Behaviorismo Radical e Educação: o Skinner que poucos … · Behaviorismo Radical: Skinner...
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Behaviorismo Radical e Educação: o Skinner que poucos
conhecem
B.F. Skinner
• B. F. Skinner (1904-1990) – Um dos maiores nomes da Psicologia no século XX (prêmio da APA 8 dias antes da sua morte por “Destacada contribuição à Psicologia ao longo da vida”
Behaviorismo : De Watson a Skinner
• Watson – Behaviorismo Metodológico
• Não aceitava como objeto de estudo o que não fosse observado por limites metodológicos de ausência de comprovação (reação ao introspeccionismo)
• Skinner – Behaviorismo Radical (no sentido de raiz)
• Aceita estudar fenômenos não observáveis, entendendo que o nosso objeto de estudo deva ser o comportamento, indo ao âmago da questão em dois aspectos, a seguir
Behaviorismo Radical: Skinner
• Termo Radical – Nega absolutamente e existência de algo que
escape ao mundo físico, ao mundo natural (não é mentalista e nem dualista)
– Aceita absolutamente todos os fenômenos comportamentais, sejam abertos ou encobertos, públicos ou privados, observáveis e não observáveis !!! (pensamentos, cognições, sonhos, emoções, fantasias etc.)
Behaviorismo Radical: Introdução
• Recupera o ambiente (físico e social ou social e não social) como instância privilegiada, onde o cientista busca variáveis e condições das quais o comportamento é função. – Não numa relação dualista, mecanicista,
causal
– Numa visão selecionista, evolucionista e funcional, interacional e histórica.
Behaviorismo Radical: Introdução
• Ambiente: Inclui conjunto de condições ou circunstâncias que afetam o comportamento – Não importa se tais condições estão dentro ou
fora da pele
– O ambiente é externo à ação e não ao organismo
– Não há separação entre mundo interno e externo – NÃO HÁ DUALISMO
Behaviorismo Radical - Introdução
• Modelo de seleção por conseqüências
Como se dá a determinação do comportamento, sobretudo o comportamento operante
• Comportamento operante aquele em que
o organismo atua, faz, opera sobre o ambiente, modificando-o e sendo por ele modificado/selecionado
– Para haver seleção, o organismo tem que agir (não comporta noção de passividade)
Behaviorismo Radical - Introdução
• Comportamento é produto de 3 histórias:
– 1. Filogenética – da espécie (reflexos e padrões típicos da espécie)
– 2. Ontogenética – história de vida de cada um, operantes modificados
– 3. Cultural – práticas culturais exercidas pelas sociedades
Behaviorismo Radical – Introdução
• Um evento comportamental é a confluência dos 3 níveis anteriores e um indivíduo é considerado pelo behaviorista como único, em constante construção de sua história, por dois processos – Variação (mutações que vão sendo selecionadas na
espécie)
– Seleção (por meio da qual nossas ações produzem efeitos sobre o ambiente, pelas conseqüências que produzem; gera novas formas de relação com o mundo)
Behaviorismo Radical – Introdução
• Quando um comportamento operante é selecionado?
– Quando, em uma emissão do mesmo, no passado, produziu uma conseqüência reforçadora que aumentou sua probabilidade futura.
• Ex.: O aprendizado de leitura e o comportamento de ler foram selecionados por suas conseqüências sociais e individuais (obtenção de informação, aumento de probabilidade de sucesso na vida em grupo, entre outras vantagens).
Behaviorismo Radical – Introdução
• O comportamento selecionado, envolveu, previamente, um agir que, pelas conseqüências, gerou novas formas de relação com o mundo. – A proposta de Skinner é de uma causalidade
histórica e probabilística e não linear ou mecanicista.
• Podemos aprender também por imitação ou regras culturais
Behaviorismo Radical – Introdução
• O ser humano é sempre uma combinação dos três níveis de determinação, de modo único e absolutamente singular, tornando-o complexo e belo!
Conceitos básicos de análise do comportamento
• Comportamento operante e condicionamento operante (e suas diferenças em relação ao comportamento e condicionamento respondente) – Objeto de estudo e de pesquisa da análise do
comportamento como relação entre Homem e Ambiente, em que o primeiro atua sobre o mundo e é modificado pelas conseqüências de sua ação
Formação para o ensino
• Concepção de ensino-aprendizagem
– Ensino como arranjo sistemático de contingências (facilitação da aprendizagem)
– Defesa do ensino como transmissão de conhecimento social e culturalmente acumulados pela humanidade em contraposição à ênfase nas descobertas feitas pelo aluno (quem é ensinado aprende mais e mais rapidamente)
– Aprendizagem em situação escolar como mudança de comportamento decorrente do ensino.
Formação para o ensino
• Concepção de conhecimento
– Comportamento verbal (saber sobre coisas) e/ou saber fazer (ter habilidades)
• Concepção de educação
– Preparo para o mundo existente fora da escola e no futuro
Formação para o ensino – Papel do Professor
• Responsável pelo planejamento de contingências educativas dentro dos princípios e com o uso dos conceitos básicos da abordagem
• Partir do conhecimento do aluno e de suas possibilidades (‘para quem ensinar’): observação e registro para identificação de repertórios, de pré-requisitos, de diferenças individuais; suscetibilidade a diferentes tipos de reforço (naturais ou arbitrários)
Formação para o ensino – Papel do Professor
• Explicitar objetivos educacionais (intermediários e terminais – ‘o quê ensinar’) em termos comportamentais claros (descrição de desempenhos esperados), abarcar amplo espectro de comportamentos: acadêmicos (relativos aos conhecimentos e habilidades afetos à dada área de conhecimento), sociais (favorecedores de relações produtivas e de diálogo entre professor-aluno, aluno-aluno, etc.), além daqueles favorecedores do autogoverno motivacional, ético e intelectual (precorrentes como estudar, solucionar problemas, construir reforçadores)
Formação para o ensino – Papel do Professor
• Selecionar conteúdos acadêmicos para consecução de tais objetivos
• Propor procedimentos para consecução dos objetivos – Minimizar ou eliminar contingências aversivas – Fornecer condições conseqüentes ao comportamento
do aluno, com privilégio para a utilização correta e efetiva de reforçadores (quer sejam arbitrários ou naturais) e dando preferência ao uso de confirmação de desempenho, indicação de progresso, trabalho preferido, aprovação social.
Formação para o ensino – Papel do Professor
• Propor procedimentos para consecução dos objetivos – Substituir progressivamente reforçadores arbitrários
por naturais – construção de reforçadores condicionados que sejam, preferencialmente, intrínsecos à tarefa
– Promover manutenção e generalização do comportamento após sua instalação
– Respeito ao ritmo do aluno, estabelecendo critério comportamental para reforçamento e individualização do ensino.
Formação para o ensino – Papel do Professor
• Propor procedimentos para consecução dos objetivos – Graduar conteúdos por dificuldade, transformando-o
em pequenos passos e em seqüência
– Propor e executar estratégias e procedimentos de ensino, atuando sobre as condições antecedentes e conseqüentes ao comportamento (modelagem, modelação, instruções – comportamento verbal, fading, time-out, instigação, treino discriminativo, discriminação condicional, discriminação condicional por exclusão, etc.)
Formação para o ensino – Papel do Professor
• Propor procedimentos para consecução dos objetivos
– Utilizar tecnologia de ensino – aplicar materiais programados, manuais, softwares educacionais , pacotes instrucionais como PSI, IP, Precision Teaching, Direct Instruction entre outros.
Formação para o ensino – Papel do Professor
• Avaliar o desempenho do aluno (a partir dos objetivos e critérios de desempenho anteriormente estabelecidos), avaliar os métodos e as condições de ensino, utilizar avaliação do processo ensino-aprendizagem como condição para replanejamentos; observar e manter registros dos comportamentos dos alunos como base para identificação de repertórios, modificação de materiais e procedimentos de ensino, estabelecer critérios de desempenho