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Balanço do Transporte Ferroviário de Cargas – 1997‐2011 –
Resultados positivos dos quinze anos de concessões ferroviárias comprovam a importância das ferrovias para o desenvolvimento do País
Crescimento de 87,6% na movimentação de cargas, expansão e modernização da frota
de locomotivas e vagões, um salto de mais de 82 vezes no transporte de contêineres, 149% mais
empregos no setor e redução de 22% no consumo de combustíveis são alguns dos resultados
das ferrovias brasileiras desde a desestatização da maioria das malhas ferroviárias à iniciativa
privada pelo atual modelo de concessões, em 1997. Os números de 2011, que acabam de ser
consolidados pela ANTF ‐ Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, registram um
crescimento de 111,7% na produção das ferrovias brasileiras em quinze anos, duas vezes maior
que o ritmo do PIB no mesmo período.
Mais de 475 milhões de toneladas de carga em 2011 A movimentação de cargas pelo modal ferroviário cresceu 87,6% desde a concessão de
malhas ferroviárias para a iniciativa privada ‐ que ocorreu entre os anos de 1996 a 1999 ‐ até o
final de 2011. A quantidade de carga transportada por ano, nas ferrovias brasileiras, subiu de
253,3 milhões de toneladas, em 1997, para 475 milhões de toneladas em 2011. Em comparação
com 2010, a movimentação de 2011 cresceu 5 milhões de toneladas.
De 1997 a 2011, a movimentação de cargas pelas ferrovias cresceu 87,6%.
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Tipos de carga: minérios e agronegócios em destaque A movimentação de carga geral cresceu 76,2% no período de 1997 a 2011, enquanto o
minério de ferro e o carvão mineral apresentaram um crescimento de 87,6 no mesmo período. As
cargas mais transportadas pelas ferrovias em 2011 foram os minérios de ferro e o carvão mineral
(76,61%), ao passo que o agronegócio representou aproximadamente 11,51% da movimentação.
A participação de produtos siderúrgicos foi cerca de 3,77%, enquanto os derivados de petróleo e
álcool participaram em torno de 2,79%. Já os insumos da construção civil e cimento
representaram aproximadamente 1,41% do estimado no transporte sobre trilhos.
O transporte de contêineres em 2011 aumentou 23,7% em comparação com o ano
anterior, passando de 232.424 TEU (Twenty Foot Equivalent Unit)1 para 287.458 TEU. Desde 1997,
a quantidade de contêineres transportados cresceu mais de 82 vezes. Esse crescimento poderá
ser ainda maior, se forem solucionadas as atuais dificuldades para o transporte intermodal, como
a necessidade de ajustes no atual regime do sistema tributário e na legislação de utilização de
contêineres, a falta de incentivos fiscais para a construção de terminais multimodais e as
condições de acesso ferroviário aos portos, além da importância de se implementar o
conhecimento de transporte eletrônico (CTe). Assim, o crescimento da intermodalidade é
fundamental para a melhor utilização da infraestrutura no Brasil, o que reduzirá o “Custo Brasil”,
em termos de transporte, equacionando o uso das vantagens de cada modo de transporte,
inclusive quanto à diminuição consumo de energia e impactos ambientais.
A quantidade de contêineres transportados pelas ferrovias brasileiras cresceu mais de 82 vezes.
1 A sigla TEU – Twenty‐Foot Equivalent Unit – refere‐se à unidade de transporte equivalente ao tamanho padrão de contêiner intermodal de 20 pés (6,10m de comprimento, 2,44m de largura e 2,59m de altura, ou aproximadamente 39 m3).
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Produção ferroviária cresce mais que o PIB A produção das ferrovias brasileiras registrou um crescimento de 111,7% no período de
1997 a 2011, passando de 137,2 bilhões para 290,5 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro
útil). A carga geral, medida em TKU, cresceu 140,5%, enquanto os minérios de ferro e carvão
mineral registraram crescimento de 104,9%. TKU é a unidade de aferição do trabalho
equivalente ao transporte de uma tonelada de carga à distância de um quilômetro, ou seja,
representa o trabalho efetuado pelos vagões carregados no fluxo de transporte quando da sua
circulação dentro dos limites da malha ferroviária de uma Concessionária.
A produção ferroviária cresceu 111,7%, chegando em 2011 a 290,5 bilhões de TKU.
O crescimento da produção das ferrovias nos últimos 15 anos foi, portanto, mais que o
dobro do registrado pelo PIB no mesmo período (54%). Na comparação entre 2010 e 2011, o
aumento do PIB foi de 2,7% no período, enquanto o da produção ferroviária foi de 4,31%.
O aumento da produção das ferrovias brasileiras tem um ritmo duas vezes maior que o crescimento do PIB.
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Investimentos e arrecadação: o prejuízo virou lucro Para atingir os resultados positivos que as ferrovias vêm apresentando desde 1997, os
investimentos nas malhas existentes concedidas à iniciativa privada já somam R$ 29,97 bilhões.
Deste total, R$ 1,39 bilhão foi aplicado pela União, enquanto as concessionárias já investiram R$
28,58 bilhões.
Só em 2011, o investimento das concessionárias foi de R$ 4,6 bilhões, totalizando um
crescimento de 56,3% em comparação ao valor investido no ano anterior. Esses recursos foram
aplicados na recuperação da malha, adoção de novas tecnologias, capacitação profissional,
aumento da segurança nas operações ferroviárias, aquisição e reforma de locomotivas e vagões.
Investimentos privados nas ferrovias do Brasil chegam a R$ 30 bilhões em 2012
A desestatização das malhas ferroviárias teve forte impacto positivo nas contas públicas
desde o primeiro momento: entre 1996 e 1998, os valores apurados nos leilões das malhas da
extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) foram de R$ 1,76 bilhão. Este foi apenas o início de um
processo de desoneração dos cofres públicos, pois a RFFSA gerava um déficit de R$ 300 milhões
anuais e já acumulava, em 1997, um prejuízo de R$ 2,2 bilhões.
O prejuízo e o sucateamento transformaram‐se em lucro e eficiência. Além do forte
investimento que já alcança a cifra de R$ 30 bilhões na revitalização do transporte ferroviário de
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cargas no Brasil, as concessionárias já recolheram R$ 15,09 bilhões aos cofres públicos. Desse
montante, R$ 9,57 bilhões referem‐se ao pagamento de impostos e Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre as operações ferroviárias, enquanto
R$ 5,52 bilhões correspondem à arrecadação proveniente do pagamento das parcelas de
concessão e arrendamento da malha. Só em 2011, o valor recolhido aos cofres públicos pelas
concessionárias foi de R$ 1,58 bilhão.
Reflexos no crescimento da indústria nacional
O bom desempenho das ferrovias gera reflexos positivos não apenas para a logística de
transporte de cargas no Brasil, mas também para a indústria de equipamentos ferroviários. De
1997 a 2011, a frota de locomotivas e vagões em atividade nas malhas concedidas aumentou
131,2%. Em 1997, havia 1.154 locomotivas e 43.816 vagões em operação. Em 2011, estes
números subiram para 3.045 locomotivas e 100.924 vagões. Para os próximos anos, até 2020, as
concessionárias pretendem aumentar sua frota com mais 2.000 locomotivas e 40 mil vagões.
Além de crescer, a frota ferroviária se renova: na década de 1990, os vagões em
operação tinham 42 anos, em média, e hoje a média de idade da frota de vagões nas ferrovias
brasileiras é de 25 anos, e deverá cair para 18 anos até 2020. De acordo com requisitos
internacionais, a vida útil dos vagões é de 30 a 35 anos.
Enquanto a quantidade de vagões cresceu 130%, a frota de locomotivas aumentou
163%, mas não se tornou apenas mais numerosa: as locomotivas atuais são dotadas de
equipamentos como computador de bordo, rastreador via satélite, alarmes de alerta e sistema
de comunicação por meio de rádio, e Sistema de Posicionamento Global – GPS.
1997 2011 2020
(previsão aprox.) A frota de locomotivas e vagões cresce e se renova a cada ano, estimulando toda a indústria de equipamentos ferroviários
Locomotivas
1.154
3.045
5.000
Vagões
43.816
100.924
140.000
Fonte: ANTF e Associadas ANTF
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Geração de empregos triplicou A atividade das concessionárias de transporte ferroviário de cargas gerou um
crescimento de 148,8% em empregos diretos e indiretos na malha existente, sem contar a
geração de empregos na indústria ferroviária nacional.
Em 2011, o setor passou a empregar 41.455 trabalhadores, quase o triplo (o triplo seria
49.986) do total de 16.662 empregos registrado em 1997. Em relação a 2010, houve um
acréscimo de 2.860 empregos diretos e indiretos.
Fonte: ANTF e Associadas ANTF
A oferta de empregos no transporte de carga sobre trilhos aumentou 148%.
A expansão das ferrovias também tem tido importante papel na geração de empregos.
Obras como a construção da Nova Transnordestina, pela empresa TLSA, e do trecho de Alto
Araguaia a Rondonópolis (MT), pela ALL, geram milhares de novos empregos diretos e indiretos.
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Eficiência energética: vantagens para o meio ambiente O uso de novas tecnologias e de novos materiais já reduziu em 21% o consumo de
combustíveis nas ferrovias, de 1999 a 2011. Esse resultado amplia ainda mais as vantagens
ambientais do modal ferroviário, em comparação com o rodoviário. Um único trem composto
por 100 vagões graneleiros, com capacidade para 100 toneladas em cada vagão, substitui 357
caminhões que transportam em média 28 toneladas cada.
Em 1999, eram necessários 5,31 litros de diesel para o transporte de mil TKU (tonelada
por quilômetro útil). Em 2011, o consumo baixou para 4,15 litros de diesel por mil TKU. Essa
redução é equivalente a uma economia de 337 milhões de litros de diesel para o transporte de
290,48 bilhões de TKU, registrado em 2011.
As vantagens ambientais do transporte ferroviário tornam‐se ainda maiores com a redução do consumo de combustíveis.
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Maior segurança no transporte ferroviário
O esforço das concessionárias para aprimorar a segurança nas ferrovias – por meio de
campanhas de segurança nas comunidades, além de tecnologia, treinamento, manutenção,
sistemas e equipamentos – já resultou em uma queda de 81,2% no total de acidentes entre
1997 e 2011. O total de ocorrências caiu de 75,5 para 14,2 por milhão de trens/km.
Fonte: ANTF e Associadas ANTF
O índice de acidentes foi reduzido em 81,2% nos últimos quinze anos.
Com essa redução, os índices brasileiros ficaram mais próximos dos níveis de referência
internacional, que variam de 8 a 13 ocorrências por milhão de trens/km. Para que o Brasil
alcance um padrão muito melhor de segurança nas ferrovias, é imprescindível o apoio de todos
os segmentos da sociedade. É preciso também solucionar o problema do excesso de
cruzamentos da ferrovia com ruas e rodovias: existem mais de 12.289 passagens de nível na
malha ferroviária, das quais cerca de 2.600 são consideradas críticas.
A solução para as passagens de nível e invasões de faixa de domínio (construções
irregulares ao longo das ferrovias), que comprometem a segurança e a eficiência das ferrovias,
depende principalmente da União, e das administrações municipais.
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As ferrovias de carga no Brasil
A malha ferroviária brasileira de transporte de cargas possui 28.614 km.
Deste total, 28.366 quilômetros correspondem a 11 concessões a cargo da iniciativa
privada:
ALL – América Latina Logística Malha Norte S.A.
ALL – América Latina Logística Malha Oeste S.A.
ALL – América Latina Logística Malha Paulista S.A.
ALL – América Latina Logística Malha Sul S.A.
Ferrovia Centro‐Atlântica S.A. – FCA
Ferrovia Norte Sul S.A. – FNS (Tramo Norte)
Ferrovia Tereza Cristina S.A. – FTC
MRS Logística S.A.
Transnordestina Logística S.A.
Vale S.A. (Estrada de Ferro Carajás e Estrada de Ferro Vitória a Minas).