicer * 18) Pisum 19) Lens 20» Lathyrus 21) Vicia
Phaseo¬ leae
22) stizolobium 23) Centrosema 24) Rhynchosia 25) Cajanus 26} Canavalia * 27 Glycine 23) Calopogonium 29) Camplosema 30) Pueraria 31) Phaseolus 32) Clitoria 33) Vigha 34) Dolichos .
-4-
CHAVE ANALÍTICA PARA A DETERMINAÇÃO DOS GENEROS TRATADOS NO
TEXTO
1 - Legume do tipo lomento as vezes com apenas um único artículo-
Tribu Hedisareas 2
- Legume do tipo normal ou algo modificado, mas não um lomento 6
2 — Folhas compostas de apenas, dois ou quatro foliolos -
1 - Zornia
- Folhas simples ou compostas, nêste caso com mais que dois fo
liolos - 3 3 - Fruto apresentado no ápice a base do estilo que é persistente
e normalmente enrolada. Fruto apresentando 1 ou 2 artículos.
2 - Stylosanthes
- Fruto sem os característicos mencionados acima - 4
4 - Frutos na maturação penetrando no solo através do um prolonga
mento estilar
3 - Arachis
- Fruto sem o processo acima mencionado - 5
5 — Fruto sempre com mais que dois artículos, as vêzes hispidoloso. 4 - Demodium
- Fruto semelhante ao acima mencionado. Estornes na f l o r dispos
tos em duas falanges de 5 estornes cada ( 5 + 5 ) .
5 - Aeschynomene
6 - Estornes monadelfos. Anteras freqüentemente dimorfas - 7 Tribu Genisteas
- Estornes diadelfos via de regra, raramente monadelfos, anteras
no geral uniformes — 8
7 - Fruto na maturação inflado, ovoide ou cilíndrico. Sementes re¬
niformes. Folhas compostas trifolioladas ou simples. 6 - Crotalaria
- Fruto na maturação não inflado, geralmente linear. Folhas di
gitadas. 7 - Lupinus
8 - Folhas compostas sempre trifolioladas, com foliolos denteados
sem estipetelas. Ovário sem disco. Fruto no geral indeiscen¬
te.
- 9
- Folhas simples ou compostas de três a muitos foliolos mas sem
o conjunto de caracteres mencionados acima.
- 11
9 - Corola persistente após a floração. Pétalas inferiores solda¬
das ao tubo estaminal. Fruto oboval ou reto.
8 - Trifolium
- Corola caduca após a floração, Pétalas não soldadas ao tubo
estaminal.
- 1O
10 - Fruto encurvado lateralmente ou espiralado, frequentemente his¬
piduloso ou inerme.
- 9 - Medicago
- Fruto no geral globoso, reto ou encurvado, nunca espiralado,
1-2 seminado 10 - Melilotus
11 - Folhas compostas pinadas (com mais três foliolos) - 12
- Folhas compostas trifolioladas ou raramente, folhas simples.
Tribu Faseoleas - 22
12 — Folhas terminando em gavinhas, raramente em aristas. No geral
plantas trepadeiras.
Tribu Micieas - 18
- Folhas não terminando em gavinhas. Fruto no geral indeiscente.
- 13
13 - Filetes de 5 ou mais estames engrossados na porção superior.
Tribu Loteas - 11 - Lotus
- Filete dos estames não engrossados na porção superior - 14
Tribu Galequeas
14 - Anteras apiculadas (ver principalmente no botão floral) - 15
- Anteras não apiculadas - 16
15 - Estames diadelfos ( 9 + 1 ) . Foliolos numerosos, raramente 3.
—6—
Estornes monadelfos. Foliolos 3 , grandes.
13 - Cyamopaia
16 - Folhas paripenadae. Estilo glabro, estigma capitado. Legume
alargado, as vezes alado.
14 - Sesbania
- Folhas iaparipenadas. 17
17 - Plantas no geral herbáceas; estipulas bem desenvolvidos, muitas vazes amplexicaule. Legume ovoide, globoso, encurvado.
15 - Astragalus
- Plantas no geral arbustivas; estipulas pequenas. Legume li
near comprimido.
16 - Tephsrosia
18 - Estilo filiforme, glabro no apíce. Legume inflado.
17 - Cicer
- Estilo o estigma apresentando um tufo de pêlos. Legume
não inflada 19 -
19 - Estilo dilatado transversalmente, oanaliculaâo na face dorsal e piloso na face ventral; estipulas folíaceae no geral maio
res que os foliolos.
18 - Písum
- Estilo filiforme ou dilatado transversalmente mas não canali¬
culado, estipulas foliaceas sempre menores que os foliolos - 2 0 .
20 - Ovário bi-ovulado; fruto 1-2 seminado. Sementes discoides.
19 - Loas
- Ovário multiovalado, raramente bi-ovalado, neste caso com se
mentes esféricas 21
21 - Folhas com, no geral, apenas mu par de foliolos. Legume li
near ou lanceolado.
20 — Lathyrus
- Folhas com, no geral, diversos pares de foliolos. Legume alar
gado o bivaldo.
21 - Vicia
22 - Estilo glabro, principalmente em sua porção apical. 23
- 7 -
- Estilo pubescante, principalmente sob o estigma onde é comum a
ocorrência de um tufo de pêlos estigmáticos. - 31
23 - Pétalu3 de dimensões muito diferentes; estandarte apresantan¬ do a metade das dimensões da quilha.
22 - Stizolobium
- Pétalas de aproximadamente as mesmas dimensões, ou então ten¬
do apenas o estandarte mais desenvolvido - 24
24 - Estandarte apresentando ura apêndice curvado na sua face dor
sal, estigma dilatado no apíce.
23 - Centro sem a
- Estandarte sem apêndice dorsais - 25
25 - BrnctGn3 calicinais ausentes - 26 Brao tea3 calicinais isresentes - 27
26 - Ovário sempre bi-ovalado, hilo redondado ou ovalado.
- 24 - Rhynohosia
- Ovário 3 - 6 - ovalado
- 25 - Ca.1anu8
27 - Trepadeiras bem desenvolvidas* cálice com os dois lóbulos su
periores muito dilatados, soldados; os três inferiores peque
nos, agudos. Rácemos nodosos no ponto de inserção das flores.
- 26 - Canavalia
- Cálice sem os caracteristicos mencionados acima; rácemos nodosos
ou não,, no ponto do inserção das flores - 28
28 - Cálice com 5 dentes agudos, sendo que os d o i s superiores são
soldados até quase a metade*
- 27 - Glycine
29 - Betamos perfeitamente diadelfos; normalmente apenas 8 ou 9 es
tamos férteis com 1 ou 2 anteras atrofiadas.
- 28 - Calopogonium
- Estornes pseudo-monadelfos (soldados na porção média do tubo
estaminal e livres abaixo). Anteras todas férteis - 30
30 - Ovário estipitado. Cálice com 4 dentes, sendo o superior bi-
dentoado e maior que 03 domais.
—o—
29 - Camptosema
- Ovário não estipitado. Cálice com 4 laciníos agudos.
30 - Pueraria
31 - Quilha encurvada em S ou espiralada em diversas voltas.
31 - Phaaeolus
- Quilha reta ou apenas ligeiramente curva - 32
32 - estilo pubescente em toda a porção ventral do estilo, haven¬
do continuidade entre a puboscência do ovário e do estigma.
Flores grandes.
32 - Clitoria
- Estilo pubescante debaixo do estigma, mas glabro em sua par
te média, não havendo continuidade entJ?e a pubescência do
ovário e do estigma.
33 - Estigma sub-ápioal, ultrapassado pelo estilo que forma um pe
queno apêndice estéril.
33 - Vigna
- Estigma ápical, sem apêndice estilar. Estigma transversal.
34 - Dolichos
Características Botânicas dos gêneros
1 - ZORNIA
O gênero Zornia, da Tribu íledisareas apresenta aproximadamente
trita espécies distribuídas nas regiões tropicais e sub-tropicais
do mundo, ocorrendo desde a América do Sal até África e Australia.
No Brasil temos relatada a ocorrência de 12 espécies do gênero, ain¬
da não bem estudadas e portanto passíveis de uma nova modificação.
lio Estado de São Paulo são encontradas três espécies do gênero: -
Zornia dyphilla Fora. - Zornia gracilis DC. e Zornia latifolia
DC. Contudo, a ocorrência de outras espécies não deve ser encara
da como impossível devido a distribuiçao geográfica do gênero do
país.
Zornia é gênero bastante afim de Stylosanthes e Poiretia. Do
primeiro diferencia-se facilmente pelos foliolos bi ou tetrofolío¬
lados pelo fruto não inflado e não apresentando o prolongamento es¬
tilar apical. De Poiretia deferência-se pelo fruto, que neste gê
nero é glabro e com pontos glandulosos.
9
Abaixo damos a relação das espécies brasileiras do gênero e sua
respectiva distribuição geográfica no País.
1 - Zornia brasilienses Vog. in Lianaea XII.62. Baía, Minas Ge¬
rais.
2 - Zornia cearensis- Huber in B u l l . Herb. Boiss. Ser.II.I.307, Ceará, Rio Grande do Norte.
3 - Zornia cuyabensis - Malme in Arkiv. Bot.Stoekh. XXIII.A NO.13.26 (1931), Mato Grosso.
4 - Zornia dyphilla (L) Pers.sya.II.308.Baía, Rio Grande do Nor¬ te, Goias, Mato Grosso, Rio de Janeiro São Paulo, Rio Grande do Sul.
5 - Zornia echinocarpa Benth.Fl.Bras.XV.part. 1.85.1885. Baía.
6 - Zornia gracilis DC- Prodr. II. 316, Minas Gerais, São Paulo, Goias, Mato Grosso.
7 - Zornia latifolia - DC. Prodr. II. 317, Minas Gerais, São Pau¬ lo, Goias, Mato Grosso.
8 - Zornia marajoara - Herber in Bol. Mus. Pará.V.150 (1908), Pa¬ rá.
9 - Zornia sub-perforata - Malme in Arkiv.Bot.Stockh.XXIII. A No 13, 26 (1931), Rio Grande do Sul.
10 - Zornia tenuifolia - Moric.Pl.Nov.Americ.l32.t.79. Baía. 11 - Zoraia Ulei Harms in Engl. Jahrb. XCII.213 (1908) em local
não mencionado.
12 - Zornia virgata Moric.Pl.Nov.Amer.131,t.78. Minas Gerais.
As possibilidades do uso do gênero Zornia na agricultura, são
praticamente desconhecidas. Contudo, existem citações de seu uso
na Australia com resultado promissores. Burkart em sua obra 'Leguminosas Argentinas' menciona que as espécies do gênero Zornia são
boas forrageiras naturais ainda que de escasso rendimento. Contudo,
as espécies que ocorrem no Estado de São Paulo do gênero prosperam
em áreas arenosas de cerrado onde poucas plantas forrageiras tem
desenvolvimento vegetativo exuberante.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas de pequeno porte, nor
malmente apresentando na base xilopódio bem desenvolvido (órgão de
origem caulinar com funções de órgão de reserva de água). Folhas
compostas de dois ou quatro folíolos o que é muito característico
do gênero. Folhas estipuladas, com estípuladas bem desenvolvidas de
coloração verde clara e nitidamente estriadas, com estrias claras.
Anteras dez, todas férteis, dispostas ea dois vertlcilos distintos:
o interno com 5 anteras curtas com filetes longos e o externo com
-lo-
Zornia diphylla (L) Pers. - Aspecto da planta adulta
mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e semen
tes»
5 anteras longas e filetes mais curtos. Ovário linear com estilo
e estigma glabros. Fruto do tipo lomento, reto, com diversos ar¬
ticulos, hispido pubescente. No florescimento as plantas do gêne
ro zornia são facilmente reconhecíveis pela presença do grandes
bracteas foliaceas em toda extenção da haste floral.
- 1 1 -
2 - STYLOSANTHES
O gênero stylosanthes abrange atualmente 25 espécies, segundo
a mais recente revisão realizada por Mohlenbrock em 1957. Stylo¬
santhes é um gênero da tribu Hedysareae com grande afinidade com
os gêneros ironia e Arachis, mas individualizavel pelo fruto aéreo
(que o separa de Arachis) e pela presença de folíolos imparipina¬
dos (que o individualiza de Zornia que apresenta folíolos paripi¬
nados).
Geograficamente stylosanthes é um gênero que ocorre nos Esta¬
d03 Unidos, América Central, América do sul. até o Horto da Argen
tina e África até a Índia e Ceilão. Contudo, algumas espécies de
Stylosanthes tem sido introduzidas fora desta área natural, de for
ma a podermos considerar cosmopolita.
No Brasil são relatadas a ocorrência das seguintes espécies
de Stylosanthes:
1 - Stylosanhthes angustifolia - Vog. - Ceará, Maranhão, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte.
2 - Stylosanthes bracteata Vog - Mato Grosso, Minas Gerais, Pa¬ raná.
3 - Stylosanthes capitata Vog - Maranhão, Piauí, Minas Gerais.
4 - Stylosanthea guyanensis (Aubl.) Sw.spp. guyanensis - Baía Ceará, Guanabara, Goiás, Mi¬ nas Gerais, Paraíba, Paraná , Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
5 - Stylosanthes humilis H.B.K.- Baía, Pernambuco, Rio Grande do Norte.
6 - Stylosanthes leiocarpa Vog.- Minas Gerais, Sta. Catarina e Rio Grande do Sul.
7 - Stylosanthes montevidenais Vog.- Paraná, Rio Grande do Sul, Sta. Catarina e São Paulo.
8 - Stylosanthes scabra Vog. - Baía, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco o São Paulo.
9 - Stylosanthes viscosa Sw. - Baía, Guanabara, Minas Gerais e São Paulo.
Quanto as possibilidades do uso agronômico, o gênero Stilosan¬
thes tem sido ensaiado como forrageira das mais promissoras, prin¬
12-
mente as espécies Stylosanthes guyanensis (Aubl) Sw. e Stylosanthes
montevidensis Sw. Contudo, outras espécies do gênero devem ter pro
priedades semelhantes e devem ser examinadas com real atenção. Afo
ra êste uso, o gênero Stylosanthes é ocasionalmente usado como adu¬
bo verde em cultura cafeeira em diversos países com sucesso.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, no geral erectas, ra
ramente prostradas, anuais ou perenes. Folhas compostas trifoliola¬
das. Foliolos não apresentando estipetelas com grande polimorfismo
foliar, Estipulas presentes, no geral amplexicaule. Inflorescên¬
cia no geral terminal, raramente ocorrendo Inflorescência exilar.
Inflorescência espiciforme ou
capituliforme. Cada flor é
circundada por uma série de
bracteas e bracteolas. Cáli
ce tubuloso apresentando 5 ló¬
bulos, no geral desiguais, cem
um no geral, ou dois mais rara
mente bem mais desenvolvidos
que os demais. Corola amare
la ou amarelada com estrias pu¬
puras. O estandarte é mais de¬
senvolvido que os demais verti¬
cilos florais, as asas são ele¬
vadas e a quilha incorvada, -
mais curta que as asas. Estames;
10 monadelfos, em dois vertici¬
los (5+5) sendo um composto de
anteras oblongas basifixas e
outro de autoras elipticas dor¬
sifixas. Estilo filiforme, -
glabro, algo dilatado sob o
estigma. Ovário sub-séssil -
com 2 ou mais raramente três
óvulos. Fruto é um lomento no
geral biarticulado, ou com a¬
penas um artículo pelo aborto
de um óvulo, encimado pelo es¬
tilo que dá ao fruto aspecto
característico. Sementes es,
curas, compressas, ovoides.
Stylosanthes guianensis Sw. As
pecto do planta adulta mostrando
a Inflorescência, foliolos, fruto
e sementes.
- 1 3 -
O gênero Arachis, de grande importância econômica, tem como cen¬
tro de origem a região do Brasil Central (Pantanal de Mato Grosso)
conforme foi esclarecido corretamente pelos trabalhos de F.C.Hoehne
(1940). Este gênero apresenta no Brasil inúmeras espécies e varie
dades conforme mencionamos a seguir.
1 - Arachis angustifolia (Chodat et Hasslor) Killip.
Mato Grosso.
2 - Arachis bentheamii Handro - Mato Grosso.
3 - Arachis burkartii Handro - Mato Grosso.
4 - Arachis Diogoi Hoehne com as formas:
a) - Typica Hoehne.
b) subglabrata Hoehne.
c) Sericeo villosa Hoehne. Mato Grosso
d) Sub-marginata Hoehne.
5 - Arachis glabrata Benth forma typica Hoehne|S.Paulo,Goias
forma major Hoehne Mato
forma minor Hoehne |Grosso•
6 - Arachis guaranitica Chodat et Hasaler - Mato Grosso
7 - Arachis helodes Mart. - Mato Grosso
8 - Arachis hypogaea L - em todo país, cultivado.
forma typica Hoehne
forma macrocarpa A.Chev.
forma microcarpa A.Chev.
9 - Arachis marginata Gardn - Mato Grosso, Goiás.
10 - Arachis nambyquarae Hoehne - Mato Grosso, S.Paulo, Minas Gerais.
11 - Arachis prostrata Benth - com a sub-esp.Hagenbecki:
(Harms) Hoenhe - Mato
Grosso, S. Paulo, Minas
Gerais, Piaúi, Ceará.
12 - Arachis tuberosa; Benth - Mato Grosso
13 - Araohis villosa Benth - Mato Grosso, Paulo,
Sta. Catarina, Rio Grande
do do Sul.
-14
Das espécies referidas acima, efetivamente tem importância
econômica como planta cultivada a espécie: Arachis hypogaea L que
é o amendoim cultivado. Contudo, ocasionalmente encontramos pequenos plantações de Arachis nambyquarae Hoehne que produz frutos
com sementes bem maiores que A.hypogae L. mas efetivamente care
ce de maior valor agronômico.
Contudo, como forrageira diversas espécies do gênero Arnchis
têm grande valor potencial pela palatabilidade e quantidade de mas¬
sa verde produzida. Este particular as espécies A.glabrata Benth,
A.protrata Benth, A.Diogoi Hoehne são as mais promissoras, mas não
se tem dados mais elucidativos a este respeito. Contudo, como são
plantas perfeitamente adaptadas as nossas condições de clima e so
lo devem merecer por parto de nossos agrostologitas a máxima aten¬
ção. Recentemente, checou-nos a notícia da descoberta de uma nova
espécie da Arachis na Baía pelo Eng.º Agr.º Geraldo Pindo o que te¬
ria sido descrita pelo Engo . Agro. Antônio Krapovickas, especialis¬
ta no gênero. Contudo, infelizmente não temos ainda detalhes de
tal fato, razão pela qual não incluímos a referida espécie entre
cs de ocorrência em nosso território.
Caracteres Botanicos - Plantas herbaceas, no estado selva
gem bianuais ou perenes, es cultivadas anuais. Folhas compostas
em regra pinadas (com 2 pares de foliolos) ou então trifolioladas.
Foliolos com estipetelas nelas e as folhas apresentando estipulas
concrescidas desde a base até cerca de 1/3 do pecíolo (ora mais, -
ora menos). Flores solitários ou em pequenos rácimos exilarei pau¬
cifloros. Cálice com 2 lobalos, sendo que o superior apresenta 4
dentes e o inferior apenas 1. Estandarte simi-orbicular; asas; ob¬
longes e ligeiramente plicadas; quilha encurvada.
Estames monodelfos, geralmente apresentando 1 ou duas an
teras atrofiadas. Anteras dimorfas (anteras baslfixas oblongas e
anteras dorsificas elípticas). Ovário quase séssil no fundo do re¬
captáculo. Estilo comprido e fino, pubescente próximo ao estigma.
Estigma pequeno, globoso. (1) Fruto alongado, amadurecendo no so
lo, nas espécies cultivadas com 1-6 sementes e nas espécies selva
gens como no geral apenas uma única sementes.
(1)
- Após a fecundação, o ovário se desenvolve, formando o que
classicámente se chama de "peg". Este "peg" apresenta um geotro¬
pismo positivo, penetrando no solo onde completa o seu desenvolvi¬
mento com a maturação do fruto.
- 1 5 -
4 - DESMODIUM
Desmodium. é um grande gênero da Tribu Hedysareae abrangen
do aproximadamente 20 espécies distribuidas nas regiões tropicais
e sub-tropicais de todo o mundo. No Brasil, segando a Flora Brasil¬
liensis e outros autores ocorrera espontâneas as seguintes espécies:
1 - Desmodium adscendens DC. - em todo o país.
2 - Desmodium affine Schecht - Sul do Brasil.
3 - Desmodium albiflorum Salzm - Baía, Rio de Janeiro, S. Paulo, Goiás, Paraná, R. Grande do Sul.
4 - Desmodium asperum Desv. - Amazonas, Pará, Pernam¬ buco, Baía.
5 - Desmodium axillare DC. - Baía, Minas Gerais,Rio
de Janeiro.
6 - Desmodium barbatum Benth - Em todo o país.
7 - Desmodium cajanifolium DC. - Amazonas o Ceará.
8 - Desmodium canum (Gmel) Schinz et Thell - são Paulo, Paraná, Santa Catarina.
9 - Desmodium cuneatum Hook et Arn. Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
10 - Desmodium discolor Vog. - Goiás, Minas Gerais, -São Paulo, Paraná.
11 - Desmodium Dutrae Malmo - Rio Grande do Sal, San¬ ta Catarina.
12 - Desmodium leiocarpum G.Don. - Espirito Santo, Baía, Rio de Janeiro, Minas Gerais, talvez em São Paulo.
13 - Desmodium molle DC. - Ceará.
14 - Desmodium pabulare. - (Hoehne) Malme - são Paulo, Mi¬ nas Gerais e Sul do país.
15 - Desmodium pachyrrhizum Vog. - São Paulo, Santa Cata¬ rina, Rio Grande dõ" Sul.
16 - Deamodium physocarpos Vog. - Norte do Brasil, São Paulo.
17 - Desmodium platycarpun Benth. - Goiás, nato Grosso, Mi¬ nas Gerais.
-16-
18 - Desmodium sclerophyllum Benth. - Mato Grosso, Maranhão, Piauí.
19 - Desmodium spirale DC. - Amazonas, Pará, Per-nambuco, Pianí, Maranhão.
20 - Desmodium subsecundum Vog. - Norte do Brasil.
21 - Desmodium subsericeum Malme. - Rio grande do Sul.
22 - Desmodium triflorum DC. - Baía, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Finas Gerais.
23 --Desmodium uncinatum DC. - Todo país
24 - Desmodium venosum Vog. - m todo país
A citação das espécies acima mencionadas não implica que ês¬
te número seja total e definitivo. A própria literatura consultada cita algumas outras espécies duvidosas e a ocorrência de noves
espécies ou espécies comuns dos países limítrofes não devo ser re
jeitada.
Quanto as utilizações econômicas, quase todas as espécies
do gênero Desmodium são boas' forrageiras naturais, que vem senão
testadas em diversos países bem como o brasil. Desmodium apresen
ta uma grande quantidade de massa verde, fácil reprodução pela rá
pida disseminação de eu es sedentos o boa palatabilidade. Afora es¬
te uso, o emprego das espécies do gênero como adubo verde não deve
ser desprezada. É um gênero que merece dos agrostologistas um ca
rinhoso estudo pela sua importância potencial.
Caracteres Botânicos - Plantas herbaceas no geral, raramen
te sub-arbustos ou arbustos, no geral perenes, apenas uma ou outra
espécie- anual. Folhas composta trifolioladas em algumas espécies
folhas simples. Foliolos apresentando estipulas e estipetelas bem
desenvolvidas. Os foliolos comumente apresentam pêlos aderentes.
Inflorescência axilar ou terminal racemosa. Flores de coloração
vermelha ou azulada, cálice campanulado, bilabiado ou tetra partido.
Estamos 10, pseudo-monadelfos, o estorne vacilar na base livre. Ante¬
ras uniformes, todas férteis. Ovário linear, pubesesnte. Estilo
curto glabro, incurso. Estigma apical globoso e glabro. Fruto é
um legume do tipo lomento, bem característico, com diversos articu¬
los no geral indeiscentes e pilosos, sendo que esta pubescência fa¬
cilita a disseminação das espécies, Sementes elípticas com hilo
lateral.
- 1 7 -
Desmodium discolor Vog - Aspecto da planta adulta mostran
do a Inflorescência, foliolos, fruto e sementes.
5 - AESCHYNOMENE
Gênero que comporta aproximadamente 250 espécies, caracte¬
risticamente ocorrendo em regiões tropicais, principalmente na Amé¬
rica Central e América do Sul, África, Ásia o Ilhas do Pacífico.
Das espécies do gênero ocorrem no Brasil as seguintes:
l - Aesohynomene americana L. - Ceará, Guaporé, São Paulo, Minas Gerais.
-18-
2 - A.brasiliana (Poir) DC. - Amapá, Pará, Coará, Gaias e Rio de Janeiro.
3 - A. brevipes Benth. - Piauí e Baía.
4 - A.ciliada Vog. - Amazonas, Pernambuco,Baía e Rio de Janeiro.
5 -A.denticulata Rudd. - Rio Grande do Sul.
6 - A.elegans Schl. et Cham - Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais.
7 - A.evenia Wright. - Pará, Ceará.
8 - A.falcata (Poir) DC. - Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Sta. Catarina, Rio Grande do Sul.
9 - A.filosa Mart. - Amapá, Rio Branco, Pará, Piauí, Ceará, Paraíba, Mi¬ nas Gerais.
10 - A. fluminensis Vell. - Espírito Santo, Rio Branco, Pará, nato Grosso, Rio de Janeiro.
11 - A. histrix Poir. - Amapá, Ceará, Pará, Baía, Piauí, Alagoas.
12 - A.leptostachya Benth. - Baía, Minas Gerais, São Paulo. Goiás.
13 - A.maragineta Benth. -Piauí, Minas Gerais, Ceará, Sao Paulo.
14 - A.Martii Benth. - Baía, ninas Gerais
15 - A. Montevidensis Vog. - Mato Grosso
16 - A.oroboides Benth. - Mato Grosso
1? - A.paniculasta Willd. - Rio Branco, Amazonas, Pará.
18 - A.parviflora Mich. Minas Gerais.
19 - A.paucifolia Vog. - Minas Gerais, Goiás.
20 - A.podocarpa Vog. - Minas Gerais
21 - A.riedeliana Taub. - Minas Gerais
22 - A.rostrata Benth. - Ceará, Baía
23 - A.scabra G.Don. - Ceará, Pernambuco
24 - A.selloi Vog. - Rio de Janeiro, São Paalo. 25 - A.sensitiva Sw. - Amazonas, Pará, Maranhão,
Ceará, Paraíba, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro.
26 - A.viscidula Michx. - Ceará, Baía.
O gênero Aeschynomene embora apareça na flora brasileira com
um considerável número de espécies, carece atualmente de maior im¬
19-
portância econômica. Contudo, segundo a bibliografia consultada, as
diversas espécies do gênero oferecem forrarem de boa palatabilidade
e nunca são venenosas aos animais, mas produzem quantidade relativamente pequenas de massa verde. Porém, a possibilidade do uso agros¬
tológico de Aeschynomene não pode ser sumariamente desprezada princi¬
palmente em consorciação com outras forrageiras. Como adubo verde,
nada consta na literatura a respeito.
Caracteres Botânicos - Plantas lenhosas ou herbáceas, anuais
ou perenes, erectas ou prostradas. Folhas compostas pinadas de 5
até 80 foliolos, sendo os foliolos alternos (no geral) ou opostos.
Foliolos sub-sésseis, por vezes sensitivos, não muito desenvolvidos.
Inflorescência normalmente exilar, por vezes terminal, racemosa. In¬
florescência com braotea3 e bracteolas. Flores pentâmeras. Cálice
comumente persistente, bilabiado, sendo o lábio vexilar bipartido e o carinal tri-partido. Corola papilionaceae, amarela mais raramen
te brancacenta. Estandarte orbicalar, ovado, cordado ou reniforme.
Asas aproximadamente do mesmo tamanho que o estandarte, bem como a
quilha. Quilha calda, ligeiramente
curva, estames 10 diadelfos 5+5. Todas anteras são fér
teis. Ovário 2-18 ovalada. Estilo gla
bro, flexível. Estig¬
ma capitado com li
geiros pêlos simples
no apíce. Fruto lomento 2-18 articulado, sub-séssil ou es¬
tipitado, glabro ou
tomentoso. Sementes
raniformes, de colo
ração marrom e preta,
com hilo circular.
Aeschynomene Salloi Vog. Aspecto da plan¬
ta adulta mostrando a inflorescência, fo
liolos, fruto e sementes.
- 2 0 -
6 - CROTALARIA
O gênero Crotalaria, da tribu Genisteas ê um dos grandes
gêneros das Leguminosae-Papilionoideae reunindo aproximadamente 4OO espécies distribuídas nas regiões tropicais e sub-tropícais de am
bos os hemisférios. No Brasil ainda não temos uma revisão precisa
que nos indique com segurança o número exato de espécies que ocorrem
em nosso país, mas, podemos estimar em aproximadamente 35 espécies que são:
1 - Crotalaria acutiflora Benth. - Minas Gerais, Baía.
2 - Crotalaria anagyroides H.B.K. Americana - Cultivada em Todo pais o espontânea.
3 - Crotalaria brachycarpa Benth. - Baía.
4 - Crotalaria brachystachya Benth. Piauí, Baía, Goiás, Mi-nas Gerais e são Paulo.
5 - Crotalaria breviflora DC. - Minas Gerais e Mato Grosso.
6 — Crotalaria clausseni Benth. - Minas Gerais e Baía.
7 - Crotalaria depauperata Mart. - Minas Gerais, Baía, Es
pirito Santo.
8 - Crotalaria divaricata Benth. - Brasil Morte.
9 - Crotalaria flavicoma Bent. - Minas Gerais e São Paulo
10 - Crotalaria foliosa Benth. - Minas Gerais e são Paulo
11 - Crotalaria Grantiana Harv. - África - introduzida e cultivada.
12 - Crotalaria Hilariana Benth. - são Paulo e Paraná.
13 - Crotalaria incana L. - América e África - Cultivada.
14 - Crotalaria intermédia Kothchy - Europa - Introduzida o cultivada.
15 - Crotalaria juncea L. - Cultivada em todo país¬ Esp. Americana.
16 - Crotalaria leata Mart. - Piauí 17 - Crotalaria lanceolata E.Mey - África - Introduzida e
cultivada
18 - Crotalaria Maypurensis H.B.K. - América Central, Guia nas, Amazonas, Pará.
19 - Crotalaria mucronata Desv. - Introduzida na África e cultivada.
-21-
20 - Crotalaria nitens H.B.K. - México, Perú, Brasil ( A -mazonas a R i o Grande do Sul)
21 - Crotalaria otoptera Benth. - Baía
22 - Crotalaria paulina Schrank - Cultivada no País.
23 - Crotalaria pilosa Mill. - América Central e Brasil (talvez introduzida). -Cultivada.
24 - Crotalaria Pohliana Benth. - Minas Gerais, Goiás e S. Paulo.
25 - Crotalaria pumila Ort. - Sul do Brasil, Uruguai e Argentina
26 - Crotalaria retusa L. - Cultivada em todo país.
Nativa do Brasil.
27 - Crotalaria rufipila Benth. - Minas Gerais e Baía.
28 - Crotalaria sericea Retz - Introduzida na Índia - Cul¬ tivada.
29 - Crotalaria stipularia Desv. - América do Sul (Venezuela Colômbia, Guianas) - Lito¬ ral, Rio de Janeiro.
30 - Crotalaria sub-decurrens Mart - Minas Gerais e Goiás.
31 - Crotalaria teediana Benth. - Rio Grande do Sul.
32 - Crotalaria usaramoensis Bak. - África - Introduzida e cultivada.
33 - Crotalaria velutina Benth. - Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais.
34 - Crotalaria verrucosa L. - Guianas e Amazonas. Cultivada em São Paulo.
35 - Crotalaria vespertilio Benth. Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Piauí.
As espécies mencionadas acima, muitas delas introduzidas co
mo adubos verdes de primeira ordem, vem sendo cultivadas no Estado
de São Paulo. Contudo, seria de grande interesse um estudo mais -
pormenorizado do gênero objetivando-se principalmente testar-se o valor de nossas plantas nativas, a maioria das quais permanecem dos
conhecidas e vias de desaparecimento pelas constantes queimadas
de seu habitat natural.
Caracteres Botânicos - Plantas anuais ou perenes, herbáceas
ou arbustivas, apresentando folhas simples alternas ou compostas -
trifolioladas. Folíolos obovais de bordo liso. Muito comumente as
estipulas que são livres do pecíolo são decorrentes sobre o caule
tornando o alado (contudo 5ate caracter é inconstante e por vezes
variável dentro da mesma espécie). Inflorescência terminal race¬
mosa de dimensões variadas. Cálice com 5 dentes agudos, normalmen¬
te livros mas por VEZES Semi-sòldados na ápice. Estandarte orbi¬
cular ou oblon;--o, com duas calosiaades na base. Asas aplicadas
transversalmente. Quilha recurvade as vezes formando um ângulo
reto. Flôres via de regra amarelas sendo muito rara a ocorrência
de outra coloração. Estamcs 10, cor: an-10, com anteras dimorfas:
5 grandes basificas e 5 pequenas dorsifixas, Ovário no geral sés¬
sil podendo contudo ser estipitado, 2 a pluri-ovalado. Estilo li¬
geiramente piloso na sua face interna,, com estigma terminal peque¬
no. Legume inflado sem septos internos, com grande espaço vazio
en seu interior, muito característico do gênoro. Sementes reni¬
formes de coloração variadas.
Crotalaria mucronata Desv. - Aspecto da planta adulta mostrando, flor, foliolos, fruto o sementes
Crotalaria retusa L. - Aspecto da planta
adulta mostrando Inflorescência, folíolos
frutos e sementes.
24-
7 - Lupinus
Gênero contando com aproximadamente 150 espécies distribuidas principalmente pelo oeste dos Estados Unidos e Cordilheiras -
dos Andes, atingindo até as planícies do Rio da Prata. Comporta o
gênero Lupinus plantas de diferentes "habitats" variando desde al¬
tas montanhas até planícies xerofiticas.
No Brasil, falta-nos uma revisão exata da validade e número de nossas espécies. Contudo, pelos trabalhos de Bentham na Flora
Brasiliensis em nosso país encontramos as seguintes espécies:
1 - Lupinus arenarius Gardn - Minas Gerais.
2 - Lupinus attenuatus Gardn - Baía, Minas Gerais.
3 - Lupinus bracteolaris Desr - Rio Grande do Sal.
4 - Lupinus comptus Mart. - Minas Gerais, Goiás.
5 - Lupinus coriaceus Benth. - Minas Gerais, Goiás.
6 - Lupinus crotalarioides Mart. - Baía, Minas Gerais.
7 - Lupinus decurrens Cardn - Minas Gerais.
8 - Lupinus Hilarianus Benth - Rio Grande do Sal, São Paulo, Rio.
9 - Lupinus linearis Desr. - Rio Grande do Sal.
10 — Lupinus laevigatus Benth. - Minas Gerais, Espirito Santo.
11 — Lupinus lanatus Benth. - Rio Grande do Sul.
12 - Lupinus multiflorus Desr. - Rio Grande do Sul e Para¬ ná.
13 - Lupinus ovalifolius Benth - Minas Gerais, Baía, E• Santo.
14 - Luninus parvifolius Gardn - Minas Gerais, Espirito Santo.
15 - Lupinus subsessilis Benth - São Paulo, Minas Gerais.
16 - Lupinus vaginans Benth. - Minas Gerais
17 - Lupinus valutinus Benth. - Minas Gerais, São Paulo.
0 gênero Lupinus, apresenta sues espécies brasileiras (ou que
ocorrem nativas no Brasil) divididas em doi3 grandes grupos: ao es
pécies que apresentam folhas simples e as espécies que apresentem fô¬
lhas compostas digitadas. 0 primeiro grupo ocorre nas regiões dos
Estados da Baia, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso, ou seja nas regiões mais quentes do país. O segundo grupo de folhas com
-25-
postas digitadas ocorre apenas no Sal do país (Paraná, Rio Grande
do Sal) Uruguai e Argentina. Quanto as possíveis utilizações das
espécies nativas brasileiras, pouco se tem a respeito. Segundo da
dos de Burkart e Hoehne as espécies nativas de Lupinus são boas -
forrageiras e adubo verde, mas gozem de fama de terem frutos tóxi¬
cos aos animais. Ba verdade, a respeito deste assunto necessita
mos de uma pesquisa mais acurada.
Quanto as espécies introduzidas o cultivadas de Lupunus te¬
mos no país as seguintes;
1 - Lupinus albus L.-Tremoço, cultivado como forrageira e na pro
dução de sementes comestí¬
veis. Originária do Sul
da Europa.
2 - Lupinus angustifolius L.
Espécie originária do Sul
da Europa e cultivada no
Brasil.
3 - Lupinus arboreus Sims.-Espécie-Norte -america
na, ornamental.
4 - Lupinua luteus L. - Espécie originária do sul
da Europa, cultivada no
Brasil. A primeira es
pécie -Lupinus albus L.,
o tremoço, é a espécie
mais largamente cultiva
da, principalmente pelas
suas sementes comestíveis
As demais espécies men
cionadas, apresentam uti¬
lizaçõeo semelhantes,mas
com valor agronômico in
ferior. Contudo, para e¬
feito de melhoramento é
bem possível que haja in¬
teresoe nestes cultivos.
5 - Lupinus pusillus L.- in¬
troduzida o cultivada co¬
mo ornamental. Lupinus pusillus L. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, folíolos, fru¬
to Q sementes
2 6 -
Caracteres Botânicos - Plantes anuais ou perenes, herbáceas
no geral, apresentando folhas simples ou compostas digitadas com vá
rios foliolos. Folhas pecioladas, com espitulas basais soldadas no
pecíolo. Inflorescência um rácimos terminais, geralmente apresentan¬
do flores vistosas azuladas, brancas ou rosadas. Cálice bilabiado,
com duas bracteolas na basal Estandarte simi-orbicular, bem desen
volvido. Asas grandes, obtusas, soldadas no ápice. Quilha aguda
muito característica. Estamos soldados em um tubo cerrado, monadel¬
fos, apresantando anteras dimorfas sendo que 5 apresentam forma oblonga e 5 reniformes, mas todas férteis. Ovário piloso. Estilo
glabro, estigma apical coroado por um anel de cerdas. Legume com 2 a varias sementes ovaladas ou semi quadrangulares.
8 - TRIFOLIUM
Trifolium repens L. - Aspecto da
planta adulta mostrando a inflo¬
rescência, folíolos, fruto e se¬
mentes.
O gênero Trifolium, reuni¬
do ao redor de 320 espécies não é nativo do Brasil sen
do originário da Europa e
Ásia. Contudo, devido a ex
celência de algumas espécies
deste gênero como planta for¬
rageiras sua introdução vem
sendo tentada em nosso meio,
mas, os resultados não tem
sido dos melhores pela não
adaptação das referidas es
pécies as nossas condições
climáticas. Porém ê possível
que a ação de um melhorament
bem conduzido possa conduzir
a criação de híbridos o cul¬
tivares perfeitamente adap
tados ao nosso meio com re
sultados bantantes favorá
veis. Afora seu uso como
planta forrageira de valor
o gênero Trifolium Comporta
diversas espécies apícolas
e outras ornamentais.
- 2 7
Introduzidos e cultivadas no Brasil, temos as seguintes espécies ,
(como plantas introduzidas podem ocorrer outras espécies que não são
de nosso conhecimento).
Trifolium filiforme L. - ornamental.
Trifolium hybridum L. - ornamental e forrageira.
Trifolium incarnatum L.- ornamental e forrageira.
Trifolium polymorphum Poir.-sem grande valor e talvez nativo
no Sul do país
Trifolium pratense L. - ótima forrageira.
Trifolium repens L. - ótima forrageira.
Trifolium subterraneum L.- forrageira.
Caracteres Botânicos - Plantas sempre herbáceas, no geral pros¬
tradas. Folhas compostas digitadas no geral com 3 , raramente com 5-7 foliolos. Folhas estipuladas com as estipulas adnatas ao pecíolo.
Cálice com 5 dentes no geral sub-iguais ou os inferiores (2) algo maiores. Algumas vezes o cálice apresenta-se inflado sobre o fruto.
Pétalas unquicuelada3 com asas e quilha sub-iguais e o estandarte mais desenvolvido. Estames diadelfos (9+1) embora por vezes e estorne vexilar seja unido na porção intermediária aos demai. Estilo gla¬
bro, estigma capitado. Ovário séssil ou estipitado, com pouco óvu
los. Fruto por vezes envolto pelo cálice, utricular ou folicular com
1-2 e mais raramente 3-4 sementes. Sementes pequenas e via de regra ovalados.
9 - MEDICAGO
O gênero Medicago é originário do Europa, com algumas espé
cies africanas e asiaticas. Na América do Sal não temos nenhuma es
pécie nativa, mas sim introduzidas das regiões acima referidas. São
plantas forrageiras de primeira qualidade, tendo grande importância
econômica. No Brasil, cultivados, temos as seguintes espécies:
Medicago arborea Aubl.
Medicago denticulata Wield.
Medicago disciforme D C
Medicago falcata L.
Medicago hispida Gaertu
Medicago leicarpa Benth
Medicago lupulina Linn.
Medicago sativa Linn.
-28-
Tôdas as espécies mencionadas são excelentes forrageiras na
turais ou então podendo ser usadas na fenação e ensilagem. Das es
pécies mencionadas M.sativa Linn é a mais comum e apresenta diver
sas variedades comerciais. No Brasil, embora o uso de alfafa seja
econômico êle está mais disse
minado entre agricultores que
dispõem de maiores recursos, -
pois em escala comercial é uma
cultura que exige técnica apu
rada para ser bem sucedida.
Caracteres Botânicos - Plantas
no geral herbáceas, erectas ou
prostradas raramente sub-arbus¬
tivas (caso de M.arborea Aubl.
que atinge 2 ,0 metros de altu
ra). Folhas compostas trifolio¬
ladas, com foliolos denticula¬
dos. Folhas alternas com esti¬
palas adnatas à base de pecío-
lo. Inflorescência formada por
rácimos axilares umbeliformes
ou capitaliformes. Cálice pe
queno, penta-denteado sendo os
dentes sub-iguais. Estandarte
obvado ou oblongo, sub-séssil,
asas oblongas. Quilha obtusa,
menor que as asas. Estamos 10
uniformes, sendo o vexilar li
vre (9*1). Ovário séssil ou
brevemente estipltado, normal
mente multiovulado. Estilo gla¬
bro, estigma capitado.
Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e sementes.
Legume falcado e espiralado, hispiduloso ou não, tardiamente deis¬
cente, ou legume ovoideo uniseminado. Sementes pequenas, ovais ou
arredondadas.
10 - MELILOTUS
Melilotus alba Medik. - Aspec
to da planta adulta mostrando
a inflorescêncis, foliolos,
fruto e sementes.
O gênero Melilotus reune a¬
tualmente ao redor de 20 espécies originárias das regiões temperadas
e sub-tropicals do Velho-Mundo. No
Brasil surgem espontaneamente três
espécies, mas, introduzidas temos
pelo menos mais outras duas. É pos¬
sível que introduções recentes te
nham elevado o número de espécies
o correntes em nosso país. . As espé¬
cies espontâneas e introduzidas são:
a) Espontâneas
1 - Melilotus albus - Ders -comum no sal do país,
desde S. Paulo até o Rio
Grande do Sul.
2 - Melilotus indicus (L) All. idem a primeira espécie
3 - Melilotus messanensis (L)
Rio Grande do Sul.
b) - Introduzidas
4 - Melilotus altissímus
Thuill.
5 - Melilotus officinallis
(L) Desr.
As espécies do gênero Melilo-
são excelentes forrageiras naturais
o adubo verde de boa qualidade, além
de malíferas. Embora ofereçam largas
possibilidades de uso agronômico não
temos notícia de nenhum trabalho a
30-
êste respeito em nosso meio, sendo que diversos países da Europa e
E.U.A. seu uso é de grande importância econômica.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas anuais, erectas ou
decubentes. Folha compostas trifolioladas, com foliolos de bordos
serrados. Inflorescência axilar ou terminal, racemosa. Cálice pe¬
queno, penta-denteado, com os dentes sub-iguais. Pétalas livres,
na base unquiculadas sendo que o estandarte é mais desenvolvido que
as asas e estas maiores que a quilha. Estâmes diadelfos, anteras
uniformes. Ovário séssil ou estipitado com poucos óvalos ( 2 - 8 ) . Es¬
tilo filiforme glabro. Fruto sub-globoso ou ovoideo, maior que o
cálice, reto, indeiscente ou tardiamente deiscente por meio de 2 val¬
vas. Sementes em número de l-2 por fruto, pequenas e ovaladas.
ll - LOTUS
Gênero originário do Velho Mando, com espécies europeias, a¬
siaticae. africanas, com um total aproximado de cem espécies. Entre
estas algumas apresentam valor forrageiro considerável enquanto ou
tras são ornamentais. Introduzidas e cultivadas no Brasil temos as
seguintes espécies.
l - Lotus corniculatus L. - forrageira.
2 - Lotus tetragonolo-
bus L. - forrageira
e ornamental.
Caracteres Botânicos
Plantas herbáceas, pere¬
nes, erectas ou prostradas.
Folhas sésseis, com 5 fo
liolos sendo que os 3 api¬
cais são obovais e digita
dos e os 2 outros ovais e inseridos na base de pecío¬
lo. Flores amarelas, as
vezes avermelhadas em inflo
rescências axilares. Cálice
campanalado, com 5 lóbulos
1 sub-iguais e pubescente na
j face interna. Estames l0,
Lotus corniculatus L. Aspecto da plan¬ ta adulta mostrando a inflorescência , foliolos, fruto e sementes.
- 3 1 -
diadelfos com so filotes engrossados na porção apical, Ovário li
near, multiovulado, estilo incurvo, glabro; estigma apical. Legu
me linear, cilíndrico, deiscente e com as volvas retorcidas após a
deiscêneia. Semente sub-globosa ou lenticular.
12 - INDIGOFERA
Gênero muneroso, de distribuição predominantemente tropical,
abrangendo aproximada
mente 300 espécies, das quais a grande maioria
é africana. Na América
temos aproximadamente 50 espécies e no Brasil são
relatadas a ocorrência
de 15 espécies, a saber:
1 - Indiglofera aspe¬ rifolía Bong.
Rio Grande do
Sul, S. Paulo.
2 - Indigofera Bran¬
chetiana Benth.
Baia.
3 - Indigofera Bongrar¬ âiana (O.K.) Buak
Mato-Grosso, S.
Paulo .
4 - Indigofera campes¬
tria Bong.
Rio Grande do sul,
Paraná, Stª Cata
rina, São Paulo.
Indigofera hirsuta L. - Aspesto da planta adulta mostrando a inflores¬ cência, foliolos, fruto e sementes.
5 - Indigofera guaranitica Hasse - Minas
Gerais.
6 - Indigofera hirsuta Linn. em todo o país.
7 - Indigofera latifolia Mich. - Mato Grosso.
8 - Indigofera lespedezoidea H.B.K. - Pará, Piauí, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso.
9 - Indigofera microcarpa Desv. - Pará, Amazonas, Piaupi, Pernambuco.
10 - Indigofera pascuorum Benth - Pará e Amazonas. 11 - Indigofera sabulicola Benth - Bahia, Rio de Janeiro,
Espírito Santo.
12 - Indigofera suffruticosa Mill. - Minas Gerais, S. Pau¬
lo. Cultivada em todo
o país.
13 - Indigofera sumatrana Gaertn. - Introduzida e cultiva¬
da.
14 - Indigofera tinetoria L - Introduzida e cultivada.
15 - Indigofera truxillensis H.B.K. - Minas Gerais, S.
Paulo (Introduzida).
Das espécies referidas acima, L . suffruticosa Mill, I. su¬
matrana Gaestn, Indigofera tinctoria L . e Indigofera truxillensis
H.B.K. foram cultivadas para a extração do anil. Contudo, como
atualmente esta extração se processa por processos químicos in
dustriais o cultivo destas plantas foi abandonado, mas tornaram-se
plantas muito comuns em todo o país devido este fato. Afora a pos¬
sibllidado da extração de anil, o gênero Indigofera não apresenta
nenhum outro caráter econômico.
Indigofera suffruticosa L . - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e sementes.
- 3 3 -
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas ou sub-lenhosas, e¬
rectas, anuais ou perenes. Folhas compostas alternas foliolos em
número variável, alternos ou opostos. Caracteristicos do gênero e a presença de pêlos malpiquiaceos nos foliolos. Cálice penta-denteado
com dentes de aproximadamente iguais dimensões. Corola pequena, nor¬
malmente rosada, com o estandarte orbicular; quilha obtusa com duas
saliências laterais. Estames 10, uniformes, diadelfos (5+1); muito
caracteristico do gênero é a presença de glândulas sobre as anteras,
sendo estas glândulas caducas e observaveis apenas no botão floral •
Ovário breve, pubescente estilo curto e glabro, estigma apical globo¬
so. Legume linear, reto ou falcato, nultiseminado. Sementes em for¬
ma guandragular ou cuboite, pequenas.
13 - CYAMOPSIS
Pequeno gênero com
portando apenas três espé¬
cies (Chevalier 1939) ori¬ ginárias da Ásia e África.
No Brasil, introduzida, o¬
corre apenas uma única es¬ pécie: Cyamopsis tetrago¬ noloba (L) Taubert. Esta
planta é originária da In dia no Brasil como plan
ta forrageiral Em seu -
país de origem as vagens
são usadas na alimentação
humana, após cozimento •
Quanto os resaltados expe¬ rimentais em nosso meio
desconhecemos pois sua in¬
trodução é relativamente
recente.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, erectas. Folhas
compostas, foliolos ovais e denticulados, glabros. Inflorescência
racemosa; axilar. Flores do coloração violacea. Cálice tubalo-
80, com 5 dentes agudos. Estandarte sub-orbicular; asas oblon¬
gas, quilha reta. Estames 10, monadelfos. Ovário linear; es-
Cyamopsis tetragonoloba L. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, folíolos, fruto e sementes.
- 3 4 -
tilo erecto e estigma capitado. Legume comprido, bi-valvar, com o
ápice do estilo persistente, com 7-8 sementes obovais ou truncadas.
14 - SESBANIA
Gênero comportando atualmente aproximadamente 15 espécies válidas, habitantes das regiões tropicais do ambos heminsférios, com
marcada, preferência por locais úmidos. No Brasil o gênero Sesbania
comporta provalmente 4 espécies embora não se tenha realizado ne
nhuma revisão precisa neste sentido. Das espécies brasileiras do
gênero não se conhecem utilidades agrícolas e embora algumas espé
cies sejam ornamentais. Habitam locais úmidos o em várzeas culti¬
vadas podem ser problema pela concorrência que exercem. As espé
cies brasileiras do gênero são:
1 - Sesbania aculeata H.B.K. 2 - Sesbania exasperata H.B.K.
•Sesbania exasperata H.B.K - Aspecto da planta adul¬ ta mostrando a inflorescencia, folíolos, fruto e se¬
mentes
- 3 5 -
3 - Sesbania punices Benth
4 - Sesbania sesban (L) Merril
Caracteres Botânicos - Plantas arbustiva3 ou sub-arbustivas com folhas compostas paripinadas em diversas j u g a s . Foliolos obtu¬
sos e opostos. Inflorescêncis axilares racemosas, com b r ac t ea3 e
bracteolas caducas. Cálice bem desenvolvido, campanulado, do seg
mentos curtos, quase iguais. Estandarte orbicular ou reniforme ,
com. os bordos dobrados; asas falciformes, oblongas; quilha arquea¬
da, unquiculada. Estames diadelfos, o vexilar livre e dobrado em
ângulo reto na base. Anteras uniformes. Ovário curto-estipitado,
com diversos óvulos; estilo recurvado e estigma apical capitado.
Legume linear, com diversas sementes, por vezes alado, deiscente.
15 - ASTRAGALUS
Astragalus é o maior gênero de Leguminosas existentes no
globo, abrangendo aproximadamente 1.200 espécies, cujos centros de
origem localizem-se na Ásia ocidental e sub-tropioal, na Europa a América do Norte. No Brasil não temos nativa nenhuma espécie de
Astragalus. Contudo, embora o gênero não tenha maiores utilidades,
sendo inclusive planta tóxica aos animais domésticos, é possível ,
polo elevado número de espécies existentes do mundo, que tenham o¬
corrldo introduções em nosso meio. A inclusão do gênero Astraga¬
lus em nosso trabalho prende-3e ao elevado número de espécies que
ocorrem, inclusive nos países limítrofes do Brasil.
Caracteres Botânicos - Plantas no geral herbáceas, mais ra
ramente sub-arbustivas e arbustivas, inermes ou espinescentes. Fo
lhas compostas imparipinadas, mais raramente trifolioladas ou com folhas simples. Foliolos integros, sem estipetelas. Estipulas pre¬
sentes, livres ou adnatas no pecíolo. Flores violetas, purpureas
ou amareladas, em inflorescênclas racemosas especifermes ou mais -
raremente em umbelas ou solitarias. Cálice tubuloso com dentes sub¬
iguais. Estandarte ovado-oblongo, unquiculado; quilha de aproxima¬
docente mesmas dimensões das asas. Estames 10, o vexilar livro
(9+1); anteras uniformes. Ovário séssil ou estipitado, pluriovu
lado; estilo filiforme, reto ou curvo, glabro. Estigma glabro. Le¬ gume séssil ou estipitado, bi-valvo, elíptico, comi suturas salien
tes. Sementes arredondadas ou reniformes, pequenas.
16 - TEPHROSIA
Gênero com centenas de espécies originárias na sua maioria
da África, ocorrendo contudo na América Tropical o Australia. No
Brasil, temos assinalada a ocorrência das seguintes espécies.
1 - Tephrosia adunea Benth - Goiás, Mato-Grosso, Minas G e
rais.
2 - Tephrosia brevipes Benth - Amazonas e Norte de Matto
Grosso.
3 - Tophrosia candida DC. - Introduzida o cultivada.
4 - Tephrosia cinerea Pers. - Rio Grande do Sul, S. Paulo, Bahia, Minas Gerais.
5 - Tephrosia egregia
Sandwith. Ceará
6 - Tephrosia leptos¬
tachyta DC. Goiás,
Minas Gerais, Pia
uí, Baía.
7 - Tephrosia nitens Benth. - Amazonas
e Pará.
8 - Tephrosia sinapou
(Bue'hoz) A . Chey.
Amazonas, Pará e
cultivada no resto
do país.
9 - Tephrosia Vogelii
Hook. f• - introdu¬
zida e cultivada.
Das espécies mencionadas
do gênero Tephrosia, as intro¬
duzidas T. candida B C , T. vo¬
gelii Hook. f• e a espécie na¬
tiva do Brasil meridicional
sinapou (Buc'hoz) A.Chev.
são usadas como adubo-verde -
com êxito.
Tephrosia candida DC. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflores¬ cência, foliolos, fruto e sementes".
-37-
Por outro lado t Ô d a 3 as espécies do gênero tem conteúdo relativa
mente elevado de rotenona, substancia inseticida de larga aplica
ção industrial por não ser tóxica aos animais. Sobre n o s s a s espé¬
cies nativas faltam-nos maiores dados sobre sua possibilidade de
uso agronômico quer como adubo verde, quer na suo aplicação indus¬
trial.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, sub-arbustivas
ou arbustivas, nas condições xerofíticas com xilopódio bom desen
volvido, erectas. Folhes compostas imperipinadas com foliolos o¬
postos, lineares ou elipticos o nervuras laterais paralelas e nu¬
rosas. Inflorescência terminal ou axilar, normalmente bom de
senvolvida. Cálice com 5 dentes agudos, sub-iguais, sem bracteo¬
las. Pétalas unquiculadas, estandarte sub-orbicular, geralmente
sericeo-viloso em sua porção externa; asas obovais ou oblongas •
Quilha recurvada, obtusa ou aguda. Estames diadelfos, o vexilar
ligado aos demais na base. Ovário séssil; pluriovulado; estilo
glabro ou piloso, estigma apical com ou sem um pequeno pincel de
pêlos. Legume linear, coriaceo, deiscente, bi-valvo e com diver
sas sementes. Sementes pequenas.
-38-
17 - CICER
Gênero comportando aproximadamente 20 espécies distribuídas
na Ásia. Contudo, somente uma espécie, Cicer arietinum L. tem
real importância econômica pelas suas sementes comestíveis. A es
pécie Cicer arietinum L. apresenta diversas variedades botânicas,
reconheciveis pela coloração de flores o sementes. No Brasil, es
ta espécie é cultivada sob
o nome vulgar de "grão-de-
bico", embora não ocupe lu¬
gar de grande destaque den¬
tro da agricultura nacional,
contudo, pelas qualidades
alimentíceas desta espécie,
deve-se incrementar o seu
cultivo em nosso meio.
Caracteres Botânicos - Plan¬
ta herbácea com folhas com
postas imparipinadas e mul¬
tifolioladas. Foliolos com
bordos nitidamente dentea¬
dos e curto-piloso. Inflo
rescência axilar, geralmen¬
te uniflora. Cálice com
5 dentes bem desenvolvidos
e agudos. Estandarte arre¬
dondado, asas livres e qui
lha curta. Estornes 10, uni,
formes, o vexilar livre (9+l).
Anteras dispostas em duas
falanges, as superiores ba¬
sifixas e as inferiores dor
sifixas. Ovário séssil com 2 ou mais sementes, estilo filiforme,
glabro. Legume ovalado, inflado, e piloso. Sementes grandes, ova
ladas e irregalares.
Cicer arietinum L - A3pecto da plan¬ ta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e sementes.
- 3 9 -
18 - PISUM
Gênero Pisum abrange cerca de 6 espécies herbáceas originá
rias da Ásia Ocidental o Europa. Contudo, para a agronomia, ape
nas uma espécie tem real importância econômica; Pisum sativum L.
sens. lat. Esta espécie que é a conhecida "ervilha" apresenta di
versas sub-espécies, e estas, inúmeras variedades botânicas e culti¬
vares, razão pela qual,
sua sistemática é bastan¬
te complexa. A julgar-se
pela literatura européia
sobre o assunto, pode-se
considerar a sub-espécie
elatius (Stev) Alef. co
mo a mais primitiva e a
partir da qual derivâm-se
todas as ervilhas atual¬
mente cultivadas. Sendo
planta de clima mais tem¬
perados, no Brasil ainda
não conhecemos nenhum
trabalho pormenorizado
sobre o assunto, mas em
nosso meio já possuímos
inúmeros cultivares bas
tante distintos. Para um
efeito prático podemos
distinguir para forragem
e adubo verde o cv.arvense
sendo que os demais cul
tivares são alimentícios.
Tisum sativum L. - Aspecto da planta
adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto o sementes.
- 4 0 -
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, glabras,trepadei
ras e anuais. Folhas compostas paripinadas, com 2 -3 pares de f o
liolos. Estipulas foliaceas irregularmente denteadas, grandes, -
maiores que os foliolos, abraçando o caule em sua parte basal. Flô¬
res dispostas em rácimos axilaros, pouco numerosos. Cálice campa¬
nulado, com 5 dentes agudos e semi-foliáceos, maiores que o tubo.
Estandarte orbicular; asas falciformes, aderentes a quilha na sua
porção média. Quilha curta e obtusa. Estormes diadelfos, o vexilar
livre. Anteras todas férteis, dispostas no ápice de filetes que ora
são mais curtos e ora soo mais longos. Ovário séssil, glabro o plu¬
riovulado. Estilo formando ângulo quase reto com o ovário, piloso
sob o estigma. Legume comprimido, deiscente, bi-valvo e glabro. Se¬
montes globosas.
19 - LENS
O gênero Lens comporta apenas 5 espécies originárias da Eu¬
ropa. Destas 5 espécies apenas uma. Lens culinares Medik é culti¬
vada em escala comercial e presente em nosso país. Contudo, o len¬
tilha não apresenta entre nós uma importância econômica muito gran¬
de, aparecendo apenas em culturas esporádicas. A espécie Lens cu¬
linaris Medik apresenta, segando a revisão de Barulina (1) duas
sub-espécies: - macrosperma (Baumg)Barul o microsperma (Baung).
cada uma das quais abrangendo diversas variedades botanicas.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, anuais, erecta.
Haste delicada e esverdeada. Folhas compostas pinadas, com gavi¬
nhas no ápice. Flores em rácimos axilares paucifloros. Cálice pen¬
ta lobado, com lóbulos sub-iguais e bem desenvolvidos. Estandarte
obovado ou sub-orbicalar; asas obliquas na porção intermediária ade¬
rentes ao estandarte; quilha menor que a asas. Flores brancas. Es
tamos 1 0 , diodelfos ( 9 + 1 ) . Ovário sub-séssil, glabro, bi-ovulado.
Estilo encurvado, pubescente na face ventral próximo ao e3tigma, que
ê apical. Legume comprimido, ovalado, 1-2 seminado. Sementes de
forma caractoristicamente lenticular, amiladas.
( 1) Baralina, H - Lontils of the O.R.S.S. and other countries;
a botanico - agronomical monograph. Supplem.4O, Bullet.
of Appl.Bot. of Genetics and Plant. breeding - pg .265-
304, Leningrado 1930 em Russo c/resumo em Inglês.
•41-
20 - LATHYRUS
Gênero que comporta aproximadamente 120 espécies das quais
a grande maioria é nativa da Europa e América do Norte. Na Améri¬
ca do Sul existem aproximadamente umas 20 espécies nativas da Ar
gentina, Bolívia, Chile e Uruguai, além de algumas outras introdu¬
zidas. No Brasil podemos afirmar, práticamente não existem espé¬
cies nativas, a não ser Lathyrys Parodii Burk, no Rio Grande do
Sul. Introduzidas s cultivadas encontramos:
Lathyrus latifolius L.
Lathyrus odoratus L.
Lathyrus sativus L,.
As duas primeiras espécies são as conhecidas "ervilha do
cheiro" cultivadas pelas suas floradas magníficas. A primeira es¬
pécie' é perene e tem flores menos vistosas que a outra. Lathy
rus sativus L. tem vagens comestíveis embora de paladar não mui
to apurado! Algumas espécies de Latyrus são usadas como forrogei¬
ras (Lathyrus sylvestris L.) com resultados apreciáveis na Euròpa.
Ho Brasil, não se tem dados a este respeito.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, anuais ou perenes,
trepadeiras por meio de gavinhas foliares. Folhas compostas pari
pinadas com estipulas normalmente bem desenvolvidas. Flores soli¬
tarias ou em racimos axilares.
Cálice tubuloso, 10 nervado com 5 dentes sondo que os su
periores são algo menores que os demais. Estandarte ovalado com
unha comprida; asas livre3 ou levemente aderidas a quilha, que é
obtusa e mais curta que as asas. Estamos 10, diadelfos, sendo o
vexilar livre ou mais ou menos único aos demais. Ovário linear,
glabro ou pubesecente, pluviovulado; estilo recurvado, formando um
angulo quase reto com o ovário, espatulado, glabro no dorso e pu¬
bescente na face interna. Estigma apical, globoso. Legume li
near, deiscente, bi-valvo, contendo numerosas sementes globosas
ou cuneiformes, algo comprimidas.
42-
21 - VICIA
O gênero Vicia abrange aproximadamente 150 e spéc i e s origina¬
rias da Europa o das regiões temperadas da América do Sul. No Bra¬
sil, não possuímos nenhuma espécie nativa, sendo todos os represen¬
tantes deste genero entre nós, introduzidos dos paises limitrofes
ou da Europa.
A espécie Vicia Faba L., de origem européia é cultivada a
largo tempo, e utilizada no E3tado verde ou maduro na alimentação
humana. Por outro lado, a maioria das espécies deste gênero são
excelentes forrageiras naturais embora normalmente não produzindo
consideráveis quantidades de massa verde. Contudo, sob este aspec¬
to, uma espécie americana, Vicia nigricans Hook et Am. apresenta
rendimentos consideráveis e deve ser testada como forrageira das
mais promissoras, enquanto outras, t a i s como Vicia sativa L e Vi
cia hybrida L . são usadas como forrageiras nos países de clima tem¬
porado. •
Caraoteres Botânicos - Plantas herbáceas erectas ou pro3tra
das, trepadeiras por meio de gavinhas foliáceas. Folhas compostas
pinadas, com foliolos opostos ou alternos, estipulados. Inflorescen¬
cia axilar racemosa, com 1 a muitas flores cada uma. Cálice cam¬
panulado, ligeiramente oblíquo, 5 denteado. Corola azul, violeta
ou branca. Pétalas unquiculados, sendo que o estandarte é oboval
o emarginado. Asas oblongas aderidas à quilha na sua porção inter¬
mediaria. Estamos diadelfos, anteras elíticas e uniformes. Ovário
linear, com vários óvulos. E s t i l o filiforme com pêlos na sua por
ção apicsl. Estigma apioal. Legume comprinido, bi-valvo e deis¬
cente. Sementes esféricas, no geral, raramente elíticas ou irregu¬
lares.
22 - STISOLUBIUM
Gênero africano contendo aproximadamente 10 espécies antro silvestres e cultivadas, das quais algumas são cultivadas no Bra
sil o apenas 1 espécie é nativa em nosso país. O gênero Stizolo¬
biun é muito próximo ao gênero Mucuna ao qual é por vezes unido,
nas efetivamente apresenta caracteres capazes de separá-lo do gene¬
ro Mucuna.
No Brasil, a única espécie nativa é Stizolobium pruriens (L )
Pers que é uma trepadeira bem desenvolvida de flores rosadas e le¬
-43-
gume provido externamente de pêlos urticantes, comum nas matas tro¬
picais úmidas (no Estado de São Paulo nas matas litorâneas) e por
vezes cultivada como planta ornamental. Desta espécies, segundo al¬
guns autores (Burkart e outros) são derivadas todas as demais espé
cies cultivadas, que para o Estado de São Paulo são:
1 Stizolobium aterrimum Pip et
Trac.
2 - Stizolobium cochinchinense
(Loureiro) Morse
3 - Stizolobium Deeringianum Bart
O reconhecimento das espécies
citadas pode ser feito da seguin¬
te forma:- Stizolobium Deeringia¬
nua Bort. tem flôres violaceas,
legumes pequenos cobertos de pu¬
bescüacia negra e sementes gla¬
bosas marmoreadas. Stizolobium
aterrimum Pip et Trac apresenta
sementes pretas com halo branco
(Mucuna preta). Stizolobium co¬
chinchinense (Loureiro)Mores é
considerada planta ornamental.
Algumas outras espécies de Sti¬
zolobium vem sondo testadas em
culturas, mas faltam-nos dados
seguros a respeito. As plantas
do gênero Stizolobium sao adubos
verdes por excelência o usadas
em larga escala.
Caracteres Botânicos - Plan
tas herbáceas anuais, por vezes
robustas, trepadeiras ou erectas.
Folhas trifolioladas bem desen
volvidas, com foliolos laterais
nitidamente assimétricos,.Flores
cem rácimos axilares multiflores,
cora requis nodoso. Cálise campu¬
nulado com 4 dentes bem desenvol¬
Stizolobium Deeringianum Bart - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, frutos e
sementes.
vidos e desiguais, agudos. C dente calicinal superior é inteiro ou
mais raramente bi-denteado. Flor bem desenvolvida, com estandarte me¬
nor que as dedais peças (cerca da metade do comprimento das demais
peças). A s a s grandes, ovaladas, mas menores que a quilha que é a
peça mais desenvolvida da flor, ligeiramente curvada, endurecida
—44-—
no ápice. Estames 10, diadelfos (o vexilar livre) com filotes en
grossados sob as anteras, estas podendo ser basifixas ou dorsifi¬
xas e normalmente pubescentes. Ovário pubescente. Estilo pubeacen¬
te na sua parte inferior, na porção média glabro. Estigma glabro.
Legume 3-6 seminado, no geral de coloração preta, duro, tardiamente
deiscente, pubescente as vezes até urticante e apresentando via de
regra uma estria longitudinal. Sementes no geral pretas, ariladas
e duras.
0 gênero próximo do Lucuna do qual se diferencia pelos se
guintes caracteres:
Stizolobium
1 - Plantas anuais.
2 - Sementes com arilo.
3 - Sementes pequenas ou médias, raro grandes.
4 - Legume sub-cilíndrico. 5 - Flores no geral violaceas a
brancas.
Mucuna
1 - Plantas no geral perenes.
2 - Sementes semarilo.
3 - Sementes grandes (mais do 1 cm do comprimento) raro médias.
4 - Legume comprimido.
5 - Flores no geral amarelas.
23 - CENTROZEMA
Gênero abrangendo aproximadamente 35 espécies, todos amori¬
canas, ocorrendo no Brasil aproximadamente 20 espécies. O gênero,
como tantos outros mencionados, precisa de uma revisão para o es
clarecimento de algumas espécies duvidosas e ainda a descrição de
algumas novas espécies.
No Brasil são relatadas as seguintes espécies:
1 - Centrocema angustifolium Benth. - Bahia, Tinas Gerais, São Paalo.
2 - Centrosema arenarium Benth - Ceará, Baía, Rio Gran¬ de do Norte.
3 - Centrosema bifidua Benth - Goías
4 - Centrosema bracteosum Benth - Minas Gerais.
5 - Centrosema brasilianum Benth - São Paulo, Minas Gerais,
6 - Centrosema coriaceum Benth. - Minas Gerais, Baía.
7 - Centrosema dasyanthum Benth. - Rio de Janeiro, Minas Gerais.
-45-
8 - Centrosema fasciculatum Benth. - Mato-Grosso
9 - Centrosema grandiflorum Benth. - Minas Gerais e Sao Paulo.
10 - Centrosema heptaphyllum Moric - Baia, Piauí
11 - Centrosema pascuorum Mart. - Todo o Brasil.
12 - Centrosema platycarpum Benth - Goiás.
13 - Centrosema plumieri Benth - Amazonas, Pará, Guianas e são Paulo.
14 - Centrosema pubescens Benth - São Paulo e todo o Brasil.
15 - Centrosema rotundifolium Mart.- Baía, Goiás, Piauí 16 - Centrosema sagittatum (Willd)Brandeg - São Paulo (raro).
17 - Centrosema venosum Mart. - Minas Gerais e Goiás.
18 - Centrosema vetulum Mart. - Minas Gerais
19 - Centrosema virginianum Benth. - Todo o Brasil e América do Sul.
Das espécies mencionadas para o Brasil, ocorrem efetivamen
t e no Estado de São Paulo as seguintes: - Centrosema angustifolium Benth, planta relativamente rara em cerrados; Centrosema brasilianum
Centrosema pubescens Benth. - Aspec
to da planta adulta mostrando a in¬
florescência, foliolos, fruto e se
mentes.
- 4 0 -
Benth também de solos arenosos e pobres de cerrados; Centrosema gran¬ diflorum Benth. ornamental de beira de matas e locais sombreados
e úmidos, Centrosema pubescens Benth. cultivada e nativa no Estado; Centrosema sagittatum (Willd) Brandeg de ocorrência rara em so
los pobres: Centrosema virginianum Benth. cultivada e nativa em
campos cerrados do Estado.
Das espécies mencionadas para o Estado de são Paulo apenas
Centrosema virginianum Benth e Centrosema pubescens Benth são CULti¬
vadas como plantas forrageiras e adubo verde. Contudo, embora a
maioria das espécies citadas não ofereçam massa verde em quantida
des grandes seria interessante testá-las, principalmente Centrose¬ ma grandiflorum Benth. e algumas outras espécies.
Caracteres Botânicos - Plantas perenes, trepadeiras, no g e ral herbáceas. Folhas compostas tri-folioladas de forma oval-lan-ceolada ou lanceolada com ápice acuminado, ou ainda compostas com
3-7 foliolos, podendo os foliolos serem opostos ou digitados, ou
ainda com folhas simples alternas. Inflorescência exilar recemosa,
com flores curtamente pediceladas, inseridas na raquis que não é no dosa. Bracteas e bracteolas presentes o persistentes. Cálice pen-
ta-denteado com 3 dentes menores agudos e dois maiores, igualmente agudos, bem desenvolvidos. O estandarte apresenta um apêndice no dorso (em forma de usa reentrancia) que ê característico do gênero
e o individualiza. Estames dez, diadelfos 9 e 1, o vexilar livre. Ovário com disco basal, multiovulado, sericeo pubescente. Estilo
glabro com estigma apical que no ápice é alargado e ciliado nos,bor¬ dos . Legume glabrescente ou sericeo piloso com ápice nitidamente
apiculado, multiseminado, septado internamente. Sementes pequenas,
no geral escuras, com halo bem desenvolvido.
O gênero Centrosema pode ser dividido em três grupos para a
sua classificação botânica: o grupo de espécies de folhas compos
tas pinadas; o grupo de espécies de fOlhas compostas digitadas e o grupo de espécies de folhas simples. O 1º grupo ocorre em todo o Brasil, 2º grupo acha-se restrito aos Estados de M i n a s Gerais, Ma¬ to-Grosso, Goiás e Baía.
O 3º grupo tem distribuição geográfica pelos Estados de Sao Paulo, Minas-Gerais e Goiás, embora uma espécie (Centrosema virgi¬ n i a n u m Benth) seja cultivada em todo o país.
- 4 7 -
24 - RHINCHOSIA
O gênero Rhynchosia abrange aproximadamente 150 espécies que
tem sua distribuiçao localizada principalmente na África. No Brasil
encontramos seguramente 11 espécies embora soja possível que e s t e
número seja aumentado com uma revisão completa do gênero. As espé¬ cies que ocorrem em nosso pais são:
1 - Rhynchosia Glauseni Bent;
Minas Gerais, Goiás e Ma
to Grosso.
2 - Rhynchosia corylifolia
Mart -Rio Grande do Sal.
3 - Rhynchosia diversifolia
Mich. Rio Grande do Sul
4 - Rhynchosia leucophylla
Benth - S. Paalo.
5 - Rhynchosia lineata Benth Rio Grande do Sal.
6 - Rhynchosia lobata Desv.
Norte do Brasil.
7 - Rhynchosia minima DC. Co¬
mum em todo o país
8 - Rhynchosia platyphilla
Benth - Rio de Janeiro,
Espirito Santo, Baia.
9 - Rhynchosia pyramidalis
(Lam) Urb - Todo o país. 10 - Rhynchosia reticulata
D C Minas Gerais, Goiás,
S. Paulo e Mato Grosso.
11 - Rhynchosia senna Gill -
Rio Grande do Sal.
Embora sendo um gênero bem representado em nossa flora, não
se conhece aplicações econômicas para estas plantas. Algumas espé
cies são tidas como tóxicas aos animais, mas trabalhos recentes de
monstram ser esta suspeita infundada. A espécie R. pyramidallis
(Lam.)Urb ê considerada forrageira embora não seja de grande rendi¬
Rhynchosia pyramidalis (Lam).Urb. Aspecto da planta adalta mostrando
a inflorescência, foliolos, frutos e sementes.
-48-
mento e palatabilidade.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, normalmente trepa
deiras ou mais raramente prostradas. Folhas compostas, com três fo¬
liolos que normalmente apresentam-se lobados, embora e s t e caráter não seja constante nas diversas espécies. Flores em rácimos axila¬
res, pediceladas. Cálice com 5 dentes agudos, sendo que os dois su¬ periores são usualmente soldados entre si. Estandarte obovado, gla¬
bro ou pubescente, com aurícalas basais. Asas estreitas e auricula¬
das. Quilha com pétalas unidas.
Estornes 10, uniformes e diadelfos (9+1). Ovário séssíl, bi¬
ovalado, Estilo glabro ou ligeiramente pubescente. Estigma capita
do. Legume curto, normalmente falcado e comprimido. Sementes 2 , globosas, escuras ou bicolores (vermelho e pretas, donde advém o no
me vulgar "olho de cabra" para algumas espécies do gênero).
2 5 - CAJANUS
Cajanus flavus DC - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, fo¬ líoloa, fruto e sementes.
Gênero que compreende a¬
penas duas espécies: Cajanus
Kerstingii Harms originária
da África Tropical e não cul¬
tivada e Cajanus flavus DC.
provavelmente originária da
primeira e largamente culti
vada nos países tropicais e
índia principalmante. No Bra¬
sil Cajanus flavus DC. (sino¬
nimia - Cajanus indicus Spreng,
Cajanus cajan (L)Milpe ou
tros) é cultivado em todo o
país como adubo verde e por
vezes como alimento. Apresen¬
ta a espécie Cajanus flavus
DC. inúmeras variedades que
se individualizam pelo porte,
côr das flores, precocidade,
coloração dos frutos.
Caracteres Botanicos - Plan
tas erectas, arbustivas pere¬
nes.
49-
Fôlhas compostas trifolioladas, com estipetelas. Inflorescência de
rácimos axilares, atingindo o rácimos, até 10 cm de comprimento. Flo
res amarelas, por vezes estriadas. Cálice campanulado, com 5 dentes
agudos.
26 - CANAVALIA Canavalia é um gênero
que compreende ao redor de
40 espécies distribuídas nas
regiões tropicais e sub-tro¬
picais do globo, ocorrendo na
América do Sul ao redor de 25
espécies.
No Brasi l podemos sa
lientar a ocorrência das se
guintes espécies:
1 - Canavalia bonariensis
Lindl. - Paraná, R.G do
Sul.
2 - Canavalia brasiliensis
Mart. - Baía, Piauí - em
Caatingas.
3 - Canavalia ensiformis (L ) DC. - Cultivada em todo
o país.
4 - Canavalia gladiata DC. S.Paulo, Goiás até o Nor
te.
5 - Canavalia grandiflora
Benth. - Goiás,.Mato Gros¬
so.
6 - Canavalia lenta Benth. Baía em caatinga.
7 - Canavalia obtusifolia DC. S.Paulo, Espírito Santo,
em locais próximo ao lito¬
ral.
8 - Canavalia parviflora Benth
Piauí, Minas Gerais,Goiás,
Rio de Janeiro.
9 - Canavalia picta Mart. - Minas Gerais, Rio do Janeiro, R. Grande do Sal, São Paulo.
Canavalia ensiformes DC. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescên¬ cia, foliolos, fruto e sementes.
-50-
No Estado de São Paulo, concorrem as seguintes espécies - Ca¬
navalia ensiformis (L)DC. largamente cultivada, Canavalia obtusifo¬
lia DC. na região litorânea e cultivada, Canavalia picta Mart. orna¬
mental do flores azuladas, Canavalia gladiata DC. de sementes averme¬
lhadas e ornamental. Contudo, podem ocorrer outras espécies pelo Es¬
tado principalmente as habitantes dos Estados vizinhos. Quanto a
utilizações agronômicas do gênero deve-se resaltar que Canavalia en¬
siformis (L)DC., o feijão de porco é largamente cultivado, como for¬
rageira e adubo verde. Com características semelhantes temos a Ca
navalia obtuaifolia DC que é extremamente comum em áreas litorâneas
arenosas.
Caracteres Botânicos - são as plantas do gênero Canavalia tre¬
padeiras no geral bastante vigorosas, com folhas compostas trifolio¬
ladas, no geral glabras. As flores aparecem em rácemos nitidamente
nodosos na inserção com a haste. Inflorescência apresentando bracteas
e bracteolas pequenas, caducas. O cálice é campunulado penta-den¬
teado ou algumas vezes apresentando os 2 dantes superiores (os maiores) semi-soldados, sendo que os três inferiores são acuminados no
ápice. Muito comumente o cálice apresenta manchas na sua face exter¬
na. Estandarte muito desenvolvido semi-orbicular apresentando na ba¬
se dois apêndices e duas calosidades internas. Asas livres, na ba
se auriculadas. Batamos em número de dez, monodelfos ou por vezes
apresentando o vexilar em parte livre; anteras uniformes. Ovário oa tipitado com disco basal, piloso. Estilo glabro. Estigma apical
sub-glabro. Legume muito bem desenvolvido, deiscente e multisemina¬
do, normalmente costado. Sementes grandes, com hilo muito desenvol
vido.
-51
27 - GLYCINE
O gênero Glycine, de considerável importância econômica é ori¬
glnária da África e Ásia, atingindo também a Austrália. O número de
espécies válidas do gênero é bastante complexa, visto que, a falta -
de uma melhor definição, numerosas espécies descritas como Glycine
pertencem a gêneros pró
ximos. Contudo, segundo
o mais recente trabalho-
de Mermann (1962) o gene¬
ro abrange 10 espécies e
algumas destas espécies
apresentam numerosas sub-
espécies e variedades.
No Brasil, introduzi¬
das e cultivadas encon
tramos as seguintes espé¬
cies:
Glycine javanics L.
soja perene.
Glycine max (L)Merr
soja.
As duas espécies aci¬
ma referidas são altamen¬
te polimorfas, com inúme¬
ras sub-espécies o varie¬
dades, exigindo árduos -
estudos sistemáticos pa
ra sua correta identifi
cação.
O valor agronômico da
soja perene e da soja é
muito grande, havendo -
inúmeros trabalhos a este respeito.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, trepadeiras, anuais
ou perenes. Fôlhas com foliolos trifoliolados, com estipulas e esti¬
petelas. Flores em rácimos axilares, curtos ou longos, multifloros.
Cálice com duas bracteolas calicinais, hirsuto, penta-denteado, sen
do que os dois dentes superiores são semi-soldados. Corola de colo¬
Glycine Max L. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos fru
to e sementes.
-52-
ração brancacenta ou rósea. Estandarte orbicular sem apêndices ou
ca los idades . Asas aderidas a quilha na porção inferior- Quilha mais
curta que as asas. Estames 1 0 , todos férteis o uniformes, normal
mente monadelfos mas com a idade da flor podendo tornar-se diudelfos.
Ovário sub-séssil, piloso e multiovulado. Estilo curto, glabro. Es
tigma terminal capitado. Legume linear ou oblongo, reto ou falcado,
ligeiramente septudo entre as sementes, apiculado, deiscentel Sêmen¬
tes pequenas, ovoides ou oblongas até sub-esfóricas com hilo lateral
pequeno.
Sistematicamente o gênero Glycine é dividido em diversos sub-
gêneros reconhecíveis pela seguinte chave analítica.
1 - Flores inseridas isoladamente ao longo da raquis da inflo¬ rescência.
Sub-gênero Leptocyamus
- Flores cacheadas (em cachos pequenos de poucas flores no
geral) ao longo da raquis da inflorescência
2 - Legume na maturação ligeiramente septado ou constrito en
tre as sementes (estreitado), normalmente 3-8 seminados -
flores fascicalada3 ao longo da inflorescência, com uma
bractea na base do fascículo.
Sub-genero Glycine
- Legume na maturação não septado e nem constrito entre as
sementes, normalmente 2-4 seminado; flores em cachos axi¬
lares ou rácimos, sem bracteas na base.
Sub-gênero Soja
Ao sub-gênero Glycine pertence a espécie Glycine javani¬
ca L., e ao sub-gênero Soja pertence a espécies Glycine max (L)Merr.
28 - CALOPOGONIUM
Calopogonium é um pequeno gênero americano com aproximadamen
te 8 espécies, distribuídas pela América Central o América do Sul.
No Brasil temos relatada a ocorrência das seguintes espécies.
1 - Calopogonium coeruleum (Benth)Sauv - Pará, Amazonas e introduzido para o sul.
2 - Calopogonium mucunoides Desv - cultivada em todo país, ori¬
ginária da Venezuela.
3 - Calopogonium velutinum (Benth)Amsh - Baía, Sergipe,Alagoas.
-53-
Das espécies mencionadao acima Calopogonium mucunoides Desv.
é o mais largamente cultivado C O M O forrageira o adubo verde. Calo-
pogonium velutinum (Benth)Amsh goza de fama de ser ictiotóxica,nas
não tem-se dados conclusivos e este respeito. Calopogonium é gene¬
ro bastante afim de Rhynchosia do qual se diferenci pelo ovário -
pluriovulado e pela presença (nas espécies brasileiras) de 1 ou 2
estornes com anteras estéreis ou ausentes. Existe ainda semelhança
entre o gênero Calopogonium o Glycine que sao separavois pela colo¬
ração das flores, (em Calopogonium azuladas e brancas ou róseas em
Glycine), pela presença do estames com anteras estéreis ou sem elas
em Calopogonium, e pelo porto normalmente mais robusto das plantas
do gênero Calopogonium. As plantas do gênero Calopogonium podem -
ser anuai3 (C.mucunoides Desv) ou perenes (C.velutinum (Benth) Amsh) •
Caracteres Botânicos - Plantas trepadeiras, anuais ou pere
nes, com folhas compostas trifolioladas. Foliolos ferrgineo-pu-
bescentes com estipulas o estipetelas, de forma romboidea. Flores
em rácimos axilares bem desenvolvidos, sendo que as flôres inserem-
se em pequenos grupos (2,3,4 ou 5) na raquis que é ligeiramente no-
dos» no ponto de inserção. Cálice com 5 dentes sendo que os dois
dentes superiores suo semi-soldados e os três inferiores agudos.
Calopogonium mucunoides Desv. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, f o l í o l o s , fruto e sementes.
-54-
Corola azulada com estandarte oboval, com duas aurículas (apêndi
ces) na base e sem calosidades. Asas estreitas aderidas a quilha.
Eatamos no geral 8 ou 9 pela presença de estamos com anteras este¬ reis, ou então pala ausência de 1 ou 2 estamos. Ovário séssil com
disco basal, piloso. Estilo filiforme longo, no geral glabro. Es¬
tigma apical, com um breve anel de cilios curtos. Legume curto ,
escuro, piloso, reto ou ligeiramente curvo, multiseminado e septa¬
do ligeiramente entre as sementes, deiscentel Sementes ovaladas.
29 - CAMPTOSEMA
Gênero inteiramente a
mericano, compreendendo se
gundo Burkart uma dúzia de
espécies, das quais a maio¬
ria são brasileiras. É um
gênero bastante afio com
Galactia e Periandra dos
quais se difere pelos es
tornes pseudo-monadelfos e
também pelo cálice com o
dente calicinal superior
mais desenvolvido. No Bra
sil ocorrem as seguintes
espécies:
1 - Camptosema acumina¬
tum Benth. - Goiás.
2 - Camptosema bellum
Benth. Minas Gerais.
3 - Camptosema coecineum
Benth - Minas Gerais Baia.
4 - Camptosema coriaceum
Benth - Minas Gerais
Baia, Pernambuco.
5 - Camptosema erythrinoi¬
des Benth. Rio de Ja¬
neiro, Minas Gerais.
6 - Camptosema grandiflorum Benth - Minas Gerais, São Paulo
7 - Camptosema pedicellatum Benth. - Ceará.
Camptosema grandiflorum Benth - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto o semente.
-55-
8 - Camptosema rubicundum Hook et Arn. - Paraná, Stª.Cata¬
tarina,- Rio Grande do Sul.
9 - Camptosema tomentosa Benth. - Minas Gerais, São Paulo
Das espécies do gênero não se conhecem utilidades agronô
micas. Contudo Camptosema grandiflorum Benth. é uma magnífica tre¬
padeira de flores purpúreas com florescimento de Dezembro a Feverei¬
ro, comum nas matas da Serra do Mar e cultivada algumas vezes. Co
mo planta ornamental igualmente Camptosema rubicundum Hook et Ara
é utilizada no Sul do País e nos países vizinhos.
Caracteres Botânicos - Plantas no geral trepadeiras, meia
raramente erectas, com folhas simples ou compostas trifolioladas.
Foliolos cor. estipetelas bem nítidas. Inflorescência axilar, ra¬
cemosa, com rácimos nodosos na inserção da flores. Cálice tubuloso,
apresentando 4 lóbulos distintos sendo que o dente superior ó maior
que os demais o os 3 inferiores são agudos. Cálice interiormente -
glabro ou pubescente. Corola com pétalas unguiculadas, bi-auricula
das na base. Estames 10, monadelfos ou pseudo-monodelfos com o es
torme vexilar semi-soldado aos demais o livre na base. Estilo fili¬
forme, glabro, incurvo, com estigma apical. Legume distintamente -
estipitado, com falsos soptos entro as sementes. Sementes elipticas,
com hilo eliptico.
30 - PUERARIA
O Genero Pueraria conta, segundo Burkart com aproximadamen¬
to 20 espécies originárias da Ásia. Na sua região do origem, diver¬
sas espécies são largamente, utilizadas como forrageiras e adubo ver
de, enquanto que outras são usadas na alimentação humana e extração
de fibras. Ho Brasil, introduzidas o usadas como adubo verde e for
rageira temos duas espécies; Pueraria Thumbergiana (Sieb et Zuce )
Benth, Pueraria javanica (Benth) Burt. (sinonimia-Pueraria phaseo¬
loides var. javanica (Benth) Hook). Estas duas espécies cultivadas
tem atualmente grande disseminação em todo o mundo, apresentando
por esta razão diversos cultivares ainda sao bem estudados. Ba nos¬
so país, nos últimos anos, o cultivo do "Kudzu" tem ganho destaque
bem maior como adubo verde e forrageira, não sendo contudo usado na
extração de fibras como no seu país do origem.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas trepadeiras, no
-56
geral bastante vigorosas, desenvolvendo-se por vários metros sobre o
solo. Folhas compostas trifoliolades, bem desenvolvidas, sendo os
foliolos inteiros ou trilobados e com estipetelas. Inflorescência
racemosa axilar, aparentemente simples, raquis nodosa. Cálice cam¬
panulado, com 5 dentes agudos, eventualmente apenas quatro. Coro
la de coloração violacea ou azulada; estandarte oval com duas aurí¬
calas basais e unha curta. Asas oblongas. Estornes lO, diadelfos
(9+l).
Pueraria Thumbergiána Benth. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e semente.
Anteras uniformes, elípticas e dorsificas. Ovário sub-
séssil, com disco, multiovalado, pubesoente. Estilo glabro, estig¬
ma também glabro, apical e capitado. Legume linear comprimido, ou
mais raramente cilíndrico, deiscente e hirsuto. Sementes pequenas,
sub-reniformes e ligeiramente ariladas.
- 5 7 -
Relagão doa Espécies Brasileiras e Introduzidas Cultivadas
do Gênero Phaseolus
1 - Phaseolus acariaenanthus Harms in Notizbl.Bot.Gard.
Berlin, V I I 506(1921)Brasil-Minas Gerais.
2 - Phaseolus aconitifolius Jacq. 3 - Phaseolus acutifolius Gray var.-latifolius Freem.
4 - Phaseolus adenanthus Meyer. 5 - Phaseolus angularis (Wills) Wight.
6 - Phaseolus atropurpurens DC. 7 - Phaseolus aureus Roxb.
8 - Phaseolus bracteatus Nees et Mart.
9 - Phaseolus calcaratus Roxb.
10 - Phaseolus candidus V e l l .
31 - PHASEOLUS
O gênero Phaseolus, da Tribu Phaseolus, sub-tribu Phaseo¬
lineae é dos mais importantes da Família Leguminosae. Compreende
aproximadamente 180 espécies distribuídas preferivelmente nas re
giões tropicais do globo, preferivelmente na América. Para o Bra
sil, considorando-se também as espécies cultivadas, temos 40 espé¬
cies; contudo, e s t e número não é definitivo pois extensas áreas de
nosso país ainda não foram completamente levantadas. No Estado de
são Paulo, podemos assegurar a ocorrência das seguintes espécies;
Phaseolus aconitifolius Jacq., Phaseolus acutifolius, Phaseolus a¬
donanthus, Phaseolus atropurpurens, Phaseolus aureus, Phaseolus brac¬
teatus, Phaseolus candidus, Phaseolus caracalla, Phaseolus coccineus,
Phaseolus firmulus a. Phaseolus lathvroides. Phaseolus longipeduncu¬
latus. Phaseolus lunatus. Phaseolus panduratus. Phaseolus pius. Pha
ceolus prostratus. Phaseolus vulgaris. Algumas espécies Phaceolus
longipedunculatus e Phaseolus lathvroides são plantas comuns em ter
renos baldios e áreas abandonadas. Outras, as cultivadas e introdu¬ zidas são: Phaseolus aconitifolius. Phaseolus adenanthus (perene).
Phaseolus aureus. Phaseolus coccineus, Phaseolus lunatus. Phaseolus
vulgaris. Ocorrendo em cerrado temos: Phaseolus bracteatus. Phaseo¬
lus firmulus, Phaseolus pius e Phaseolus prostratus. Como plantas
ornamentais o phaseolus caracalla uma alta trepadeira florestal e Phaseolus atropurpurens.
Segue abaixo a relação das espécies que ocorrem no Brasil,
nativas e exóticas cultivadas.
11 - Phaseolus caracalla L.
12 - Phaseolus coccineus L.
13 - Phaseolus dolicopsoides Hoehne.
14 - Phaseolus erythroloma Mart.
15 - Phaseolus firmulus M a r t . 16 - Phaseolus inaequifolius Mart.
17 - Phaseolus juruanus Harms in Notizlb.Bot.Gord.Berlin,
18 - Phaseolus lathyroides L.
19 - Phanoolus linearis H.B .K.
20 - Phaseolus lobatus Hook.
21 - Phaseolus longipeduncala¬
tus Mart.
22 - Phaseolus longirostratus
Ducke in Arq. Jardin Botânico do Rio de Janeiro IV,174(1922)-Região Amazônica.
23 - Phaseolus lunatus L.
24 - Phaseolus Martii Benth.
25 - Phaseolus monophyllus Benth
26 - Phaseolus mungo L.
27 - Phaseolus panduratus Mart.
28 - Phaseolus penducularis
H.B.K.
29 - Phaseolus pilosus H.B.K.
30 - Phaseolus pius Mart.
31 - Phaseolus productus Ducke in Arq.Jard.Bot. Rio de Janeiro, IV,99(1925) Região Amazônica.
32 - Phaseolus prostratus Benth.
33 - Phaseolus psammodes Lind.
34 - Phaseolus reptans Ducke in Arq• Jard • Bot• Rio de Janeiro IV,98(1925)Região Amazô¬ nica. ""
35 - Phaseolus robustus Piper (não deve ser válido)Petro polis.
36 - Phaseolus sabaraensis Hoehne in Com.Linn.Telegr.iíato-Grosso,Amaz.Anexo S.Bot. VIII,97 152-159.f.3(1919)-Brasil.Iíato Grosso, Minas Gerais.
37 - Phaseolus Sohottii Benth.
38 - Phaseolus Uleanus Herms in -Engl.Jahrb.XLII.216(1908. 39 - Phaseolus Villosus Glaziou in Bull.Soc.Bot.France LIII Mém.
III. 1 4 1 . 40 - Phaseolus vulgaris L.
Phaseolus caracalla L. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e
somente.
-59-
Caracteres Botânicos - O gênero Phaseolus compreende plan
tas herbáceas, no geral trepadeiras de pequeno porte, ocorrendo con¬
tudo algumas trepadeiras bastante robustas. São plantas anuais, a
excessão de Phaseolus adenantus ( 1). Apresentam as folhas formadas
por três foliolos inteiros ou então lobulados. Ha base dos peciolos
encontramos estipulas variadamente desenvolvidas conforme a espécie.
O pecíolo apresenta no geral bom desenvolvimento excedendo quase sem¬ pre os foliolos. Foliolos sempre providos de estipetelas. Inflores¬
cência no geral axilares e algo nodosas. Flores apresentando brac¬
teas e bracteolas. Cálice apresentando 5 dentes ou lóbulos menores
que o tubo, 03 doi3 superiores semi-soldados, os 3 inferiores agu
dos. Estandarte de coloração variada, bi-auriculado na base. Qui
lha no geral encurvada ou espiralada. Estornes 10, diadelfos, o ve¬
xilar livre, com o filete engrossado na base. Ovário sub-séssil,.
multiovulado, com disco tubuloso na base. Estilo filiforme, inter
no na quilha, e, quando esta é espiralada, o estilo também o é, gla¬
bro na porção média e ciliado na porção ventral superior sob o estig¬
ma. Estigma apical concavo. Fruto é um legume cilíndrico ou compri¬
mido, multiseminado.
Sistemática - O gênero Phaseolus, possue grande afinidade
com o gênero Vigna, do qual se difere pela quilha encurvada ou espi¬
ralada e pelo estigma no geral apical, sem expanções como ocorre em
Vigna. Ho estudo da Sistemática do gênero Phaseolus costumamos di¬
vidí-lo em diversas Secções conforme os trabalhos clássicos de Hasaler,
Piper e outros. Estas Secções podem ser reconhecidas pela seguinte
chave.
1 - Quilha encurvada, não espiralada formando uma letra S aberta -
Secção Signoidotropis
- Quilha espiralada, formando uma ou mais espirais 2
2 - Estipulas prolongadas por debaixo de seu ponto de inserção •
- Flores amarelas ou amareladas 3
- Estipulas não prolongadas por debaixo de seu ponto de inserção
Flores brancas ou roseas • 4
3 - Pétala esquerda da quilha apresentando um apêndice lateral. (Plantas originárias da Ásia e cultivadas no Brasil).
Secção Ceratotropis n
( ) Para o Brasil.
- Pétalas da quilha sem expansões. Plantas americanas perenes.
-60-
Secção Lasiospron
4 - Cálice tubuloso. Asas muito bem desenvolvidas (em relação as
outras peças corolínicas) e coloridas, soldadas na base ao tu
bo estaminal e quilha.
Secção Macroptilium
-Cálice campanulado. Asas do mesmo tamanho que as demais peças
corolínicas, e livres • •••• 5
5 - Dantes calicinais aproximadamente iguais. Flores muito pe
quenas (em relação a outras Secções).
Secção Microcochle
- Dentes calicinais desiguais e menores que o tubo. Flores
bem desenvolvidas • •• 6
6 - Quilha formando mais de 4 espiras.
Secção Cochliasanthus
-Qilhas formando menos que 4 espiras (por vezes apenas 1 espi¬ ra) 7
7 - Tubo do cálice nitidamente menor que os dentes.
Secção Leptospron
- Tubo do cálice nitidamente menor que os dentes.
Secção Euphaseolus
Com excessão da Secção Ceratotropis todas as demais abran
gem espécies americanas cultivadas ou não.
O estudo sistemático, bem como as possíveis aplicações das
espécies brasileiras do gênero Phaseolus vem sendo preocupação da
Seção de Botânica do I.A.C. que atualmente já locou e coletou uma
dezena de espécies.
32 - CLITORIA
Gênero abrangendo aproximadamente 70 espéoies distribuídas nas regiões tropicais e sub-tropicais da América, África e Ásia.
Muito raramente ocorrem espécies deste gênero fora das áreas mencio¬
nadas. Comporta o gênero Clitoria espécies herbáceas, sub-arbusti¬
vas, arbustivas, trepadeiras e árvores sendo estas últimas raras e
no Brasil represantada apenas por uma única espécie. Ho Brasil, se¬
gundo Rizzini ooorrem as seguintes espécies:
- 6 1 -
1 - Clitoria amazonum Mart. - Pará e Amazonas.
2 - Clitoria brachyealyx Harms. - Região Amazônica
3 - Clitoria cerifera Cowan - Região Amazônica. 4 - Clitoria denaiflora Benth. - Mato Grosso, Minas Gerais.
5 - Clitoria flagellaria Benth. - Local não mencionado
Aspecto da planta adulta mostrando foliolos, fruto e semente.
6 - Clitoria grandifolia
Ducke - Amazonas
7 - Clitoria guyanensis (Aubl)Benth - Todo o
pais.
8 - Clitoria Hoffmanseggii Benth - Região Amazô¬
nica.
9 - Clitoria javitensis
(H.B.K.)Benth. - A m a
zonas, Pará.
10 - Clitoria laurifolia -
Poir - Rio de Janeiro,
S. Paulo, Baía, Pernam¬
buco, Ceará.
11 - Clitoria leptostachya Benth. - Amazonas, Pa
rá.
12 - Clitoria nana Benth. Rio Grande do Sul.
13 - Clitoria obidensis -
Huber, Pará.
14 - Clitoria racemosa Benth
Região Amazônica mas
cultivada em todo.
15 - Clitoria rubiginosa -
Juss. Nativa em todo
o pais e América.
16 - Clitoria rufescens -
Benth. Rio Grande do
Sul.
17 - Clitoria Selloi Benth.
Espírito Santo.
18 - Clitoria simplicifolia
(Kunth)Banth. São Pau
lo, Pernambuco, Goiás. 19 - Clitoria Senetalgeas Ducke - Pará
-62-
20 - Clitoria stipularis Benth. - Baía, Maranhão, Amazo¬ nas.
21 - Clitoria ternatea Linn - Introduzida da África
e cultivadas.
No Estado de São Paulo ocorrem a s seguites espécies do gênero Clitoria - Clitoria Gayanensis (Aubl)Benth, pequena planta herbácea comum nos campos cerrados, Clitoria laurifolia Poir. s e melhante a anterior e com o mesmo habitat., Clitoria rubiginosa J u s s . herbácea de f l o r e s a z u i s , comum em campos e solos úmidos, altamente tóxica para o s animais (Sinonimia Clitoria gly c i n o i d e s (Desv.)DC.), Clitoria racemosa Benth. árvore ornamental, nativa da Região Amazô
nica e cultivada em todo o país, Clitoria simplicifolia (Kunth)Benth. também comum em cerrados, de flores violáceas o Clitoria ternatea Linn., trepadeira de flores azuladas, ornamental e cultivada, tendo sido testada como forrageira na Argentina com resultados regalares.
Sobre a utilização agronômica das espécies do gênero Clitoria não temos efetivamente dados apreciáveis. Contudo, o uso de
Clitoria ternatea Linn. como forrageira sugere que pesquisas com a s espécies do gênero podem conduzir à resultados positivos.
Caracteres Botânicos - Plantas anuais ou perenes, herbá
ceas, a r b u s t i v a s e arbóreas. Folhas simples, trifolioladas (no geral) ou m u l t i f o l i o l a d a s (caso de Clitoria ternatea). Folhas estipuladas
e estipeteladas. Inflorescência no geral de flores solitarias, mas, nas formas trepadeiras e arbóreas, flores aparecem em cachos. Flo
res ao geral de coloração azulada ocorrendo contudo flores brancas. Cálice tubuloso no geral 5 denteado com o s dois dentes superiores s e mi-soldados. Estamos diodelfos (9+1) o vexilar livre. Ovário esti
pitado, polispermo. Estilo bem desenvolvido, pubescente na foco ven¬ trai, com um estigma apical rodeado de pêl03 breves. Fruto legume,
nas espécies herbáceas e arbustivas curto e grosso com uma estria l o n ¬ gitudiaal característica, nas espécies trepadeiras e arbóreas o l e gume é longo e achatado, sem estrias. Sementes sem albumem, g lobo¬ s a s ou elipticas, com tegumento pegajoso ou não.
- 6 3
33 - VIGNA
Gênero contando com aproximadamente 80 espécies, das quais
a grande maioria é nativa da África (Seg Burdart) enquanto que no -
Brasil ocorrem apenas umas 5 espécies entre nativas e cultivadas. As
espécies que ocorrem em nosso meio são as seguintes:
1 - Vigna cylindrica (L)Skeels-introduzida e cultivada, pe¬
las suas sementes comesti¬
veis.
2 - Vigna luteola (Jacq)Benth. nativa em S.Paulo, Paraná ,
Sta Catarina e eventualmen
te cultivada como forragei¬
ra do grande valor potencial.
3 - Vigna sequipedalis(L)V/.
F.Wight.- introduzida e
cultivada por suas sêmen¬
tes comestíveis. No Bra
sil é muito rara.
4 - Vigna sinensis (L) Savi
introduzida e cultivada.
É o "cow-pea" comum. É
planta forrageira e adu¬
bo verde no Brasil, em
bora seja cultivada por
suas sementes conestí¬
veis em outros paises.
5 - Vigna vexillata Benth.-introduzida e cultivada
como forrageira.
O valor econômico do gê¬
nero Vigna é muito grande.
Nas regiões de origem das es¬
pécies cultivadas, elas ocu
pam lugar de destaque como
produtoras de sementes comes¬
tíveis. No Brasil, este as
pecto não tem merecido maior
destaque pois a palatabilida¬
Vigna sinensis (L)3avl - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e sementes.
de destas plantas é efetivamente inferior aos nossos feijões do gêne
ro Phaseolus. Por outro lado, as qualidades forrageiras de algumas -
espécies, como Vigna luteola (Jaoq)Benth e Vigna sinensis (L)Savi são
muito boas e não têm merecido maior atenção do nossos agrostologistas,
- 6 4 -
principalmente a primeira, que é nativa de nosso país e de grande va
lor forrageiro. Como adubo verde Vigna sinensis (L)Savi é a espécie mais importante, e apresenta inúmeros cultivares de sistemática bas
tante complexa.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, anuais ou pere¬
nes, normalmente trepadeiras com três folíolos que possuem estipete¬
las e e s t í p u l a s . Inflorescência axilar racemosa, sendo que o ponto
de inserção das flores na raquis é geralmente n o d o 3 0 . Flores no ge¬
ral bem desenvolvidas, com cálice campanulado e penta denteado, sen
do os dentes 3ub-iguais e agudos, ou o inferior algo mais desenvolvi
dos que os d e m a i s . Corola amarela ou violácea, com estandarte amplo,
orbicular e biauriculado na base. Asas obovais o quilha obtusa ou a¬ guda. Etames 10, diodelfos (9+1), o vexilar livre. Anteras elipti¬
cas, uniformes. Ovário séssil, com disco. Estilo curvo, no geral
dilatado na base e densamente barbudo na sua face ventral, sob o es
tigma, Estigma sub-apical, (caracter este muito bom para separar-se
o gênero Signa do gênero Phaseolus, com o qual tem marcado afinidade),
superado por um prolongamento do estilo. Legume no geral cilíndrico
o bem desenvolvido, multiseminado, e septado entre as sementes. Se
mentes numerosas arredondadas.
34 - DOLICHOS
Gênero africano que compreende aproximadamente 50 espécies (Burkart 1952) e que na América apresenta uma ou outra espécie intro¬ duzide. É um gênero bastante próximo a Vigna pelos caracteres florais, nas diferonciável pelo fruto e pelo estigma sem o prolongamen
to característico de Vigna.
Tio Brasil ocorre apenas uma única espécie do gênero Boli¬
chos - Bolichos lablab (L) (sin.-Lablab vulgaris Savi) que apresenta
inúmeros cultivares, em nosso m e i o ainda não estudadas.
0 valor agronômico do Lablab prende-se as suas sementes
que soo comestíveis e também pela utilização da planta como forragei¬
ra e alguns cultivares ornamentais.
Caracteres Botânicos - Plantas herbáceas, anuais (mas nas
condições do Estado de São Paulo podem vir a ser bi-anuais). Folhas
compostas trifolioladas, com estipetelas bem nítidas e estípulas ba
sais bem desenvolvidas. Folíolos bem desenvolvidos, quase orbicu¬
-65-
lares. Inflorescência axilar com rácimos bem desenvolvidos e nodo¬
so nO ponto de inserção das flores. Cálice campanulado com tubo cur¬
to apresentando normalmente 4 dentes, mas um dente pode ser bi-parti¬
do levando-nos a con
siderar o cálice pen¬
ta denteadol Anteras
10, uniformes e fér
teis estando O S esta
mos dispostos de for
ma diadelfa, com o ve¬
xilar livre e engros
sado na base. Coro
la normalmente violá¬
cea, podendo em culti¬
vares, ocorrem coro¬
las brancas ou cremo-
sas. Estandarte orbi¬
cular com aurículas e
calos na base. Ovário
sub-séssil, com disco,
multiovulado e pubes
oente. Estilo curvo,
com pêlos na sua fase
ventral superior. Es
tigma apical globoso
sem apêndices. Legu
me linear, falcado,
largo e deprimido, sep¬
tado e deiscente elas¬
ticamente. Sementes
elipticas com hilo
oblongo. Dolichos lablab L. - Aspecto da planta adulta mostrando a inflorescência, foliolos, fruto e semente.
LITERATURA CITADA
1 - Barroso, Liberato Joaquim - Chaves para determinação de gêne
ros brasileiros o exóticos das dicotiledoneas mais cultiva
das no Brasil - Família Leguminosas.
2 - Bentham, G. - Leguminosae-Papilionoideae in Flora Brasiliensis.
vol.XV-Pat.1 - 1859-1962.
3 - Bentham, G. et Hooker J.D. - Genera Plantarum. vol.I-1040pg. 1872.
4 - Burkart, A. - Las Leguminosas Argentinas, editorial Acme. 2
Ed.Buenos-Aires. 1952. 569 pg.
5 -. - Las espécies de Indigofera de la Flora Argenti
na. Darwiniana Tomo 4. nº 2-3. pg.145-178. 1942.
6 - Conagin, Cândida, H.T, Mendes - Desenvolvimento dos frutos nas
espécies selvagens de Amendoim (Arachis spp). Separata do
Bragantia. vol . l8 nº 5, Setembro 1959. pg.51-70.
7 - Ducke, A. - As Leguminosas da Amazônia Brasileira. Boletim -
Técnico do Instituto Agronômico do Norte, nº 18,249 pg.1943.
8 - Hassler, E. - Phaseoli Austro - Americani - fotocópia do ori
ginal não constando nem editora, nem ano de publicação.
9 - Hedrick, U.P. et al - The vegetables of New-York. vol.I. Par.
II. Beans of New-York. S.B.Lyon Company. 1931.
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Departrient of Agriculture.
11 - Hoehne, F.C. - Leguminosas-Papilionadas - Gênero Arachis. Flo
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12 - Hutchinson, J. F.L.S. - The f a m i l i e s of Flowering Plants. I-
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II - Hedysareae. Separata do Iowa State College Journal of
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16 - Mendes, Carlos Teixeira - A cultura da alfafa, em Boletim da Agricultura Série 38" - 1937 pg.645-673.
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20 - Rizzini, Carlos Toledo - Clitoriae Brasillenses. in Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. vol.XVII.1959-1961. pg .171-194.
21 - Rudd, Velva 2. - The American Species cf Aesehynomene. Contributions from de U.S.National Herbarium. vol.32.part.l 172 pg. 1955 .