Artigo rodrigo burgos

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A Copa do Mundo de 1938 e a sua influência na relação amorosa entre o radialismo e o futebol Rodrigo Arantes Burgos* Resumo: O presente trabalho tem, por finalidade, mostrar a influência do rádio - através das narrações fervorosas e emocionantes da Copa do Mundo de 1938, realizada na frança - na formação da paixão do brasileiro pelo futebol. Transformando as partidas do mundial - e dos torneios futebolísticos posteriores em espetáculos massivos, de grande audiência e muita emoção. O rádio contribuiu bastante na transformação desse esporte de origem inglesa em paixão nacional, transportando-o do campo para o imaginário popular. Os profissionais do rádio criaram uma inovadora linguagem de narração, despertando no ouvinte a insaciável paixão pelo rádio e a formação de heróis dentro dos campos e fora deles os radialistas e narradores. Palavras Chave: Rádio; futebol; Getulio Vargas; comunicação de massas Introdução Durante os longínquos anos 30, período temporal no qual ocorreu a Copa do Mundo da frança, em 1938, o Brasil era comandado por Getúlio Dornelles Vargas (1930 a 1945), que começa a direcionar um meio político-cultural ao país, redefinindo as concepções acerca do nacional. Getulio dava início ao Estado Novo, sob a justificativa de conter uma nova ameaça de golpe comunista no Brasil. O rádio é um objeto de extrema importância durante esse contexto político - futebolístico, pois, através do seu desenvolvimento como ferramenta de comunicação de massa (transmissão, divulgação), impulsionou a crescente popularização do esporte bretão termo antigo para apontar o futebol.

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A Copa do Mundo de 1938 e a sua influência na relação amorosa entre o

radialismo e o futebol

Rodrigo Arantes Burgos*

Resumo:

O presente trabalho tem, por finalidade, mostrar a influência do rádio - através das

narrações fervorosas e emocionantes da Copa do Mundo de 1938, realizada na frança -

na formação da paixão do brasileiro pelo futebol. Transformando as partidas do mundial

- e dos torneios futebolísticos posteriores – em espetáculos massivos, de grande

audiência e muita emoção. O rádio contribuiu bastante na transformação desse esporte

de origem inglesa em paixão nacional, transportando-o do campo para o imaginário

popular. Os profissionais do rádio criaram uma inovadora linguagem de narração,

despertando no ouvinte a insaciável paixão pelo rádio e a formação de heróis dentro dos

campos e fora deles – os radialistas e narradores.

Palavras – Chave: Rádio; futebol; Getulio Vargas; comunicação de massas

Introdução

Durante os longínquos anos 30, período temporal no qual ocorreu a Copa do Mundo da

frança, em 1938, o Brasil era comandado por Getúlio Dornelles Vargas (1930 a 1945),

que começa a direcionar um meio político-cultural ao país, redefinindo as concepções

acerca do nacional. Getulio dava início ao Estado Novo, sob a justificativa de conter

uma nova ameaça de golpe comunista no Brasil. O rádio é um objeto de extrema

importância durante esse contexto político - futebolístico, pois, através do seu

desenvolvimento como ferramenta de comunicação de massa (transmissão, divulgação),

impulsionou a crescente popularização do esporte bretão – termo antigo para apontar o

futebol.

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O futebol ajudou a popularizar o então emergente veículo de massas, enquanto o rádio

retirou o esporte de dentro dos estádios e o levou para o imaginário popular. O artigo

tem como proposta a reflexão sobre a importância do rádio na paixão insaciável do

brasileiro pelo futebol, tendo como objeto de estudo a Copa do Mundo de 1938, na

França, na qual foi realizada aprimeira transmissão esportiva de grande porte pelo rádio

e o período sob a batuta de Getulio Vargas. O mundial de 38 foi um marco do projeto

nacionalista varguista, pois atraiu a atenção da sociedade brasileira em vários segmentos

– sociais, políticos, intelectuais. O torneio, através da ferramenta radiofônica, teve um

quê de nacionalismo e identidade nacional em campo, difundidos e executados pelo

ideal Varguista.

Estudante do 5º período do curso de graduação em Comunicação Social, habilitação em

jornalismo, das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha) – Rio de Janeiro ; Estagiário em

Comunicação Social da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA).

Segundo Antunes (2004), Getúlio esforçava-se para realizar uma associação direta

entre elementos populares da época, como samba e futebol, com o que de mais íntimo

haveria na essência do brasileiro. A partir desse mundial (1958) iniciou-se um novo

hábito no Brasil: a elaboração de análises sociológicos do brasileiro por intermédio do

futebol.

O futebol era mais um dos elementos utilizados por Vargas como capaz de atrair a

atenção do povo brasileiro e criar a identificação deste com sua “nação”. Tantos os

jogos disputados no país quanto as atuações da seleção brasileira no exterior atraiam

grande atenção do público. É neste período em que o futebol sai definitivamente do

amadorismo e passa a ser institucionalizado. E, para contemplar e saudar esse momento

épico para a nação tupiniquim, o rádio foi o grande almirante do navio que aproximou o

futebol aos brasileiros, foi o tiro certo de uma combinação infalível e registrada até os

dias atuais: Brasil, o país do futebol.

Desenvolvimento

O futebol chegou ao Brasil em outubro de 1894, quando Charles Miller, jovem paulista

filho de ingleses, desembarca em São Paulo com duas bolas de couro na bagagem. Até

então, universitário, burguês e elegante, o futebol era obediente a um código e

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considerado esporte de grã-fino. Dois anos depois de São Paulo, o futebol foi trazido

para o Rio de Janeiro, em 1896, pelo suíço Oscar Cox

O rádio, em seus primórdios, era financiado por uma série de pessoas com uma boa

quantidade de capital, que se associavam às emissoras radiofônicas e “ sustentavam” a

programação que ia ao ar – participante como contribuintes, com uma programação

volta para seus gostos.

No início dos anos 30, com as propagandas sendo autorizadas, as programações de

rádio passam a ser mais direcionadas às massas, visando um maior lucro – mais

ouvintes. É uma época de importância profunda no contexto temporal de rádio/ futebol,

pois, nesse período, com a junção do futebol ao rádio, criou-se um instrumento

extremamente informativo e alheio a política do governo da época, conquistando o

público.

As primeiras transmissões esportivas eram bem discretas: O speaker, como era

denominado o narrador, decorava as características físicas dos jogadores ,pois as

camisas não eram numeradas como atualmente. Ele descrevia todos os lances da partida

sem qualquer intervenção de propagandas ou comentários e assim foi criando seu estilo

avassalador de narrar, depois consumado em todo o país. A persistência em realizar as

narrações por parte dos locutores e de seus assistentes contribuiu para o

desenvolvimento do jornalismo radiofônico brasileiro.

Nasce, aí, um estilo único e reconhecido de se fazer rádio, caracterizando as

transmissões esportivas brasileiras. Adrenalina, vibração, combinação entre palavras. O

rádio começa a despertar em seus ouvintes o imaginário mental das ações narrados,

consumindo uma matéria prima de produção radiofônica.

O locutor narrava: “agora o jogador fulano está na quadrícula seis,

passou para a sete”. Naquela época as irradiações eram feitas pelo

telefone e os locutores saíam correndo do campo para contar os lances

do jogo, já que não havia telefone sem fio, celular, ou satélite. Só

depois as transmissões esportivas viraram “óperas sonoras”, superando

e trazendo uma outra conotação para o próprio espetáculo (

BAUNWORCEL, 99, pág. 61)

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Leonardo Gagliano Neto: o percussor

A primeira transmissão internacionalaconteceu em 1936 – mas ainda não estava com

acesso direto a cadeia nacional, ouseja, a toda população-,no Campeonato Sul-

Americano, realizado em Buenos Aires. A honra coube a Leonardo Gagliano Neto.

O mesmo Leonardo Gagliano Neto – locutor paulista titular do Departamento de

Esportes da Rádio Clube do Brasil do Rio de Janeiro e único radialista sul-americano

em ação nos estádios franceses - inicia a transmissão do primeiro jogo do mundial da

frança (1938) entre Brasil e Polônia. O grande “amigo ouvinte” que, mais tarde, viria a

se tornar uma marca registrada da referência do rádio aos seus ouvintes, ganhava um

companheiro de vida: As transmissões radiofônicas de futebol.

O Campeonato Mundial de Futebol de 1938 aborda um momento especialíssimo do

rádio brasileiro: a primeira transmissão esportiva, em cadeia nacional, diretamente da

Europa.

O poder do rádio sobre os brasileiros nessa época – 1938 – era imenso. O povo

brasileiro ficou fascinado, encantado, enérgico e apaixonado pelas narrações vibrantes

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de Gagliano Neto. Os brasileiros aglomeravam-se em locais estratégicos do país – nos

quais eram instalados, pelas emissoras, altos falantes – para acompanhar as transmissões

radiofônicas diretamente dos estádios franceses. Os fãs da pelota estavam em êxtase, o

Brasil se rendia ao poder de comunicabilidade e intimidade do rádio.

Se a cobertura do mundial de 38 não tivesse o comando do rádio, o futebol, seria o que

é hoje, um grande sinônimo de paixão e alegria para os brasileiros? Essa é problemática

– reflexão, batizo assim, termo mais simpático – na qual meu artigo se sustenta.Com a

transmissão radiofônica, os brasileiros ganharam um deleite a mais em seus corações,

uma espécie delinguagem comum a todos no Brasil.Essa é a grande problemática

levantada no presente artigo. Com o governo de Getúlio Vargas, o Estado adotou a

postura de intervir na cultura para disseminar uma imagem moderna do país. O rádio foi

arma chave desse processo. E se as transmissões radiofônicas não tivessem feito tanto

sucesso com o povo durante o mundial, quem ousaria afirmar – com veemência – que o

futebol iria proliferar tanto e se tornar um agregador das massas? O rádio foi a grande

válvula de escape de um povo que vivia e respirava muitos conflitos.

As transmissões de rádio eram feitas, na maioria das vezes, por emissoras de ondas

curtas. Na época, não existiam repórteres de campo e, por conseguinte, o locutor fazia

de tudo – ficava na beira do gramado e no calor da torcida, nas arquibancadas -, por isso

era o símbolo máximo e constatado das rádios.

Segundo Franzini (1997), o futebol torna-se um meio de integração e ascensão sócio-

econômica para camadas mais populares. E também se estabelece como um dos elementos que

viriam a caracterizar a identidade nacional brasileira.

E assim foi. O mundial de 1938 veio para transformar a nação – e o rádio, é claro. A

qualidade das transmissões não das melhores, sempre sujeitas a muitas interferências.

Mas o rádio ocupava lugar de destaque, merecendo inteira atenção dos ouvintes que se

esforçavam para decifrar as palavras entre muitos chiados. Os receptores radiofônicos

da época ficavam instalados nas salas, em lugares especiais, e eram um verdadeiro

oratório familiar.

O amigo ouvinte

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Vale lembrar que em 1938 prevalecia o modelo de narração criado por Nicolau Tuma:

o gol era curto. O goooooool longo surge apenas em meados da década de 40, lançado

pelo locutor esportivo Rebello Júnior, apelidado Homem do Gol Inconfundível.

O ouvinte, então, era convidado a participar do espetáculo como parte do jogo,

através da utilização de nova retórica, uma nova linguagem – criada pelo rádio. Logo, o

torcedor adota esse novo significado e passa a repeti-lo à exaustão. Na narrativa

radiofônica esportiva, o uso da retórica estimula a visualização do jogo, abrindo espaço

para a fantasia e o próprio sonho do espetáculo. Abaixo, alguns dos termos mais durante

as transmissões.

Chamava-se puxeta ou chilena, esta uma denominação argentina. Com

Leônidas, que foi o mais perfeito executor da acrobacia, é que veio o

nome bicicleta, por escolha do locutor esportivo Gagliano Neto, muito

criativo e competente. ( MENDES, 99, p. 113)

Gol de letra: Batizado pelo radialista Mário Filho, nasceu em Fla-Flu nas Laranjeiras.

Sem-pulo: é aquela bola que vem pelo alto e o jogador pega ela de primeira, encheu,

certeiramente, antes mesmo que ela caia no chão.

Bicicleta: é uma jogada acrobática. O atleta se joga para o ar, tocando a bola no sentido

do campo adversário com os dois pés no ar, cabeça para baixo, caindo de costas..

Um dos craques da seleção brasileira de 1938, Leônidas da Silva, o Diamante Negro,

após o fim de sua carreira como jogador profissional de futebol, tornou-se comentarista

da Rádio Pan-america, umas das principais emissoras esportivas do país, o que prova

que a efervescência do rádio atingia ( e muito) os próprios jogadores.

A partir daí, o rádio erasó sucessos e o Brasil, que na copa de 38 – sob a batuta do

grande Leonidas da Silva – parecia entrar em campo coberto por uma identidade

nacional, ganhava um imponente instrumento de informação e paixão.

A copa de 1938 trouxe ao rádio esportivo, principalmente quando se refere ao futebol,

um espetáculo à parte, uma recriação do que ocorre em campo. Um show do qual, além

dos jogadores e do trio de arbitragem, participam as equipes esportivas radiofônicas,

verdadeiros artistas na arte da criação de imagens e no estabelecimento de diálogos

mentais com seus ouvintes.

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Atualmente, José Carlos Araújo, comumente conhecido como Garotinho, se tornou o

símbolo maior do radialismo esportivo brasileiro, carregando multidões de ouvinte às

emissoras de rádio nas quais estivesse exercendo o seu magistral ofício: A locução

esportiva.

Tendo atuado nas maiores emissoras radiofônicas do país – Roquete Pinto, Rádio

Globo, Rádio Nacional e, atualmente, na Rádio Bradesco Esportes FM -, Garotinho

imortalizou, com suas narrações incríveis e suas expressões como vai mais, ecapricha

garotão, diversos clássicos futebolísticos, tais quais o Flamengo x Vasco, o chamado

clássico das multidões.

As narrativas radiofônicas, desde Gagliano Neto até José Carlos Araujo, fizeram – e

ainda fazem, de certa forma – o Brasil viver o futebol intensamente. Faz com que os

brasileiros mergulhem nesse esporte de maneira profunda. A hipótese levantada no

presente trabalhoaborda a televisão, que mesmo com todo o desenvolvimento

tecnológico e seus múltiplos recursos, ainda não conseguiu descobrir um estilo peculiar

de narrativa -diferentemente do estilo já consolidado pelo rádio -nos jogos de futebol.

A televisão ainda não conseguiu se tornar um amuleto do cidadão brasileiro, objeto

este que o rádio sempre foi, é e sempre será. É comum, mesmo na era pós-globalizada,

que a grande maioria dos aparelhos celulares possuem interne, televisão, etc..., avistar

torcedores com seus radinhos – solenemente colados aos seus ouvidos –

acompanhandooutros jogos em circulação, ou até mesmo acompanhando o mesmo jogo.

Uma forma clara da fidelidade do torcedor pelo eterno aparelho de reprodução de

áudio sem imagens.

Outro ponto é que o estilo peculiar de transmitir uma partida faz dos locutores

esportivos na transmissão radiofônica, parte do jogo. Essa narrativa do rádio parece ter

sido incorporadaao espetáculo. Daí o torcedor levar o aparelho para os estádios, como

uma “muleta” para “ver melhor” o jogo, ou optar por assistir a tv, mas se manter fiel ao

áudio do rádio.

Quem, como eu, se criou ouvindo aqueles artistas da emoção que

irradiavam os jogos, nunca pôde aceitar outro estilo de narrar que não

fosse o dramático latino. Lembro que na primeira vez em que fui ver

um jogo até me decepcionei um pouco. Futebol no campo era

emocionante, mas não era tanto como no rádio. Mas nunca perdi a

impressão de que quem não transmitisse o futebol como um locutor

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brasileiro, de certa forma o estava traindo. Era inadmissível, por

exemplo, que o grito de ‘gol’ tivesse um só ‘ó’.”Luis Fernando

Verissimo (Luis Fernando Verissimo, O Estado de S. Paulo,

24.06.1998)

Conclusão

Pode-se concluir que futebol e o rádio se somam, se completam e, a saudosa Copa do

Mundo de 1938, lá nos primórdios do futebol, em terras de Napoleão, foi decisiva nesse

casamento dos gigantes das massas. O mundial em questão ajudou – com sua

transmissão empolgante - a transformar as transmissões das partidas em espetáculo de

massa. Isso se deve aos profissionais do microfone, à dinâmica do esporte e ao maior

interesse popular. Sua mobilidade, praticidade e acessibilidade por parte do público

fizeram dele o grande parceiro do futebol. O rádio levou o esporte a todo o Brasil, mas

foi mais além. Contribuiu, de forma definitiva, para formar novos torcedores e

realimentar a paixão de várias gerações.

A narrativa radiofônica do futebol conquistou o torcedor e o cativou. O futebol e o

rádio são potências de massa que cresceram juntos. A copa de 1938 foi fundamental

nessa incrível contexto. Tenho certeza que Vargas – sim, ele mesmo, o grande Getulio -,

de onde quer que esteja, está feliz pelo sucesso desse casamento.

O rádio e o futebol ainda caminhão juntos durante muitos anos, são duas histórias em

paralelo. Se o futebol é o hoje o esporte mais popular do planeta, deve-se muito ao

rádio, o veículo mais popular do Brasil – e um dos mais populares do mundo. Como em

um grande time, que atua em conjunto, o rádio joga como uma espécie de meia-de-

ligação, dando os passes necessários para os gols.

O mundial da frança, mesmo com o Brasil não tendo ganho, teve grande repercussão em

terras brasileiras, nas mais variadas vertentes sociais, mostrando que o futebol passava,

então, a ser um assunto de extrema importância para a população. Estava sendo criada,

assim, uma espécie de identidade nacional do povo brasileiro, identidade está

construída sobre as mãos de um veículo de comunicação que viria a se tornar (e já

estava se tornando) uma grande paixão do povo: o rádio.

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A partir daí, as vitórias que a seleção brasileira alcançava serviam como base a

difusão desse modelo nacional. Rádio e futebol, dois elementos transformado, graças a

Vargas, como membros da cultura popular. No mundial da França, o esporte - que já era

popular – atingiu as massas. O desenvolvimento e a atuação espetacular do rádio na

cobertura do mundial em questão, foi fator dominante para tal popularismo. O rádio, na

Copa do Mundo de 1938, ajudou Getulio a implantar a política nacionalista do seu

governo. O estadista utilizou o rádio para propagar o futebol e, com isso, expandir o

patriotismo e o nacionalismo brasileiro. Um país movido pelas fantásticas atuações do

rádio no mundial em terras napoleônicas e, por conseguinte, um casamento que perdura

até os dias atuais.

Referências bibliográficas:

ANTUNES, Fátima M. R. F. “Com brasileiro não há quem possa!” – Futebol e

identidade nacional em José Lins do Rego, Mário Filho e Nelson Rodrigues. São Paulo:

Editora Unesp, 2004.

MENDES, Luiz,7 mil horas de futebol, Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1999.

FRANZINI, Fábio. Corações na ponta da chuteira: capítulos iniciais da história do

futebol brasileiro (1919-1938).Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

MURCE, Renato, Bastidores do rádio, fragmentos do rádio de ontem e de hoje, Rio de

Janeiro, Imago, 1976.

MORAES, Mario de. Recordações de Ary Barroso. Rio de Janeiro, FUNARTE, 1979.

SOARES, Edileuza. A bola no ar, Rio de Janeiro, Summus, 1994.

BAUMWORCEL, Ana. Sonoridade e resistência – a rádio jornal do Brasil nos anos

60. Dissertação de mestrado defendida em dezembro de 1999 no programa de

comunicação, imagem e informação, da UFF.

O Estado de S. Paulo, part 2, 24.06.1998

CALDAS, Waldenyr. O pontapé inicial: memória do futebol brasileiro (1894-1933).

São Paulo: Ibrasa, 1990.