Artigo Lamar
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7/26/2019 Artigo Lamar
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A trajetória homóloga da CTS e dos Clubes de Ciências no Brasil.
Graciele Alice Carvalho Adriano - Mestranda PPGE
O desenvolvimento da CTS no Brasil.
Nos três séculos após o descobrimento do Brasil, praticamente no ocorreram
evolu!"es e est#mulos para o desenvolvimento em Ciência e $ecnolo%ia - C&$' A
e(plora!o colonial marcada pelo lati)*ndio, monocultura e escravido, se%uia a )un!o
de abastecer a Europa de ouro, prata e alimentos, i%norando as necessidades da própria
re%io' Assim, propiciou a )orma!o de uma tradi!o pr+tico-imediatista e a diviso
entre atividades manuais e intelectuais, contribuiu pra )ormar uma cultura retórico
liter+ria em decorrência do colonialismo'
e%undo Mancuso .//0, p' 123, 45''6 in*meros pes7uisadores estran%eiros 7ue
a7ui aportaram, )a8endo observa!"es e coletas de )auna, )lora e solo para levar aos seus
pa#ses de ori%em e l+ ento publicarem suas obras cient#)icas4' 9s poucos investimentos
7ue ocorriam )icaram sob a ótica do positivismo' Neste per#odo, na Europa, aconteciam
as %randes descobertas da ciência'
Em ./:;, os russos lan!aram o putni< ao espa!o, ocasionou 7uestionamentos
nas potências ocidentais sobre os métodos de ensino' Após revisados e re)ormulados, o
método cient#)ico tomou corpo nos pro=etos de ensino implantados nos >mbitos
educacionais, mais tarde introdu8idos nos pa#ses da América ?atina'
Na década de 0@, o Pro%rama de Metas do %overno de uscelino ubitsche<
incentivou as inova!"es tecnoló%icas para o crescimento nacional brasileiro, nos
investimentos em C&$ aconteceram a )unda!o da niversidade de Bras#lia ./0.3, a
concreti8a!o da Dunda!o de Amparo Pes7uisa do Estado de o Paulo Dapesp3,
primeiro curso da Coordena!o de Pro%ramas de Pós-Gradua!o em En%enharia
Coppe3 e a cria!o do Dundo de Fesenvolvimento $écnico-Cient#)ico Duntec3' Auler,
Ba88o, @@.3'
A partir de ./0; colocou-se em pr+tica a Hopera!o retornoH por intermédio das
Iela!"es E(teriores se%uido de cassa!"es e aposentadorias compulsórias' Com o
des)echo tr+%ico da JJ Guerra Mundial, o %overno brasileiro incentivou por via militar, a
pes7uisa no campo da ener%ia nuclear' As press"es do %overno americano in)luenciaram
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o %overno brasileiro na compra de um reator de ur>nio enri7uecido, em ./0/, o 7ue
cessou os trabalhos de investi%a!o nesta +rea'
9 %olpe de ./02 e os tempos de crise 7ue se%uiram, propiciou o
distanciamento da comunidade acadêmica ao processo econKmico' 9 abismo entre o
saber e o )a8er, só no se a%ravou pelos interesses 7ue apro(imou militares, empres+rios
e pes7uisadoresLpro)essores universit+rios no desenvolvimento da ind*stria da
in)orm+tica e pes7uisas acadêmicas' chart8man coord', .//03
Em ./;@, h+ in)luência do pensamento uhniano, 7ue em ./0 com a
publica!o da obra HA estrutura das revolu!"es cient#)icasH, apresenta''''''''
No per#odo dos anos ;@ vieram também contribuir no debate epistemoló%ico
?a<atos e Deerabend'
Com a Nova Iep*blica a partir de ./O:, sur%em novas perspectivas no
desenvolvimento de C&$ nacional, principalmente pela cria!o do Ministério de
Ciência e $ecnolo%ia MC$3'
Em @@@ )oi inau%urado o Centro de Estudos do Genoma umano CEG3,
pelo Jnstituto de Biociências da niversidade de o Paulo, devido a um pro=eto de
pes7uisa 7ue desenvolveu o se7Qenciamento do %enoma da bactéria Xyllella fastidiosa
7ue acometeu as planta!"es de laran=as em o Paulo' 9 sucesso do pro=eto repercutiu
no %overno americano, em acordo com a Dapesp )inanciou uma e7uipe de cientistas
brasileiros para au(iliar na erradica!o da doen!a de Pierce nos vinhedos da Cali)órnia'
Neto, @@3
9s aspectos do mercado mundial, incluindo a %lobali8a!o, a competi!o
internacional in)luenciam os pa#ses menos desenvolvidos a se%uirem suas tendências'
Assim as empresas determinam, de )orma sub=etiva, o desenvolvimento dos pro=etos de
pes7uisa, o 7ue ocasiona o es7uecimento das necessidades internas do pa#s'
Fe acordo com Ba88o '''', p' .113R
Nem a ciência e muito menos a tecnolo%ia so empreendimentos
autKnomos com vida própria, nem tampouco so instrumentos neutros
7ue possam ser )acilmente modi)icados e utili8ados para as
necessidades ou interesses de planto' o, na realidade, comple(os
empreendimentos 7ue têm lu%ar em conte(tos espec#)icos
con)i%urados, e por sua ve8 con)i%uradores de valores humanos 7ue se
re)letem nas institui!"es culturais, pol#ticas e econKmicas'
$alve8 e(pli7ue a )orma como a sociedade brasileira convive e aceitadetermina!"es ao desenvolver C&$, o 7ue in)luencia outras +reas, incluindo os espa!os
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escolares' A ciência ento, como atividade social, so)re in)luência das mudan!as de
paradi%mas sociais, ditadas pelos interesses comerciais'
Clubes de Ciências como espaço de pesquisa na escola.
A tra=etória do desenvolvimento em C&$ re)letiu nas escolas, conta com a
lembran!a da década de :@, no 7ual sur%em os primeiros Clubes de Ciências' Fe
acordo com Mancuso .//0, p' 1O3, os Clubes de Ciências eram 45''6 locais
considerados )avor+veis vivência da Hmetodolo%ia cient#)icaH, ento incentivada como
uma repeti!o do 7ue era )eito nos verdadeiros laboratórios de pes7uisa pelos
cientistas4' uas atividades privile%iava a tecnolo%ia acima da cienti)icidade,
consideravam a monta%em de componentes para reali8a!o dos e(perimentos'
As Deiras de Ciências sur%iram nesta época para e(por materiais desenvolvidos
no ensino e os e(perimentos dos Clubes de Ciências' Muitos destes, criados com a
)inalidade de e(por os trabalhos nestas Deiras' 9 Hmétodo cient#)icoH utili8ado era
associado a Hneutralidade cient#)icaH do pes7uisador )rente ao ob=eto de pes7uisa' 9
paradi%ma da avalia!o estava vinculado a )orma tradicional de sala de aula, com o
pro)essor como ator principal e determinante no processo avaliativo'
No )inal dos anos O@ os pro=etos de investi%a!o )i8eram parte dos curr#culos
escolares na disciplina de ciências, muitos educadores e pes7uisadores 7uestionaram a
pr+tica peda%ó%ica desta disciplina nas séries iniciais'
Após os anos /@ os Clubes de Ciências se%uem duas tendências de
or%ani8a!o, a primeira 7ue considera a )orma inicial de or%ani8a!o, cu=a prioridade
era a e(posi!o dos trabalhos nas Deiras de Ciências' 9utra com car+ter emancipado 7ue
espelha a diversidade na constitui!o dos Clubes de Ciências, 7ue variam con)orme a
especi)icidade cultural do %rupo'
Nas escolas a cria!o dos Clubes de Ciências com car+ter emancipado,
se%undo Marcuso .//0, p' O;3, S5'''6 só passa a ser necessidade 7uando o conte(to é
)avor+vel' Tuando alunos 5'''6 e pro)essor 5'''6 sentem 7ue a sala de aula no est+ sendo
su)iciente 5'''6U, 7ue no conse%ue dar suporte para a resolu!o de 7uestionamentos e
problemas levantados no %rupo' Festa )orma h+ um empreendimento de vontade,
curiosidade por parte dos alunos 7ue assumem esta =ornada de pes7uisa, nos encontros
or%ani8ados no espa!o escolar sob a media!o do pro)essor'
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m paralelo entre C!T e os Clubes de Ciências" sintomas homólogos.
Na caminhada do desenvolvimento da C&$ no Brasil, tem-se sintomas
homólo%os ao desenvolvimento da implanta!o dos Clubes de Ciências, bem como sua
inser!o nos ambientes escolares' eu in#cio conturbado com interesses 7ue en%essavam
suas caracter#sticas, condu8iam seu tra=eto a mercê dos %estores'
9 desenvolvimento amal%amo de ambos re)lete na condu!o dos trabalhos de
pes7uisa 7ue vinculavam satis)a8er interesses impostos pela sociedade comercial, 7ue
de in#cio preocupava-se com a satis)a!o das necessidades dos coloni8adores, mais tarde
dos 7ue incentivavam a economia'
9s Clubes de Ciências no in#cio estavam vinculados estritamente aos interesses
das Deiras de Ciências, o 7ue depois divide-se em concep!"es de articula!o
dependendo dos interesses culturais ao 7ual est+ inserido' Festa )orma h+ al%uns 7ue
ainda esto associados ao desenvolvimento de e(perimentos para amostras em Deiras,
outros com intuito de desenvolver a al)abeti8a!o cient#)ica'
9s Clubes de Ciências 7ue pretendem desenvolver a al)abeti8a!o cient#)ica,
ob=etivam desenvolver a observa!o e descri!o do )ato observado com letramento
cient#)ico' e%undo Mene8es .//0 apud chroeder, @@OV Po8oV Crespo, @@/V Ward, et
al', @.@3 al)abeti8a!o cient#)ica compreende S5'''6 um processo 7ue condu8 os
estudantes a n#veis mais so)isticados de conhecimentos, o 7ue caracteri8aria uma cultura
própria da ciência 5'''6U, no 7ual estes re)letem sobre situa!"es 7ue a)etam suas vidas e a
do planeta'
9s pro=etos desenvolvidos nestes espa!os no esto vinculados a e(posi!"es
em Deiras de Ciências, mas pretendem contribuir na comunidade ao 7ual esto
inseridos' 9 ator 7ue transita neste meio 7ue une a escola e comunidade local na
pes7uisa cient#)ica, apresenta na )i%ura do aluno, o mediador, ao 7uestionar as
problem+ticas de seu cotidiano, com a intera!o mediada pela )orma!o do pro)essor, a
)im de buscarem =untos, solu!"es ou respostas as inda%a!"es apresentadas'