AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO DE...
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GUSTAVO HOFFMANN FRACASSO
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO
DE BANDAS ORTODÔNTICAS
CAMPINAS
2009
GUSTAVO HOFFMANN FRACASSO
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO
DE BANDAS ORTODÔNTICAS
Dissertação apresentada ao Centro de Pós-Graduação / CPO São Leopoldo Mandic, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.
Área de Concentração: Ortodontia
Orientador: Prof. Dr. Rogério Heládio Lopes Motta.
CAMPINAS
2009
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca "São Leopoldo Mandic"
F797a
Fracasso, Gustavo Hoffmann. Avaliação de diferentes métodos de descontaminação de bandas ortodônticas / Gustavo Hoffmann Fracasso. – Campinas: [s.n.], 2009. 64f.: il.
Orientador: Rogério Heládio Lopes Motta. Dissertação (Mestrado em Ortodontia) – C.P.O. São Leopoldo
Mandic – Centro de Pós-Graduação. 1. Desinfecção. 2. Staphylococcus aureus. 3. Ortodontia. I. Motta, Rogério Heládio Lopes. II. C.P.O. São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-Graduação. III. Título.
C.P.O. - CENTRO DE PESQUISAS ODONTOLÓGICAS SÃO LEOPOLDO MANDIC
Folha de Aprovação
A dissertação intitulada: “AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO DE BANDAS ORTODÔNTICAS” apresentada ao Centro de Pós-Graduação, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia, área de concentração: Ortodontia em __/__/____, à comissão examinadora abaixo denominada, foi aprovada após liberação pelo orientador.
___________________________________________________________________
Prof. (a) Dr (a)
Orientador
___________________________________________________________________
Prof. (a) Dr (a)
1º Membro
___________________________________________________________________
Prof. (a) Dr (a)
2º Membro
A minha mãe Clari e ao meu pai Luiz, que com o apoio e incentivo constantes,
estiveram sempre ao meu lado ao longo desta caminhada e de toda a minha vida.
Com amor e muito esforço puderam me proporcionar à realização de meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
A Deus , pela oportunidade de estar concluindo o meu grande sonho, o
mestrado em ortodontia, aliado a força, discernimento e serenidade que certamente
fortificava cada momento de dificuldade enfrentado.
Ao Centro de Pesquisa Odontológica São Leopoldo Man dic em nome
de seu Reitor, Professor Dr. José Luiz Cintra Junqu eira, por fazer esta instituição
um local de profundo conhecimento.
Ao coordenador do programa de mestrado da São Leopo ldo Mandic
Prof. Dr. Thomaz Wassall pela disponibilidade em melhorar e difundir o
conhecimento.
Ao Coordenador do curso, professor Dr. Mário Vedove llo Filho , pela
seriedade, honestidade, estímulo e exemplo de homem, a qual sempre nos
transmitia.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Rogério Heládio Lopes Motta pela
orientação pacienciosa, clara segura e que juntos conseguimos unir forças e vencer
barreiras que muitas vezes pareciam intransponíveis.
A todos os professores, e em especial. Ms. Sílvio Y abagata Uehara,
Dra. Sílvia Amélia S. Vedovello, Dr. Galdino Iague Neto , Ms. Sandro Piragini,
Ms. Clayton Alexandre Silveira pela transparência, competência, entusiasmo e
dedicação a qual sempre demonstraram em tantas aulas ministradas.
Aos meus colegas do Curso de Mestrado, em especial ao Valério
Tomé Júnior que muito me acrescentaram em minha formação.
A aluna do curso de graduação em odontologia, Sumai ra Calil
Mohamed, que participou ativamente na pesquisa, contribuindo e doando-se
incondicionalmente a este trabalho.
Ao pessoal do laboratório de microbiologia da Facul dade São
Leopoldo Mandic, em especial a técnica Gilca Saba, que sempre foram muito
prestativos se demonstravam disponíveis a viabilizar os trabalhos realizados nesta
instituição.
A todos que de uma forma ou outra estiveram juntos, torcendo por um
trabalho ainda melhor. Fica o meu eterno muito obrigado.
“Aprender é a única coisa que a mente
nunca se cansa, nunca tem medo e nunca
se arrepende”.
Leonardo da Vinci
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar diferentes métodos de descontaminação de bandas ortodônticas e sua eficiência quando comparado a esterilização. Foram provadas 40 bandas ortodônticas estéreis em 20 voluntários saudáveis, e em seguida foi avaliada a presença de Staphylococcus aureus. As cepas foram isoladas, identificadas e submetidas a antibiograma, no qual foram utilizados 13 antimicrobianos diferentes. As cepas de S. aureus mais resistentes foram utilizadas para a contaminação artificial das bandas ortodônticas testadas. Para os testes de descontaminação, foram utilizadas os seguintes grupos: glutaraldeído 2% (G1), álcool 70% (G2), limpeza ultra sônica (G3) e um grupo controle (G4) de esterilização. Todas as bandas provadas em boca apresentaram contaminação por S. aureus. Os antimicrobianos que apresentaram maior índice de resistência foram a amoxicilina e a penicilina G. Nos processos de desinfecção nenhum dos procedimentos (fricção ou imersão) ou substâncias (G1,G2 e G3) foi capaz de eliminar todas as bactérias quando comparado a G4 (p>0,05). Conclui-se que todos os agentes de desinfecção promoveram uma redução de microrganismos, mas esta não foi significativa. O método de esterilização em autoclave demonstrou ser mais efetivo e recomendável para a descontaminação de bandas ortodônticas.
Palavras Chaves: Desinfecção. Bandas. Ortodontia. Staphylococcus aureus.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate different methods for decontaminating orthodontic bands, and their efficiency in comparison with sterilization. Forty sterile orthodontic bands were tested in 20 healthy volunteers, and after this the presence of Staphylococcus aureus was evaluated. The strains were isolated, identified and submitted to an antibiogram, in which 13 different antimicrobial agents were used. The most resistant strains of S. aureus were used to artificially contaminate the tested orthodontic bands. For the decontamination tests, the following groups were used: 2% glutaraldehyde (G1), 70% alcohol (G2), ultrasonic cleaning (G3), a control group (G4) of sterilization. All the bands tested in the mouth presented contamination by S. aureus. The antimicrobial agents that presented the highest rate of resistance were amoxicilline and penicillin G. In the disinfection processes none of the procedures (friction or immersion) or substances (G1, G2 and G3) were capable of eliminating all the bacteria, when compared with G4 (p>0.05). It was concluded that the disinfection agents produced a reduction in microorganisms, but this was not significant. The sterilization method in an autoclave was shown to be the most effective and recommendable method for decontaminating orthodontic bands.
Keywords: Disinfection. Orthodontic bands. Staphylococcus aureus.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
2 REVISAO DA LITERATURA ............................ ................................................... 12
2.1 Biossegurança Aplicada a Odontologia........... ............................................. 12
2.2 Biossegurança Aplicada a Ortodontia............ ............................................... 16
2.3 Staphylococcus aureus .......................... ........................................................ 22
2.4 Desinfecção e Esterilização em Odontologia ..... .......................................... 30
3 PROPOSIÇÃO ..................................................................................................... 36
4 MATERIAIS E MÉTODOS .............................. ..................................................... 37
5 RESULTADOS....................................... .............................................................. 46
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 50
7 CONCLUSÃO ........................................ .............................................................. 56
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 57
ANEXO A - FICHA CLÍNICA PARA ANAMNESE.............. .................................... 62
ANEXO B - FOLHA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA .... ....................... 64
10
1 INTRODUÇÃO
A biossegurança em Odontologia é definida como um conjunto de
medidas empregadas que evitam ou diminuem riscos de contaminação e acidentes,
com a finalidade de proteger a equipe e os pacientes em um ambiente clínico,
reduzindo os riscos ocupacionais e o controle da contaminação cruzada (Machado
1994; Silva et al., 2008).
Algumas décadas atrás, não havia cuidados significativos com a
esterilização e desinfecção na profissão odontológica (Athone, Goodman, 1980).
Conhecendo melhor os microorganismos e suas fisiologias, graças à descoberta do
microscópio e ao avanço da ciência, vislumbrou-se os meios de propagação das
doenças infecciosas. A partir disto vieram os cuidados de esterilização e desinfecção
(Kaplan, 1987; Gottschalk et al., 2009).
A proximidade do cirurgião-dentista com os tecidos e fluidos orgânicos
dos pacientes, faz com que ele esteja mais exposto ao contato com uma grande
variedade de microrganismos. Esta situação expõe a equipe odontológica ao risco
biológicas, que consiste na possibilidade de contaminação causada por vírus,
bactérias, fungos ou parasitas (Silva et al., 2008).
Dentre as várias espécies de microrganismos encontrados na cavidade
bucal e em outras partes do corpo, sendo o ser humano o seu principal hospedeiro,
os Staphylococcus aureus têm sido considerados um dos mais versáteis e perigosos
patógenos humanos (Honma et al., 1994; Bendig et al., 2008). Além da capacidade
de sobreviver em superfícies de diferentes ambientes por um período de até 5 dias,
esses microrganismos têm demonstrado um preocupante aumento de resistência
11
aos antimicrobianos, tais como a meticilina e vancomicina (Oie et al., 2002; Singh et
al., 2002).
Bernardo et al. (2005) demonstraram a existência de cepas de
Staphylococcus aureus ampicilina resistente no ar de uma clínica odontológica.
Motta et al. (2007) isolaram cepas de Staphylococus aureus de alto padrão de
resistência em diversos locais de uma clínica odontológica, tais como botão de
acionamento de cadeira, seringa tríplice, cone de aparelho de raio X, dentre outros.
Segundo Starmbach & Biddle (1980), os ortodontistas estão em segundo
lugar em contaminação com o vírus da hepatite B dentre as especialidades
odontológicas. Gandini et al. (1997) relataram que este fato ocorre devido a
especialidade ter ignorado o perigo da infecção dentro de seus consultórios,
acreditando ser uma especialidade não invasiva, com baixo risco de infecção. Esse
número deve ser mudado, uma vez que medidas simples já são suficientes para se
reverter o quadro (Freitas et al., 2006; Benson, Dowsig, 2006).
A utilização de meios químicos como glutaraldeído, álcool, a limpeza
ultrasônica, agentes enzimáticos são técnicas de descontaminação, ou pré
esterilização bastante difundidas, observando que para ocorrer a destruição de
todas as formas vivas de microorganismos, de forma segura, é necessária a
utilização de métodos de esterilização como a utilização da autoclave (Oppermann
et al., 2003; van Eldik et al., 2004; Whitworth et al., 2009).
O presente trabalho avaliou diferentes métodos de descontaminação de
bandas ortodônticas e sua efetividade, quando comparado a esterilização em
autoclave
12
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Biossegurança aplicada a odontologia
Estudos de Athone & Goodman (1980) relataram que em caso de
contágio profissional com o vírus HBV, os cirurgiões-dentistas não usavam nenhum
tipo de proteção, mostrando que o uso de barreiras pessoais pode ser efetivo na
interrupção da transmissão deste vírus durante o ato cirúrgico.
Runnells (1986) afimou que durante o atendimento odontológico, deve-se
incluir procedimentos que visem reduzir microrganismos patogênicos, quebrar o ciclo
de infecção e eliminar a contaminação cruzada; tratar todo paciente ou instrumental
como potencialmente infectado, proteger de infecção e suas conseqüências
pacientes e familiares, auxiliares e profissionais.
Kaplan (1987) relatou que o risco de contaminação é maior quando há a
negligência de uma correta coleta de dados da anamnese, falta de uso de barreiras
de proteção, bem como inadequados processos de esterilização e desinfecção do
instrumental.
Silverman (1987) em seus estudos indicou que as luvas devam ser
trocadas a cada paciente e descartadas após o uso. O uso de barreiras pessoais
como luvas, máscara facial, avental, quando o profissional entra em contato com
fluídos e mucosas do paciente vem sendo recomendado a todo cirurgião dentista.
Em 1988, foi recomendado por instituições de saúde pública do estado de
São Paulo o uso de luvas descartáveis para todos os profissionais de saúde, todas
as vezes em que existe a possibilidade de contato com sangue, secreções corporais
13
como suor ou saliva excreções e qualquer superfície ou material contaminado, com
o intuito de prevenir a contaminação por vírus HIV (SUS, 1988).
Os artigos destinados à penetração através da pele e mucosas
adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, são chamados de
artigos críticos e requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se
propõem. Os destinados ao contato com a pele íntegra ou com mucosas íntegras
são chamados de artigos semi-críticos e requerem desinfecção de médio ou alto
nível ou esterilização, para ter garantida a qualidade de múltiplo uso. Os artigos
destinados ao contato com a pele íntegra do paciente são chamados de não críticos
e requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a
que se destinam ou do último uso realizado (Brasil, 1994).
Gonçalves et al. (1996) afirmaram que a biossegurança tornou-se uma
preocupação também para a vigilância sanitária, que instituiu a portaria que
estabelece para os profissionais da odontologia procedimentos de trabalho
necessários ao controle da doença transmissíveis em estabelecimentos de
assistência odontológica.
Naidoo et al. (1997) realizaram um questionário a dentistas na África do
Sul para verificar as precauções para evitar a contaminação cruzada. Os resultados
encontrados mostraram que a maior parte descartava luvas entre os pacientes
(87%). O método mais comum de esterilização relatado foi o uso da autoclave
indicada por 68%. Dos entrevistados 18% afirmaram ter tido algum ferimento com
perfuro cortantes nos últimos 6 meses, no entanto, menos de 6% destes relatam ter
procurado cuidados posteriores. Os autores constataram que um número
significativo de dentistas realiza procedimentos inaceitáveis de controle de infecção
14
cruzada. Recomendando que seja formulado diretrizes específicas para o tratamento
de pacientes na África do Sul.
McCarthy & MacDonald (1997) realizaram um trabalho com o objetivo de
investigar a infecção e o controle de práticas odontológicas em Ontário em 1994,
através de questionários. Das respostas obtidas, 91,8% relatou sempre utilizar luvas,
74,8% sempre utilizam máscaras e 83,9% sempre utilizam protetor ocular. Além
disso, 83,9% realizam a esterilização dos instrumentais e 92,3% foram imunizados
para a hepatite B. Os autores concluíram que a instrução adicional é necessária para
promover uma percepção mais real do risco de transmissão de doenças no
consultório odontológico e o uso de práticas de precauções universais se faz
necessária.
De acordo com Guandalini (1998) a desinfecção do ambiente de
consultório e dos equipamentos odontológicos é necessária. Ao realizar o
atendimento de um paciente é necessária a desinfecção do equipamento e do
ambiente com substâncias à base de fenóis sintéticos, álcool, hipoclorito de sódio ou
quaternários de amônia, para logo, em seguida, atender o próximo paciente.
Elkarim et al. (2004) realizaram uma pesquisa com o objetivo de verificar
os métodos de controle da infecção usados por dentistas no Sudão. Foram
aplicados 150 questionários a dentistas. Os resultados apontaram que 92% dos
profissionais descartam as luvas após o atendimento ao paciente, 50% utiliza
máscaras de proteção, de 50% a 61% usa protetor ocular, 52% relatou ter sido
imunizado contra a hepatite B. Para esterilização dos materiais 72% relatou usar o
calor seco como método e 22% usavam a autoclave. Os autores concluíram que há
a necessidade de uma melhora da situação existente principalmente no que diz
15
respeito à imunização contra à hepatite B, à eliminação segura do pérfulo-cortantes
e à esterilização dos instrumentais.
NeguŃ et al. (2007) realizaram estudos para avaliar os índices de
contaminações aos quais profissionais da odontologia eram expostos, bem como
avaliação do grau do risco de transmissão das infecções em Romania. Os dados
foram coletados pelos autores através de relatos e questionários, contendo 129
perguntas. Os autores obtiveram dados que relataram uma pequena possibilidade
de transmissão de infecção do dentista ao paciente. Já o contrário, transmissão do
paciente para o dentista, e paciente para paciente, mostrou-se preocupante.
Contudo pode observar que é necessário a realização de medidas de prevenção da
infecção em consultórios odontológicos e aprender mais sobre o processo
epidemiológico para evitar atitudes e comportamentos incorretos.
Nagao et al. (2008) realizaram uma pesquisa entre trabalhadores da área
odontológica para avaliar o nível de exposição ocupacional destes profissionais a
infecções no Japão. Um total de 141 trabalhadores foram submetidos a avaliações,
através de um questionário que continha perguntas referentes a técnicas e cuidados
diários na prática odontológica. Observaram que somente 9 descartam as luvas
entre o atendimento aos pacientes, 36 mudam para um novo par de luvas somente
depois que as luvas velhas foram rasgadas e 24 não descartam nenhuma. A taxa
positiva de anti-HBc variado diretamente com idade e experiência do trabalhador. Os
trabalhadores imunizados tiveram mais proteção à infecção de HBV do que os
trabalhadores não-imunizados, indicando que a vacina de HBV era uma medida útil
para a proteção. Os autores sugeriram que a vacinação de HBV deva ser feita
compulsória para todos os trabalhadores da área odontológica.
16
Silva et al. (2008) definiram biossegurança em Odontologia como um
conjunto de medidas empregadas com a finalidade de proteger a equipe e os
pacientes em um ambiente clínico. Tendo como objetivo a redução dos riscos
ocupacionais e o controle da contaminação cruzada. Relatando ser grande a
proximidade do cirurgião-dentista com os tecidos e fluidos orgânicos dos pacientes,
estando exposto ao risco biológico, que consiste na possibilidade de ter a saúde
prejudicada em conseqüência de uma contaminação causada por vírus, bactérias,
fungos ou parasitas.
Gottschalk et al. (2009) em seus trabalhos realizados na Alemanha,
objetivando avaliar formas de controle de doenças infecciosas atuais prejudiciais a
saúde humana. Relataram que o número crescente de emergências das doenças
infecciosas são desafios importantes para as autoridades de proteção sanitária. Na
Alemanha o controle eficaz e eficiente da infecção é complexo sendo realizado por
autoridades locais de proteção sanitária, departamentos regionais e a nível federal.
Sendo as agências governamentais nacionais e internacionais, as responsáveis por
um correto controle.
2.2 Biossegurança aplicada a ortodontia
Trabalhos realizados por Feldman & Schiff (1975) relataram que a maior
incidência da contaminação pelo vírus HVB, na classe odontológica, é encontrada
nos profissionais da especialidade de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, seguida pelos
especialistas em ortodontia.
Matlack (1979) realizou um trabalho em consultórios ortodônticos, em um
mesmo período do dia, para avaliar a presença de microrganismos e o nível de
17
contaminação cruzada existente. O instrumento avaliado foi alicates ortodônticos
que eram utilizados pelo menos uma vez ao dia pelo período de dez dias. Entre a
reutilização do material este era desinfetado utilizando fricção de álcool 70%.
Avaliando o nível de desinfecção, pode-se constatar grande presença de
microrganismos e contaminação cruzada existente entre os atendimentos. Os
autores observaram que, toda a equipe deve realizar cursos adequados de
orientação para a melhor forma de desinfecção de instrumental ortodôntico.
Starnbach & Biddle (1980) descreveram que materiais ortodônticos são
difícies de limpar e esterilizar, sendo que fios cortantes, bandas e pontas afiadas são
facilmente danificados.
Hohlt et al. (1990) realizaram um estudo com bandas ortodônticas onde
previamente as bandas eram contaminadas com sangue e saliva, e logo após
submetidos a limpeza ultra- sônica, lavadas e secadas. Em seguida acondicionados
em cassetes e esterilizados em autoclave ou estufa. Os autores em seus estudos
constataram que tanto a autoclave quanto a estufa conseguiu eliminar os
microrganismos existentes realizando assim uma correta esterilização dos materiais.
Relatam que na prática ortodôntica as bandas representam um custo elevado se a
cada banda provada for descartada, e que frequentemente as bandas tem contato
com sangue, mas uma correta desinfecção e esterilização destas representam uma
diminuição de custo e desperdício de material com a certeza de uma esterilização
satisfatória.
Segundo estudos realizados por Bellavia (1992), os ortodontistas têm
procurado meios de tornar a Ortodontia mais acessível a todas as classes sociais.
Desta forma, a reciclagem e esterilização de fios, bráquetes, bandas e outros
acessórios constituem uma alternativa.
18
Woo et al. (1992) avaliaram cirurgiões-dentistas e ortodontistas da
Califórnia, objetivando comparar os seus procedimentos de controle de
contaminação. Questionários foram enviados a 124 ortodontistas. Dezoito perguntas
foram realizadas, que abrangiam o perfil da prática e a percepção do risco de
doenças como a hepatite e HIV. Comparando os clínicos gerais com os ortodontistas
quanto a percepção do risco e uso de barreiras de proteção e procedimentos de
esterilização e desinfecção, os ortodontistas obtiveram níveis mais baixos em todas
as áreas. Segundo os autores os dados coletados sugerem que os ortodontistas
devam melhorar seus métodos de controle de contaminação, bem como acreditar
que os custos de procedimentos de controle de infecção compensam e que o uso da
luva, com a prática, não promove diminuição da destreza manual. Ainda sugeriram
que os ortodontistas devam seguir as diretrizes dos conselhos dentais americanos e
suas precauções universais.
McCarthy et al. (1997) realizaram uma entrevista com ortodontistas e
clínico gerais para avaliar os cuidados de biossegurança que realizavam. Quando
perguntados sobre o uso de luvas 85% dos ortodontistas e 92% dos clínicos diziam
utilizar, quanto ao uso de máscaras de proteção 38% dos ortodontistas e 75% dos
clínicos gerais utilizavam. Quando questionados sobre trocar a luva entre cada
paciente 84% dos ortodontistas e 96% dos clínicos disseram realizar. Quanto à
esterilização dos instrumentais 57% dos ortodontistas e 84% dos clínicos disseram
realizar. A vacinação do vírus da hepatite B mostrou ser cuidado de 94% dos
ortodontistas e 92% dos clínicos, diferença esta não significante. Concluindo que os
cuidados e precauções universais de biossegurança são fundamentais para evitar o
contágio de doenças, e que é crescente o número de microrganismos resistentes a
antibióticos.
19
Miguel (1997) realizou um trabalho com o objetivo de relatar as técnicas
hoje disponíveis para evitar a infecção cruzada no ambiente de trabalho. O autor
relatou em seu trabalho que diferentemente do que se acreditava a Ortodontia é
uma especialidade de risco, principalmente pela grande rotatividade de pacientes
atendidas diariamente. Descreveu também procedimentos de proteção como
avaliação da história médica dos pacientes, vacinação do dentista e de auxiliares
para que sejam imunizados das principais doenças. Realização de bochechos com
antissépticos aos pacientes, utilização de luvas descartáveis, utilização de
máscaras, e óculos de proteção, uniforme exclusivo para uso no consultório, pré-
limpeza do material a ser esterilizado, esterilização e desinfecção. Relatando que
cada vez mais os pacientes estão informados de seus direitos e seus riscos, e não
demorará muito até que a população conheça e exija todas estas mudanças.
Em estudos realizados por Miller (1998) sobre formas de facilitar a
esterilização das bandas, relatou que o uso de caixas delineadas está sendo
difundido. Sendo estas caixas fabricadas para conter as bandas durante a limpeza
ultra-sônica, esterilização, e uso geral no atendimento ao paciente. O sistema de
caixa oferece as vantagens de organização e proteção das bandas durante a
limpeza, evitando a manipulação, potencialmente perigosa, de materiais
contaminados na limpeza e processo de embalagem.
Navarro et al. (1998) realizou um trabalho com o objetivo de avaliar a
efetividade de métodos de controle de infecção em alicates ortodônticos. Utilizou 3
grupos de alicates que, após uso clínico, foram submetidos a diferentes condutas:
exposição ao ar por 2 horas; desinfecção com álcool 70% iodado; esterilização em
autoclave. Os autores concluíram que o álcool a 70% reduz a quantidade de
microrganismos presentes nos alicates, mais do que se estes não fossem
20
submetidos a nenhum processo de desinfecção, mas somente a esterilização
promove um método de controle de infecção ideal.
Lowe et al. (2002) realizaram um estudo com bandas onde previamente
estas eram contaminadas com sangue e em seguida um grupo delas era submetido
à limpeza ultra-sônica. Um total de 133 bandas foram utilizadas. Os banhos ultra-
sônicos foram utilizados para a limpeza de 62, (47%) bandas e o restante (53%) era
o grupo que não passava por limpeza antes da esterilização. Os autores concluíram
que a limpeza pré esterilização não pode ser conseguida confiantemente, e que os
banhos ultra-sônicos são significativamente mais eficazes do que a não pré limpeza
destes artigos.
Fulford et al. (2003) realizaram um trabalho sobre descontaminação de
bandas ortodônticas visando reduzir custos e ter um correto controle da
contaminação cruzada. O objetivo foi determinar se as bandas poderiam serem
descontaminadas com sucesso para serem reutilizadas sem o risco de
contaminação cruzada. Foram testadas em boca duzentas bandas ortodônticas em
molares, mas não cimentadas. Logo após a prova da banda na boca e seu descarte
cada banda era descontaminada usando um desinfetante de limpeza enzimático e
esterilizada, através da utilização da autoclave. O estudo demonstrou que usando
esta metodologia, há pouco risco de um perigo de contaminação cruzada que ocorre
com a reutilização de bandas ortodônticas.
Wichelhaus et al. (2006) realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar
os níveis de transmissão dos microrganismos, e eficácia das técnicas da
desinfecção aplicadas, para desinfecção de alicates ortodônticos, e controle de
infecção entre pacientes e ortodontistas, direta ou indiretamente, através de
instrumentos ou superfícies contaminadas. Concluindo que pode ser possível
21
desinfetar adequadamente vírus e infecções bacterianas usuais, através de meios
químicos, no entanto estes são menos eficazes do que os métodos térmicos ou
físicos - químicos. Mostrando também que o banho com o ultra-som e a desinfecção
térmica podem ser recomendados para a desinfecção de alicates ortodônticos,
sendo mais efetivo quando previamente realizado uma limpeza das superfícies de
antemão.
Freitas et al. (2006) realizaram um trabalho para prevenção da infecção
cruzada na prática ortodôntica, através da a redução do número de microrganismos
patogênicos, quebra do ciclo de infecção, sugerindo que haja a descontaminação
do ambiente de trabalho, bem como dos instrumentais, materiais laboratoriais e
descartes de resíduos. Protegendo profissionais e pacientes envolvidos no
processo. Concluindo que é fundamental a utilização de técnicas para desinfecção
em procedimentos em consultórios odontológicos, e que para evitar a infecção
cruzada depende-se de bom senso e treinamento da equipe.
Benson & Dowsing (2006) realizaram uma pesquisa com especialistas
sobre a reutilização de bandas ortodônticas e formas de descontaminação. Foram
aplicados para 204 especialistas em ortodontia dos Estados Unidos questionários
individualizados. Observou-se que a resposta de realização de limpeza como pré
esterilização, e esterilização de instrumentos ortodônticos foi de 92% e 100%
respectivamente, e 90% relatou usar bandas para molares como rotina. Dos que
reutilizavam as bandas 92% afirmaram realizar a pré-esterilização e limpeza destas.
Contudo a esterilização era o cuidado da maior parte dos especialistas. Os autores
concluíram que a maioria dos especialistas em ortodontia que responderam ao
questionário estão aderidos a precaução universal do controle da infecção cruzada e
aprova procedimentos de descontaminação.
22
Benson & Douglas (2007) realizaram um estudo clinico e laboratorial
tendo como proposição a descontaminação de bandas ortodônticas através da
limpeza com ultrasom. As bandas que passaram pela limpeza ultrasônica
apresentaram 50% de descontaminação de sangue e albumina detectáveis ou
ambas. A quantidade de milase era significantemente reduzida, comparando com o
grupo controle. O estudo pode observar que houve uma redução da quantidade de
albumina, mas não significantemente satisfatória e que a limpeza ultrasônica por 15
minutos reduz, mas nem sempre elimina proteínas de saliva em bandas. Por estes
fatores puderam observar que é necessário a investigação efetiva de testes de
limpeza de material orgânico para bandas ortodônticas para uma adequada
esterilização e reutilização.
Whitworth et al. (2007) realizaram um estudo que investigou a
contaminação artificial de bandas, estas foram contaminadas artificialmente com o
sangue de cavalo e sujeitadas a imersão em um enzimático, processo automatizado
com limpeza automática. A contaminação residual do sangue de cada banda foi
medida e comparada ao volume de sangue recuperado de um grupo controle, não
processado neste método. Concluíram que não é possível limpar completamente as
bandas utilizando esta técnica.
2.3 Staphylococcus Aureus
Crawford (1983) relatou que as partículas produzidas pelo uso de
equipamentos rotatórios permanecem viáveis no ambiente (quadro 1).
23
Microrganismo Fonte/Procedência Viabilidade
Staphylococcus aureus Saliva, pele, exsudato 5 dias
Streptococcus pyogenes Saliva, secreções 2 dias
Mycobacterium tuberculosis Escarro 2 Semanas
Vírus Herpes simplex Saliva, vesícula Minutos
Vírus Herpes zoster Saliva, vesícula Horas
Vírus Caxumba Saliva Horas
Vírus Influenza (gripe) Saliva, secreções 12 horas
Vírus Hepatite A Saliva, sangue, urina Semanas
Vírus Hepatite B Saliva, sangue Semanas
Vírus HIV - AIDS Sangue Minutos
Grupo mutans - cárie Saliva Horas
Quadro1 - Distribuição do microrganismo, fonte/procedência e viabilidade no ambiente.
Fonte: Crawford, 1983.
Mansur et al. (1990) realizaram um estudo das características clínicas e
etiológicas da mortalidade de pacientes portadores de endocardite infecciosa. Foram
constatados 300 episódios em 288 pacientes de idade entre 0,2 e 78 (média 30, 76)
anos, 185 (62%) episódios em sexo masculino. Diagnóstico baseado no quadro
clínico e no isolamento etiológico em pelo menos duas hemoculturas. Dentre os
microrganismos encontrados foi constatado o Staphylococcus aureus em 59 casos
ou seja (20%).
Edmond et al. (1996) realizaram um estudo na faculdade médica da
universidade de Virgínia na comunidade de Virgínia, e na universidade da escola de
medicina de Pittsburgh, Pensilvânia. Relatando um aumento dramático na incidência
do Staphylococcus aureus resistente a vancomicina. Os autores relataram ainda que
24
este patógeno é altamente virulento, e que quando utilizado uma terapia
antimicrobiana convencional, esta não será eficaz no controle deste microrganismo.
Manie et al. (1997) realizaram estudos de antibiograma em carcaças de
frangos e constatou que todos os isolados foram sensíveis a vancomicina,
demonstrando a eficiência desse antibiótico para tratamentos de infecções por
Staphylococcus.
Barreto et al. (1997) realizaram um estudo para avaliar os aspectos
epidemiológicos, clínicos, terapêuticos e evolutivos da endocardite infecciosa em
grupo de pacientes com idade entre 12 e 20 (média de 15,5) anos. A mortalidade da
endocardite foi de 42%. A cardiopatia reumática predominou como condição
predisponente (63% dos casos), seguida das cardiopatias congênitas (24%) e
próteses cardíacas (12%). O agente etiológico mais isolado foi o Staphylococcus
Aureus (em 42% das hemoculturas positivas). Concluíram então que a cardiopatia
reumática permanece semelhante à população adulta, como principal fator
predisponente da endocardite infecciosa nos adolescentes, tendo como principal
agente etiológico o Staphylococcus Aureus, semelhante à população pediátrica.
Souza et al. (1998) realizaram um estudo experimental visando comparar
a eficácia da descontaminação prévia de materiais médico-cirúrgicos pelo uso de
desinfetantes químicos. Foram utilizados como carreadores pinças cirúrgicas
contaminadas com Staphylococcus Aureus ATCC 29653, e foram empregados cinco
tratamentos: glutaraldeído 2%, hipoclorito de sódio 1%, peróxido de hidrogênio 6%,
álcool 70% e, água, sabão e ação mecânica. Foi observado que tanto os
desinfetantes nas condições testadas quanto a ação mecânica com água e sabão
cumpriram a sua finalidade na descontaminação prévia, facilitando a desinfecção
25
e/ou esterilização e conferindo maior segurança para o manuseio e limpeza através
da ação mecânica com água e sabão.
Asensi et al. (1999) realizaram um estudo de métodos alternativos de
desinfecção na ortodontia, em alicate ortodôntico e superfícies do mobiliário, contra
o vírus da Hepatite B e a bactéria Staphylococcus aureus. Foram utilizados 32
alicates, de marcas variadas, esterilizados em forno a 200ºC, por 2h, divididos em
quatro grupos de oito alicates. Cada grupo de alicates foi testado com o uso do
lenço descartável, contendo forma composta de álcool etílico, digluconato de
clorexidina, propileno glicol, mentol e álcool benzilico. Após a contaminação os
alicates sofreram processo de repouso lavagem e secagem. No 1º e 2º grupo foi
testada a ação do lenço por 10 segundos no 3º e 4º grupo foi testada a ação do
lenço após 30 segundos de fricção sobre o alicate. Concluiu-se que a utilização de
lenço para desinfecção é um bom método alternativo contra o vírus da Hepatite B e
a bactéria Staphylococcus aureus, sendo mais ativo para a bactéria que para o vírus.
Tavares (2000) realizou estudos sobre a resistência de Staphylococcus a
beta-lactâmicos penicilinases-resistentes (meticilina e oxacilina), relatando que
freqüentemente mostram-se também resistentes aos macrolídeos, aminoglicosídeos,
tetraciclinas e outros agentes antimicrobianos.
Fragomeni et al. (2003) realizaram um estudo para avaliar as principais
causas de mortalidade cirúrgica de pacientes com endocardite infecciosa operados
no Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo Rio Grande do Sul, no período de
maio a abril de 1986. Foram submetidos a tratamento cirúrgico da endocardite
infecciosa 34 pacientes, 79% eram homens, com a idade média de 40,6 (20 a 68)
anos. Entre os germes encontrados com maior freqüência, destaca-se o
Staphylococcus Aureus. Todos os casos foram confirmados como endocardite
26
infeciosa pelos achados transoperatórios. Relatando que entre os casos de óbitos
encontrados havia a presença de pacientes com problemas de infecções crônicas de
origem dentária em que após testes de hemocultura foi encontrado o
Staphylococcus Aureus presente.
Freitas et al. (2004) realizaram um estudo para avaliar o perfil de
sensibilidade antimicrobiana de Staphyloccocus spp. isolados em carcaças de
frangos comercializadas na cidade de Recife. Foram analisadas 61 carcaças de
frango entre outubro de 2001 e abril de 2002 e submetidas a testes de sensibilidade
antimicrobiana. Em ordem do mais eficaz ao menos estavam a Vancomicinia 30 mg,
Cloranfenicol 30 mg, Gentamicina 10 mg, Cefalexina 30 mg, Neomicina 30 mg,
Bacitracina 10 mg Oxcilina 1 mg, Ciprofloxacina 10 mg, Enrofloxacina 5 mg,
Norfloxacina 10 mg, Amoxicilina 10mg, Clindamicina 2 mg, Novobiocina 5 mg,
Lincomicina 2 mg, Penicilina G 10 mg, Polimixina b 300mg Eritromicina 15 mg.
Observaram que apesar da baixa ocorrência de resistência de Staphylococcus spp.
à vancomicina, aproximadamente 10% das cepas,demonstra um resultado
preocupante, pois ela é o medicamento humano mais utilizado para combater
infecções hospitalares, principalmente as causadas por Staphylococcus resistentes
ao grupo das penicilinas, incluindo oxacilina, meticilina e amoxicilina.
Zimermann et al. (2004) realizaram um trabalho no Complexo Hospitalar
Santa Casa de Porto Alegre com o objetivo de determinar o impacto da
multirresistência dos microrganismos na morbidade e mortalidade dos pacientes com
pneumonia associada à ventilação mecânica. Os autores observaram que o
Staphylococcus aureus foi responsável por 27,5% dos episódios de pneumonia
associada à ventilação mecânica. Óbito ocorreu em 46 pacientes com a pneumonia
por microrganismo multirresistente (61,3%), e em 4 daqueles com pneumonia por
27
microrganismo sensível (25%) (p = 0,008). Os autores concluíram que a
multirresistência bacteriana não determinou nenhum impacto na morbidade, mas
esteve associada à maior mortalidade.
Rapini et al. (2004) realizaram um trabalho com objetivo de avaliar o perfil
de resistência antimicrobiana de cepas de Staphylococcus sp. isoladas de queijos
tipo coalho comercializados em praias nordestinas frente a oito antibióticos. O
número de 45 cepas de Staphylococcus sp. foram isoladas e analisadas. A ordem
decrescente de sensibilidade foi: Cefalotina 30 mg (22,2%), Gentamicina 10mg
(11,1%), Vancomicina 30 mg (4,5%), Oxacilina 1mg e Sulfasotrin 25 mg (2,2%) e
Eritromicina 15mg, Tetraciclina 30mg e Penicilina G (0%). Observou-se elevado
percentual de resistência múltipla das cepas aos antibióticos. Resistência à
penicilina foi observada em 100% das cepas de Staphylococcus ssp. Quanto à
vancomicina, observou-se elevado percentual de resistência das cepas de S. aureus
(90,9%), Os autores observaram uma elevada resistência destes microorganismos
isolados, sugerindo a necessidade da adoção de medidas que controlem o uso
indiscriminado de antibióticos pela população.
Cavalcanti et al. (2006) realizaram um estudo comparativo da prevalência
de Staphylococus aureus em unidades de terapia intensiva, o estudo observou um
aumento da quantidade de pacientes infectados com o aumento da idade.
Independente da cepa houve maior número de portadores de S. aureus entre os
pacientes provenientes de hospital do que entre aqueles provenientes da
comunidade.
Santos et al. (2007) descreveram características de cepas do
Staphylococus aureus de importância hospitalar e relatam como uma bactéria do
grupo dos cocos gram-positivos que faz parte da microbiota humana, mas que pode
28
provocar doenças que vão desde uma infecção simples, como espinhas e
furúnculos, até as mais graves, como pneumonia, meningite, endocardite, síndrome
do choque tóxico e septicemia, entre outras. Essa bactéria foi uma das primeiras a
serem controladas com a descoberta dos antibióticos, mas, devido a sua enorme
capacidade de adaptação e resistência, tornou-se uma das espécies de maior
importância no quadro das infecções hospitalares e comunitárias. A distribuição de
Staphylococus aureus é muito ampla, visto que essa bactéria é significativamente
capaz de resistir à dessecação e ao frio, podendo permanecer viável por longos
períodos em partículas de poeira.
Bôas et al. (2007) realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar a
ocorrência de infecção em idosos de instituição de longa permanência, da Clínica
Médica de Medicina de Botucatu - Unesp SP, durante um período de 13 meses
consecutivos. A taxa de pacientes com infecção foi de 63,6%. As topografias
prevalentes foram respiratória (50%), trato urinário (32%), pele e partes moles (12%)
e gastrintestinal (7%), A taxa de mortalidade por infecção foi de 5%. Agentes
microbiológicos foram isolados em 30,5% dos episódios infecciosos o microrganismo
mais encontrado foi o Staphylococcus aureus
Motta et al. (2007) realizaram um estudo para avaliar a presença, número
e susceptibilidade a agentes antimicrobianos de Staphylococcus Aureus isolados em
um ambiente clínico odontológico da faculdade de odontologia de Piracicaba,
Campinas, Brasil. Os isolados do Staphylococcus aureos resultantes foram contados
e classificados. Foram utilizados antimicrobianos b-lactâmico, macrolídio,
clindamicina, e vancomicina. Os autores relataram que a resistência bacteriana mais
elevada foi ao grupo dos beta-lactâmicos. Todas as culturas isoladas foram
sensíveis a vancomicina, e 2% delas eram resistentes a meticilina. Relatando a
29
necessidade de estabelecer estratégias para impedir o crescente número de
bactérias resistentes a antimicrobianos.
Correia et al. (2008) realizaram uma pesquisa entre janeiro de 1995 a
março de 2006 no centro especializado da Clínica Universitária de Pediatria do
Hospital de Santa Maria em Lisboa, com o objetivo de investigar a relação entre
colonização e infecção dos diferentes microrganismos. Avaliando assim quais as
bactérias que estavam mais presentes nos casos de fibrose quística, constataram
que em cerca de 80% dos doentes encontravam-se colonizados o gênero bacteriano
Staphylococcus aureus.
Bendig et al. (2008) realizaram um estudo sobre a endocardite infecciosa,
no hospital Sunrise Children em Las Vegas NV, na divisão de crianças com
infecções. Avaliaram retrospectivamente 12 anos, os pacientes hospitalizados,
suspeito de ter endocardite infecciosa e com culturas positivas para o
Staphylococcus Aureus no período de 1993 a 2005. Como resultados constataram
que uma grande parte dos casos durante este período apresentava bacteremia
associada ao Staphylococcus Aureus, sendo constatado a presença de mortalidade
associada a este microrganismo. Concluíram que o Staphylococcus Aureus
sabidamente está presente entre as infecções que mais atingem o meio pediátrico.
Dohmen (2008) buscando conhecer os microorganismos presentes em
infecções originárias de procedimentos cirúrgicos recentemente realizados, bem
como formas preventivas ou atenuantes destas bactérias, que geravam altos índices
de morbidade, mortalidade, onde necessitavam de cuidados médicos adicionais
consideráveis. Constatou em seu estudo que a maioria destas infecções é causada
por bactérias derivadas da pele como Staphylococcus aureus. Observou também,
30
que a resistência antimicrobiana entre estes patógenos mostra-se um problema
crescente.
2.4 Desinfecção e esterilização em odontologia
Rossetini (1985) descreveu que a ação de biocidas ou agentes químicos
depende da concentração e do tempo de atividade em que será utilizado, sendo
mais eficiente quando previamente realizado a limpeza e a secagem do instrumental,
sendo os principais mecanismos dos agentes químicos a desnaturação das
proteínas celulares rompimento osmótico celular e a interferência com os processos
metabólicos.
Segundo o Ministério da Saúde (1989), quando materiais não podem ser
esterilizados por métodos físicos, está indicado o método químico como alternativa
para a esterilização. Dentre as soluções existentes, o glutaraldeído a 2% tem sido o
mais recomendado por ser uma substância capaz de promover a esterilização após
a correta lavagem e secagem do material e imersão do material por um período de
10 horas. O glutaraldeído possui função fungicida em 10 minutos, tuberculicida em
30 minutos e esporicidada em 10 horas.
Tortamano (1991) em seus estudos descreveu que os agentes químicos e
desinfetantes somente deverão ser usados quando da impossibilidade do uso de
agentes físicos.
Segundo Corrêa & Chinellato (1994) o glutaraldeído a 2% é uma boa
solução, capaz e substituir a autoclave, quando os matérias não podem serem
inseridos nesta. Quando comparados a outras soluções a frio, este composto
apresenta a vantagem de ser ativo na presença de matéria orgânica. Apresentando
31
uma baixa tensão superficial permitindo assim que penetre em sangue e ecxudato e
alcance a superfície do instrumento com maior facilidade do que os demais
desinfetantes
Conforme recomendação do Centro de Vigilância Sanitária (Ferreira,
1995) o ambiente de trabalho deve ser limpo através de fricção com água e sabão. A
freqüência para a realização desse procedimento varia de acordo com a superfície,
podendo ocorrer logo após sua utilização, ou duas vezes ao dia após o período de
trabalho.
Conforme Mazzola (2000), a primeira referência de desinfetante que se
tem notícia, foi feita por Homero em A Odisséia, onde citava o uso do enxofre na
forma de dióxido de enxofre (aproximadamente 800 a.C.). Substância ainda hoje
empregada na prevenção de frutas secas, sucos de frutas e vinho.
Nesi (2000) relatou que dentre os desinfetantes de baixo nível estão os
álcoois que apresentam pouca ação bactericida, atuando em alguns tipos de fungos
e vírus. O álcool etílico tem atividade rápida sobre bactérias na forma vegetativa,
promovendo desnaturação protéica e inibição de metabólitos essenciais (ação
bacteriostática), sendo indicados para artigos não-criticos. Sua atividade
antimicrobiana decresce acentuadamente em concentrações inferiores a 50%. Os
álcoois são tóxicos, irritantes para os olhos e inflamáveis. O álcool absoluto é menos
ativo para a desnaturação protéica dos microrganismos e seu uso deve ser evitado
para procedimentos odontológicos de desinfecção.
Russo et al. (2000) pesquisaram intensidade de contaminação pela
microbiota bucal, de pontas de seringas tríplices usadas no atendimento a pacientes
de dentística restauradora, utilizando cinqüenta pontas descartáveis. Foram
avaliadas: 10, imediatamente após a abertura da embalagem; 30, após o uso em
32
pacientes; e 10, após o uso e a desinfecção com álcool etílico 70% P/V, friccionado
por um minuto. Após análise laboratorial foi possível constatar que as pontas quando
retiradas da embalagem estavam estéreis. Em todas as pontas usadas em
pacientes, observou-se um número incontável de ufc, revelando intensa
contaminação. Nas pontas usadas e desinfetadas com álcool etílico 70% P/V,
verificou-se apreciável redução na contagem de colônias, mas incompatível com a
segurança biológica. Os autores sugeriram, como condição ideal, o uso de pontas
descartáveis nas seringas tríplices.
Guimarães et al. (2000) realizaram um estudo sobre comparativo da
atividade de antibióticos e desinfetantes em amostras hospitalares brasileiras, tendo
como objetivo avaliar a atividade bactericida de alguns desinfetantes em amostras
hospitalares resistentes e sensíveis à antibióticos. Os resultados mostraram que
todas as amostras testadas foram susceptíveis ao hipoclorito de sódio, ao
glutaraldeído e à associação de quaternário de amônio-formaldeído-álcool etílico. Os
resultados observados neste estudo mostraram que não houve correlação entre
susceptibiliadde à antibióticos e susceptibilidade à desinfetantes quando foram
analisadas amostras clínicas hospitalares.
Silva & Jorge (2002) realizaram um trabalho com objetivo de analisar a
ação de quatro desinfetantes utilizados em Odontologia: álcool etílico a 77°GL,
composto fenólico (Duplofen), iodóforo (PVP-I) e solução de álcool etílico a 77°GL
com 5% de clorexidina para desinfecção de superfície em ambiente odontológico.
Após análise laboratorial constatou -se que o desinfetante que demonstrou ser mais
efetivo na redução microbiana foi a solução alcoólica de clorexidina, principalmente
para bactérias gram-positivas. O iodo e o composto fenólico mostraram ser bastante
eficazes na redução microbiana. O álcool etílico a 77°GL foi o menos eficaz dos
33
quatro desinfetantes analisados, mas apesar de não ser indicado como desinfetante
de superfície, mostrou, no presente trabalho, redução microbiana estatisticamente
significativa após o processo de desinfecção.
Oppermann et al. (2003) relataram que a desinfecção é o processo de
destruição de microrganismos como bactérias, fungos, vírus e protozoários. Sendo
que a desinfecção pode ser divida em três grupos: desinfecção de alto nível, que
destrói todas as formas vegetativas de microrganismos (exemplos: glutaraldeído 2%,
peróxido de hidrogênio 3-6%, formaldeído 1-8%) desinfecção de médio nível, que
inativa a tuberculose, bactérias na forma vegetativa, a maioria dos vírus e fungos,
exceto esporos bacterianos (álcool 70%) e a desinfecção de baixo nível, a qual
elimina a maioria das bactérias, alguns vírus como o HIV, o da hepatite B e Hepatite
C, e alguns fungos. Sendo os produtos químicos mais utilizados o Glutaraldeído 2%
e álcool 70%. Álcool 70% em imersão deve-se colocar em recipiente plástico com
tampa. Por ser volátil, sua troca é indicada a cada 24 horas. Seu tempo de contato
mínimo é de 10 minutos.
van Eldik et al. (2004) realizaram um estudo para avaliar a eficácia de dois
procedimentos de limpeza para reduzir números bacterianos em limas endodônticas
e avaliar o efeito de restos biológicos na esterilização subseqüente das limas. Após
a instrumentação um grupo era limpo com um banho ultra-sônico e outro era
esterilizado em alto-clave. O trabalho concluiu que a esterilização a vapor eliminou
todas as bactérias das limas endodônticas independente da presença de restos
biológicos e que utilizando a limpeza ultra-sônica a maioria destas bactérias tinham
sido eliminadas.
Scully et al. (2007) realizaram um questionário a dentistas britânicos tendo
como objetivo determinar atitudes e a práticas de controle da contaminação cruzada.
34
Os autores obtiveram um índice de 95% de respondentes, sendo que 97% relataram
ter protocolos locais para casos de ferimentos com perfuro cortantes, 81% deram
orientações à equipe de funcionários, 74% diz fornecer atualizações a equipe, 95%
relata utilizar protetor ocular, sendo que 99% diz realizar a esterilização dos
materiais que são expostos aos pacientes. Os autores concluíram que havia uma
elevada consciência de controle de infecção entre os dentistas.
AlNegrish et al. (2008) em suas pesquisas avaliaram técnicas utilizadas
por dentistas em Jordão, para o controle da desinfecção em suas clínicas. Foram
enviados um questionário a 300 dentistas com perguntas a respeito de práticas de
controle de infecção, vacinação, proteção pessoal, esterilização dos instrumentos e
desinfecção. Observaram que as luvas eram usadas por 73.3% dos dentistas,
máscaras por 69.5%, protetor ocular por 43.8%. Uma grande maioria, 72.6% dos
dentistas tinham sido vacinados contra o vírus da hepatite B e 70% relatou usar a
autoclave para a esterilização. Concluíram que a maioria dos dentistas utilizavam
métodos de controles de infecção.
Bellissimo-Rodrigues et al. (2009) realizaram um trabalho para avaliar
práticas realizadas entre dentistas para um controle da infecção, na cidade de
Sertãozinho, Brasil. Foram convidados a participar do estudo uma população de 135
dentistas, os quais eram submetidos a uma entrevista pessoal a respeito de técnicas
e cuidados de biossegurança. Os autores observaram a existência de grandes
desvios de conduta de controle da infecção nas práticas observadas entre a
população do estudo. Relatando que a situação é mais precária em serviços
públicos. Para modificar essa situação, sugerem que sejam realizados debates por
associações profissionais, escolas dentais e autoridades de saúde.
35
Whitworth et al. (2009) realizaram um estudo para medir e comparar a
eficácia da limpeza ultra-sônica, na remoção da proteína das limas endodônticas
previamente contaminadas. As limas foram conseguidas com doze dentistas, os
quais trouxeram um total de cento e cinqüenta limas contaminadas. Estas foram
submetidas a diferentes formas de descontaminação, imersão em agente
enzimático, limpeza ultrasônica e um grupo controle. Observaram em seus
resultados que os métodos testados promoveram uma boa limpeza pré-esterilização,
no entanto não removeram totalmente as proteínas observadas, podendo ter
complicações para todos os instrumentos reusáveis.
36
3 PROPOSIÇÃO
Foi objetivo do presente estudo:
a) avaliar a eficácia de diferentes métodos de descontaminação em bandas
ortodônticas artificialmente contaminadas com diferentes isolados clínicos
de Staphylococcus aureus, quando comparado a esterilização em
autoclave.
37
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Quesitos éticos
O estudo foi de acordo com as normas descritas na Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde (CNS/MS), submetido ao Comitê
de Ética em Pesquisas da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic
(CEP/SLMandic). Após aprovação pelo CEP/SLMandic, (protocolo 08/38) os
voluntários foram submetidos à leitura do termo de consentimento livre e
esclarecido. O voluntário recebeu a garantia do sigilo sobre as informações ali
prestadas, a garantia do anonimato e do uso exclusivo destes dados para fins de
pesquisa. Somente após a sua anuência, através da assinatura do termo, o paciente
foi considerado participante da pesquisa. Este estudo foi conduzido de acordo com
os preceitos determinados pela resolução 196/96.
4.2.1 População de estudo
Foram convidados a participar do estudo, 20 voluntários com o seguinte
perfil (anexo A):
4.2.2 Critérios de inclusão e exclusão dos particip antes.
Critérios de inclusão
a) classificados como sadios durante a anamnese clínica;
b) aptidão em fornecer consentimento por escrito;
38
c) não podendo estar sob nenhuma cobertura antibiótica profilática, para
não mascarar a pesquisa;
d) nenhuma doença sistêmica, a qual faça o uso de medicamentos;
e) nenhum uso de antibióticos ou analgésicos por um período mínimo de 15
dias.
Critérios de exclusão
a) qualquer evidência de disfunção orgânica ou desvio clinicamente
significativo do normal;
b) história de qualquer doença psiquiátrica que possa comprometer a
capacidade de fornecer consentimento por escrito;
c) tiverem participado de qualquer estudo clínico similar nas 6 semanas
que antecederem ao estudo.
4.3 Tamanho da amostra e local de pesquisa
Foram analisadas 40 bandas ortodônticas (marca Morelli®) previamente
esterilizadas e provadas em 20 voluntários. As colheitas foram realizadas na clínica
de ortodontia do curso de Mestrado em Ortodontia da Faculdade de Odontologia e
Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. As análises foram
executadas no Laboratório de Microbiologia Oral desta instituição (figura 1).
39
Figura 1 - Laboratório Microbiologia São Leopoldo Mandic
4.4 Colheita da amostra
As amostras foram colhidas com bandas previamente esterilizadas em
autoclave. As bandas foram parcialmente encaixadas no primeiro molar inferior, e ali
mantidas por um minuto. Após removidas, com o auxílio de uma pinça estéril,
imediatamente foram emergidas em um tubo de ensaio com 5ml de BHI (brain-heart
infusion) da marca Acumedia com meio de cultura específico para o
desenvolvimento das bactérias Staphylococcus aureus (figuras 2 e 3).
Figura 2 - Bandas esterilizadas em autoclave Figura 3 - Bandas encaixadas
40
4.5 Obtenção das colônias
No laboratório, o material colhido foi incubado em estufa por um período
de 24 horas a 37ºC. Logo após foi realizada a técnica do estriamento em placas de
petri com meio de cultura específico (Agar Salt Manitol, marca Oxoid), e levado para
a estufa por mais 24 horas por 37ºC para o crescimento das colônias típicas,
verificando assim a presença e ou ausência do microrganismo Staphylococcus
aureus. As placas que apresentaram leitura positiva para a bactéria em questão,
seguiram para a etapa de antibiograma (figuras 4, 5 e 6).
Figura 4 - Incubação por 24h a 37°C. Figura 5- Positivação de Microorganismos.
Figura 6 - Colônias típicas em placas de Petri.
41
4.6 Avaliação da resistência aos antimicrobianos
A partir do tubo BHI que positivou, realizou-se a técnica de estriamento
em placas de agar Mueller-Hinton (marca Merck) para o desenvolvimento das
culturas. Em seguida foi incubado em estufa a 37°C por 48 horas. Após o período de
incubação, foram utilizados discos de papel para antibiograma dispostos 4 discos
com antibióticos diferentes para cada placa de petri, impregnados com os 13
antimicrobianos mais utilizados na odontologia: 1) ácido Clavulânico 10mcg +
Amoxicilina 20 mcg (AMC); 2) amoxicilina 10 mcg (AMO); 3) azitromicina 15 mcg
(AZI); 4) cefadroxil 30 mcg (CFD); 5) cefalexina 30 mcg (CFE); 6) cefalotina 30 mcg
(CFL) 7) cefazolina 30 mcg (CFZ) 8) claritromicina 15mcg (CLA); 9) clindamicina 30
mcg (VAN) 10) eritromicina 15 mcg (ERI); 11) oxacilina 1mcg (OXA); 12) penicilina
G 10 U.I (PEN); 13) vancomicina 30 mcg (VAN), verificando o tamanho do halo de
inibição formado ao redor dos discos de antibióticos (figuras 7, 8 e 9). Para a
interpretação dos halos de inibição, foram utilizados o padrão dos antibiogramas,
adaptado de Koneman et al. (2001) e NCCLS (2002) (quadro 1).
Figura 7 - Swab em placa de agar. Figura 8 - Antibióticos testados.
42
Figura 9 - Discos com antimicrobianos e Halo de inibição.
PADRÃO INTERPRETATIVO
ZONAS DE INIBIÇÃO EM mm
Antimicrobiano Resistente (R) Intermediário (I) Sensível (S)
Amoxicilina (20mcg) +
Ac. clavulânico (10mcg) - (AMC) ≤ 19≤ 19≤ 19≤ 19 −−−− ≥ 20≥ 20≥ 20≥ 20
Amoxicilina (10mcg) - (AMO) ≤ 28≤ 28≤ 28≤ 28 −−−− ≥ 29≥ 29≥ 29≥ 29
Penicilina G (10UI) - (PEN) ≤ 28≤ 28≤ 28≤ 28 −−−− ≥ 29≥ 29≥ 29≥ 29
Azitromicina (15mcg) - (AZI) ≤ 13≤ 13≤ 13≤ 13 14 − 1714 − 1714 − 1714 − 17 ≥ 18≥ 18≥ 18≥ 18
Claritromicina (15mcg) - (CLA) ≤ 13≤ 13≤ 13≤ 13 14 − 1714 − 1714 − 1714 − 17 ≥ 18≥ 18≥ 18≥ 18
Cefalosporinas - (CFE), (CFD), (CFL) e (CFZ) ≤ 14≤ 14≤ 14≤ 14 15 − 1715 − 1715 − 1715 − 17 ≥ 18≥ 18≥ 18≥ 18
Clindamicina (30mcg) - (CLI) ≤ 14≤ 14≤ 14≤ 14 15 − 2015 − 2015 − 2015 − 20 ≥ 21≥ 21≥ 21≥ 21
Eritromicina (15mcg) - (ERI) ≤ 13≤ 13≤ 13≤ 13 14 − 2214 − 2214 − 2214 − 22 ≥ 23≥ 23≥ 23≥ 23
Oxacilina (1mcg) - (OXA) ≤≤≤≤ 10 10 10 10 11 − 1211 − 1211 − 1211 − 12 ≥≥≥≥ 13 13 13 13
Vancomicina (30mcg) - (VAN) ≤ 9≤ 9≤ 9≤ 9 10 − 1110 − 1110 − 1110 − 11 ≥ 12≥ 12≥ 12≥ 12
Quadro 1- Padrão de halos de inibição utilizado para interpretação dos antibiogramas.
4.7 Contaminação artificial
Para avaliar os diferentes métodos de desinfecção foram utilizadas 51
bandas ortodônticas, as quais foram previamente esterilizadas em autoclave e
43
submetidas a contaminação artificial. Utilizados 15 ml de três suspensões
bacterianas diferentes e separadas entre si, todas do grupo Staphylococcus Aureus,
uma de origem laboratorial isolado ATCC 25923 e duas coletadas de voluntários
isolado 1 e isolado 2. As bandas foram divididas em três grupos de 17 e emergidas
em tubo de ensaio com cada isolado por 15 minutos. Para cada método de
desinfecção, isolado e substância foram testados 3 bandas. Houve um grupo
controle, de esterilização em autoclave, 6 bandas.Todas as etapas foram realizadas
dentro da câmara de fluxo laminar, para evitar a contaminação externa. As
suspensões foram previamente ajustadas para 108 UFC/mL em espectrofotômetro
(comprimento de onda = 800 nm). O excesso de inóculo foi removido através do
contato forçado padronizado com papel absorvente esterilizado (figuras 10 e 11).
Figura 10 - Esterilização em autoclave.
44
Figura 11 - Contaminação artificial das bandas.
As substâncias avaliadas como desinfetantes neste trabalho, foram as
mais citadas em trabalhos odontológicos com bandas. Na forma de imersão foram
testados o glutaraldeído 2% e álcool 70%, na quantia de 100 ml, o qual cada banda
era imersa isoladamente em uma substância em um tubete de Becker estéril, nos
tempos de 5, 10, 15 ou 30 minutos. Após este período a substância era descartada.
A limpeza ultrasônica foi testada sob a forma de imersão a qual uma banda
isoladamente era submersa em 100 ml de água destilada e levada ao aparelho de
ultrasom por 15 minutos. No método de fricção foram testados o álcool 70% e o
glutaraldeído 2%. A banda era presa em uma pinça estéril e com um cotonete estéril,
embebido na solução de desinfecção, realizava-se movimentos circulares no sentido
horário pelos tempos de 30 segundos e 1 minuto. Entre as bandas contaminadas
testou-se um grupo controle, contendo 6 bandas 2 contaminadas de cada isolado,
de esterilização em autoclave a pressão de 1 atm a temperatura de 121ºC, durante
15 minutos. Para verificação da contaminação, no tempo pré-determinado foram
colhidas amostras de cada banda, com a utilização de um cotonete estéril foi
45
friccionado, por 5 segundos em movimentos circulares no sentido horário, de forma
padronizada contra as bandas para colheita de possíveis microorganismos. As
amostras resultantes foram submetidas às mesmas condições de incubação
mencionadas anteriormente (figuras 12 e 13).
Figura 12 - Agentes desinfetantes testados. Figura 13 - Grupo controle esterilizado.
4.8 Forma de análise dos resultados
As contagens de UFC/ml foram avaliadas através do Teste Kruskall Wallis
(com nível de significância de 5%) e o padrão de resistência foi expresso em
porcentagem.
46
5 RESULTADOS
Das cepas de S. aureus obtidas, várias apresentaram elevada taxa de
resistência, conforme a tabela a seguir.
Tabela 1 - Perfil de resistência antimicrobiana, obtidos a partir do teste de antibiograma, de cada bactéria isolada nos indivíduos (R= resistente; S= sensível; I= intermediária).
ANTIMICROBIANO Isolado 1
Isolado 2
Isolado 3
Isolado 4
Isolado 5
Amoxicilina - 10mcg R R R R R
Amoxicilina (20mcg) + Ácido clavulânico (10mcg) S S S S S
Azitromicina - 15mcg R S R S S
Cefadroxil - 30mcg S S R S S
Cefalexina - 30mcg S S R S S
Cefalotina - 30mcg S S R S S
Cefazolina - 30mcg S S R S S
Claritromicina - 15mcg R S S S S
Clindamicina - 30mcg S S R S S
Eritromicina - 15mcg R S I S S
Oxacilina - 1mcg S S R S S
Penicilina G - 10 U.I. R R R R R
Vancomicina - 30mcg S S S S S
Os dados da tabela 1 mostram que apenas uma bactéria (Isolado 3) pode
ser classificada como “intermediária”, isto é, não é possível saber se concentrações
da eritromicina atingidas in vivo com as doses usuais seriam suficientes para inibir a
cepa. Das cinco bactérias estudadas, todas foram resistentes à amoxicilina e a
penicilina G. Entretanto, todas foram sensíveis à associação de amoxicilina com
47
ácido clavulânico. Apenas uma cepa (isolado 3) foi resistente às cefalosporinas e
clindamicina, sendo que esta cepa foi a que apresentou mais claramente o
fenômeno da multi-resistência, pois apresentou resistência a nove (70%)
antimicrobianos. Esta cepa foi, inclusive, a única que se mostrou resistente à
oxacilina, podendo ser classificada como oxacilina-resistente. A vancomicina foi o
único antimicrobiano ao qual todas as bactérias mostraram-se sensíveis. A cepa do
isolado 1 mostrou-se resistente aos macrolídeos (eritromicina, claritromicina e
azitromicina), podendo ser considerada também como multi-resistente, pois se
apresentou resistente a cinco (38%) dos 13 antimicrobianos estudados. As cepas
isolados 2, 4 e 5 mostraram resistência apenas contra a amoxicilina e a penicilina G,
podendo ser consideradas penicilino-resistentes.
A tabela 1 mostra o resultado do processo de desinfecção das bandas
através do método de fricção de álcool e glutaraldeído, em dois tempos distintos,
sobre a recuperação de bactérias viáveis de três bandas contaminadas com
bactérias oriundas de dois isolados e uma terceira ATCC 25923.
Tabela 2 - Efeito da fricção de álcool e glutaraldeído sobre a recuperação de S. aureus.
Presença de S. aureus (%)
Substância Tempo (em minutos) ATCC 25923 Isolado 2 Isolado 1
0.5 66,6 0 100 Álcool 70%
1 100 0 100
0.5 100 100 33,3 Glutaraldeído 2%
1 100 66,6 33,3
A tabela 2 mostra o resultado da imersão das bandas em álcool, limpeza
ultrasônica e glutaraldeído, em tempos distintos, sobre a recuperação de bactérias
48
viáveis de três bandas contaminadas com bactérias oriundas de dois isolados e a
ATCC 25923.
Tabela 3 - Efeito da imersão em álcool, limpeza ultrasônica e glutaraldeído sobre a recuperação de S. aureus.
Presença de S. aureus (%)
Substância Tempo
(em minutos) ATCC 25923 Isolado 2 Isolado 1
5 0 33,3 66,6
10 0 0 66,6
15 0 33,3 66,6 Álcool 70%
30 0 33,3 66,6
Limpeza Ultrasônica 15 100 33,3 33,3
5 0 33,3 66,6
10 100 33,3 66,6
15 66,6 33,3 66,6 Glutaraldeído 2%
30 0 0 66,6
Os resultados mostraram que nenhum dos procedimentos (fricção ou
imersão) ou substâncias (álcool, glutaraldeído e limpeza ultrasônica) foi capaz de
eliminar as bactérias, em nenhum dos tempos estudados.
Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes na
efetividade (Kruskal-Wallis, p= 0,8203) da fricção independentemente da substância
ou do tempo de fricção, entre as cepas de S. aureus estudadas. Embora o álcool
tenha sido significativamente mais efetivo na cepa proveniente do isolado 2, não
49
mostrou eficácia contra aquela proveniente do isolado 1, sendo o oposto observado
para o glutaraldeído.
Da mesma forma, o álcool produziu resultados inconstantes e
dependentes da cepa bacteriana quando utilizado sob a forma de imersão, sendo a
mesma observação válida para o glutaraldeído e para a limpeza ultrasônica.
O grupo controle, onde foi testado o método de esterilização em
autoclave, destruiu todas as bactérias testadas no estudo.
50
6 DISCUSSÃO
O trabalho realizado vem a comprovar os fatos citados por vários autores
(Feldman, Schiff, 1975; Kaplan, 1987; Woo et al., 1992; Machado, 1994; Gandini et
al., 1997, NeguŃ et al., 2007) onde se observou que no meio bucal existem
microrganismos extremamente patógenos. Segundo Nagao et al. (2008) ainda,
existem altos índices de contaminação por vírus de hepatite aos profissionais que
não tomam os devidos cuidados com biossegurança e vacinações.
Dentre as várias espécies existentes de microrganismos encontrados na
cavidade bucal o Staphylococcus aureus tem sido considerado um dos mais
versáteis e perigosos patôgenos humanos, pois além de sobreviver em superfícies
por até 5 dias, esses microrganismos têm demonstrado um aumento de resistência a
antimicrobianos, deixando taxas significativas de mortalidade em pacientes idosos e
jovens em especial imunologicamente deprimidos (Honma et al., 1994, Bradley,
1999). Assim como observado por vários autores (Oie et al., 2002, Singh et al., 2002,
Santos, 2007), no presente estudo foi observado que o S. aureus está presente no
meio bucal, onde em todos os casos avaliados mostraram-se positivos a presença
destes. Crawford (1983) e Freitas (2006) relataram que esta bactéria pode estar
presente em diversas partes do corpo, como fossas nasais, garganta, saliva,
intestinos e pele, sendo o ser humano o seu principal meio.
Vale lembrar que agentes químicos e mecânicos de desinfecção são
métodos comumente utilizados na clínica odontológica, fato que demonstra a
importância de avaliar a efetividade destes agentes objetivo realizado neste trabalho.
Vários autores (Naidoo et al., 1997, McCarthy, MacDonald, 1997, Guandalini, 1998,
Elkarim et al., 2004) relataram que processos de desinfecção como álcool,
51
hipoclorito de sódio, glutaraldeído e limpeza ultrasônica são utilizados para redução
ou eliminação de microrganismos patogênicos.
A prova das bandas, previamente esterilizadas e avaliadas por um grupo
controle, foram realizadas em boca e armazenadas corretamente para
posteriormente serem analisadas laboratorialmente para avaliação da presença de
microrganismos específicos, estando de acordo com trabalhos realizados por Fulford
et al. (2003).
Dentre os materiais reutilizados na clínica ortodôntica diária os mais
citados por ortodontistas são as bandas ortodônticas, que muitas vezes após prova
em boca e constatação do tamanho estar incorreto teriam que realizar o descarte,
processo o qual não é realizado por muitos profissionais, tendo assim que tomar
métodos de limpeza e descontaminação destes artigos (Benson, Dosing, 2006),
justificando assim este trabalho e a importância de técnicas adequadas de
desinfecção.
Com relação à etapa de antibiograma foi possível observar que das
bactérias estudadas todas foram resistentes a amoxicilina e a penicilina G revelando
que todas se apresentaram como penicilino-resistentes,mostrando um alto e
preocupante índice de resistência bacteriana, resultado também encontrado por
Freitas (2004), Rapini (2004) e Dohmen (2008). No entanto todas foram sensíveis a
amoxicilina com ácido clavulânico.
Apenas uma cepa se mostrou resistente as cefalosporinas e clindamicina,
sendo a única que se mostrou resistente a oxacilina esta cepa demonstrou mais
claramente o fenômeno de multiresistência, pois apresentou resistência a nove
antimicrobianos, demonstrando um índice preocupante de mutiresistência também
observado por Zimerman et al. (2004) em estudos relacionados a pacientes
52
internados em hospitais. Tavares (2000) em estudos realizados com estafilococos
betalactâmicos penicilinases - resistentes (meticilina e oxaxilina) relata que
frequentemente estes se mostram também resistentes aos macrolídeos,
aminoglicosídeos tetraciclinas e outros agentes antimicrobianos.
A eritromicina foi o único antibiótico em estudo classificado como de
resistência intermediária, contrapondo o estudo realizado por Rapini et al. (2004) ao
qual o S. aureus se apresenta resistente.
Ficou constatado que a vancomicina foi o único antimicrobiano isolado ao
qual todas as bactérias mostraram-se sensíveis. Confirmando o estudo realizado por
Manie et al. (1997) e Motta et al. (2007) onde os testes realizados constataram o
mesmo resultado encontrado para microrganismos deste tipo.
Considerando um grande número de microrganismos resistentes a
múltiplos antibióticos observou ser importante cuidados na administração de
antibióticos, evitando uma crescente aceleração de resistência de microrganismos a
estes. Edmond et al. (1996) e McCarth (1997) confirmaram os dados encontrados
relatando um aumento dramático na incidência do Staphlococus aureus resistente a
múltiplos antibióticos.
A presença de cepas de S. aureus de alto padrão de resistência a
antimicrobianos, em ambiente odontológico, pode ser constatada no estudo, sendo
também citada por Motta et al. (2007) que demonstraram preocupação com a
presença e microrganismos altamente patógenos. Autores como Correia (2008),
Bendig et al. (2008) relataram em seus trabalhos altos índices de S. aureus
presentes em infecções causadas a níveis hospitalares.
53
A tentativa de remoção de microrganismos presentes em bandas
ortodônticas foi o que se buscou em parte desta pesquisa, justificado por autores
como Miller (1998), Holt et al. (1990) que descreveram em seus trabalhos que a
utilização de meios que possam promover a descontaminação prévia, como a
limpeza ultrasônica, esta sendo muito utilizado e difundido, principalmente para
materiais que possam ter partes pontiagudas ou cortantes.
A desinfecção realizada utilizando o álcool 70% mostrou resultados
instáveis onde dependendo do tempo, método de aplicação e cepa de
microrganismo mostrou-se com variações. No entanto em nenhum dos testes
realizados conseguiu eliminar todos os microrganismos, não podendo desta forma
ser considerado um agente químico de desinfecção completa e de eleição. Isto
confirma os dados encontrados em trabalhos realizados por Matlack (1979) e Navaro
et al. (1998), que realizaram trabalhos com a utilização de álcool 70% e observaram
os mesmos resultados encontrados nesta pesquisa onde houve uma redução de
microrganismos mas não conseguindo eliminá-los por completo.
Autores como Russo et al. (2000) e Nesi (2000) observaram, em estudos
realizados com álcool, que este agente possui uma boa ação bactericida, atuando
também em alguns tipos de fungos e vírus. Estes trabalhos confirmaram dados
encontrados nesta pesquisa, onde observa-se diminuição de microrganismos, mas
não a completa inviabilidade destes.
Com relação à limpeza ultrasônica pode ser observado uma redução no
número de microrganismos presentes, no entanto em todos os testes realizados, em
todos os tempos, ainda havia a presença de microrganismos. Autores como Lowe, et
al. (2002), Fulford et al. (2003), Van Eldik et al. (2004), Wichelhaus et al. (2006),
Benson & Dowsing (2006) e Whitworth et al. ( 2009), em seus trabalhos confirmaram
54
os resultados encontrados nesta pesquisa onde observa-se que a utilização dos
banhos ultrasônicos promove uma descontaminação superficial, não podendo ser
considerada confiante, mas bem indicada como uma pré-limpeza. Benson &
Douglas (2007) observaram em trabalhos com a limpeza ultrasônica por 15 minutos
em bandas os mesmos resultados onde ocorreram reduções significativas de
contaminação, mas não a descontaminação total.
Vale lembrar que as substâncias, concentrações, tempos e métodos
utilizados nesta pesquisa são os mais comumente utilizados na clínica diária, os
quais em todos os agentes testados mostraram diferenças em seus resultados. Fato
este também observado em trabalhos utilizados realizados com agentes químicos
realizados por Rossetini (1985) e Tortamano (1991).
A utilização do Glutaraldeído 2% é muito difundida como agente químico,
pois este composto apresenta a vantagem de ser ativo na presença de matéria
orgânica, de desinfecção e esterilização Corrêa & Chinellato (1994), sendo, portanto
alvo de estudos deste trabalho visto que é um dos poucos agentes químicos capaz
de promover a esterilização.
Observou que o Glutaraldeído a 2% nos diversos tempos testados
resultou na redução de microrganismos presentes, no entanto em nenhum dos
grupos testados conseguiu eliminar por completo todos os microrganismos
presentes. Autores como Edmond et al. (1996) em seus estudos com desinfetantes
químicos obtiveram os mesmos resultados encontrados neste trabalho, indicando
este agente como um bom desinfetante, mas que não cumpri papel de
descontaminação total de microrganismos.
Os processos e etapas, testados neste trabalho, demonstraram que
métodos de descontaminação estão contra-indicados para um correto controle
55
microbiológico, visto que todos os testes realizados promoveram uma redução do
número de microorganismos, sem conseguir elimina-los totalmente, não sendo
considerado uma forma segura de controle microbiológico. A esterilização em
autoclave foi o único procedimento que promoveu a eliminação total dos
microrganismos. Estando esta indicada para uma correta eliminação biológica e
reaproveitamento das bandas.
Na execução deste trabalho observou-se a carência de pesquisas
existentes relacionados a biossegurança na ortodontia e métodos de reduzir ou
eliminar a contaminação cruzada. Conhecendo melhor os microrganismos e suas
fisiologias, observa-se a importância de controle da propagação de doenças
infecciosas, bem como a necessidade de um correto controle e importância por
profissionais da área da saúde. Confirmando os achados de Silva et al. (2008),
Bellissimo-Rodrigues (2009) e Gottschalk (2009).
A constante busca pelo conhecimento pode produzir tratamentos
ortodônticos de qualidade que levem a satisfação tanto ao pacientes quanto do
profissional, possibilitando um tratamento que não coloque em risco a sua própria
saúde e da equipe, cuidados são cada vez mais difundidos (AlNegrish et al., 2008).
56
7 CONCLUSÃO
Com base na amostra estudada e em função da análise dos resultados,
podemos concluir que:
a) dentre os métodos álcool 70%, glutaraldeído 2% e limpeza ultrasônica,
todos promoveram uma redução do número de microrganismos
presentes, no entanto nenhum foi capaz de eliminá-los completamente,
demonstrando assim que nenhum foi totalmente eficiente. Desta forma, a
esterilização em autoclave é o método mais efetivo para a
descontaminação de bandas ortodônticas.
57
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62
ANEXO A - FICHA CLÍNICA PARA ANAMNESE
Nome:
Idade: Gênero:
Endereço:
Data:
Sinais Vitais: PA_______, FC______, FR______ ASA___ __
Anamnese Geral
� Doença Cardíaca Circulatória � Consultou médico
� Doença Respiratória �� Contra Ind. Anestesia geral
� Doenças Infecto-contagiosas �� Doença Neurológica/Muscular
� Deficiente Físico/Mental �� Alergia
� Doença Psiquiátrica �� Medicamentos:
Tipo/Dosagem______________________
� Distúrbio Sangüíneo �� Outras: vícios/obeso
� Grávida
63
Anamnese Específica
1. Está fazendo algum tratamento médico no momento ? �� Sim � Não
2. Está tomando algum medicamento ? �� Sim � Não ��
Qual?_________________
3. Em caso negativo, quando foi a última vez que vo cê tomou?
__________________
4. Você ou alguém de sua família sofre ou já sofreu alguma destas doenças?
� Diabetes � Hepatite � Sífilis � Reumatismo � Cardíaco � Gastrite
Outra:_______
5. Já tomou Penicilina ou algum outro antibiótico ? � Sim � Não
Teve alguma reação? � Sim � Não
6. Você fuma? � Sim � Não
7. Em caso positivo, qual é a quantidade? _________ _cigarros/dia.
8. Você já foi voluntário de algum estudo? � Sim � Não
9. Em caso positivo, há quanto tempo? ___________ ___________
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ANEXO B - FOLHA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
São Leopoldo Mandic Faculdade de Odontologia
Centro de Pesquisas Odontológicas Certificado de Cumprimento de Princípios Éticos
2ª via
C E R T I F I C O que, após analisar o projeto de pesquisa
Título: AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO DE BANDAS
ORTODÔNTICAS.
Pesquisador principal: Gustavo Hoffmann Fracasso
Orientador: Rogério Heládio Lopes Motta
Data Avaliação: 25/2/2008 Nº Protocolo: 2008/0038
o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Odontologia e Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic considerou que o projeto está de acordo com as diretrizes para a proteção do sujeito de pesquisa, estabelecidas pela Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.
Campinas, SP, Brazil, quinta-feira, 2 de julho de 2009
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CERTIFICATION OF COMPLIANCE WITH ETHICAL PRINCIPLES
I hereby, certify that upon analysis of the Research Project,
Title: Evaluation of different methods of decontamination of Orthodontic bands.
Main Researcher(Author): Gustavo Hoffmann Fracasso
Advisor: Rogério Heládio Lopes Motta
the Committee of Ethics for Research of São Leopoldo Mandic School of Dentistry and Research Center, has considered the mentioned project to be in accordance to the guidelines of protection to the subject of the research, established by the Regulation number 196/96, from the National Health Council of the Brazilian Health Ministry.