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primeiros olhares dos huma-
nos curiosos.
Num ano “pré-apocalíptico”, a
ciência está, uma vez mais,
de parabéns: 165 anos após a
sua descoberta, o planeta
benjamim perfaz um ano dos
seus! Aproveitemos para cele-
brar o incrível espírito huma-
no, a sua ousadia, os grandes
feitos e a ciência –
a verdadeira.
Pedro Cotrim
Em ano de “descobertas gran-
diosas” (bactérias que sobre-
vivem em ambientes tóxicos
para os seres humanos, novos
planetas, dois sóis no céu), a
comemoração de uma desco-
berta verdadeira está passar
quase despercebida: Neptuno
está de parabéns! Aos nossos
olhos, completa um ano de
vida. Uma órbita completa!
O oitavo planeta do Sistema
Solar foi “descoberto” em
1846. Foi localizado através
do efeito do seu campo graví-
tico sobre a órbita de Urano.
Subitamente, o Sistema Solar
deu um salto de quase 2 000
milhões de quilómetros (mais
de dez vezes a distância da
Terra ao Sol!!!).
A aplicação da metodologia
científica aos dados observa-
dos e comprovados permiti-
ram a notável descoberta. 3
astrónomos em 3 países dife-
rentes tentaram perceber em
que zona do céu se deveria
encontrar o novo membro da
distinta família solar. Com
extrema paciência e persis-
tência (e recorrendo a cálcu-
los matemáti-
cos comprovados e comple-
xos), conseguiram localizar o
planeta. Neptuno lá estava,
quase no sítio previsto,
pacientemente à espera dos
Parabéns a você
Pai vou para o espaço e já volto
Uma actividade que
vou fazer na Fábrica
Ciência Viva para a
malta mais nova.
São vários os temas
a explorar nos pró-
ximos meses.
José Matos
astroPT magazine
Fevereiro 2011 Volume 1, Edição 1
Pontos de interes-
se especiais:
Tyche—Planeta
gigante nos confins
do Sistema Solar
Tamanho e mas-
sas dos grandes
planetas
Última missão do
Discovery
Eu queria ser
Astronauta
Novas imagens da
tempestade de
Saturno
Matéria exótica no
interior das Estre-
las de Neutrões
Asteróide Vesta
Nesta edição:
Tyche... 2
Tamanho e massa... 3
Última missão... 4
… Astronauta 6
… Saturno 7
… Estrelas de Neu-
trões
8
Vesta... 9
![Page 2: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/2.jpg)
Já temos expos-
to várias descobertas
do telescópio espa-
cial WISE. Ele entre-
tanto
“morreu” (acabou o
seu tempo de vida), e
daí que publiquei este
post a resumir o seu
elevado rendimento
científico.
Ora, como qualquer
telescópio, apesar de
“morto”, o WISE tem
ainda muita informa-
ção por analisar. Está
em computador, mas
os cientistas ainda não
tiveram hipótese de a
analisar em detalhe.
Não se sabe o que
está nessa informa-
ção.
O que acontece nor-
malmente é que não
está nada de
“anormal”, porque as
verdadeiras descober-
tas já foram anuncia-
das com “pompa e cir-
cunstância” pela
NASA. Daí que os
dados, após análise,
normalmente desti-
nam-se a coisas com
relevância para os
cientistas, mas sem
qualquer importância
para o público.
No entanto, numa
entrevista para o jor-
nal Britânico, The
Independent, o pro-
fessor Daniel Whitmi-
re, da Universidade da
Louisiana, decidiu
dizer
que acreditava poder
existir um planeta nos
confins do Sistema
Solar, e que esse pla-
neta pode ter sido
detectado pelo WISE,
mas está nos dados
que ainda não foram
analisados.
Note-se que as pala-
vras principais é que
isto não passa de
uma crença pessoal
do cientista, em que
propõe uma hipótese
(“pode“), e não tem
qualquer evidência
científica para isso
(“dados não analisa-
dos“).
Ou seja, cientifica-
mente falando, vale 0.
Vale tanto como eu
dizer
que acredito que pode
haver um planeta
como a Terra em
redor da estrela Sirius.
Não tenho qualquer
evidência, mas acredi-
to nisso.
Relevância científica =
0.
No entanto, provavel-
mente numa tentativa
de marketing em que
demonstra um péssi-
mo sentido de divulga-
ção/ensino científico,
este professor foi ain-
da mais longe: disse
que o planeta (o tal
que ele não tem qual-
quer evidência!) deve-
ria se chamar Tyche,
será 4 vezes maior
que Júpiter, será com-
posto de hidrogénio e
hélio, terá luas, anéis,
e uma atmosfera com
nuvens e tempestades
(!!!), terá uma tempe-
ratura de -73ºC, e
estará 15.000 vezes
mais afastado do Sol
que a Terra (375
vezes mais afastado
que Plutão) – o que
corresponde à zona da
Nuvem de Oort.
Além desta imagina-
ção puramente espe-
culativa, baseada em
crenças pessoais e
sem qualquer validade
científica, o certo é
que a “teoria” dele
também
tem problemas de
matemática.
Mas em termos cientí-
ficos, vejo outros pro-
blemas:
- a Nuvem de
Oort está 50.000
vezes mais afastada
do Sol que a Terra,
logo, ao contrário do
que ele diz, o planeta
ainda estaria muito
longe da Nuvem de
Oort.
- o planeta não pode
Tyche—Planeta gigante nos
confins do Sistema Solar
Página 2
“Nuvem de Oort”
Créditos: NASA / JPL
“Isto não passa de
uma crença pessoal
do cientista, em que
propõe uma
hipótese, e não tem
qualquer evidência
científica para isso”.
ser 4 vezes maior
que Júpiter. A razão é
simples: com mais de
3 vezes a massa de
Júpiter, os planetas
contraem-se e ficam
mais pequenos. Será
que um erro tão bási-
co, que se aprende
em Introdução à
Astronomia para não-
cientistas, foi dado
por este investiga-
dor? Não. Ao ler-se a
notícia original vê-se
que ele disse 4 vezes
a massa de Júpiter.
Os jornalistas poste-
Fevereiro 2011
![Page 3: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/3.jpg)
Tamanhos e massas dos grandes planetas
Como se vê na imagem
acima, objectos maio-
res e mais massivos
que Júpiter, tornam-se
anãs castanhas.
Um objecto que tenha
pelo menos 13 vezes
mais que a massa de
Júpiter tornar-se-à
uma anã castanha.
Os planetas gigantes
que se têm encontrado
em órbita de outras
estrelas, não
são muito maiores que
Júpiter.
O que se passa é que
objectos que atinjam 3
massas de Júpiter,
começam a contrair-se
(aliás, Júpiter também
está em contracção), o
que os torna mais
pequenos!
Alguns desses exoplane-
tas têm é massas muito
superiores a Júpiter (4,
5, 8,…). Mas isso não
quer dizer que sejam
maiores; pelo contrário,
o seu tamanho será
inferior ao de Júpiter.
Carlos Oliveira
Devido ao meu post
anterior, decidi colo-
car esta imagem que
especifica o tamanho
dos grandes planetas.
Muita gente, incluindo
jornalistas, não enten-
dem a diferença entre
massa e tamanho,
mas as diferenças são
enormes!
Um Buraco Negro, por
exemplo, tem uma
enorme massa e um
pequeno tamanho –
poderá ter somente 10
kms de diâmetro e
uma massa equivalen-
te a 10 sóis!
Já a Terra tem uma
massa diminuta, mas
é maior que um bura-
co negro.
Página 3
Volume 1, Edição 1
Créditos: space.com
“Objectos
maiores e mais
massivos que
Júpiter, tornam-
se anãs
castanhas.”
Créditos: nasa.gov
riores é que não sabem ler
(incluindo os da TV, que já
vi na CNN e MSNBC), e
dizem erradamente 4
vezes o tamanho de Júpi-
ter.
Ou seja, aos erros do cien-
tista ainda se juntam os
erros dos jornalistas.
Conclusão: notícia mais
disparatada era difícil
haver esta semana!
Carlos Oliveira
![Page 4: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/4.jpg)
O vaivém espacial OV-
103 Discovery partiu para a
sua 39ª e última missão
espacial com uma tripula-
ção constituída por seis
astronautas, todos vetera-
nos de anteriores missões
com o vaivém espacial. A
sua missão? Transportar o
último módulo norte-
americano para a ISS,
além de peças suplentes e
mantimentos.
O lançamento do Disco-
very teve lugar às 2153UTC
do dia 24 de Fevereiro de
2011 a partir do Complexo
de Lançamento LC-39A.
A tripulação do Discovery é
composta pelos astronau-
tas Steven Wayne Lindsey,
Comandante que realiza a
sua 5ª missão espacial;
Eric Allan Boe, Piloto na sua
2ª missão espacial, e pelos
Especialistas de Missão
Timothy Lennart Kopra, na
sua 2ª missão espacial;
Benjamin Alvin Drew, Jr.,
na sua 2ª missão espacial;
Michael Reed Barratt, na
sua 2ª missão espacial; e
Nicole Marie Passanno
Stott, na sua 2ª missão
espacial.
Quando a missão do Disco-
very foi originalmente pla-
neada, e tendo em conta o
plano inicial da Administra-
ção Bush, o voo do Disco-
very seria o último do pro-
grama. No entanto, e com
a revisão dos planos da
NASA, esta tornou-se numa
importante missão logística
à qual foram adicionadas
duas actividades extraveí-
culares que serão levadas a
cabo por Timothy L. Kopra
e B. Alvin Drew.
Esta missão transporta o
PMM Leonardo (Permanent
Multi-purpose Module) que
foi originalmente construído
para servir de contentor de
carga de e para a ISS,
estando temporariamente
acoplado à estação e trazi-
do de volta para a Terra no
final da cada missão. Com
o final dos voos dos vai-
véns espaciais, a NASA
decidiu levar a caboalgu-
mas modificações no
módulo aumentando a sua
protecção contra os detri-
tos orbitais e criando um
melhor sistema de ilumina-
ção, ventilação e de forne-
cimento de energia, trans-
formando-o num módulo
permanente. O Leonardo
tem um comprimento de
6,4 metros, um diâmetro
de 4,6 metros, 9.897 kg de
pesso, incluindo 2.557 kg
de equipamentos e manti-
mentos. Mais 711 kg de
carga encontram-se no
porão de carga do Disco-
very.
Entre o equipamento que é
transportado para a ISS
encontra-se um módulo de
experiências, um controla-
dor de temperatura para o
sistema de controlo de
temperatura e de húmida-
de, uma bomba suplente
para o sistema de arrefeci-
mento interno da ISS, um
grande ventilador, um tan-
que de armazenamento de
água processada, um tan-
que de águas residuais e
um robot experimental
designado Robonaut 2.
O Robonaut 2 tem um peso
de 136 kg e tem uma for-
ma humanóide, sendo ope-
rado de forma remota des-
de o solo. A sua altura é de
1,2 metros e a sua largura
máxima (entre ombros) é
de 0,9 metros. O Robonaut
2 é uma experiência para
demonstrar as tecnologias
que no futuro poderão ser
um auxiliar importante
para os astronautas em
órbita.
O Discovery também trans-
porta no seu porão de car-
ga uma plataforma de
armazenamento externa
com uma massa de 3.700
kg que transporta um con-
junto de radiadores arma-
zenados que servirão de
suplentes caso surja algum
problema com o sistema de
arrefecimento externo da
ISS. A estação espacial
possuí dois sistemas de
arrefecimento independen-
tes no qual circula amonía-
co através de grandes
radiadores para dissipar o
calor gerado pelos sistemas
electrónicos da ISS. Os
novos painéis suplentes
têm um peso de 1.123 kg e
estão montados num siste-
ma de suporte experior
denominado ELC-4. Os
astronautas Timothy Kopra
e Nicole Stott irão operar o
Canadarm2 para retirar o
ELC-2 do porão de carga do
Discovery algumas horas
após a acoplagem. O ELC-2
será entregue a Eric Boe
que estará a operar o
Canadarm do Discovery. O
Canadram2 será então
reposicionado e agarrará
de novo o ELC-2 que será
Última missão do Discovery
Página 4
Tripulação do último voo
do Discovery, missão
STS133. Crédito: NASA
Robonaut 2—Crédito: NASA
“O Robonaut 2 é
uma experiência
para demonstrar as
tecnologias que no
futuro poderão ser
um auxiliar
importante para os
astronautas em
órbita.”
Fevereiro 2011
![Page 5: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/5.jpg)
colocado no lado direito da
estrutura de fornecimento
de energia da ISS. No dia
seguinte Michael Barratt e
Nocole Stott usarão o
Canadarm2 para retirar o
mastro de inspecção do
escudo térmico do vaivém
do porão de carga do Fisco-
very antes de o entregar ao
Canadarm onde permane-
cerá para uma utilização
futura durante a missão.
Entretanto, no interior da
ISS os astronautas irão
iniciar os trabalhos de
reparação de um dos siste-
mas de remoção de dióxido
de carbono da secção norte
-americana da ISS.
Timothy Kopra e Allan
Drew irão terminar o dia
entrando no módulo Quest
onde passarão a noite a
uma pressão reduzida de
10,2 psi. Isto é levado a
cabo para auxiliar na purga
de azoto da corrente san-
guínea dos dois homens
antes da realização das
actividades extraveículares
que utilizam os fatos espa-
ciais da NASA com uma
pressão de 5 psi.
A primeira acrividade
extraveícular, ou passeio
espacial, da missão terá
como objectivo a instalação
de um cabo com um com-
primento de 3 metros entre
o Quest e o módulo Har-
mony, passando pelo exte-
rior do módulo Unity. Este
cabo eléctrico, que poderá
ser necessário no futuro
caso o Harmony tenha de
ser separado para repara-
ções, não pode ser instala-
do após a acoplagem do
módulo PMM Leonardo no
porto de fixação do módulo
Unity voltado para a Terra.
Após a instalação do cabo
eléctrico, os dois astronau-
tas irão recolher um módu-
lo de bombagem de amo-
níaco que está avariado e
que foi deixado num local
de armazenamento tempo-
rario no sistema móvel do
Canadarm2 no mês de
Agosto de 2010. Após colo-
carem o módulo numa pla-
taforma de armazenamen-
to, Drew irá instalar uma
conduta de ventilação que
será utilizada na segunda
actividade extraveícular
para «despejar» 4,5 kg de
amoníaco residual.
Após estes dois trabalhos,
os dois astronautas deve-
rão levar a cabo uma série
de trabalhos no exterior
ajustando uma placa de
isolamento na parte supe-
rior da estrutura Z1, fixan-
do um poste de ferramen-
tas e movendo uma câmara
para não interferir com o
ELC-4. Mesmo antes de
terminar a saída para o
espaço os dois homens irão
abrir um contentor japonês
para o «encher» com o
vácuo espacial num projec-
to denominado “Mensagem
numa Garrafa”.
No dia seguinte, Kopra e
Barratt irão operar o Cana-
darm2 desde a Cupola para
retirar o PMM do porão de
carga do Discovery e aco-
pla-lo no módulo Unity. Na
tarde desse dia será levada
a cabo uma inspecção do
escudo térmico do vaivém
espacial caso sejam regis-
tados problemas durante o
dia do lançamento ou
durante a aproximação à
ISS. No final desse dia
Kopra e Drew voltarão a
dormir no módulo Quest.
A segunda actividade
extraveícular tem como
objectivo proceder-se à
descarga do amoníaco resi-
dual que se encontra no
módulo de bombagem ava-
riado, proceder à recolha
de uma experiência euro-
peia que se encontra no
exterior do móduo Colum-
bus, proceder à instalação
de protecções em lentes de
câmaras exteriores que
possam ser contaminadas
por veículos de carga em
aproximação e resolver
problemas com instrumen-
tação montada no exterior
e que possa ser necessária
em futuras reparações ou
substituições.
No interior da ISS os astro-
nautas irão finalizar os tra-
balhos no vestíbulo entre o
Unity e o PMM, abrindo a
escotilha e entrando no
novo módulo. Nos dois dias
seguintes os astronautas
terão alguns tempos livres, Página 5
Volume 1, Edição 1
Discovery launch—Crédito:
Spaceflightnow.com
participando em entrevistas e
na conferência de imprensa
conjunta. No final do nono dia
de voo os astronautas do Dis-
covery regressam ao vaivém e
irão proceder ao encerramen-
to das escotilhas, preparando
assim o último regresso à Ter-
ra do Discovery.
Não havendo problemas, o
12º dia será o último dia da
missão com o regresso ao
Centro Espacial Kennedy.
Rui Barbosa
PU
B
![Page 6: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/6.jpg)
Quantos de nós não gos-
taríamos de ser astro-
nautas (como diz a músi-
ca do Tim).
“Um astronauta (em
Inglês: astronaut)
ou cosmonauta (em
Russo: космонавт,
pron.: [kəsmɐˈnaft]) são
pessoas treinadas para
umaviagem espacial,
seja para comandar,
pilotar, servir como
membro da tripulaçãode
uma nave espacial ou
desempenhan-
do atividades extraveicu-
lares.
Tecnicamente considera-
se astronauta todo aque-
le que empreenda vôo
sub-orbital (vôo balístico,
sem entrar em órbita) ou
orbital de no mínimo
100 km de altitude
(considerado o limite
externo da atmosfera).”
in Wikipedia
O primeiro homem a
atingir o espaço foi o
russo Iuri Gagarin, lança-
do no dia 12 de abril
de 1961, a bordo
da Vostok I.
Alan Shepard foi o pri-
meiro americano e a
segunda pessoa a viajar
no espaço, em 5 de maio
de1961.
A primeira mulher ameri-
cana no espaço foi Sally
Ride, no dia 18 de Junho
de1983, a bordo
da Challenger.
A primeira missão para a
órbita da lua foi a Apollo
8, que incluiu William
Anders, nascido em Hong
Kong e naturalizado nor-
te-americano, em
1968. Em15 de Outubro
de 2003, o primeiro
astronauta chinês
foi Yang Liwei.
O checoslovaco Vladimir
Remek tornou-se o pri-
meiro europeu no domí-
nio espacial soviético em
1978, pelo foguete russo
Soyuz. Em 1980,
o cubano Arnaldo Tamay
o Méndez tornou-se a
primeira pessoa descen-
dente de africanos a voar
no espaço (o primeiro
africano no espaço
foi Patrick Baudry, em
1985). Abdul Ahad Moh-
mand tornou-se o pri-
meiro afegão a partir
fora da terra, foi lançado
a bordo da Soyuz TM-6 e
regressou à Terra a bor-
do da Soyuz TM-5, após
um regresso bem atribu-
lado, em 1988. Todos
eles, através
do Programa Intercos-
mos, da União Soviética.
Valentina Vladimirovna
Tereshkova foi a primeira
cosmonauta da história e
a primeira mulher a ir ao
espaço, em 16 de Junho
de 1963 a bordo da Vos-
tok 6.
O primeiro lusófono a
partir para uma tripula-
ção espacial foi
o brasileiro Marcos Pon-
tes, a bordo da “Missão
Centenário”, em 30 de
março de 2006, rumo
à Estação Espacial Inter-
nacional (ISS).
José Gonçalves
Eu queria ser astronauta
Página 6
Crédito: Satyam Malhotra
Crédito: NASA
“O Robonaut 2 é
uma experiência
para demonstrar as
tecnologias que no
futuro poderão ser
um auxiliar
importante para os
astronautas em
órbita.”
Fevereiro 2011
![Page 7: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/7.jpg)
Página 7
Volume 1, Edição 1
Na semana passada, a
sonda Cassini dedicou
toda a sua atenção a
Saturno e às nuvens
que se agitam na sua
violenta atmosfera.
Apesar de ter centrado
as suas câmaras nas
latitudes mais a sul do
hemisfério norte,
aCassini conseguiu
recolher magníficos
detalhes da cauda da
grande tempestade
que se encontra em
actividade desde
Dezembro passado.
A estrutura principal
da tempestade foi
fotografada à poucas
horas, pelo que deve-
rão estar disponíveis
hoje ou amanhã
no site da mis-
são novos pormenores
deste impressionante
fenómeno. Fiquem a
aguardar por mais
novidades!
Sérgio Paulino
Novas Imagens da Tempestade de Saturno
O planeta Saturno e a sua tempestade vistos pela Cassini a uma distância aproxima-da de 2,164 milhões de quilómetros. Composição em cores naturais obtida pela com-binação de 3 imagens captadas a 25 de Fevereiro de 2011 pela câmara de grande angular, através de filtros para o vermelho (648 nm), o verde (567 nm) e o azul
(460 nm). Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.
Estrutura intrincada das nuvens que marcam a fronteira entre a cauda da grande tempestade e as regiões mais calmas a sul. Mosaico composto por 7 imagens capta-das a 24 de Fevereiro de 2011 pela câmara de ângulo fechado da sonda Cassini, através de um filtro para o infravermelho próximo, banda média de absorção do
metano (727 nm). Reparem como o rápido movimento das nuvens dificultou o per-feito alinhamento das imagens no mosaico. Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/Sérgio Paulino. P
UB
![Page 8: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/8.jpg)
Duas equipas independen-
tes de cientistas, analisan-
do observações da estrela
de neutrões no centro do
remanescente de superno-
va Cassiopeia A, realizadas
com o telescópio espacial
Chandra, encontraram pro-
vas irrefutáveis de que a
matéria no interior da dita
estrela é um superfluído.
Cassiopeia A é o que resta
de uma estrela que explo-
diu há cerca de 11 mil anos
e cuja explosão poderá ter
sido vista brevemente por
volta do ano de 1680. É a
mais intensa fonte de rádio
fora do sistema solar e foi
descoberta em 1947 pelos
primeiros pioneiros da
radioastronomia. Em 1999,
as primeiras observações
realizadas em raios X com
o Chandra revelaram um
ponto luminoso aproxima-
damente no centro do
remanescente que estudos
posteriores demonstraram
ser uma estrela de neu-
trões. Desde então este
objecto tem sido observado
com regularidade.
Agora, as duas equipas
referidas em epígrafe anali-
saram as observações da
estrela de neutrões e con-
cluíram que a sua tempera-
tura diminuiu 4% ao longo
de 10 anos. Este ritmo de
arrefecimento é prodigioso
e só é possível, argumen-
tam os cientistas, se a
matéria no interior da
estrela se encontrar num
estado muito particular
designado de superfluído.
Num tal fluído a viscosida-
de (a sua resistência ao
movimento) desaparece e a
sua capacidade de transfe-
rir calor é virtualmente
ilimitada. Nos laboratórios
terrestres, este estado da
matéria é obtido regra
geral arrefecendo materiais
(e.g. Hélio) até temperatu-
ras muito próximas do zero
absoluto (-273.15 Celsius).
Na estrela de neutrões no
centro da Cassiopeia A o
cenário não podia ser mais
distinto: os modelos teóri-
cos são capazes de explicar
o arrefecimento observado
se a temperatura no inte-
Matéria Exótica no Interior das Estrelas de Neutrões
Página 8
Crédito: NASA
Fevereiro 2011
rior da estrela de neutrões se
situar entre os 1000 e os 1500
milhões de Kelvin.
Por outro lado, as camadas
mais exteriores de uma estre-
la de neutrões são constituí-
das por uma crosta sólida
extremamente rígida e lisa,
formada por iões, núcleos
atómicos e partículas elemen-
tares como o electrão. Calcula
-se que, devido ao poderoso
campo gravitacional, as maio-
res elevações desta superfície
não ultrapassam os 5mm. Os
ajustes ocasionais na estrutu-
ra interna da estrela provo-
cam rupturas nesta crosta,
verdadeiros sismos estelares,
que libertam uma quantidade
prodigiosa de energia e provo-
cam o abrandamento da rota-
ção da estrela. Este fenóme-
no, observado em pulsares, é
designado de glitch.
Luís Lopes
Crédito: science.psu.edu
![Page 9: astroPT Fev2011](https://reader034.fdocument.pub/reader034/viewer/2022042719/568c334e1a28ab02358c4143/html5/thumbnails/9.jpg)
Página 9
Volume 1, Edição 1
O recente sucesso do flyby da sonda Stardust pelo
cometa Temple I e as ima-gens espectaculares que
produziu despertaram a minha curiosidade relativa-
mente a uma outra sonda,
a Dawn, que se aproxima rapidamente doasteróide
Vesta, em torno do qual entrará em órbita em
Julho. Depois de um ano a estudar o dito asteróide, a
sonda sairá da sua órbita rumo ao asteróide Ceres,
onde chegará em 2015.
Tendo em conta os aconte-
cimentos de Julho próximo,
O melhor de Vesta… está para vir
os quais certamente revolu-cionarão o nosso conheci-
mento de Vesta, procurei na Internet as melhores ima-
gens que temos actualmente do asteróide e encontrei o
seguinte vídeo criado a partir de 146 imagens obtidas com
a nova camara do Hubble, a
Wide Field Planetary Camera 3 (WFP3), entre 25 e 28 de
Fevereiro de 2010.
As imagens foram obtidas na região azul e ultravioleta do
espectro, pelo que as cores
aqui apresentadas não são reais. É clara a forma achata-
da do asteróide e imenso o detalhe na superfície mesmo
abaixo do limite de resolução. Apesar de Vesta não ter sido
classificado como um planeta anão devido à sua forma irre-
gular, muitos cientistas pla-netários crêem que Vesta
deverá ter sido aproximada-mente esférico num passado
distante. Há cerca de mil milhões de anos, um grande
impacto criou uma enorme
cratera visível na região polar, expondo o manto e
deformando de forma irrever-sível o asteróide. Alguns dos
fragmentos dessa colisão foram aparentemente ejecta-
dos da cintura de asteróides e acabaram por cair na Terra.
Pensa-se que estes meteori-
tos, designados de “Howardite-Eucrite-
Diogenite“, são originários de Vesta devido à sua caracte-
rística assinatura espectral e
propriedades físicas.
Podem ver um comentário
a este vídeo e mais ima-
gens neste post da Emily
Lakdawalla no blog da Pla-
netary Society.
Luís Lopes
PU
B
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pode ser seu!
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móvel e tenda (caso exista); estamos
a arranjar as infra-estruturas básicas
habituais nestes casos.
Sitio das observações. Vai ser dividido
em talhões para colocar o equipamen-
to.
Por outro lado, julgamos que este
Astroconvivo será um ótimo meio para
conhecer ou reencontrar muitos ami-
gos ligados as “lides astronómicas” ,
provenientes de todo o pais e para
um intenso intercâmbio de informa-
ção sobre astronomia num ambiente
informal e “familiar”.
A inscrição neste Astroconvivio é gra-
tuita, de qualquer modo é conveniente que os potencialmente interessa-
dos em comparecer efetuem uma pré-inscrição através do e-
mail [email protected] para ter-mos uma noção do numero de partici-
pantes, com alguma antecedência.
Este texto constitui o convite formal
para participarem activamente no 1º
Astroconvívio do Núcleo de Astrono-
mia de Viseu (um mero grupo informal
de adeptos da Astronomia), que
decorrerá no dia 28 de Maio de 2011
(Sábado), no Parque de Vale de Cava-
los (freguesia de Côta – Viseu) a partir
das 14 horas e prolongando-se até as
tantas …
O local escolhido para este evento é
simplesmente fantástico do ponto de
vista astronómico e paisagístico (como
poderão confirmar “in loco” …), Coor-
denadas GPS:
40°49’14.73″N 7°47’43.07″O
Este Astroconvivio destina-se princi-
palmente a pessoas que possuam
equipamento astronómico, pois haverá
locais previamente reservados para
cada participante colocar o respectivo
Este Astroconvivio não terá, neste 1º
ano, palestras formais mas apenas a
componente observacional (diurna e
noturna) e os participantes e as suas
famílias estão convidados a desfrutar
de todo o parque Vale dos Cavalos,
que na primavera tem uma natureza
(cores) maravilhosa, enquanto espe-
ram pelo cair da noite.
Paulo Almeida
1º AstroConvívio N.A.V. (Vale de Cavalos)
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