Argumentação e Retórica II
-
Upload
jorge-barbosa -
Category
Documents
-
view
1.844 -
download
1
Transcript of Argumentação e Retórica II
IIIRacionalidadeArgumentativaeFilosofia
início
2.ArgumentaçãoeRetórica
Sumário
Tiposdeargumentos
Faláciasinformais
início
2.1ODomíniodoDiscursoArgumentativoPrincipaisTiposdeArgumentoseFaláciasInformais Apresentação2/2
Tiposdeargumentos
argumentosporanalogia
argumentos
indutivos
início
argumentos
sobrecausas
argumentos
deautoridade
Argumentos
dedutivos(entimema)
Existemváriasclassificaçõesparaostiposdeargumentos.Aorganizaçãomaiscomuméaseguinte:
Argumentos
nãodedutivos
ArgumentosdedutivosArgumentosválidosemqueéimpossívelterpremissasverdadeiraseconclusãofalsa
EntimemaUmargumentoincompleto,emquefaltaumadaspremissas
Caracterizaçãodosargumentos
ArgumentosnãodedutivosNãohágarantiadaverdadedaconclusão:estadependedamatériadoargumento(razõesapresentadas)
início
Partemdepremissasparticularese:
1.aconclusãoéumaproposiçãouniversal(generalizações)
2.aconclusãoéoutraproposiçãoparticular(previsões)
Premissasverdadeirasnãogarantemaverdadedaconclusão
Caracterizaçãodosargumentos
Podemserfortes(oscasosobservadossãorepresentativosenãohácontra‐exemplos)oufracos(oscasosobservadosnãosãorepresentativosehácontra‐exemplos)
início
Argumentosindutivos
generalização
previsão
ArgumentosporanalogiaPartemdeumacomparaçãoeaverdadedaspremissasnãogaranteaverdadedaconclusão.Assemelhançasentreascoisascomparadassuportamaprobabilidadedaconclusão
Caracterizaçãodosargumentos
ArgumentosdeautoridadeBaseadosnaopiniãodeumespecialista,
devemcitarespecialistasreconhecidosnoassuntoemdiscussão
ArgumentossobrecausasEstabelecemrelaçõesdecausalidade(necessárias)entreosfenómenos:aocorrênciadeumacarretaaocorrênciadooutro
início
faláciasformais
faláciasinformais
Falácias
faláciasverbais
Faláciassãoerrosderaciocínio,quersejaminvoluntáriosounão.
Hátrêsgrandestiposdefalácias:
início
Faláciasformais
Faláciasformaissãoargumentosnãoválidosporincumprimentodasregraslógicasdeinferência.
Sãoestudadaspelalógicaformal.
início
AnfibologiaQuandoseutilizamenunciadoscomsignificadoduvidosoouambíguo.
Exemplos: Inútilsemexperiênciapedetrabalho! Passarinhoquadrúpede.
Faláciasverbais
Decorremdaambiguidadedalinguagem.Hádoistipos:
EquívocoQuandoseatribuiaumapalavrasignificadodiferentenaspremissasenaconclusão.
início
Exemplos: Ninguémconseguegovernarestepaís.VoteemNinguém!
Qualquerhomemgrandeéumgrandehomem.
Faláciasinformais
Sãoaquelascujoerroprovémdamatéria(conteúdo)dosraciocínios.
início
Faláciasinformais
Enumeraçãoincompletaefalsageneralização
Falsaanalogia Ignorânciadecausa Noncausa,procausa(semcausa,logo,comcausa)
Posthoc,ergopropterhoc(depoisdisto,logo,porcausadisto)
Apeloàautoridade(adverecundiam)
início
«–Ouvecomatenção:tunãosabesfalarfrancês,eunãoseifalarfrancês,Peteynãosabefalarfrancês.Possoconcluirqueninguémnauniversidadesabefalarfrancês.–Ninguém?–espantou‐sePolly.»
Enumeraçãoincompletaefalsageneralização
Oerroresultadaviolaçãodasregrasdageneralização:aconclusãoéinferidaapartirdeumnúmeroinsuficientedecasos.Exemplo:
início
manual,pp.13‐15
«–Minhaquerida–disseeu,–cincoencontrossãoobastante.Afinal,nãoéprecisocomerumbolointeiroparasaberseeleébomounão.–Falsaanalogia–dissePolly,prontamente–eunãosouumbolo,souumapessoa.»
inícioFalsaanalogia
Asfalsasanalogiassãobaseadasemsemelhançasirrelevantes.
Exemplo:
manual,pp.13‐15
Noncausa,procausa(semcausa,logo,comcausa)
Exemplo:
Bebiumcopodeáguaeadordecabeçapassou.Aáguacuraasdoresdecabeça.
Ignorânciadecausa
Atribuirerradamenteumacausaaumfenómeno.
Posthoc,ergopropterhoc(depoisdisto,logo,porcausadisto)Estabeleceumarelaçãocausalondesóexisteumarelaçãotemporal.
Exemplo:Otrovãoocorreudepoisdorelâmpago.Orelâmpagoéacausadotrovão.
início
ounãoéespecialistanoassuntoemdiscussão
Exemplo:Océlebremédiconorte‐americanoDr.Houserecomenda‐lhequecompreonovocarrohíbrido.
Apeloàautoridade(adverecundiam)
Emvezderazões,usamacredibilidadedeumaautoridadeque:
ouéespecialistaemmatériassobreasquaisnãoháconsenso
Exemplo:Descartesafirmouqueháconhecimentosinatos,logo,háconhecimentosinatos.
início
Argumentoscorrectosefalácias
Quadrocomparativo:
início
Argumentoscorrectos
Argumentosindutivos
Argumentosporanalogia
Argumentoscausais,ousobrecausas
Argumentosdeautoridade
Falácias
Enumeraçãoincompletaefalsageneralização
Falsaanalogia
Ignorânciadecausa
Noncausa,procausa Posthoc,ergopropterhoc
Apeloàautoridade(adverecundiam)
Falsodilema
Petiçãodeprincípio(raciocíniocircular) Admisericordiam(apeloàpiedade)
Argumentumadbaculum(«aobáculo»,ou«apeloàforça»)
Argumentumadpopulum(apelo«aopovo»)
Argumentumadconsequentiam(apelo«àsconsequências»)
Argumentumadhominem(«aohomem»,oucontraapessoa)
Ignorânciadequestão Argumentumadignorantiam(apelo«àignorância»)
Outrasfaláciasinformais
início
OuAouB.
SeA,entãoC.
SeB,entãoC.
Logo,C.
Falsodilema
Umdilemaéumargumentoqueapresentaaseguinteestrutura:
Odilemaéfalso(falacioso)quando,havendováriasalternativas,oargumentoapresentasóduas,queinteressamaooradoreconduzemaresultadosinaceitáveis.
início
QuandoosárabesconquistaramAlexandria,ocalifaOmarjustificouadestruiçãodaBibliotecadeAlexandriadestemodo:«OslivrosdaBibliotecadeAlexandriaoucontêmosprincípiosdoAlcorãoounão.
SecontêmosprincípiosdoAlcorão,sãosupérfluosedevemserqueimados.
SenãocontêmosprincípiosdoAlcorão,sãonocivose,sesãonocivos,devemserqueimados.
Portanto,oslivrosdaBibliotecadeAlexandriadevemserqueimados.»
Falsodilema
Exemplo:
Trata‐sedeumfalsodilemaporquehaviaoutrasalternativasqueocalifanãoconsiderou.
início
«João–Deusexiste!
Maria–Comoéquesabes?
João–PorqueaBíbliaodiz!
Maria–EporqueéqueacreditasnaBíblia?
João–PorquefoiinspiradaporDeus.»
Petiçãodeprincípio(ouraciocíniocircular)
Ocorrenosargumentoscujaconclusãojáestácontidanaspremissas,istoé,usamoscomoprovaoqueestamosatentarprovar.
Exemplo:
início
Umhomemvaipediremprego.Quandoopatrãoperguntaquaisassuasqualificações,ohomemrespondequetemmulherefilhosemcasa,queamulherestádoente,ascriançasnãotêmquecomer…
Apeloàpiedade(argumentumadmisericordiam)
Apelamàcompaixãodoauditório.
Exemplo:
início
Senãovotarememnós,nospróximostemposnãovaihavernovosempregos!
Aobáculo,ouapeloàforça(argumentumadbaculum)
Apelamàforça,aameaçasouaopoderdealguémparaforçaroadversárioaaceitarcomoverdadeiraaconclusão.
Exemplo:
início
Numcomícioeleitoral,umoradordiz:«Nanossaterratemhavidomuitosassaltos.Queremcontinuarcomestainsegurança?Oupreferempodersairtranquilamenteànoite?Então,votemnopartidoX!»
Apelamàsemoçõesesentimentosdoauditórioouapontamocomportamentodamultidãocomoexemploaseguir.
Exemplo:
inícioApeloaopovo(argumentumadpopulum)
«Maurício–DefendoqueDeusnãoexiste.Patrícia–Nãopodesdefenderumaposiçãodessas.Maurício–Diz‐meporquê!Patrícia–Porqueissoconduziriaaocaossocial,poisparamuitaspessoasavidanãoteriasentido.»
Apeloàsconsequências(argumentumadconsequentiam)
Ocorrequandooorador,emvezderefutaroargumentoqueestáemcausa,apontaparaeventuaisconsequênciasdesagradáveisqueadviriamdasuaaceitação.
Exemplo:
início
«Doishomensvãocomeçarumdebate.Umlevanta‐
‐seediz:“Omeuoponenteéummentirosoconhecido.
Nãoépossívelacreditarnumasópalavradoqueele
disser”.Agora,Polly,pensabem,oqueestáerrado?–
Nãoéjusto!–disseelaindignada.»
Aohomem,oucontraapessoa(argumentumadhominem)
Ocorrequandooorador,emvezderefutar,atacaapessoaquedefendeumargumento.Oargumentoérejeitadocombaseemqualquerdadoirrelevantesobreorespectivoautor,comoasuareligião,condiçãomoral,ideiaspolíticas,etc.Nessescasos,oataquepessoalsubstituiarefutaçãodoargumento.
Exemplos:
Einsteinfoiocriador
dateoriadarelatividade.
Ora,eleerajudeu.
Logo,ateoriaéfalsa.
início
manual,pp.13‐15
Ignorânciadequestão
Ocorrequandonosdesviamosdaquestãoessencial,demonstrandoalgodiferentedoqueestáemanálisedemodoafazeresqueceroqueéessencial.
Exemplo:
Numtribunal,adefesaargumentarafavordasexcelentesqualidadesdepaideumarguido,quandoeleéacusadodeterdesviadodinheiroquenãolhepertencia.
início
Apeloàignorância(argumentumadignorantiam)
«Manuel–Euacreditonateoriadareencarnação.Sofia–Eusóacreditosemeapresentaresprovas.Manuel–Estásavermaloproblema.Tuéquetensdemeprovarqueareencarnaçãonãoexiste.Sofia–Mastubemsabesquenãoépossívelapresentartaisprovas.Manuel–Portanto,eutenhorazão:ateoriadaencarnaçãoéverdadeira.»
Ocorrequandoalguémapelaàignorânciaargumentandoqueumadadaopiniãoéverdadeirapornãohaverprovasemcontrário,ouéfalsaporqueninguémconseguiuprovarasuaverdade.
Exemplo:
início