Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 115-116

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A. Campos Matos (org.), Dicionário de Eça de Queiroz, 2.ª ed., Lisboa, Caminho, 1993, s.v. «Tipologia das personagens masculinas»:

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relento = humidade da noite; orvalhomoroso = vagarosonegrejar = parecer negroengelhar = enrugar; encarquilhartanger = tocar; espicaçarbarroca [ó] = barranco; cova resultante da erosão causada pelas chuvas; monte de barro lajão = grande lajelaje = pedra lisa

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1-5Há muita luz, apesar do frio, enquanto os calceteiros trabalham.

6-10O frio e o sol convidam ao trabalho. No chão molhado, vê-se a cidade refletida.

11-15Passam peixeiras enérgicas, a apregoarem. Veem-se barracas pobres e quintalórios.

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16-20

Nada de sons naturais, ouve-se apenas o barulho, do ferro e da pedra, do trabalho dos calceteiros.

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21-25

Está bom tempo e os trabalhadores, curvados, mostram energia e força.

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26-30

O poeta sente frio, observa o transporte das pedras e vê a cidade a pulsar de vida.

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31-35

Também as cores e os reflexos devidos às poças de água impressionam o «eu».

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36-40

Toda esta ambiência estimula a acuidade sensorial do sujeito poético.

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41-45

Entretanto, os trabalhadores prosseguem as suas tarefas, desinteressados do seu observador.

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46-50

E este vai admirando a força, quase animal, daqueles operários.

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51-55

Apercebe, agora, de pormenores das vestes dos populares.

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56-60

Por contraste, avista, num casaco de peles, uma figura fina e que terá despertado há pouco.

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61-65

Reconhece nessa mulher a atriz a cujos espetáculos tem assistido e que irá para os ensaios.

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66-70

Foca-se de novo nos trabalhadores, cuja força boçal o embevece.

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71-75

Fica admirado com a atriz, talvez por a sentir contrastante com a paisagem suburbana.

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1. Com a utilização do adjetivo «terrosos», no verso 4,

c. o narrador intensifica a ligação das figuras que caracteriza com o meio em que trabalham.

 

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2. Com a anteposição do adjetivo «Disseminadas» (v. 12) ao nome que caracteriza,

a. o sujeito poético destaca, na apresentação das figuras, a impressão por elas causada. 

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3. Com o recurso às exclamações nas estrofes 10 e 11,

e. o eu-narrador expressa a sua admiração pelos referentes do seu discurso. 

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4. Com a introdução do advérbio «bruscamente» (v. 56),

b. o sujeito da enunciação assinala a presença inesperada de uma nova figura no espaço que descreve.

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5. Com a utilização do conector «Mas», no início da última estrofe,

d. o sujeito poético estabelece uma oposição entre a figura que descreve e as observadas anteriormente.

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Em «Cristalizações» entrevê-se a sensibilidade às injustiças sociais na observação do duro trabalho dos calceteiros («que vida tão custosa!»), nas referências a outros trabalhadores que o sujeito poético avista («dando aos rins que a marcha agita [...] gritam as peixeiras») ou se deduzem do cenário («uns barracões de gente pobrezita»). Toda a estrofe dos vv. 51-56, iniciada por um vocativo ou exclamação («Povo!»), constitui uma dedicatória, uma homenagem preocupada aos desfavorecidos («sofres, bebes, agonizas»). No final, o foco em nova personagem («a atrizita») é mais significativo pelo contraste com os trabalhadores braçais do que representa-tivo de um outro tipo social.

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3. Refere o valor expressivo da hipálage presente na última estrofe.

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3. A hipálage "o queixo hostil" (v. 71)

contribui para a caracterização da atriz, destacando o seu desenquadramento do locai em que se encontra. Trata-se de uma "figura fina" (v. 59) e de carácter "distinto“ (v. 71), ou seja, de uma classe social mais elevada, que determina a sua superioridade e a sua hostilidade face às figuras do povo, como, por extensão, refere o adjetivo presente na hipálage.

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TPC — [Só para os que disputarão os quartos de final da Liga dos Campeões:] prepara leitura em voz alta, expressiva, do poema de Cesário Verde que refiro a seguir — os leitores dos jogos α (alfa) vs. ζ (dzeta, zeta) e β (beta) vs. ε (épsilon) preparam «Contrariedades» (pp. 307-308); os leitores dos jogos γ (gama) vs. θ (theta, teta) e δ (delta) vs. η (eta) preparam «Deslumbramentos» (p. 311).

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Até ao fim do ano, ainda teremos um exercício em torno de gramática (orações, sobretudo, e funções sintáticas) e um questionário de verificação da leitura efetiva de Os Maias. Vale a pena ir percebendo aqueles assuntos de gramática e lendo o livro de Eça (resumos não servem, acreditem-me).