Barroco Prof essora Karen Neves Olivan 1. Barroco: tensão e conciliação Po pulação brasileira...
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Barroco: tensão e Barroco: tensão e conciliaçãoconciliação
• População brasileira com características rurais dá-se conta do período artístico em voga na Europa: o Barroco.
• Literatura nasce com ares barrocos e traços religiosos.
• Na Europa:* Movimento artístico anterior: Renascimento * Literatura anterior: Classicismo
* Momento de transformações políticas, econômicas e culturais.* Homem no centro das discussões nas áreas de conhecimento. 2
Barroco: tensão e Barroco: tensão e conciliaçãoconciliação
• Principal nome do Classicismo: Luís Vaz de Camões (português).• Camões escreveu: Os lusíadas (epopéia de Vasco da Gama à Índia)
• Literatura nasce com ares barrocos e traços religiosos.
• Contexto europeu: * Grandes navegações entram em declínio. * Comércio se desenvolve Capitalismo “firmeza” da burguesia * Reforma protestante Lutero Contra-Reforma (católica) * Antropocentrismo 3
Barroco: características Barroco: características artísticasartísticas
• Degeneração do ideal clássico.
• Foi considerado, por muito tempo, de mau gosto estético (até séc. XIX).
• Emprego exagerado de recursos artísticos.
• Barroco: metáfora da tortuosidade de pérolas defeituosas ou de pensamentos confusos na expressão escrita.
• Na literatura:* Conceptismo (jogo de ideias) e Cultismo (jogo de palavras).* Uso excessivo de figuras de linguagem* Conflito entre aproveitar a vida material e preservar o espírito* Carpe diem
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Barroco: características Barroco: características artísticasartísticas
• No teatro:* Intensidade dramática* Montagem em ambientes arquitetônicos rebuscados
• Na pintura:* Contraste entre o claro e o escuro* Temas que chocam (feísmo): locus horrendus
• Na arquitetura:* Emprego excessivo do dourado* Obs: Brasil Bahia e Pernambuco x Minas Gerais
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Barroco: Brasil no Barroco: Brasil no século XVIIséculo XVII
• Grande celeiro da cana-de-açúcar (exploração e enriquecimento).
• Poucos sabiam ler e escrever.
• Surge um grupo de intelectuais cuja formação acontecia em Portugal.
• Elite é responsável pelo nascimento da Literatura, que inicialmente é frágil.
• Realidade brasileira ≠ da portuguesa: comércio / exploração / violência / perseguição.
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Barroco no BrasilBarroco no Brasil• Fruto de esforços individuais.
• Literatura era para:- criticar a mentalidade colonialista;- moralizar a população através da religião;- dar vazão a sentimentos pessoais.
• Barroco ganhou impulso entre 1720 e 1750, com a fundação de várias academias literárias.
• Nas artes plásticas, esse desenvolvimento ocorreu no século XVIII, quando, por causa do ouro, foram construídas igrejas de estilo barroco.
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Barroco: características Barroco: características do estilo do estilo
• Fusionismo, dualismo, conflito: * bem x mal;* terra x céu;* corpo x espírito;* pureza x pecado;* claro x escuro.
• Ideologia católica: * angústia diante do pecado;* necessidade de pedir perdão.
• Assimetria, irregularidade das formas.
• Intensidade dramática e exuberância.
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Barroco: características Barroco: características do estilo do estilo
• Uso de símbolos que traduzem a efemeridade (transitório) da vida.
• Cultismo (Gongorismo) e Conceptismo (Quevedismo): * jogo de palavras;* jogo de ideias.
• Temas:* fuga das coisas da vida, inclusive da própria vida;* morte como expressão do que é transitório;* castigo, pecado e arrependimento;* erotismo;* sobrenatural e místico;* religiosidade;* pessimismo. berância.
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Barroco: principais Barroco: principais autores no Brasilautores no Brasil
• Gregório de Matos (o Boca do inferno):* poesia religiosa (arrependimento de seus pecados).* poesia lírica (carpe diem).* poesia satírica (Críticas à sociedade, linguagem obscena,
sátiras maliciosas)
• Pe. Antônio Vieira: oratória sacra-conceptista (sermões - prosa).
• Bento Teixeira.
• Manuel Botelho de Oliveira.
• Sebastião da Rocha Pita.
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Barroco: Gregório de Barroco: Gregório de MatosMatos
• Irreverente, afrontava os valores e a falsa moral da sociedade baiana.
• Como poeta lírico, quebrou os padrões europeus.
• Como poeta satírico, denunciou as contradições da sociedade baiana, criticando diversos grupos sociais.
• Não publicou nada em vida.
• Precursor da poesia moderna.
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Dou pruden nobre, huma afá to, te, no, vel, Re cien benig e aplausí Úni singular ra inflexí co, ro, vel Magnífi precla incompará Do mun grave Ju inimitá do is vel Admira goza o aplauso crí Po a trabalho tan e t terrí is to ão vel Da pron execuç sempre incansá Voss fa Senhor sej notór a ma a ia L no cli onde nunc chega o d Ond de Ere só se tem memór e bo ia Para qu gar tal, tanta energ po de tod est terr é gentil glór is a a a ia Da ma remot sej um alegr
Gregório de Matos ao desembargador Dionízio de Ávila Varreyro
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Barroco: Gregório de Barroco: Gregório de MatosMatos
Lírica:Lírica: três vertentes: amorosa, filosófica e religiosa.
• Na amorosa:- dualismo carne/espírito (sentimento de culpa);- mulher como personificação do pecado, da perdição espiritual.
• Na filosófica: - desconcerto do mundo (lembra Camões);- funções humanas;- predomina a consciência vida x tempo, Carpe Diem.
• Na religiosa:- amor a Deus, culpa, arrependimento, pecado, perdão;- referências bíblicas;- linguagem culta;- muitas figuras de linguagem.
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Não vira em minha vida a formosura,Ouvia falar nela cada dia,E ouvida me incitava, e me moviaA querer ver tão bela arquitetura:
Ontem a vi por minha desventuraNa cara, no bom ar, na galhardiaDe uma mulher, que em Anjo se mentia;De um Sol, que se trajava em criatura:
Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me,Se esta a cousa não é, que encarecer-meSabia o mundo, e tanto exagerar-me:
Olhos meus, disse então por defender-me,Se a beleza heis de ver para matar-me,Antes olhos cegueis, do que eu perder-me.
Gregório de Matos - Sonetos à D. Ângela de Sousa Paredes
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Barroco: Gregório de Barroco: Gregório de MatosMatos
Sátira:Sátira:
• Boca do Inferno:
-não poupou palavrões nem críticas a todas as classes;- foge dos padrões estabelecidos por Portugal, por isso considerada poesia brasileira;-linguagem repleta de termos indígenas e africanos;- uso de palavrões, gírias e expressões locais;-primeira manifestação nativista;- início do despertar da consciência crítica.
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Que falta nesta cidade?... Verdade.Que mais por sua desonra?... Honra.Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,Por mais que a fama a exalta,Numa cidade onde faltaVerdade, honra, vergonha.
[...]O açúcar já acabou?... Baixou.E o dinheiro se extinguiu?... Subiu.Logo já convalesceu?... Morreu.
À Bahia aconteceuO que a um doente acontece:Cai na cama, e o mal cresce,Baixou, subiu, morreu.
A Câmara não acode?... Não pode.Pois não tem todo o poder?... Não quer.É que o Governo a convence?... Não vence.
Quem haverá que tal pense,Que uma câmara tão nobre,Por ver-se mísera e pobre,Não pode, não quer, não vence