Bar Coding - Técnico Lisboa - Autenticação · Para a realização deste trabalho descreveu-se...
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Bar Coding
Maria Inês de Brito Barreiro Foz da Costa (55788)
Mestrado em Eng. e Gestão Industrial
Dispositivos de Rede e Sistemas Logísticos
Prof. Alberto Cunha
Dezembro de 2008
2
Índice 1. Introdução ................................................................................................................................................................... 3
2. Abstract ...................................................................................................................................................................... 3
3. Descrição das Tecnologias ......................................................................................................................................... 4
3.1. Código de Barras ................................................................................................................................................ 4
3.1.1 Breve História do Código de Barras .............................................................................................................. 4
3.1.2 O Conceito e o Sistema de Código de Barras ............................................................................................... 5
3.1.3. Vantagens e Desvantagens ......................................................................................................................... 9
3.2 Radio Frequency Identification – RFID ................................................................................................................. 9
3.2.1 Breve História do RFID ................................................................................................................................. 9
3.2.2 O Conceito e o Sistema de RFID ................................................................................................................ 11
3.2.3 O Sistema de RFID .................................................................................................................................... 12
3.2.2.1 O Sistema de RFID - antena ............................................................................................................... 12
3.2.2.2 O Sistema de RFID - transceiver ........................................................................................................ 12
3.2.2.3 O Sistema de RFID – A tag................................................................................................................. 13
3.2.2.3.1 Tags passivas ............................................................................................................................. 13
3.2.2.3.2 Tags activas ................................................................................................................................ 14
Figura 17.Componentes de uma tag activa .................................................................................................... 15
3.2.2.3.3 Tags semi-activas ou semi-passivas ........................................................................................... 15
3.2.2.4 – Comparação do RFID Passivo vs Activo .......................................................................................... 16
3.2.4 Vantagens e Desvantagens do Sistema RFID ............................................................................................ 17
4. RFID vs Código de Barras ........................................................................................................................................ 18
5. Conclusões ............................................................................................................................................................... 19
6. Bibliografia ................................................................................................................................................................ 20
Lista de Figuras
Figura 1. Norman Joseph Woodland ................................................................................................................................. Figura 2. Padrão em círculos concêntricos........................................................................................................................ Figura 4. Código UPC- barras verticais ........................................................................................................................... 5 Figura 3. George J. Laurer ................................................................................................................................................ Figura 8. Standard and Large Barcode Label .................................................................................................................. 6 Figura 5. Scanner ............................................................................................................................................................. Figura 6. Impressora ......................................................................................................................................................... Figura 7. Aplicador ............................................................................................................................................................ Figura 9. Desenvolvimento do Sistema RFID .................................................................................................................. 9 Figura 10. Exemplo de um sistema anti-roubo .............................................................................................................. 10 Figura 11. Evolução do sistema RFID ........................................................................................................................... 10 Figura 12. Evolução do sistema de RFID ...................................................................................................................... 11 Figura 13. Sistema (passivo) RFID ............................................................................................................................... 12 Figura 14.Exemplos de tags passivas ............................................................................................................................... Figura 15. Constituição de uma tag passiva .................................................................................................................. 14 Figura 16. Exemplos de tags activas ............................................................................................................................. 14 Figura 17.Componentes de uma tag activa ................................................................................................................... 15 Figura 18. Componente de uma tag activa .................................................................................................................... 15
Lista de Tabelas Tabela 1. Versões do Código UPC ................................................................................................................................. 7 Tabela 2. Tipos de códigos EAN ..................................................................................................................................... 8 Tabela 3. Comparação entre os dois tipos mais importantes, activa e passiva ............................................................. 16 Tabela 4. RFID vs Código de Barras ............................................................................................................................. 18
3
1. Introdução
Para a realização deste trabalho descreveu-se histórica e conceptualmente duas tecnologias
de identificação, RFID e Código de Barras. Após esta descrição, procedeu-se a uma
comparação entre as tecnologias abordadas, para daí se perceber qual a melhor segundo
alguns parâmetros comparativos. Portanto, o objectivo deste trabalho é perceber qual é a
tecnologia que melhor se adequa à identificação de um produto.
Como resultado, identificou-se o RFID como uma tecnologia emergente no mercado da
identificação, apresentando melhores resultados relativamente ao código de barras para
aplicações numa cadeia de valor.
2. Abstract
For this work it were described, historical and conceptually two technologies for identification of
a product, RFID and Bar-Code. After this description a comparison between the technologies
covered will be made, so it could be possible to determine the best according to some
parameters. Therefore, the objective of this work is to understand what is the technology that
suited better the identification of a product.
As a result of this work, will be identify the RFID technology as an emerging market of
identification, showing better results against the Bar Code for applications in a value of chain.
4
3. Descrição das Tecnologias
3.1. Código de Barras
3.1.1 Breve História do Código de Barras Em 1948, o presidente de uma cadeia de supermercados norte-americana abordou um dos
reitores do Instituto de Tecnologia Drexel, na Filadélfia, pedindo
que desenvolvessem um sistema que permitisse extrair rapidamente a informação relativa a um
determinado produto no acto de compra, para que desta forma conseguisse atenuar o
pesadelo logístico que, até então, enfrentava.
Bernard Silver, finalista da instituição, ouviu a conversa e
juntamente com o seu amigo Norman Joseph Woodland
(Figura 1), decidiram levar a cabo a sua própria pesquisa.
A primeira ideia de Silver e Woodland baseou-se em
padrões de tinta fluorescente, que seriam lidos sob o efeito
de uma luz ultravioleta. No entanto, o conceito foi
rapidamente abandonado por se ter revelado demasiado
instável e caro.
Após meses de pesquisa, inspiraram-se em algo já bem conhecido - o código Morse. Tal como
recorda Woodland: " I just extended the dots and dashes downwards and made narrow lines
and wide lines out of them" (Limitei-me a prolongar verticalmente os pontos
e traços, alterando os espaços e a espessura entre eles).
Em Outubro de 1949, nascia assim o primeiro código de barras. Formado por quatro linhas
brancas sobre um fundo preto, sendo mais tarde,
convertido em círculos concêntricos para facilitar a
leitura a partir de qualquer ângulo. Quanto mais
linhas se adicionassem, mais informação podia ser
codificada (Figura 2).
Contudo, a sua massificação só veio a ocorrer
varias décadas depois, quando a miniaturização
dos componentes electrónicos e avanços na
tecnologia laser, permitiram a produção de sistemas de leitura a baixos custos.
Foi com o padrão de círculos concêntricos, falado anteriormente, que em 20 de Outubro de
1949, Woodland e Silver iniciaram o pedido de patente intitulado como "Classifying Apparatus
and Method" (Classificando Aparelhos e Métodos). Os inventores descreviam a sua invenção
como "to the art of article classification...through the medium of identifying patterns".
A patente foi então emitida em 7 de Outubro de 1952 aos dois inventores, Joseph Woodland e
Bernard Silver (como US Patent 2,612,994).
Figura 1. Norman Joseph Woodland
Figura 2. Padrão em círculos concêntricos
5
Por volta de 1970, uma empresa de consultadoria, a McKinsey & Co.,em conjunto com o
Uniform Grocery Product Code Council, definiram um formato numérico
para identificar os produtos. Posteriormente, pediram a diversas
empresas informáticas que elaborassem um código adequado a estas
especificações. De entre as firmas contactadas, a que acabou por
apresentar a proposta vencedora foi a IBM, com um código criado por
George J. Laurer (Figura 3).
O código proposto e formalmente aceite em Maio de 1973 passou a ser
conhecido como código UPC (Universal Product Code), sendo adoptado
pelos Estados Unidos da América e pelo Canadá. Este consistia numa sequência de 12 dígitos,
traduzidos para a forma de barras (linhas verticais e não círculos concêntricos – Figura 4).
Figura 4. Código UPC- barras verticais
Posteriormente, foi pedido a Laurer que ampliasse o código, para permitir uma maior difusão
do sistema, de modo a identificar também o país de origem de cada produto classificado.
Baseado no UPC-A, Laurer acabou por criar um novo código, com 13 dígitos, em Dezembro de
1976, chamado EAN (European Article Numbering system) e dirigido, como o próprio nome
indicia, para a Europa.
Alguns países adoptam este mesmo sistema, dando-lhe outro nome. Por exemplo, no Japão o
sistema é conhecido como JAN (Japanese Article Numbering system).
Hoje em dia, existem 5 versões do código UPC e 3 versões do código EAN, que se tentarão
explicar seguidamente.
3.1.2 O Conceito e o Sistema de Código de Barras
O Código de Barras é um sistema de identificação aplicado a produtos, consistindo numa série
de barras verticais, segundo um código binário que compreende barras em preto e aberturas
em branco arranjadas numa configuração paralela de acordo com um padrão predeterminado e
que representam os elementos de dados referenciando um símbolo associado. A sequência,
composta de barras largas e estreitas e de aberturas, pode ser interpretada alfanumérica e
numericamente. As barras e/ou os intervalos entre elas, a altura das barras, a posição da barra
e a distância da barra mais próxima podem caracterizar o código de barras. A sua leitura é feita
pela exploração óptica do laser, isto é, pela reflexão diferente de um feixe de laser das barras
do preto e das aberturas brancas.
Hoje em dia, os códigos de barras são utilizados em quase todos os processos logísticos,
sendo os mais usuais, os códigos de barras UPC/EAN (falados pormenorizadamente à
Figura 3. George J. Laurer
6
posteriori). Contudo, podemos encontrar mais alguns tipos de códigos de barras, destacando-
se, por exemplo, o ISBN, o SSC e o SSCC.
Um sistema de código de barras é constituido por:
1. Scanner de código de barras
Aparelho utilizado para a leitura do código de barras que emite um feixe de luz vermelha (um foto-condutor) que percorre todas as barras. Se a barra for escura a luz é absorvida; se a barra for clara (espaços) a luz é reflectida novamente para o “scanner” reconhecendo os dados que ali estão representados. O código de barras é analisado e a imagem proveniente do foto-condutor envia a informação para o output do scanner (Figura 5).
2. Impressora de Código de Barras É este o componente responsável pela impressão das etiquetas de código de barras. Estas etiquetas podem ser colocadas em vários tipos de superfícies. A qualidade de impressão de um código de barras é reflectida na precisão da ligação com processamento de dados (Figura 6).
3. Aplicador de Código de Barras Estes aparelhos são responsáveis por aplicar ou imprimir as etiquetas nas embalagens (Figura 7).
4. Etiqueta de Código de Barras Existem diversas formatos de etiquetas que podem ser impressos: UPC, EAN, ISBN, SSC, SSCC, entre outros. Contudo, estas etiquetas existem em dois tipos de tamanhos, o Standard Barcode Label e o Large Barcode Label (Figura 8).
Figura 8. Standard and Large Barcode Label
4.1. UPC Code
De forma geral , o código UPC (Universal Product Code) codifica 12 dígitos
decimais, sob a forma
SLLLLLL MRRRRRRE
Bits de Guarda
S (start), E (End) – 101
M (Middle) – 01010
Dígitos
L (Left), R (Right) – Cada um representado num código de 7 bits
L – Prefixo
R – Código corrector de erros
Total: 95 bits (7,9 bits / dígitos).
Figura 5. Scanner
Figura 6. Impressora
Figura 7. Aplicador
7
Existem 5 versões do código UPC, como foi escrito no ponto anterior; a versão
UPC-A, a versão UPC-B, a versão UPC-C, a versão UPC-D e a versão UPC-E
(Tabela 1.).
Tabela 1. Versões do Código UPC
Tipo de Código: UPC Descrição
Versão
UPC-A
• Código Contínuo que possui 12
digitos;
• Possui 10 dígitos de informações e 2
dígitos externos para caracterizar o
tipo de produto e para verificação de
erros;
• Normalmente, o primeiro dígito
representa o tipo de produto que está
a ser identificado. Os seguintes cinco
dígitos são o código do fabricante e
os cinco dígitos posteriores são
utilizados para identificar um produto
específico. Por fim o último digito é o
de verificação de erros;
UPC-B
• A sua descrição é idêntica ao
anterior, com excepção do último
dígito (verificação de erros) que não
existe;
• Aplicação na área da saúde.
UPC-C
• Possui 12 dígitos;
• Aplicação industrial em larga escala.
UPC-D
• Versão do Código UPC com variação
no comprimento, composto por um
número mínimo de 12 dígitos.
UPC-E
• Idêntico ao UPC-A, exceptuando no
tamanho, o UPC-E 6 dígitos, ao invés
dos 10 do UPC-A;
• É apropriado para produtos mais
pequenos.
8
4.2. EAN Code
O código EAN é um sistema internacional de identificação que auxilia na
identificação inequívoca de um item a ser vendido, movimentado e armazenado. Os
números representados nas barras identificam o país emissor do código, a empresa
proprietária do produto, o produto identificado por 4 ou 5 dígitos e por último 1 dígito
verificador que auxilia na segurança da leitura e descodificação do código de barras.
Tudo isto totaliza cerca de 12 ou 13 dígitos num código de barras EAN. Existe para
produtos pequenos o EAN de 8 dígitos que segue regra individualizada de
identificação (Tabela 2).
Tabela 2. Tipos de códigos EAN
Tipo de Código: EAN Descrição
Versão
• Possui 13 digitos;
• O primeiro dígito identifica o país
emissor do código, os 6 dígitos
seguintes, a empresa proprietária do
produto, os outros seis dígitos
representam o produto, e por fim o
último dígito o código de verificação
de erros.
• Possui 12 dígitos;
• A sua descrição é idêntica à anterior,
com excepção de 4, ao invés de 5,
para dígitos para a identificação do
produto.
• Possui oito dígitos;
• Dois dígitos do código do país, cinco
dígitos de dados e um dígito de
verificação.
9
3.1.3. Vantagens e Desvantagens
Como qualquer tecnologia, o código de barras apresenta uma série de vantagens e
desvantagens. Como principais vantagens, o código de barras apresenta todas aquelas que
um sistema de identificação possa oferecer; controlo e gestão de produtos, armazenamento de
informação, maior rapidez nos processos comparado com o manual, entre outras; tudo isto a
um baixo custo de investimento e de manutenção. Contudo, também apresenta uma série de
desvantagens, tais como: a sua aplicação é limitada a condições ambientais de processo; as
etiquetas não conseguem ser lidas se estiverem sujas ou com pó, se tiverem tapadas ou se
apresentarem danificações nas impressões. Também a superfície dos itens etiquetados podem
influenciar o movimento dos produtos dentro de uma cadeia; a sua leitura é sequencial e de
contacto directo com o leitor, ou seja, um leitor só pode fazer uma leitura de cada vez,
conferindo ao processo onde esta tecnologia está aplicada, um carácter lento,
comparativamente com outras; a informação armazenada em cada etiqueta é facilmente
descodificada e podem ser lidas de forma errada; têm pouca capacidade; e apresenta um
tempo de vida curto, pois não pode ser reutilizada (também estes parâmetros comparados com
outras tecnologias substitutas).
3.2 Radio Frequency Identification – RFID
3.2.1 Breve História do RFID
A tecnologia de RFID (Radio Frenquency Identification) nasce com os sistemas de radares
utilizados na II Guerra Mundial, onde os países usavam a tecnologia para identificar a
proximidade de um voo. O problema era identificar se esses aviões eram do inimigo ou se
eram aliados.
Os alemães descobriram, então, que se os seus pilotos girassem os aviões quando estivessem
de volta à base iriam modificar o sinal de rádio que seria reflectido de volta ao radar. Este
método simples alertava os técnicos responsáveis pelo radar que se tratavam de aviões
alemães. (este foi o primeiro sistema passivo de RFID considerado). Mas foram os ingleses
que desenvolveram o primeiro sistema de RFID activo o IFF (Identify Friend or Foe). Estes
colocaram um transmissor em cada avião britânico, em que o sistema enviava um sinal (das
estações de radares instaladas no solo) ao transmissor (do avião) e este difundia um sinal de
resposta que identificava se o avião era britânico ou não (Figura 9).
Figura 9. Desenvolvimento do Sistema RFID
10
Os RFID’s funcionam com o mesmo princípio básico. Um sinal é enviado a um transponder, o
qual é activado e reflecte de volta o sinal (sistema passivo) ou transmite seu próprio sinal
(sistemas activos). Nas décadas de 50 e 60, cientistas e estudantes dos Estados Unidos, Europa e Japão
começam a realizar pesquisas, no seguimento de apresentarem estudos explicativos de como
a energia RF poderia ser utilizada para identificar objectos remotamente.
Novas empresas surgiram, a comercializar sistemas de anti-roubo para grandes empresas
comerciais, onde utilizavam as ondas de rádio para determinar se um item tinha sido roubado
ou pago normalmente. Nascem, assim, as tags (como etiquetas de “vigilância electrónica”).
Cada etiqueta utilizava 1 bit, que quando a pessoa pagava um produto, o bit era posto em
modo off ou 0 e os sensores não disparavam o alarme; caso contrário, o bit continuava no
modo on ou 1 e se o produto saísse do estabelecimento os sensores disparavam um alarme
(Figura 10 e 11).
Figura 10. Exemplo de um sistema anti-roubo
Figura 11. Evolução do sistema RFID
Devido ao elevado custo, o uso da radiofrequência restringia-se apenas a aplicações militares,
laboratórios e grandes empresas comerciais. Com o avanço do “mundo electrónico” e do
desenvolvimento de componentes em grande escala, ao longo dos tempos, esse custo tem
vindo a diminuir, permitindo assim, o uso comercial para uma grande massa global.
No começo da década de 90, engenheiros da IBM desenvolveram e patentearam um sistema
de RFID baseado na tecnologia UHF (Ultra High Frequency). O UHF oferece um alcance de
leitura muito maior (aproximadamente 10 metros sobre boas condições boas) e transferência
de dados mais velozes comparado com o RFID standard (ondas electromagnéticas). Mas a
tecnologia era muito dispendiosa comparada ao pequeno volume de vendas que gerava,
levando a uma falta de interesse internacional.
11
Para melhorar a visibilidade, em 1999, o Uniform Code Concil, o EAN internacional, a Procter &
Gamble e a Gillette uniram-se e estabeleceram o Auto-ID Center, no Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT).
O objectivo do Auto-ID Center era desenvolver uma rede de comunicação dentro de uma
cadeia logística baseada num sistema RFID utilizando a tecnologia de UHF.
Rapidamente, este teve um grande sucesso, e ao centro associaram-se grandes empresas
como a Wal-Mart, Metro, Target, HP, Unilever.
Em 2002, o Auto-ID finalizou uma especificação designada por EPC Global (“Eletronic Product
Code” – Código Eletrónico de Produto) que tinha como principal objectivo, que toda a rede de
empresas associadas tivessem disponível um conjunto de códigos únicos para cada produto,
de modo a padronizar o sistema (Figura 12).
Figura 12. Evolução do sistema de RFID
3.2.2 O Conceito e o Sistema de RFID
O RFID (Radio Frequency IDentification), como a própria sigla induz, é uma tecnologia de
identificação que utiliza sinas de rádio frequência para comunicar com uma tag e capturar os
dados que irão identificar o objecto portador da mesma.
Desta forma o RFID pode ser visto como a tecnologia substituta do código de barras.
Esta tecnologia, actualmente muito presente no nosso mercado, pode ser encontrada em
diversas áreas de aplicação tais como: controlo de acessos, controlo de tráfego de veículos,
processos industriais, gestão de contentores, monitorização de pacientes, identificação de
animais, monitorização de bagagem e passageiros nos aeroportos, e aplicações em ambientes
hostis como processo de pintura industrial e lubrificação de partes ou produtos identificados
com transponders de RFID’s.
Um sistema de RFID é, então, formado basicamente por três componentes: as antenas, os
tags (transponders) e o leitor com um descodificador (transceiver) (Figura 13).
12
Figura 13. Sistema (passivo) RFID
3.2.3 O Sistema de RFID
Resumidamente, o funcionamento deste sistema ocorre da seguinte forma:
1. O leitor é ligado a uma antena e é gerado um sinal de rádio frequência;
2. Quando uma tag entra na área de cobertura do sinal gerado pelo leitor, recebe energia
e acciona os seus circuitos;
3. Esta activação faz uma leitura dos dados da tag, e envia-os de volta para o leitor (por
via de um sinal de rádio frequência);
4. O leitor por sua vez processa as informações e guarda a identificação da tag.
3.2.2.1 O Sistema de RFID - antena
Num ambiente RFID, a antena é responsável por emitir um sinal de rádio para a tag, fazendo
com que esta seja activada, escrita ou lida, dependendo do ambiente de aplicação.
3.2.2.2 O Sistema de RFID - transceiver
O transceiver tem como função dispersar as ondas de rádio que são fundamentais para o
reconhecimento das tags. Este emite uma onda electromagnética que irá excitar os circuitos
integrados das tags, fazendo com que estas respondam, transmitindo o conteúdo da sua
memória. As ondas electromagnéticas emitidas pelo tranceiver, podem ser dispersas em
diversas direcções (de um polegada até metros) e quando a tag passa nessa zona é detectada.
O transceiver recolhe os dados contidos na tag e descodifica-os, passando-os para um
computador para este realizar o seu processamento.
Assim, o tranceiver pode ser considerado o “cérebro” de um sistema RFID. Isto porque, sendo
o responsável pela ligação entre sistemas externos de processamento de dados
(computadores com base de dados) e as tags, é também da sua responsabilidade a gestão do
Transceiver
13
sistema. Essa gestão pode passar por o controlo de acesso múltiplo (de várias tags), rejeição
de repetições de dados, correcção de erros, entre outros. A razão da grande maioria destes
processamentos serem colocados no tranceiver, advém do facto de a tag ser um dispositivo de
tamanho reduzido e baixa complexidade (baixo custo), pelo que todos os mecanismos de
segurança, gestão e controlo do sistema deverão ser colocados no tranceiver. Por isso, o
tranceiver é naturalmente de maior dimensão, de maior complexidade e de maior custo, pelo
que num sistema básico de RFID pode existir apenas um tranceiver para dezenas ou centenas
de tags.
3.2.2.3 O Sistema de RFID – A tag.
A tag (ou transponder) é um pequeno dispositivo que serve de identificador do objecto no qual
foi implementado. Quando solicitado pelo tranceiver, devolve a informação contida dentro do
seu pequeno microchip, quer esta seja apenas um simples bit ou uma pequena base de dados
identificativos do histórico do produto (note-se, contudo, que apesar de este ser o método mais
comum, existem tags activas que transmitem informação sem a presença do tranceiver).
Quanto às características das tags, podemos encontrar três tipos básicos: Passivas, activas ou
semi-passivas (ou semi-activas). Estas últimas são as menos utilizadas, no que neste estudo
não se irá dar muita relevância a este tipo de tag.
3.2.2.3.1 Tags passivas
As tags passivas não têm bateria (ou outra fonte de energia) interna para o seu funcionamento.
Em vez disso a tag aproveita a energia enviada pelo tranceiver para alimentar os seus circuitos
e transmitir os seus dados armazenados de volta. Uma tag passiva tem que ter por isso uma
constituição muito simples e com um número de elementos reduzido. Em virtude da ausência
de bateria, a tag passiva pode ter uma longa vida de funcionamento sem precisar de qualquer
manutenção. Pode suportar condições mais extremas sem colocar em causa o seu
funcionamento, é geralmente mais pequeno que as tags activas (Figura 14) e a sua produção
em massa leva-as a ter custos de produção muito baixos (na casa dos 5 cêntimos de dólar
para os mais simples).
Na comunicação entre os dois blocos, o tranceiver terá sempre a tarefa de comunicar em
primeiro lugar, pois a tag necessita da potência recebida do tranceiver para funcionar. Por esta
razão, neste sistema, o tranceiver terá de estar constantemente a “bombardear” com sinais
rádio frequência o seu campo de acção, de forma a conseguir detectar a presença da tag. É
Figura 14.Exemplos de tags passivas
14
também facilmente perceptível que o raio de cobertura duma tag passiva é menor que o raio de
uma tag activa. Os principais componentes dos tags passivos são (Figura 15):
1. Microchip
2. Antena
Figura 15. Constituição de uma tag passiva
3.2.2.3.2 Tags activas
Ao contrário das tags passivas, as tags activas têm uma fonte de energia interna que alimenta
o seu circuito integrado e fornece energia para o envio de sinais de transmissão de dados para
o tranceiver. Por oposição às tags passivas, estes não necessitam da energia do sinal recebido
para funcionar, podendo assim ter um papel mais independente do tranceiver. Este tipo de
funcionamento permite à tag a realização de tarefas mais complexas, deixando este que deixa
de ser um simples “espelho de identificação” para o tranceiver. As tags activas são, por isso,
geralmente maiores, mais complexos e com um alcance muito superior em relação às tags
passivas (Figura 16). Têm também uma maior capacidade de armazenamento de dados, uma
memória para escrita superior e suportam componentes exteriores como sensores ou outros
dispositivos semelhantes.
Figura 16. Exemplos de tags activas
Pelo facto de terem energia interna, as tags activas podem funcionar mesmo sem a presença
de um tranceiver monitorizando. Os principais componentes das tags activas são (figura 2.8):
1. Microchip;
2. Antena;
3. Alimentação interna;
4. Electrónica adicional.
O microchip de uma tag activa é, geralmente, de maior tamanho e capacidade que o da tag
passiva. Isto porque, tendo alimentação interna, pode fornecer maior energia ao microchip,
15
permitindo-lhe maiores capacidades de processamento e armazenamento de dados. A antena
de uma tag activa não necessita de ter as dimensões das antenas das tags passivas, sendo
que em muitos casos esta fica até embutida no módulo RF da tag.
Numa tag activa poderá existir electrónica adicional (sensores, processadores de dados, etc…)
que possibilita o funcionamento da tag como transmissor sem necessitar da presença do
tranceiver. Contudo, este funcionamento não deve ser padronizado, pois exigiria bastante
energia e rapidamente esgotaria a bateria da tag (Figura 17).
Figura 17.Componentes de uma tag activa
As tags activas são genericamente mais caras, não suportam condições tão extremas como os
passivos, necessitam de uma manutenção (mudança de bateria) regular, mas têm um maior
alcance, tornando-os mais apropriados para localização.
3.2.2.3.3 Tags semi-activas ou semi-passivas
Pode afirmar-se que o funcionamento deste tipo de tag fica no meio dos dois anteriores.
Embora possua alimentação interna, esta só serve para alimentar os circuitos internos e não
para criar um novo sinal RF para o tranceiver, ou seja, esta tag não possui um modulador RF.
As características da antena e do modo de funcionamento são semelhantes ao tag passivo,
pois também dependem sempre de um sinal do tranceiver para comunicar. Pode, apesar disso,
ter um microchip maior e com capacidade superior à tag passiva, pois à semelhança da tag
activa, contem alimentação interna. Outro componente que poderá ser semelhante à tag
passiva é a antena. A sua constituição interna pode ser vista na figura 18.
Figura 18. Componente de uma tag activa
16
3.2.2.4 – Comparação do RFID Passivo vs Activo Na tabela seguinte são apresentadas as principais diferenças entre os RFID’s passivos e
activos.
Tabela 3. Comparação entre os dois tipos de tags mais importantes, activa e passiva
Para além das diferenças já referidas nas secções anteriores, pela tabela podemos ver que as
tags activas têm maior capacidade de armazenamento, maior rapidez de acesso múltiplo e
melhores aplicações de segurança. Contudo, pelo facto de serem mais dispendiosas leva a
terem um impacto mais reduzido nos processos de negócio, pois para muitas aplicações as
tags passivas são suficientes e muito mais baratas.
Como podemos verificar, os três componentes envolvidos num sistema de RFID possuem
características próprias e que devem ser escolhidas de acordo com as necessidades e
desafios impostos pela aplicação, na qual se deseja utilizar a tecnologia de RFID. Cada um dos
componentes contribui para a performance total do sistema. Desta forma, para se atingir um
sistema optimizado, é necessário conhecer todas as características e comportamento dos
componentes de forma a compor as melhores junções entre estes, proporcionando assim o
melhor resultado global do sistema.
Como se pode constatar, a implantação da tecnologia de RFID requer muito conhecimento
sobre sistemas de rádio frequência, além de um estudo detalhado sobre a aplicação na qual se
deseja adoptar o RFID. Isto ocorre devido a grande variedade de alternativas que esta
tecnologia proporciona.
17
3.2.4 Vantagens e Desvantagens do Sistema RFID
Vantagens
Como principais vantagens desta tecnologia identificaram-se as seguintes:
• Eliminação de erros de escrita e leitura de dados;
• Armazenamento de dados de forma mais rápida e automática;
• Redução de processamento de dados com maior segurança;
• Detecção sem a necessidade de aproximação para o reconhecimento de dados, sem
necessidade de campo visual e grande variedade de formatos e tamanhos – o seu
reduzido tamanho que permite que seja integrado em qualquer tipo de objectos
(pulseira, coleiras de animais, chaves, cartões tradicionais e ate introduzido de baixo
da pele de animais);
• Operação segura em ambiente hostis (lugares húmidos, molhados, sujos, corrosivos,
altas temperaturas, baixas temperaturas, vibração, choques), pois permite a
alimentação da etiqueta e da leitura de dados sem contacto físico;
• Capacidade de armazenamento, leitura e envio dos dados para etiquetas activas;
• Durabilidade das etiquetas com possibilidade de reutilização;
• Rapidez de resposta: Contagens instantâneas de stocks, facilitando os sistemas
empresariais de inventário;
• Precisão nas informações de armazenamento e permissão para alteração de dados;
• Prevenção de roubos e falsificação de mercadorias;
Desvantagens
Como desvantagens o RFID pode manifestar como principais:
• O custo elevado da tecnologia RFID em relação aos sistemas de código de barras é
um dos principais obstáculos para o aumento de sua aplicação comercial;
• O uso de materiais metálicos e condutivos pode afectar o alcance de transmissão das
antenas. Como a operação é baseada em campos magnéticos, o metal pode interferir
negativamente no desempenho.
• Ausência de padronização das frequências utilizadas para que os produtos possam ser
lidos por toda a indústria de maneira uniforme - algumas das etiquetas produzidas por
alguns fabricantes só pode ser lidas por equipamentos destes;
• A invasão da privacidade dos consumidores por causa da monitorização das etiquetas
coladas nos produtos.
4. RFID vs Código
Tabela 4. RFID vs Código de Barras
Como podemos verificar nos parâmetros
aquém das expectativas comparativamente ao RFID,
último na quantidade armazenada de dados (informação) no seu
importante realçar que o RFID permite escrita
possibilidade de actualização (modificação de dados) em tempo real.
barras pode ser facilmente copiada, alterada ou danificada, o
tecnologia RFID uma vez que é impossível fazer cópias não autorizadas.
Ao nível dos custos, é o código de barras que apresenta um custo mais baixo.
dificuldades para adopção da tecnologia RFID estão relacionadas com o
financeiro actual para implementar a
para a tecnologia RFID, podendo ocasionar (como foi dito anteriormente)
possa ser lida no equipamento
consumidores, o que pode lev
outro tipo de equipamentos.
Em relação à leitura, ambas as tecnologias têm
código de barras necessitam de estar num bom
modo a que possam obstruir a passagem do laser
RFID permite uma leitura simultânea das etiquetas a uma grande ve
código de barras que tem que ser uma de cada vez,
dados.
*₁
Código de Barras
nos parâmetros relativos aos dados, o código de barras fica bastante
aquém das expectativas comparativamente ao RFID, destacando-se a superioridade deste
último na quantidade armazenada de dados (informação) no seu microship
mportante realçar que o RFID permite escrita de informação nas suas tags
possibilidade de actualização (modificação de dados) em tempo real. A tecnologia de código de
barras pode ser facilmente copiada, alterada ou danificada, o que não acontece com a
tecnologia RFID uma vez que é impossível fazer cópias não autorizadas.
Ao nível dos custos, é o código de barras que apresenta um custo mais baixo.
dificuldades para adopção da tecnologia RFID estão relacionadas com o
financeiro actual para implementar a infra-estrutura RFID. A falta de padrões é outra dificuldade
podendo ocasionar (como foi dito anteriormente)
no equipamento correspondente. Pode ainda, gerar falta de confiança entre os
consumidores, o que pode levar a não adopção da tecnologia e falta de compatibilidade com
ambas as tecnologias têm boa fiabilidade, no entanto,
as necessitam de estar num bom ambiente, sem sujidade/poeiras ou tapadas
possam obstruir a passagem do laser. Outra desvantagem é que a tecnologia
RFID permite uma leitura simultânea das etiquetas a uma grande velocidade, ao contrário do
código de barras que tem que ser uma de cada vez, caracterizando-a como lenta
₁ Esta coluna só é preenchida quando o parâmetro se aplica para
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o código de barras fica bastante
se a superioridade deste
microship. É também
tags, dando assim, a
A tecnologia de código de
que não acontece com a
Ao nível dos custos, é o código de barras que apresenta um custo mais baixo. As principais
alto investimento
A falta de padrões é outra dificuldade
que uma tag só
confiança entre os
falta de compatibilidade com
, no entanto, as etiquetas de
sem sujidade/poeiras ou tapadas de
é que a tecnologia
locidade, ao contrário do
a como lenta na leitura dos
para tags activas e passivas
19
5. Conclusões
Ao longo deste trabalho tentou-se demonstrar duas tecnologias de identificação, o código de
barras e o RFID. A captura automática da informação pode ser vista como a principal vantagem
comum destas duas tecnologias, caracterizando-as como rápidas e exactas relativamente ao
modo manual e levando a que os erros de leitura e intervenção humana sejam menores
(possibilitando a ligação do fluxo físico de materiais com o fluxo de informação). Numa cadeia
de valor, o uso da mesma tecnologia standard por todas as partes envolvidas leva a que se
consiga ter a informação dos produtos desde o produtor até ao consumidor final.
Constatou-se que apesar de terem o mesmo objectivo principal, a identificação, o RFID
apresenta uma melhor performance na maioria dos parâmetros comparativos que foram
apresentados (salvaguarda-se que o RFID tem muitos tipos de aplicações que não só a
identificação de produtos; e como tal ser vista como uma tecnologia tão atractiva). Por se tratar
de uma tecnologia tão apetecida, o RFID em qualquer parte da sociedade actual, é alvo de um
constante desenvolvimento.
Como foi possível verificar ao longo deste trabalho, a tecnologia RFID baseia-se em princípios
de funcionamento básicos, com tecnologias muito simples mas de extrema utilidade e
funcionalidade em diversos campos. Os mais variados locais públicos ou privados são hoje
cobertos por redes mais ou menos complexas de pequenas tags, que recolhem e processam
variadíssima informação. Desde o mais simples alarme On-Off, ao mais complexo sistema de
monitorização em tempo real de elementos de uma equipa de intervenção rápida em caso de
sinistro, por exemplo. As aplicações desta tecnologia são infindáveis. No entanto, o seu custo
de investimento inicial (compra dos componentes básicos do sistema) ainda é muito elevado,
sendo por isso só dirigido a grandes empresas. Contudo, acredita-se que com o melhoramento
contínuo desta tecnologia, se estimule o mercado das tecnologias por rádio frequência e que
com isto os preços das tags e de todos os custos envolvidos baixem, alargando assim a sua
dimensão de mercado. O código de barras tenderá assim, a ser substituído pelo RFID, numa
óptica de identificação de produtos.
Por fim, apesar da aparente difusão da tecnologia RFID, as normas de regulação tardaram a
surgir e só na década passada é que começaram a surgir os primeiros protocolos.
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6. Bibliografia
• Integrating ERP, Supply Chain Management and Smart Materials , Dimitris N.
Chorafas, 2001, Auerbach Publishers
Sites consultados:
• http://www.adams1.com/history.html
• http://www.ipjornal.com/noticias/191_origem-do-codigo-de-barras.html
• http://www.barcoding.com/information/barcode_history.shtml
• http://br.geocities.com/dadosvariaveis/tipos.html
• http://www.gs1brasil.org.br/main.jsp?lumPageId=480F89A819C2B3290119C39C
53F62BF1
• http://msdn.microsoft.com/pt-br/library/cc580676.aspx
• http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_barras