APOSTILA.PORTUGUES.FHEMIG+2010

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 Professora Leila Maria Rodrigues e-mail professoraleilam aria@yahoo. com.br telefone 9157-9139 1 PORTUGUÊS E REDAÇÃO OFICIAL Professora Leila Maria Rodrigues PROGRAMA DE FORMAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS SERVIDORES Escola de Governo Prof. Paulo Neves de Carvalho Belo Horizonte Agosto/2010

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    PORTUGUS E REDAO OFICIAL Professora Leila Maria Rodrigues

    PROGRAMA DE FORMAO, QUALIFICAO E CAPACITAO DOS SERVIDORES

    Escola de Governo Prof. Paulo Neves de Carvalho

    Belo Horizonte

    Agosto/2010

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    NDICE

    PARTE I

    Semntica 03

    PARTE II

    A Ordem Direta e a Indireta; os diversos tipos de Sujeito 24

    PARTE III

    Pronomes 30

    Regncia Verbal 41

    Crase 45

    Concordncia Nominal 50

    Concordncia Verbal 54

    Pontuao 64

    O Acordo Ortogrfico 69

    PARTE IV

    Vocabulrio 76

    Como reduzir um texto 79

    Como evitar a repetio 81

    Como usar os conetivos 84

    PARTE V

    Produo de textos

    As qualidades e os defeitos de um texto 86

    A questo paragrafal 89

    A organizao de um texto 90

    PARTE VI

    O texto Oficial: Ofcio, Memorando, e-mail 95

    PARTE VII

    Referncia Bibliogrfica 98

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    Lngua Portuguesa

    Olavo Bilac

    ltima flor do Lcio, inculta e bela,

    s, a um tempo, esplendor e sepultura:

    Ouro nativo, que na ganga impura

    A bruta mina entre os cascalhos vela...

    Amo-te assim, desconhecida e obscura,

    Tuba de alto clangor, lira singela,

    Que tens o trom e o silvo da procela

    E o arrolo da saudade e da ternura!

    Amo o teu vio agreste e o teu aroma

    De virgens selvas e de oceano largo!

    Amo-te, rude e doloroso idioma,

    Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"

    E em que Cames chorou, no exlio amargo,

    O gnio sem ventura e o amor sem brilho!

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    PARTE I SEMNTICA

    Em horas, a agressividade dos atuais meios snicos de comunicao transformam erros de linguagem em padres de vernaculidade. No preparados para cirandar vocbulos e expresses, locutores de rdio e de televiso os passam para os ouvintes como os vem num precipitado comunicado escrito e do ao erro foros de uso, de popularidade, de acerto. s carradas, como a doena, o erro aparece e se alastra, mas no sai como as doenas, s polegadas: fica. No h escolas em quantidade capaz de erradicar erros do idioma plantados por tais meios de comunicao verbal; s as mesmas estaes emissoras e os mesmos locutores podero corrigi-los, mas como inteirarem-se eles do engano? Televiso a cores faz parte da ganga impura que no encontrou bateia nem garimpeiro que a separasse da pedra rutilante. Coberta da lama da leviandade, dos cascalhos da precipitao, dos estorvos da pressa, da tapa da inconscincia, a expresso a est, usada e j surrada nas notcias, nos anncios, no linguajar comum... mas impureza. (Napoleo Mendes de Almeida)

    Semntica a parte da gramtica que estuda a significao das palavras e as mudanas de sentido que elas sofrem atravs dos tempos ou em diferentes regies.

    A Semntica compreende: a) significao das palavras (sinonmia, antonmia, homonmia, paronmia); b) linguagem figurada. Uma palavra pode ter um significado que independa de contexto denotao; ou um

    significado ampliado, variado, subjetivo, criado para determinado contexto conotao. Ex: O p do menino est sujo (parte do corpo) denotao No p do morro fez sua casa (base) conotao Arranjou um p de briga. (motivo) conotao O p da cadeira quebrou. (suporte) conotao

    SIGNIFICAO DAS PALAVRAS a) sinnimos e antnimos b) homnimos e parnimos

    SINONMIA: as palavras tm significantes diferentes, mas significados idnticos ou aproximados.

    Ex.: prdio = edifcio casa = lar

    ANTONMIA: as palavras tm significantes diferentes e significados opostos

    Ex.: abrir fechar esperar desistir

    HOMONMIA: as palavras homnimas tm o mesmo som ou a mesma grafia. Elas podem ser : homfonas (tm o mesmo som) homgrafas (tm a mesma grafia

    As homgrafas podem ser heterofnicas: mesma grafia e pronncia diferente. S se distinguem quando contextualizadas. Ex.: Ele assinou o acordo ontem. Eu acordo cedo.

    As homfonas podem ser heterogrficas; tambm precisam ser contextualizadas. Ex.: O gato dormiu na cesta. O gato dormiu na sexta.

    PARONMIA: h paronmia quando duas palavras apresentam grafia e pronncia semelhantes e significados diferentes.

    Ex.: inflao (desvalorizao, inchao) retificar (corrigir, reconsiderar) infrao (transgresso) ratificar (confirmar)

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    ASPECTOS ORTOGRFICOS

    1. A ou H A = tempo futuro S nos veremos daqui a uma semana. = distncia Estamos a dez quilmetros do aeroporto H = tempo passado No nos vemos h um ms. = existir H muitas pessoas na festa. (existem muitas pessoas)

    2. ABAIXO ou A BAIXO Abaixo = embaixo, sob Ele classificou-se abaixo de mim. A baixo = at embaixo Ele me olhava de alto a baixo.

    3. ACERCA DE, H CERCA DE , CERCA DE Acerca de = sobre, a respeito de Falvamos acerca de voc.

    H cerca de = existe perto de H cerca de dez pessoas na reunio

    Cerca de = aproximadamente Cerca de trinta pessoas compareceram festa.

    4. ACIMA ou A CIMA

    Acima = em cima Ele est acima de mim. A cima = at em cima Subiu morro a cima.

    5. AFIM ou A FIM Afim = que tem afinidade Possuem pensamentos afins. A fim = para, com o propsito de Veio a fim de trabalhar.

    6. AFORA ou A FORA

    Afora = exceto, exclusive: Afora este caso, no resolveu mais nada. A fora = para fora: Nada vi, olhando de dentro a fora.

    7. A PAR ou AO PAR A par = estar ciente Estou a par do assunto.

    Ao par = duplicidade (na Bolsa de Valores) O cmbio est ao par. 8. AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A

    Ao encontro de = conformidade, situao favorvel Sua deciso foi ao encontro dos funcionrios De encontro a = contrariedade, ideia de oposio Discutimos, pois suas ideias vo de encontro s minhas.

    9. CONQUANTO ou COM QUANTO Conquanto = embora Foi aprovado conquanto no estudasse. Com quanto = com que quantidade ou quantia Com quanto voc ficou depois do jogo?

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    10. DEBAIXO ou DE BAIXO Debaixo, seguido da preposio de Trazer o embrulho debaixo do brao. De baixo, no seguido da preposio de, oposto a de cima: Minha sala fica no andar de baixo.

    11. DEMAIS ou DE MAIS

    Demais = muito, demasiado, ou os outros Ele trabalha demais. Um latia, os demais comiam. De mais = ope-se a de menos Compareceram convidados de mais.

    12. DETRS ou DE TRS Detrs = posteriormente, depois Bebia um copo detrs de outro. De trs = oposto a de frente Saiu de trs da porta e gritou.

    13. EM PRINCPIO ou A PRINCPIO Em princpio = teoricamente, em tese Em princpio no somos contra o negcio. A princpio = inicialmente, no comeo A princpio ramos contra a venda, porm, depois, os argumentos nos convenceram.

    14. EM VEZ DE ou AO INVS DE Em vez de = ideia de substituio Fui ao clube, em vez de ir praia. Ao invs de = ideia de contrariedade O diretor subiu, ao invs de descer.

    15. ENQUANTO ou EM QUANTO Enquanto = ao mesmo tempo Ele trabalhava enquanto ela estudava. Em quanto = em que quantidade

    16. MAIS ou MAS ou MS Mais = ope-se a menos Compareceram mais pessoas que o esperado. Mas = porm, todavia No foram convidados, mas compareceram. Ms = plural de m No eram pessoas ms.

    17. MAL ou MAU Mal = ope-se a bem Ele foi mal orientado. = doena, problema O seu mal falar demais. = logo que, assim que: Mal ele chegou, todos se levantaram. Mau = ope-se a bom. Ele um mau carter.

    18. MALGRADO ou MAU GRADO Malgrado = apesar de, embora Malgrado seu esforo, foi demitido. Mau grado = m vontade, ope-se a bom grado Recebeu-nos de mau grado.

    19. NENHUM ou NEM UM Nenhum = ope-se a algum Nenhum gerente eterno. Nem um = nem sequer um No compareceu nem um diretor, quanto mais os trs.

    20. PORISSO ou POR ISSO No existe a forma porisso Ele trabalha muito, por isso merece uns dias de folga.

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    21. PORQUE, POR QUE, PORQU ou POR QU

    Porque = indica causa ou explicao Ele foi promovido porque muito competente. No saia porque est chovendo muito.

    Por que = inicia frases interrogativas diretas Por que ele no compareceu? = no meio de frases aceita o acrscimo da expresso motivo Quero saber por que ele no compareceu. = no meio de frases quando substituvel por por qual Este o motivo por que ele faltou. Desconheo as razes por que no compareceu.

    Porqu = substantivo, pode ser substitudo pelas palavras motivo, causa, razo; antecedido de artigo o ou um; pode ser pluralizado.

    Quero um porqu para tudo isso. No sei o porqu da sua ausncia. (os porqus, as razes, os motivos, as causas)

    Por qu = em frase interrogativa indireta Voc viajou por qu? Obs.: todo qu em fim de frase acentuado. Voc est rindo de qu?

    22. PORTANTO ou POR TANTO Portanto = por isso, ento Ele trabalha muito, portanto ser promovido. Por tanto = por muito (quantidade ou quantia) Ele viajou por tanto tempo que o esqueceram. No poderei compr-lo por tanto dinheiro.

    23. PORVENTURA ou POR VENTURA Porventura = talvez, por acaso Voc, porventura, fez o trabalho? Por ventura = por sorte, ou pela misericrdia Ele s ser promovido por ventura. Por ventura divina, sobrevivemos.

    24. SENO ou SE NO Seno = de outro modo, do contrrio: Resolva agora, seno estamos perdidos. = mas sim, porm: No era caso de expulso, seno de repreenso. = apenas, somente: No se viam seno os pssaros.

    = defeito, falha: No houve um seno em sua apresentao. Se no = caso no: Se no chover, haver jogo.

    25. SOB ou SOBRE Sob = embaixo, debaixo Ficou sob controle. Sobre = em cima de A lgrima correu sobre a face.

    26. TAMPOUCO ou TO POUCO Tampouco = nem No trabalha tampouco estuda. To pouco = muito pouco Trabalha to pouco que j foi demitido.

    27. TODO ou TODO O Todo = qualquer Ele realiza todo trabalho que se solicita. Todo o = inteiro Ele realizou todo o trabalho ontem.

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    28. ACENDER ou ASCENDER Acender = pr fogo Ele foi acender a vela. Ascender = subir, elevar-se Ele quer ascender de posto.

    34. ACENTO ou ASSENTO

    Acento = intensidade, sinal grfico Coloque o acento na slaba tnica. Assento = lugar onde se senta Saiu, e eu ocupei o seu assento.

    35. ACIDENTE ou INCIDENTE Acidente = desastre, acontecimento com consequncias mais graves. Houve um acidente na Via Dutra. Incidente = desentendimento, ocorrncia com consequncias menores: Perdoe-me pelo incidente de ontem.

    36. ACONDICIONAR ou CONDICIONAR Acondicionar = preservar, guardar necessrio acondicionar melhor estes aparelhos. Condicionar = regular, tornar dependente de condio: Vai condicionar sua permanncia ao seu esforo.

    37. ACURADO ou APURADO Acurado = cuidadoso, feito com cuidado. Ele passou em um acurado exame. Apurado = refinado, seleto . Ele possui um gosto muito apurado.

    38. AFEITO ou AFOITO Afeito = habituado, costumado: Ele est afeito a este trabalho. Afoito = corajoso, ousado: Ele o mais afoito dos meus funcionrios.

    39. AFERIR ou AUFERIR Aferir = conferir pesos, medidas... preciso aferir constantemente os taxmetros. Auferir = obter, colher S vai auferir algum lucro no final do ano.

    40. ALISAR ou ALIZAR Alisar = tornar liso Ela pretende alisar o cabelo. Alizar = guarnio de portas e janelas S falta pintar os alizares das portas.

    41. AMORAL ou IMORAL Amoral = indiferente moral A cincia amoral. Imoral = contrrio moral A pornografia imoral.

    42. APRENDER ou APREENDER Aprender = instruir-se, adquirir conhecimento Ele aprendeu tudo que ensinaram. Apreender = tomar, prender, assimilar O guarda apreendeu as peas encontradas.

    43. APREADO ou APRESSADO

    Apreado = valorizado, pr preo As mercadorias foram apreadas ontem noite.

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    Apressado = com pressa Saiu apressado, porque estava atrasado.

    44. REA ou RIA rea = espao A rea estava repleta de pessoas. ria = pea musical Ouvimos uma bela ria no Teatro Municipal.

    45. ARREAR ou ARRIAR Arrear = pr arreios Vou arrear o seu cavalo. Arriar = baixar, fazer descer Faa o favor de arriar a cortina.

    46. S ou AZ s = exmio, o maior, ou a primeira carta do baralho Ele o maior s do automobilismo. Az = ala e exrcito Os soldados formavam um az.

    47. ASADO ou AZADO Asado = com asa, alado: necessrio desas-lo. (tirar-lhe as asas). Azado = oportuno, propcio: Tudo ocorreu no momento azado.

    48. ASSOAR ou ASSUAR Assoar = limpar o nariz Ele assoava o nariz seguidamente. Assuar = vaiar, apupar A torcida assuava o juiz durante o jogo.

    49. ATUAR ou AUTUAR Atuar = agir, exercer influncia Ele atuou condignamente neste caso. Autuar = processar, reunir em processo O ru foi autuado em casa.

    50. BOCAL ou BUCAL Bocal = abertura, embocadura Colocou a lmpada no bocal. Bucal = relativo boca Ele est com problemas bucais.

    51. BROCHA ou BROXA Brocha = prego Fixou a moldura com pequenas brochas. Broxa = pincel Pintou a parede com uma broxa nova.

    52. BUCHO ou BUXO Bucho = estmago de animais. O bucho do boi estava cheio de capim. Buxo = arbusto ornamental Vou podar os buxos do jardim.

    53. CAAR ou CASSAR Caar = apanhar proibido caar animais. Cassar = anular O povo cassou o presidente.

    54. CADAFALSO ou CATAFALCO Cadafalso = tablado para executar criminosos. O condenado se ajoelhou no cadafalso. Catafalco = estrado onde se coloca o morto. O catafalco foi armado no meio do salo.

    55. CARDEAL ou CARDIAL Cardeal = ave ou religioso A missa s comeou com a chegada do nosso cardeal. Cardial = ponto (adjetivo) Quais so os quatro pontos cardiais?

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    56. CAVALEIRO ou CAVALHEIRO Cavaleiro = quem anda a cavalo: No campo, mostrava-se um grande cavaleiro. Cavalheiro = homem gentil, corts: Ele era muito cavalheiro com as mulheres.

    57. CHCARA ou XCARA Chcara = stio, pomar Visita sua chcara nos fins de semana. Xcara = poesia popular S declamava xcara.

    58. CDULA ou SDULA Cdula = documento, papel Recebeu uma cdula de R$100,00. Sdula = aplicada Era uma aluna muito sdula.

    59. CEGAR ou SEGAR. Cegar = ficar ou tornar cego A poeira me cegou. Segar = cortar Ele segou toda a plantao.

    60. CELA ou SELA

    Cela = quarto, repartio Ficou preso em sua cela. Sela = arreio de cavalo Sentou-se sobre a sela e partiu.

    61. CERRAR ou SERRAR Cerrar = fechar O gerente vai cerrar a porta da loja aps as 18 horas. Serrar = cortar As rvores foram totalmente serradas.

    62. CERVO ou SERVO Cervo = veado O rei gostava de caar cervos. Servo = criado O rei possua muitos servos.

    63. CRIO ou SRIO Crio = vela grande Havia quatro crios acesos em torno do morto. Srio = relativo Sria. O dono da loja era um velho srio.

    64. CVEL ou CIVIL Cvel = referente ao Direito Civil Teve de comparecer 4 Vara Cvel Civil = referente s relaes dos homens Os direitos devem ser iguais para civis e militares.

    65. COMPRIMENTO ou CUMPRIMENTO Comprimento = extenso: Qual o comprimento deste objeto? Cumprimento = saudao: Receba os nossos cumprimentos.

    66. CONCERTO OU CONSERTO Concerto = sinfonia Assistiram a um belo concerto no Municipal. Conserto = reparo, correo Consertam-se rdios e televisores. A sua gravata no estava concertada com o terno.

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    67. CONJECTURA (=CONJETURA) ou CONJUNTURA Conjectura = hiptese, suposio No me venha com essas conjecturas. Conjuntura = situao, circunstncia A conjuntura brasileira no permite abusos.

    68. COSER ou COZER Coser = costurar necessrio coser esta cala. Cozer = cozinhar Gosto muito de um cozido portuguesa.

    69. COXO ou COCHO Coxo = manco Mancava porque era coxo. Cocho = carro puxado por animal At o sculo passado, andava-se de cocho.

    70. CUSTEAR ou COSTEAR Custear = pagar as despesas O acontecimento foi custeado pelo Banco do Brasil. Costear = navegar junto s costas O navio costeava o Brasil de norte a sul.

    71. DECENTE ou DESCENTE DOCENTE ou DISCENTE

    Decente = honesto Esta diretoria formada por pessoas decentes Descente = que desce, vazante Foi encontrado na descente do rio. Docente = quem ensina O corpo docente desta escola de alto nvel. Discente = quem aprende Os discentes esto informados das provas.

    72. DEFERIR ou DIFERIR Deferir = despachar, atender Ele deve deferir o nosso documento. Diferir = fazer diferena necessrio diferir uma coisa da outra.

    73. DEGRADAR ou DEGREDAR Degradar = rebaixar, tornar vil: H muita degradao moral. Degredar = expulsar do pas: Os traidores da ptria foram degredados.

    74. DESCRIO ou DISCRIO Descrio = ato de descrever Fez a descrio do acidente. Discrio = qualidade de quem discreto Comportou-se com discrio.

    75. DESPENSA ou DISPENSA Despensa = cmodo para armazenagem Guardou os enlatados na despensa. Dispensa = ato de dispensar, licena Pediu dispensa do servio e foi embora.

    76. DESPERCEBIDO ou DESAPERCEBIDO Despercebido = que no percebido, notado O fato passou despercebido. Desapercebido = que est em falta de Est desapercebido, pois no se abasteceu.

    77. DISTRATAR ou DESTRATAR Distratar = romper um trato Ele j assinou o distrato. Destratar = tratar mal Ele a destratou em pblico.

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    78. DISCRIMINAR ou DESCRIMINAR/ (DESCRIMINALIZAR: um neologismo. o mesmo que descriminar)

    Descriminar = inocentar A prpria vtima o descriminou. Discriminar = segregar, separar, enumerar Sou contra qualquer discriminao.

    79. EMERGIR ou IMERGIR

    Emergir = vir superfcie O submarino emergiu devido ao problema tcnico. Imergir = afundar, mergulhar Ela adora banho de imerso.

    80. EMIGRAR ou IMIGRAR ou MIGRAR Emigrar = deixar o pas de nascena O brasileiro emigrou para a Itlia. Imigrar = estabelecer-se num pas estrangeiro O imigrante italiano vive em So Paulo. Migrar = mudar de regio dentro do pas O nordestino migrou para o sul.

    81. EMPOAR ou EMPOSSAR

    Empoar = meter em poo ou poa A gua est empoada. Empossar = dar ou tomar posse O ministro j est empossado.

    82. ENFEAR ou ENFIAR Enfear = tornar feio Estes ornamentos vo enfear o nosso desfile. Enfiar = introduzir Ele enfiou a chave na porta errada.

    83. ESPAVORIR ou ESBAFORIR Espavorir = ficar apavorado Ficou espavorido diante das mscaras. Esbaforir = ficar ofegante Correu tanto que ficou esbaforido.

    84. ESPECTADOR ou EXPECTADOR Espectador = quem assiste a um espetculo Deixou os espectadores satisfeitos. Expectador = quem est na expectativa Somos expectadores do novo governo.

    85. ESPERTO ou EXPERTO Esperto = vivo, astuto Ele um garoto esperto. Experto = perito, expert Ele um experto neste tipo de negcio.

    86. ESPIAR ou EXPIAR Espiar = olhar, observar Ele nos espiava pela janela. Expiar = cumprir pena Expiou o resto da vida nesta priso.

    87. ESPIRAR ou EXPIRAR

    Espirar = respirar, exalar O doente ainda espirava. Expirar = morrer, terminar O prazo j expirou.

    88. ESTADA ou ESTADIA

    Estada = permanncia de pessoas Isto ocorreu durante minha estada nesta cidade. Estadia = permanncia de meios de transporte Est mais cara a estadia de automveis.

    89. ESTTICO ou EXTTICO

    Esttico = paralisado Ficou esttico diante do perigo. Exttico = em xtase Ficou exttico diante de tanta beleza.

    90. ESTNCIA ou INSTNCIA Estncia = fazenda, stio: Passarei esse fim-de-semana na sua estncia. Instncia = jurisdio, foro: Lutarei at a ltima instncia.

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    91. ESTANTE ou INSTANTE Estante = armrio Colocou os livros na estante. Instante = momento, ocasio Ele pode chegar a qualquer instante.

    92. ESTERNO ou EXTERNO Esterno = osso dianteiro do peito A radiografia provou que no houve fratura no esterno. Externo = do lado de fora Espere-me no ptio externo.

    93. ESTRATO ou EXTRATO Estrato = tipo de nuvem Estratos embelezavam o cu. Extrato = essncia, concentrado Recebeu o extrato de sua conta bancria. Comprou um extrato de tomates e um extrato do seu perfume preferido.

    94. FLUIR ou FRUIR Fluir = escorrer O lquido fluiu cano a baixo. Fruir = desfrutar Vai fruir a herana que lhe deixaram.

    95. FLUIDO ou FLUDO Fluido = qualquer lquido ou gs Acabou o fluido do isqueiro. Fludo = particpio do verbo fluir A gua j tinha fludo completamente.

    96. FRAGRANTE ou FLAGRANTE Fragante = que tem perfume Adorava a fragrncia das flores. Flagrante = evidente Foi preso em flagrante.

    97. FUZIL ou FUSVEL Fuzil = arma, carabina O soldado atirava com o seu fuzil. Fusvel = para proteger contra excesso de corrente eltrica

    Faltou luz porque queimou o fusvel.

    98. HISTRIA ou ESTRIA O Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa s reconhece a grafia com h Histria = real Quero conhecer mais a histria mundial. Estria = fico Ningum podia acreditar naquela estria.

    99. INCONTINENTE ou INCONTINENTI Incontinente = imoderado Incontinenti = imediatamente

    100. INFLAO ou INFRAO Inflao = ato de inflar A nossa inflao est muito alta. Infrao = ato de infringir Cometeu uma infrao de trnsito.

    101. IMANAR ou EMANAR Imanar = magnetizar Os dois esto imanados. Emanar = sair de, exalar Cheirava mal devido emanao de gases.

    102. IMINENTE ou EMINENTE Iminente = est prestes a ocorrer A chuva iminente. Eminente = ilustre, clebre um eminente advogado.

    103. INCERTO ou INSERTO Incerto = duvidoso, incorreto Ela tem um futuro incerto. Inserto = inserido Seu nome foi inserto na lista.

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    104. INCIPIENTE ou INSIPIENTE Incipiente = principiante, novato Ele era um incipiente na empresa. Insipiente = ignorante Pelas respostas demonstrou ser um insipiente.

    105. INDEFESO ou INDEFESSO Indefeso = sem defesa Ficou indefeso diante dos meus argumentos. Indefesso = incansvel Era indefesso em seu trabalho.

    106. INTIMORATO ou INTEMERATO Intimorato = destemido, valente. Era um heri intimorato. Intemerato = puro, ntegro Era o nico poltico intemerato.

    107. LOCADOR ou LOCATRIO Locador = proprietrio do imvel O locador queria aumentar o valor do aluguel. Locatrio = quem toma por aluguel O locatrio foi despejado.

    108. LISTA ou LISTRA Lista = relao Seu nome no estava na lista. Listra = risco, linha Estava com uma camisa listrada.

    109. LUSTRO ou LUSTRE Lustro = polimento, perodo de cinco anos ou quinqunio Vou esperar um lustro para fruir outra licena-prmio. Lustre = candelabro O lustre da sala estava quebrado.

    110. PAO ou PASSO Pao = palcio Vivia no pao real. Passo = ato de andar Deu dois passos e caiu.

    111. PEO ou PIO Peo = indivduo que anda a p Nesta fazenda h muitos pees. Pio = brinquedo Teu filho ganhou um pio.

    112. PEQUENEZ ou PEQUINS

    Pequenez = qualidade do que pequeno Sua pequenez levou-o derrota. Pequins = raa de cachorro (originrio de Pequim) Cuidava do pequins com carinho.

    113. PERCEBER ou APERCEBER-SE Perceber = notar Ele no percebeu os detalhes. Aperceber-se = prover-se de Ele no se apercebeu do necessrio.

    114. PLEITO ou PREITO Pleito = eleio Venceu o pleito de 15 de novembro. Preito = homenagem Receba o nosso preito pela sua luta.

    115. PRAGA ou PLAGA

    Praga = maldio, desgraa Era uma praga de gafanhotos. Plaga = regio, terra Levar a glria a plagas distantes.

    116. PRECEDENTE ou PROCEDENTE Precedente = antecedente um criminoso sem precedentes. Procedente = proveniente, legtimo Ele procedente do sul. Era um argumento procedente.

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    117. PRESCRIO ou PROSCRIO

    Prescrio = ordem, receita: Est sob prescrio mdica. Proscrio = expulso, eliminao: O soldado foi proscrito.

    118. PREVIDNCIA ou PROVIDNCIA Previdncia = que prev Sua previdncia evitou o desastre. Providncia = medida a ser tomada No tomou nenhuma providncia contra o abuso dos lojistas.

    119. PREVIDENTE ou PROVIDENTE Previdente = prudente Vive bem hoje, porque foi um jovem previdente. Providente = que se abastece de O estoque estava em dia porque foi providente.

    120. PROVER ou PROVIR Prover = abastecer Ele deve prover o seu armazm. Provir = vir de, originar-se Isto pode provir do espao sideral.

    121. PROSTRAR-SE ou POSTAR-SE Prostrar-se = curvar-se Ele se prostrou diante da imagem sagrada. Postar-se = colocar-se Ele se postou diante da porta at ser atendido.

    122. RECREAR ou RECRIAR Recrear = divertir Ele recreava crianas em festas infantis. Recriar = criar de novo Ele recriou toda a obra do mestre.

    123. RETENO ou RETENSO Reteno = ato ou efeito de reter Houve uma reteno no trnsito. Retenso = tenso excessiva Os fios apresentaram uma retenso.

    124. RETIFICAR ou RATIFICAR Retificar = corrigir: Ele precisa retificar os seus erros. Ratificar = confirmar: Na verdade, ele s ratificou o que eu j dissera.

    125. REVEZAR ou REVISAR Revezar = trocar, fazer revezamento Os mdicos vo revezar-se no planto. Revisar = rever, fazer reviso Os professores vo revisar as notas.

    126. RUO ou RUSSO Ruo = meio pardo, gasto As calas j estavam meio ruas. Russo = relativo Rssia um problema entre russos e americanos.

    127. SELEIRO ou CELEIRO Seleiro = quem fabrica selas Alm de cavaleiro, era o seu prprio seleiro. Celeiro = para guardar provises Colocou tudo que colheu no celeiro.

    128. SENSO ou CENSO Senso = juzo, de sentir No teve senso crtico nem de humor. Faltou bom senso. Censo = recenseamento No prximo ano, ser feito novo censo escolar.

    129. SERRAO ou CERRAO Serrao = ato de serrar A serrao das rvores comeou cedo. Cerrao = nevoeiro denso Na serra, a cerrao estava grande.

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    130. SESSO ou SEO (SECO) ou CESSO Sesso = reunio durante um perodo Hoje no houve sesso na Cmara. Seo ou Seco = departamento, repartio Trabalha na seo de brinquedos. Cesso = ato de ceder Ele fez a cesso de seus bens.

    131. SESTA ou SEXTA ou CESTA Sesta = descanso aps o almoo Gosta de uma sesta aos sbados. Sexta = numeral ordinal de seis Ela foi a sexta colocada. Cesta = objeto para guarda ou transporte Jogou o lixo na cesta.

    132. SOBRESCREVER ou SUBSCREVER Sobrescrever = escrever sobre, enderear necessrio sobrescrever no envelope. Subscrever = escrever embaixo, assinar Ele se esqueceu de subscrever a carta.

    133. SORTIR ou SURTIR Sortir = prover-se necessrio um sortimento maior de mercadorias. Surtir = produzir resultado A propaganda j surtiu efeito.

    134. SUAR ou SOAR Suar = transpirar (de suor) necessrio suar a camiseta. Soar = produzir som A campainha vai soar daqui a pouco.

    135. SUCINTA ou SUSCITA Sucinta = resumida Ele deu uma resposta muito sucinta. Suscita = causa, provoca O caso suscita mal-estar.

    136. TACHA ou TAXA Tacha = pequeno prego Usou tachinha para prender a tela. Taxa = tributo No queria pagar a taxa do lixo.

    137. TACHAR ou TAXAR Tachar = considerar, qualificar, apelidar Ele o tachou de corrupto. Taxar = estabelecer a taxa Ele taxou todos os produtos.

    138. TENO ou TENSO Teno = inteno = propsito, intento Minha teno aproveit-lo na empresa. Tenso = tenso Vivemos atualmente uma grande tenso.

    139. TRFEGO ou TRFICO Trfego = movimento, trnsito Era uma avenida de muito trfego. Trfico = comrcio ilegal Sou contra o trfico de negros, de drogas e de crianas.

    140. VIAGEM ou VIAJEM Viagem = (substantivo) ato de viajar A viagem foi tima.Viajem = (verbo - 3 pessoa do plural) Quero que vocs viajem amanh.

    141. VULTUOSO ou VULTOSO Vultuoso = inchado e avermelhado Ele est com o rosto vultuoso. Vultoso = de vulto, volumoso Recebeu uma quantia vultosa.

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    ALGUMAS EXPRESSES INTERESSANTES

    DEFINIR - Evite o uso impreciso e o uso excessivo. Definir a estratgia de combate decidir "como" se pretende lutar, descrever o modo, a forma de combate. Se a ideia for a de escolher entre duas ou mais estratgias, no estamos "definindo", e sim decidindo, estabelecendo, escolhendo, determinando... Definir no "dar fim": "Zezinho marcou o quinto gol, definindo (= fechando) o placar." Contra o uso excessivo, devemos usar verbos mais precisos: "J est decidido (em vez de definido) quem ser o prximo adversrio de Pop"; "A diretoria que vai determinar (em vez de definir) qual ser a multa"; ''A polcia ainda no descobriu (em vez de definiu) quem estava dirigindo o caminho"; "Parreira ainda no escalou (em vez de definiu) o time titular"; ''A CBF ainda no marcou ou fixou (em vez de definiu) as datas das finais"; "O PMDB ainda no indicou (em vez de definiu) o seu candidato"; "Ele ainda no escolheu (em vez de definiu) quem ser seu sucessor". DELE / DE ELE - Embora muitos autores considerem um caso facultativo, prefervel a forma de ele diante de verbos no infinitivo: "Eu cheguei antes dele", porm "Eu cheguei antes de ele sair". O mesmo caso se aplica aos artigos e pronomes: "Est na hora de o candidato falar"; "Os bandidos invadiram o banco antes de a agncia abrir"; "Estavam todos insatisfeitos apesar de esses craques terem sido convocados". DELETAR - S em textos de informtica. prefervel apagar ou excluir. DENGUE - Caso facultativo: o dengue ou a dengue. A forma feminina a mais usual: "a dengue", "dengue hemorrgica. DENUNCIAR - Rigorosamente, s o Ministrio Pblico (= um promotor) pode apresentar uma denncia. Hoje em dia, no meio jornalstico, aceitvel o uso de denncia como uma "revelao": "... como foi denunciado ontem aqui no Jornal Nacional". Devemos, entretanto, usar com cuidado e moderao. Exemplo inaceitvel: "O Jornal Nacional denunciou (= mostrou) ontem a ltima viagem de um caminho roubado no Paran" (= nesse caso no h nenhuma denncia). DESCOLAMENTO - o "ato de descolar, desgrudar": "Sofreu o descolamento da retina." (veja deslocamento) DESLOCAMENTO - o "ato de deslocar, mudar de lugar": "H a necessidade do deslocamento de todos os soldados que esto na regio." (veja descolamento) DESINFETAR - No sinnimo de esterilizar. Desinfetar "limpar"; esterilizar "tornar estril, matar bactrias, vrus": " necessrio desinfetar os banheiros e a cozinha. "Todo dentista obrigado a esterilizar seus instrumentos". DESMITIFICAR / DESMISTIFICAR Desmitificar "deixar de ser mito", " eliminar o carter de mito": ''A crnica esportiva brasileira tentou desmitificar o craque Maradona"; desmistificar "acabar com a mstica, com a farsa, desmascarar, desmoralizar: "O oponente conseguiu desmistificar sua sapincia." DESPENCAR - No sentido de "cair, diminuir, descer", s usar se houver ideia de "repentino ou queda muito grande":

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    "As bolsas europeias despencaram (= queda muito acentuada)"; "Ele despencou para o oitavo lugar (= repentinamente ele caiu do segundo para o oitavo lugar)". DETENTO - quem est detido. Ainda no foi julgado. diferente de presidirio (= j condenado). DETERIORAO - Vem do verbo deteriorar (-se). No h registro de "deteriorizao" nem "deteriorizar". DETONAR - S se for bombas. No devemos usar no sentido figurado: "Foi isso que acabou detonando (= gerando, provocando) a crise do Mxico"; "Foi a tia que detonou (= despertou) nela a paixo pela msica". Pode provocar ambiguidade. DIFERENTEMENTE - Significa "de um modo diferente": "Diferentemente do que foi publicado ontem, Romrio fez 23 gols com a camisa do Fluminense, e no 22." (veja ao contrrio de) DISPARAR - No sentido de "subir ou crescer", apresenta uma carga muito forte. melhor usar subir ou crescer: "Ele comea a disparar (subir ou crescer) nas pesquisas de opinio" (= h subjetividade, uma carga perigosa). Deve ser evitado no sentido de "dizer": "Ele covarde", disparou a atriz. DISPONIBILIZAR - Neologismo j dicionarizado. Para quem no gosta, ainda se pode dizer que "os documentos esto disponveis", em vez de "os documentos foram disponibilizados" DIVISA - Usamos para estados: "Na divisa de Pernambuco com a Paraba." DIZIMAR - Vem de dzimo, ou seja, a dcima parte. Originariamente a matana de um soldado em cada grupo de dez. Portanto, seria incoerente dizermos que uma raa foi "totalmente dizimada". melhor usar o verbo exterminar. DOMICLIO - O correto "entregas em domiclio". o mesmo que fazer entregas "em casa, no escritrio, no quarto do hotel". S usamos a domiclio com verbos de movimento: "Conduziram o doente a domiclio" (melhor: ...ao seu domiclio). DUBL - um "substituto". No devemos usar para quem exerce "dupla funo": "O baiano Lindoberto, por exemplo, um dubl de zagueiro e pescador." Alm de ser um lugar-comum, a palavra dubl apresenta uma clara carga pejorativa. ECOLOGISTA - S usar em referncia a um estudioso do assunto. Se for apenas um defensor da natureza, use ambientalista. ELENCAR - Modismo. um neologismo a ser evitado. melhor "enumerar, listar". EMENDA - o ato e emendar, e uma correo: O projeto de lei recebeu vrias emendas." (veja ementa) EMENTA - um apontamento, sumrio: A coordenadora exigiu as ementas das disciplinas do curso de Letras." (veja emenda) EMERGIR - "vir tona, aparecer": "O submarino teve de emergir rapidamente." (no confundir com imergir)

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    EMIGRAR - "sair de um pas para se fixar em outro": "Preferiu emigrar para o Japo." (no confundir com imigrar) EMINENTE - "importante": " uma pessoa eminente dentro do governo." (no confundir com iminente) EM QUE PESE(M) A - invarivel quando se refere a pessoa: "Conseguimos o contrato em que pese aos concorrentes. Quando se refere a coisa, devemos concordar com o sujeito: "Vencemos em que pesem os

    argumentos contrrios. ENQUANTO - Indica "tempo simultneo". Exige correlao de tempo verbal: "Eu trabalho enquanto voc dorme" (no presente); "A inflao cresceu enquanto a renda dos assalariados caiu" (no pretrito). Evite: 1. Falta de correlao dos tempos verbais: "Enquanto o diretor insiste (= presente) no projeto, os acionistas contestaram (= pretrito) as ideias bsicas"; 2. A forma enquanto que: Fumava enquanto que todos buscavam a soluo para o problema; 3. O modismo de usar enquanto com o sentido de "na funo de" ou "sob o aspecto de": "Ele, enquanto diretor, tem total responsabilidade sobre os fatos." ENTRETANTO - sinnimo de "no entanto". No existe "no entretanto". EPIDEMIA / ENDEMIA / EPIZOOTIA Epidemia - doena infecciosa de carter transitrio que atinge um grande nmero de pessoas numa rea extensa. Endemia - doena infecciosa que ocorre habitualmente e com incidncia significativa em determinada populao ou regio. Epidemia e endemia s devem ser usadas para seres humanos. Para animais, usamos epizootia. ESCASSEZ - Ocorre quando "h pouco": "As prateleiras dos supermercados quase vazias comprovam a escassez do produto." Quando "no h", ocorre falta: ''A falta do produto comprovada pelas prateleiras totalmente vazias." ESTRELA - S para mulheres. No use para homens: "Oscar a maior estrela do basquete brasileiro." Para homens, prefervel usar astro.

    Advrbio "sequer" mal utilizado

    A palavra "sequer" nem sempre bem utilizada. Parece que boa parte das pessoas tem a

    impresso de que essa palavra tem sentido negativo, o que um equvoco. "Sequer" um

    sinnimo de "ao menos".

    Em uma frase como 'Tudo teria sido diferente se eles tivessem demonstrado sequer um pouco de

    compreenso', no h sentido negativo e o 'sequer' est bem empregado.

    O problema surge em construes como "Ele passou por mim e sequer me cumprimentou".

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    O sujeito da frase tem a inteno de dizer que algum no o cumprimentou, mas o que acaba

    dizendo que algum, ao menos, o cumprimentou, ou seja, exatamente o oposto do que pretendia.

    Numa frase como essa, o ideal seria a anteposio de uma partcula negativa ao advrbio 'sequer'.

    'Ele passou por mim e nem sequer me cumprimentou'.

    O uso do "sequer" neste caso poderia ser dispensado, j que apenas enfatiza a ideia negativa.

    A frase ficaria "Ele passou por mim e nem me cumprimentou". O que no pode faltar a negativa.

    muito simples: basta, mentalmente, substituir o 'sequer' por 'ao menos' e ser fcil perceber a

    necessidade - ou no - de acrescentar uma partcula negativa frase".

    Competncia e atribuio

    Desde que a Operao Satiagraha foi deflagrada pela Polcia Federal, o banqueiro Daniel Dantas

    foi preso e solto mais de uma vez. Em meio a essas circunstncias, o ministro da Justia, Tarso

    Genro, disse, em entrevista Folha, que considerava difcil Dantas provar ser inocente.

    O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, descontente com a declarao

    do ministro, disse que Genro no tinha "competncia para decidir inquritos, muito menos priso

    preventiva".

    A questo possui, alm de importncia poltica, interesse do ponto de vista lingustico.

    Aps se reunirem com o presidente da Repblica, tanto o presidente do STF como o Ministro da

    Justia negaram ter havido alguma divergncia entre ambos. Nessa circunstncia, Gilmar Mendes

    declarou que havia dito apenas que Tarso Genro no tinha como 'atribuio' decidir inquritos ou

    priso preventiva.

    Afinal, competncia e atribuio so sinnimos? Sim e no. Do ponto de vista jurdico, sim.

    Competncia a 'faculdade concedida por lei a um funcionrio, juiz ou tribunal para apreciar e

    julgar certos pleitos ou questes', ou seja, um sinnimo de 'atribuio'.

    Na linguagem corrente, entretanto, a palavra tem sentido mais amplo e est ligada capacidade

    de fazer alguma coisa, habilidade, aptido e at idoneidade.

    Prova disso, que a palavra "incompetente" usada como insulto. O fato que Mendes explicou

    que usou o termo no sentido jurdico e que apenas pretendeu dizer que no era atribuio legal de

    Genro decidir inquritos ou priso preventiva.

    Ento, est explicado. No houve inteno de ofender e, mesmo que tenha havido em algum

    momento, o incidente se desfez graas troca da 'competncia' pela 'atribuio'.

    OBSERVAO/OBSERVNCIA Observao o ato de observar, perceber pelos sentidos,

    o reparo, a advertncia: O diretor fez duas observaes importantes. Observncia o

    cumprimento, a execuo fiel: Para evitar acidentes, importante que haja a observncia das

    normas.

    OPORTUNISTA Cuidado. Palavra perigosa. Apresenta carga negativa: Romrio um atleta

    muito oportunista. Se ele aproveita bem as oportunidades para fazer seus gols, o melhor dizer

    que ele tem senso de oportunidade.

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    PTICO/TICO ptico refere-se viso: Apresentava problemas no msculo ptico. tico, a

    princpio, refere-se ao ouvido: A labirintite afetou-lhe o nervo tico. Hoje em dia, porm, aceita-

    se o uso de tica em referncia viso: Comprou seus culos numa tica popular; Na sua tica,

    o contrato no deveria ser assinado; No passou de uma iluso de tica.

    PAULISTA Refere-se ao estado de So Paulo.

    PAULISTANO Refere-se cidade de So Paulo.

    PELADA Cuidado. Apresenta carga pejorativa. melhor dizer que ela estava nua (= se houver

    sensualidade) ou despida (= se no houver carga de sensualidade).

    PENALIZADO melhor s usar no sentido de ter pena, d, compaixo: Sentia-se penalizado

    diante de tanta misria. Embora j esteja registrado no novo Aurlio e no dicionrio Houaiss,

    bom evitar o uso de penalizado no sentido de punido: O zagueiro foi punido (e no penalizado)

    com carto vermelho.

    PONTO PERCENTUAL No devemos confundir com percentagem. Se a inflao subiu de 2%

    para 4%, ela subiu 100% ou dois pontos percentuais.

    PORTENHO Vem de porto. Refere-se a quem nasce ou vive em Buenos Aires. No sinnimo

    de argentino.

    POSAR/POUSAR Posar fazer pose: Ela posou para duas revistas masculinas. Pousar

    descer, aterrissar, descansar: O avio pousou com vinte minutos de atraso; Os viajantes

    pousaram neste albergue.

    POSSUIR Devemos evitar o uso de possuir como simples sinnimo de ter. Rigorosamente

    possuir equivale a ter a posse de, ter a propriedade de, poder dispor de: Ele possui muitos bens

    no estrangeiro. Em geral, mais seguro e correto usar o verbo ter: Ela tem duas filhas; Ele tem

    direito adquirido; Eles tm duas liminares

    PROCRASTINAR Cuidado. Na lngua do dia a dia, apresenta carga negativa: enrolar.

    prefervel adiar ou prorrogar.

    PROTOCOLAR/PROTOCOLIZAR Segundo a tradio, protocolar adjetivo, o que segue o

    protocolo: So aes protocolares. Hoje em dia, porm, aceita-se como verbo. Seria sinnimo de

    protocolizar: Os documentos foram protocolizados ou protocolados.

    QUESTIONAR pr em dvida: O deputado questionou a legalidade do contrato. No

    sinnimo de perguntar: O deputado perguntou (e no questionou) se o banqueiro iria depor hoje

    tarde ou somente amanh.

    RAPTO No sinnimo de sequestro. Rapto s de mulheres e com fins sexuais: hbito,

    nesta tribo, a mulher ser raptada pelo futuro marido. Exemplo inaceitvel: Os dois confessaram

    que, na poca do rapto, compraram trs crianas nas mos de Matilde (= Embora seja frequente,

    devemos evitar o uso de RAPTO para crianas).

    REFUTAR Significa contestar, apresentar argumentos contrrios. O mestre refutou (=

    contestou) as minhas ideias. No sinnimo de rejeitar: O diretor rejeitou (= no aceitou) a

    minha proposta.

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    REGULARIZAR O que se regulariza a situao e no a pessoa: A situao do atleta j foi

    regularizada na federao. Devemos evitar construes do tipo: O atleta ainda no foi

    regularizado na federao; Os camels no esto regularizados.

    RENDER Palavra de carga positiva. No devemos usar em situaes negativas: As fotos nuas

    lhe renderam um processo. O mais adequado custaram um processo.

    REPERCUTIR O que repercute a coisa: A derrota repercutiu muito mais do que se esperava.

    Devemos evitar construes em que algum repercute alguma coisa: Vamos repercutir a

    derrota no vestirio do Vasco. melhor: Vamos ver a repercusso da derrota no vestirio do

    Vasco.

    RESTO Palavra de carga negativa. Devemos evitar:

    O primeiro pode entrar, o resto deve permanecer sentado. melhor: os demais devem

    permanecer.

    So Paulo assiste a Palmeiras e Grmio, o resto fica com o jogo Flamengo e Bahia. melhor: A

    rede Globo transmitir Flamengo e Bahia; para So Paulo, Palmeiras e Grmio.

    ROUBO diferente de furto. Se houver qualquer tipo de violncia, roubo. O cleptomanaco

    tem mania de furtar. Se houver roubo e assassinato, latrocnio.

    SALRIO/VENCIMENTO Empregado de empresa privada e funcionrio pblico contratado

    com base na CLT recebem salrio; funcionrios pblicos em geral recebem vencimento; soldo a

    parte fixa dos vencimentos dos militares. Parlamentares recebem subsdio.

    SANO Cuidado. Pode ser aprovao ou punio: Esperamos a sano do presidente (=

    aprovao); Teme-se que haja sanes contra o Iraque (= punies).

    SANCIONAR Deve ser usado somente com o sentido de aprovar, promulgar: O governo

    deve sancionar a lei at o fim desta semana.

    SANEAR Para finanas, devemos usar sanear, e no sanar: O emprstimo visa a sanear

    nossas finanas. No sentido de curar, tornar so, podemos usar sanar ou sanear.

    SEQUESTRO a apreenso de bens ou pessoas, com fins polticos ou para extorquir dinheiro.

    Pode haver sequestro sem extorso.

    Um exemplo questionvel: Isso ocorreu logo depois do anncio do sequestro dos cruzados

    novos, na poca do Plano Collor. (= Na verdade, os cruzados novos foram bloqueados.)

    O sequestro de bens ocorre quando eles ficam indisponveis. No caso de pessoas, sequestro o

    fato de se tirar a sua liberdade; a exigncia de dinheiro j outro crime: extorso. Sequestro no

    sinnimo de rapto.

    SUPLEMENTAR extra, adicional. No sinnimo de complementar. Uma verba

    complementar a segunda parte ou a parte que faltava; uma verba suplementar uma verba

    extra, adicional, no prevista.

    SURTO Atinge um nmero limitado de pessoas numa rea restrita.

    TODO Significa qualquer: Ele capaz de fazer todo trabalho (= qualquer trabalho); Isso

    acontece todo dia (= qualquer dia, todos os dias). No devemos confundir com todo o, que

    significa inteiro: Ele fez todo o trabalho (= o trabalho inteiro); Trabalhou todo o dia (= o dia

    inteiro); E a previso para este domingo de sol em todo o estado (= para o estado inteiro);

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    Haver vacinao em todo o pas (= no pas inteiro).

    TRANSPLANTADO o rgo, no a pessoa: O corao transplantado Devemos evitar: A

    menina transplantada passa bem.

    TRIMENSAL/TRIMESTRAL Trimensal trs vezes por ms; trimestral de trs em trs

    meses.

    ALGUMAS FRASES INCORRETAS DO NOSSO DIA A DIA

    Segundo a lei, "estupro" s de mulheres. Algo parecido ocorre com a palavra "rapto". Com alguma frequncia, temos o desprazer de ler em nossos jornais que "uma criana foi raptada". Novamente, encontramos o mau uso de uma palavra: um menino no pode ser raptado, pois rapto sempre de mulheres e com fins libidinosos. Na verdade, as crianas so sequestradas. Como no h pedido de resgate, preferem dizer que elas foram "raptadas". H quem pense que, se no houver pedido de resgate, no h sequestro. Outro engano. Quando o sequestrador entra em contato com a famlia e exige alguma coisa em troca para libertar o sequestrado, temos um outro crime: a extorso. Assim sendo, o que os jornais chamam de "sequestro" na maioria das vezes trata-se de um sequestro seguido de extorso ou extorso mediante sequestro. Sequestrar "tirar a liberdade de algum ou alguma coisa". por isso que um bem pode ser sequestrado, ou seja, torna-se indisponvel (seu dono no pode vend-lo, por exemplo).

    interessante lembrar o velho caso do "roubo" e do "furto". S h roubo se houver algum tipo de "violncia". comum as pessoas definirem os cleptomanacos como "aqueles que tm a mania de roubar". Est errado. O cleptomanaco tem a mania de furtar. Em geral, ele no agride ningum. O seu prazer "pegar escondido".

    tambm comum lermos ou ouvirmos no meio jornalstico: "Fulano entrou com uma liminar." Ora, ningum entra com liminar. Liminar algo que se pede, e o juiz concede ou no. a mesma histria do "entrar com efeito suspensivo". Isso muito comum no meio esportivo. "Efeito" consequncia. Ningum "entra" com efeito suspensivo. Mais uma vez algo que se pede. O certo, portanto, dizer que "se pediu efeito suspensivo". Agora, se voc quer ver um juiz ficar "louco da vida", s dizer que ele "deu um parecer". Quem d parecer consultor, perito, advogado... Juiz decide.

    E em relao ao termo "denncia": a verdadeira denncia s pode ser feita pelo Ministrio Pblico. Apenas o promotor pode apresentar uma denncia. Rigorosamente, voc no pode denunciar o seu vizinho porque ele bate na mulher. O cidado comum acusa. Na verdade, ns estamos falando de uma denncia formal, pois na linguagem popular o uso do verbo denunciar j est consagrado. Depois do "disque-denncia", ento, no tem mais jeito.

    EXERCITANDO 1) Preencha os espaos com a palavra homnima entre parnteses:

    a) Flautista de profisso dera um _________ em Bragana. (concerto/conserto) b) Antes disso, mandara fazer um _________em sua flauta. (conserto/concerto) c) Os passageiros do trem de Maguari amotinaram-se jogando os __________ no leito da

    estrada. (acentos/assentos) d) A palavra trem no leva ___________ por ser monosslaba terminada em em.

    (acento/assento) e) Todos os passageiros do trem de Maguari estavam facilmente __________ em no

    denunciar a nenhum dos companheiros. (concertados/consertados) f) A _____________ do jri em que foi ru o cego do trem, estendeu-se noite a dentro.

    (sesso/cesso/seo/seco)

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    g) Durante a __________ parlamentar, uma ________ do partido do Governo manifestou-se contrria ___________ de terras a imigrantes japoneses. (sesso/seo, seco/cesso)

    h) O aluno revelou, pelo teste, grande _______ artstico. (senso/censo)

    2) Marque a alternativa cujo homnimo foi empregado corretamente: a) A Cmara caou o mandato do Prefeito. (cassou/caou) b) Ovos cosidos no prejudicam a sade. (cozidos/cosidos) c) Estamos a trs passos do pao episcopal. (passo/pao) d) O preso, em sua cela, espiava os crimes que cometera. (cela/sela, espiava/expiava) e) Quem expectador jamais dispensa seu televisor. (espectador/expectador,

    dispensa/despensa)

    3) Preencha as lacunas: a) Foi preso em __________, ao roubar uma _________ de cem reais, pelo que foi conduzido

    _________ presena do delegado que lhe _________ o castigo merecido. (flagrante/fragante, sdula/cdula, incontinenti/incontinente, infringiu/infligiu)

    b) Um rapaz __________ no se apresenta em pblico com um terno _________. (destinto, distinto)

    c) Receba o ___________ da minha admirao pela sua vitria sem ________. (pleito, preito / procedentes, precedentes)

    d) J disse que fui _________ pelo Tribunal do Jri, exijo a reposio das despesas do processo. (destratado, distratado)

    4) Marque a opo cujas palavras preenchem as lacunas na ordem: 1. Neste ano a __________ sobre mercadorias importadas foi muito alta. 2. Ps uma ___________ na parede para dependurar o quadro. 3. Ele pagou __________ quantia pelo videocassete. 4. Quando o Juiz expediu o ___________ de priso, ele fugiu. 5. Ao terminar o __________ , o Presidente do clube sentia-se satisfeito. a) tacha, taxa, vultuosa, mandado, mandato.

    b) taxa, tacha, vultosa, mandado, mandato c) tacha, taxa, vultosa, mandato, mandato d) taxa, tacha, vultuosa, mandado, mandato e) tacha, taxa, vultosa, mandado, mandato

    5) Marque a opo em que no h correspondncia quanto ao sentido da parnima:

    a) lustro - perodo de cinco anos d) dito - ordem judicial lustre - candelabro edito - decreto lei b) listra - risco (linha) e) estada - permanncia de pessoa lista - rol estadia - permanncia do veculo c) fluir - desfrutar fruir - correr

    6) Assinale a alternativa que preenche as lacunas, pela ordem:

    1 Era __________ em corridas de Frmula 1, pois comeara h apenas um ano. 2 Os ___________ da construo civil esto em greve. 3 Era o brasileiro mais __________ na sua cidade. 4 Era o brasileiro mais __________ na sua cidade.

    a) incipiente, pees, eminente, cumprimentado b) insipiente, pies, eminente, cumprimentado c) incipiente, pees, iminente, comprimentado d) insipiente, pies, eminente, comprimentado e) incipiente, pees, iminente, cumprimentado

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    7) No h correspondncia de sentido em: a) sobrescritar = enderear b) subscritar = assinar c) vadear = levar a vida toa d) vvido = vivaz, entusiasmado e) proscrio = proibio, eliminao 8) Reescreva as frases, completando-as com um dos porqus. a) No lhe telefonei.........................no pude. Voc no me telefonou........................? b) Para lhe dizer a verdade, nem eu mesmo sei o.........................de no lhe ter telefonado. c) No sei....................... se toma tanto dinheiro emprestado. Voc sabe...............................? d) Pergunte ao porteiro ..............................ele no pode comprar um televisor em cores. e) No posso dizer nada sobre o rapaz.........................no o conheo. f).....................................no conta a dificuldade............................passou? g)............................. o Brasil no pode pagar sua dvida externa: ser esse o tema da palestra. PARTE II A ORDEM DIRETA, A ORDEM INDIRETA, A ORAO E SEUS TERMOS

    HINO NACIONAL BRASILEIRO

    Ouviram do Ipiranga as margens plcidas De um povo herico o brado retumbante, E o sol da liberdade em raios flgidos, Brilhou no cu da ptria nesse instante. Pergunta-se: Qual o sujeito de ouviram? Ponha a primeira estrofe na ordem direta (sujeito+verbo+complementos verbais+adjuntos)

    A ORAO E SEUS TERMOS

    Ao fazermos a anlise dos termos da orao, veremos que, entre eles, uns so totalmente dispensveis; outros, no. Alguns podem ser retirados, mas com eles a informao fica mais completa , mais detalhada. So eles: 1. ESSENCIAIS

    SUJEITO

    PREDICADO

    COMPLEMENTOS VERBAIS

    Objeto Direto

    Objeto Indireto

    2. INTEGRANTES

    AGENTE DA VOZ PASSIVA

    COMPLEMENTO NOMINAL

    COMPLETAM O SENTIDO DE OUTROS

    3. ACESSRIOS

    ADJUNTOS

    Adverbiais

    Adnominal

    APOSTO

    SERVEM PARA AMPLIAR A INFORMAO E SO DISPENSVEIS.

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    Obs: O VOCATIVO, por no estar ligado sintaticamente a outro termo da orao, no pertence ao esquema acima. um termo isolado, que, no discurso direto, serve para chamar o interlocutor. Os termos, na orao, esto numa relao de dependncia de determinante / determinado. SUJEITO o termo que indica o ser sobre o qual se faz a declarao expressa no predicado. o termo com o qual o verbo concorda. NA PRTICA, O TERMO QUE RESPONDE PERGUNTA O QU? OU QUEM?, FEITA

    ANTES DO VERBO, DEPOIS DE DESCARTADA A POSSIBILIDADE DE ORAO SEM SUJEITO. ORAO SEM SUJEITO

    Na orao sem sujeito, o verbo empregado na 3 pessoa do singular, isto , impessoalmente. Diz-se, ento, que o sujeito inexistente. CASOS DE ORAO SEM SUJEITO: 1. Quando o verbo ou locuo verbal indicam um fenmeno meteorolgico:

    Choveu e ventou tanto que o barco virou.

    Orao sem sujeito orao sem sujeito

    Est nevando no Paran.

    Orao sem sujeito

    Se gear neste ano, a safra de soja estar perdida.

    Orao sem sujeito

    OBS: Se esses verbos forem empregados em sentido figurado, eles tero sujeito: Choveram pedidos de renncia com a mudana de planos. Trovejaram os motores dos carros espera do sinal de largada. 2. O verbo HAVER no sentido de:

    EXISTIR No havia sinal de vida. Devia haver mais flores no salo.

    OCORRER Houve vrios acidentes neste cruzamento e ainda vai haver muitos Outros se no tomarem providncias.

    TEMPO DECORRIDO

    Havia duas horas que o aguardava. Devia haver uma eternidade que no se viam.

    3. O verbo FAZER no sentido de:

    TEMPO CRONLOGICO J fazia algumas semanas que trabalhava no projeto. Sei que vai fazer dez anos de profisso.

    TEMPO METEOROLGICO Aqui faz invernos insuportveis. No fazia tanto calor nesta cidade.

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    4. Os verbos IR, ESTAR e FICAR indicando tempo cronolgico e meteorolgico:

    J vai para dois anos que ele partiu. Estava tarde quando ele saiu, Ficou quente de sbito

    5. O verbo SER indicando:

    TEMPO CRONOLGICO J so dez horas. Hoje so trs de junho. Devem ser 15 horas. meio-dia.

    TEMPO METEOROLGICO Era inverno quando cheguei.

    LUGAR Foi em Minas que aconteceu a Inconfidncia.

    Obs: O verbo SER, embora impessoal, concorda com o numeral que indica o tempo. 6. O verbo PASSAR + DE, indicando tempo:

    J passa de doze horas. Acho que deve passar de dez horas.

    7. Os verbos BASTAR e CHEGAR + DE:

    Creio que basta de comentrios. Chega de gritos por hoje.

    Obs: Todos esses verbos, estando numa locuo verbal, transferem a impessoalidade para o verbo auxiliar. ORAO COM SUJEITO Faz-se a pergunta quem? ou o que? antes do verbo. a) Ah! Que doce lua ver nossa calma face!... Quem ver? R. Que doce lua. ncleo do sujeito b) Parecia-se ele com a irm.

    quem parecia? R. ele

    c) Amanh teremos muito pouco a contar. Obs.: O sujeito est na desinncia -mos Quem ter muito pouco a contar? Sujeito desinencial Ns

    d) Dois e dois so quatro. O que so quatro? R. Dois e dois

    e) Faleceram o pai e os irmos dele. Quem faleceu? R. o pai e os irmos dele f) Hoje parece que o sonho acabou. O que parece? R. que o sonho acabou SUJ. ORACIONAL

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    Observe que o sujeito toda a orao que o sonho acabou. Esta, por sua vez, tambm tem seu sujeito. O que acabou? R. o sonho ncleo: sonho.

    Nos exemplos dados, todas as oraes tm sujeito claro, determinado e que se apresentam de diferentes maneiras. Portanto, o sujeito determinado pode ser: a) Com apenas um ncleo SUJEITO SIMPLES.

    As sombras do campo moravam em Matacavalos sujeito simples. Aconteceu que no o vimos sujeito simples (oracional). Teremos pouco a contar sujeito simples (desinencial).

    Obs: Quando o sujeito oracional, no h como destacar o ncleo, pois a orao (subjetiva) est substituindo um substantivo. b) Com mais de um ncleo SUJEITO COMPOSTO Dois e dois so quatro. sujeito composto. A sala e os quartos foram pintados de azul-celeste. Sabe-se que ele chegou e que j partiu. ORAO COM SUJEITO INDETERMINADO

    Indetermina-se o sujeito da orao quando NO SE SABE ou NO CONVM DECLARAR quem o autor da ao ou a respeito de quem se faz a declarao.

    Feita a pergunta o qu? ou quem?, antes do verbo, obtm-se resposta indefinida: no se sabe, qualquer um, etc. Mandaram-me flores hoje. Quem mandou? R: No se sabe. Tocaram a campanhia e correram. Quem tocou? Quem correu? R: No se sabe. Esqueceram as chaves aqui. Quem esqueceu? R: No se sabe. Falaram tanto mal do governo que acabaram derrubando-o. Quem falou? Quem derrubou? R: No se sabe. R: No se sabe. No se morre de amor, mata-se por dio. Quem no morre? Quem mata? R: No se sabe. H, portanto, trs maneiras de se indeterminar o sujeito : 1. Usando os verbos na 3 pessoa do plural, sem que haja referncia a substantivo (pl.) ou

    pronome (pl.) expressos na frase. Tentaram arrombar a porta, mas no conseguiram. Quem? No se sabe Observe que no basta o verbo estar na 3 pessoa do plural. necessrio que ele se refira a um sujeito indeterminado. 2. Com o verbo na 3 pessoa do singular + se (ndice de indeterminao do sujeito IS).

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    Esse verbo s pode ser:

    a) Transitivo indireto (Verbo que pede preposio.) No se confia nos polticos. Desconfiou -se de que ele era o culpado. IIS VTI VTI IIS

    b) Intransitivo (Verbo que no pede complemento.) Mora-se bem no interior. Dorme -se pouco nas grandes cidades. VI IIS VI IIS c) De Ligao Nos concursos, fica- se ansioso. Era- se feliz antigamente VL IIS VL IIS

    Obs: Se o verbo transitivo direto e se apresenta na 3 pessoa seguido de SE, este o pronome apassivador. Essa estrutura sinttica a VOZ PASSIVA SINTTICA e pode ser transformada na VOZ PASSIVA ANALTICA.

    VOZ PASSIVA SINTTICA

    VOZ PASSIVA ANALTICA

    Compram-se roupas usadas. VTD PA suj. paciente

    Roupas usadas so compradas. suj. paciente v. aux. V. principal

    EXERCCIOS Indique e classifique os sujeitos das oraes abaixo: 1. Decorreram alguns instantes de silncio. 9. Eu e o chefe chegamos atrasados. 2. Vendeu-se o apartamento. 10. No d ouvidos a boatos. 3. Sabe-se que eles se separaram. 11. Havia jardins naquele tempo. 4. Contaram-me coisas estranhas. 12. Chegou o trem das onze. 5. Faltam dez dias para a prova. 13. Algum perguntou por voc. 6. Choveram tomates sobre o orador. 14. Convm que estudes mais. 7. Fala-se em greve. 15. Aqui se estuda muito. 8. Os livros contemplei, os quadros e as 16. Fizeste bem em no vir. outras obras guardei.

    VOZES VERBAIS AGENTE DA PASSIVA As vozes do verbo so indicadas pelo sujeito que pode ser agente, paciente ou ambos, simultaneamente.

    VOZ

    SUJEITO

    EXEMPLO

    ATIVA

    Agente

    O anjo trouxe a mensagem sujeito agente

    PASSIVA

    Analtica

    Paciente

    A mensagem foi trazida pelo anjo sujeito paciente agente da passiva verbo auxiliar + verbo principal

    Sinttica Paciente Venderam - se os livros. verbo trans. dir suj paciente pronome apassivador

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    REFLEXIVA

    O sujeito pratica e sofre a ao

    Joo se vendeu por pequena recompensa suj.agente e paciente pron. refl/OD verbo transitivo direto

    Na voz passiva analtica, usa-se, geralmente, o verbo SER como auxiliar: O livro foi escrito. / A casa ser construda. Entretanto, so comuns construes na voz passiva com outros verbos auxiliares como estar, andar, ficar, viver, ir, vir: Ela vivia acompanhada da av. / A av sempre a acompanhava. A voz reflexiva tambm pode indicar reciprocidade (um ao outro): As duas meninas contemplam-se com alegria. /Os homens se odiavam tanto que acabaram se matando numa briga.

    Para converter a voz ativa em passiva

    Sujeito agente O professor

    +verbo de ao(trans. direto) + explicou

    objeto direto a frmula.

    A frmula Sujeito paciente

    foi explicada v. auxiliar / v. principal

    (particpio)

    pelo professor agente da passiva

    AGENTE DA VOZ PASSIVA

    Termo ligado a um VTD na voz passiva.

    sempre regido de preposio POR / PER/DE;

    o ser que pratica a ao verbal sofrida pelo sujeito (paciente). (Corresponde ao sujeito da voz ativa);

    aparece na VP analtica.

    Sujeito

    verbo na voz passiva

    agente da passiva

    O campo Os refns O morro

    foi invadido foram libertados est cercado

    pela torcida. pelos sequestradores. de policiais.

    Obs.: Na voz passiva sinttica, o agente da voz passiva fica indeterminado:

    Alugam-se bicicletas. / Bicicletas so alugadas.

    EXERCCIOS

    1) Passar a voz passiva analtica dos seguintes verbos para a passiva pronominal, atentando-se para o problema da concordncia do verbo com o sujeito: conservem-se os mesmos tempos e modos: 1. Foram promulgadas novas leis. 2. Sero discutidos muitos projetos. 3. Seriam tomadas as providncias necessrias. 4. Foram obtidos muitos favores. 5. Tm sido inscritos novos scios.

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    PARTE III Pronomes Regncia Verbal Regncia Nominal Crase Concordncia Verbal Concordncia Nominal Pontuao

    O Acordo Ortogrfico

    PRONOMES

    Observe os pronomes desta frase: Pegue o seu nibus; eu pegarei o meu

    um pronome que um pronome que substitui o nome (nibus) acompanha o nome

    Portanto, pronome uma palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionando-o a uma das trs pessoas do discurso. Dependendo da funo de substituir ou acompanhar o nome, o pronome , respectivamente, pronome substantivo ou pronome adjetivo. Os pronomes so classificados em pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

    Pronomes Pessoais Indicam as trs pessoas do discurso: a que fala: eu, ns / a com quem se fala: tu/voc; vs, vocs / a de quem se fala: ele, ela; eles, elas

    Pronomes Retos Pronomes oblquos

    Pessoas /singular Tnicos com preposio tonos sem preposio 1 pessoa eu mim, comigo me 2 pessoa direta tu ti, contigo te 2 pessoa indireta voc 3 pessoa ele, ela a ele, a ela, si, consigo se, o, a, lhe

    Pessoas/plural 1 pessoa ns conosco, nos 2 pessoa direta vs convosco, vos 2 pessoa indireta vocs 3 pessoa eles, elas a eles, a elas, si, consigo se, os, as, lhes

    Obs.: Chamamos de 2 pessoa indireta os pronomes que, embora se refiram pessoa com quem se fala, levam o verbo para a 3 pessoa. A ela pertencem, alm de voc, vocs, vrios pronomes de TRATAMENTO, como o senhor, a senhora, Vossa Senhoria, Vossa Excelncia, Vossa Alteza, Vossa Majestade, etc. A maioria dos pronomes de tratamento se costuma escrever abreviadamente. Eis suas abreviaturas e a indicao do seu emprego: Emprego dos pronomes pessoais

    1. Como esses pronomes sempre substituem as pessoas do discurso, eles sempre so pronomes substantivos.

    2. Os pronomes retos funcionam quase sempre como sujeito. 3. Os pronomes oblquos funcionam como complemento.

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    4. Quando o pronome oblquo estiver na pessoa do pronome reto, chamado de reflexivo. Ela admirava-se no espelho = a si mesma (pronome reflexivo)

    5. Os pronomes oblquos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las e no, na, nos, nas depois de formas verbais terminadas em -r, -s, -z ou -m, -o, -e. Queria preservar (+ o) = queria preserv-lo Fez (+ o) = f-lo Ps (+ o)= p-lo Conduziram ( + os) = conduziram-nos Do (+ a) como certa = do-na como certa. Pe (+ os) sobre a mesa = pe-nos sobre a mesa

    Obs.: por uma questo de eufonia, o s tambm cai nas formas verbais da primeira pessoa do plural (ns) diante do pronome oblquo nos.

    Ex. Oferecemos-nos a prestar-lhe socorro = Oferecemo-nos a prestar-lhe socorro Importante a) S podemos empregar as formas oblquas o, a, os, as, quando o verbo pedir objeto direto, e somente usaremos os oblquos lhe e lhes quando o verbo reclamar objeto indireto. Foge, portanto, ao padro culto quem diz eu lhe felicito, uma vez que o verbo felicitar, sendo transitivo direto, pede objeto direto. O oblquo que deve ser usado , pois, o. Por outro lado, foge regra quem diz eu o obedeo, porque o verbo obedecer transitivo indireto, j que quem obedece, obedece a algum.

    b) Me, te, se, nos, e vos podem ser tanto objetos diretos como indiretos. Funcionaro como objetos diretos se os pudermos substituir pelos oblquos o, a, os, as e, como objetos indiretos quando for possvel substitu-los pelos oblquos lhe ou lhes.

    c) Os pronomes eu e tu, em linguagem padro, no devem ser acompanhados de preposio. Assim, deve-se escrever: Entre mim e ti.... e no Entre eu e tu ... Isso porque as formas pronominais eu e tu funcionam sempre como sujeito e no podem vir regidas de preposio. d) Ns e vs, quando usados com a preposio com, assumem a forma conosco e convosco. Porm, se esto acompanhados por um modificador como outros, prprios ou um numeral, no se modificam.

    Ele brincou conosco ontem. Ele brincou com ns dois.

    e) Me, te, lhe, nos e vos tambm podem ser empregados com valor possessivo, equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso e vosso.

    Quebraram-me os dentes. (Quebraram os meus dentes.) Louvei-lhe a atitude. (Louvei a atitude dele)

    Pronomes de Tratamento

    Breve Histria dos Pronomes de Tratamento

    O uso de pronomes e locues pronominais de tratamento tem larga tradio na lngua portuguesa. De acordo com Said Ali, aps serem incorporados ao portugus os pronomes latinos tu e vos, como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra, passou-se a empregar, como expediente lingustico de distino e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor:

    Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou

    qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e no a ela prpria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com o tratamento de vossa merc, vossa senhoria (...); assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelncia e adotaram-se na hierarquia eclesistica vossa reverncia, vossa paternidade, vossa eminncia, vossa santidade.

    A partir do final do sculo XVI, esse modo de tratamento indireto j estava em voga tambm para os ocupantes de certos cargos pblicos. Vossa merc evoluiu para vosmec, e depois para o coloquial voc. E o pronome vs, com o tempo, caiu em desuso. dessa tradio que provm o atual emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos s autoridades civis, militares e eclesisticas.

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    Concordncia com os Pronomes de Tratamento

    Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto concordncia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram segunda pessoa gramatical ( pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicao), levam a concordncia para a terceira pessoa. que o verbo concorda com o substantivo que integra a locuo como seu ncleo sinttico: Vossa Senhoria nomear o substituto; Vossa Excelncia conhece o assunto.

    Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento so sempre os da terceira pessoa: Vossa Senhoria nomear seu substituto (e no Vossa ... vosso...).

    J quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gnero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e no com o substantivo que compe a locuo. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto Vossa Excelncia est atarefado, Vossa Senhoria deve estar satisfeito; se for mulher, Vossa Excelncia est atarefada, Vossa Senhoria deve estar satisfeita.

    Em comunicaes oficiais, est abolido o uso do tratamento dignssimo (DD), s autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade pressuposto para que se ocupe qualquer cargo pblico, sendo desnecessria sua repetida evocao.

    Vossa Senhoria empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado :

    Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustrssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

    Acrescente-se que doutor no forma de tratamento, e sim ttulo acadmico. Evite us-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicaes dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concludo curso universitrio de doutorado. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade s comunicaes.

    Veja o quadro a seguir:

    DESTINATRIO TRATAMENTO ABREV. VOCATIVO ENVELOPE

    Presidente da Repblica; Vice-Presidente da

    Repblica

    Vossa Excelncia No se usa

    Excelentssimo Senhor Presidente da

    Repblica

    Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica Federativa do Brasil

    Chefe do Gabinete Civil e Chefe do Gabinete

    Militar da Presidncia da Repblica; Ministro

    de Estado; Chefes Militares

    Vossa Excelncia V.Exa. Excelentssimo Senhor Exmo. Sr. Fulano de Tal... Chefe do...

    Membros do Congresso Nacional e do Senado

    Vossa Excelncia V.Exa. Excelentssimo Senhor Exmo. Sr. Deputado... Cmara dos Deputados

    Governador de Estado, Territrios e Distrito

    Federal

    Vossa Excelncia V.Exa. Excelentssimo Senhor Excelentssimo Senhor Governador do Estado

    Prefeitos; Presidentes de Assemblias Legislativas

    e Cmaras Municipais (s para presidentes)

    Vossa Excelncia V.Exa. Exmo. Sr. Deputado ... Presidente da Assemblia Legislativa do Estado

    Outras pessoas e demais autoridades. Diretores;

    Chefes de Seo; Capito; Tenente

    Vossa Senhoria V.Sa. Prezado Senhor Fulano de Tal...

    Reitor de Universidade Vossa Magnificncia (Vossa Excelncia)

    No h Magnfico Reitor Excelentssimo Senhor Prof. Fulano de Tal

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    Magnfico Reitor da Universidade...

    Bispos e Arcebispos Vossa Excelncia Reverendssima

    V.Exa. Reverendssimo Senhor Bispo ou Arcebispo

    Reverendssimo Senhor Dom... Bispo...

    Monsenhores; Cnegos; Padres e Freiras

    Vossa Reverendssima

    V.Revm Reverendssimo Senhor Reverendssima Senhora

    Reverendssimo Senhor Padre

    Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal; Presidente e Membros do Tribunal Federal de Recursos; Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral; Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho;

    Vossa Excelncia V.Exa. Excelentssimo Senhor Presidente

    Exmo. Sr. Fulano de Tal Presidente do Egrgio Tribunal Regional do Trabalho

    Juzes em geral e Auditores da Justia Militar

    Vossa Excelncia V. Exa. Meritssimo Exmo. Sr. Fulano de Tal Juiz de ...

    Procurador-Geral da Repblica; Procurador--Geral dos Tribunais; Embaixadores

    Vossa Excelncia V. Exa. Excelentssimo Senhor Procurador-Geral

    Exmo. Sr. Fulano de Tal Procurador-Geral da Repblica

    O endereo s interessa aos Correios; portanto, vir apenas no envelope. Observaes: 1. Doutor no forma de tratamento, e, sim, ttulo acadmico. 2. Nas comunicaes oficiais, empresariais devem ser utilizados somente dois fechos:

    Respeitosamente para autoridades superiores, inclusive o presidente da Repblica; Atenciosamente para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior.

    Pronomes possessivos

    Pronomes possessivos so os que indicam posse em relao s trs pessoas do discurso. Concordncia dos pronomes possessivos

    a) Concordam em gnero e nmero com a coisa possuda, em pessoa, com o possuidor. Eu guardo meus segredos. Ns recordamos nossas conquistas. b) Quando o pronome possessivo se refere a mais de um substantivo, ele concordar com o mais prximo. Gosto de ouvir meus discos e gravaes. Gosto de ouvir minhas gravaes e discos.

    Emprego dos pronomes possessivos

    1. O normal o pronome possessivo vir antes do substantivo a que se refere; nada impede, porm, que ele venha depois do substantivo, podendo ocorrer mudana de sentido. Recebi suas notcias. Recebi notcias suas. 2. O emprego do possessivo de terceira pessoa (seu e flexes) pode deixar a frase ambgua.

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    Maria saiu com sua bolsa . Nesse caso deve-se reforar o possessivo por meio da forma dele (e flexes). Maria saiu com a bolsa dela. 3. Em certos casos o pronome possessivo no exprime ideia de posse. Ele indica aproximao, afeto ou respeito. Aquele homem deve ter seus sessenta anos. Meu caro professor, ainda no entendi. Minha senhora, queira sentar-se. 4. No se deve usar o possessivo antes de termos que indiquem partes do corpo, quando estes forem complementos do verbo. Quebrei o brao. ( e no: Quebrei meu brao.) 5. A palavra seu que vem antes de nomes de pessoas no pronome possessivo, mas uma corruptela de senhor. Seu Manuel, o senhor conhece meu irmo?

    Pronomes demonstrativos So os pronomes que indicam a posio dos seres em relao s pessoas do discurso.

    Este, esta, isto: referem-se primeira pessoa do discurso. Esse, essa, isso: referem-se segunda pessoa do discurso. Aquele, aquela, aquilo: referem-se terceira pessoa do discurso. Importante

    O, a, os e as passam a ser pronomes demonstrativos sempre que puderem ser substitudos por isto, aquilo, aquele(s), aquela(s).

    Voc sabe o que lhe convm? (=aquilo) Os que tm persistncia vencem. (= aqueles) Das estaes eu prefiro a do vero (=aquela) Ele te pediu em casamento. No o sabias? (=No sabias isto?)

    Tambm podem ser demonstrativos: a) mesmo(s), mesma(s), prprio(s), prpria(s) quando reforam pronomes pessoais ou servem de identificao: Elas mesmas passaram no concurso. Ele fez o prprio exame. b) tal, tais, semelhante(s) quando equivalem a esse(s), essa(s) No digas tais asneiras. (= essas) Semelhante disposio nunca vi.

    Os demonstrativos servem para indicar a posio temporal, denotando proximidade ou afastamento no tempo, em relao pessoa que fala.

    Este, esta e isto denotam tempo presente ou prximo do momento em que se fala. Esta noite agradvel para sair. Esse, essa e isso denotam tempo passado, relativamente prximo ao momento em que se fala. O ms passado foi muito bom: nesse ms completei meu curso. Aquele, aquela e aquilo denotam tempo remoto ou bastante vago. Meu pai formou-se em 1952. Naquele tempo as coisas eram bem diferentes.

    Os demonstrativos podem indicar ainda o que vai ser falado e o que j foi falado. Este (e variaes) quando queremos nos referir a alguma coisa que ainda vai ser falada.

    A relao das filhas esta: Carolina, Luciana, Mariana e Laura. Esse (e variaes) quando queremos nos referir a alguma coisa j falada.

    Carolina, Luciana, Mariana e Laura: so essas as filhas citadas.

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    Usamos este (e variaes) em oposio a aquele (e variaes) quando queremos nos referir a elementos j mencionados. Ex. O amor e o dio so sentimentos opostos: este destri, aquele constri. Pronomes indefinidos

    Pronomes indefinidos so os que indicam a terceira pessoa e tm sentido indefinido, impreciso.

    Ex.: Algum passou no corredor.

    Alguns desses pronomes so variveis em gnero e nmero; outros so invariveis. Variveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vrio, tanto, quanto, qualquer Invariveis: algum, ningum, tudo, outrem, algo, quem, nada, cada

    Podemos caracterizar assim os pronomes indefinidos:

    a) Quem, ningum, nada, algum, outrem, algo: sempre so pronomes substantivos. Ningum tem o direito de poluir o ambiente. Quem luta, vence. b) Certo: sempre pronome adjetivo. Ela estava com um certo olhar triste. c) Os demais podem ser pronomes substantivos ou adjetivos. Todos conseguiram chegar ao final da corrida. (pron. substantivo) Todos os minutos so importantes. (pron. adjetivo)

    Observaes Existem grupos de palavras que equivalem a um pronome indefinido, sendo ento chamados locuo pronominal indefinida: cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, seja quem for, seja qual , etc. Emprego dos pronomes indefinidos

    a) Algum, posposto ao nome, assume um valor negativo, equivalendo a nenhum. Motivo algum (= nenhum) me impedir de ir festa. Ao alguma (= nenhuma) me desviar de meu objetivo. b) Qualquer, quando posposto ao substantivo, assume um valor pejorativo. Era um livro qualquer.

    c) Cada no deve ser empregado desacompanhado de um substantivo ou numeral. Ganharam cem mil reais cada um. ( e no... cem mil reais cada.) d) Certo, quando vem depois de um substantivo, passa a ser adjetivo: Certo dia encontraram-se no bar. (pron.indefinido) No dia certo encontraram-se no bar. (adjetivo) e) Todo e toda (no singular), sem o artigo, significam qualquer; com o artigo, do a ideia de inteiro. Todo homem mortal (qualquer homem) Todo o mundo exige justia ( o mundo inteiro)

    Colocao correta dos pronomes tonos Na lngua escrita, o uso dos bons escritores vem, desde muito tempo, estabelecendo certas normas, s vezes diferentes do que ocorre na lngua falada, para a colocao dos pronomes tonos em relao ao verbo. Para escrever com correo, neste particular, voc deve observar estas regras: 1) No se comea uma frase com pronome tono. Esperei-te longo tempo, procurei-te por toda a parte e fui-me embora.

  • Professora Leila Maria Rodrigues e-mail [email protected] telefone 9157-9139

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    Observao Na lngua FALADA se usa a anteposio (prclise) do pronome: Me diga uma coisa

    2) Se houver uma palavra NEGATIVA na frase (no, nunca, ningum, nada etc.) o pronome se coloca ANTES do verbo. No ME aborrea!; Nunca o vi to alegre; Ningum Te chamou.; Nada ME detm.;

    3) Tambm se coloca o pronome tono ANTES do verbo se este vier precedido de pronome relativo (que, quem, cujo, onde...) ou de conjuno subordinativa (que, porque, como, se, embora, ainda que, mesmo que, antes que, para que, etc.) Ex.: Desejo que Te saias bem no

    exame a que Te submeteste.; Mesmo que ME convides, no poderei ir. 4) O pronome fica igualmente ANTES do verbo nas frases comeadas com os pronomes e os advrbios interrogativos (que, quem, como quando, onde, por que, quanto). Ex.: Quem TE

    chamou?;