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PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA TÉCNICO DO MPU - APOIO
TÉCNICO-ADMINISTRATIVO - ESPECIALIDADE ADMINISTRAÇÃO
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
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1
Olá!
Esta é a aula 8 de Língua Portuguesa deste pacote. Nela, vamos
resolver questões sobre texto e significação de palavras, assuntos que o
Cespe adora.
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1. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se
caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação
de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas
sintáticas repetidas.
Comentário – A primeira parte da assertiva afirma que o texto é
expositivo-argumentativo. O que será que o Cespe quis dizer com isso? Texto
expositivo-argumentativo é simplesmente o que evidencia uma análise crítica e
pessoal sobre um assunto, apresentando dados, observações, argumentos que
a confirmem. No texto da prova, o autor discorre sobre a estruturação da
fenomenologia da memória. A partir da linha 18, Paul Ricouer apresenta-nos a
conclusão da tese que defende.
A segunda parte da assertiva afirma que podemos encontrar
“combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de
estruturas sintáticas repetidas”. Será verdade? Veja os exemplos abaixo:
– “Essa abordagem ‘objetal’ levanta um problema específico
no plano da memória” (l. 8-9);
– “cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da
experiência mnemônica” (l. 13-15);
– “Se nos apressarmos a dizer que o sujeito da memória é o
eu,... a noção de memória coletiva poderá...” (l. 18-21);
– “Se não quisermos nos deixar confinar numa aporia inútil,
será preciso manter... (l. 22-24).
Resposta – Item certo.
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Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)
2. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter
informativo, é exemplo do gênero biografia.
Comentário – Como o próprio título já anuncia, o texto é um informativo
sobre aspectos da vida de Erasmo de Rotterdam. A exposição de dados da vida
desse ilustre personagem caracteriza-se como uma biografia – gênero literário
em que, normalmente, se conta a vida de alguém depois de sua morte.
Resposta – Item certo.
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3. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de
avanços [...] bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto,
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.
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Comentário – De fato, o texto é dissertativo-argumentativo, mas a tese é
outra. Você notou isso? O que o texto sustenta é que “este é o período
histórico no qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas
pela humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade” (l. 3-5).
Observe que, a partir da linha 16, a autora reafirma a singularidade do período
histórico: “...o que distingue a atual revolução de outros tantos definitivos
marcos históricos... é a tremenda rapidez, a agilidade e a amplitude das
mudanças e transformações”.
Resposta – Item errado.
4. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza-
-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza
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recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por
exemplo, linguagem figurada e repetições.
Comentário – Note que a expressão “dissertativo-argumentativo” surge de
vez em quando nas provas. A tese que o autor defende gira em torno da
felicidade (primeiro período e segundo períodos). Note também que o autor
usa reiteradamente o vocábulo “felicidade”. As expressões “como uma deusa
da vitória”, “vida que é dor, avidez e privação” e “aquele que não sabe [...]
colocar-se de pé” são exemplos de linguagem figurada.
Resposta – Item certo.
5. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do
professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo.
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Comentário – O trecho citado é marcado pelo emprego das aspas e
corresponde à fala do professor Leal Filho. Na opinião dele, o sistema de
comunicação deveria ser público. O professor tenta defender seu ponto de
vista argumentando que o objetivo do sistema de comunicação é prestar um
serviço público. Leal Filho também sustenta sua tese dizendo que em alguns
países é assim que funciona. Portanto o discurso dele é predominantemente
dissertativo.
Resposta – Item errado.
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6. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a
estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como
forma de manter a coerência dos fatos narrados.
Comentário – O fragmento II é típico de um texto descritivo. No caso, a
descrição é da cidade de São Paulo. Nele não há uma sucessão de
acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação pura e simples do estado a
ser descrito em um determinado momento. Percebe-se que a matéria é o
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objeto (ou o ambiente) e que o enunciador emite suas impressões sobre o que
tenta descrever.
Resposta – Item errado.
7. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente,
a) informativo.
b) prescritivo e normativo.
c) dissertativo-argumentativo.
d) narrativo.
e) descritivo.
Comentário – No parágrafo introdutório, o enunciador expõe o assunto que
será tratado: o sufrágio universal. No parágrafo seguinte, ele acaba
argumentando contra o senso comum a respeito do conceito desse tipo de
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sufrágio: “Essa não é, entretanto, um verdade absoluta” (L. 15). O enunciador
defende a ideia de que “Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a
serem preenchidas pelo cidadão para se tornar eleitor” (L. 15-17). Para validar
sua tese, ele recorre ao doutrinador José Afonso da Silva (l.19). Portanto o
texto pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.
Resposta – C
1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento
da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).
8. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) No trecho “a do reconhecimento”
(L.4), há elipse do termo “aplicação” (L.3), anteriormente utilizado.
Comentário – Nesse processo de coesão textual conhecido como elipse, a
palavra subentendida na linha 4 é campanha, que foi mencionada pela
primeira vez na terceira linha (devidamente pluralizada no contexto). Repare:
1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a [campanha] da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a [campanha] do reconhecimento
da paternidade voluntária; a [campanha] do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a [campanha] de valorização da vida.
[...]
Resposta – Item errado.
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Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos
1 Ó grandes oportunistas,
sobre o papel debruçados,
que calculais mundo e vida
4 em contos, doblas, cruzados,
que traçais vastas rubricas
e sinais entrelaçados,
7 com altas penas esguias
embebidas em pecados!
Ó personagens solenes
10 que arrastais os apelidos
como pavões auriverdes
seus rutilantes vestidos,
13 — todo esse poder que tendes
confunde os vossos sentidos:
a glória, que amais, é desses
16 que por vós são perseguidos.
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.
9. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O emprego do pronome possessivo em
“seus rutilantes vestidos” (v.12) evidencia que essa expressão
corresponde à vestimenta usada por autoridades em eventos solenes.
Comentário – Nesse processo de coesão, o possessivo “seus” guarda relação
com “pavões auriverdes”. A ideia é de uma comparação entre os “personagens
solenes”, que arrastam “os apelidos”, e os “pavões auriverdes”, que arrastam
“seus rutilantes vestidos”. Observe que o verbo, no original, veio
subentendido: Ó personagens solenes / que arrastais os apelidos / como
pavões auriverdes / [arrastam] seus rutilantes vestidos. Caso a referência
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fosse feita a personagens solenes, conforme sugere o examinador, o pronome
possessivo deveria ser de segunda pessoa do plural, para harmonizar-se à
linha discursiva do poema: “calculais”, “traçais”, “arrastais”.
Resposta – Item errado.
1 A discussão acerca da influência do pensamento
econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão
metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência
4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não
há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas.
Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das
7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o
conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais
verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os
10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado
de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto.
O economista Pérsio Arida tratou desse problema em
13 um texto que se tornou clássico muito antes de ser publicado.
Afirma ali que o aprendizado da teoria econômica tem sido
efetuado de acordo com dois modelos distintos: o que ele
16 chama de hard science, que ignora a história do pensamento e
segundo o qual o estudante deve familiarizar-se de imediato
com o estágio atual da teoria, e o que ele chama de soft science,
19 que considera que o estudante deve conhecer bem, e, se
possível, dominar, os clássicos do passado, mesmo que em
prejuízo de sua familiaridade com os desenvolvimentos mais
22 recentes. Acrescenta a esse enquadramento que, por trás do
modelo hard science, está a ideia de uma “fronteira do
conhecimento”: o estudante não precisaria perder tempo com
25 antigos pensadores, porque todas as suas eventuais
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contribuições já estariam incorporadas ao estado atual da
teoria. De outro lado, subjacente à visão do modelo soft
28 science, estaria a ideia de que o conhecimento está disperso
historicamente, ensejando a necessidade de os estudantes se
dedicarem a esses pensadores.
Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).
10. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) O texto
constitui uma argumentação em defesa de determinada linha de pesquisa
dentro das ciências econômicas.
Comentário – A autora não defende nenhuma linha de pesquisa em
particular. Ela traz à tona a discussão sobre a forma de evolução dos
paradigmas na ciência econômica e afirma que existem “dúvidas a respeito de
se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor”. Ela cita o
economista “Pérsio Arida”. Segundo ele, “o aprendizado da teoria econômica
tem sido efetuado de acordo com dois modelos distintos”: um despreza o
passado e valoriza o estágio atual da teoria; outro considera os clássicos do
passado em detrimento dos conhecimentos mais recentes.
Resposta – Item errado.
11. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) O pronome “o” (L.24)
retoma, por coesão, a expressão “o poder do rei” (L.23).
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Comentário – Não é exatamente o que o examinador disse. Para constatar,
substitua o tal pronome pela expressão indicada (e reorganize a frase): ...que
obrigaram o poder do rei a pedir autorização a um conselho... Percebeu a
falta de coerência? O poder do rei não pede nada, o rei é quem pede alguma
coisa. Portanto o pronome “o” retoma, por coesão, o substantivo “rei”.
Resposta – Item errado.
1 A discriminação, como um componente indissociável
do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva. Afinal,
4 discriminar nada mais é do que tentar reduzir as perspectivas
de uns em benefício de outros. [...]
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Semináriointernacional:
as minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).
12. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Sem prejuízo para a coerência e a
correção gramatical, os dois primeiros períodos do texto poderiam ser
condensados no seguinte período: A discriminação, elemento
indissociável do relacionamento entre seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva, porquanto
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corresponde a uma tentativa de se reduzirem as perspectivas de
uns em benefício de outros.
Comentário – Não se percebe nenhum problema de ordem gramatical
(pontuação, concordância, regência etc.) no novo período formado. Quanto à
coerência, muitos alunos discutiram a substituição da palavra denotativa
“Afinal” pela conjunção “porquanto”. No trecho original, O segundo período
expressa uma situação que motiva o revestimento da discriminação com uma
roupagem competitiva. Na reescritura, a conjunção “porquanto” contribui com
a união dos períodos iniciais e ressalta a exposição do mesmo motivo. A
passagem continua coerente mesmo com a modificação proposta.
Resposta – Item certo.
1 Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar
a eficiência, a produtividade e a competitividade nos processos
gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja,
4 é o fermento do crescimento econômico e social de um país.
Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e
coragem para sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o
7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em
situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude
de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica
10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação
é um percurso de difícil travessia para a maioria das
instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de
13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa.
A inovação estimula a comercialização de produtos ou serviços
e também permite avanços importantes para toda a sociedade.
16 Porém, a inovação é verdadeira somente quando está
fundamentada no conhecimento. A capacidade de inovação
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16
depende da pesquisa, da geração de conhecimento.
19 É necessário investir em pesquisa para devolver resultados
satisfatórios à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo
de investimento não são necessariamente recursos financeiros
22 ou valores econômicos, podem ser também a qualidade de vida
com justiça social.
13. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 8, o segmento “as
quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo
pronome que; no entanto, nesse contexto, tal substituição provocaria
ambiguidade.
Comentário – A substituição NÃO gera ambiguidade. Veja: “Inovador é o
indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situações com que
ele se defronta”.
Resposta – Item errado.
14. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O período sintático iniciado por
“Inovar significa” (l.12) estabelece, com o período anterior, relação
semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte,
escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa [...].
Comentário – A expressão Por conseguinte integra segmento de valor
semântico conclusivo. Mas a relação estabelecida é de explicação, justificativa.
Resposta – Item errado.
15. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da
argumentação do texto que o pronome demonstrativo, no trecho “desse
tipo de investimento” (l.20-21), refere-se à ideia de “fermento do
crescimento econômico e social de um país” (l.4).
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Comentário – O pronome “esse”, que se contraiu com a preposição “de”, se
refere à ideia de investimento em pesquisa (linha 19). A expressão “fermento
do crescimento” se refere a “Inovar” (linha 1).
Resposta – Item errado.
1 A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis
pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela origem de
uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei ou
4 consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A chaga
encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas
também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais
7 selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do
processo de produção. Foi assim na Revolução Industrial de
ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
10 hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil.
Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil foi
minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, ele continua
13 sendo grave problema nos países mais pobres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
16. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A palavra “chaga” (L.4),
empregada com o sentido de ferida social, refere-se, na estrutura
sintática do parágrafo, a “pobreza” (L.1).
Comentário – A referência é ao “trabalho infantil”, ideia ressaltada inclusive
por meio dos trechos “obriga crianças e adolescentes a participarem do
processo de produção” (linhas 7 e 8) e “o trabalho infantil foi minimizado”
(linhas 11 e 12) e por meio do pronome “ele” (linha 12). O autor termina o
texto enfatizando o problema que é o trabalho infantil.
Resposta – Item errado.
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18
17. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A expressão “das quais” (L.3)
pode ser suprimida do período sem prejuízo da correção gramatical ou da
coerência do texto.
Comentário – O pronome indefinido “algumas” já se refere ao vocábulo
“mazelas”, o que faz com que a correção e a coerência sejam mantidas.
Resposta – Item certo.
1 A recuperação econômica dos países desenvolvidos
começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos
indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram
4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta
7 que a economia americana perderá força no segundo semestre.
O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança
de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no
10 curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As
razões para esse estancamento encontram-se no comportamento
do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes,
13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar —
ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão.
Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).
18. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) No trecho “cujo
desenvolvimento econômico [...] expansão” (L.13-14), identifica-se
relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada
com travessão e a oração que a antecede.
Comentário – O conectivo “ainda que” ressalta o valor semântico concessivo
estabelecido na passagem.
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19
Resposta – Item errado.
19. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) As expressões “começou
perigosamente a perder fôlego” (L.2) e “começou a desacelerar” (L.13),
empregadas em sentido figurado, são equivalentes quanto ao sentido e
sugerem que, no atual contexto mundial, caracterizado pela economia
globalizada, não há esperança de crescimento da oferta de emprego no
curto prazo.
Comentário – O que sugere isso é “O corte de 125 mil empregos em junho”;
as expressões assinaladas indicam queda na recuperação e no
desenvolvimento econômico.
Resposta – Item errado.
20. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do
texto que os países emergentes são considerados o polo dinâmico da
economia mundial e deles dependem a velocidade e a força da
recuperação da economia de países desenvolvidos.
Comentário – As linhas 10 a 12 sustentam a inferência.
Resposta – Item certo
1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da
cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais
4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os
de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho
branco e trabalham para as organizações mais poderosas.
7 Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis
antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais
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20
crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as
10 perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de
uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse
crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela
13 indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por
seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as
destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados
16 Unidos da América durante uma década inteira; e outros
produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada
ano, mais mortes do que essas.
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed.,
São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
21. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Conclui-se da leitura do texto
que os efeitos das ações de criminosos de rua não são, de fato, tão
danosos à sociedade quanto os das ações praticadas por criminosos de
colarinho branco.
Comentário – A conclusão fundamenta-se nas linhas 4-6.
Resposta – Item certo.
22. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pela leitura do texto,
conclui-se que, nos Estados Unidos da América, os efeitos anuais do
tabagismo são mais danosos que os de uma década de violência urbana
somados aos do uso de produtos fabricados com amianto.
Comentário – Cuidado, pois o somatório a que o examinador se referiu não é
mencionado no texto. A comparação feita é entre as mortes causadas por
“outros produtos perigosos, como o cigarro,” e, separadamente, aquelas
causadas:
a) pela “indústria do asbesto (amianto)” e
b) pelos “assassinatos ocorridos nos Estados”.
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21
Resposta – Item errado.
1 As projeções sobre a economia para os próximos dez anos
são alentadoras. Se o Brasil mantiver razoável ritmo de
crescimento nesse período, chegará ao final da próxima década
4 sem extrema pobreza. Algumas projeções chegam a apontar o
país como a primeira das atuais nações emergentes em
condições de romper a barreira do subdesenvolvimento e
7 ingressar no restrito mundo rico.
Tais previsões baseiam-se na hipótese de que o país vai
superar eventuais obstáculos que impediriam a economia de
10 crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em média. Para
realizar essas projeções, o Brasil precisa aumentar a sua
capacidade de poupança doméstica e investir mais para ampliar
13 a oferta e se tornar competitivo.
No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos
inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam
16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa
forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,
19 geradoras de renda, de maneira sustentável.
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).
23. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pelas estruturas sintáticas,
escolhas lexicais e modo de organização das ideias, conclui-se que
predomina, no texto, o tipo textual narrativo.
Comentário – O texto é dissertativo. Note, por exemplo, que a partir do
último período do segundo parágrafo vai aflorando a opinião do enunciador
sobre o assunto tratado, a qual se torna mais contundente no último parágrafo
do texto.
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22
Resposta – Item errado.
24. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Subentende-se das
informações do texto que a aplicação prioritária de recursos em educação
acarretaria simultânea queda da carga tributária.
Comentário – Os gastos com educação expandiriam a produção e
aumentariam a produtividade.
Resposta – Item errado.
25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se da leitura do texto
que o autor considera que o Brasil precisa reformular a estrutura de
impostos, que é inadequada, e rever a carga tributária, que é alta.
Comentário – Essa ideia está em concordância com a linha argumentativa do
texto. Contribuem com esse entendimento as expressões “No lugar de” e “o
país deve”, ambas presentes no último parágrafo.
Resposta – Item certo.
26. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Depreende-se da leitura do
texto que o Brasil, em uma década, será membro do grupo dos países
ricos.
Comentário – Repare que o examinador fez uma afirmação categórica a
respeito do Brasil; mas o texto indica apenas possibilidade de o país ingressar
no tal grupo. Mesmo com projeções animadoras (cf. primeiro período), há
elementos suficientes no texto para entendermos que o fato é hipotético: “se”
(conjunção condicional – linha 2); “Algumas projeções” (linha 4); “previsões” e
“hipóteses” (linha 8). O último período do segundo parágrafo também é
significativo. O editorial informa-nos que o Brasil precisa, antes, adotar
algumas medidas (que não sabemos se serão concretizadas).
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Resposta – Item errado.
Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado da Al-Qaeda a
um avião americano no Natal, o presidente dos Estados Unidos da América
(EUA), Barack Obama, lançou a linha mestra para a reforma do sistema de
inteligência americano, que incluirá a revisão dos processos de concessão de
visto para os EUA e maior cooperação com outros países para reforçar a
revista de passageiros no exterior. Os temores de novos ataques terroristas
contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE). A
proposta de adotar nos aeroportos novos aparelhos de scanner capazes de
penetrar no tecido das roupas e visualizar o corpo dos passageiros foi
rechaçada pela Bélgica. O Globo, 6/1/2010, p. 29 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas
implicações do tema por ele tratado, julgue as questões seguintes.
27. (Cespe/BRB/Advogado/2010) Ao obter êxito, o atentado ocorrido no Natal
de 2009 levou os EUA a se recordarem dos episódios de 11/9/2001 e a
admitirem a enorme vulnerabilidade de seu sistema de defesa.
Comentário – Existe um erro bem no inicio da assertiva: “Ao obter êxito, o
atentado...”. Não houve êxito nenhum, conforme se lê na primeira linha do
texto: “Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado...”.
Resposta – Item errado
28. (Cespe/BRB/Advogado/2010) O êxito da UE deve-se ao consenso obtido
pelos integrantes do bloco em agir de modo uniforme e unânime em áreas
vitais como política externa, legislação sobre imigrações e fixação de
tributos diversos.
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Comentário – Também não há consenso algum. O trecho seguinte refuta a
declaração da banca examinadora: “Os temores de novos ataques terroristas
contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE)”.
Resposta – Item errado
1 Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) estima que, nos próximos
quatro anos, os investimentos na indústria brasileira chegarão
4 a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311
bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu
2009, pois ainda não dispõe de dados consolidados do ano
7 passado).
O estudo aponta forte concentração dos investimentos
na exploração de petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas,
10 especialmente, na cadeia econômica ligada ao óleo, como a
indústria naval e a de fabricação de plataformas. Trata-se de
um investimento que estimula outros setores da economia.
13 Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em
setores voltados para atender à demanda interna, entre os quais
o automobilístico.
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
29. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Trata-se de texto subjetivo e
pessoal, em que o autor explicita sua opinião individual.
Comentário – Em outras palavras, a banca examinadora afirmou que a
tipologia textual é dissertação argumentativa, o que não corresponde aos
fatos. O texto é um informativo sobre investimentos na indústria brasileira nos
próximos quatro anos, a partir de estudos feitos pelo BNDES.
Resposta – Item errado
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30. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do
texto que o investimento na exploração de combustíveis fósseis e na
cadeia econômica associada a essa atividade influencia o desenvolvimento
de outras áreas da economia.
Comentário – É possível interpretar o texto neste sentido, com base no
segundo parágrafo. Leia-se, por exemplo, o seguinte trecho: “Trata-se de um
investimento que estimula outros setores da economia”.
Resposta – Item certo
31. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) O termo “como” (l.10)
estabelece, no período em que foi empregado, uma relação de
comparação entre a “cadeia econômica ligada ao óleo” (l.10) e “a
indústria naval e a de fabricação de plataformas” (l.10-11).
Comentário – O segmento “como a indústria naval e a de fabricação de
plataformas” serve como uma exemplificação do que foi dito anteriormente.
Portanto está errado dizer que a relação é de “comparação”.
Resposta – Item errado.
1 A discussão acerca da influência do pensamento
econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão
metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência
4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não
há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas.
Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das
7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o
conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais
verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os
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26
10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado
de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto.
[...]
Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).
32. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Infere-se
do texto que o conhecimento recente da área econômica pode não ser,
necessariamente, o que incorporou as melhores facetas do conhecimento
historicamente desenvolvido.
Comentário – Sim. Com base na leitura das linhas 7 a 10, é possível
questionar tal vantagem. Releia o trecho:
há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é
necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que
incorporou produtivamente os desenvolvimentos teóricos até então
existentes, tendo deixado de lado aqueles que não se mostraram
adequados a seu objeto.
Resposta – Item certo.
1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com
um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é
um documento histórico, uma carta de intenções e também uma
4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade
deixou de fazer. Hoje, a sexagenária declaração ainda é muito
boa, mas tem lacunas, resultantes de sua temporalidade, e
7 precisa ser acrescida, complementada, aperfeiçoada, além de
ser cumprida — é óbvio —, afirmando novos valores, que
atendam a novas demandas e necessidades.
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
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27
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional,
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
33. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) De acordo com a
argumentação do texto, os ‘considerandos’ (l. 2) representariam — no que
se refere a “tudo o que [...] a humanidade deixou de fazer” (l. 4-5) — um
preâmbulo explicativo e, assim, justificariam o fato de a declaração ser
considerada também “uma denúncia” (l. 3-4).
Comentário – A presente afirmativa amplia equivocadamente o valor dos
“‘considerandos’”. Embora sejam significativos para a linha argumentativa do
texto, eles apenas constituem o preâmbulo da “Declaração Universal dos
Direitos Humanos”, isto é, são uma parte do todo. É a “Declaração”, em sua
plenitude, constituída pelo preâmbulo e por trinta artigos, que se configura
como “uma denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade
deixou de fazer”.
Resposta – Item errado.
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34. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) De acordo com o texto,
a inclusão do “direito das nações de regulamentarem os investimentos
externos e de se protegerem contra a especulação internacional, que
fragiliza e subordina economias nacionais” (l.15-17) na declaração a
corrigiria quanto ao lapso temporal.
Comentário – O autor aproveita o primeiro parágrafo para denunciar
“lacunas, resultantes de sua temporalidade” (isto é, da “Declaração”). Logo em
seguida, ele sustenta a necessidade de o documento ser modificado e
cumprido, para afirmar “novos valores, que atendam a novas demandas e
necessidades”. Mas é no segundo parágrafo que Francisco Alencar exemplifica
a correção que sugere: “Talvez fosse o caso de se afirmar, agora, o direito das
nações de regulamentarem os investimentos externos e de se protegerem
contra a especulação internacional, que fragiliza e subordina economias
nacionais”.
Resposta – Item certo.
35. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) É coerente com a
argumentação do texto relacionar “novas demandas” (l. 9) a
enfraquecimento dos países, em decorrência da transnacionalização do
capital.
Comentário – As novas demandas, ainda não atendidas pela “Declaração”,
concorrem para a “instabilidade permanente nas economias periféricas” e para
a fragilidade e subordinação de “economias nacionais”. Elas têm a ver com a
“atual etapa de globalização e de capitais voláteis, especulativos e sem
controle”, e com “a especulação internacional”. Portanto é coerente
relacioná-las com transnacionalização do capital.
Resposta – Item certo.
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29
[...]
36. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Infere-se da leitura do
texto, especialmente do trecho “O fim da Idade Média [...] aumentar os
impostos” (L.15-25), que a Inglaterra conseguiu limitar o poder dos reis
absolutistas bem antes dos demais países europeus.
Comentário – Sim, isso ocorreu na Inglaterra no século XIII (“já em 1215”).
Portanto esse país constituiu uma exceção à maior concentração do poder nas
mãos dos reis absolutistas que ocorreu no fim da Idade Média, no século XV.
Resposta – Item certo.
1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado
declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais,
em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
7 todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja
o soberano que se encarregou da justiça — que alívio!
[...]
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30
22 Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos
parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos
pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias.
25 Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de
que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar,
com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do
28 condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça
sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis
de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a
31 morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores
fantasias — isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório.
Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
34 reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).
37. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) De acordo com o texto, nas sociedades
tradicionais, os cidadãos sentem-se aliviados sempre que um soberano
decide infligir a pena de morte a um infrator porque se livram das
ameaças de quem desrespeita a moral que rege o convívio social, como
evidencia o emprego da interjeição “que alívio!” (l.8).
Comentário – O trecho “Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à
execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não estaria
conosco” (segundo período) é fundamental aqui. Ele expõe o real motivo do
alívio dos cidadãos: a ausência de responsabilidade moral do veredito.
Resposta – Item errado.
38. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Na condição de psicanalista, o autor do
texto adverte que a punição de infratores das leis é uma forma de os
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31
indivíduos expurgarem seus desejos inconfessáveis, ressalvando, no
entanto, que, quando se trata de crime hediondo, tal não se aplica.
Comentário – Agora a nossa resposta deve levar em consideração a última
frase do texto: “Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos”. Note que o autor admite a
possibilidade de nossas piores fantasias ocorrerem em alguns casos de crimes
hediondos. Porém o examinador generalizou a sua assertiva (“quando se trata
de crime hediondo, tal não se aplica”).
Resposta – Item errado.
[...]
4 estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger
o cidadão do poder com o simples contraditório processual e
a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição.
7 Deve haver um tratamento crítico e uma posição política sobre
o discurso jurídico, com a possibilidade de revelar possíveis
contradições e complexidades das tábuas de valor que orientam
10 o direito.
[...]
Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista
Jus Vigilantibus. Internet: <http://jusvi.com> (com adaptações).
39. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Infere-se da leitura do texto que o
contraditório e a ampla defesa protegem o cidadão de forma simples e
prática.
Comentário – Não podemos inferir isso, pois há elementos no texto que
apontam para a complexidade do direito e para a necessidade de
procedimentos que se contrapõem à segurança abstrata contida na
Constituição. Vejamos estes trechos: “não basta proteger o cidadão do poder
com o simples contraditório processual e a ampla defesa, abstratamente
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assegurados na Constituição”; Deve haver um tratamento crítico e uma
posição política sobre o discurso jurídico, com a possibilidade de revelar
possíveis contradições e complexidades das tábuas de valor que orientam o
direito.
Resposta – Item errado.
1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da
cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais
4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os
de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho
branco e trabalham para as organizações mais poderosas.
[...]
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed.,
São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
40. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Sem prejuízo para a coerência
textual e a correção gramatical, o trecho “Mas os danos [...] minúsculos”,
que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por:
Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos
[...].
Comentário – A transformação prejudicaria o texto; o argumento ficaria sem
conclusão; a estrutura oracional ficaria incompleta (com falta da competente
oração principal).
Resposta – Item errado.
1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com
um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é
um documento histórico, uma carta de intenções e também uma
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4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade
deixou de fazer. [...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional,
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
41. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) No trecho “não mais do
que três centenas” (l. 18-19), o emprego de palavra de negação e da
expressão “três centenas”, em vez de trezentos grupos, atenua o tom
de denúncia que predomina no período em que o trecho está inserido.
Comentário – Não se trata de atenuação (nem de agravamento) do tom da
denúncia, mas sim do estabelecimento de um limite aproximado da quantidade
de grupos privados transacionais que verdadeiramente constituem o governo
mundial. Originalmente, podemos pensar numa quantidade máxima de, por
exemplo, 270, 280 ou 290 aproximadamente. Veja como ficaria a passagem
com a alteração proposta: Não é admissível que grupos privados
transnacionais — mais do que trezentos grupos... Dessa forma, o tal limite é
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completamente alterado e já temos que partir de um limite mínino superior a
trezentos.
Resposta – Item errado.
42. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) O trecho “vão do setor
produtivo industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações” (l. 19-21) pode, sem prejuízo para a correção gramatical e
a interpretação do texto, ser reescrito da seguinte maneira: incluem
setores desde o produtivo industrial até o financeiro e transitam
pelos da publicidade e das comunicações.
Comentário – A banca examinadora explorou a capacidade de compreensão
textual e de transmissão dele com outras palavras e estruturação sintática. Ou
seja, a questão trata de reescritura de texto. Veja as relações estabelecidas:
– “vão do setor produtivo industrial ao setor financeiro” =
incluem setores desde o produtivo industrial até o financeiro
(manteve-se a inclusão dos dois extremos: setor industrial e
setor financeiro);
– “passando pela publicidade e pelas comunicações” = e
transitam pelos da publicidade e das comunicações (foi
mantida a mesma indicação dos setores afetados).
Resposta – Item certo.
43. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Mantendo-se os sinais
de pontuação empregados no trecho, a estrutura sintática “com um
preâmbulo de sete ‘considerandos’ e com trinta artigos” (l. 1-2) pode ser
substituída, sem prejuízo da correção gramatical, por contendo um
preâmbulo com sete “considerandos” e trinta artigos.
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Comentários – Façamos uma breve comparação para entender os efeitos da
substituição mencionada pelo examinador:
– “A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com um
preâmbulo de sete ‘considerandos’ e com trinta artigos”;
– A Declaração Universal dos Direitos Humanos, contendo
um preâmbulo com sete considerandos e trinta artigos.
No segmento original, a preposição “com” (repetida)
subordina tanto “um preâmbulo de sete ‘considerandos’” quanto “trinta
artigos” à “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Em outras palavras,
são informados dois elementos constitutivos da “Declaração”, os quais estão
numa estrutura sintática paralela.
No segmento modificado, a nova estrutura sintática
subordina tanto sete considerandos quanto trinta artigos ao preâmbulo.
Ou seja, são informados dois elementos constitutivos do preâmbulo.
A existência de um grosseiro prejuízo semântico em relação
ao texto original é inegável e muito evidente (é o que sobressai na nova
redação). Mas não é descabido argumentar que a quebra do paralelismo
sintático o desencadeou, razão pela qual o Cespe considerou o item como
errado.
Entretanto entendemos que a banca examinadora deveria ter
anulado a questão, porque – no mínimo – a formulou mal, dando margem a
interpretações divergentes e discutíveis.
Resposta – Item errado (com ressalva nossa).
44. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração
não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.
Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio
acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A
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declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial
(antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo
bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso.
Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela
combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu,
nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a
nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito
oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse...
Resposta – Item certo.
45. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção
gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.
12) por aleatoriamente.
Comentário – Não, pois aleatoriamente tem a ver com o acaso, com fatores
incertos ou acidentais; que ocorrem fortuita ou casualmente. Essa ideia
afasta-se do sentido original, que transmite a noção de uma situação
repetitiva, sistemática, mas sem sofrer qualquer tipo de controle ou gerência.
Resposta – Item errado.
46. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,
são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical
O estudo dos impérios, porém, sejam eles antigos, sejam recentes,
permite chegarmos às raízes do mundo atual e tornarmos mais profunda
nossa compreensão das formas de organização do poder político.
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Comentário – Neste item, a conjunção adversativa “No entanto” foi
substituída pela sua correspondente: porém. A intercalação dela fez surgirem
as vírgulas que a isolam. A conjunção “ou” foi trocada pelo par correlato
sejam... sejam..., que imprimiu ao trecho igual valor semântico. Merecem
nossa atenção também os sinônimos textuais “mundo contemporâneo” e
mundo atual, “modalidades de organização” e formas de organização.
Resposta – Item certo.
1 A beleza, ao longo de sua história, esteve atrelada ao
logos filosófico, à racionalidade como medida e regra. O feio,
seu oposto e seu negativo, é aquilo que escapa a essa medida
4 racionalmente forjada. Quando elevado ao nível de questão
teórica, o feio sempre disse respeito ao que deveria ser
devolvido às forças luminosas da beleza, à sua promessa de
7 reconciliação com a vida, a sociedade, a verdade ou o divino.
[...] Marcia Tiburi. Toda beleza é difícil. Esboço de críticas sobre as relações entre
metafísica, estética e mulheres na filosofia. In: Marcia Tiburi et al. As mulheres
e a filosofia. São Leopoldo: Unisinos, 2002, p. 44-5 (com adaptações).
47. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica
Legislativa/2012) A oração iniciada por “Quando” (l.4) tem valor
condicional e poderia ser reescrita como Caso discutido no nível
teórico, sem que se alterassem a correção e o sentido original do texto.
Comentário – A oração “Quando elevado ao nível de questão teórica” tem
valor temporal, exprime o(s) momento(s) de ocorrência do fato declarado na
oração principal (“o feio sempre disse respeito ao”). Observe que o sentido
original é de certeza quanto ao que se declara.
A oração Caso [fosse] discutido no nível teórico afetaria a
correção e o sentido original. A conjunção inicial expressa um fato hipotético,
possível; mas não garantido Ela exige uma conjugação verbal que corresponda
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38
a esse sentido. Veja esta proposta: Caso [fosse] discutido no nível teórico,
o feio sempre diria respeito ao... O futuro do pretérito do indicativo é
empregado para exprimir um fato condicionado a outro e corroborar a noção
de probabilidade, ideia aproximada.
Resposta – Item errado.
1 Refletir sobre as conexões entre local e universal é
comum na historiografia das ciências. Desde o século XIX, os
autores que analisaram as ciências no Brasil avaliaram o país
4 como “atrasado” em relação aos grandes centros. Os próprios
conceitos e palavras utilizados pelos historiadores expressavam
a opção interpretativa de tratar a ciência brasileira como
7 dependente daquela praticada nos centros de poder. Mencionar,
por exemplo, a “chegada” ou “difusão” da ciência moderna no
Brasil indicava, muitas vezes, a adoção de um conceito de
10 ciência como um conjunto de conteúdos estanque, criado sob
o ponto de vista europeu. Assim, a produção científica seria
considerada de boa qualidade se conseguisse reproduzir esses
13 conteúdos. Como as realidades são diferentes, por nem sempre
se adequarem aos padrões internacionais, as interpretações
falavam em cópias malfeitas, em empreendimentos mal
16 realizados, em promessas a se cumprir.
Para os historiadores contemporâneos, a questão se
coloca por outro ângulo. Em primeiro lugar, a própria
19 reavaliação do estatuto das ciências entende que o caminho
traçado não foi o mesmo para todos. O que se conhece por
ciência foi e é fruto de escolhas políticas, sociais e econômicas,
22 que se refazem a cada dia, formando possíveis horizontes
futuros. Em segundo lugar, os historiadores têm mostrado que
não se pode falar em uma periferia colonial passiva, modelada
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39
25 por um centro de atividade científica dinâmica. As ciências se
criam e se praticam com base em lógicas de exclusão, inclusão,
monopólio, grupos, escolhas. Cabe aos historiadores enfatizar
28 os aspectos negociados dessa relação, mostrando que os
centros e as periferias são heterogêneos e que as posições de
força não dependem tanto da nacionalidade, mas dos grupos e
31 do tipo de integração e movimentação das práticas científicas
locais.
Lorelai Kury. Nem centro nem periferia. In: Revista de História da
Biblioteca Nacional. Especial n.º 2, nov./2010, p. 106 (com adaptações).
48. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) De acordo com
a argumentação desenvolvida pela autora, seria mais exato considerar o
universo científico como policêntrico do que como um sistema assentado
na dicotomia que enfatiza as diferenças entre nações centrais e nações
periféricas.
Comentário – Essa ideia já é anunciada no início do segundo parágrafo, pois a
autora já nos apresenta uma análise que se contrapõe à análise tradicional:
“Para os historiadores contemporâneos, a questão se coloca por outro ângulo”.
Em seguida, ela nos apresenta dois argumentos (a partir das linhas 20 e 23)
que consolidam o que está sendo defendido.
Resposta – Item certo.
49. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) Depreende-se
do conteúdo do primeiro parágrafo do texto que há uma ligação estreita
entre as escolhas lexicais feitas por um historiador, ao fazer suas análises,
e sua opção acadêmica e intelectual.
Comentário – Devemos extrair do próprio texto passagens que sustentam o
que foi dito pelo examinador: “Os próprios conceitos e palavras utilizados pelos
historiadores expressavam a opção interpretativa [...]. Mencionar, por
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40
exemplo, a “chegada” ou “difusão” da ciência moderna no Brasil indicava,
muitas vezes, a adoção de um conceito de ciência [...]” (l. 4-11)
Resposta – Item certo.
50. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) O período “Em
segundo (...) científica dinâmica” (l. 23-25) poderia ser reescrito,
mantendo-se o seu sentido original e a sua correção gramatical, da
seguinte forma: Em segundo lugar, os historiadores mostraram que não
podem falar sobre uma periferia nas colônias passivas e modeladas por
um centro científico com atividades dinâmicas.
Comentário – No texto original, o substantivo “periferia” é caracterizado por
três expressões com valor de adjetivo: “colonial”, “passiva” e “modelada”. Na
reescritura, o adjetivo “colonial” tornou-se substantivo (“colônias”) e passou a
ser caracterizado pelas expressões “passivas” e “modeladas”. Além disso, no
trecho “não se pode falar”, está indeterminado o agente que fala sobre “uma
periferia colonial passiva, modelada por um centro de atividade científica
dinâmica”. Na reescritura, são os próprios historiadores que falam sobre o
assunto. Repare: “os historiadores mostraram que [eles] não podem falar
sobre uma periferia...”.
Resposta – Item errado.
1 O problema da linguagem preocupou, desde o início,
os membros da Comissão Revisora e Elaboradora do Novo
Código Civil, lembrados de que, quando da elaboração do
4 Código de 1916, tais questões se traduziram em uma
preferência pela forma em detrimento da matéria jurídica.
Embora seja belo ideal a ser atingido — o da
7 composição dos valores formais com os da técnica jurídica —,
nem sempre será possível atendê-lo, não se podendo deixar de
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dar preferência, vez por outra, à linguagem do jurista, sempre
10 vinculada a exigências inamovíveis de certeza e segurança.
[...]
Com essa compreensão da linguagem jurídica,
ver-se-á que, apesar de nosso propósito de elaborar uma
22 legislação dotada de efetivo valor operacional, não
descuidamos da forma. Procuramos, em última análise,
preservar a beleza formal do Código de 1916, modelo
25 insuperável da vernaculidade, reconhecendo que uma lei bela
já é meio caminho andado para a comunicação da justiça.
Miguel Reale. O problema da linguagem. Exposição de Motivos do Supervisor da Comissão
Revisora e Elaboradora do Código Civil (1975). In: Novo Código Civil: Exposição de motivos
e texto sancionado. Brasília: Senado Federal, 2003, p. 35-3 (com adaptações).
51. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica
Legislativa/2012) Ao empregar pronome e formas verbais na terceira
pessoa do plural — em “nosso propósito” (l.21), “não descuidamos da
forma” (l.22-23) e “Procuramos (...) preservar” (l.24) —, o autor adota o
chamado plural de modéstia, com o que deseja fugir à responsabilidade
de ter elaborado o novo Código Civil.
Comentário – Antes de tudo, é bom perceber o equívoco que o examinador
cometeu. Ele disse “pronome e formas verbais na terceira pessoa do plural” e
fez alusão à primeira pessoa do plural. Isso já nos dá argumento para dizer
que o item está errado. Mas vamos continuar nossa análise. Plural de
modéstia, geralmente utilizado por escritores e oradores, evita o tom
personalista no discurso, enfraquece o modo individualista da argumentação e
transmite uma impressão de fala coletiva. Na verdade, o autor do texto sob
análise não utiliza esse recurso e não pretende fugir à responsabilidade. Ao
utilizar a forma correspondente à primeira pessoa do plural, ele se inclui entre
“os membros da Comissão Revisora e Elaboradora do Novo Código Civil” e
assume sua parcela de responsabilidade pela elaboração do Código.
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42
Resposta – Item errado.
[...]
52. (Cespe/TJ-AL/Cargos de Nível Superior/2012) A forma verbal
“contrastam” (L.3) está sendo empregada no texto como sinônimo de
assemelham.
Comentário – O verbo contrastar significa comparar, pôr (elementos
distintos) em contraste, verificando ou salientando as diferenças; confrontar;
contrapor; cotejar. Assemelhar é o mesmo que tornar parecido; ser
semelhante. Portanto os significados desses dois vocábulos são antônimos
entre si.
Resposta – Item errado.
[...]
22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter
dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O
discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em
25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira
tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.
E mais, não são apenas os grandes líderes do setor
28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete
recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores
e jornalistas também não entenderam as oportunidades que
31 estão surgindo a partir das transformações que estamos
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43
vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica
pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.
[...]
Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,
26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
53. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia
ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos
termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.
Comentário – De acordo com o texto, “as oportunidades” (l. 30) são o efeito
das “transformações que estamos vivendo” (l. 31-32). Essa ideia é corroborada
pela expressão “a partir das”, que ajuda a expressar essa noção de causa (ou
motivo, razão) e consequência (ou efeito). Não há prejuízo sintático ou
semântico ao texto devido às mudanças propostas. Vamos reescrever a
passagem e tirar a dúvida:
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as
oportunidades que estão surgindo por razão das transformações que estamos
vivendo.”
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as
oportunidades que estão surgindo em consequência das transformações que
estamos vivendo.”
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as
oportunidades que estão surgindo com as transformações que estamos
vivendo.”
Resposta – Item certo.
54. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do
vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” —
ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que
passaria a significar também.
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Comentário – O significado do vocábulo “ainda” é o mesmo; ele não se altera
por causa da mudança proposta pela banca. A ideia, já presente no texto
original, é de continuidade (noção de tempo), e não de inclusão. O período
seguinte fortalece essa ideia:
“O discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados
em modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da
maneira tradicional, deixando as externalidades para a
sociedade” (l. 23-26).
Resposta – Item errado.
[...]
34 O fenomenal crescimento da economia mundial no
decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias
fósseis, provocou um aquecimento global de consequências
37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro
considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais
podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de
40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios
de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais
do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,
43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para
plantar.
[...]
Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.
Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).
55. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências
deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser
apagados, alterados.
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Comentário – Não adianta resmungar. Às vezes o examinador abre o
dicionário e de lá retira uma palavra (que quase ninguém usa) para montar
uma questão de prova. Literalmente, o adjetivo deletério significa algo que
prejudica a saúde, é insalubre; que destrói, causa dano. Figuradamente, indica
aquilo que corrompe, que é degradante.
Resposta – Item errado.
56. (Cespe/EBC/Gestor de Atividade Jornalística/2011) No texto 2, o vocábulo
“joça” poderia ser substituído por coisa, sem prejuízo para o sentido
original e para a correção gramatical do texto.
Comentário – Leia como o dicionário eletrônico Aulete apresenta um dos
significados da palavra “joça”: “Aquilo que não se consegue definir com
precisão, por desconhecimento ou por esquecimento momentâneo do seu
nome: Nunca soube para que servia aquela joça!”. O mesmo dicionário
apresenta um dos significados da palavra “coisa”: “objetos indeterminados ou
que se não querem especificar: Contou-me coisas e loisas. O negócio tem suas
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coisas, é intricado, difícil.”. Portanto a substituição proposta mencionada pelo
examinador é adequada.
Resposta – Item certo.
57. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na expressão “voz espúria” (l.10), o
adjetivo empregado tem, no contexto, sentido de não castiça.
Comentário – Vejamos alguns significados pertinentes para o adjetivo
espúrio: ilegítimo (comércio espúrio) [ Antôn.: legítimo]; bastardo; fora da
lei; diz-se de hábitos e costumes maus(comportamento espúrio); falsificado,
adulterado; corrompido etc.
Vejamos agora alguns significados plausíveis para o adjetivo
castiço: boa casta ou boa raça; puro, sem mistura, sem elementos
descaracterizadores; boa qualidade; correto; genuíno etc.
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Portanto, por extensão, não castiço(a) significa o mesmo
que espúrio(a).
Resposta – Item certo.
1 Realmente, entre os agentes determinantes da seca se
intercalam, de modo apreciável, a estrutura e a conformação do
solo. Qualquer que seja a intensidade das causas complexas e
4 mais remotas que anteriormente esboçamos, a influência
daquelas é manifesta desde que se considere que a capacidade
absorvente e emissiva dos terrenos expostos, a inclinação dos
7 estratos, que os retalham, e a rudeza dos relevos topográficos
agravam, do mesmo passo, a crestadura dos estios e a
degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das
10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,
mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras
requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,
13 invadir pelo regime francamente desértico.
[...]
Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).
São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).
58. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As palavras
“subitâneas” (l.10) e “decídua” (l.11) poderiam ser substituídas,
respectivamente, por repentinas e caduca, sem prejuízo para a
coerência e a correção gramatical do texto.
Comentário – Esta questão foi para desestabilizar os candidatos. O adjetivo
“subitâneas” tem relação com súbito, que qualifica algo que ocorre sem
previsão (morte súbita); que é inesperado, repentino. Já o adjetivo “decídua”
expressa a característica de algo que cai ou se solta (dente decíduo); que é
cadivo (é mole ou quer mais!!!), caduco. Também pode indicar, como no caso
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do texto analisado, um tipo de vegetação que cai em determinada época do
ano ou fase de desenvolvimento. Portanto as substituições não causam
prejuízo ao texto.
Resposta – Item certo.
[...]
atribuições do engenheiro. Os construtores antigos, entretanto,
mesmo tendo realizado obras difíceis e audaciosas, se
16 baseavam, principalmente, em uma série de regras práticas e
empíricas, embora tivessem, evidentemente, em muitos casos,
exata noção de estabilidade, de equilíbrio de forças, de centro
19 de gravidade, entre outras. As obras que fizeram, muitas das
quais até hoje causam admiração, são muito mais fruto do
empirismo e da intuição do que de cálculo e de uma verdadeira
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.
Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no
Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).
59. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) A substituição
do trecho “como entendida atualmente” (l.22) por de acordo com o
nosso entendimento atual imprimiria um tom mais formal ao texto,
mantendo-se o sentido — codificado no valor semântico do conectivo e na
flexão do particípio — original do texto.
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Comentário – A nova redação altera significativamente o sentido original do
texto. Note que o particípio “entendida” (l. 22) refere-se apenas à
“engenharia”, ajudando a caracterizá-la nos dias atuais e atribuir-lhe a
qualidade de “verdadeira”, em contraste com os métodos usados pelos
“construtores antigos”, que têm a ver com o empirismo e a intuição. Já a
expressão de acordo com o nosso entendimento atual indica um juízo de
valor do enunciador sobre os métodos de construção antigos e atuais. O uso
do pronome nosso é um recurso literário de persuasão do leitor, que é levado
a compartilhar a mesma opinião do autor do texto. Portanto, toda a frase salta
do campo da constatação para o campo da opinião pessoal.
Resposta – Item errado.
[...]
Ó soberbos titulares,
34 tão desdenhosos e altivos!
Por fictícia autoridade,
vãs razões, falsos motivos,
37 inutilmente matastes:
— vossos mortos são mais vivos;
e, sobre vós, de longe, abrem
40 grandes olhos pensativos.
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.
60. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Considerando-se as relações entre os
termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo
“pensativos” (v. 40), visto que ele pode referir-se tanto ao termo “vossos
mortos” (v.38) quanto ao núcleo nominal “olhos” (v.40).
Comentário – A pluralidade de significação é uma das características de um
poema. Isso ocorre normalmente por meio de frases ou expressões ambíguas,
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50
palavras polissêmicas, usadas com sentido conotativo, figuras de linguagem
etc.
No caso sob análise, a associação entre as palavras “mortos” e
“vivos” gera um efeito semântico que nos permite interpretar que aqueles
personagens têm também alguma capacidade contemplativa, à semelhança
dos “vivos”.
Mas também é possível relacionar o adjetivo “pensativos” ao
termo “olhos”, concedendo a estes a capacidade de representar todo o ser
pensante, como se os próprios “olhos” expressassem alguma ideia ou
pensamento.
Resposta – Item certo.
A relação das questões trabalhadas nesta aula vem logo a seguir.
Refaça-as durante a semana, como forma de revisar o conteúdo estudado
comigo. Na sequência vem o gabarito delas.
Bons estudos!
Albert Iglésia
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51
Lista das Questões Comentadas
1. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se
caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação
de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas
sintáticas repetidas.
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52
Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)
2. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter
informativo, é exemplo do gênero biografia.
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53
3. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de
avanços [...] bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto,
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.
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54
4. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza-
-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza
recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por
exemplo, linguagem figurada e repetições.
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5. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do
professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo.
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6. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a
estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como
forma de manter a coerência dos fatos narrados.
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7. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente,
a) informativo.
b) prescritivo e normativo.
c) dissertativo-argumentativo.
d) narrativo.
e) descritivo.
1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento
da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).
8. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) No trecho “a do reconhecimento”
(L.4), há elipse do termo “aplicação” (L.3), anteriormente utilizado.
Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos
1 Ó grandes oportunistas,
sobre o papel debruçados,
que calculais mundo e vida
4 em contos, doblas, cruzados,
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58
que traçais vastas rubricas
e sinais entrelaçados,
7 com altas penas esguias
embebidas em pecados!
Ó personagens solenes
10 que arrastais os apelidos
como pavões auriverdes
seus rutilantes vestidos,
13 — todo esse poder que tendes
confunde os vossos sentidos:
a glória, que amais, é desses
16 que por vós são perseguidos.
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.
9. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O emprego do pronome possessivo em
“seus rutilantes vestidos” (v.12) evidencia que essa expressão
corresponde à vestimenta usada por autoridades em eventos solenes.
1 A discussão acerca da influência do pensamento
econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão
metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência
4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não
há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas.
Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das
7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o
conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais
verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os
10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado
de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto.
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59
O economista Pérsio Arida tratou desse problema em
13 um texto que se tornou clássico muito antes de ser publicado.
Afirma ali que o aprendizado da teoria econômica tem sido
efetuado de acordo com dois modelos distintos: o que ele
16 chama de hard science, que ignora a história do pensamento e
segundo o qual o estudante deve familiarizar-se de imediato
com o estágio atual da teoria, e o que ele chama de soft science,
19 que considera que o estudante deve conhecer bem, e, se
possível, dominar, os clássicos do passado, mesmo que em
prejuízo de sua familiaridade com os desenvolvimentos mais
22 recentes. Acrescenta a esse enquadramento que, por trás do
modelo hard science, está a ideia de uma “fronteira do
conhecimento”: o estudante não precisaria perder tempo com
25 antigos pensadores, porque todas as suas eventuais
contribuições já estariam incorporadas ao estado atual da
teoria. De outro lado, subjacente à visão do modelo soft
28 science, estaria a ideia de que o conhecimento está disperso
historicamente, ensejando a necessidade de os estudantes se
dedicarem a esses pensadores.
Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).
10. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) O texto
constitui uma argumentação em defesa de determinada linha de pesquisa
dentro das ciências econômicas.
11. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) O pronome “o” (L.24)
retoma, por coesão, a expressão “o poder do rei” (L.23).
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60
1 A discriminação, como um componente indissociável
do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva. Afinal,
4 discriminar nada mais é do que tentar reduzir as perspectivas
de uns em benefício de outros. [...]
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Semináriointernacional:
as minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).
12. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Sem prejuízo para a coerência e a
correção gramatical, os dois primeiros períodos do texto poderiam ser
condensados no seguinte período: A discriminação, elemento
indissociável do relacionamento entre seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva, porquanto
corresponde a uma tentativa de se reduzirem as perspectivas de
uns em benefício de outros.
1 Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar
a eficiência, a produtividade e a competitividade nos processos
gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja,
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4 é o fermento do crescimento econômico e social de um país.
Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e
coragem para sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o
7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em
situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude
de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica
10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação
é um percurso de difícil travessia para a maioria das
instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de
13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa.
A inovação estimula a comercialização de produtos ou serviços
e também permite avanços importantes para toda a sociedade.
16 Porém, a inovação é verdadeira somente quando está
fundamentada no conhecimento. A capacidade de inovação
depende da pesquisa, da geração de conhecimento.
19 É necessário investir em pesquisa para devolver resultados
satisfatórios à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo
de investimento não são necessariamente recursos financeiros
22 ou valores econômicos, podem ser também a qualidade de vida
com justiça social.
13. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 8, o segmento “as
quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo
pronome que; no entanto, nesse contexto, tal substituição provocaria
ambiguidade.
14. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O período sintático iniciado por
“Inovar significa” (l.12) estabelece, com o período anterior, relação
semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte,
escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa [...].
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15. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da
argumentação do texto que o pronome demonstrativo, no trecho “desse
tipo de investimento” (l.20-21), refere-se à ideia de “fermento do
crescimento econômico e social de um país” (l.4).
1 A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis
pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela origem de
uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei ou
4 consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A chaga
encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas
também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais
7 selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do
processo de produção. Foi assim na Revolução Industrial de
ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
10 hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil.
Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil foi
minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, ele continua
13 sendo grave problema nos países mais pobres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
16. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A palavra “chaga” (L.4),
empregada com o sentido de ferida social, refere-se, na estrutura
sintática do parágrafo, a “pobreza” (L.1).
17. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A expressão “das quais” (L.3)
pode ser suprimida do período sem prejuízo da correção gramatical ou da
coerência do texto.
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1 A recuperação econômica dos países desenvolvidos
começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos
indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram
4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta
7 que a economia americana perderá força no segundo semestre.
O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança
de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no
10 curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As
razões para esse estancamento encontram-se no comportamento
do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes,
13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar —
ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão.
Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).
18. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) No trecho “cujo
desenvolvimento econômico [...] expansão” (L.13-14), identifica-se
relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada
com travessão e a oração que a antecede.
19. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) As expressões “começou
perigosamente a perder fôlego” (L.2) e “começou a desacelerar” (L.13),
empregadas em sentido figurado, são equivalentes quanto ao sentido e
sugerem que, no atual contexto mundial, caracterizado pela economia
globalizada, não há esperança de crescimento da oferta de emprego no
curto prazo.
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20. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do
texto que os países emergentes são considerados o polo dinâmico da
economia mundial e deles dependem a velocidade e a força da
recuperação da economia de países desenvolvidos.
1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da
cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais
4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os
de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho
branco e trabalham para as organizações mais poderosas.
7 Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis
antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais
crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as
10 perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de
uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse
crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela
13 indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por
seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as
destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados
16 Unidos da América durante uma década inteira; e outros
produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada
ano, mais mortes do que essas.
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed.,
São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
21. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Conclui-se da leitura do texto
que os efeitos das ações de criminosos de rua não são, de fato, tão
danosos à sociedade quanto os das ações praticadas por criminosos de
colarinho branco.
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22. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pela leitura do texto,
conclui-se que, nos Estados Unidos da América, os efeitos anuais do
tabagismo são mais danosos que os de uma década de violência urbana
somados aos do uso de produtos fabricados com amianto.
1 As projeções sobre a economia para os próximos dez anos
são alentadoras. Se o Brasil mantiver razoável ritmo de
crescimento nesse período, chegará ao final da próxima década
4 sem extrema pobreza. Algumas projeções chegam a apontar o
país como a primeira das atuais nações emergentes em
condições de romper a barreira do subdesenvolvimento e
7 ingressar no restrito mundo rico.
Tais previsões baseiam-se na hipótese de que o país vai
superar eventuais obstáculos que impediriam a economia de
10 crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em média. Para
realizar essas projeções, o Brasil precisa aumentar a sua
capacidade de poupança doméstica e investir mais para ampliar
13 a oferta e se tornar competitivo.
No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos
inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam
16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa
forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,
19 geradoras de renda, de maneira sustentável.
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).
23. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pelas estruturas sintáticas,
escolhas lexicais e modo de organização das ideias, conclui-se que
predomina, no texto, o tipo textual narrativo.
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24. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Subentende-se das
informações do texto que a aplicação prioritária de recursos em educação
acarretaria simultânea queda da carga tributária.
25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se da leitura do texto
que o autor considera que o Brasil precisa reformular a estrutura de
impostos, que é inadequada, e rever a carga tributária, que é alta.
26. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Depreende-se da leitura do
texto que o Brasil, em uma década, será membro do grupo dos países
ricos.
Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado da Al-Qaeda a
um avião americano no Natal, o presidente dos Estados Unidos da América
(EUA), Barack Obama, lançou a linha mestra para a reforma do sistema de
inteligência americano, que incluirá a revisão dos processos de concessão de
visto para os EUA e maior cooperação com outros países para reforçar a
revista de passageiros no exterior. Os temores de novos ataques terroristas
contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE). A
proposta de adotar nos aeroportos novos aparelhos de scanner capazes de
penetrar no tecido das roupas e visualizar o corpo dos passageiros foi
rechaçada pela Bélgica.
O Globo, 6/1/2010, p. 29 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas
implicações do tema por ele tratado, julgue as questões seguintes.
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27. (Cespe/BRB/Advogado/2010) Ao obter êxito, o atentado ocorrido no Natal
de 2009 levou os EUA a se recordarem dos episódios de 11/9/2001 e a
admitirem a enorme vulnerabilidade de seu sistema de defesa.
28. (Cespe/BRB/Advogado/2010) O êxito da UE deve-se ao consenso obtido
pelos integrantes do bloco em agir de modo uniforme e unânime em áreas
vitais como política externa, legislação sobre imigrações e fixação de
tributos diversos.
1 Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) estima que, nos próximos
quatro anos, os investimentos na indústria brasileira chegarão
4 a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311
bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu
2009, pois ainda não dispõe de dados consolidados do ano
7 passado).
O estudo aponta forte concentração dos investimentos
na exploração de petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas,
10 especialmente, na cadeia econômica ligada ao óleo, como a
indústria naval e a de fabricação de plataformas. Trata-se de
um investimento que estimula outros setores da economia.
13 Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em
setores voltados para atender à demanda interna, entre os quais
o automobilístico.
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
29. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Trata-se de texto subjetivo e
pessoal, em que o autor explicita sua opinião individual.
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30. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do
texto que o investimento na exploração de combustíveis fósseis e na
cadeia econômica associada a essa atividade influencia o desenvolvimento
de outras áreas da economia.
31. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) O termo “como” (l.10)
estabelece, no período em que foi empregado, uma relação de
comparação entre a “cadeia econômica ligada ao óleo” (l.10) e “a
indústria naval e a de fabricação de plataformas” (l.10-11).
1 A discussão acerca da influência do pensamento
econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão
metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência
4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não
há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas.
Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das
7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o
conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais
verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os
10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado
de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto.
[...]
Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações).
32. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Infere-se
do texto que o conhecimento recente da área econômica pode não ser,
necessariamente, o que incorporou as melhores facetas do conhecimento
historicamente desenvolvido.
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1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com
um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é
um documento histórico, uma carta de intenções e também uma
4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade
deixou de fazer. Hoje, a sexagenária declaração ainda é muito
boa, mas tem lacunas, resultantes de sua temporalidade, e
7 precisa ser acrescida, complementada, aperfeiçoada, além de
ser cumprida — é óbvio —, afirmando novos valores, que
atendam a novas demandas e necessidades.
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional,
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
33. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) De acordo com a
argumentação do texto, os ‘considerandos’ (l. 2) representariam — no que
se refere a “tudo o que [...] a humanidade deixou de fazer” (l. 4-5) — um
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70
preâmbulo explicativo e, assim, justificariam o fato de a declaração ser
considerada também “uma denúncia” (l. 3-4).
34. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) De acordo com o texto,
a inclusão do “direito das nações de regulamentarem os investimentos
externos e de se protegerem contra a especulação internacional, que
fragiliza e subordina economias nacionais” (l.15-17) na declaração a
corrigiria quanto ao lapso temporal.
35. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) É coerente com a
argumentação do texto relacionar “novas demandas” (l. 9) a
enfraquecimento dos países, em decorrência da transnacionalização do
capital.
[...]
36. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Infere-se da leitura do
texto, especialmente do trecho “O fim da Idade Média [...] aumentar os
impostos” (L.15-25), que a Inglaterra conseguiu limitar o poder dos reis
absolutistas bem antes dos demais países europeus.
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71
1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado
declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais,
em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
7 todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja
o soberano que se encarregou da justiça — que alívio!
[...]
22 Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos
parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos
pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias.
25 Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de
que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar,
com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do
28 condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça
sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis
de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a
31 morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores
fantasias — isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório.
Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
34 reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).
37. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) De acordo com o texto, nas sociedades
tradicionais, os cidadãos sentem-se aliviados sempre que um soberano
decide infligir a pena de morte a um infrator porque se livram das
ameaças de quem desrespeita a moral que rege o convívio social, como
evidencia o emprego da interjeição “que alívio!” (l.8).
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72
38. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Na condição de psicanalista, o autor do
texto adverte que a punição de infratores das leis é uma forma de os
indivíduos expurgarem seus desejos inconfessáveis, ressalvando, no
entanto, que, quando se trata de crime hediondo, tal não se aplica.
[...]
4 estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger
o cidadão do poder com o simples contraditório processual e
a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição.
7 Deve haver um tratamento crítico e uma posição política sobre
o discurso jurídico, com a possibilidade de revelar possíveis
contradições e complexidades das tábuas de valor que orientam
10 o direito.
[...]
Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista
Jus Vigilantibus. Internet: <http://jusvi.com> (com adaptações).
39. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Infere-se da leitura do texto que o
contraditório e a ampla defesa protegem o cidadão de forma simples e
prática.
1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da
cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais
4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os
de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho
branco e trabalham para as organizações mais poderosas.
[...]
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed.,
São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
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73
40. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Sem prejuízo para a coerência
textual e a correção gramatical, o trecho “Mas os danos [...] minúsculos”,
que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por:
Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos
[...].
1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com
um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é
um documento histórico, uma carta de intenções e também uma
4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade
deixou de fazer. [...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional,
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
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74
41. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) No trecho “não mais do
que três centenas” (l. 18-19), o emprego de palavra de negação e da
expressão “três centenas”, em vez de trezentos grupos, atenua o tom
de denúncia que predomina no período em que o trecho está inserido.
42. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) O trecho “vão do setor
produtivo industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações” (l. 19-21) pode, sem prejuízo para a correção gramatical e
a interpretação do texto, ser reescrito da seguinte maneira: incluem
setores desde o produtivo industrial até o financeiro e transitam
pelos da publicidade e das comunicações.
43. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Mantendo-se os sinais
de pontuação empregados no trecho, a estrutura sintática “com um
preâmbulo de sete ‘considerandos’ e com trinta artigos” (l. 1-2) pode ser
substituída, sem prejuízo da correção gramatical, por contendo um
preâmbulo com sete “considerandos” e trinta artigos.
44. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração
não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.
45. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção
gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.
12) por aleatoriamente.
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75
46. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,
são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical
O estudo dos impérios, porém, sejam eles antigos, sejam recentes,
permite chegarmos às raízes do mundo atual e tornarmos mais profunda
nossa compreensão das formas de organização do poder político.
1 A beleza, ao longo de sua história, esteve atrelada ao
logos filosófico, à racionalidade como medida e regra. O feio,
seu oposto e seu negativo, é aquilo que escapa a essa medida
4 racionalmente forjada. Quando elevado ao nível de questão
teórica, o feio sempre disse respeito ao que deveria ser
devolvido às forças luminosas da beleza, à sua promessa de
7 reconciliação com a vida, a sociedade, a verdade ou o divino.
[...] Marcia Tiburi. Toda beleza é difícil. Esboço de críticas sobre as relações entre
metafísica, estética e mulheres na filosofia. In: Marcia Tiburi et al. As mulheres
e a filosofia. São Leopoldo: Unisinos, 2002, p. 44-5 (com adaptações).
47. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica
Legislativa/2012) A oração iniciada por “Quando” (l.4) tem valor
condicional e poderia ser reescrita como Caso discutido no nível
teórico, sem que se alterassem a correção e o sentido original do texto.
1 Refletir sobre as conexões entre local e universal é
comum na historiografia das ciências. Desde o século XIX, os
autores que analisaram as ciências no Brasil avaliaram o país
4 como “atrasado” em relação aos grandes centros. Os próprios
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76
conceitos e palavras utilizados pelos historiadores expressavam
a opção interpretativa de tratar a ciência brasileira como
7 dependente daquela praticada nos centros de poder. Mencionar,
por exemplo, a “chegada” ou “difusão” da ciência moderna no
Brasil indicava, muitas vezes, a adoção de um conceito de
10 ciência como um conjunto de conteúdos estanque, criado sob
o ponto de vista europeu. Assim, a produção científica seria
considerada de boa qualidade se conseguisse reproduzir esses
13 conteúdos. Como as realidades são diferentes, por nem sempre
se adequarem aos padrões internacionais, as interpretações
falavam em cópias malfeitas, em empreendimentos mal
16 realizados, em promessas a se cumprir.
Para os historiadores contemporâneos, a questão se
coloca por outro ângulo. Em primeiro lugar, a própria
19 reavaliação do estatuto das ciências entende que o caminho
traçado não foi o mesmo para todos. O que se conhece por
ciência foi e é fruto de escolhas políticas, sociais e econômicas,
22 que se refazem a cada dia, formando possíveis horizontes
futuros. Em segundo lugar, os historiadores têm mostrado que
não se pode falar em uma periferia colonial passiva, modelada
25 por um centro de atividade científica dinâmica. As ciências se
criam e se praticam com base em lógicas de exclusão, inclusão,
monopólio, grupos, escolhas. Cabe aos historiadores enfatizar
28 os aspectos negociados dessa relação, mostrando que os
centros e as periferias são heterogêneos e que as posições de
força não dependem tanto da nacionalidade, mas dos grupos e
31 do tipo de integração e movimentação das práticas científicas
locais.
Lorelai Kury. Nem centro nem periferia. In: Revista de História da
Biblioteca Nacional. Especial n.º 2, nov./2010, p. 106 (com adaptações).
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48. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) De acordo com
a argumentação desenvolvida pela autora, seria mais exato considerar o
universo científico como policêntrico do que como um sistema assentado
na dicotomia que enfatiza as diferenças entre nações centrais e nações
periféricas.
49. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) Depreende-se
do conteúdo do primeiro parágrafo do texto que há uma ligação estreita
entre as escolhas lexicais feitas por um historiador, ao fazer suas análises,
e sua opção acadêmica e intelectual.
50. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) O período “Em
segundo (...) científica dinâmica” (l. 23-25) poderia ser reescrito,
mantendo-se o seu sentido original e a sua correção gramatical, da
seguinte forma: Em segundo lugar, os historiadores mostraram que não
podem falar sobre uma periferia nas colônias passivas e modeladas por
um centro científico com atividades dinâmicas.
1 O problema da linguagem preocupou, desde o início,
os membros da Comissão Revisora e Elaboradora do Novo
Código Civil, lembrados de que, quando da elaboração do
4 Código de 1916, tais questões se traduziram em uma
preferência pela forma em detrimento da matéria jurídica.
Embora seja belo ideal a ser atingido — o da
7 composição dos valores formais com os da técnica jurídica —,
nem sempre será possível atendê-lo, não se podendo deixar de
dar preferência, vez por outra, à linguagem do jurista, sempre
10 vinculada a exigências inamovíveis de certeza e segurança.
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[...]
Com essa compreensão da linguagem jurídica,
ver-se-á que, apesar de nosso propósito de elaborar uma
22 legislação dotada de efetivo valor operacional, não
descuidamos da forma. Procuramos, em última análise,
preservar a beleza formal do Código de 1916, modelo
25 insuperável da vernaculidade, reconhecendo que uma lei bela
já é meio caminho andado para a comunicação da justiça.
Miguel Reale. O problema da linguagem. Exposição de Motivos do Supervisor da Comissão
Revisora e Elaboradora do Código Civil (1975). In: Novo Código Civil: Exposição de motivos
e texto sancionado. Brasília: Senado Federal, 2003, p. 35-3 (com adaptações).
51. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica
Legislativa/2012) Ao empregar pronome e formas verbais na terceira
pessoa do plural — em “nosso propósito” (l.21), “não descuidamos da
forma” (l.22-23) e “Procuramos (...) preservar” (l.24) —, o autor adota o
chamado plural de modéstia, com o que deseja fugir à responsabilidade
de ter elaborado o novo Código Civil.
[...]
52. (Cespe/TJ-AL/Cargos de Nível Superior/2012) A forma verbal
“contrastam” (L.3) está sendo empregada no texto como sinônimo de
assemelham.
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[...]
22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter
dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O
discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em
25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira
tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.
E mais, não são apenas os grandes líderes do setor
28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete
recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores
e jornalistas também não entenderam as oportunidades que
31 estão surgindo a partir das transformações que estamos
vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica
pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.
[...]
Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,
26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
53. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia
ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos
termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.
54. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do
vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” —
ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que
passaria a significar também.
•
[...]
34 O fenomenal crescimento da economia mundial no
decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias
fósseis, provocou um aquecimento global de consequências
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37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro
considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais
podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de
40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios
de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais
do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,
43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para
plantar.
[...]
Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.
Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).
55. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências
deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser
apagados, alterados.
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56. (Cespe/EBC/Gestor de Atividade Jornalística/2011) No texto 2, o vocábulo
“joça” poderia ser substituído por coisa, sem prejuízo para o sentido
original e para a correção gramatical do texto.
57. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na expressão “voz espúria” (l.10), o
adjetivo empregado tem, no contexto, sentido de não castiça.
1 Realmente, entre os agentes determinantes da seca se
intercalam, de modo apreciável, a estrutura e a conformação do
solo. Qualquer que seja a intensidade das causas complexas e
4 mais remotas que anteriormente esboçamos, a influência
daquelas é manifesta desde que se considere que a capacidade
absorvente e emissiva dos terrenos expostos, a inclinação dos
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7 estratos, que os retalham, e a rudeza dos relevos topográficos
agravam, do mesmo passo, a crestadura dos estios e a
degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das
10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,
mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras
requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,
13 invadir pelo regime francamente desértico.
[...]
Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).
São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).
58. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As palavras
“subitâneas” (l.10) e “decídua” (l.11) poderiam ser substituídas,
respectivamente, por repentinas e caduca, sem prejuízo para a
coerência e a correção gramatical do texto.
[...]
atribuições do engenheiro. Os construtores antigos, entretanto,
mesmo tendo realizado obras difíceis e audaciosas, se
16 baseavam, principalmente, em uma série de regras práticas e
empíricas, embora tivessem, evidentemente, em muitos casos,
exata noção de estabilidade, de equilíbrio de forças, de centro
19 de gravidade, entre outras. As obras que fizeram, muitas das
quais até hoje causam admiração, são muito mais fruto do
empirismo e da intuição do que de cálculo e de uma verdadeira
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
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Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.
Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no
Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).
59. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) A substituição
do trecho “como entendida atualmente” (l.22) por de acordo com o
nosso entendimento atual imprimiria um tom mais formal ao texto,
mantendo-se o sentido — codificado no valor semântico do conectivo e na
flexão do particípio — original do texto.
[...]
Ó soberbos titulares,
34 tão desdenhosos e altivos!
Por fictícia autoridade,
vãs razões, falsos motivos,
37 inutilmente matastes:
— vossos mortos são mais vivos;
e, sobre vós, de longe, abrem
40 grandes olhos pensativos.
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.
60. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Considerando-se as relações entre os
termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo
“pensativos” (v. 40), visto que ele pode referir-se tanto ao termo “vossos
mortos” (v.38) quanto ao núcleo nominal “olhos” (v.40).
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Gabarito das Questões Comentadas
1. Item certo
2. Item certo
3. Item errado
4. Item certo
5. Item errado
6. Item errado
7. C
8. Item errado
9. Item errado
10. Item errado
11. Item errado
12. Item certo
13. Item errado
14. Item errado
15. Item errado
16. Item errado
17. Item certo
18. Item errado
19. Item errado
20. Item certo
21. Item certo
22. Item errado
23. Item errado
24. Item errado
25. Item certo
26. Item errado
27. Item errado
28. Item errado
29. Item errado
30. Item certo
31. Item errado
32. Item certo
33. Item errado
34. Item certo
35. Item certo
36. Item certo
37. Item errado
38. Item errado
39. Item errado
40. Item errado
41. Item errado
42. Item certo
43. Item errado (com
ressalva)
44. Item certo
45. Item errado
46. Item certo
47. Item errado
48. Item certo
49. Item certo
50. Item errado.
51. Item errado
52. Item errado
53. Item certo
54. Item errado
55. Item errado
56. Item certo
57. Item certo
58. Item certo
59. Item errado
60. Item certo