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Teoria EtológicaTeoria EtológicaEtologia comparada – déc. 30 – Lorenz (1903-

1989), Tinbbergen (1907- )

Base funcionalista – pesquisa e teorização

Formas de interação e adaptação

específicas de cada espécie

Efeitos de comportamentos nas espécies: Se é vantajoso, como contribui para sobrevivência??? (epistemologia)Comparações de sucessos reprodutivos – finalidade do comportamento (intencionalidade x mecanicismo)

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Técnicas comparativas:

elementos só podem ser compreendidos simultaneamente (x atomismo)

espécies, nichos ecológicos

Manipulações experimentais: animais em cativeiro e livres

Modelo hidráulico (Lorenz) x causalidade fisiológica – não eliminam dominância do funcional

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Resolução de conflitosConflitos interindividuaisSociedades: primatas humanos e não humanosRelações sociaisCardumes de peixes: sociedades podem e existem na ausência de relações sociais individualizadasEntão pra que servem as relações???

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Relações são investimentos que beneficiam os indivíduos (Kummer, 1978)

Tipos de relações: generalizadas x amizades

Defesa cooperativa contra ameaças externasAumento de acesso a recursosFormação de aliança para aumentar poder individual

Relações são adaptativas a todos os primatas

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Comparação entre espécies

Conflitos agressivos podem levar a imediata ruptura de interações sociais em primatas não humanos e em crianças e adolescentesGrupos de crianças caracterizados por conflitos sem resolução não possuem condições para aprendizagem e desenvolvimentoManejo de conflitos:

Convenções; encenações; formas inofensivas; consolo e proteção; resolução

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Resolução:Acordos, divisão e reconciliação; aquiescência e desistência; concordar em discordar.

Auxiliar a criança na aquisição de habilidades para a resolução de conflitos facilita a realização acadêmica e o estabelecimento de identidade e ordem social na classe.

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Teoria Psicogenética de Piaget

Como chegamos a conhecer algo?Categorias básicas de pensamento:

Tempo, espaço, causalidade e quantidade

Explica porque as crianças têm dificuldade com determinados conteúdos em certas fases do desenvolvimento.

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“Conhecimento é um processo e não um estado” A inteligência é um sistema de operações vivas e atuantes, e não uma substância. Designa formas superiores de organização ou de equilíbrio entre as estruturas cognitivas. Suas fontes se fundem com com as da própria adaptação biológica.

“É exatamente na explicação da passagem de uma estrutura a outra que intervém a análise funcional”

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“Há interação entre o sujeito e o mundo externo. O conhecimento da criança muda na medida em que o seu sistema cognitivo se desenvolve. Como o conhecedor muda, o conhecimento muda também” (interacionista)

O desenvolvimento cognitivo é uma embriologia mental (da biologia)

AssimilaçãoAcomodaçãoAdaptaçãoOrganização Estrutura

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Estágios de desenvolvimento

Níveis cognitivos distintos propiciam diferentes maneiras de adaptação ao meioEspiral: oscilação - equilíbrio, preparação - culminância.

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Sensório-motor (até 2 anos) cognição do bebêModificação de reflexosReações circulares primárias (1- 4)Reações circulares secundárias (4- 8)Coordenações de esquemas secundários (8- 12)Reações circulares terciárias (12- 18)Invenção de novos meios através de combinações mentais (18- 24)

Pré-operacional (2- 7 anos)Noções de função, regulação e identidade

Operacional concretoNoções transformam-se em operações na medida em que se tornam mais complexos, diferenciados, quantitativos e estáveis

Operacional formalOperações sobre operação: o pensamento final é lógico, abstrato e flexível; reflexão.

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Nada ocorre por acaso. Todos os fenômenos psíquicos estão inter-relacionados, e o indivíduo é um todo cujas partes são indissociáveis – nenhuma se esclarece sem que se estabeleçam suas relações com o conjunto. Estudo da personalidade sob um ponto de vista funcional Determinismo funcional (totalitário)Menos quanto aos conflitos...

Psicanálise Freudiana e funcionalismo

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Psicanálise Freudiana

1. Enfoque Dinâmico 2. Enfoque Estrutural 3. Enfoque Topográfico 4. Enfoque no desenvolvimento de

estágios5. Contínuo normal-anormal6. Método psicanalítico

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1. DinâmicoEnergia física: é transformada e não destruída

Energia psicológica: é transformada em angústia, sintomas físicos e de pensamento

Energia – instintos biológicos – excitação corpórea estimula mente e cria necessidade – energia psíquica deriva da biológica – mente e corpo interagem.

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2. EstruturalEstruturas (arquitetura da mente) mediam pulsões e comportamentoId: princípio do prazer; a energia é investida na ação ou em imagens que trarão satisfação parcial. Processo 1ário de pensamento: alucinação do objeto satisfaz. Sonhos – desejos óbvios ou mascarados.Ego: inabilidade do id de produzir objetos desejados leva ao desenvolvimento do eu. Processo 2ário de pensamento: atividades intelectuais; consciência; predomínio.

• Mediação: ameaças do id aumentam angústia: mecanismos de defesa

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Formação reativa ProjeçãoRegressão Fixação

Superego: Resolução do Complexo de Édipo; Ideal do eu: padrões de conduta

Os sistemas se combinam para produzir um comportamento ou um pensamento. O ego é central nesta relação estrutural: todos o querem de aliado.Não são três homúnculos; não se referem a partes do cérebro.

SublimaçãoIdentificaçãoDeslocamento

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3. Topográfico

Inconsciente: material recalcado e desconhecido

Pré-consciente: capaz de se tornar consciente. Imagens mentais e ligações com a linguagem

Consciente: Poucos pensamentos podem ser conscientes ao mesmo tempo. Necessita de energia.

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4. Enfoque dos estágiosOs 1ºs anos são os mais importantesO desenvolvimento envolve estágios psicossexuais

• “A criança é o pai do homem”

Cada estágio é definido em termos da parte do corpo ao redor da qual as pulsões estão contidas: 4 estágios e um período de latência

• Estágio oral (1º ano)• Anal (1- 3 anos)• Fálico (3- 5 anos)• Período de latência (5 anos até a puberdade)• Estágio genital (adolescência)

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Cada estágio apresenta novas necessidades – estruturas mentais precisam lidarMovimento é determinado biologicamente –maturação física (diferença de Piaget)O estágio oral não se torna analNenhum estágio desaparece completamente

5. Contínuo normal-anormalEstudo das doenças para entender o normalNão há uma clivagemApenas lugares diferentes no contínuoIdéia quantitativa: aumento ansiedade – aumento doenças

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6. Metodologia psicanalíticaInfância permanece conosco sempreMétodo para retirar informações sobre a infância dos adultos• Associação livre, análise dos sonhos,

transferência• Associação livre: o pensamento em

andamento, divã, relaxamento, analista fora da visão.

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Quatro modelos implícitos:

Arco-reflexo: da neurologia; tendência de organismos responderem quando recebem estimulações (mundo interno ou externo)

Energia: + pulsão interna, + gasto de energia = homeostase (modelo hidráulico de Lorenz/leis de distribuição, transformação e descarga de energia)

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Darwiniano genético: ponto de vista biológico evolucionário. Dividimos instintos com os animais – estágios psicossexuais. Evolução= adaptação – influencia personalidade.

Hierarquia neural: sistema nervoso integrado: níveis mais altos controlam os mais baixos (id, ego, superego)

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Psicossociologia

Durkheim, Malinowski, Radcliffe-brown, Parson, Merton etc.Estrutura modelo funcionalista: funções e complementaridadeSociedade = organismoPartes desempenham funções complementares = necessária à conservação e reprodução da vida social

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Na sociedade o desempenho das funções é submetido a um sistema normativo que ofereça padrões de interaçãoTeoria dos papéisÊnfase na institucionalização da ação de forma a assegurar a harmonia socialSocialização (reprodução social)= aprendizagem de papéis, que envolve aquisição de expectativas acerca dos papéisSaber o que se espera de si e dos outrosAprendizagem de habilidades cognitivas e motoras – desempenho eficiente

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Desempenho e auto-imagemSocialização = aquisição de identidade social Cooley: natureza especular da identidade: auto-imagem como reflexo das reações de outros sujeitos a ele. Mead: gesto= ação recebida e interpretada por um outro organismo que, ao responder, estabelece um comércio de informações, uma conversação.

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O significado do gesto é o comportamento que ele evoca no organismo que o interpreta. Gestos corporais- aprendidos pela visãoGestos vocais- aprendidos pelo ouvidoPartilha social dos significados emergentes no processo da comunicação é a raiz da auto-consciênciaNo início: Consciência reflexiva – dependência de significados compartilhados Linguagem: experiência efetiva e simbólica de outros papéis sociais – imagem de outro generalizado (reações integradas)

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Estabilidade aos significados compartilhados que permite a emergência de uma autoconsciência do sujeito enquanto personalidade total

Surgem simultaneamente: o outro generalizado e a identidade social = eu tratado de modo reflexivo

Essa identidade não exibe contradição com o sistema social pois que a representação

individual da sociedade e a representação social do indivíduo seriam as duas faces da

mesma moeda.

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Signo lingüístico – socialmente condicionado

Mente e eu autoconsciente aparece em um processo social através da internalização da comunicação gestual pelo pensamento

Indivíduo ganha mente (origem dos

pensamentos) e self (no sentido de identidade)

Sociedade “ganha” indivíduo controlado

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Patologia social – resultado dos maus comportamentos – doença mental = resposta adaptativaProblema na trama das relações sociais conflitivas e ambíguas, ausência/incongruência normas sociaisPatologias reproduzidas pelo processo de socializaçãoSocialização- incapaz de reproduzir identidades sociais adequadas – papel do psicólogo