As Vozes Das Mulheres Na Primeira Feira Nacional de Género e Indústria Extractiva_mg_pt_17Jun16

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 As vozes das mulheres na Primeira Feira Nacional de Género e Indústria

Extractiva

O sector extractivo alcançou uma importância até agora despercebida no Moçambique. Analogamente, os impactos crescentes da mineração sobre a vida e a economia de Moçambicanos eMoçambicanas tem sido acompanhados para um crescimento paralelo de estudos, críticas, e debates.

Claramente, o crescimento econômico e a distribuição dos benefícios da mineração é o primeiroassunto, mas não faltam as atenções para os efeitos do sector sobre os recursos naturais e o meioambiente, sobre desigualdade e pobreza, sobre a ligação entre mineração e agricultura.

Neste contesto de crescente debate, as vozes das mulheres e as questões de género sãosistematicamente excluídas, não obstante sejam as mulheres as que aguentam mais os efeitos do sector.

Enquanto os homens frequentemente beneficiam de oportunidades de trabalho, educação einvestimento relacionadas à mineração, são as mulheres que suportam mais as implicações dadegradação ambiental ou das fontes de água, do incremento nos riscos de assédio, da difusão doHIV/SIDA, e em geral das maiores vulnerabilidades sociais, físicas e económicas que as operações deextração podem implicar.

Para dar espaço a estes e ainda mais outros assuntos, nos dias 2 e 3 de Junho 2016 a ONU Mulhereshospedou a primeira feira nacional de género e indústria extractiva, em parceria com o PNUDMoçambique e o Ministério dos Recursos Minerais e Energia.

 Além de acender o debate sobre os relacionamentos entre género e indústria extractivas, a feirapermitiu coletar as opiniões das mulheres que participaram, provenientes de todas as províncias. Aquiuma breve revisão das suas opiniões.

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Diolinda, Ermenegilda e Angelina, das direcções provinciais do Ministério de Género,

Criança e Acção Social de Tete, Nampula e Manica.

Estes encontros sãoimportantes, porque trazem

uma mentalidade nova: na visão tradicional a mulher deveficar em casa, para procriar, enão pode dizer aquele quepensa; nós estamos aqui paraafirmar que somos pelo menostão capazes quanto os homens.É um mito que as mulheresnão podem trabalhar nasminas. Mas quando a mulher

busca emprego no sector, muitas vezes não acha porque, em quanto mulher, é discriminada. Também queríamos ver as mulheres empregadas nos cargos de chefias. Se olhamos para as nossasinstituições, quantas mulheres são líderes?

Como funcionárias do governo, é o nosso papel incentivar que as empresas extractivas tenham responsabilidade, tambémnas questões género. Queríamos ver as leis aplicadas, não só aprovadas .

Margarida, representante da Sociedade Civil, província de NIASSA

É uma maravilha poder participar desteevento. Para mim é muito importante

trocar experiências. Eu sou de Niassa, eé difícil acessar as informações na minhaprovíncia. Nestes dias espero de assimilarideias e trazer para as mulheres de Niassa.

 A nossa situação em relação à indústriaextractiva é um pouco diferente daquelade outros grupos aqui.  Nós não estamosafectados directamente pela mineração, somosagricultores. Mas nas nossas comunidades está

sendo construída uma linha férrea, para otransporte dos minerais extraídos.

 Este facto já está a trazer muitos problemas para as nossas comunidades, porque os agricultores não tem DUAT e portanto não tem propriedade da terra onde a linha férrea vai ser construída. Mas também vemos a mineração comouma oportunidade no futuro. Encontrei muitas mulheres que fazem mineração artesanal, mesmo de outrospaíses, e estamos trocando ideias.

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Margarida (Niassa), Rosinha (Manica), Florinda (Inhambane), Carlota (Sofala), Maria

(Tete)

Margarida. Gostamos muito desta experiência, porque temos a possibilidade de trocar conhecimentocom outros parceiros, das províncias do Moçambique como de outros países, do Malawi, da Zâmbia...encontramos uma senhora da África do Sul que está disposta a nos ajudar com a sua associação.

Rosinha. Em Manica, uma das dificuldades que temos é mesmo beneficiar da mineração . O sector extractivonão é para todas as pessoas, mas também não é para todas as mulheres. Os sítios de extração sãolonges, e as mulheres não conseguem abandonar as casas ou os filhos. Aquelas que beneficiam, beneficiammuito, mas só aquelas que vivem perto.

Florinda. Na província de Inhambane a situação é ainda diferente. Há muito gás no solo, mas as mulheresnão beneficiam do megaprojecto que está a extrai-lo. As nossas meninas continuam atrasadas porque não tinham umaeducação como homens . As mulheres deveriam entrar naqueles cursos (para extração, A.N.) com os

homens.

Carlota. Mais ainda, as mulheres não tem uma boa representatividade nos conselhos consultivos, e quando tem não falam. A decisão é dos homens . Se as mulheres fossem incluídas nas negociações o gás não seria canalizadosó para quem já tem posse. Por isso gostei muito do mecanismo comunitário apresentado peloMIREME, e também da apresentação sobre Cabo Delgado.

Maria. Queria acrescentar que achei muito importante o assunto da conservação do meio ambiente durante a extração. A poluição das aguas mata a vegetação, e como estamos numa fase de mudança climática, agrava os problemas que játemos quando tem seca ou muita chuva .

Por isso temos que mitigar os efeitos, e explorar bem a nossa terra: temos que ter licenciamento, eextrair sem poluir. Especialmente perto dos recursos hídricos e rios: quando um polui nas montanhas,todas as comunidades em baixo sofrem e ficam doentes. Nós vivemos de recursos naturais: que nãohaja prejuízo a meio ambiente.