Aula 06 arte medieval o gótico

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Arte e Estética Aula 6 – Arte Medieval O Gótico Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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Arte e EstéticaAula 6 – Arte Medieval

O Gótico

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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Arte Medieval – o Gótico

Em um aspecto particularmente o homem ocidental

sempre se destacou do oriental: ele nunca aceitou

passivamente os cânones. O Ocidente jamais conheceu

a imobilidade. Ao contrário, sempre demonstrou espírito

irrequieto e suficientemente ousado para experimentar

novas soluções e novas ideias.

No século XII, mudanças no pensamento filosófico e nas

condições socioeconômicas propiciam o surgimento de

um novo homem – e consequentemente, uma nova

arte.

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A tradução de escritos de Aristóteles levam à rejeição

do pensamento platônico então predominante. Passa-

se da abstração às sensações; da valorização do

mundo das ideias, à valorização do mundo sensível.

São Tomás de Aquino (1225–1274):

• “Deus gosta de todas as coisas, pois cada uma

delas está em harmonia com a sua essência”.

• “Tudo o que existe é bom, por participar do ser de

Deus. O mal é a ausência de uma perfeição devida

e a essência do mal é a privação ou ausência do

bem”.

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• Anteriormente, a crença na transcendência absoluta

de Deus (de inspiração platônica) envolvia,

necessariamente, uma depreciação da natureza.

• Esse Deus transcendente e inacessível atendia aos

interesses da aristocracia românica do primeiro

estágio da Idade Média.

• No entanto, um Deus presente e que agia em todas

as instâncias da natureza, que surge no período

gótico, corresponde a um mundo mais liberal em que

a possibilidade de ascensão social não está

totalmente descartada.

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• Na arte e em outros campos da existência, observa-se

um certo equilíbrio entre liberdade e restrição

(imposta pela igreja).

• A depreciação da natureza, como expressão do mundo

sensível, em face da superioridade da transcendência

celestial (metafísico) dá lugar ao interesse pela

natureza como fonte de traços de sua personalidade e

reflexo de seus sentimentos.

• São Francisco de Assis (1182–1226) reconhece os

seres da natureza como “irmãos”, em uma nova

possibilidade de amor/afeto que se harmoniza

perfeitamente com as ideias liberais do período.

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Todas as coisas expressam,

cada uma à sua maneira, a

natureza divina, e assim,

também possuem valor e

significado para a arte.

• Giotto de Bondone (1266–

1337) humaniza a figura

dos santos e introduz

elementos banais em sua

pintura. Antecipa, desta

forma, uma visão

humanista do mundo, que

irá se firmando até o

Renascimento.

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A arquitetura das igrejas é

uma importante expressão

da estética gótica. As antigas

igrejas românicas,

consideradas pesadas e

arcaicas já no século XII, logo

foram substituídas por

construções mais ousadas e

dinâmicas.

Catedral de Notre-Dame. Construída em Paris entre os anos 1163 e 1345, em estilo gótico.

Basília de Saint-Sernin. Toulouse. Inaugurada em 1096.

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As grandes catedrais do final do século XII e início do

XIII em sua maioria foram concebidas em escala tão

imponente e arrojada que praticamente nenhuma foi

concluída exatamente como projetada. Ao longo da

construção, que facilmente avançava além dos 100

anos, inúmeras alterações eram incorporadas –

fossem pela aquisição de novos conhecimentos

técnicos ou por novas concepções estéticas e

filosóficas.

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As novas catedrais davam aos fiéis o vislumbre de um

mundo diferente. Eles ouviriam falar, em sermões e

cânticos, da Jerusalém Celestial com seus portões de

pérolas, suas joias de incalculável preço, suas ruas de

ouro puro e cristal transparente (Apocalipse cap. XXI).

Essa visão agora descera do Céu à Terra e tornara-se

acessível a todos.

As paredes das igrejas góticas não eram frias e

intimidativas. Eram

formadas de vitrais polícromos, que refulgiam como rubis

e esmeraldas.

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Tudo o que era pesado, terreno e trivial foi eliminado.

Entregues à contemplação de toda essa beleza, os fiéis

podiam sentir que estavam mais próximos de entender

os mistérios de um reino imaterial.

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O artista gótico não

estava mais preocupado

com a beleza clássica de

proporção, equilíbrio e

harmonia. Começa a

interessar-se pela

expressão dos

sentimentos humanos.

Esculturas na Catedral de Chartres, França. Construída entre 1145 e 1260.

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Pinturas e esculturas fazem referência direta a

personagens e passagens bíblicas. Em conjunto, elas

formam uma consubstanciaçâo dos ensinamentos da

Igreja. Morte da Virgem. Catedral de Estrasburgo, Alemanha. Por volta de 1230.

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A arte gótica se opõe radicalmente à abstração

estereotipada do período românico. Interessa-se,

agora, inteiramente pelo ser e pelas características

únicas dos indivíduos.Observa-se

facilmente o esforço

do artista para

expressar os

sentimentos, a

ansiedade, o medo,

a bondade, a

devoção, de suas

figuras.

Esculturas na Catedral de Chartres, França. Construída entre 1145 e 1260.

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A mudança essencial é que a arte unilateralmente

espiritual do começo da Idade Média, que rejeitava

toda imitação da realidade diretamente vivenciada e

toda confirmação pelos sentidos, deu lugar a uma arte

que faz toda validade de afirmação, mesmo acerca de

matérias sobrenaturais, ideais e divinas, depender da

realização de uma absoluta correspondência com a

realidade sensível natural.

Desta forma, todo o relacionamento entre Espírito e

Natureza foi alterado.

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Bibliografia

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Barcelona, Ed. Vicens-Vives, 1998

GOMBRICH, E H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC,

1999

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo,

Martins Fontes, 2000

VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa, Ed. 70,

2007