Artigo Traducao Orgulho Preconceito Brasil

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Universidade Nove de Julho A tradução da obra Orgulho e Preconceito de Jane Austen ao longo dos anos no Brasil Ana Carolina Konecsni Gonçalves Orientadora: Profa. Ms. Lídia Spaziani Email: [email protected] Novembro/2009 Resumo: Uma das obras de maior repercussão de Jane Austen, Orgulho e Preconceito, tem vencido o tempo, ultrapassado os séculos e conquistado fãs em todo o mundo. Austen descrevia em suas obras o cotidiano da vida na Inglaterra do século XVIII, ironizando as convenções da época e expondo sua maneira de pensar, detalhando o sentimento feminino em todos os aspectos da vida. Uma das primeiras traduções dessa obra aqui no Brasil data de 1940, de Lúcio Cardoso pela editora José Olympio. Desde então sua tradução vem sendo reimpressa ao longo dos anos por diversas editoras. Com a adaptação para o cinema de Pride and Prejudice o interesse pela obra cresceu e surgiu a primeira edição bilíngüe pela Landmark em 2008 com tradução de Marcella Furtado. Comparando-se as traduções poderemos identificar as modificações na linguagem e a necessidade de se investigar vida e obra do autor para auxílio na tradução. Palavras-chave: Orgulho, Preconceito, Tradução, Brasil, Austen Abstract: One of the Jane Austen’s masterpieces, Pride and Prejudice, has overcome the time, surpassed the centuries and conquered fans around the world. Austen describes in her works the daily life in the England of the eighteenth-century, mocking about the conventions of the period and explaining the women’s way of thinking, detailing their feeling in every aspects of life. The first translation of her work here in Brazil, dates from 1940 by Lúcio Cardoso by the publisher José Olympio. Since then, its translation has been reprinted over the years. With the movie adaptation of Pride and Prejudice the interest of people grew and then the first bilingual edition has emerged by Landmark in 2008 with translation by Marcella Furtado. By comparing the translations, perhaps we are going to be able to identify language modifications and the need of the author’s life and work investigation to help in translation. Key-words: Pride and Prejudice, Translation, Brazil, Austen

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Orgulho e Preconceito no Brasil, Jane Austen

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Universidade Nove de Julho

A tradução da obra Orgulho e Preconceito de Jane Austen ao longo dos anos no Brasil

Ana Carolina Konecsni GonçalvesOrientadora: Profa. Ms. Lídia Spaziani

Email: [email protected]/2009

Resumo: Uma das obras de maior repercussão de Jane Austen, Orgulho e Preconceito, tem

vencido o tempo, ultrapassado os séculos e conquistado fãs em todo o mundo. Austen descrevia

em suas obras o cotidiano da vida na Inglaterra do século XVIII, ironizando as convenções da

época e expondo sua maneira de pensar, detalhando o sentimento feminino em todos os aspectos

da vida. Uma das primeiras traduções dessa obra aqui no Brasil data de 1940, de Lúcio Cardoso

pela editora José Olympio. Desde então sua tradução vem sendo reimpressa ao longo dos anos

por diversas editoras. Com a adaptação para o cinema de Pride and Prejudice o interesse pela

obra cresceu e surgiu a primeira edição bilíngüe pela Landmark em 2008 com tradução de

Marcella Furtado. Comparando-se as traduções poderemos identificar as modificações na

linguagem e a necessidade de se investigar vida e obra do autor para auxílio na tradução.

Palavras-chave: Orgulho, Preconceito, Tradução, Brasil, Austen

Abstract: One of the Jane Austen’s masterpieces, Pride and Prejudice, has overcome the time,

surpassed the centuries and conquered fans around the world. Austen describes in her works the

daily life in the England of the eighteenth-century, mocking about the conventions of the period

and explaining the women’s way of thinking, detailing their feeling in every aspects of life. The

first translation of her work here in Brazil, dates from 1940 by Lúcio Cardoso by the publisher

José Olympio. Since then, its translation has been reprinted over the years. With the movie

adaptation of Pride and Prejudice the interest of people grew and then the first bilingual edition

has emerged by Landmark in 2008 with translation by Marcella Furtado. By comparing the

translations, perhaps we are going to be able to identify language modifications and the need of

the author’s life and work investigation to help in translation.

Key-words: Pride and Prejudice, Translation, Brazil, Austen

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Introdução

Mas consideremos o fato, comprovado, de que as traduções envelhecem. O inglês de Shakespeare permanece sempre o mesmo, mas o italiano das traduções shakespearianas de um século atrás denuncia a própria idade. Isso significa que os tradutores, mesmo quando não tinham a intenção, mesmo quando tentavam restituir o sabor da língua e do período histórico de origem na realidade modernizavam de alguma forma o original. (Eco, 2007, p.201)

Este estudo visa demonstrar a importância de se atualizar as traduções de obras literárias

para a linguagem em uso, facilitando a compreensão de seus leitores. Com uma análise

comparativa da primeira tradução de Orgulho e Preconceito de Lúcio Cardoso (1940) e

da mais atual de Marcella Furtado (2008). O estudo se baseia na comparação através

dos módulos de tradução como Adaptação, Modulação, Explicitação/Implicitação,

Acréscimo, etc; citados por Geir Campos (1987) e Francis Henrik Aubert (1998).

Com a finalidade de adentrarmos nos conceitos tão amplos e concretos dos autores

acima citados, faremos uma breve análise das teorias que eles admitem para o processo

de tradução, em um referencial teórico conciso, entretanto, elucidativo.

1- Os módulos de tradução

As obras, após o momento em que são engendradas na mente de seus autores e tomam a

forma de livro se tornam nossas; de acordo com o que imaginamos e interpretamos ao

longo da leitura. Entretanto, para que possamos compreender uma obra estrangeira em

sua forma original traduzida, temos que buscar os conceitos utilizados pelos autores,

entender, compreender suas influências como época, país, cultura e até mesmo

influências literárias, para que desta maneira as traduções possam abranger uma maior

quantidade de suas características.

Há vários módulos de tradução, apresentamos alguns deles, referentes aos estudos feitos

por Geir Campos (1987) e Francis Henrik Aubert (1998) que, posteriormente, serão

nossas bases para a análise da obra nas traduções propostas e as possíveis justificativas

para suas traduções.

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Tradução literal: ¹ este é um sinônimo da tradução palavra-por-palavra, sendo que

quando comparamos os elementos do texto original e traduzido podemos encontrar o

mesmo número de palavras, em mesma ordem sintática, gramatical e as escolhas

lexicais podem ser descritas como sinônimos "interlinguísticos".

Transcrição: ² Este é o ‘zero grau’ da tradução. Ela inclui elementos do texto que são de

herança comum de duas línguas envolvidas (exemplo, números, fórmulas de álgebra, e

similares) ou, que não pertencem nem a língua fonte ou à língua meta, mas sim a uma

terceira e que em muitos casos, serão consideradas como palavras emprestadas ou

expressões que já existem no texto original (exemplo, frases e aforismos em latim –

Alea jacta est.)

Empréstimo: ³ É o seguimento do texto original na língua do texto original e que é

reproduzido no texto traduzido, com ou sem marcação específica de palavras

emprestadas (aspas invertidas, itálico, negrito, etc.). Substantivos próprios (incluindo

nomes de lugares) são empréstimos mais usados, assim como termos e expressões

relacionadas diretamente às realidades antropológicas e/ou etnológicas. Contudo a

ortografia da Língua Fonte em si, não é suficiente para classificar um seguimento de

texto como empréstimo. Como, Office-boy e outdoor que se tornaram parte integrante

do léxico em nosso país; eles adquiriram significados distintos aqui e por isso não

devem ser considerados como empréstimos.

Decalque: 4 Quando se faz uma versão literal, com mudanças da grafia, de um elemento

lexical estrangeiro para a língua-meta, por exemplo, high technology – alta tecnologia,

football – futebol.

Transposição: 5 Ocorre sempre quando são feitos reajustes morfossintáticos. Sendo

assim, dado exemplo, se duas ou mais palavras reúnem-se em uma única palavra

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alterada de qualquer forma (como em remedial action - ação saneadora), ou se houver

uma mudança na classe gramatical (exemplo, should he arrive late - se ele chegar

atrasado) ou quaisquer combinações destes, são encontradas, embora se possa dizer que

os respectivos significados sejam literais, que não são estruturalmente literais, e são

classificados como transposições.

Transposição com modulação: Quando um elemento da língua-fonte encontra-se em

outra posição na língua-meta. Sendo que há também a “transposição cruzada” ou

“quiasma”6, segundo Ayora como na sentença: She sat knitting by the fire, e na

tradução: “Ela tecia sentada junto ao fogo”.7

Modulação/ Equivalência: Quando se faz uma alteração de um elemento para que a

tradução pareça mais natural. Passando da voz passiva para a voz ativa ou da afirmativa

para a negativa como: Please keep off the grass – Não pise na grama. É uma alteração

de superfície semântica, ex: It’s raining cats and dogs = Está chovendo canivetes, A

bird in the hand is worth two in the bush – Mais vale um pássaro na mão do que dois

voando.

Adaptação: Possui referencia às diferenças culturais. Nesse módulo não se traduz todo o

conteúdo de uma sentença, por exemplo: He kissed his daughter in the mouth = Ele

beijou a filha. 8

Amplificação/acréscimo/adição: Qualquer elemento textual incluído no texto traduzido

pelo sujeito por conta própria, não motivado por nenhum conteúdo explícito ou

implícito do texto original.

Explicitação/Implicitação: 9 Por meio de informações implícitas contidas no texto

original são feitas explicitações no texto traduzido (exemplo, por paráfrase, notas de

roda pé entre outros) ou o inverso, a informação explícita contida no texto original, que

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é convertido em uma referência implícita. Como por exemplo, a tradução da

qualificação de Brasília como Capital Federal do país que é uma informação evidente e

redundante, que será muito mais vantajoso para a tradução se encoberta como

informação implícita. Contudo, já para uma versão do mesmo texto, possa ser

necessária a reprodução de tais informações explícitas para um leitor estrangeiro.

Omissão: 10 Ocorre quando um determinado elemento do texto original e as

informações contidas nele não podem ser copiados no texto traduzido. Ela pode ocorrer

por diversas razões, desde censura por limitações físicas de espaço (no caso de textos

em diversas línguas, ou legendas de filmes) ou a irrelevância que o elemento possui

para o leitor.

2- Relações entre campo semântico, técnicas de tradução na área literária

Sabe-se que a tradução literal costuma não ser muito bem compreendida para se

transpor significados entre duas línguas, embora seja necessária em alguns casos, pois

como Aubert diz muitas delas são “sinônimos interlingüísticos”. Também é de nosso

conhecimento que há uma relação social e temporal para que se proceda com uma

tradução que possa se adequar melhor ao período vivido pelo leitor, mas ao mesmo

tempo sem deixar de transportá-lo à época em que foi concebida a obra. Esta seria a

relação citada por Eco em seu livro Quase a mesma coisa (2007), capítulo 7, página

212, onde explica sobre a as “oposições modernizar/arcaizar” que é algo que ocorre de

forma ‘inconsciente’ durante o processo tradutório.

Nos próximos apontamentos, faremos a relação entre às referências necessárias no

campo de técnicas e formas de tradução, para a obtenção daquela que consideramos

ideal. Para tanto, nossa base principal se fixará nos ensinamentos de obras tais como:

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Oficina de Tradução – A Teoria na Prática de Rosemary Arrojo (2007), Quase a

Mesma Coisa de Humberto Eco (2007) especificamente com os conteúdos constantes

dos capítulos 5 Perdas e Compensações, 7 Fonte, Foz, Deltas, Estuários e 9 Fazer Ouvir

a Remissão Intertextual. No subcapítulo 7.5 - Domesticar e Estrangeirizar, Eco (2007)

fala sobre o grande problema que se enfrenta quando se trabalha com a tradução de

obras antigas; deveríamos manter o mesmo padrão lingüístico arcaizado para que o

leitor mergulhe de forma mais intensa na cultura da época da obra e do autor? Ou seria

melhor deixá-las em uma linguagem mais atual, facilitando a compreensão de seus

leitores?

Em outras palavras, dada uma tradução de Homero, o tradutor deveria transformar os próprios leitores em leitores gregos dos tempos homéricos ou obrigar Homero a escrever como se fosse um autor dos nossos tempos? (Eco, 2007, p.201)

O que Eco demonstra em seu livro é que a tradução de obras cujo período tem uma

precedência de anos ou até mesmo séculos, nem sempre se pode encontrar expressões

ou elementos na língua atual que possam exprimir a completa essência do original, e,

por esse motivo, ocorre uma modernização, ou seja, o sujeito é obrigado a encontrar um

seguimento que contenha um significado correspondente à época. Todavia, as

características da época não são totalmente perdidas.

“É curioso que em tais casos é muito difícil dizer se estamos falando de “traduções” arcaizantes ou “modernizantes”, se é feito todo o possível para levar o ouvinte a viver a atmosfera do texto e da cultura de origem ou, ao contrário, se o objetivo é sobretudo tornar esta cultura aceitável e compreensível para os destinatários de hoje. E isso nos diz que, no “continuum” das soluções possíveis, também as dicotomias demasiado rígidas entre traduções target e source oriented devem dissolver-se em uma pluralidade de soluções negociadas caso a caso.” (Eco, 2007, p.224)

Já Arrojo demonstra em seu livro Oficina de Tradução – A Teoria na Prática, de outra

maneira a questão da tradução envelhecida. Sua exemplificação se faz com uma

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comparação de um concurso de fantasia da Rainha Cleópatra do Egito do século vinte e

de outra dos tempos atuais, ou até mesmo no próprio século proposto, porém de outra

região ou país. Arrojo aponta que por mais que se tentem copiar a imagem da Cleópatra

VII (51-30 ac.) da dinastia ptolomaica, os tecidos, maquiagens e jóias foram fabricados

no Brasil, com tecidos e materiais do período em questão.

[...] e do mesmo modo que é impossível para as “Cleópatras” dos anos 20 e dos anos 80 tornarem-se Cleópatra, é impossível resgatar integralmente as intenções e o universo de um autor, exatamente porque essas intenções e esse universo serão sempre, inevitavelmente, nossa visão daquilo que possa ter sido.

(Arrojo, 2007, p.40)

Como apoios sobre os módulos de tradução foram utilizados os artigos: Como Fazer

Tradução de Geir Campos (1987); Translation Modalities – A Descriptive Model for

Quantitative Studies in Translatology – Francis Henrik Aubert (1998).

Campos, ressalta as técnicas ditadas pelo tradutólogo Gerardo Vázquez-Ayora e pelos

teóricos Jean-Paul Vinay e Jean Darbelnet e se utiliza de exemplos dados por eles para

explanar os módulos de tradução. Podemos observar em seu trabalho a separação feita

entre a tradução “dita literal” e a “oblíqua”, já que segundo Campos (1987, pg. 146) [...]

“é como se a tradução literal se fizesse paralela ao texto original e qualquer desvio desse

paralelismo resultasse em alguma forma de inclinação ou desvio da obliqüidade”. Ou

seja, é dentro desta, que se desenvolvem os módulos de tradução.

Todavia, Aubert (1998), faz uma revisão dos procedimentos ensinados por Vinay e

Darbelnet. Os módulos são reavaliados para as necessidades atuais da tradução e são

expostos de maneira mais detalhada, com novos exemplos e conceitos.

Após termos observado as diversas visões sobre tradução, posicionamo-nos

positivamente para os conceito de Aubert, pois, e a partir dele desenvolvermos essa

consciência crítica sobre as mais completas e complexas formas / conceitos de tradução,

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estamos seguros para prosseguir com a pesquisa amalgamando as teorias com os dados,

como poderemos observar em seguida.

Análise de Dados

Após termos desenvolvido parâmetros para a análise profícua, explicitaremos os

métodos usados para a definição e análise dos fragmentos, a saber: partiremos para a

análise de alguns fragmentos que possuam elementos, já selecionados, para a união da

teoria proposta. Como recorte para aplicação do que encontramos até então, teremos do

primeiro volume da obra original Pride and Prejudice, bem como suas traduções que

serão denominadas como Cardoso (1940) e Furtado (2008) e a análise parcial que foi

realizada conforme as anotações de David M. Shapard em The Annotated Pride and

Prejudice (2007) e de Vivien Jones na edição de 2003 de Pride and Prejudice pela

Penguin Books.

Fragmento 1-

Original:” [...] that he came down on Monday in a chaise and four to see the place [...]”

Cardoso (1940): ”[...] além disso êle chegou segunda-feira numa elegante caleça afim

de visitar a propriedade.”

Furtado (2008): “[...] ele chegou na segunda-feira em uma carruagem, com mais quatro

pessoas, para ver a propriedade [...]”

Análise parcial: Podemos notar que no primeiro caso, em relação à carruagem, Cardoso

faz uma adaptação ao tipo de carruagem existente aqui no Brasil no século XIX.

Contudo, Furtado traduz “literalmente” como sendo uma carruagem com mais 4

pessoas, sendo que na verdade a referência ao four era da quantidade de cavalos que a

puxavam, já que comportava 3 pessoas ao todo.

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Acredito que a melhor forma para a tradução seria: “em uma carruagem para 3

pessoas”, sendo que o fato da quantidade de cavalos neste trecho considero irrelevante

já que hoje, no Brasil, não temos uma compreensão exata do que seria o luxo em uma

carruagem. Poderia haver uma nota, no caso de edição bilíngüe, para explicitar a

importância da ênfase feita pela Sra. Bennet.

Fragmento 2-

Original: “Only think what an establishment it would be for one of them.”

Cardoso (1940): “Pense que partido seria para uma delas.”

Furtado (2008): “Apenas pense que estabelecimento seria para uma dela.”

Análise parcial: Esse establishment significa na verdade marriage, ou seja, casamento.

Podemos verificar que Cardoso faz novamente uma adaptação para sua época colocando

na sentença a questão do bom partido e Furtado faz uma tradução literal. A Sra. Bennet

mostra aqui a preocupação de realizar um bom casamento para uma de suas filhas.

Sendo que a tradução estaria mais adequada da seguinte forma: “Pense o quão vantajoso

seria esse casamento para uma delas”.

Fragmento 3-

Original: “She was a woman of mean understanding, little information, and uncertain

temper.”

Cardoso (1940): “[...] tratava-se de uma senhora dotada de inteligência medíocre, pouca

cultura e gênio instável.”

Furtado (2008): “Ela era uma mulher de compreensão medíocre, pouca informação e de

temperamento incerto.”

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Análise parcial: Esta é a descrição de Austen sobre sua personagem, a Sra. Bennet.

Cardoso faz a correspondência correta, já que neste caso information seria “pouco

conhecimento, pouca cultura”; já esta última se faz entender que a pessoa não teria a

educação/conhecimento valorizado na época, sendo que a interpretação de Furtado

como “pouca informação” sugere mais que a personagem tivesse carência do

conhecimento de algum fato ou notícia em particular. A tradução poderia se dar da

seguinte forma: “Era uma mulher de pobre conhecimento, pouca cultura e humor

inconstante.”

Fragmento 4-

Original: “They were rather handsome, had been educated in one of the first private

seminaries in town [...]”

Cardoso (1940): “Além disso eram bastante bonitas e tinham sido educadas num dos

principais colégios particulares de Londres.”

Furtado (2008): “Eram muito bonitas, haviam sido educadas em um dos primeiros

seminários particulares da cidade [...]”

Análise parcial: No primeiro caso, acho que a explicitação feita por Cardoso é

totalmente pertinente, visto que para os ingleses é óbvio que town, “cidade” seria

Londres, já que era, e ainda é o “centro da civilização”, a capital do país, o que,

entretanto, aqui no Brasil, ficaria demasiado inócuo. Todavia, no seguimento one of the

first private seminaries in town na descrição da educação feita sobre as irmãs Bingley,

um private seminar é na verdade um internato, que na época era uma das formas mais

apreciadas para educação das mulheres. As de Londres ainda tinham a vantagem de

fazer com que suas alunas perdessem o sotaque provinciano que era indesejado naquele

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período. Portanto a tradução poderia ser: “Eram, de certa forma, bonitas, foram

educadas em um dos primeiros internatos de Londres [...]”

Fragmento 5-

Original: “[...] but as he was now provided with a good house and the liberty of a manor

[…]”

Cardoso (1940): “[...] mas como dispunha de agora de uma bôa propriedade e da

liberdade de uma casa senhorial [...]”

Furtado (2008): “[...] mas, como ele agora possuía uma boa casa e a liberdade de um

solar [...]”

Análise parcial: Em caçadas, na Inglaterra do século XVIII, havia o costume de que

aquele que alugasse as terras para esta empreitada teria o direito de matar a presa.

A sentença descreve a situação atual de Mr. Bingley, acredito que a melhor forma de

tradução seria: “mas como agora havia sido suprido com uma boa casa e o direito à

caça...”. Como no Brasil não tínhamos esse tipo de costume ou algo similar além da

tradução seria interessante uma nota explicativa do que seria o “liberty of a manor”.

Fragmento 6-

Original: “Sir William Lucas had been formerly in trade in Meryton, where he had

made a tolerable fortune and risen to the honour of knighthood by an address to the

King, during his mayoralty.’

Cardoso (1940): “Sir Willian Lucas fôra antigamente comerciante em Meryton, onde,

também, fôra agraciado pelo rei com um título de cavaleiro, enquanto exercia as

funções de prefeito.”

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Furtado (2008): “Sir Willian Lucas estivera, previamente, negociando em Meryton,

onde fizera uma razoável fortuna e se elevara ao título de cavaleiro por um discurso ao

rei durante seu mandato.”

Análise parcial: Aqui sugiro uma reformulação na estrutura da sentença para maior

compreensão conforme segue: “Certa vez, Sir William Lucas, fora a negócios para

Meryton, onde fez uma fortuna considerável e foi elevado ao grau de cavaleiro por meio

de uma audiência com o Rei, durante seu mandato na prefeitura.”

O “Certa vez”, seria a tradução do formerly, que deixo no início da sentença por escolha

pessoal, mas que também poderia ser colocada como ‘Sir William Lucas, certa vez fora

a negócios [...]’.

Na tradução de Cardoso “[…] where he had made a tolerable fortune […]” não aparece,

bem como a parte “[...] by an address to the King […]”.

Esse “[…] by an address to the King […]” seria algum tipo de agradecimento ou de

demonstração de respeito formal, que na época de Austen teve ascensão durante os anos

de 1811-1815, justamente quando foi escrito o romance. Ou seja, não seria exatamente

um “discurso” segundo a tradução de Furtado, desta maneira a palavra “audiência”

mostra que a autoridade, o Rei, recebeu de maneira formal alguém que foi falar-lhe,

dessa forma ou através da prestação de um serviço meritório, é que se poderia obter esta

honra.

No fragmento “[...] during his mayoralty […]” é traduzido por Furtado apenas como

“mandato”. Na época de Austen, o prefeito era o dirigente da corporação municipal,

órgão que governava muitas cidades e normalmente ficava em mãos dos cidadãos

líderes que frequentemente eram comerciantes e por essa razão um deles deveria ser o

prefeito.

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Fragmento 7-

Original: “I shoud not care how proud I was. I would keep a pack of foxhounds, and

drink a bottle of wine every day.”

Cardoso (1940): “[...] não me importaria de ser orgulhoso, teria uma matilha de

perdigueiros e beberia uma garrafa de vinho todos os dias.”

Furtado (2008): “[...] eu não me importaria com o quanto eu seria orgulhoso. Eu teria

uma matilha de cães de caça e beberia uma garrafa de vinho por dia.”

Análise parcial: Podemos observar que Cardoso fez a tradução incluindo a raça dos cães

de caça, ‘perdigueiros’ conhecidos naquela época, contudo Furtado torna redundante ao

traduzir por “matilha de cães de caça” visto que o significado de matilha é o coletivo

para essa espécie de canídeos. Portanto, a melhor tradução em nossa visão seria: “Não

me importaria o quão orgulhoso eu seria. Manteria uma matilha para caça e beberia uma

garrafa de vinho todos os dias.”

Fragmento 8-

Original: “There is a fine old saying, which every body here is of course familiar with-

‘Keep your breath to cool your porridge,’-and I shall keep mine to swell my song.”

Cardoso (1940): “Há um velho provérbio que todos aqui naturalmente conhecem: -

guarde seu sôpro para esfriar o seu caldo – eu conservarei o meu para cantar.”

Furtado (2008): “Há um velho e bom ditado, que todos aqui provavelmente conhecem:

‘Guarde seu fôledo para esfriar seu mingau’; e eu devo poupar o meu para elevar minha

música.”

Análise parcial: Observando as frases de Cardoso e Furtado, verificamos que por não

terem encontrado um equivalente em português, a sentença foi literalmente traduzida.

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Neste caso uma modulação se faz extremamente necessária para que o leitor possa

compreender a alternação que existe nas falas de Elizabeth entre as mais formais e

coloquiais; o que Caroline Bingley irá chamar de “a most country town indifference to

decorum” no capítulo 8, 10º parágrafo.

Nossa sugestão para esta sentença é: “Há um velho dizer, o qual é claro, todos aqui

devem conhecer que é: ‘Não gaste sua saliva à toa, ’ e a minha economizarei para altear

minha música.”

Fragmento 9-

Original: “They could talk of nothing but officers; and Mr. Bingley’s large fortune, the

mention of which gave animation to their mother, was worthless in their eyes when

opposed to the regimentals of an ensign.”

Cardoso (1940): “Não falavam de outro assunto; e grande fortuna de Mr. Bingley, tema

que invariavelmente despertava uma grande animação no meio das moças, era

indiferente aos olhos de Katherine e de Lydia, perto dos assuntos que se referissem ao

regimento.”

Furtado (2008): “Elas nada mais podiam falar além dos oficiais; e a vasta fortuna do Sr.

Bingley, cuja menção dava ânimo à mãe delas, quando comparada aos regimentos de

uma bandeira.”

Análise parcial: Os regimentals referem-se aos uniformes do exército e eram chamados

dessa forma porque cada regimento possuía características especiais no uniforme que os

distinguia das outras. Já ensign, é o menor posto dentro do exército, ou seja, soldado. O

curioso é que mesmo Wickham sendo do mais baixo nível militar proveniente de uma

família humilde, já que os alistados normalmente vinham de origens muito pobres,

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parece muito melhor aos olhos de Kitty e Lydia do que o Sr. Bingley. Há também neste

trecho um apelo sexual em relação aos homens em seus uniformes.

Nossa sugestão neste caso é a seguinte tradução do fragmento: “Não falavam de nada

exceto oficiais; e da grande fortuna do Sr. Bingley, menção esta que trazia estímulo à

sua mãe, mas que era desvalorizada diante delas quando em contraste com os uniformes

de um soldado.”

Fragmento 10-

Original: “If my children are silly I must hope to be always sensible of it.”

Cardoso (1940): “Si minhas filhas são tolas, espero nunca me iludir a êste respeito.”

Furtado (2008): “Se minhas filhas são tolas, espero estar sempre sensível a isso.”

Análise parcial: A palavra sensible tem sentido de aware of, alert to, que na tradução de

Furtado podemos verificar que a palavra foi compreendida em seu falso cognato.

O correto seria: “Se minhas filhas são tolas, espero estar sempre ciente disso.” Ou ainda,

“[...] espero sempre estar atenta à isso.”

Fragmento 11-

Original: “Yes, and her petticoat; I hope you saw her petticoat, six inches deep in mud, I

am absolutely certain; and the gown which had been let down to hide it, not doing its

office.”

Cardoso (1940): “Sim, e a saia dela? Espero que tenha visto a sua saia. A barra estava

toda suja de lama.”

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Furtado (2008): “Sim e sua anágua; espero que tenha visto a anágua dela, seis polegadas

afundada na lama, estou absolutamente certa; e o chapéu que tinha sido abaixado para

escondê-la não cumpriu com seu dever.”

Análise parcial: Era moda na época deixar a anágua à mostra, o vestido era levantado de

maneira a deixá-la sobressalente, seria uma abertura na frente em forma de um ‘’

[Veja figura 1] o que por sua vez sujeitaria a anágua a um contato maior com o chão e

por esse motivo ficaria sujo. Elizabeth abaixou o vestido para tentar cobri-la, mas não

teve sucesso. Parte esta que não foi traduzida por Cardoso e que Furtado traduziu ao

invés de vestido por ‘chapéu’.

A sentença ficaria correta da seguinte forma: “Sim e a anágua; espero que tenha visto a

anágua dela, 15 centímetros mergulhados em lama, tenho certeza, e o vestido que foi

abaixado para escondê-la, e que não cumpria o seu papel.”

[Figura 1]

Fragmento 12-

Original: “With a renewal of tenderness, however, they repaired to her room on leaving

the dining-parlour, and sat with her till summoned to coffee.”

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Cardoso (1940): “Com uma ternura renovada, entretanto, voltaram para o quarto assim

que saíram da sala de jantar, e fizeram companhia a Jane, até que foram chamadas para

o café.”

Furtado (2008): “Com uma renovação de ternura, porém, elas regressaram aos quarto

dela ao deixar a sala de jantar e sentaram-se com ela até que foram chamadas para o

café.”

Análise parcial: O however no inglês tem como característica aparecer no meio da

sentença em português estamos acostumados com o uso dessa conjunção adversativa no

início da frase. Também tomei como melhor opção adjetivação ao invés da

substantivação de renewal tal qual Cardoso fez no trecho acima. “Porém, com uma

ternura renovada, retornaram ao quarto dela deixando a sala de estar, e sentaram junto a

ela até que chamadas para o café.

O dining-parlour vem do francês parler, que significa ‘falar’, por essa razão o correto

seria sala de estar [Veja figura 2], que é um lugar próprio para se conversar, onde se

recebem pessoas para discorrer sobre diversos assuntos.

[Figura 2]

Fragmento 13-

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Original: “For my part, Mr. Bingley, I always keep servants that can do their own work;

my daughters are brought up differently.”

Cardoso (1940): “Quanto a mim, Mr. Bingley, sempre tomo creados que sabem fazer os

seus serviços. Minhas filhas são educadas de modo diferente.”

Furtado (2008): “De minha parte, Sr. Bingley, sempre mantenho empregados que

possam fazer seu próprio trabalho; minhas filhas são criadas bem diferente.”

Análise parcial: Aqui podemos perceber a intenção da Sra. Bennet em sugerir que suas

filhas foram educadas aspirando uma boa vida. Nossa sugestão para continuar a ênfase

intentada na fala da personagem é o acréscimo do advérbio ‘bem’.

“De minha parte, Sr. Bingley, sempre mantenho criados que possam executar seu

próprio trabalho; minhas filhas são criadas de maneira bem diferente.

Fragmento 14-

Original: “I have been used to consider poetry as the food of love.”

Cardoso (1940): “A mim sempre disseram que a poesia é o alimento do amor.”

Furtado (2008): “Eu me acostumei a considerar a poesia como o alimento do amor”.

Análise parcial: Está é uma referência de Austen a Shakespeare, que também teve

influencia sobre suas obras, da peça Twelfth Night (Noite de Reis). A fala é do Duque

Orsino, logo no início da peça: “If music be the food of love, play on,”. Essa

intertextualidade existente em obras como esta é muito importante. A tarefa mais crucial

do tradutor literário é divulgar essas obras e destacar essa relação entre escritores e suas

influências, com isso levamos o leitor de uma obra à outra. Acredito que mesmo não

sendo uma edição bilíngüe, este trecho deveria ser destacado e explicitado em notas do

tradutor, o que não ocorreu em ambos os livros analisados.

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“Me habituei a considerar a poesia como o alimento do amor.”

De forma sucinta, podemos visualizar as variantes entre o original de Jane Austen e as

duas traduções:

Tabela Comparativa de TraduçõesOriginal Tradução Lúcio Cardoso Tradução Marcella Furtado

Primeiro VolumeCapítulo I Capítulo I Capítulo I

chaise and four elegante caleçaem uma carruagem, com mais

quatro pessoasestablishment partido estabelecimentoinformation pouca cultura pouca informação

Capítulo IV Capítulo IV Capítulo IVone of the first private

seminaries in townnum dos principais colégios

particulares de Londres.em um dos primeiros seminários

particulares da cidade

liberty of a manorda liberdade de uma casa

senhoriala liberdade de um solar

Capítulo V Capítulo V Capítulo Vto the King, during his

mayoraltyenquanto exercia as funções de

prefeitoao rei durante seu mandato

a pack of foxhounds matilha de perdigueiros uma matilha de cães de caça

Capítulo VI Capítulo VI Capítulo VIkeep your breath to cool

your porridgeguarde o seu sopro para esfriar

o seu caldoguarde seu fôlego para esfriar

seu mingau

Capítulo VII Capítulo VII Capítulo VIIregimentals of an ensign referissem ao regimento regimentos de uma bandeirato be always sensible of

itnunca me iludir a esse respeito estar sempre sensível a isso

Capítulo VIII Capítulo VIII Capítulo VIIIpetticoat...gown...let

down to hide itsaia...[não consta a tradução do

restante da fala]anágua...chapéu...abaixado para

escondê-ládining-parlour sala de jantar sala de jantar

Capítulo IX Capítulo IX Capítulo IXbrought up differently de modo diferente criadas bem diferente

the food of love o alimento do amor o alimento do amor

Conclusão

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Após análise detalhada dos trechos supramencionados, podemos verificar que como diz

ECO (2007) as traduções envelhecem. Por esse motivo é necessário que estas sempre

sejam atualizadas pelas editoras e que os critérios de escolha do tradutor sejam de

acordo tanto em relação à sua formação quanto sua afinidade e sensibilidade em relação

à obra. Podemos constatar também a necessidade da pesquisa de época, biografia e

influências do autor para que a compreensão do texto traduzido se dê de forma similar

ao que o leitor do texto original consegue captar.

O aprofundamento dos estudos em relação aos módulos de tradução também

compreende um papel fundamental na vida do tradutor para guiá-lo de maneira mais

precisa durante o desenvolvimento de seu trabalho, a fim de evitar equívocos comuns

normalmente cometidos por sujeitos que possuem o conhecimento de dois ou mais

idiomas sem aprofundamento dessas técnicas.

A área de tradução literária infelizmente está em defasagem por falta de incentivo e por

haver o mito de que são traduções muito complexas e árduas, além disso, o preconceito

existente em contratação de jovens tradutores, pois por não terem ainda um currículo

extenso não são considerados capazes de efetuar trabalhos neste campo. São valores que

devem ser reconsiderados, pois hoje se lê muito, não importa que tipo de leitura inicia

os jovens, mas que estão lendo e o gosto leva ao hábito. Quem lê e conhece as técnicas

de tradução, estudou e buscou esse tipo de conhecimento pode ser um tradutor literário,

basta ter sensibilidade e adequação às técnicas. Não que seja possível se traduzir um

autor renomado e com densidade poética, tal como Shakespeare logo de inicio, então é

viável que se opte por obras com contextos mais acessíveis que servirão como base para

o futuro.

A obra Orgulho e Preconceito terá uma nova tradução a ser lançada em 2010 pela

LP&M Pocket do Brasil, pela tradutora Celina Portocarrero. Durante o desenvolvimento

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deste artigo, entramos em contato por e-mail com a mesma para que tivéssemos a

oportunidade de ouvi-la discorrer sobre sua tradução, sobre a pesquisa em que esteve

envolvida e todos os aspectos que pudessem ser de relevância ao nosso estudo. Estamos

no aguardo dos comentários mais pontuais da tradutora.

Referências Bibliográficas

ARROJO, Rosemary, Oficina de Tradução – A Teoria na Prática, Ática, 5ª Edição,

2007.

AUBERT, Francis Herik, Translation Modalities – A Descriptive Model for

Quantitative Studies in Translatology, Universidade de São Paulo.

AUSTEN, Jane, Pride and Prejudice, United States of America, Penguin Books, 2005.

AUSTEN, Jane, Orgulho e Preconceito. Cardoso, Lucio, Rio de Janeiro, José Olympio,

1ª Edição, 1941.

AUSTEN, Jane, Orgulho e Preconceito. Furtado, Marcella, São Paulo, Editora

Landmark , Edição Bilíngüe, 2008.

CAMPOS, Geir, Como Fazer Tradução, Petrópolis, Editora Vozes Ltda., 1987.

ECO, Humberto, Quase a Mesma Coisa, Aguiar, Eliana, Rio de Janeiro, Editora

Record, 2007.

SHIELDS, Carol, Jane Austen – A Life,United States of America (USA), Penguin

Books, 2005.

Page 22: Artigo Traducao Orgulho Preconceito Brasil

SPENCE, Jon, Becoming Jane Austen – A Life, United States of America (USA),

Continuum, 2007.

TOMALIN, Claire, Jane Austen – A Life, England, Penguin Books, 2000.

Webgrafia

MARTINS, Arruda L. F. C. Processos Técnicos de Tradução, 27 de Outubro de 2009,

disponível

em<http://issuu.com/jardinsdagua/docs/poster_processos_tecnicos_de_traducao?mode=

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Figura 2, 20 de novembro de 2009, disponível em

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