Artigo TFG Centro de Convenções - ABILIO BRUNINI

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UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ, 2012 FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO DE CONVENÇÕES PARA CUIABÁ, MATO GROSSO 1 Abilio Jacques Brunini Moumer 2 José Antônio Lemos dos Santos Cuiabá - Mato Grosso, Novembro de 2012. 1 Estudante de Arquitetura e Urbanismo na FAU da UNIC – Universidade de Cuiabá. 2012. 2 Arquiteto e urbanista, professor universitário da FAU – UNIC – Universidade de Cuiabá. 2012.

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UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ, 2012

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

CENTRO DE CONVENÇÕES PARA CUIABÁ, MATO GROSSO

1Abilio Jacques Brunini Moumer

2José Antônio Lemos dos Santos

Cuiabá - Mato Grosso, Novembro de 2012.

1Estudante de Arquitetura e Urbanismo na FAU da UNIC – Universidade de Cuiabá. 2012.2Arquiteto e urbanista, professor universitário da FAU – UNIC – Universidade de Cuiabá. 2012.

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RESUMO

A Copa do Mundo de 2014 serve de trampolim para alavancar os negócios na Capital de Mato Grosso. Isto tem feito com que muitas empresas e pessoas venham à cidade para apresentar seus produtos, projetos e conceitos. Esta proposta de projeto tem por finalidade a elaboração de espaço adequado para o centro de convenções, uma grande edificação com muito espaço preparado para atender entidades públicas e privadas, em eventos de abrangência municipal, nacional e internacional, devidamente conceituada pelos critérios que regem e avaliam o índice de qualificação destes espaços. Para que a localidade onde ele está instalado possa captar o máximo possível de recursos e atividades comerciais, trazendo crescimento e qualificação para o mercado local e suas ramificações.

PALAVRAS-CHAVE

Centro de convenções, copa do mundo de 2014, negócios.

ABSTRACT

The 2014 World Cup as a springboard to generate business opportunities in the capital of Mato Grosso. This has caused many companies and people come to the city to display their products, designs and concepts. The proposed project aims at the development of adequate space for the convention center, a large building with lots of space prepared to meet public and private entities in events covered municipal, national and international, properly conceptualized by the criteria that govern and evaluate the level of qualification of these spaces. For the location where it is installed to capture the maximum possible resources and commercial activities, bringing growth and qualification for the local market and its ramifications.

PALAVRAS-CHAVE

Convention center, world cup 2014, business.

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1. INTRODUÇÃO

A Copa do Mundo de 2014 serve de trampolim para alavancar os negócios na Capital de Mato Grosso. Com este crescimento a cidade de Cuiabá passa a exercer um grande potencial no turismo comercial do país, e com isso necessita cada vez mais de espaços voltados para eventos, como palestras, conferências, e convenções.

Há uma série de obras já anunciadas pelo Governo de Mato Grosso que serão executadas para Cuiabá receber os jogos. Isto tem feito com que muitas empresas e pessoas venham à cidade para apresentar seus produtos, projetos e conceitos. Um exemplo é o crescimento e fortalecimento da Feira do Empreendedor, realizada anualmente no Centro de Eventos do Pantanal. Uma das expositoras da feira, a empresa Compuway Informática, capacita profissionais já pensando na Copa de 2014.

Esta proposta de projeto tem por finalidade trazer vários benefícios à comunidade e fortalecimento do mercado local, com a elaboração de espaço adequado para programas de integração social, digital e cultural, procurando atender o forte turismo comercial da cidade através de um centro de convenções para Cuiabá - MT.

O centro de convenções não é o mesmo que um centro de eventos, pois ele não atende diversas atividades de forma generalizada, contudo atende com excelência a sua atividade específica que é na área de negócios. Os centros de conferências não são para realizações de apresentações musicais e teatrais, também não são desenvolvidos para atender festas e cerimônias. Conforme a IACC (Internacional Association of Conference Centers) ele tem de ter tecnologia e espaços adequados para desenvolver as categorias de negócios, além de lidar com uma grande variedade de reuniões.

Enfim, o centro de conferências é uma grande edificação com muito espaço preparado para atender entidades públicas e privadas, em eventos de abrangência municipal, nacional e internacional, devidamente conceituada pelos critérios que regem e avaliam o índice de qualificação destes espaços. Para que a localidade onde ele está instalado possa captar o máximo possível de recursos e atividades comerciais, trazendo crescimento e qualificação para o mercado local e suas ramificações.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Desde que o homem começou a se agrupar e formar as primeiras civilizações, sempre existiu a necessidade de se comunicar, discutir ideias e opiniões. Já no período paleolítico, nas primeiras rodas ao redor da fogueira, para decidir se ficariam naquele território e começariam a cultivar, fixar moradia e formar um agrupamento, tinha início um evento, no sentido de conferencia, de reunião. Desde então o homem sempre se reuniu para comemorar vitórias, realizar festividades, para discutir ideias, trocar opiniões e com isso, através dos eventos no decorrer da história, evoluir como pensamento crítico e cultural. Mas os eventos não são qualquer encontro, e sim algo planejado, um encontro em que mesmo em caráter de urgência, não tendo muita organização, se planeja a sua finalidade, seu objetivo.

Nem todo tipo de acontecimento pode ser considerado como evento, mas sim o que é planejado, que reúne um grupo de pessoas que tenham um objetivo em comum. Uma festa de aniversário ou casamento, shows, jogos, competições esportivas, exposições, festivais, mostras de arte, um congresso ou uma palestra, são considerados eventos.

Mas evento pode ser um acontecimento tão genérico que, após pesquisas nos dicionários tais como o Priberam, a definição em comum encontrada é simplesmente “acontecimento, sucesso, êxito” (PRIBERAM, 2012). Ou seja, todo tipo de acontecimento pode ser considerado um evento.

Contudo Renato Andrade tem uma boa conceituação disto no seu livro “Manual de Eventos”:

Evento é o conjunto de ações definidas previamente, gerando um acontecimento. Nas suas mais diferentes formas, o evento pode desempenhar funções importantíssimas como disseminar o conhecimento, oferecer lazer e entretenimento, estimular negócios, conscientizar comunidades e contribuir para o entendimento entre os povos. (GABRIEL, IKEDA, apud ANDRADE, 2007).

Seria correto afirmar que como os eventos são um acontecimento planejado, também deveriam acontecer em lugares planejados para o seu acontecimento. Nos eventos de grande importância, na maioria das vezes isso acontece, contudo eventos locais e regionais, nem sempre são realizados em locais apropriados, pois nem toda localidade está adaptada para receber todos os tipos de eventos.

Como dito inicialmente, pode-se deduzir que os primeiros eventos foram realizados em torno de uma roda de fogo ou dentro de uma caverna (BENEVOLO, 1997). Para a importância da época estes espaços atendiam claramente às necessidades. Contudo, com a evolução da tecnologia, da arquitetura e das cidades como todo, cada vez mais o homem desenvolveu espaços mais adequados e qualificados para seus eventos, tais como locais de adoração no Egito

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antigo, locais de discussões políticas na Grécia de ouro, arenas esportivas do império romano, mesas redondas do período medieval e até mesmo salões de palácios do período Clássico.

Todos os povos, nações e etnias sempre desenvolveram espaços para a realização de seus eventos, e com o tempo e evolução das ideias, estes espaços foram ficando cada vez mais planejados, e a partir do momento em que o homem passou a classificar os eventos e categorizar os seus tipos, estes locais foram recebendo nomes de acordo com a atividade que seria exercida neles. Por exemplo, as arenas gregas e romanas foram planejadas para jogos esportivos, assim como o Coliseu (Figura 1) para as batalhas esportivas e o Circus Máximus para corridas de bigas (ONÇA, 2004). Hoje temos os

ginásios esportivos, que inicialmente foram planejados para esta atividade, e que devido à falta de lugares específicos que abrigam o número de pessoas que os ginásios atendem, passa também a exercer a função de centro de eventos de shows. Outro exemplo são as feiras que no período medieval reuniam comerciantes de várias regiões para expor, comprar e trocar produtos, que evolutivamente começou a necessitar de espaços mais adequados.

A busca por espaços mais preparados para atender esta evolução comercial teve um marco importante na revolução industrial com o The Crystal Palace (Palácio de Cristal), uma enorme construção em ferro fundido e vidro, erguido no Hyde Park (Figura 2), em Londres, para receber a Grande Exposição de 1851.

O “Palácio de Cristal” foi um dos primeiros centros de convenções construído devidamente para este propósito (PIGGOTT, 2004). Foi onde nasceu a “A Grande Exposição dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações” a primeira exposição internacional de indústria. Isto prova que locais adequados para a realização de determinados eventos podem ocasionar revoluções históricas para a região e para humanidade.

Conforme (GABRIEL, IKEDA, apud BONONI 2001), o primeiro centro de convenções “experimental” das Américas foi aberto na Costa da Califórnia em 1913, para sediar encontros universitários. No final da década de 60, segundo (GABRIEL, IKEDA, apud BONONI 2001),

Figura 1: Coliseu e Circus MáximusFonte:http://journals.worldnomads.com

Figura 2: The Crystal PalaceFonte:http://designhistorylab.com

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este tipo de edificação havia se tornado uma tendência inevitável. Nesta mesma época, foi inaugurado o primeiro centro de convenções propriamente dito, em Tarrytown, Nova York. Em meados dos anos 70, havia cerca de 15 centros de convenções localizados na região nordeste dos Estados Unidos. Dez anos depois, centenas de outros similares já estavam em operação, atendendo a milhares de encontros em todo o mundo.

Locais para eventos, como festas de casamento, cerimonias religiosas, políticas e de guerras, teatros e apresentações culturais sempre existiram no decorrer da história. Mas nunca como um espaço de uso exclusivo a estes e outros fins, para realizações de eventos. Contudo os espaços e edificações para a realização de eventos sempre foram muito dinâmicos acompanhando a evolução e identificação das necessidades. Assim como a adaptação de espaços que outrora serviam para executar outra atividade e hoje podem receber nova função, como a adaptação de arenas romanas para a realização de shows e concertos.

Enfim, os eventos podem acontecer em qualquer espaço que atenda às necessidades do momento, e nem todo espaço está qualificado para todo tipo de evento. Além do fato que as necessidades das realizações são dinâmicas e evolutivas, criando a situação que nem toda edificação é definitiva para os eventos. Contudo com as exigências atuais se faz sempre necessária a edificação ou requalificação de novos espaços para atender às necessidades de cada categoria, classe e tipo de eventos de acordo com a sua importância.

No Brasil, como informa Matias (2002), o primeiro evento do qual se tem conhecimento, ocorrido em espaço destinado à realização de eventos, foi um Baile de Carnaval, em 7 de fevereiro de 1840. Esse baile aconteceu nos salões do Hotel Itália. Naquele mesmo mês e ano, o Café Neville, também no Rio de Janeiro, anunciava seus bailes. Até então, o Brasil não tinha nenhuma experiência em organizar eventos técnicos e científicos, feiras e exposições. E em 1923 foi inaugurado o Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, local que passa a abrigar em seus salões os mais diversos tipos de evento, e que atrai um grande número de participantes

até os dias de hoje.

Em 1954 foi inaugurado o Parque do Ibirapuera, projetado por Oscar Niemayer. As áreas verdes ficaram a cargo do paisagista Burle Marx. O seu conjunto era composto por: pavilhão de feiras, vários museus, áreas para esportes, lago e outros. No Pavilhão de Feiras do Ibirapuera (Figura 3) é que aconteciam as grandes feiras, como Salão do Automóvel, Salão da Criança, etc. Com a inauguração do Pavilhão de Exposições do Palácio das Convenções do

Anhembi, nos anos de 1970, estas foram se transferindo para lá, conforme o espaço da Bienal ia

Figura 3: Pavilhão de Feiras do IbirapueraFonte: http://sampaonline.com.br

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se tornando insuficiente. Somente em 1972, com um Congresso de Dermatologia, é inaugurado o Palácio das Convenções do Anhembi. Cabe ressaltar que, quando o Congresso Brasileiro de Agências de Viagens foi criado em 1959, não existiam centros de convenções no país.

Quando se questiona o que é um centro de eventos, naturalmente se remete ao conceito de ‘evento’, isto pelo fato de que um centro de eventos é a edificação devidamente adequada para determinado tipo de acontecimento. Ariana Bononi fez uma boa conceituação em seu TFG sobre um centro de eventos para cidade Maringá.

O centro de eventos é um local destinado a grande concentração humana, com a finalidade de debater, reunir e apresentar congressos e eventos culturais de vários meios... oferecendo toda uma infraestrutura... como espaço físico, conforto térmico-acústico, etc. (GABRIEL, IKEDA, apud BONONI, 2001).

Observando a conceituação genérica de um centro de eventos, e compreendendo que assim como os eventos são classificados por nível de abrangência, categoria e tipo ou tema, os centros de eventos seguem as mesmas características, sendo previamente projetado para atender específica ou múltipla classe de eventos. Com isso surgem diversos tipos de centros de eventos, centros de convenções, estádios e arenas, casas de show, centros de exposições, e até mesmo centros de eventos genéricos, que abrigam mais de uma classe de eventos, e com isso não tem uma definição específica, a exemplo do Centro de Eventos do Pantanal, situado em Cuiabá – MT.

Hoje as feiras industriais movimentam um mercado de 35 bilhões de dólares no mundo. São 40 anos e mais de 600 feiras que venderam e promoveram a indústria brasileira no país e no exterior. Existe no Brasil a Convention e Visitors Bureau, uma organização cooperativa privada que reúne associações e empresas do trade turístico, entidades de setores produtivos da indústria e do comércio, grupos de lojistas, órgãos governamentais, clubes de serviço e outros segmentos. Esta instituição tem como principal objetivo a captação de eventos e visitantes para a área geográfica de sua representatividade, visando o desenvolvimento da atividade turística em geral e do turismo de negócios em particular. “Em 2012, o Brasil passou de nono para sétimo lugar entre os principais realizadores de eventos internacionais” (Embratur, 2012). É o 21º colocado como destino para encontros internacionais e ocupa a terceira posição no contexto das Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos e o Canadá.

Para Matias (2002), como a construção de centros de convenções no país apresentou crescimento considerável nos anos 80, surgiu nesse período, precisamente em 1985, uma entidade com o objetivo principal de orientar tecnicamente a implantação, construção e reformas de centros de convenções. Trata-se da Associação Brasileira de Centros de Convenções, Exposições e Feiras – ABRACCEF, localizada em Curitiba – PR.

Com eventos cada vez mais globalizados, há também a necessidade de que os centros de eventos se adaptem aos padrões internacionais, que têm como instituição regularizadora a IACC – Internacional Association of Conference Centers.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, obrigou o país se enquadrar nos padrões internacionais dos centros de conferência, e o selo de qualidade da IACC é requerimento obrigatório por órgãos como a FIFA (Federação Internacional de Futebol) que está organizando este principal evento. Outras grandes empresas de tecnologia e de investimentos começam a exigir este selo de qualidade para que a cidade possa receber seus eventos e investimentos.

Hoje, existem vários centros de convenções e exposições construídos no Brasil, como o Centro de Convenções de Curitiba, Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, Centro de Convenções de Florianópolis, Centro de Convenções Rebouças, Complexo Anhembi, Centro de Convenções de Pernambuco, entre muitos outros. Em Cuiabá, o Centro de Eventos do Pantanal ainda não possui o selo da IACC, porém tem registro aprovado na Associação Brasileira de Centro de Convenções - ABRACCEF.

A Copa de 2014 serve de trampolim para alavancar os negócios na Capital de Mato Grosso. Com este crescimento comercial a cidade de Cuiabá passa a exercer um grande potencial no turismo de negócios do país. Com isso, necessita cada vez mais de espaços voltados para eventos, palestras e convenções.

E como Cuiabá é o centro de serviços de Mato Grosso e polariza uma das regiões mais produtivas do mundo, há uma série de obras já anunciadas pelo Governo que serão executadas para Cuiabá receber os jogos. Isto tem feito com que muitas empresas e pessoas venham à cidade para apresentar seus produtos, projetos e conceitos. Exemplo disto é o crescimento e fortalecimento da Feira do Empreendedor, realizada anualmente no Centro de Eventos do Pantanal.

Atualmente (2012), o estado de Mato Grosso conta apenas com o Centro de Eventos do Pantanal (Figura 4), único centro reconhecido pela ABRACEF nesta região.

Conforme entrevista feita com Charles Marques, gerente do Centro de Eventos do Pantanal, o centro possui área total de 20 mil m² e 11.950 m² de área para locação, cinco auditórios, 16 salas flexíveis e pavilhão de exposição, uma lanchonete e uma cozinha industrial, além de dois estacionamentos – um, com capacidade

para 1.500 veículos, destinado ao público que comparece aos eventos, e o outro, com 2,5 mil m², específico para carga e descarga e com acesso reservado para facilitar a logística de

Figura 4: Centro de Eventos do PantanalFonte: http://www.eventospantanal.com.br/

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transporte. O Centro de Eventos é dividido em três pavimentos, Água (subsolo), Terra (térreo) e Sol (1º piso), sendo o pavimento Terra o principal, onde localiza o pavilhão de exposição e o auditório principal que atente até 1.100 pessoas, e quando dividido (por divisórias flexíveis com tratamento acústico), se transformam em três auditórios de capacidade para 400 pessoas. O Pavilhão das Nações, principal espaço, tem 3.740 m², pé direito de 12 metros de altura e um vão livre de 50 metros lineares. Não possui nenhum tipo de obstáculo visual, permitindo a realização de shows, exposições e feiras de grande envergadura. Seu espaço é suficiente para a instalação de 180 estandes, de 12 m² cada.

As atividades principais do Centro de Eventos do Pantanal são na área comercial, apresentação de produtos, e sua segunda principal atividade são shows e feiras culturais.

Além do centro de eventos citado acima, está em construção na cidade de Sorriso, norte de Mato Grosso, uma nova edificação destinada a polarizar os eventos comerciais e culturais da região norte do estado.

O Centro de Eventos e Cultura de Sorriso (Figura 5) é bem menor que o Centro de Eventos do Pantanal, tendo área construída de 2.892,49 m². Esta edificação é dividida em quatro blocos: pavilhão de eventos, anfiteatro, biblioteca e administração, restaurante e lojas, interligadas por uma grande praça central para eventos ao ar livre. Conforme Rafaela Zanirato, arquiteta da obra, o objetivo principal é ter um local público para que a cidade atraia investimento e turismo, além de atender às necessidades da população.

Além do uso destes espaços devidamente edificados para a função de realizar eventos e convenções, a capital de Mato Grosso conta com uma rede de hotéis que fazem uso de seus auditórios para atender a demanda de interesse comercial.

Os eventos têm diversos tipos de classificações, e são inúmeros os tipos de realizações. Contudo, fazendo um agrupamento por classe, categoria e tipo, o IACC (Internacional Association of Conference Centers), quando aborda os padrões de qualidade, destaca a sua abrangência por grau de importância dos eventos, tal como: mundial, continental, internacional, sul-americano, nacional (brasileiro), regional (estadual), municipal e local.

Ainda se tratando de classificar os eventos, o IACC também categoriza estes eventos por institucional e promocional, com diversas áreas de interesses: artística, científica, cultural, empresarial, política, religiosa, turística, etc...

Figura 5: Centro de Eventos e Cultura de Sorriso - MTFonte:http://mtnoticias.net

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Além de classificar os eventos por importância e categoria, se fez necessário separá-los por tipo ou formato, tais como: congressos, convenções, seminário, simpósio, painel, conferência, fórum, palestras assembleia, feira, exposição, salão, show, brainstorming (discussão de ideias), roda de negócios, teleconferências, desfile, festival, concurso, comício, entrevista coletiva, curso, workshop, eventos sociais e muitos outros.

Para determinar qual o tipo de evento se planeja realizar, é necessário um cruzamento de informações a fim de definir a sua abrangência, importância, interesses e categoria de realização. Cada tipo de evento tem um conjunto de informações que o identifica como de fato à realização que se propõe, ou seja, não se pode realizar um evento musical e classificá-lo como congresso ou conferência, pois este tipo de evento se enquadra como um tipo de show. Mas é possível que haja eventos dentro de eventos, fazendo assim uma combinação de diversas atividades em conjunto. Em um congresso pode haver um show musical, mas fica definido que o interesse e a importância do evento não é o show.

O conhecimento sobre os tipos de eventos possibilita igualmente a definição do tipo de centro de eventos cabível à Capital mato-grossense. A demanda por palestras de negócios, oferta de serviços e produtos para Cuiabá tem crescido muito. A busca de empreendimentos que desejam anunciar novos produtos para a cidade cresceu 53,07% de 2009 para 2012 (Portal da Copa, 2012). Isso leva em conta a cidade ser sede de jogos Copa do Mundo FIFA de 2014. Mas além dos interesses que esporte e turismo atraem, o interesse da indústria também alavancou a busca por centros de eventos para treinamento e capacitação de pessoas.

Muitos organizadores de eventos criam sua própria definição sobre centros de eventos, porém a Associação Internacional de Centros de Conferência (IACC) tem critérios claros que definem este conceito. Ela tem uma classificação de 30 pontos que separam seus 330 centros de membros do mundo de instalações para reuniões.

Entidades como o IACC e a ABRACCEF (Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras) reúnem e associam centros de convenções e de exposições de todo o Brasil e no mundo, com a finalidade de promover a integração e a troca de informações relativas às áreas de operações, finanças, tecnologia, gerenciamento, marketing, comercial, relações com clientes, desenvolvimento de negócios e classificação do centro de eventos, certificando e qualificando-os como aptos e não aptos a receber tipos de eventos.

Com isso pode-se notar que nem todo centro de evento atende os requisitos mínimos das entidades regularizadoras, e com isso deixam de realizar eventos de cunho nacional e internacional de algumas empresas que exigem esta certificação.

Locais para eventos, como festas de casamento, cerimônias religiosas, políticas, teatrais e apresentações culturais sempre existiram no decorrer da história. Mas é recente a

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edificação como um espaço de uso exclusivo a estes e outros fins, para realizações de eventos.

Analisando os interesses de uso comum, e observando a carência de espaço de uso exclusivo para atender as necessidades crescidas do turismo de negócio na capital de Mato Grosso, pode se concluir que a cidade precisa de um centro de convenções, uma edificação de uso exclusivo e qualificado para conferências, congressos, palestras, treinamento estratégico, lançamentos de novos produtos, e altamente preparado para o novo mercado tecnológico, podendo assim integrar as metas do turismo de negócios com inclusão digital.

Conforme o dicionário Priberam (2012) informa, conferência do latim conferentia significa “reunião”, e um de seus significados no Brasil é “uma reunião de pessoas para tratar de temas ou interesses comuns”. E esta atividade pode ser realizada num congresso ou convenção. É comum delegar o termo congresso, quando a reunião une pessoas representantes de diversas regiões de um país e internacional, e o termo conferência pode ser empregado de forma genérica para pequenas e médias reuniões. O termo maior que abrange conferências, congressos, palestras e seminários, é convenção, e o espaço mais adequado para isso é um centro de convenções. Um Centro de Convenções genuíno, não é o mesmo que um centro de eventos, pois ele não atende diversas atividades de forma generalizada, mas atende, e com excelência, a sua atividade específica: a área de negócios.

Os centros de convenções não são idealizados para realização de apresentações musicais e teatrais, também não é concebido para atender festas e cerimônias de casamento e aniversário. Contudo, conforme a IACC ele tem de ter tecnologia e espaços adequados para desenvolvimento das categorias de negócios, ser aptos a lidar com uma grande variedade de reuniões. Por ser especializado em reuniões de pequena e média duração, isso sendo relativo ao tempo de permanência nas reuniões, e não na sua quantidade de dias, os centros têm de dispor de um amplo e arejado espaço de lobby e restaurante (quando necessário). É sempre um ponto positivo, ter o centro de conferência próximo aos hotéis, áreas de recreação e de interesse comercial da cidade.

Este tipo de edificação prioriza os negócios. É projetada para maximizar a produtividade de reuniões menores (tamanho médio, de 25 a 75 pessoas) com espaço dedicado exclusivamente para conferências, livre de distrações.

A IACC determina às instalações padrões rigorosos e diretrizes para garantir alta qualidade dos serviços de conferências ao redor do mundo. Definições que o mínimo de 60% (com base na área líquida) do espaço da edificação deve ser destinado a reuniões no centro de conferências. Também é necessário que tenha salas de conferência para atender diversas demandas de usuários, sendo dimensionadas em salas de 25, 75, 150, 300, 600 e 1.200 pessoas, devidamente acomodadas e com mobiliário ergonomicamente projetado. Para as salas de reuniões de pequeno porte, indicam-se janelas com cortinas para eliminar substancialmente a luz de fora do ambiente. Todos ambientes dedicados a auditórios, palestras e conferencias devem ter controle de clima individual.

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O “Ambiente Reunião Total” deve naturalmente proporcionar um mínimo de infraestrutura de tecnologia e equipamentos para apoiar uma reunião bem-sucedida. Porque o melhor ambiente possível para reuniões de trocas de experiências e de aprendizagem é exatamente o que cada centro de conferências do IACC se esforça para oferecer. Todo o espaço dedicado a conferências deve ter arquitetura de interiores, acessibilidade, energia suficiente, infraestrutura de sinal, elementos de design e disposição física para suportar o conveniente e desobstruída ao uso de todos os equipamentos portáteis de tecnologias audiovisuais da apresentação.

Reiterando, o alvo principal de um Centro de Convenções são palestras, seminários e encontros de negócios. Sendo assim, os principais ambientes necessários são os auditórios. Tanto quanto os auditórios, é importante um pavilhão de exposição, um bom lobby e boa infraestrutura de serviços, como sanitários, lanchonetes e copas.

Em se tratando de auditórios para receber diversos tipos de palestras e reuniões, é de fundamental importância para uma boa abrangência do Centro de Eventos, que haja flexibilidade e diversidade de auditórios, salas dimensionadas para 25, 50, 100, 300, 500 e acima de 1.200 pessoas. Para a praticidade necessária, além de ter uma boa variação de tamanhos dos ambientes, é muito interessante que eles sejam adaptáveis, podendo através de divisórias ampliar ou reduzir o seu tamanho, de modo que atenda a eventos para diversas capacidades de pessoas.

Segundo o escritor e arquiteto alemão Peter Neufert (NEUFERT, 1999) o ângulo de visão e espaçamento entre poltronas (Figura 6), são essenciais para que o usuário desfrute de melhor conforto. Ele cita em seu livro “A arte de projetar em arquitetura”, que a distribuição radial é a mais indicada para auditórios que abrigam mais de 1.200 pessoas, com melhor desempenho tanto acústico quanto em conforto visual.

É importante também ressaltar que o ângulo de visão do espectador não pode passar de 45 graus em relação ao palestrante (Figura 7), isto avalia e ajuda a definir as melhores formas para este ambiente.

Para se dimensionar um auditório, primeiramente é preciso saber o número de pessoas que ele atenderá. Em seguida, o espaço necessário para as apresentações (o palco) e por fim multiplicar por 1,10 m², que é o espaço necessário para a poltrona, o usuário e o transeunte.

Figura 6: Espaçamento entre poltronasFonte:NEUFERT, 1999

Figura 7: Relação entre forma e campo de visãoFonte:ROCAFORT, 1999

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Vale lembrar que é imprescindível estudar e aplicar as normas de acessibilidade encontradas na NBR 9050. Não se deve locar os PNEs (Portadores de Necessidades Especiais) nos piores espaços do ambiente, e claro, se o auditório tiver boa acessibilidade, todo o espaço dele será melhor utilizado.

Para não cometer erros no projeto de auditório, conta como ponto positivo observar a “Cartilha Santos Para Todos”, que na segunda edição, em 2006, apresenta gráficos mais fáceis de compreender. Esta cartilha faz uma releitura da NBR 9050 de forma dinâmica e prática, ressaltando o uso de espaços públicos, tais como auditórios, teatros e cinemas, conforme pode-se notar na imagem ao lado (Figura 8).

Ao principiar o projeto de um Centro de Convenções devem-se definir os ambientes necessários para o funcionamento deste tipo de edificação. Entrevistas, análise de precedentes e visita técnica, ajudaram a definir o programa arquitetônico, e deve-se elaborar o diagrama funcional (Figura 9) e pré-dimensionamento, que informa a área mínima necessária para se instalar o Centro de Eventos. As principais informações encontradas foram a quantidade de ambientes a projetar, que ultrapassava 40, e a área aproximada deste tipo de projeto, que ficou na margem de 8 a 8,5 mil m² de área construída. Isto deu as diretrizes que influenciaram diretamente na definição do partido do Centro de Eventos em Cuiabá.

Figura 8: Localização de espaços reservados em teatros, auditórios e cinemasFonte:Cartilha Santos Para Todos, 2006

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Figura 9: Diagrama funcionalFonte: Arquivo pessoal

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4. DISCUSSÕES E RESULTADOS

Com a conceituação feita, deve-se começar a analisar o terreno, o seu entorno, suas conexões, sua topografia, e sua localização na área urbana. Após isto se pode escolher o terreno na Av. Miguel Sutil, esquina com a Av. das Flores no bairro Jardim Cuiabá.

A localização na cidade, além do seu grande espaço favorável a este tipo de edificação foram os critérios que definiram a escolha deste terreno.

Foi escolhido o terreno demarcado em vermelho na imagem acima (Figura 10) pelo critério de sua localização na cidade, próximo à sede da copa, a Arena Pantanal, do ginásio Aecim Tocantins, ao lado do futuro Shopping Royal, a menos de 2 km do Shopping Goiabeiras e de hotéis de grande importância na cidade, na mesma rua do Hospital Jardim Cuiabá, na avenida de alta velocidade para o aeroporto e a rodoviária, confrontante direto a um clube de lazer e além de tudo isto, fácil acesso, amplo espaço e pouco desnível topográfico (Figura 11).

O terreno na escritura original possui a área de mais de 110 mil m², contudo após o pré-dimensionamento de 8 mil m², e a disposição de uma vaga para cada 50 m² de área construída,

Figura 10: Localização do terrenoFonte:Google Earth, 2012

Figura 11: TopografiaFonte: Arquivo pessoal

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constatou-se que esta edificação com estacionamento necessita apenas de 32 mil m². Por esta razão selecionamos um terço do terreno original, optando pela ponta próxima a rotatória, pois além do terreno apresentar pouca acidentalidade, oferece maior visibilidade com o entorno.

Ainda se tratando do terreno, o melhor acesso da edificação é pela via coletora, rua das Flores (Figura 12), que segue paralela à avenida Miguel Sutil, e margeia o terreno escolhido. O acesso escolhido reduz o tráfego de veículos na Miguel Sutil nos períodos de eventos (Figura 13), oferecendo mais segurança e menos transtornos aos usuários.

Com estas informações aliada ao estudo de insolação (Figura 14), definiu-se o ponto mais adequado para a instalação da edificação, o sistema de aproveitamento dos ventos noroeste e a melhor proteção solar, posicionando a fachada principal para o sul.

Figura 12: Vias e PGM:

Av. Miguel Sutil - 30m - via estrutural

Av. das Flores - 24m - via principal

Rua das Tulipas - 18m - via coletora

Fonte:Arquivo pessoal

Figura 13: Implantação. 1. Acessso principal, 2. Estacionamento,

3. Bloco de auditórios, 4. Pavilhão de exposição, 5. Stands de fast-foodFonte:Arquivo pessoal

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Figura 14: Estudo de insolaçãoFonte:Arquivo pessoal

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4. 1. PARTIDO

O partido foi definido por diversas influências, entre elas a referência de projetos internacionais, a definição do número de auditórios, os critérios de conceituação da IACC e ABRACEF, órgãos reguladores deste tipo de atividade, e o elemento ícone que foi fundamental para a solução da forma.

Entre as influências à ideia de concepção está a do arquiteto canadense Frank Gehry, ganhador do prêmio Pritzker, um tipo de Nobel da arquitetura, com seus projetos desconstrutivistas, como o Centro Fischer (Figura 15). A obra teve a concepção da forma num papel amassado, como algo moldado a mão.

Veio do projeto de Zaha Hadid, Civil Court for Madrid, a referência do programa arquitetonico, a ideia de grandes vãos, a solução de máscara solar para forma orgânica (Figura 16),

a maneira como ela sugere que a forma gera a edificação e não mais a edificação fica dependente da função. Além disto também foi observado nos projetos de Hadid a disposição do auditório em relação a edificação.

A IACC e a ABRACEF influenciaram na questão do programa, que diretamente influenciou no partido. Mas com certeza, o elemento que mais interferiu nas decisões do partido foi o ícone escolhido. O papel e as suas manipulações.

Figura 15: Centro Fischer, Frank GehryFonte:http://architecture.about.com

Figura 16: Civil Court for Madrid, Zaha HadidFonte:http://inhabitat.com/civil-court-for-madrid-from-zaha-hadid/

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O papel é produzido através das fibras de origem vegetal, pode ser comprado em rolos ou em folha. Está no hall da fama, entre as invenções e descobertas mais fantásticas da humanidade. A maioria dos historiadores dizem que foi inventado na China, e que era feito através do cozimento de fibras, depois batido e esmagado, até virar uma pasta que passava por uma peneira e era untada numa forma para, após secar, ganhar consistência e rigidez maleável.

O papel desde a sua fabricação, serviu para formular documentos, armazenar histórias, propor ideias, e fixar contratos. Já se fazia presente nos negócios, antes do computador, da internet, dos tablets, antes mesmo da máquina de datilografia.

O papel, que sempre esteve em evidência, hoje se faz cada vez mais ausente pelo avanço da tecnologia. Pensando nisto acolhe-se a ideia de usar as formas modeladas do papel para deixar sua marca histórica como representante dos negócios. O papel amassado, o origami, o formato A3, o papel rasgado, o papel enrolado e como resultado o projeto no papel.

O papel amassado, representa tantas tentativas de produzir uma grande ideia, o origami, dobradura, representa a sua origem no oriente. Conforme se pode observar na perspectiva abaixo (Figura 17), a junção orgânica do papel amassado aliado a arte do origami forma a máscara solar que permite proteção das fachadas da edificação. Do origami, modela-se os stands de fast-food, e também é referência ao origami, o forte crescimento do mercado chinês e as grandes relações de negócios dos asiáticos com os brasileiros, especialmente os mato-grossenses, pelas exportações de grãos e importações de tecnologias. Do papel enrolado, veio a inspiração para as caixas d’água, instaladas ao redor da edificação fazendo complemento da linguagem. E do formato A3, surgiu o pavilhão de exposição. O pavilhão possui a mesma escala de dimensão do formato A3 (29,7 x 42m).

Figura 17: Apresentação dos volumes e partidos. 1. Bloco de auditórios - Papel amassado e origami, 2. Pavilhão de exposição - Papel A3,

3. Stands fast-food - Origami, 4. Caixa d’água - Papel enrolado, 5. Plano de piso terreo - Papel rasgadoFonte:Arquivo pessoal

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4. 2. PROJETO

O projeto é composto por um conjunto de 4 volumes distintos: o bloco de auditórios e administrativo, uma praça de alimentação ocasional, o pavilhão de exposição e as caixas d’água.

Com seus 8.430,89 m² de área construída instalados no terreno de 32.851,78 m², a edificação ocupa apenas 25% da área. Apresentando um grande auditório para 1.800 pessoas, dois médios auditórios para 300 pessoas, 3 pequenos auditórios flexíveis de 150 pessoas e mais 4 grandes salas para 25 e 50 pessoas. Além disto, ele conta com sala de imprensa, de reunião, duas salas superequipadas para conferências virtuais, loja de informática, livraria, cyber café, elevadores panorâmicos, amplo lobby, praça de alimentação e um grande pavilhão de exposições.

O centro de convenções possui infraestrutura adequada para todo tipo de evento de tecnologia, capacitação profissional e inclusão digital. No pavimento térreo (Figura 18) tem-se boa área de convivência, com jardins internos e integração visual multinível (Figura 19), a edificação é composta de dois pavimentos, com estrutura metálica, e um leve rebaixo de 80 centímetros na parte mais baixa do auditório principal.

Os jardins internos criam um microclima (Figura 20), proporcionando de forma sustentável o conforto térmico, reduzindo o consumo de ar condicionado. Apenas os auditórios e administrativos possuem ar condicionado, o lobby e os espaços de transição são favorecidos com a ventilação cruzada dos grandes vãos. Os acessos controlados favorecem a segurança e organização da edificação, pois o usuário fica mais direcionado a seus interesses. O auditório principal é isolado no meio da edificação para favorecer a acústica e proteger da insolação, com os outros ambientes servindo de barreira, veja na próxima página (Figura 21).

Figura 18: Perspectiva em corte pavimento terreo. 1. Lobby, 2. Livraria, 3. Loja de informática, 4. Auditórios de 150 pessoas, 5. Caixas d’água,

6. Pavilhão de exposição, 7. Auditório de 300 pessoas, 8. Sala de imprensa, 9. Auditório principal, 10. Sanitários, 11. Área técnica/camarins, 12. Acesso principal, 13. Acesso de serviço, 14. Fast-food.

Fonte:Arquivo pessoal

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Figura 19: Corte diagonal 1. Acesso principal, 2. Acesso de serviço, 3. Lobby, 4. Auditório principal, 5. Elevador,

6. Lobby superior, 7. Lojas, 8. Áreas técnicas e camarins, 9. Área técnica.Fonte:Arquivo pessoal

Figura 20: Corte esquemático para ilustrar a vazão de calor.Fonte:Arquivo pessoal

Figura 21: Planta baixa térreoFonte:Arquivo pessoal

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O pavimento superior (Figura 22) se compõe quase das mesmas instalações do pavimento térreo, com a diferença de maior concentração de ambientes administrativos, e oferecendo também espaços mais adequados a pequenos grupos, observe no desenho abaixo (Figura 23).

Figura 22: Perspectiva em corte pavimento superior. 1. Lobby, 2. Elevadores, 3. Recepção ADM, 4. Auditórios de 50 pessoas, 5. Caixas d’água,

6. Pavilhão de exposição, 7. Auditório de 300 pessoas, 8. Sala de video conferência, 9. Auditório principal, 10. Sanitários, 11. Área técnica, 12. Acesso principal, 13. Acesso de serviço.

Fonte:Arquivo pessoal

Figura 23: Planta baixa pavimento superiorFonte:Arquivo pessoal

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Através de suas fachadas (Figura 24, Figura 25) e suas perspectivas (Figura 26) pode-se notar de forma clara as influências do elemento papel manipulado criando volumes no partido, e também é possível visualizar que toda a edificação é cercada de janelas que permitem a abertura do todo, assim como a máscara solar perfurada (Figura 27), com placas de com vazados diferenciados de acordo com a insolação que ela sofre, com isso controlando a quantida de luz e calor que chega aos ambientes.

A solução do origami para a cobertura (Figura 26), favoreceu a melhor captura das águas de chuva, concentrando-as em calhas que levam até a cisterna que é utilizado em descargas, na manutenção de jardins e limpeza de toda a área.

Figura 24: Fachada norteFonte:Arquivo pessoal

Figura 25: Fachada oesteFonte:Arquivo pessoal

Figura 26: Perspectiva coberturaFonte:Arquivo pessoal

Figura 27: Detalhe Máscara solarFonte:Arquivo pessoal

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5. CONCLUSÃO

É possível entender que o “papel” e suas formas manipuladas foram fundamental na estética (Figura 28), e foi muito funcional ao uso. Além de que o seu manuseio para estudar a forma foi prático e possibilitou observar novas maneiras de projetar. Como dizia um dos mestres do desconstrutivismo, o arquiteto polonês Daniel Libeskind “A arquitetura deve nos fazer sentir diferente, se não, a engenharia já seria o suficiente.”. Inspirando em formas do dia a dia, pode -se gerar arquiteturas emblemáticas que além de ter significado possuem função.

Figura 28: Perspectiva do acesso de serviçoFonte:Arquivo pessoal

Figura 29: Perspectiva do acesso principalFonte:Arquivo pessoal

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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EMBRATUR, Instituto Brasileiro de Turismo. 2012.

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