AVALIAÇÃO DESCRITIVA, PRODUTIVA, … ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO -PR AVALIAÇÃO...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO -PR
AVALIAO DESCRITIVA, PRODUTIVA, ESPACIAL
E SAZONAL DA VEGETAO HERBCEA SOB
FLORESTA OMBRFILA MISTA EM SISTEMA
FAXINAL
DISSERTAO DE MESTRADO
LUIS GUILLERMO GRANADOS CORRALES
GUARAPUAVA-PR
2016
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LUIS GUILLERMO GRANADOS CORRALES
AVALIAO DESCRITIVA, PRODUTIVA, ESPACIAL E SAZONAL DA
VEGETAO HERBCEA SOB FLORESTA OMBRFILA MISTA EM SISTEMA
FAXINAL
Dissertao apresentada Universidade
Estadual do Centro-Oeste, como parte das
exigncias do Programa de Ps-Graduao em
Agronomia, rea de concentrao em
Produo Vegetal, para a obteno do ttulo de
Mestre.
Prof. Dr. Luciano Farinha Watzlawick
Orientador
Profa. Dra. Aline Marques Gen
Co-orientadora
Prof. Dr. Sebastio Brasil Campos Lustosa
Co-orientador
GUARAPUAVA-PR
2016
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Catalogao na Publicao
Biblioteca Central da Unicentro, Campus Cedeteg
Granados Corrales, Luis Guillermo G748a Avaliao descritiva, produtiva, espacial e sazonal da vegetao
herbcea sob floresta ombrfila mista em sistema faxinal / Luis Guillermo Granados Corrales. Guarapuava, 2016.
xi, 68 f. : il. ; 28 cm Dissertao (mestrado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste,
Programa de Ps-Graduao em Agronomia, rea de concentrao em Produo Vegetal, 2016
Orientador: Luciano Farinha Watzlawick Coorientadora: Aline Marques Gen Coorientador: Sebastio Brasil Campos Lustosa Banca examinadora: Luciano Farinha Watzlawick, Lucio de Paula Amaral, Sebastio Brasil Campos Lustosa
Bibliografia 1. Agronomia. 2. Produo vegetal. 3. Pastagem naturalizada. 4. Floresta
ombrfila mista. 5. Faxinal. I. Ttulo. II. Programa de Ps-Graduao em Agronomia.
CDD 630
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AGRADECIMENTOS
O maior agradecimento a Deus, pela sade, proteo, mas principalmente por ser o
que deu as maiores foras nos momentos complicados nesta experincia de mestrado.
Agradeo infinitamente a minha famlia pelo apoio incondicional, a meus pais pelos
valores inculcados porque parte da experincia foi vivenciar que os ttulos acadmicos no
do educao integral da pessoa, isso dado pelo lar, Gilda e Luis vocs so os melhores pais
do mundo, que junto com minhas irms Zeidy e Shirley completam a famlia mais
maravilhosa, a qual Deus me deu de presente e esperando que meus sobrinhos Valeria e
Angelo possam perceber que com perseverana e Deus no corao todas as metas propostas
podem ser realizadas, a toda minha famlia os amo pura vida!.
Agradeo a minha esposa Cynthia pela pacincia em todo este tempo, por ser a minha
confidente, pelo amor incondicional expressado em todo momento, pelo respeito, meu amor
Aguyje, Rohayhueterei che kuatai!
Agradeo o acolhimento de duas famlias guarapuavanas que aceitaram o
costariquenho como um integrante da sua prpria famlia, obrigado s famlias Folquenim
Campos e Ribas de Campos, as quais em diferentes perodos expressaram-me seu carinho,
proteo e parceria, logrando calmar essa grande saudade familiar.
Agradeo a todos aqueles colegas universitrios que me ajudaram quando eu precisei
deles, pelo apoio na coleta de campo, troca de ideias, transferncia de conhecimento, e
amizades geradas ao longo deste perodo vivido.
Agradeo ao programa da OEA/GCUB por dar-me a possibilidade de estudar esta ps-
graduao no Brasil e UNICENTRO que por meio da sua estrutura docente capacitada,
permitiu potenciar minha formao professional-acadmica, com o foco maior na rea
investigativa, a meus orientadores e todos aqueles professores com que tive oportunidade de
compartilhar na Ps-graduao lhes agradeo.
E de maneira geral a todas as pessoas que ao longo destes dois anos tive a
oportunidade de conhecer, de formar novas amizades que espero sejam para a vida toda, a
todos aqueles que colaboraram no somente na minha formao profissional se no tambm
na minha formao como ser humano, por os seus conselhos de vida, pela parceria em maior
ou menor grau digo:
MUITO OBRIGADO QUE DEUS OS ABENOE
-
SUMRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ i
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. iii
CAPTULO 1: ASPECTOS GERAIS DA PESQUISA ......iv
RESUMO .................................................................................................................................. iv
ABSTRACT .............................................................................................................................. v
1.1 INTRODUO GERAL ................................................................................................... 1
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 3
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................... 3
1.2.2 Objetivos especficos ........................................................................................................ 3
1.3 REFERENCIAL TERICO ............................................................................................. 3
1.3.1 Floresta Ombrfila Mista (FOM) .................................................................................. 3
1.3.2 Sistemas Faxinais ............................................................................................................. 5
1.3.3 Faxinal Marmeleiro de Baixo ......................................................................................... 8
1.3.4 Generalidades da pastagem natural em termos produtivos e de composio
botnica. .................................................................................................................................... 9
1.3.5 Mapeamento da anlise espacial .................................................................................. 12
1.4 MATERIAL E MTODOS ............................................................................................. 16
1.4.1 Caracterizao da rea de estudo ................................................................................ 16
1.4.1.1 Localizao ................................................................................................................... 16
1.4.1.2 Solo ............................................................................................................................... 17
1.4.1.3 Clima ............................................................................................................................ 18
1.4.1.4 Vegetao ..................................................................................................................... 18
1.4.2 Sistema de amostragem ................................................................................................. 18
1.4.3 Metodologia Geral ......................................................................................................... 23
1.4.4 Anlise estatstica ........................................................................................................... 24
1.5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................... 25
CAPTULO 2: AVALIAO DESCRITIVA, PRODUTIVA E SAZONAL DA
PASTAGEM NATURALIZADA SOB FLORESTA OMBRFILA MISTA EM
SISTEMA FAXINAL ............................................................................................................. 32
RESUMO ................................................................................................................................. 32
ABSTRACT ............................................................................................................................ 33
-
2.1 INTRODUO ................................................................................................................ 34
2.2 MATERIAL E MTODOS ............................................................................................. 35
2.2.1.1 Composio botnica da forragem ............................................................................... 36
2.2.1.2 Produo de forragem (biomassa) herbcea ................................................................. 36
2.2.1.3 Porcentagem de solo descoberto................................................................................... 37
2.2.2 Anlise estatstica ........................................................................................................... 37
2.3 RESULTADOS E DISCUSSO ..................................................................................... 37
2.3.1 Composio botnica herbcea .................................................................................... 37
2.3.2 Regresses das estimativas visuais e da matria seca da forragem herbcea
mensurada. .............................................................................................................................. 41
2.3.3 Produo sazonal de forragem ..................................................................................... 41
2.3.4 Produo de forragem por espcie herbcea .............................................................. 44
2.3.5 Porcentagem de solo descoberto ................................................................................... 46
2.4 CONCLUSES ................................................................................................................. 47
2.5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................... 48
CAPTULO 3: COMPORTAMENTO ESPACIAL DA PRODUTIVIDADE DA
PASTAGEM NATURALIZADA SOB FLORESTA OMBRFILA MISTA EM
SISTEMA FAXINAL ............................................................................................................. 52
RESUMO ................................................................................................................................. 52
ABSTRACT ............................................................................................................................ 53
3.1 INTRODUO ................................................................................................................ 54
3.2 MATERIAL E MTODOS ............................................................................................. 55
3.2.1 Anlises geoestatistica dos dados de produtividade da pastagem ............................. 56
3.2.2 Interpolao dos dados de produtividade para posterior elaborao de mapas ..... 56
3.2.3 Elaborao de mapas de produo de pastagem do criadouro comum ................... 57
3.3 RESULTADOS E DISCUSSO ..................................................................................... 57
3.4 CONCLUSES ................................................................................................................. 65
3.5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................... 65
CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................. 68
-
i
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Perfil esquemtico da Floresta Ombrfila Mista. Fonte: VELOSO et al. (1991),
adaptado. ....................................................................................................................4
Figura 2. Perfil esquemtico das terras no Sistema Faxinal. Fonte: SAHR (2003). .................6
Figura 3. Distribuio dos Faxinais no Paran-Situao Atual. Fonte: SAHR e CUNHA
(2005).........................................................................................................................7
Figura 4. Representao esquemtica da degradao das pastagens. Fonte: DIAS-FILHO
(2007). .....................................................................................................................10
Figura 5. Exemplo de semivariograma experimental e seus componentes. Fonte: CAMARGO
(2001).......................................................................................................................14
Figura 6. Localizao da rea de estudo, Faxinal Marmeleiro de Baixo, no municpio de
Rebouas, PR (Coordenadas UTM, Fuso 22, 51W, Datum SIRGAS 2000). Fonte:
ALBUQUERQUE (2015), adaptado. .....................................................................17
Figura 7. Representao do sistema de amostragem sistemtico das 50 unidades amostrais
permanentes, delimitadas na rea de estudo (Coordenadas UTM, Fuso 22, 51W,
Datum SIRGAS 2000). Fonte: ALBUQUERQUE (2015), adaptado. ....................19
Figura 8. Representao do consenso de medida dos cinco quadros-padro de produo de
matria seca herbcea. Fonte: O autor (2016). ........................................................20
Figura 9. Croqui de levantamento de dados em cada unidade amostral permanente (parcela),
utilizando um gabarito de 0,5 m x 0,5 m. Fonte: O autor (2016). ...........................21
Figura 10. Representao do corte da pastagem para determinar a correlao entre matria
seca real (colhida) e matria seca estimada por nota visual, seguindo a metodologia
adaptada Botanal. Fonte: O autor (2016). ................................................................22
Figura 11. Representao de procedimentos de laboratrio para obteno de equaes de
regresso, seguindo a metodologia adaptada Botanal. Fonte: O autor (2016). .......23
Figura 12. Fluxograma da sequncia geral do trabalho. Fonte: O autor (2016)......................24
Figura 13. Diagrama de Venn para a participao absoluta sazonal em nmero de espcies
herbceas e o nmero de espcies comuns entre as estaes climticas no FMB.
Fonte: O autor (2016)...............................................................................................40
Figura 14. Registros climticos (precipitao mdia anual e temperaturas mnimas e mximas
dirias) da estao de Irat-PR. Fonte: INMET (2016), adaptado. ..43
Figura 15. Participao das cinco espcies herbceas forrageiras na produtividade sazonal de
forragem. Fonte: O autor (2016). .............................................................................44
-
ii
Figura 16. Representao do processo de excluso de reas no pertencentes ao criadouro
comum para gerar um polgono da rea til deste, no Faxinal Marmeleiro de Baixo.
Fonte: O autor (2016)...............................................................................................55
Figura 17. Semivariogramas experimentais das produtividades sazonais da pastagem
naturalizada (kg de MS ha-1
), sob Floresta Ombrfila Mista em Sistema Faxinal,
perodo 2014-2015. Fonte: O autor (2016)...............................................................59
Figura 18. Validaes cruzadas das produtividades sazonais da pastagem naturalizada (kg de
MS ha-1
), sob Floresta Ombrfila Mista em Sistema Faxinal, perodo 2014-2015.
Fonte: O autor (2016)...............................................................................................62
Figura 19. Variabilidade espacial da produtividade sazonal da pastagem naturalizada (kg de
MS ha-1
), sob Floresta Ombrfila Mista em Sistema Faxinal, perodo 2014-2015
(Coordenadas UTM, Fuso 22, 51W, Datum SIRGAS 2000). Fonte: O autor
(2016).......................................................................................................................64
-
iii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Principais espcies daninhas encontradas em pastagens, seu ciclo e vida e os
principais problemas a elas atribudos. Fonte: LORENZI (2008). ..........................11
Tabela 2. Principais modelos tericos para o ajuste dos semivariogramas experimentais.
Fonte: Vieira et al. (1983). ......................................................................................15
Tabela 3. Classificao dos indivduos do estrato herbceo identificados num fragmento de
Floresta Ombrfila Mista, no Faxinal Marmeleiro de Baixo (FMB). Fonte: O autor
(2016). .....................................................................................................................38
Tabela 4. Equaes de regresso sazonais, com os coeficientes de correlao de Pearson (R) e
coeficientes de determinao (R2) de cada observador. Fonte: O autor (2016). ....41
Tabela 5. Produo sazonal de forragem no criadouro comum do Faxinal Marmeleiro de
Baixo, avaliado no perodo 2014-2015. Fonte: O autor (2016). .............................42
Tabela 6. Porcentagem de solo descoberto sazonal no criadouro comum do Faxinal
Marmeleiro de Baixo, avaliado no perodo 2014-2015. Fonte: O autor (2016). .....46
Tabela 7. Representao da base de dados gerada para posterior anlise geoestatstica no
software GS+. Fonte: O autor (2016). .....................................................................56
Tabela 8. Estatstica descritiva dos valores de produtividade sazonal da pastagem
naturalizada (Kg MS ha-1
), sob Floresta Ombrfila Mista em Sistema Faxinal,
perodo 2014-2015. Fonte: O autor (2016). ............................................................57
Tabela 9. Parmetros variogrficos e de validao cruzada dos valores de produtividade
sazonal da pastagem naturalizada (Kg MS ha-1
), sob Floresta Ombrfila Mista em
Sistema Faxinal, perodo 2014-2015. Fonte: O autor. .............................................61
-
iv
RESUMO
Luis Guillermo Granados Corrales. Avaliao descritiva, produtiva, espacial e sazonal da
vegetao herbcea sob Floresta Ombrfila Mista em Sistema Faxinal.
O Sistema Faxinal possui importncia histrica, social e ambiental, de modo que
importante fazer uma avaliao de seus componentes para saber o seu estado. Um dos
principais componentes do Sistema Faxinal o espao do criadouro comum, o qual espao
de uso coletivo onde se desenvolve a atividade silvipastoril, para criar diversas espcies
animais e conservar os remanescentes da Floresta Ombrfila Mista (FOM). O objetivo deste
trabalho foi descrever, verificar a produo e espacializar a vegetao herbcea do criadouro
comum do Faxinal estudado, tendo especificamente como variveis a composio florstica
herbcea, a produtividade de forragem, a porcentagem de solo descoberto e o comportamento
espacial produtivo da pastagem naturalizada. As avaliaes foram realizadas sazonalmente, e
para as avaliaes descritivas e produtivas foi utilizada a metodologia Botanal, em quanto
avaliao espacial foi com parmetros geoestatsticos e interpolao por IDW. A rea
analisada foi o criadouro comum do Faxinal Marmeleiro de Baixo (FMB), no municpio de
Rebouas PR. A coleta de dados foi conduzida no delineamento inteiramente casualizado
(DIC) com quatro tratamentos que foram as estaes climticas (primavera, vero, outono e
inverno), em 50 parcelas florestais permanentes de 10 m x 50 m. O levantamento herbceo
registrou 31 espcies herbceas em 17 famlias botnicas. A produo da pastagem
naturalizada do Faxinal foi em mdia de 416,10 kg de MS ha-1
, com ocorrncia de
sazonalidade na produo de forragem, a qual na primavera apresentou seu maior potencial
produtivo com 565,73 kg de MS ha-1
e no outono foi o menor potencial produtivo com 275,68
kg de MS ha-1
. Foi registrado que a espcie forrageira Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv
a principal espcie forrageira, no obstante as plantas daninhas formam parte considervel
desta produo total. A mdia sazonal da porcentagem do solo descoberto foi de 39,5%. A
anlise geoestatstica dos dados produtivos evidenciou que no possuem dependncia espacial
e os mapas temticos demostraram a variabilidade espacial produtiva que tem o criadouro
comum do Faxinal, com dados interpolados pelo Inverso da Distncia Ponderada. Diante do
exposto, pode-se concluir que o Faxinal tem um criadouro comum pouco produtivo, sazonal,
dependente de uma espcie, com porcentagem de solo descoberto considervel e com dados
produtivos sem correlao espacial, devido possivelmente ao distrbio que a pastagem possui.
Palavras-chave: Pastagem naturalizada, Floresta Ombrfila Mista, Faxinal.
-
v
ABSTRACT
Luis Guillermo Granados Corrales. Descriptive, productive, spatial and seasonal of
herbaceous vegetation evaluation under Mixed Ombrophilous Forest in Faxinal System
The Faxinal System has historical, social and environmental importance, so it is
important to make an evaluation of its components to know its status. One of the main
components of Faxinal system is the space of common breeding, which is collective use of
space where develops silvipastoral activity to create various animal species and conserve the
remnants of Ombrophilous Mixed Forest. The aim of this study was to describe, check the
production and spatialize herbaceous vegetation of the common studied Faxinal breeding, and
specifically as variables Herbaceous floristic composition, forage productivity, the percentage
of bare soil and productive spatial behavior of naturalized pasture. The evaluations were
performed seasonally, and to the descriptive and productive ratings were used the Botanal
methodology, while the spatial assessment was with geostatistical parameters and IDW
interpolation. The analyzed area was the common breeding of Low Marmeleiro Faxinal in
Rebouas - PR. The data collection was conducted in a completely randomized design (CRD)
with four treatments that were the seasons (spring, summer, autumn and winter) in 50
permanent forest plots of 10 m x 50 m. The herbaceous survey recorded 31 herbaceous
species in 17 botanical families. The naturalized pasture production from Faxinal averaged
416.10 kg DM ha-1, with the occurrence of seasonality in forage production, which in the
spring presented its most productive potential with 565.73 kg DM ha-1 and the fall was the
lowest yield potential with 275.68 kg DM ha -1. It was recorded that the forage species
Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv is the main forage species, despite the weeds form
considerable part of total production. The seasonal average percentage of bare soil was
39.5%. The geostatistical analysis of production data showed that there is not spatial
dependence and thematic maps demonstrated the productive spatial variability that is common
breeding in Faxinal with interpolated data by Distance Weighted Inverse. Due to the exposed,
it can be concluded that the Faxinal has a common unproductive breeding, seasonal,
dependent on one species, with considerable bare soil percentage and production data without
spatial correlation, possibly due to the disorder that has grazing.
Keywords: Naturalized Pasture, Mixed Ombrophilous Forest, Faxinal.
-
1
1.1 INTRODUO GERAL
O Estado de Paran tem experimentado historicamente fortes processos de
desmatamento, o qual levou a quase extino de um dos mais importantes biomas do mundo,
a Mata Atlntica, que cobria originalmente 83,41% do Estado, composto pela Floresta
Ombrfila Mista (Floresta com Araucria), a Floresta Ombrfila Densa, a Floresta Estacional
e os Campos de altitude (PARAN, 2009). O estudo de Carvalho (1994) relata que a Floresta
Ombrfila Mista cobria principalmente os estados da regio Sul, ocorrendo no Paran (40%
do seu territrio), Santa Catarina (31%), Rio Grande do Sul (25%) e outras pequenas manchas
no sul de So Paulo (3%) at o interior de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%).
Reporta-se que a diminuio da cobertura florestal paranaense foi acelerada, caindo no
ano 1950 para 39,6% do territrio e, em 1965, para 24% (PARAN, 2009). Estudos mais
recentes indicam que a rea de cobertura florestal paranaense diminuiu at chegar a cobrir
aproximadamente 18% da rea total do Estado, representando a Floresta Ombrfila Mista
50% desta cobertura (ACCIOLY, 2013).
Diferente a este processo de desmatamento geral do Estado, identificam-se regies que
conservam a cobertura vegetal, nestas regies pratica-se o modo de vida faxinalense. Segundo
Watzlawick et al. (2008), a regio dos Faxinais, sendo indiferente aos processos de
desmatamento, manteve grande parte de sua vegetao natural. Da mesma maneira, Sanquetta
(2004) em seu relato sobre as florestas naturais, indica a disperso dos remanescentes
florestais, mas destaca fortes concentraes destes remanescentes na regio centro-sul do
Estado do Paran, onde predomina os povos dos Faxinais.
Os Sistemas Faxinais so sistemas de ocupao camponesa muito antiga do Paran, no
qual se desenvolve uma atividade agrosilvipastoril, sob-remanescentes da Floresta Ombrfila
Mista, caraterizada por ter dominncia das rvores de Araucria (Araucaria angustifolia
(Bertol.) Kuntze). Segundo Cunha (2003) na metade do sculo XX os faxinais representavam
uma quinta parte de todo o territrio paranaense, formando-se, sobretudo, nas reas que
tinham Floresta com Araucria.
Para Nerone (2015), o Sistema Faxinal consiste em um conjunto articulado entre as
terras de criar e as de plantar, envolto por um marco cultural que tem por eixo o criadouro
comum. Este criadouro coletivo formado por reas de terras de pastagem, servindo para
pastoreio coletivo na criao de animais.
A maioria dos estudos sobre os Faxinais referem-se aos traos histricos, culturais e
sociais, enquanto as pesquisas que se referem questo ambiental so poucas, e aquelas que
-
2
existem, referem-se ao estrato arbreo principalmente como os estudos de Albuquerque
(2015) e Watzlawick et al. (2011). Estudos da vegetao herbcea no estado de Paran so
poucos e praticamente nulos em Sistema Faxinal, com exceo da pesquisa de Meyer (2014),
o qual correlacionou os fatores ambientais e sua influncia sobre a presena e produo de
matria seca das espcies herbceas em dois faxinais, destacando assim, a fragilidade em
termos de produo de forragem que tem o Sistema Faxinal.
A manuteno do Sistema Faxinal depende da conservao dos recursos naturais que o
sustentam, e analisar especificamente os recursos presentes dentro do criadouro comum vo
beneficiar ao Sistema como um todo, por ser aqui o componente principal do Faxinal.
Conhecer o potencial produtivo da pastagem natural da rea do criadouro comum do Faxinal
uma informao fundamental por constatar que a alimentao animal se d pelo pastoreio.
Pesquisas como as de Ferreira et al. (2011) e Gatiboni et al. (2000) demostram que as
pastagens naturais apresentam uma sazonalidade em termos produtivos de biomassa pastoril,
mas nos Sistemas Faxinais existe uma carncia de estudos sobre as mudanas na
disponibilidade de forragem e na sua composio herbcea ao longo dos perodos das
estaes climticas.
Juntamente com este desconhecimento da produtividade de forragem do componente
herbceo no criadouro comum dos Faxinais, existe uma carncia em geral de mapeamento das
variveis ambientais-produtivas deste Sistema. PRODEFO (2002) argumenta que na rea de
conservao da biodiversidade, o mapeamento uma ferramenta importante na tentativa de
implementar um sistema de monitoramento dos recursos naturais que compem um
ecossistema (vegetao, solos, gua, animais, eroso). Ter conhecimento da distribuio
espacial da produtividade de biomassa pastoril pode ajudar em uma melhor gesto do
criadouro comum e ser um insumo importante para novas pesquisas.
Desta forma, o presente trabalho foi realizado pela necessidade de avaliar a vegetao
herbcea sob Floresta Ombrfila Mista em Sistema Faxinal. Assim, esta dissertao est
estruturada em trs captulos, sendo que no primeiro so abordados os aspectos gerais da
pesquisa. O segundo faz a descrio do estrato herbceo e sua produtividade no criadouro
comum do Faxinal em cada estao climtica, abordando especificamente a composio
botnica da biomassa pastoril, a produtividade sazonal e a porcentagem de solo descoberto.
No terceiro captulo foi avaliado com critrios geoestatsticos o comportamento espacial da
produtividade da pastagem natural que tem o criadouro comum estudado, com elaborao de
mapas temticos da produtividade de pastagem do Faxinal por interpolao pela tcnica
Inverso da Distncia Ponderada, devido ausncia de dependncia espacial dos dados. Desta
-
3
maneira, pretende-se contribuir ao fornecimento de dados cientficos deste sistema produtivo
rural, para propiciar um melhor manejo dos recursos naturais para conservar o Sistema
Faxinal.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Este trabalho teve por objetivo descrever e quantificar sazonalmente o estrato
herbceo do criadouro comum sob remanescente de Floresta Ombrfila Mista em Sistema
Faxinal, em Rebouas PR.
1.2.2 Objetivos especficos
Verificar a composio botnica do estrato herbceo, determinar a produo de
forragem e a porcentagem de solo descoberto que apresenta o Faxinal.
Apresentar a distribuio espacial sazonal da produtividade de biomassa herbcea
presente no Faxinal
1.3 REFERENCIAL TERICO
1.3.1 Floresta Ombrfila Mista (FOM)
A Floresta Ombrfila Mista, no estado de Paran, distribui-se ao longo dos trs
planaltos (altitudes variando entre 500 e 1.200 m), caracterizando-se esta regio pela presena
de chuvas bem distribudas ao longo do ano, mas com mdias de temperaturas mais baixas e
ocorrncia regular de geadas, permitindo assim, algumas modificaes na composio das
florestas como no seu funcionamento. Esta unidade fitogeogrfica, conhecida tambm como
mata com araucria, ocorre tambm na regio dos campos na forma de capes ou no vale dos
rios (FERRETTI et al., 2006).
De acordo com IBGE (2012), so identificadas quatro formaes da Floresta
Ombrfila Mista, classificao atribuda em funo da altitude; apresentando-se a formao
-
4
Aluvial que se desenvolve em terraos antigos associados rede hidrogrfica, a formao
Submontana que est em altitudes inferiores a 400 m, a formao Montana situada
aproximadamente entre 400 e 1000 m de altitude, e a formao Alto-Montana que se
apresenta em altitudes superiores a 1000 m; conforme pode-se visualizar na Figura 1.
Figura 1. Perfil esquemtico da Floresta Ombrfila Mista
Fonte: VELOSO et al. (1991), adaptado.
Porm Roderjan et al. (2002) no mencionam estas quatro formaes vegetativas para
caracterizar a Floresta Ombrfila Mista, os quais relatam que no Paran a FOM encontra-se
em mdia entre os 800 e 1200 m de altitude, no qual para a regio norte e oeste do Estado
abaixo dos 800 m de altitude inicia-se a transio entre a Floresta Ombrfila Mista Montana e
a Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Estacional).
Referindo-se estrutura da Floresta Ombrfila Mista (FOM), segundo Ivanauskas e
Assis (2009), a FOM apresenta uma estrutura bem definida e estratificada, com estrato
emergente dominado pela araucria (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze) atingindo
alturas mdias de 30 metros, com indivduos de at 40 metros. O dossel atinge de maneira
geral 20 metros de altura, sendo ocupado predominantemente por espcies folhosas das
famlias Myrtaceae e Lauraceae.
Uma das caractersticas mais marcantes da FOM a presena do pinheiro (Araucaria
angustiflia (Bertol.) Kuntze) em associao com outras espcies como as laurceas dos
gneros Ocotea e Nectandra como a imbia (Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso), a
canela-lageana (Ocotea pulchella (Nees) Mez), a erva-mate (Ilex paraguariensis A.St.-Hil.),
alm de myrtceas como a guabiroba (Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg), a pitanga
(Eugenia uniflora L.) e o pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl.), entre
outros (RODERJAN et al., 2002; MAACK, 1981).
Alt
itu
de
(m)
1000
400
0
-
5
A rea original de aproximadamente 20 milhes de hectares da Floresta Ombrfila
Mista foi bastante reduzida devido grande explorao ao longo dos anos (FUPEF, 2001). O
extrativismo florestal, que gerou a fragmentao deste ecossistema, comentado por
Watzlawick et al. (2008), cuja atividade foi a base da economia paranaense por vrias
dcadas, devido existncia de espcies de grande valor econmico, como o pinheiro
(Araucaria angustiflia (Bertol.) Kuntze), imbia (Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso),
erva-mate (Ilex paraguariensis A.St.-Hil.), entre outras.
Segundo Sonego et al. (2007), a FOM no sul do Brasil encontra-se em raros e
diminutos remanescentes, muitos deles profundamente alterados e encontradas em regies de
difcil acesso, localizados em reas particulares ou nas poucas unidades de conservao
existentes.
De acordo com Marques (2004) a grande maioria das reas remanescentes da FOM
est constituda por unidades de conservao, nas quais se enquadram as reas Especiais de
Uso Regulamentado (ARESUR) que compreende as regies dos Faxinais, que ocuparam um
quinto do territrio paranaense desde sua formao.
A formao destes Faxinais coincide com a regio de ocorrncia da Floresta
Ombrfila Mista, surgindo em funo deste tipo de floresta, devido a presentar inicialmente
uma economia baseada na atividade florestal, especificamente a explorao da erva-mate
(DOMINGUES, 1999).
1.3.2 Sistemas Faxinais
Conforme o Decreto Estadual n 3.446/97 define-se Faxinal como um sistema de
produo campons tradicional, caracterstico da regio Centro-Sul do Paran, que tem como
trao marcante o uso coletivo da terra para produo animal e a conservao ambiental
(PARAN, 1997). O decreto relata que o Sistema Faxinal fundamenta-se em trs
componentes:
Produo animal criao coletiva solta nas reas dos criadouros comunitrios;
Produo agrcola agricultura de auto-consumo, com comercializao do
excedente;
Extrativismo florestal de baixo impacto manejo de erva-mate (Ilex paraguariensis),
pinheiro (Araucaria angustifolia), e outras espcies nativas.
O espao fsico do Sistema Faxinal divide-se de acordo com seu uso, em terras para
plantar ou terras do criadouro comunitrio e apresenta outras peculiaridades (Figura 2).
-
6
Figura 2. Perfil esquemtico das terras no Sistema Faxinal.
Fonte: SAHR (2003).
Segundo Sahr (2005) o criadouro comunitrio est constitudo geralmente por vales
com relevo levemente ondulado e presena de cursos de gua. O ambiente natural de floresta
que tem este criadouro comum alterado pela pecuria extensiva. E as terras para plantar
esto em geral nas encostas, sendo manejadas de forma individual, sejam prprias ou
arrendadas.
Com relao vegetao dos Faxinais na regio Centro-Sul do Paran, estudos como
os de Watzlawick et al. (2011), Albuquerque (2009), Mazon (2014), constataram o domnio
das famlias Myrtacea, Lauraceae, Aquifoliaceae, Sapindaceae, Salicaceae, com destaque para
as espcies murta (Curitiba prismtica (D.Legrand) Salywon & Landrum), guabiroba
(Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg), pitanga (Eugenia uniflora L.), miguel-pintado
(Matayba elaeagnoides Radlk.) imbuia (Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso), canela-
imbuia (Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez) canela-guaica (Ocotea puberula (Rich.)
Ness) guaatunga-vermelha (Casearia obliqua Spreng.) cafezeiro-do-mato (Casearia
sylvestris Sw.), guaatunga-grada (Casearia lasiophylla Eichler), guaatunga (Casearia
decandra Jacq.), erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.).
As duas atividades exercidas na rea de criadouro comum (criao de animais e
extrao de erva-mate) no so necessariamente predatrias ao meio ambiente. A forma como
-
7
se processa a extrao da erva-mate, que uma rvore nativa no compromete os troncos,
pois feita com uma poda dos galhos, os quais brotam novamente. Os animais, porm,
utilizam para sua alimentao, na maioria das vezes, as pastagens naturalizadas, alm de
razes de pequenas plantas e as frutas de rvores nativas (MARQUES, 2004).
Conforme a Nerone (2015) esta forma de ocupao da terra denominada Sistema
Faxinal, tendo como principal caracterstica o pastoreio coletivo em reas comuns, tem sua
origem no continente europeu, dentro da regio da Pennsula Ibrica. Assim a implantao
deste modelo de uso comunal da terra no Brasil ocorreu no processo colonizador dos jesutas
espanhis no ocidente do Paran, ou seja, nas Redues Jesuticas, e adaptado s condies
locais das regies paranaenses, se acoplando conjuntura do mate.
De acordo com Sahr e Cunha (2005), existiram no Paran pelo menos 152 Faxinais.
No obstante, atualmente existem 44 considerados remanescentes, ou seja, conservam a
organizao social tpica do sistema e a paisagem de Matas com Araucria; 56 esto
desativados, ou seja, mantm apenas a paisagem de Matas com Araucria; e 52 foram
extintos, ou seja, perderam totalmente suas caractersticas originais (Figura 3).
Legenda: 1- Faxinais Remanescentes; 2- Faxinais Desativados; 3- Faxinais Extintos;
4- Escarpa da Serra Geral; 5- Escarpa Devoniana; 6- Campos; 7- Mata de Araucria
Figura 3. Distribuio dos Faxinais no Paran Situao Atual
Fonte: SAHR e CUNHA (2005)
Segundo Marques (2004), o municpio de Rebouas, no qual se desenvolveu a
presente pesquisa, estava composto por 23 faxinais ou quarteires como eram chamados na
poca. Hoje, restam somente quatro localidades que ainda conservam este tipo de
organizao.
-
8
At o ano 1997 os Sistemas Faxinais foram reconhecidos formalmente mediante o
Decreto Estadual n. 3446/97, o qual criou as reas Especiais de Uso Regulamentado
(ARESUR), incluindo-os no Cadastro Estadual de Unidades de Conservao (CEUC) (IAP,
1998).
Visando ajudar a conservao ambiental no Paran, foram apresentados vrios
programas emitidos pelo governo estadual, dentro dos quais um chamado ICMS Ecolgico,
que repassa 5% do ICMS a municpios que abrigam em seus territrios mananciais de
abastecimento pblico de interesse de municpios vizinhos ou unidades de conservao
ambiental. Assim, aqueles municpios que possuem faxinais em seu territrio tm o direito a
receber, pela Lei do ICMS Ecolgico (Lei Complementar n. 59/91), um maior percentual na
distribuio dos recursos do ICMS (PARAN, 2009).
Para Sahr e Cunha (2005) urgente atuar nos Faxinais garantindo a sua preservao e
respeitando as suas particularidades, em meio de uma tendncia generalizada de concentrao
de capital, que embora o Estado reconhecesse oficialmente os Sistemas Faxinais e os
incentivou com o ICMS Ecolgico, os Faxinais so vistos somente como reserva de madeira e
de terras agricultveis.
Mostrando-se como um reflexo do processo de desagregao dos Sistemas Faxinais,
muitos dos agricultores abandonaram o sistema de uso comum da propriedade, cercando e
utilizando esta rea, j no coletiva pelo cercado, como piquetes para a criao de gado. Em
alguns casos, em vez de realizar o tradicional corte raso da vegetao para implantar
pastagem, estes somente ralearam a floresta, mantendo espcies de interesse como araucria,
erva-mate, imbia, dentre outras, e mantiveram o gado sob a vegetao natural, como em um
sistema silvipastoril natural ou espontneo (MAZON, 2014).
Albuquerque (2009) reconhece uma deficincia em termos de pesquisa, conhecimento
cientfico e conservao do Sistema Faxinal, indicando que com isto os Faxinais so poucos
conhecidos pela sociedade, pelos rgos de pesquisa e pelos rgos ambientais.
1.3.3 Faxinal Marmeleiro de Baixo
Conforme Albuquerque (2015) o histrico do Faxinal Marmeleiro de Baixo (FMB),
rea referente ao estudo, consta de mais de um sculo de explorao da floresta, aproveitando
produtos madeirveis (lenha, moures, madeira em tora), produtos no madeirveis (erva-
mate, extratos vegetais para medicina alternativa, frutos como pitanga, jabuticaba, guabiroba e
pinho principalmente). Ao mesmo tempo, menciona-se que na rea da floresta se d o
pastoreio de animais como sunos, equinos, bovinos, caprinos. O autor relata que neste
-
9
Faxinal vivem aproximadamente 580 pessoas, distribudas em 145 famlias.
O Faxinal Marmeleiro de Baixo est includo no Instituto Ambiental do Paran IAP,
como rea de Uso Regulamentado ARESUR, registrada no Cadastro Estadual de Unidades
de Conservao, Decreto Estadual n. 3446/1997. (SECRETARIA DO ESTADO DO MEIO
AMBIENTE E DOS RECURSOS HDRICOS DO PARAN, 1997).
1.3.4 Generalidades da pastagem natural em termos produtivos e de composio
botnica.
De acordo com Nabinger et al. (2005), o potencial das pastagens naturais da regio Sul
do Brasil, so determinados pelas condies do clima e do solo. Estas pastagens apresentam
uma grande diversidade estrutural, com predominncia de gramneas e relativamente baixa
participao de leguminosas. Estes autores ao analisar a funcionalidade da pastagem natural
da regio Sul observaram que tinha uma grande variabilidade no seu nvel produtivo, tanto no
tempo, determinado pela variao estacional do clima, como no espao, relacionado s
caractersticas dos solos e ao relevo.
Gatiboni et al. (2000), ao avaliar a disponibilidade de forragem de pastagem natural
em diferentes estaes climticas no Estado do Rio Grande do Sul, constataram que esta
oferta de forragem v-se influenciada pelos perodos das estaes climticas. Observou uma
sazonalidade na produo de forragem, isto porque na primavera o crescimento da pastagem
natural intenso (crescimento mdio dirio de 18,8 kg MS ha-1
dia-1
) e no perodo de inverno
a oferta de forragem bem menor (crescimento mdio dirio de 6,9 kg MS ha-1
dia-1
).
Analizando a pastagem natural do estado do Paran desde uma tica descritiva, Canto
et al. (2010), relatam que a maioria das pastagens naturais do estado paranaense esto
estabelecidas com as gramneas tropicais da frica. Dentre as espcies de origem africana, as
mais importantes so do gnero Urochloa: como a braquiria Brizanta (Urochloa brizantha
(Hochst. Ex A. Rich) Webster), a braquiria Decumbens (Urochloa decumbens (Stapf)
Webster), o capim-hemrtria (Hemarthria altissima (Poir) Stapf & Hubbard), o capim-
milheto (Pennisetum americanum L. Leeke), o Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon &
S. W. L. Jacobs; e vrias espcies do gnero Cynodon. Alm de encontrar reas considerveis
com espcies nativas dos gneros Axonopus e Paspalum, como por exemplo: a grama
Missioneira (Axonopus compressus (Sw.) P.Beauv.), e a grama Forquilha (Paspalum notatum
Flgge).
-
10
Monitorar a biomassa vegetal da pastagem, avaliando sua composio botnica e sua
disponibilidade de forragem pode indicar se a pastagem encontra-se num processo de
degradao. De acordo com Dias-Filho (2007), o processo de degradao de pastagem passa
por dois estgios (Figura 4); um primeiro estgio denominado degradao agrcola se
caracteriza pela mudana na composio botnica, havendo um aumento do nmero das
plantas daninhas. Em seguida, numa fase mais avanada, ocorre a degradao biolgica,
caraterizado por uma drstica diminuio da biomassa vegetal, ocorrendo locais com solo
exposto, ou seja, culminando num processo erosivo com perda de matria orgnica e do
prprio solo.
Figura 4. Representao esquemtica da degradao das pastagens.
Fonte: DIAS-FILHO (2007)
A infestao por plantas daninhas precisa ser vista como uma consequncia da falta de
adaptao, vigor e competitividade das espcies forrageiras utilizadas, assim como a falta de
manejo apropriado (SILVA et al., 2002). Da mesma maneira, Moraes et al. (2007) afirmam
que a infestao por plantas daninhas em vez de causa da degradao de pastagens so uma
consequncia desta.
Alm da baixa palatabilidade que podem apresentar as plantas daninhas, afetando o
processo de desenvolvimento, ganho de peso por parte dos animais num sistema silvipastoril
como o criadouro comum dos Faxinais, podem-se apresentar algumas plantas daninhas de
risco para a sade dos animais quando consumidas, h plantas daninhas com princpios
txicos e outras espinescentes (Tabela 1).
-
11
Tabela 1. Principais espcies daninhas encontradas em pastagens, seu ciclo e vida e os principais
problemas a elas atribudos.
Nome Comum Nome Cientfico Ciclo Principais caractersticas
Alecrim-do-
campo
Baccharis dracunculifolia DC. perene Ampla distribuio
Algodo-bravo Ipomoea carnea Jacq. perene Txica
Assa-peixe Vernonia ferruginea Less. perene Frequente, nativa do
Brasil
Vernonia polyanthes Less. perene
Cambar Lantana camara L. perene Txica
Capim-annoni Eragrostis plana Nees. perene Grande capacidade de
disseminao e
rusticidade
Carrapicho-
bravo
Xanthium strumarium L. anual Frutos com espinhos
Cheirosa Hyptis suaveolens (L.) Poit. anual Infestaes densas,
aromtica, subarbustiva.
Coerana, mata-
boi
Cestrum intermedium Sendtn. perene Planta mais txica do
Sudoeste do PR.
Dormideira Mimosa invisa Mart. ex Colla perene Forte espinescncia que
fere aos animais
Erva-de-rato Palicourea marcgravii St. Hil. perene Palatvel pelos bovinos,
mas com alta toxicidade.
Maria-mole Senecio brasiliensis Less. perene Txica aos bovinos.
Gervo-branco Croton lundianus (Diedr.) Mll. Arg. anual Agressividade, tolerncia
a perodos de estiagem
Malva-branca Waltheria indica L. perene Frequente, empregada na
farmacopeia popular.
Vassourinha Baccharis coridifolia DC. perene Muito txica de
pastagens naturais.
Rabo-de-burro Andropogon bicornis L. perene Agressividade, frequente,
propriedades medicinais
Samambaia Pteridium aquilinum (L.) Kuhn perene Frequente em solos de
baixa fertilidade, txica
Fonte: LORENZI (2008).
A caracterizao da pastagem natural de dois faxinais sob remanescentes da Floresta
Ombrfila Mista (FOM) realizada por Meyer (2014), avaliando a composio botnica
herbcea presente em dois faxinais, identificou 25 espcies em 11 famlias botnicas. No
obstante, tem estudos que analisaram a composio botnica herbcea dentro da formao
-
12
florestal do bioma Mata Atlntica denominada FOM, que obtiveram um maior nmero de
espcies herbceas levantadas, como o realizado por Kozera et al. (2006) que identificou 129
espcies herbceas, representadas principalmente pelas famlias Poaceae, Cyperaceae e
Asteraceae.
Segundo Melo et al. (2005) a degradao de reas de pastagens ocorre pela complexa
interao de uma srie de fatores:
Baixa fertilidade dos solos associada carncia de aes para melhor-lo, falta de
correo de acidez (uso de calcrio) e a falta de adubaes de plantio e cobertura;
Superpastejo, que leva degradao da cobertura dos solos propiciada pelas
forrageiras;
Exposio dos solos ao direta das intempries;
Compactao superficial dos solos e
Substituio das forrageiras por plantas daninhas.
1.3.5 Mapeamento da anlise espacial
Baseado na variabilidade espacial e temporal dos componentes que compem as
unidades produtivas, interessados num sistema de gesto competente e sustentvel das
propriedades agrcola, que ferramentas e servios da Agricultura de Preciso (AP) vm
sendo utilizados. Dentro do marco de atuao dos produtos gerados pela AP encontram-se os
dados de produtividade agrcola expressos por mapas, cuja elaborao tem se multiplicado no
pas por especialistas ou empresas de consultoria e de prestao de servios (BRASIL, 2013).
Para estimar e representar em mapa, valores de uma varivel que no foi coletada nas
lacunas dos pontos de amostragem se utilizam as tcnicas de interpolao (ANDRIOTTI,
2003).
De acordo com Camargo et al. (2002) os modelos de interpolao se agrupam em trs
grandes abordagens: 1- os modelos determinsticos de efeitos locais, no qual cada ponto da
superfcie estimado a partir da interpolao dos pontos amostrais mais prximos (inverso do
quadrado da distncia, o vizinho mais prximo so interpoladores deste modelo); 2- os
modelos determinsticos de efeitos globais, no qual tenta-se modelar a variao espacial em
larga escala, tendo irrelevncia a variabilidade local (interpolador superfcie de tendncia por
exemplo); e 3- os modelos estatsticos de efeitos locais e globais, no qual cada ponto da
superficie estimado baseado na modelagem de correlao espacial (o interpolador krigagem
um exemplo de interpolador deste tipo de modelo).
-
13
Conforme Carvalho e Assad (2005) esta correlao espacial entre as amostras o
aspecto fundamental que diferencia os interpoladores geoestatsticos, como os mtodos de
krigagem, dos outros tipos de interpoladores.
De acordo com Mazzini e Schettini (2009) a krigagem no um simples mtodo de
interpolao porque utiliza geoestatstica para efetuar a interpolao, o qual em muitos casos
uma grande vantagem sobre outros mtodos no geoestatsticos como o inverso ponderado da
distncia que um mtodo rpido e de pouco custo computacional, onde a influncia de cada
ponto inversamente proporcional distncia do n da malha e o fator peso pode ser pr-
determinado pelo usurio, sendo que a maior o valor de peso escolhido, menor ser a
influncia dos pontos mais distantes sobre a malha. Uma desvantagem que indicam os autores
do interpolador Inverso ponderado da distncia a gerao de efeito mira, ou bulls eye, ao
redor dos pontos amostrados.
Segundo Pires et al. (2011) a maneira como os pesos so atribudos a diferentes
amostras o que diferencia a krigagem dos outros mtodos de interpolao, onde na krigagem
os pesos so determinados a partir de uma anlise espacial, baseada no semivariograma
experimental.
Entre as vantagens identificadas Geoestatstica sobre outras tcnicas de interpolao
o estudo da variabilidade espacial por meio das anlises de um variograma que a nica
tcnica disponvel para medir a variabilidade espacial de uma varivel regionalizada, alm de
destacar a Geoestatstica pela suavizao, preciso e a incerteza obtida por meio da krigagem
(ANDRIOTTI, 2003). Para Landim (2003), nomea-se a Geoestatstica para o estudo das
chamadas variveis regionalizadas, as quais apresentam uma aparente continuidade no
espao.
De acordo a Zimback (2001) as ferramentas de continuidade espacial que apresenta a
geoestatstica como o variograma ou semivariograma, so utilizadas para determinar a
magnitude da correlao entre as amostras e sua similaridade com o fator distncia. Segundo
Yamamoto e Landim (2013) so indiferentes denominar variograma ou semivariograma
porque os dois utilizam a mesma frmula para calcular o seu valor, explicando os autores que
h uma confuso terminolgica na literatura geoestatstica.
A funo do semivariograma pode ser estimada pela seguinte frmula (SOARES,
2000):
-
14
(1)
Onde,
^
(h) = valor de semivarincia;
Z (x) e Z (x + h) = Os pares de valores medidos separados por um vetor h, o qual significa
uma distncia;
N (h) = Nmero de pares de valores [z(x) - z(x + h)] separados por um vetor h;
Z = Varivel em estudo.
Para Camargo (2001), a figura 5 demostra um semivariograma experimental com
caractersticas muito prximas do ideal. Desta forma esperado que as diferenas entre os
pares de amostras [Z (x) e Z (x + h)] diminuam medida que o valor de h, a distncia entre
os pares, decresce. Com isto o valor de semivarincia (h) aumenta com a distncia h.
Figura 5. Exemplo de semivariograma experimental e seus componentes.
Fonte: CAMARGO (2001)
Os parmetros do semivariograma (Figura 5) so relatados por Pires et al. (2011):
Alcance (a): distncia, dentro da qual, as amostras esto correlacionadas
espacialmente;
-
15
Patamar (C): Valor do semivariograma correspondente a seu alcance (a). A partir
deste ponto em diante, considera-se que no existe mais dependncia espacial entre as
amostras;
Efeito Pepita (C0): idealmente, (0)= 0. Segundo Yamamoto e Landim (2013), o
efeito pepita reflete a incerteza em pequenas distncias, principalmente pelo
desconhecimento da distribuio espacial da varivel em estudo. Relatam estes
autores que quanto maior fosse o efeito pepita maior a variabilidade e por
consequncia a amostragem se torna insuficiente para esse nvel de variabilidade
espacial;
Contribuio (C1): Valor da diferena entre o patamar (C) e o Efeito Pepita (C0).
Na tabela 2 so apresentados diferentes modelos tericos aos quais se ajustam os
semivariogramas experimentais
Tabela 2. Principais modelos tericos para o ajuste dos semivariogramas experimentais
Fonte: Vieira et al. (1983).
Cohen et al. (1990) comenta que para verificar o melhor ajuste do modelo terico ao
semivariograma experimental se pode realizar a anlise da validao cruzada, que envolve a
-
16
reestimao dos valores conhecidos atravs dos parmetros ajustados do semivariograma,
analisado pelo coeficiente de determinao (R2).
Segundo Pires et al. (2011) a tcnica de validao cruzada, atravs da comparao
entre valores reais e estimados das informaes disponveis, permite avaliar a qualidade dos
ajustes dos semivariograma. Desta maneira, o modelo terico ideal de ajuste apresenta um
coeficiente de correlao de 100% e as sries de pontos do grfico de disperso entre os
valores estimados e medidos esto exatamente sobre a reta y=x.
1.4 MATERIAL E MTODOS
1.4.1 Caracterizao da rea de estudo
Por conta das atividades prprias do sistema silvipastoril denominado Sistema
Faxinal, a rea estudada apresenta uma alterao devido ao pastoreio extensivo de diversas
espcies animais, alm do extrativismo florestal de baixo impacto e o plantio de culturas fora
dos limites do criadouro comum. Alm disto, o ambiente tem alterao devido a dois fatores
que esto mudando as caractersticas originais dos Faxinais, como so os processos de
urbanizao, junto com o arrendamento de terras a pessoas no faxinalenses.
1.4.1.1 Localizao
O presente estudo foi desenvolvido num remanescente da Floresta Ombrfila Mista
(FOM), o qual est inserido o Faxinal Marmeleiro de Baixo, possuindo uma rea de 509 ha. O
Faxinal Marmeleiro de Baixo est localizado na regio Centro-Sul do Estado de Paran, na
Latitude 253715 S e Longitude 504134 W, distante 15 quilmetros do ncleo do
municpio de Rebouas, com uma altitude mdia de 890 m conforme Albuquerque (2015)
(Figura 6).
PR
-
17
Figura 6. Localizao da rea de estudo, Faxinal Marmeleiro de Baixo, no municpio de
Rebouas, PR (Coordenadas UTM, Fuso 22, 51W, Datum SIRGAS 2000).
Fonte: ALBUQUERQUE (2015), adaptado.
1.4.1.2 Solo
Os solos da rea de estudo, conforme a legenda atualizada do mapa de solos
paranaense, divulgada por Bhering e Santos (2008) tm as seguintes unidades de
mapeamento: NBa2 ( Associao de Nitossolo Bruno Alumnico mbrico, fase floresta
subtropical pereniflia, de relevo suave ondulado + Cambissolo Hplico Alumnico mbrico,
fase floresta subtropical subpereniflia, de relevo ondulado, substrato siltitos, argilitos e
folhelhos, ambos de textura argilosa) e CXbd4 (Associao de Cambissolo Hplico Tb
Distrfico mbrico, lico, substrato folhelhos slticos + Argissolo Vermelho-Amarelo
Distrfico mbrico, ambos de textura argilosa, fase floresta subtropical pereniflia, com
relevo suave ondulado de vertentes curtas).
Segundo estes autores os Nitossolos possuem a frao argila com baixa CTC, com
predominncia caulintica, de baixo gradiente textural e ricas em sesquixidos de ferro e
alumnio, estes solos apresentam colorao uniforme, avermelhados, profundos, argilosos,
porosos e bem drenados. Logo eles relatam que na maiora absoluta dos Cambissolos
identificados nas unidades de mapeamento so solos cidos, com teores de alumnio altos, de
baixa reserva de nutrientes para as plantas, varivel colorao e profundidade efetiva devido
diversidade do material de origem e da influncia do clima.
-
18
1.4.1.3 Clima
Baseando-se na classificao climtica de Kppen, a rea de estudo est dentro de
uma regio designada com um clima Cfb. Thomaz e Vestena (2003) comentam que o clima
da regio classificado como Subtropical mido Mesotrmico, com temperaturas mdias
anuais de 16 a 20C, com veres frescos e os invernos frios com ocorrncia de geadas severas
e frequentes, sem estao seca. Apresentam-se chuvas abundantes e bem distribudas durante
todo o ano, com uma precipitao mdia anual entre 1800 a 2000 mm.
1.4.1.4 Vegetao
Conforme o IBGE (2012), a vegetao natural local conhecida como Floresta
Ombrfila Mista de formao Montana, devido a sua altitude estar entre 400 e 1000 metros;
com o pinheiro (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze) associado imbuia (Ocotea porosa
(Ness) Barroso), emergindo da submata da erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.).
1.4.2 Sistema de amostragem
Para a coleta de dados foram utilizadas as 50 unidades permanentes (parcelas)
instaladas por Albuquerque (2015), as quais cada uma delas representa 500 m2 (10 m x 50 m).
Segundo o autor primeiramente com a ajuda da imagem do Google Earth, correspondente
rea do Faxinal Marmeleiro de Baixo, foi elaborado um croqui quadriculado de 200 x 200
metros com uma distribuio sistemtica, referenciado pelo sistema de coordenadas UTM,
fuso 22, Meridiano Central 51W, datum Sirgas 2000 (Figura 7).
-
19
Figura 7. Representao do sistema de amostragem sistemtico das 50 unidades amostrais
permanentes, delimitadas na rea de estudo (Coordenadas UTM, Fuso 22, 51W,
Datum SIRGAS 2000).
Fonte: ALBUQUERQUE (2015), adaptado.
Logo do croqui da rea, o autor indica que com o auxilio de um GPS foram marcadas
as 50 unidades amostrais (parcelas permanentes) que foram instaladas.
O arranjo de amostragem sistemtica da rea estudada criava um total de 122 unidades
amostrais potenciais, mas no em todas estas unidades potenciais existia vegetao arbrea,
pelo qual somente 50 parcelas foram instaladas, obedecendo a critrios de que a unidade
amostral no devia ser instalada nas seguintes condies: estradas, quintais, residncias, lagos
ou reas inundadas.
As unidades permanentes foram utilizadas por Albuquerque (2015) para avaliar nesta
rea de 509 ha o estrato arbreo de um fragmento de Floresta Ombrfila Mista. O presente
estudo avaliou sazonalmente de forma descritiva e quantitativa o estrato herbceo seguindo a
metodologia de Meyer (2014), importando os dados coletados de campo em planilhas
1
2 3
4 5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15 16
17
18
19
20
21
22
23 24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35 36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46 47
48
49
50
Limite do Faxinal Nmero da Parcela Permanente (Unidade amostral)
-
20
eletrnicas no software Microsoft Excell 2010, o qual uma adaptao da metodologia do
pacote Botanal descrita por Gardner (1986). Desta maneira a avaliao do estrato herbceo no
presente trabalho foi desenvolvida da seguinte forma:
- Realizou-se uma estimativa visual que parte do ranqueamento do peso seco ordenado (Dry-
Rankings Weight) com notas de 1 a 5 dos quadros-padro baseados na produo de matria
seca herbcea, para o qual foi seguida uma srie de passos:
No primeiro passo foram determinados os dois padres extremos (1 e 5), onde o padro 1
representou a produo menor herbcea observada e o padro 5 significa a produo maior
herbcea. No segundo passo, estimou-se o padro intermedirio que equivalente ao padro
3. No terceiro passo foram estabelecidos os padres intermedirios entre o padro 1-3 e o
padro 3 e 5, que correspondem aos padres 2 e 4 respectivamente (Figura 8);
PADRO 1
PADRO 2
PADRO 3
PADRO 4
PADRO 5
Figura 8. Representao do consenso de medida dos cinco quadros-padro de produo de
matria seca herbcea.
Fonte: O autor (2016).
-
21
- Com a finalidade de tirar a subjetividade das avaliaes, precisou-se no mnimo de dois
observadores, os quais fizeram um treinamento de calibrao visual dos padres hora de
avaliar os quadros escolhidos aleatoriamente na pastagem, atribuindo numa escala de um a
cinco valores de produo em matria seca da forragem em cada quadro, podendo dar notas
quebradas de 1 e 1.1 at 4.9 e 5 nesta escala de notas, tendo como referncia os padres
escolhidos na fase anterior. Nesta fase de treinamento os observadores compararam seus
valores atribudos at ter um mnimo de divergncia aceitvel no superior a 0,2 na escala de
um a cinco, seguindo a sugesto de Gardner (1986). At no chegar ao mnimo de divergncia
aceitvel os observadores continuaram nesta fase de treinamento;
- A rea experimental foi amostrada jogando aleatoriamente quatro quadros por parcela (dois
quadros jogados por cada observador), exemplificado na figura 9. Em cada perodo de estao
climtica (Primavera, Vero, Outono e Inverno) foi feita a amostragem em cada uma das 50
parcelas que tem a rea experimental, gerando um total de 200 quadros avaliados por cada
estao climtica. Dentro de cada quadro foram avaliadas as trs variveis estudadas do
estrato herbceo que esto descritas no captulo 2 (composio botnica, produo de
forragem e porcentagem de solo descoberto);
Figura 9. Croqui de levantamento de dados em cada unidade amostral permanente (parcela),
utilizando um gabarito de 0,5 m x 0,5 m.
Fonte: O autor (2016).
-
22
- Foram escolhidos aleatoriamente mais 15 quadros por cada estao climtica, nos quais,
primeiramente os dois observadores de forma individual avaliaram a produo de forragem e
seguidamente cortaram a forragem ao nvel do solo de cada um deles, conforme a figura 10;
Figura 10. Representao do corte da pastagem para determinar a correlao entre matria
seca real (colhida) e matria seca estimada por nota visual, seguindo a metodologia
adaptada Botanal.
Fonte: O autor (2016).
- A forragem dos 15 quadros cortados foi levada para o Laboratrio de Cincias Florestais e
Forrageiras do campus Cedeteg da Unicentro, no qual, as amostras foram secas em estufa a
65oC por 72 horas. Posteriormente, para a pesagem da matria seca das 15 amostras foi
utilizada uma balana analtica marca Shimadzu modelo AUY 220. Tendo a matria seca das
amostras (colhidas) e as notas visuais destas dadas por cada um dos observadores foi
calculada a equao de regresso. Junto com as equaes de regresso previamente
comentadas, foi calculada a correlao de Pearson (R) que obteve cada um dos observadores,
relacionando a matria seca das amostras (colhidas) e as notas visuais destas, alm do
coeficiente de determinao (R2) que representa o clculo de regresso estimado. Todo este
processo de laboratrio est representado na figura 11;
-
23
Figura 11. Representao de procedimentos de laboratrio para obteno de equaes de
regresso, seguindo a metodologia adaptada Botanal.
Fonte: O autor (2016).
- A equao de regresso estimada em cada perodo de estao climtica foi substituda pelas
notas visuais dos 200 quadros avaliados pelos dois observadores, gerando sistematicamente as
estimativas de produo de forragem em matria seca por hectare de cada parcela junto com a
produo de forragem de cada espcie herbcea. Posteriormente foi realizada a somatria das
50 parcelas e foi obtido o valor produtivo de forragem total por estao climtica, e da
forragem total que produz cada espcie herbcea por estao climtica;
- Como parte da adaptao da metodologia Botanal para avaliar a pastagem abaixo de uma
floresta, foi atribudo valor de zero para aquelas parcelas que tinham valores negativos na
estimativa da produo de forragem. Finalmente em cada perodo de estao climtica foram
determinadas as mdias de produo de forragem, a contribuio de cada uma das espcies
herbceas encontradas nesta produo de forragem e a porcentagem de solo descoberto. Para
o clculo destas mdias se fez a mdia de cada parcela e no final a mdia de todas as 50
parcelas que amostraram toda a rea.
1.4.3 Metodologia Geral
Conforme a figura 12, tem-se a sequncia geral do trabalho, avaliando o
comportamento sazonal do estrato herbceo.
-
24
Figura 12. Fluxograma da sequncia geral do trabalho.
Fonte: O autor (2016).
1.4.4 Anlise estatstica
A casualizao do presente experimento foi feita num delineamento inteiramente
casualizado (DIC), composto de quatro tratamentos (primavera, vero, outono, inverno), com
50 repeties por tratamento (representando as 50 parcelas permanentes) .
Os dados das variveis de produo de forragem herbcea (kg de M.S. ha-1
) e de solo
descoberto (%), amostrados sistematicamente conforme figura 12 comentada, foram testados
quanto normalidade e homogeneidade, pelos testes Shapiro-Wilk e Bartlett respectivamente
a 5% de probabilidade de erro. Os dados foram transformados para tentar atingir a
normalidade e homogeneidade exigida pela anlise de varincia (ANOVA), mas nenhuma das
transformaes utilizadas possibilitou atingir os requerimentos da ANOVA, motivo pelo qual
os dados da presente pesquisa foram comparados pelo teste no-paramtrico denominado
Kruskal-Wallis, o qual utilizado para comparar trs ou mais populaes, sendo o anlogo ao
teste F utilizado na ANOVA (ESPELETA, 2010; CALLEGARIJACQUES, 2004).
Adequando a metodologia Botanal, o estrato herbceo foi
avaliado descritivamente e quantitativamente por meio destes
3 componentes:
.
Por cada estao climtica se analisaram as 50 parcelas
florestais feitas por Albuquerque (2015) sob FOM no
Faxinal Marmeleiro de Baixo.
Produo de forragem
(biomassa) herbcea em kg de
matria seca (MS) ha-1
% solo descoberto
Composio Botnica
Mapeamento da distribuio espacial destas variveis por meio de tcnicas
geoestatsticas de interpolao de dados ou por tcnicas no geoestatsticas no
seu defeito
-
25
Inicia-se o teste de kruskal-Wallis ordenando os valores observados de todas as k
amostras juntas. A seguir, somam-se os postos atribudos a cada valor. Postos
empatados recebem o valor do posto mdio.
A estatstica do teste :
H= 12
(+1)
2
3( + 1)
onde = tamanho de cada amostra, N = = nmero total de indivduos e =
soma dos pontos em cada amostra. (CALLEGARIJACQUES, 2004, p. 181).
Todas as anlises estatsticas foram realizadas por meio do programa estatstico
ASSISTAT verso 7.7 beta, 2015 (SILVA, 2015).
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32
CAPTULO 2
RESUMO
Luis Guillermo Granados Corrales. Avaliao descritiva, produtiva e sazonal da pastagem
naturalizada sob Floresta Ombrfila Mista em Sistema Faxinal.
Este estudo foi realizado num fragmento de Floresta Ombrfila Mista no Faxinal
Marmeleiro de Baixo (FMB), no municpio de RebouasPR. O objetivo foi analisar de forma
descritiva e produtiva o estrato herbceo do criadouro comum, que compe o Faxinal
estudado, tendo especificamente como variveis analisadas a composio florstica herbcea,
a produo de forragem em termos de kg de matria seca (MS) ha-1
e a porcentagem de solo
descoberto. Utilizou-se a metodologia Botanal para a coleta dos dados conduzida no
delineamento inteiramente casualizado (DIC) com quatro tratamentos, que so cada uma das
estaes climticas do ano (primavera, vero, outono e inverno), em 50 parcelas florestais
permanentes de 10 m x 50 m. O levantamento herbceo registrou 31 espcies em 17 famlias
botnicas que compem a vegetao herbcea do Faxinal. A produo da pastagem
naturalizada do Faxinal mostrou uma mdia de 416,10 kg de MS ha-1
, apresentando
sazonalidade nesta produo de forragem herbcea, a qual na primavera e inverno apresentou
seu maior potencial produtivo com 565,73 kg de MS ha-1
e 451,28 kg de MS ha-1
respectivamente e seu menor potencial produtivo foi no outono e vero com 275,68 kg de MS
ha-1
e 371,71 kg de MS ha-1
respectivamente. Alm da produo total de forragem herbcea
foi registrado que a espcie Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv a principal espcie
forrageira, no obstante as plantas daninhas formam parte considervel desta produo total
de forragem. A mdia registrada da porcentagem do solo descoberto entre os quatro perodos
climticos foi de 39,5%. A pastagem naturalizada da rea de estudo pouco produtiva e
apresenta sazonalidade, depende de uma espcie forrageira para alimentar aos animais criados
solta e tem regies com alta porcentagem de solo descoberto, que impede a alimentao dos
animais e pode potencializar processos de eroso e degradao ambiental da rea estudada. As
variveis indicam a fragilidade do Sistema e expressam a atual insustentabilidade produtiva-
ambiental do Sistema Faxinal, onde a pastagem est em constante distrbio.
Palavras-chave: Pastagem naturalizada, Botanal, Floresta Ombrfila Mista, Faxinal.
-
33
ABSTRACT
Luis Guillermo Granados Corrales. Descriptive, productive and seasonal evaluation
from naturalized pasture under Mixed Ombrophilous Forest in System Faxinal.
This study was conducted in a Mixed Ombrophilous Forest fragment in Low
Marmeleiro Faxinal (FMB) in Rebouas-PR. The aim was to analyze in a descriptive and
productively form the herbaceous layer of the common breeding, which makes up the Faxinal
studied, specifically with variables herbaceous species composition, forage yield in terms of
kg of dry matter (DM) ha-1 and uncovered soil percentage. We used the Botanal methodology
for data collection conducted in a completely randomized design (CRD) with four treatments,
which are each of the seasons of the year (spring, summer, autumn and winter) in 50
permanent forest plots of 10m x 50m. The herbaceous survey recorded 31 species in 17 plant
families that make up the herbaceous vegetation Faxinal. The naturalized pasture production
Faxinal showed an average of 416.10 kg DM ha-1, with seasonality in this production of
herbaceous forage, which in the spring and winter presented his most productive potential
with 565.73 kg DM ha-1 and 451.28 kg DM ha-1 respectively and its lowest yield potential
was in the fall and summer with 275.68 kg DM ha -1 and 371.71 kg DM ha-1 respectively. In
addition to the total production of herbaceous forage it was recorded that the species
Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv is the main forage species, despite the weeds form
considerable part of the total forage production. The average for the percentage of bare
ground between the four climatic periods was 39.5%. The naturalized pasture in the studied
area is very productive and has seasonal, depends on a forage species to feed the animals
raised on the loose and there are regions with a high percentage of bare soil, which prevents
the feeding of animals and can enhance erosion and degradation environmental of the studied
area. The variables indicate the system fragility and express the current production and
environmental unsustainability of Faxinal system where the pasture is constantly disorder.
Keywords: Naturalized Pasture, Botanal, Mixed Ombrophilous Forest , Faxinal.
-
34
2.1 INTRODUO
Nos remanescentes da Floresta Ombrfila Mista ocorre um sistema produtivo
silvipastoril denominado Sistema Faxinal (MEYER, 2014). Para Magalhes et al. (2004), um
sistema silvipastoril se caracteriza pela integrao, numa rea s, do componente arbreo,
herbceo e animal.
O eixo principal do Sistema Faxinal o seu criadouro comum (NERONE, 2015).
Dentro deste criadouro se desenvolve a atividade silvipastoril com a criao animal,
alimentando-se da pastagem natural sob fragmentos da Floresta Ombrfila Mista. Na rea de
criadouro comum do Sistema Faxinal se realiza o pastoreio coletivo para a criao animal,
predominando a criao solta de porcos, equinos, muares, bovinos, caprinos e ovinos
(NERONE, 2015; TAVARES, 2008).
Os Sistemas Faxinais apresentam um preocupante processo geral de desagregao dos
seus criadouros comuns, cujo esgotamento dos recursos naturais um dos fatores deste
processo de desagregao (ALBUQUERQUE, 2009; CHANG, 1988; SAHR, 2005).
De acordo com Moraes et al. (2007) a influncia do clima uma das causas da
degradao das pastagens, destacando a importncia de estudar a estacionalidade na produo
de forragem. No perodo de inverno ou da seca, pode-se reduzir o vigor e a capacidade de
competio das pastagens frente s plantas daninhas. J no perodo chuvoso pode-se dar
proliferao de doenas e pragas como consequncia da umidade excessiva, alm do risco de
eroso e compactao do solo devido queda de fortes chuvas em re