Bandeira Científica 2007 Moléstias Infecciosas TÂNIA S. CHAVES Centro de Imunizações e...
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Bandeira Científica 2007
Moléstias Infecciosas
TÂNIA S. CHAVES
Centro de Imunizações e Ambulatório dos Viajantes
Divisão de Moléstias Infecciosas/HCFMUSP
Resumo da discussão Doenças causadas por vírus
• Hepatite A• Hepatite B• Dengue• HIV
Por bactérias• Tuberculose
Helmintos• Parasitoses intestinais Ancilostomíase,
Ascaridiase, Estrongiloidiase, Tricuríase, Teníase, Esquistossomose
Protozoários
• Amebíase e Giardíase
• Malária• Leishmaniose
Maranhão - Açailândia
Doenças transmitidas por picadas de insetos
MaláriaDengue
Leishmaniose
Epidemiologia
Metade da população mundial está sob o risco de adquirir malária
300/500 milhões casos/ano
1.5/3 milhões mortes/ano
57,000 casos e 170 mortes por hora
No Brasil Amazônia Legal (99,5% dos casos): Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão ~ 600 a 700 mil casos/ano /
Malária
Distribuição global da malária – OMS/2003
www.hpa.org.uk/publications/2006/Malaria/
www.who.int, acessado, 21/02/2007
Açailândia
№ Lâminas Positivas, jan a abr 2006 e 2007
Fonte: Sivep_Malária, em 24/05/07
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Número de Lâminas Positivas
CENTRO NOVO DO MARA.. ....
CANDIDO MENDES ....
GOVERNADOR NUNES FRE......
MONCAO ....
BACABAL....
MARACACUME ....
SANTA LUZIA....
SAO MATEUS DO MARANH......
CONCEICAO DO LAGO-ACU ....
ALCANTARA ....
BOA VISTA DO GURUPI ....
AMARANTE DO MARANHAO....
AMAPA DO MARANHAO ....
PINDARE MIRIM....
TURIACU ....
RAPOSA ....
SANTA HELENA ....
ALTO ALEGRE DO PINDARE ....
ICATU....
CARUTAPERA ....
CAJARI ....
400335
164244
120175
97122
2997
6956
3878
10104
5063
2980
5750
856
2036
3016
1824
1427
831
633
924
1314
127
Cell 124, 2006
EtiologiaP. Vivax
- PI: 10-15d (até 2 meses)
- Hematozoário infecta quase
exclusivamente reticulócitos- 10.000 – 20.000 parasitas/mm³
- 2% ou menos das hemácias estão parasitadas
P. Falciparum
- PI:7 -10d (12 a 14 d)
- Infecta qualquer hemácia
- Alta parasitemia: > 100.000 parasitas/mm³
- 10% ou mais das hemácias estão parasitadas
Vetor Anopheles sp
MaláriaQuadro clínico Febre (acesso palúdico), cefaléia, calafrios, mialgia e diarréia
Icterícia Hepatoesplenomegalia Lab: anemia, trombocitopenia, insuficiência
renal
Paroxismos de febre:Paroxismos de febre:P. vivaxP. vivaxP. falciparumP. falciparum 448 horas.8 horas.P. malariaeP. malariae: 72 horas.: 72 horas.
Malária -Diagnóstico
Gota espessa EsfregaçoEsfregaço
TRATAMENTO- MSMalária P.vivax
Cloroquina: 25mg/kg/ dose total
Primaquina*: 0,25 mg/kg/dia - 14 dias
O QUE HA DE NOVO NO TRATAMENTO Plasmodium falciparum? C O A R T EM
*Atenção especial à gestante
(2o. e 3o. trimestres)
TRATAMENTO: Malária P.falciparum não complicada
1ª. Linha
Artemether + lumefantrina (20mg+120mg)1,5mg/kg +12mg/kg - 12/12h por 3 dias
2ª. Linha
Quinino + doxiciclina + Primaquina (6º. dia)*
25 mg/kg/dia (em 2 tomadas)– 3 dias
3,3 g/kg/dia – 5 a 7 dias
MS/NT 008/2007
Drogas utilizadas na gestação
Quinino
Cloroquina
Proguanil
Sulfadoxina- pirimetamina
Derivados da artemisinina
Mefloquina
Drogas contra indicadas
Gestação
Primaquina
Tetraciclina
Aleitamento
Tetraciclina
Dapsona
Artesunato (EV) + Clindamicina:
2,4 mg/kg dose de ataque; 1,2 mg/kg 4h, 24h e 48h + 20mg/kg/dia – 5 a 7 dias
Artemether (IM) 3,6 mg/kg dose de ataque + 1,6mg/kg/dia - 5 dias
Quinino: 20-30mg/kg/dia – 7 dias
Quinino + Clindamicina:
20-30mg/kg/dia – 3 dias 20mg/kg/dia – 5 a 7 dias
TRATAMENTO: Malária P.falciparum Grave
DengueDengue
Doença infecciosa febril aguda, de etiologia viral e
evolução benigna, na maioria das vezes
Notificação obrigatória: suspeitos e confirmados
EtiologiaEtiologia
Vírus RNA, gênero flavivírus; família flaviviradae
4 Sorotipos: DEN-1; DEN-2;DEN-3;DEN-4
Imunidade temporária e parcial a outros sorotipos e
permanente ao sorotipo que causou a doença
Todos sorotipos podem causar doença grave
Dengue - Vetor Dengue - Vetor Gênero Aedes
A. aegypti; A. albopictus; A. scutellaris...
Antropofílico
Regiões tropicais e subtropicais
Período de Incubação e TransmissãoPeríodo de Incubação e Transmissão
P.I. homem = 3-15 dias (média 6 dias)
P.I. mosquito = 8-10 dias
• P.T. homem = 1 dia antes da febre até fim da viremia
• P.T. mosquito = vida do mosquito
Caso Suspeito - Dengue ClássicoCaso Suspeito - Dengue Clássico
Febre com duração de 2-7 dias, acompanhada de
pelo menos dois dos seguintes sintomas:
cefaléia, artralgia (quebra ossos), dor retrorbital,
mialgia, exantema maculo-papular (2 a 5 dias dos
sintomas), prostração, além de história de ter estado
em áreas de transmissão de dengue
Caso Suspeito - FHDCaso Suspeito - FHD
Febre com duração de 2-7 dias, acompanhada de
pelo menos dois dos seguintes sintomas:
cefaléia, artralgia, dor retrorbital, mialgia,
exantema, prostação e uma manifestação
hemorrágica, além de história de ter estado em
área de transmissão de dengue
Fatores de Risco
Individual Epidemiológico
Viral
Idade
Sexo
Raça
Nutrição
Infecção secundária
Resposta hospedeiro
Número suceptíveis
Densidade vetorial
Circulação vetorial
Hiperendemicidade
Virulência cepa
Sorotipo (2 ou +)
FHD na criança (12 meses)
• Quadro clínico– Febre– Hepatomegalia– Sintomas Vias Áereas Superiores– Sangramentos– Vômitos– Diarréia
• Infecções bacterianas associadas– Pneumonia– Meningites– IVAS
• Convulsões• Letalidade de 11-50%
FHD - Definição Clínica e Gravidade - (OMS,1986)
• Dx FHD Febre + hemorragias + trombocitopenia + hemoconcentração
• GRAU I Febre acompanhada de sintomas inespecíficos sem manifestação hemorrágicas espontâneas; Prova laço +
• GRAU II Febre acompanhada de sintomas inespecíficos com manifestação hemorrágicas espontâneas
• GRAU III Febre acompanhada de sintomas inespecíficos com hemorragias espontâneas e colapso circulatório
• GRAU IV Choque profundo com PA e pulso imperceptíveis
Ht 20% do valor basal do paciente anterior a doença ou da referência abaixoCrianças Ht > 38%Mulheres Ht > 40%Homens Ht > 45%
Plaquetopenia 100.000
Exames de imagem (Rx; USG demostrando extravazamento de plasma para terceiro espaço)
Paramêtros laboratorias para fechamento de caso de FHD
Sinais de Alerta (OMS)Sinais de Alerta (OMS)
Dor abdominalHipotensão posturalPulso filiforme, cianoseHepatomegalia dolorosaDerrames cavitáriosManifestação hemorrágicas e/ou
Prova do Laço +HemoconcentraçãoAgitação e/ou letargiaVômitosLipotimia, sudorese
Hematócrito e Plaquetas - Quando Solicitar?Hematócrito e Plaquetas - Quando Solicitar?
Manifestações hemorrágicas
Distúrbios hemodinâmicos
Sinais de mau prognóstico
Doenças crônicas
Idosos > 65 anos e crianças < 1 ano
Gravidez
Manifestações hemorrágicas
DiagnósticoDiagnóstico
Clínico e epidemiológico
Prova do laço
– Média da pressão arterial
– Esfignomanômetro por 5 minutos no braço do
paciente insuflado na média
– 20 petéquias abaixo do manguito em uma polpa
digital = positivo
Prova do Laço
DiagnósticoDiagnóstico
Ht; plaquetas; leucograma; transaminases
Imagem
Sorológico (ELISA; HAI) a partir do 6° dia
Isolamento viral (até 5 ° dia)
Histopatológico; PCR
Critérios de InternaçãoCritérios de Internação
Hipotensão ou choque
Sinais de mau prognóstico
Plaquetopenia 50.000
Hematócrito elevado ou ascendente
Doença crônica descompensada
Avaliação Especial
Gravidez IdososCriançasDoenças crônicasAnemia (Falciforme)Doenças auto imunesAsmaDoenças cardio-respiratóriasDiebetes mellitus
Tratamento Tratamento AmbulatorialAmbulatorial Hidratação oral 60-80 ml/Kg/dia (1/3
solução salina)
Sintomáticos
Orientação – (retorno imediato ao identificar Sinais de alerta)
Formas graves (hemorrágicas) – internação hospitalar
Tabela Hidratação ParenteralTabela Hidratação Parenteral
• Peso (Kg) volume de líquido (ml/Kg/dia)
1 dia 2 dia 3 dia
• <7 220 165 132
• 7 a 11 165 132 88
• 12 a 18 132 88 88
• > 18 88 88 88
Critérios de AltaCritérios de Alta
Ausência de febre por 24 horas sem terapia
antitérmica
Melhora visível do quadro clínico
Ht normal e estável por 24 horas
Plaquetas em elevação
Reabsorção dos derrames cavitários
Estabilização hemodinâmica por 48 horas
Considerações Finais Não suspender amamentação
Retornar o uso da aspirina após normalização das plaquetas
Manter calendário vacinal
Não suspender anticoncepcional
Avaliar retorno ao trabalho
Não utilizar refrigerante para hidratar e sim SRO, água, chás e sucos
Leishmaniose
Etiologia
• Família Trypanosomatidae
• 11 espécies conhecidas de
Subgênero viannia:
L.v.braziliensis, L.v.guyanensis, L.v.panamensis, L.v.shawi,
L.v.peruviana, L.v.lainsoni, L.v.colombiensis, L.v.naiffi
Subgênero leishmania:
L.L.mexicana, L.l.amazonensis, L.l.venezuelensis
Subgênero donovani: L.L. donovani, L.L. infantum, L.L. chagasi
Vetor
• Phlebotomíneos do gênero Lutzomya
• Fêmeas hematófogas
• Hábitat: lugares úmidos, escuros, com plantas
• Tem vôo baixo e saltitante
• Se alimenta mais freqüentemente ao anoitecer
Regiões de clima quente e úmido:
Américas: desde sul dos EUA até norte da Argentina
África e Ásia
25.000 casos novos/ ano no mundo
No Brasil: - regiões Norte e Nordeste maior prevalência
- 1980 – 1991: média 22.000 LT e 1.500 LV / ano
- 2002: 33.720 casos LT e 4.880 casos LV
- expansão geográfica (NE centro-oeste, norte e
sudeste)
- rural periferia centros urbanos
Epidemiologia
Epidemiologia
Leishmaniose – Formas clínicas
Cutânea
Cutânea- difusaMucosa
LTA- Forma Cutânea
• Período de incubação 3 - 8
semanas
• Pápula - Pústula – Úlcera
• Úlcera: contorno circular, borda
elevada, fundo granuloso, não
dolorosas, pouco exudativa,
regridem espontaneamente
• Lesões verrucosas, vegetantes,
tuberosas
• Lesão pode levar até 6 meses
para cicatrizar
LTA- Forma Mucosa
• A maioria é secundaria a forma
cutânea, concomitante ou após
meses a anos: lesões em
mucosa, principalmente nasal e
palato contígua,
• Acomete cavidades nasais,
faringe, laringe e cavidade oral
• Provoca obstrução, rinorréia,
crosta, odinofagia, tosse,
perfurações e destruição
LTA- Forma Difusa
• Comprometimento dérmico maciço
• Crônica, com recaídas, anérgica
• Máculas, pápulas ou nódulos com
infiltração extensa
• Deficiência imunológica?
• Sub-espécies diferentes?
• Lesões ulceradas pequenas,
acneiformes, difusas
Leishmaniose cutâneo-mucosa
Leishmaniose cutâneo-mucosa
Diagnóstico Lesão típica Sorologia BX da lesão com demonstração do agente
Tratamento Antimonial pentavalente (Glucantime) Anfotericina; Pentamidina
Leishmaniose visceral
Leishmaniose Visceral
Etiologia
L.L. donovani
Quadro clínicoEvolução prolongada, desnutrição protéico- calórica, emagrecimento, febre, hepatoesplenomegalia, anemia, hemorragias, infecção associada, pancitopenia, hipergamaglobulinemia
DiagnósticoQC + Leishmania em MO ou baço (pesquisa direta, IHQ ou cultura)
Tratamento = mucosa
Tuberculose
TuberculoseEtiologiaMycobacterium tuberculosis
Transmissãoinalação de partículas aerossolizadas (tosse, espirro e fala)
História natural Complexo primário (cças) – pulmão Disseminação para linfonodos regionais e hematogênica Reativação posterior: qualquer sítio
TuberculoseQuadro clínicoSintomas inespecíficos: febre vespertina; sudorese noturna, emagrecimento
Formas clínicas Pulmonar: Tosse produtiva (>3sem), hemoptise, dispnéia Disseminada (dois ou mais locais) Linfonodomegalia, hepatoesplesnoplenomegalia, pulmonar
Diagnóstico Quadro clínico compatível Imagem radiológica Isolamento do agente em escarro, LBA, urina, LN, BX – pesquisa direta de BAAR /
cultura (identificação) PPD: auxilia
Tuberculose
Tratamento Esquema trípliceRifampicina/Isoniazida (6 meses) e Pirazinamida ( 2 meses)
Efeitos colaterais Intolerância gástrica Hepatotoxicidade Depleção de vitamina B6 Aumento de ácido úrico
Parasitoses Intestinais
AmebíaseEtiologia Entamoeba hystolytica
Importância
Transmissão Fecal - Oral
* 10% da população mundial está infectada
* 100.000 mortes/ano por amebíase
* Fatores associados à infecção:
Pobreza
Pessoas com necessidades especiais
Homossexualidade masculina (30 a 50% dos indivíduos estão infectados)
AmebíaseQuadro Clínico 90 % das infecções são assintomáticas Início insidoso e gradual Dor abdominal em cólica Febre (<40% dos pacientes) Diarréia de aspecto mucóide e sanguinolento (uma a duas semanas) Perda de peso, anorexia podem estar presentes Tenesmo, semelhante à colite ulcerativa inespecífica ou megacólon tóxico. Colite Crônica: diarréia sanguinolenta com anos de duração
Complicações
Colite Fulminante
Ameboma: dor importante localizada, simulam tumores (massa abdominal palpável)
Ulcerações perianais – evoluem para fistulização.
Amebíase extra – intestinal: abscesso hepático (mais comum): Febre súbita e dor abdominal; a dor pode ser local ou irradiada para ombro D Hepatomegalia ocorre em 50 % das vezes e Rotura hepática: principal complicação: disseminação hematogênica
AmebíaseDiagnóstico PPF (3 amostras em dias alternados, com conservante 90 % de positividade para amebíase) Método: hematoxilina férrica e de concentração com mertiolate iodeto-formalina (MIF) Ultrassom (hepático) e TC (cerebral ou pulmonar): Abscessos Pesquisa de sangue oculto e leucócitos (raros) Colonoscopia Sorologia (ELISA)
Tratamento AssintomáticosParamomicina 25 a 35 mg/kg/dia de 8 em 8 horas por 7 dias
Colite ou Abscessos Metronidazol 35 a 50 mg/kg/dia de 8/8 horas por 10 dias Tinidazol 50 a 60 mg/kg/dia em dose única por 3 dias
GiardíaseAgente etiológicoGiardia lamblia
Transmissão Fecal – Oral
Quadro Clínico
Náusea, vômitos, mal estar geral, flatulência, diarréia, esteatorréia, fadiga, perda de peso, anorexia
Diarréia crônica: dor abdominal difusa, diarréia - até meses (intercalada com períodos de obstipação e fezes sem alterações).
Associada a síndrome de má absorção e a intolerância a lactose em até 40% dos casos (por disfunção da dissacaridase). Esteatorréia
GiardíaseDiagnóstico
PPF: pesquisa de trofozoítos (fezes líquidas) ou cistos (fezes moldadas), com sensibilidade de 50 a 70%. Sensibilidade de 90% (3 amostras)
ELISA determina sensibilidade próxima de 100%
Tratamento Metronidazol 15 mg/kg/dia VO de 8/8 horas/5 dias
Furazolidona 1,5 mg/kg/dose VO de 6/6 horas/ 7 a 10 dias
Albendazol 400 mg/dia VO/ 5 a 10 dias
Secnidazol 2 g/dose única Crianças: dose é de 30mg/Kg/dose única.
Tinidazol 2g/dose única Crianças 50 mg/Kg, após as refeições.
Ancilostomíase
EtiologiaAncylostoma duodenaleNecator americanusAncylostoma brasiliense Ancylostoma caninum (larva migrans cutânea)
EpidemiologiaCosmopolita, endêmica nas regiões tropicais e subtropicais1,25 bilhão de pessoas parasitadasSolo arenoso com elevados índices pluviométricosAndar descalço Crianças e adolescentes são os mais afetados
Transmissão Ingestão de ovos infectantes ou penetração ativa (percutânea) da larva.
AncilostomíaseQuadro clínico – depende da fase da infecção Pele: prurido (coceira) e queimação no local/dermatite urticariforme Pulmões: Síndrome de Löeffler: tosse seca, dispnéia (falta de ar), rouquidão, febre e
broncoespasmo (chiado no peito). Gastrointestinal: náuseas, vômitos, anorexia, obstipação ou diarréia
dor abdominal, dor epigástrica, perda do apetite, bulemia, perversão do
apetite: geofagia; diarréia profusa, enterorragia (sangramento intestinal) em crianças
Anemia: insidiosa
Diagnóstico Exame parasitológico das fezes (Willis ou Faust) Hemograma (anemia hipocrômica e microcítica, eosinofilia)
Tratamento Mebendazol 100 mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias ou 500 mg dose únicaAlbendazol:400 mg, dose única, repetida após 7 dias ou
Controle de cura: PPF 14 a 21 dias pós-tratamento
AscarídiaseEtiologiaAscaris lumbricoides (lombriga)
Epidemiologia
25% da população mundial infectada 600 mil a 1 bilhão parasitados; 20 mil mortes Características: migração larvária e fenômenos obstrutivos (vermes
adultos)
Características Maior nematóide: fêmeas chegam a 48 cm Vivem na luz do intestino delgado Fêmeas produzem: 200 mil ovos/dia, têm 2 úteros: 27 mlhões de ovos (férteis -
ovóides ou inférteis) Infectantes: 17 a 19 dias (temperatura e umidade)
AscarídiaseQuadro clínico
Pulmão: febre, tosse, mal estar, broncoespasmo, dispnéia, hemoptise Dor abdominal, diarréia, vômitos, náuseas, anorexia
Complicações Obstrução intestinal:volvo ou perfuração (dor abdominal intensa, vômitos e parada de eliminação de gases – oclusão intestinal) Apendicite aguda (oclusão em ceco) Perfuração intestinal Colecistite, colelitíase, abscesso hepático, e pancreatite (migração)
Diagnóstico PPF (sedimentação dos ovos: LUTZ/HOFFMAN/PONS/JENER) Hemograma: eosinofilia Radiografia simples abdome: bolo de Ascaris, distensão das alças RX de tórax: infiltrado pulmonar (uni ou bilateral)
AscarídiaseTratamento repetir depois de 2 semanas
Albendazol 400mg (10 ml) em dose única Mebendazol 100 mg (5 ml) de 12 / 12 horas por 3 dias Pamoato de Pirantel 10 mg/kg em dose única Levamisole – droga de escolha se há apenas ascaridíase como diagnóstico. Utiliza-se em dose única. Menores de 2 anos: 20 a 40 mg Entre 2 e 8 anos: 40 a 80 mg Maiores de 8 anos: 80 a 150 mg
Tratamento da obstrução intestinal Piperazina: dose inicial de 150 mg/kg VO, seguido de seis doses de 65 mg/kg VO a cada 12 horas (realiza a paralisia da musculatura do parasita facilitando a sua eliminação pelo peristaltismo intestinal); Óleo mineral Dieta zero + sonda orogástrica aberta; Remoção cirúrgica pode ser feita se o tratamento clínico não surtir efeito
TricuríaseAgente etiológicoTrichuris trichiura
Transmissão - Ingestão de ovos infectantes
Quadro clínico Assintomático; Infestação maciça: dor abdominal periumbilical, diarréia aguda por
vezes com eliminação de sangue e distensão abdominal.
Complicação Prolapso retal (permite a visualização do verme com a cabeça
enterrada na mucosa intestinal) Diagnóstico PPF (ovos em forma de barril)
Tratamento Mebendazol 100 mg VO – 12/12hs - Repetir após 14 dias Albendazol 400 mg VO em dose única - Repetir após de 14 dias
EstrongiloidíaseEtiologia Strongyloides stercoralis
Importância imunossuprimidos (hiperinfecção)
Transmissão Penetração de larvas infectantes: na pele (heteroinfecção); no próprio intestino
realizando o ciclo pulmonar e região perianal entrando na corrente sanguínea e também realizando o ciclo pulmonar
Quadro clínico depende do estágio do ciclo do verme Prurido local com sinais flogísticos Síndrome de Löffler Dor e distensão abdominal, diarréia, e vômitos. Imunossuprimidos: hiperinfecção com disseminação dos vermes (infecções por gram
negativos e sepse)
Diagnóstico Encontro de larvas nas fezes ou no aspirado doudenal Sorologia (ELISA)
Tratamento Tiabendazol 25 mg/kg/dose VO de 12/12 horas por 2 dias Ivermectina 200 mg/kg/dia VO por 1 ou 2 dias Repetir após 10 a 15 dias
* Imunodeprimidos: 2 a 3 semanas
TeníaseEtiologia Taenia solium e Taenia saginata
ImportânciaNo mundo são 2,5 milhões de infestados2% dos animais que vão para abate são desprezados por encontrar cisticercos de tênia na musculatura
Transmissão Ingestão de cisticercos em carne crua ou mal cozida Taenia saginata - carne bovina e a Taenia solium - carne suína
Quadro Clínico Dor abdominal, diarréia e anorexia; incomum o único sintoma: eliminação de proglotes ou pedaços móveis do verme nas fezes
Diagnóstico Encontro de proglotes ou ovos nas fezes Sorologia (ELISA)
Tratamento Praziquantel 5 a 10mg/kg VO em dose única Albendazol 400 mg VO em dose única
T. saginata
EsquistossomoseEtiologia Schistossoma mansoni
Hospedeiro intermediárioFormas clínicas Esquistossomose aguda Esquistossomose crônica (hipertensão porta) Hepatointestinal Hepatoesplênica Pulmonar Neuroesquistossomose Pseudoneoplásica
Fase aguda Diarréia, febrícula, cefaléia, sudorese, astenia, anorexia e emagrecimento, dores musculares, náuseas, vômitos.
Manifestações de hipersensibilidade como urticária, prurido generalizado, edema da face, placas eritematosas ou lesões purpúricas também podem ocorrer.
Biomphalaria glabrata
EsquistossomoseDiagnóstico Métodos diretos: PPF (Kato-Katz) Biópsia retal Métodos indiretos: ELISA (formas leves)
Profilaxia Tratamento específico Deposição adequada das fezes Prevenção do contato com água Controle dos caramujos
Tratamento Oxamniquina adultos : 12,5 a 15 mg/kg, dose única;
crianças : 20 mg/kg, dose única Praziquantel: 40 a 60 mg/kg, dose única
Controle de cura : 6 PPF mensais, a partir do 45º dia pós-tratamento .
Hepatite AEtiologia
Vírus RNA, de 27 nm de diâmetro, único sorotipo Classificação: Hepatovirus família Picornaviridae
Reservatório: homem, raramente: chimpanzé e outros primatas
Período de Incubação: 15 a 49 dias (média 28d)
Transmissão Pessoa-pessoa: fecal-oral Maior infectividade nas fezes: 1 ou 2 semanas antes dos sintomas (14 a 21d antes e 8d após a icterícia)
Alimentos crus: frutas (especialmente morangos) e verduras (alface e outras verduras de folha) e mariscos, quando cultivados com água contaminada
Via sexual, no contato com casos na fase aguda.
Hepatite A - distribuição
Hepatite A Quadro clínico
Início: abrupto com febre, calafrios mal estar, cefaléia, anorexia, náusea
e desconforto abdominal Após 1 a 7 dias: icterícia, colúria e acolia; hepatoesplenomegalia
Duração de 1 a 2 semanas (leves)/Mais grave: meses
Convalescença: prolongada
Maioria infecções: assintomáticas, anictéricas ou leves(crianças) < 5a: 7% sintomáticos 6-9a: 37% Adolescentes e adultos: 70%
Evolução: benigna e sem seqüelas ou recorrências
Hepatite A
Diagnóstico Sorologia: Anti-HVA específicos no 2º. dia de doença
IgM: precece na fase aguda, declina após a 2ª. semana (até 1 ano)
IgG: convalescença, importante na reinfecção Alterações inespecíficas: bilirrubinas e fosfatase alcalina, linfocitose Elevação de TGO/TGP: lesão do parênquima hepático Ag HVA nas fezes (10 a 20 dias após a infecção) – pouco utilizado
Tratamento Repouso até a normalização das enzimas hepáticas: reduz processo
inflamatório e mantem fluxo sangüíneo adequado
Hepatite AMedidas de controle Notificação dos casos: compulsória (portaria nº 33 de 14/07/2005) Urgência na notificação: creches e pré-escolas, ou instituições
fechadas como orfanatos, presídios, asilos e similares Notificação de surtos (2 ou mais casos) Cuidados com o paciente Isolamento e afastamento do paciente (nas 1as. duas semanas) Desinfecção concorrente: utilização de cloro, ou água sanitária, é eficaz para a desinfecção de objetos de uso pessoal (talheres etc), limpeza de bancadas, banheiros, chão.
Medidas preventivas Educação da população Medidas de saneamento básico Vigilância da qualidade da água
Hepatite A
Imunização Vacina inativada: 1978/1986 – culturas celulares Eficácia: 97 a 100% de Ac protetores após 1 mês Esquema: duas doses (0, 6 ou 12m) Disponível nos CRIEs: pacientes em condições especiais
Profilaxia pós-exposição Utilização de imunoglobulina IG – 0,02mL/Kg/IM até 2 semanas após o
contato (eficácia de 85%) Indicação: contenção de surtos em instituições fechadas, creches e escolas
Fonte: www.cve.saude.sp.gov.brTratado de Infectologia – 3ª. Edição/ATHENEU
Hepatite B
EtiologiaEtiologia
DNA vírusDNA vírusFamília Família Hepadnaviridae Hepadnaviridae HepatotrópicoHepatotrópico Pequeno – 3200 pares de basesPequeno – 3200 pares de basesInfecta somente humanosInfecta somente humanos
Incubação 50 a 180 dias
Fatores de risco para Aguda Hepatite B
United States, 1992-1993
Fatores de risco para Aguda Hepatite B
United States, 1992-1993
* Includes sexual contact with acute cases, carriers, and multiple partners. Source: CDC Sentinel Counties Study of Viral Hepatitis
Heterosexual* (41%)
Atividade Homossexual (9%)Contato doméstico (2%)
Trabalhadores da saúde (1%)
Outros (1%)Desconhecido (31%)
Uso deDroga Injetável
(15%)
Concentration of Hepatitis B Virus
in Various Body Fluids
Concentration of Hepatitis B Virus
in Various Body Fluids
High ModerateLow/Not
Detectable
blood semen urineserum vaginal fluid feces
wound exudates saliva sweat
tearsbreastmilk
Hepatite BTransmissão Sexual Parenteral (exposição a sangue e derivados, Tx de órgãos e tecidos, usuários de
drogas, lesões de pele) Transmissão vertical
Evolução Cura 90-95%; Crônica : 5-10%
Quadro clínico 30-80% dos adultos são sintomáticos Fulminante em até 1% Período prodrômico: fraqueza, anorexia, náuseas e vômitos, desconforto em HD,
artralgia e mialgia Icterícia (20%) e hepatoesplenomegalia
Diagnóstico
Testes sorológicosInfecção aguda
• HBsAg• Anti – HBc – IgM• HBeAg
Convalescença :• Clareamento - HBsAg e HBeAg• Anti – HBs• Anti – HBc• Anti - HBe
Tratamento
Hepatite B Aguda
Nenhuma medida terapêutica traz benefícios na fase agudaRepouso e diminuição dos exercícios físicos: controversoNão há dieta específica
INF – alfa, recomendado
Pacientes com elevação persistente de aminotransferasesNíveis detectáveis de HBsAg, HBeAg e HBV DNAHepatite crônica na bx
Lamivudina/fanciclovirRápido decréscimo e retorno da carga viral
Prevenção da Hepatite B
Profilaxia Pós – exposição • Imunização Passiva (HBIG)
Perinatal – mães HBsAg +
Acidente perfuro – cortante ou sangue contaminado de pacientes HBsAg +
Exposição sexual
• Imunização com Vacina da Hepatite B Pós-exposição
Pré-exposição (vacina – 3 doses: 0, 1 e 6m)
Considerações de saúde pública
• WHO recomendou 1992 a integração da vacinação no calendário dos países até 1997– Países com infecção crônica >2%
• Vacinação de crianças e adolescentes
– Mais de 80 países tem integrado no calendário de imunizações
– Custo elevado ainda limita a extensão a muitos países
HIV
Estimativa do total de pessoas vivendo com HIV em 2005
Total: 38.6 (33.4 – 46.0) milhões
Western & Central Europe
720 000720 000[550 000 – 950 000][550 000 – 950 000]
North Africa & Middle East
440 000440 000[250 000 – 720 000][250 000 – 720 000]Sub-Saharan Africa
24.5 million24.5 million[21.6 – 27.4 million][21.6 – 27.4 million]
Eastern Europe & Central Asia
1.5 million 1.5 million [1.0 – 2.3 million][1.0 – 2.3 million]
South & South-East Asia
7.6 million7.6 million[5.1 – 11.7 million][5.1 – 11.7 million]Oceania
78 00078 000[48 000 – 170 000][48 000 – 170 000]
North America1.3 million1.3 million
[770 000 – 2.1 million][770 000 – 2.1 million]
Caribbean330 000330 000
[240 000 – 420 000][240 000 – 420 000]
Latin America1.6 million1.6 million
[1.2 – 2.4 million][1.2 – 2.4 million]
East Asia680 000680 000
[420 000 – 1.1 million][420 000 – 1.1 million]
HIV
Estimativa do número de novos infectados em 2005
Total: 4.1 (3.4 – 6.2) milhões
Western & Central Europe
22 00022 000[18 000 – 33 000][18 000 – 33 000]
North Africa & Middle East
64 00064 000[38 000 – 210 000][38 000 – 210 000]Sub-Saharan Africa
2.7 million2.7 million[2.3 – 3.1 million][2.3 – 3.1 million]
Eastern Europe & Central Asia
220 000 220 000 [150 000– 650 000][150 000– 650 000]
South & South-East Asia
830 000830 000[530 000 – 2.3 million][530 000 – 2.3 million]Oceania
72007200[3500 – 55 000][3500 – 55 000]
North America43 00043 000
[34 000 – 65 000][34 000 – 65 000]
Caribbean37 00037 000
[26 000 – 54 000][26 000 – 54 000]
Latin America140 000140 000
[100 000 – 420 000][100 000 – 420 000]
East Asia97 00097 000
[55 000 – 290 000][55 000 – 290 000]
HIV
HIVCiclo
HIVTransmissão
Relações sexuais desprotegidas – genital, oral e anal Usuários de drogas EV Transfusão de sangue e derivados (atualmente baixa, porém com
janela imunológica) Acidentes com material biológico
Quadro clínico
HIV agudo (1/2 a 2/3 dos infectados): mono-like – febre, adenomegalia, rash máculo-papular difuso
Fase assintomática: média de 7 anos Fase de imunodeficiência grave Transmissão vertical
HIV
HIV
Diagnóstico
Epidemiologia + Sorologia: no HC – ELISA (2X) + WB Se suspeita de HIV agudo: carga viral (PCR)
ou esperar para repetir sorologia
HIV
HIV
Tratamento: • Drogas: ITRN, ITRNN, IP e IF• Tratamento inicial: 3 drogas• IO:
BOM TRABALHO DE CAMPO!!