Aula Feio e Grotesco
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27/07/2014
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Feio
Tudo que belo do bem?????
Tudo que feio do mal???
Como todo o esttico,
o feio
ocorre em um objeto concreto-sensvel e na experincia de um sujeito ao perceb-lo sensivelmente.
O objeto feio pode ser expressivo, perturbador e sua observao pode causar grande prazer.
O sculo XX desenvolveu um gosto pelo feio.
O feio compreendido como o oposto visual do belo.
O feio algo que se apresenta disforme, desordenado ou desproporcional.
O feio tem uma dimenso esttica que no se identifica com outras dimenses ou valores negativos (o falso, o mal, o intil), com os quais costuma ser associado por sua negatividade.
O feio no sinnimo de no-esttico.
Sensaes do feio O feio e as relaes do homem com o mundo:
1. Terico Cognoscitiva: Ao cientista no interessa a beleza ou fealdade do objeto ou fenmeno que pretende explicar (para o botnico no existe a rosa bela ou o matagal feio) O que busca em sua prtica a verdade, tentando descartar o erro e a falsidade. Portanto, uma teoria no verdadeira por ser bela, nem por outro lado, falsa por ser feia.
2. Moral: Bem e Mal. A esttica tradicional, particularmente a grega (S e P) associa o bem com o belo e mal com o feio. E historicamente, inclusive nos nossos dias, essa situao tambm ocorre em sentido moral na TV, cinema, contos de fadas.
3. Prtico-Utilitria: regida pelos valores do til e do intil, do eficiente e do ineficiente, no se pode atribuir aleatoriamente uma dimenso esttica positiva ou negativa. Um objeto til, eficiente no necessita ser belo por sua aparncia sensvel.
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O feio na Antiguidade
A sensibilidade esttica que aflora na Grcia clssica, vive sob o imprio do belo.
O feio para o grego antigo, dificilmente cabe nele. E quando forado a represent-lo o faz idealizando-o, ou seja, negando-o. Pois para ele, o feio no somente uma anttese do belo, mas tambm do bom em sentido moral; o lado escuro, mau, da vida.
Com relao arte, Plato refere-se negativamente ao feio como dissonncia e discrdia. No pode ter cabimento o que -como a arte- , por sua natureza, belo.
J Aristteles, o primeiro -e durante sculos solitariamente- a dar certido de cidadania ao feio.
Com sua concepo de que no s as coisas belas na realidade, mas tambm as feias, podem ser representadas na arte, desde que sejam de forma artisticamente criadora.
O feio na Idade Mdia
reaparece o dualismo do ideal e do real, entendido como dualismo do celestial e do terreno, do divino e do humano. O feio neste mundo terreno o limite do belo. E por esse caminho, ao acolher o feio a arte mostra o rosto enganoso do belo mundano e permite assim descobrir o divino como o verdadeiramente belo.
A entrada do Feio na
Arte: No sc. XVII o feio j havia entrado na arte, pelas mos de trs grandes pintores: Velzquez, Rembrandt e Ribera. E entra com seu prprio ser, sem se converter ao seu oposto: o belo. Entram assim em seus quadros bufes, monstrengos, mendigos...O boi esfolado ou caa pendurada de Rembrandt.
Rembrandt van Rijn O Boi Abatido, 1655,
leo sobre madeira, 94 x 69 cm. Museu do Louvre - Frana:
Velazquez (1599-1660) "Menino de Vallecas"
Monstruosa mulher barbada de Ribera O Grito 1893.
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O feio extenso. E o , na natureza: uma fruta podre, certos animais: sapos, vermes..., ao serem percebidos suscitam em ns, a experincia esttica do feio.
O mesmo ocorre com o corpo humano em seu conjunto ou em partes.
Junto com o feio natural encontramos na realidade a fealdade dos produtos criados pelo homem, quer sejam objetos tcnicos, industriais ou objetos usuais da vida cotidiana.
O feio ganha cada vez mais amplos espaos em nossos centros urbanos na medida em que estes crescem, com suas construes caticas e sua publicidade agressiva. Sem contar com seus cintures de misrias, cortios e no rosto e vestimenta de seus esfarrapados moradores.
Portanto, comparando-se o lugar do feio na realidade com aquele que ocupam outras categorias estticas, e especialmente o do belo, verifica-se que preenche uma ampla faixa tanto na natureza quanto nas concentraes urbanas.
O feio na realidade
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Grotesco
O termo, derivado do italiano grottesco (de grotta, "gruta" ou "cova"), surge na histria da arte aplicado a um estilo ornamental inspirado em decoraes murais da Roma antiga, descobertas em runas escavadas no Renascimento.
O ornamento grotesco, de modo geral, se caracteriza pela criao de universos fantsticos - repletos de seres humanos e no-humanos, fundidos e deformados -, pelo apelo fantasia e ao mundo dos sonhos e pela fabricao de outras formas de realidade.
O produtor do grotesco toma partes de um ser misturando-as com partes de outros seres, obtendo um resultado totalmente anti-natural.
Sensaes do grosteco
http://www.revistacomunicando.sopcom.pt/ficheiros/201312304.a_ternura_do_grotesco_no_encontro_de_paula_rego_com_ad_
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Alfaces, cenouras e
beterrabas so
organizados com
formato de um rosto
humano, como na
obra do artista
Arcimboldo (1527-93,
italiano), ento tem-se
um objeto grotesco
Sensaes do grosteco
De uma maneira simplista, destinada a retratar o uso da lngua de uma forma corrente, caricato e ridculo so os sinnimos que se podem encontrar quando se faz uma procura nos dicionrios do conceito grotesco (Silva, 1980: 163).
Ou seja: acontece uma inverso da ordem natural do mundo, com metamorfoses de seres que aparentam uma coisa, mas podem ser coisas vrias, assumindo formas disformes, remetendo para uma realidade-outra. Segundo Rogrio Caetano de Almeida no h mais um corpo definido, padro, no h uma regra. O que ocorre, na verdade, uma transgresso da realidade, h uma reinveno de um mundo fantstico, tambm caracterstico dentro do universo grotesco (Almeida: 2010: 62).
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Sensaes do grosteco
Para Kayser prprio do grotesco o estranhamento de formas familiares que produz uma vinculao secreta entre o fantstico e o nosso mundo (idem: 107), o que significa que o mundo do grotesco o nosso mundo e no o (idem: 40), j que o grotesco o mundo alheado (idem: 159). O que nos leva perspectiva de que o grotesco seja visto como a representao do id (idem: 160) ou a tentativa de dominar e conjurar o elemento demonaco do mundo (idem: 161).
Em relao ao corpo grotesco, Albertino Gonalves defende que este se organiza como uma espcie de puzzle fantstico. O corpo desmontvel. Cada membro ou rgo pode adquirir uma existncia autnoma e peregrinar vontade (idem: 29). Ou, para utilizar as palavras de Ana Nolasco, o corpo a metfora da sociedade por excelncia na sua topologia simblica (Nolasco, 2005: 8).
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Scorpione Bell", dos Irmos Campana
(junto da Venini), para a Galeria Moss
Rane Bell", dos Irmos Campana (junto
da Venini), para a Galeria Moss
Atividade...
Produza objetos feio e grotesco a partir dos objetos abixo: