Apostila - Fundamentos_do_Trabalho_2012 - Tec Em Agroindustria
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PPrrooffeessssoorr MMaarrcciioo JJoosseacuteeacute
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PPrrooffiissssiioonnaall AAggrriacuteiacuteccoollaa FFeerrnnaannddoo CCoossttaa
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22001122
APRESENTACcedilAtildeO
Caro(a)s Aluno(a)s
Parabeacutens pela escolha de fazer o Curso de Teacutecnico em Agroindustria Na vida tudo eacute realizaccedilatildeo e vocecircs estatildeo comeccedilando mais uma Para complementar este curso teremos a disciplina Fundamentos do Trabalho que visa estudar o trabalho humano nas perspectivas ontoloacutegica e histoacuterica o trabalho como realizaccedilatildeo da humanidade como produtor da sobrevivecircncia e da cultura o trabalho como mercadoria no industrialismo e na dinacircmica capitalista E tambeacutem as transformaccedilotildees no mundo do trabalho tecnologias globalizaccedilatildeo qualificaccedilatildeo do trabalho e do trabalhador
Pode parecer muito mas natildeo eacute Essa disciplina daraacute a vocecircs condiccedilotildees de entender como o trabalho evoluiu ao longo do tempo Veremos as perspectiva histoacuterica das transformaccedilotildees do mundo do trabalho o trabalho como mercadoria as dimensotildees do trabalho humano o emprego desemprego e subemprego o processo de globalizaccedilatildeo e seu impacto sobre o mundo do trabalho o impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais no mundo do trabalho a qualificaccedilatildeo do trabalho e do trabalhador e quais as perspectivas de inclusatildeo do trabalhador na nova dinacircmica do trabalho
Bom trabalho a todos e espero que com esses conteuacutedos possamos enriquecer ainda mais o conhecimento de vocecircs
Prof Marcio Joseacute Polido
SUMAacuteRIO
1 PERSPECTIVA HISTOacuteRICA DAS TRANSFORMACcedilOtildeES DO MUNDO DO TRABALHO 4 11 O trabalho em diferentes sociedades 4 111 Trabalho compulsoacuterio no Egito antigo 4 112 O oacutecio na Greacutecia Antiga 4 113 Escravos urbanos e rurais em Roma 5 114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo 5 2 O TRABALHO COMO MERCADORIA 7 21 Processo de alienaccedilatildeo 7 22 O Trabalhador Capitalista 8 23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho 9 3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO 10 31 Dimensotildees do trabalho 10 4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO 11 41 Tipos de desemprego 12 42 Desemprego na Ameacuterica Latina 12 43 Desemprego no Brasil 13 44 Taxa de desemprego 13 45 Populaccedilatildeo subempregada 14 5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO DO TRABALHO 14 51 Conceito de Globalizaccedilatildeo 14 52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo 15 53 Fases da globalizaccedilatildeo 15 531 Primeira Fase 16 532 Segunda fase 16 533 Terceira fase 18 6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO 18 7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO MUNDO DO TRABALHO 19 71 Impacto das novas tecnologias produtivas 19 72 Toyotismo 20 73 Padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo 21 8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR 22 81 Condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador 22 82 Qualificaccedilatildeo profissional 23
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1 PERSPECTIVA HISTOacuteRICA DAS TRANSFORMACcedilOtildeES DO MUNDO
DO TRABALHO
11 O trabalho em diferentes sociedades
111 Trabalho compulsoacuterio no Egito antigo
Comecemos pois pela grande civilizaccedilatildeo egiacutepcia que floresceu nas proximidades do Rio Nilo Foi no Egito que se desenvolveu um tipo de sociedade teocraacutetica Nessa sociedade o governante no caso o Faraoacute era considerado um monarca de origem divina e eacute claro ocupava o topo da hierarquia
Abaixo do Faraoacute existiam funcionaacuterios do governo sacerdotes e governantes locais que constituiacuteam uma elite no Egito antigo Os camponeses ou felaacutes que compunham a grande maioria da populaccedilatildeo cultivavam a terra e pagavam pelo uso da terra que pertencia ao faraoacute Esse pagamento geralmente era feito em determinadas quantidades de cereal Muitos camponeses tambeacutem prestavam serviccedilos ao faraoacute na construccedilatildeo de grandes obras puacuteblicas como os canais de irrigaccedilatildeo templos e tuacutemulos
Existia escravidatildeo no Egito antigo geralmente obtidos por meio de guerras contudo mesmo alcanccedilando um nuacutemero expressivo em determinados momentos a escravidatildeo sempre foi insuficiente para suprir a demanda de matildeo-de-obra necessaacuteria para as colheitas e para a realizaccedilatildeo das obras puacuteblicas Tendo em vista essa insuficiecircncia de escravos era comum o recrutamento de homens livres que atraveacutes do trabalho compulsoacuterio e mesmo contra a sua vontade eram obrigados a trabalhar para o Estado Caso tentasse fugir o trabalhador compulsoacuterio poderia sofrer severas puniccedilotildees inclusive se tornando um escravo
Eacute possiacutevel perceber que mesmo natildeo constituindo um trabalho escravo o trabalho compulsoacuterio se aproximava muito da escravidatildeo uma vez que o recrutamento natildeo levava em conta o consentimento do trabalhador que ficava preso durante o periacuteodo em que prestava serviccedilo ao Estado e poderia sofrer puniccedilotildees caso violasse as regras estipuladas
112 O oacutecio na Greacutecia Antiga
Entre os gregos por exemplo o trabalho era tido como a expressatildeo da miseacuteria humana portanto desprezado Para famosos pensadores como Aristoacuteteles e Platatildeo o trabalho estava ligado com o campo da necessidade como por exemplo alimentar-se e cobrir-se Tratava-se de uma niacutetida separaccedilatildeo entre o mundo do labor o mundo da necessidade e o mundo regido pela razatildeo Assim a uacutenica atividade digna dos homens livres era o oacutecio Neste sentido a noccedilatildeo de cidadania grega estava intimamente ligada com o trabalho ou seja somente as pessoas que natildeo precisassem trabalhar ou ocupar-se das atividades ligadas ao campo da
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necessidade poderiam de fato se considerar cidadatildeos plenos e participar da politike isto eacute dos assuntos da poacuteleis
O problema eacute que para poder se dedicar a essa atividade os gregos necessitavam de outros indiviacuteduos executando o trabalho braccedilal e estes indiviacuteduos na maioria das vezes eram escravos Em comparaccedilatildeo com os dias de hoje podemos perceber na sociedade grega uma diferenccedila fundamental em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de cidadania e democracia Os gregos inventaram o ideal de democracia e o exerciam de forma plena contudo se podemos dizer que a democracia era plena a cidadania natildeo Poucos indiviacuteduos dentro da sociedade grega tinham o oacutecio necessaacuterio para se tornarem cidadatildeos plenos e decidir democraticamente os assuntos das poacuteleis gregas A sociedade grega era portanto extremamente escravista
113 Escravos urbanos e rurais em Roma
Da mesma forma que na Greacutecia a escravidatildeo foi utilizada durante seacuteculos em Roma Normalmente os escravos provinham das guerras de conquista e expansatildeo do Impeacuterio Romano Existiam escravos que trabalhavam no campo e escravos urbanos que trabalhavam em serviccedilos domeacutesticos e ateacute mesmo ocupaccedilotildees como arquitetos muacutesicos e gramaacuteticos Haacute de se observar que como a escravidatildeo obtida por meio da guerra era algo vaacutelido e muito comum entre os romanos natildeo eram raros os escravos letrados e especializados dentro do Impeacuterio Romano que acabam sendo mais valorizados
Na Roma antiga os escravos natildeo podiam manter matrimocircnio legal sendo que os filhos do relacionamento entre um escravo e uma escrava pertenciam ao senhor Os escravos eram tratados como coisa como um instrumento estando apenas um grau acima do gado Mesmo assim em Roma o escravo poderia obter a sua liberdade seja por concessatildeo do seu dono vontade de um priacutencipe ou pelo benefiacutecio da lei
114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo
O trabalho que durante a antiguidade grega se realizava sob forma geral da escravidatildeo assume na Idade Meacutedia a forma da servidatildeo A queda do Impeacuterio Romano provocou mudanccedilas na vida das cidades com a constituiccedilatildeo dos feudos Por toda a Europa desenvolveu-se uma sociedade onde contingentes populacionais se colocavam sob a proteccedilatildeo de senhores da terra prestando-lhes homenagem (promessa de fidelidade e cumprimento de obrigaccedilotildees ao senhor feudal)
Escravos romanos atuando no transporte urbano
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As caracteriacutesticas da sociedade feudal originaram um modelo tripartido da sociedade em trecircs ordens que seriam naturais complementares e consideradas fruto da vontade divina Nessa divisatildeo o clero teria a incumbecircncia de rezar (e salvar as almas missatildeo deveras importante) aos nobres ficaria reservada a arte da guerra e o dever de resguardar a cristandade por fim aos servos ficaria reservado o aacuterduo dever do trabalho
Durante a antiguidade grega a preocupaccedilatildeo de reafirmar a liberdade do homem no acircmbito da necessidade levou a uma visatildeo do trabalho que o considerava indigno e servil agrave medida que atava o homem ao reino da necessidade Na Idade Meacutedia permanece a influecircncia teoacuterica de Platatildeo e Aristoacuteteles e por isso o problema eacute pensado mais ou menos nos mesmos termos mas jaacute com uma diferenccedila marcante alguns pensadores como Tomaacutes de Aquino por exemplo considera o trabalho um bem Um bem aacuterduo mas um bem
Os servos tinham uma seacuterie de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao senhor feudal Entre as principais obrigaccedilotildees dos servos estavam
Corveacuteia ndash Era o pagamento atraveacutes de serviccedilos prestados nas terras ou instalaccedilotildees do senhor feudal De 3 a 4 dias por semana o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como por exemplo fazer a manutenccedilatildeo do castelo construir um muro limpar o fosso do castelo limpar o moinho etc
Talha ndash Parte do que era produzido no campo deveria ser entregue ao senhor feudal
Banalidades ndash Correspondia ao pagamento pela utilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees do castelo Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal
Tostatildeo de Pedro ndash 10 da produccedilatildeo do servo deveriam ser pagas a Igreja Taxa de Justiccedila ndash Servos e os vilotildees (camponeses natildeo vinculados ao feudo)
deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre Formariage ndash Quando servo resolvia se casar com alguma mulher de outro
feudo ele era obrigado a pagar uma taxa Matildeo Morta ndash Pagamento de uma taxa para permanecer no feudo quando o
chefe da famiacutelia morria
Destaca-se que mesmo sendo obrigado a cumprir com diversas obrigaccedilotildees e tendo muitas vezes uma vida difiacutecil os servos natildeo eram escravos Embora os senhores procurassem mantecirc-los associados a terra eles tinham o status de homens livres embora na maioria das vezes natildeo fossem de fato trabalhadores livres Existia tambeacutem uma grande diversidade de servos desde aqueles que trabalhavam o tempo todo para o seu senhor ateacute servos que haviam enriquecido e apenas pagavam um taxa ao senhorio
Representaccedilatildeo das trecircs ordens do imaginaacuterio medieval
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2 O TRABALHO COMO MERCADORIA
21 Processo de alienaccedilatildeo
Para Marx em O capital a compra e venda da forccedila de trabalho eacute a caracteriacutestica fundamental do capitalismo industrial A necessidade de vender a mercadoria forccedila de trabalho define a classe chamada proletariado (constituiacuteda daqueles que natildeo tem meios de sobreviver a natildeo ser pela venda de suas aptidotildees e habilidades como uma mercadoria) enquanto que a compra de forccedila de trabalho define a classe capitalista (aqueles que satildeo proprietaacuterios dos meios de vida e de produccedilatildeo da sociedade)
O valor da forccedila de trabalho chama-se salaacuterio e consiste no custo dos meios necessaacuterios manter eou aprimorar as aptidotildees e as habilidades cujo direito de uso eacute comprado pelo capitalista ao pagar o salaacuterio ao trabalhador Custo este que pressupotildee o custo de conservar e reproduzir a proacutepria existecircncia do trabalhador (ele precisa com o salaacuterio pagar a sua moradia a alimentaccedilatildeo o lazer o sustento de uma famiacutelia etc para que sua forccedila de trabalho seja apta para ser consumida pelo capitalista que a compra)
A forccedila de trabalho do trabalhador eacute uma mercadoria que o capitalista compra e que gera as riquezas Poreacutem essa mercadoria (a forccedila de trabalho) gera mais riqueza do que quanto ela mesma vale Nesse sentido tem-se a impressatildeo de que o capitalista comprou uma caixa de leite de 1 litro mas quando a abriu viu que havia mais do que 1 litro que se podia extrair da caixa Isso contraria as equaccedilotildees e a lei
da equivalecircncia Mas como o comeacutercio se baseia na troca justa a forccedila de trabalho eacute comprada pelo preccedilo necessaacuterio para repocirc-la sem progresso ou com progresso lento do trabalhador (digamos uma sobra no salaacuterio que ele investe nos estudos ou para ser mais visiacutevel na academia para ter mais muacutesculos) Assim temos uma troca justa se paga ao trabalhador para que ele mantenha a forccedila que ele fornece
Poreacutem assim como o trabalhador faz o que bem entender com o que ele adquire nas suas compras o capitalista tambeacutem usa como bem entender a forccedila de trabalho e assim a utiliza para gerar mais valor do que ela custa - a mais-valia E a sensaccedilatildeo de ganho ficou restrita agrave sua vida particular privada individual Enquanto isso o capitalista ganhou no valor de troca pois a mais-valia
Karl Heinrich Marx (1818 mdash 1883)
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
APRESENTACcedilAtildeO
Caro(a)s Aluno(a)s
Parabeacutens pela escolha de fazer o Curso de Teacutecnico em Agroindustria Na vida tudo eacute realizaccedilatildeo e vocecircs estatildeo comeccedilando mais uma Para complementar este curso teremos a disciplina Fundamentos do Trabalho que visa estudar o trabalho humano nas perspectivas ontoloacutegica e histoacuterica o trabalho como realizaccedilatildeo da humanidade como produtor da sobrevivecircncia e da cultura o trabalho como mercadoria no industrialismo e na dinacircmica capitalista E tambeacutem as transformaccedilotildees no mundo do trabalho tecnologias globalizaccedilatildeo qualificaccedilatildeo do trabalho e do trabalhador
Pode parecer muito mas natildeo eacute Essa disciplina daraacute a vocecircs condiccedilotildees de entender como o trabalho evoluiu ao longo do tempo Veremos as perspectiva histoacuterica das transformaccedilotildees do mundo do trabalho o trabalho como mercadoria as dimensotildees do trabalho humano o emprego desemprego e subemprego o processo de globalizaccedilatildeo e seu impacto sobre o mundo do trabalho o impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais no mundo do trabalho a qualificaccedilatildeo do trabalho e do trabalhador e quais as perspectivas de inclusatildeo do trabalhador na nova dinacircmica do trabalho
Bom trabalho a todos e espero que com esses conteuacutedos possamos enriquecer ainda mais o conhecimento de vocecircs
Prof Marcio Joseacute Polido
SUMAacuteRIO
1 PERSPECTIVA HISTOacuteRICA DAS TRANSFORMACcedilOtildeES DO MUNDO DO TRABALHO 4 11 O trabalho em diferentes sociedades 4 111 Trabalho compulsoacuterio no Egito antigo 4 112 O oacutecio na Greacutecia Antiga 4 113 Escravos urbanos e rurais em Roma 5 114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo 5 2 O TRABALHO COMO MERCADORIA 7 21 Processo de alienaccedilatildeo 7 22 O Trabalhador Capitalista 8 23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho 9 3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO 10 31 Dimensotildees do trabalho 10 4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO 11 41 Tipos de desemprego 12 42 Desemprego na Ameacuterica Latina 12 43 Desemprego no Brasil 13 44 Taxa de desemprego 13 45 Populaccedilatildeo subempregada 14 5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO DO TRABALHO 14 51 Conceito de Globalizaccedilatildeo 14 52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo 15 53 Fases da globalizaccedilatildeo 15 531 Primeira Fase 16 532 Segunda fase 16 533 Terceira fase 18 6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO 18 7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO MUNDO DO TRABALHO 19 71 Impacto das novas tecnologias produtivas 19 72 Toyotismo 20 73 Padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo 21 8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR 22 81 Condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador 22 82 Qualificaccedilatildeo profissional 23
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1 PERSPECTIVA HISTOacuteRICA DAS TRANSFORMACcedilOtildeES DO MUNDO
DO TRABALHO
11 O trabalho em diferentes sociedades
111 Trabalho compulsoacuterio no Egito antigo
Comecemos pois pela grande civilizaccedilatildeo egiacutepcia que floresceu nas proximidades do Rio Nilo Foi no Egito que se desenvolveu um tipo de sociedade teocraacutetica Nessa sociedade o governante no caso o Faraoacute era considerado um monarca de origem divina e eacute claro ocupava o topo da hierarquia
Abaixo do Faraoacute existiam funcionaacuterios do governo sacerdotes e governantes locais que constituiacuteam uma elite no Egito antigo Os camponeses ou felaacutes que compunham a grande maioria da populaccedilatildeo cultivavam a terra e pagavam pelo uso da terra que pertencia ao faraoacute Esse pagamento geralmente era feito em determinadas quantidades de cereal Muitos camponeses tambeacutem prestavam serviccedilos ao faraoacute na construccedilatildeo de grandes obras puacuteblicas como os canais de irrigaccedilatildeo templos e tuacutemulos
Existia escravidatildeo no Egito antigo geralmente obtidos por meio de guerras contudo mesmo alcanccedilando um nuacutemero expressivo em determinados momentos a escravidatildeo sempre foi insuficiente para suprir a demanda de matildeo-de-obra necessaacuteria para as colheitas e para a realizaccedilatildeo das obras puacuteblicas Tendo em vista essa insuficiecircncia de escravos era comum o recrutamento de homens livres que atraveacutes do trabalho compulsoacuterio e mesmo contra a sua vontade eram obrigados a trabalhar para o Estado Caso tentasse fugir o trabalhador compulsoacuterio poderia sofrer severas puniccedilotildees inclusive se tornando um escravo
Eacute possiacutevel perceber que mesmo natildeo constituindo um trabalho escravo o trabalho compulsoacuterio se aproximava muito da escravidatildeo uma vez que o recrutamento natildeo levava em conta o consentimento do trabalhador que ficava preso durante o periacuteodo em que prestava serviccedilo ao Estado e poderia sofrer puniccedilotildees caso violasse as regras estipuladas
112 O oacutecio na Greacutecia Antiga
Entre os gregos por exemplo o trabalho era tido como a expressatildeo da miseacuteria humana portanto desprezado Para famosos pensadores como Aristoacuteteles e Platatildeo o trabalho estava ligado com o campo da necessidade como por exemplo alimentar-se e cobrir-se Tratava-se de uma niacutetida separaccedilatildeo entre o mundo do labor o mundo da necessidade e o mundo regido pela razatildeo Assim a uacutenica atividade digna dos homens livres era o oacutecio Neste sentido a noccedilatildeo de cidadania grega estava intimamente ligada com o trabalho ou seja somente as pessoas que natildeo precisassem trabalhar ou ocupar-se das atividades ligadas ao campo da
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necessidade poderiam de fato se considerar cidadatildeos plenos e participar da politike isto eacute dos assuntos da poacuteleis
O problema eacute que para poder se dedicar a essa atividade os gregos necessitavam de outros indiviacuteduos executando o trabalho braccedilal e estes indiviacuteduos na maioria das vezes eram escravos Em comparaccedilatildeo com os dias de hoje podemos perceber na sociedade grega uma diferenccedila fundamental em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de cidadania e democracia Os gregos inventaram o ideal de democracia e o exerciam de forma plena contudo se podemos dizer que a democracia era plena a cidadania natildeo Poucos indiviacuteduos dentro da sociedade grega tinham o oacutecio necessaacuterio para se tornarem cidadatildeos plenos e decidir democraticamente os assuntos das poacuteleis gregas A sociedade grega era portanto extremamente escravista
113 Escravos urbanos e rurais em Roma
Da mesma forma que na Greacutecia a escravidatildeo foi utilizada durante seacuteculos em Roma Normalmente os escravos provinham das guerras de conquista e expansatildeo do Impeacuterio Romano Existiam escravos que trabalhavam no campo e escravos urbanos que trabalhavam em serviccedilos domeacutesticos e ateacute mesmo ocupaccedilotildees como arquitetos muacutesicos e gramaacuteticos Haacute de se observar que como a escravidatildeo obtida por meio da guerra era algo vaacutelido e muito comum entre os romanos natildeo eram raros os escravos letrados e especializados dentro do Impeacuterio Romano que acabam sendo mais valorizados
Na Roma antiga os escravos natildeo podiam manter matrimocircnio legal sendo que os filhos do relacionamento entre um escravo e uma escrava pertenciam ao senhor Os escravos eram tratados como coisa como um instrumento estando apenas um grau acima do gado Mesmo assim em Roma o escravo poderia obter a sua liberdade seja por concessatildeo do seu dono vontade de um priacutencipe ou pelo benefiacutecio da lei
114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo
O trabalho que durante a antiguidade grega se realizava sob forma geral da escravidatildeo assume na Idade Meacutedia a forma da servidatildeo A queda do Impeacuterio Romano provocou mudanccedilas na vida das cidades com a constituiccedilatildeo dos feudos Por toda a Europa desenvolveu-se uma sociedade onde contingentes populacionais se colocavam sob a proteccedilatildeo de senhores da terra prestando-lhes homenagem (promessa de fidelidade e cumprimento de obrigaccedilotildees ao senhor feudal)
Escravos romanos atuando no transporte urbano
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As caracteriacutesticas da sociedade feudal originaram um modelo tripartido da sociedade em trecircs ordens que seriam naturais complementares e consideradas fruto da vontade divina Nessa divisatildeo o clero teria a incumbecircncia de rezar (e salvar as almas missatildeo deveras importante) aos nobres ficaria reservada a arte da guerra e o dever de resguardar a cristandade por fim aos servos ficaria reservado o aacuterduo dever do trabalho
Durante a antiguidade grega a preocupaccedilatildeo de reafirmar a liberdade do homem no acircmbito da necessidade levou a uma visatildeo do trabalho que o considerava indigno e servil agrave medida que atava o homem ao reino da necessidade Na Idade Meacutedia permanece a influecircncia teoacuterica de Platatildeo e Aristoacuteteles e por isso o problema eacute pensado mais ou menos nos mesmos termos mas jaacute com uma diferenccedila marcante alguns pensadores como Tomaacutes de Aquino por exemplo considera o trabalho um bem Um bem aacuterduo mas um bem
Os servos tinham uma seacuterie de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao senhor feudal Entre as principais obrigaccedilotildees dos servos estavam
Corveacuteia ndash Era o pagamento atraveacutes de serviccedilos prestados nas terras ou instalaccedilotildees do senhor feudal De 3 a 4 dias por semana o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como por exemplo fazer a manutenccedilatildeo do castelo construir um muro limpar o fosso do castelo limpar o moinho etc
Talha ndash Parte do que era produzido no campo deveria ser entregue ao senhor feudal
Banalidades ndash Correspondia ao pagamento pela utilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees do castelo Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal
Tostatildeo de Pedro ndash 10 da produccedilatildeo do servo deveriam ser pagas a Igreja Taxa de Justiccedila ndash Servos e os vilotildees (camponeses natildeo vinculados ao feudo)
deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre Formariage ndash Quando servo resolvia se casar com alguma mulher de outro
feudo ele era obrigado a pagar uma taxa Matildeo Morta ndash Pagamento de uma taxa para permanecer no feudo quando o
chefe da famiacutelia morria
Destaca-se que mesmo sendo obrigado a cumprir com diversas obrigaccedilotildees e tendo muitas vezes uma vida difiacutecil os servos natildeo eram escravos Embora os senhores procurassem mantecirc-los associados a terra eles tinham o status de homens livres embora na maioria das vezes natildeo fossem de fato trabalhadores livres Existia tambeacutem uma grande diversidade de servos desde aqueles que trabalhavam o tempo todo para o seu senhor ateacute servos que haviam enriquecido e apenas pagavam um taxa ao senhorio
Representaccedilatildeo das trecircs ordens do imaginaacuterio medieval
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2 O TRABALHO COMO MERCADORIA
21 Processo de alienaccedilatildeo
Para Marx em O capital a compra e venda da forccedila de trabalho eacute a caracteriacutestica fundamental do capitalismo industrial A necessidade de vender a mercadoria forccedila de trabalho define a classe chamada proletariado (constituiacuteda daqueles que natildeo tem meios de sobreviver a natildeo ser pela venda de suas aptidotildees e habilidades como uma mercadoria) enquanto que a compra de forccedila de trabalho define a classe capitalista (aqueles que satildeo proprietaacuterios dos meios de vida e de produccedilatildeo da sociedade)
O valor da forccedila de trabalho chama-se salaacuterio e consiste no custo dos meios necessaacuterios manter eou aprimorar as aptidotildees e as habilidades cujo direito de uso eacute comprado pelo capitalista ao pagar o salaacuterio ao trabalhador Custo este que pressupotildee o custo de conservar e reproduzir a proacutepria existecircncia do trabalhador (ele precisa com o salaacuterio pagar a sua moradia a alimentaccedilatildeo o lazer o sustento de uma famiacutelia etc para que sua forccedila de trabalho seja apta para ser consumida pelo capitalista que a compra)
A forccedila de trabalho do trabalhador eacute uma mercadoria que o capitalista compra e que gera as riquezas Poreacutem essa mercadoria (a forccedila de trabalho) gera mais riqueza do que quanto ela mesma vale Nesse sentido tem-se a impressatildeo de que o capitalista comprou uma caixa de leite de 1 litro mas quando a abriu viu que havia mais do que 1 litro que se podia extrair da caixa Isso contraria as equaccedilotildees e a lei
da equivalecircncia Mas como o comeacutercio se baseia na troca justa a forccedila de trabalho eacute comprada pelo preccedilo necessaacuterio para repocirc-la sem progresso ou com progresso lento do trabalhador (digamos uma sobra no salaacuterio que ele investe nos estudos ou para ser mais visiacutevel na academia para ter mais muacutesculos) Assim temos uma troca justa se paga ao trabalhador para que ele mantenha a forccedila que ele fornece
Poreacutem assim como o trabalhador faz o que bem entender com o que ele adquire nas suas compras o capitalista tambeacutem usa como bem entender a forccedila de trabalho e assim a utiliza para gerar mais valor do que ela custa - a mais-valia E a sensaccedilatildeo de ganho ficou restrita agrave sua vida particular privada individual Enquanto isso o capitalista ganhou no valor de troca pois a mais-valia
Karl Heinrich Marx (1818 mdash 1883)
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
21
Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
SUMAacuteRIO
1 PERSPECTIVA HISTOacuteRICA DAS TRANSFORMACcedilOtildeES DO MUNDO DO TRABALHO 4 11 O trabalho em diferentes sociedades 4 111 Trabalho compulsoacuterio no Egito antigo 4 112 O oacutecio na Greacutecia Antiga 4 113 Escravos urbanos e rurais em Roma 5 114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo 5 2 O TRABALHO COMO MERCADORIA 7 21 Processo de alienaccedilatildeo 7 22 O Trabalhador Capitalista 8 23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho 9 3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO 10 31 Dimensotildees do trabalho 10 4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO 11 41 Tipos de desemprego 12 42 Desemprego na Ameacuterica Latina 12 43 Desemprego no Brasil 13 44 Taxa de desemprego 13 45 Populaccedilatildeo subempregada 14 5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO DO TRABALHO 14 51 Conceito de Globalizaccedilatildeo 14 52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo 15 53 Fases da globalizaccedilatildeo 15 531 Primeira Fase 16 532 Segunda fase 16 533 Terceira fase 18 6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO 18 7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO MUNDO DO TRABALHO 19 71 Impacto das novas tecnologias produtivas 19 72 Toyotismo 20 73 Padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo 21 8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR 22 81 Condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador 22 82 Qualificaccedilatildeo profissional 23
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1 PERSPECTIVA HISTOacuteRICA DAS TRANSFORMACcedilOtildeES DO MUNDO
DO TRABALHO
11 O trabalho em diferentes sociedades
111 Trabalho compulsoacuterio no Egito antigo
Comecemos pois pela grande civilizaccedilatildeo egiacutepcia que floresceu nas proximidades do Rio Nilo Foi no Egito que se desenvolveu um tipo de sociedade teocraacutetica Nessa sociedade o governante no caso o Faraoacute era considerado um monarca de origem divina e eacute claro ocupava o topo da hierarquia
Abaixo do Faraoacute existiam funcionaacuterios do governo sacerdotes e governantes locais que constituiacuteam uma elite no Egito antigo Os camponeses ou felaacutes que compunham a grande maioria da populaccedilatildeo cultivavam a terra e pagavam pelo uso da terra que pertencia ao faraoacute Esse pagamento geralmente era feito em determinadas quantidades de cereal Muitos camponeses tambeacutem prestavam serviccedilos ao faraoacute na construccedilatildeo de grandes obras puacuteblicas como os canais de irrigaccedilatildeo templos e tuacutemulos
Existia escravidatildeo no Egito antigo geralmente obtidos por meio de guerras contudo mesmo alcanccedilando um nuacutemero expressivo em determinados momentos a escravidatildeo sempre foi insuficiente para suprir a demanda de matildeo-de-obra necessaacuteria para as colheitas e para a realizaccedilatildeo das obras puacuteblicas Tendo em vista essa insuficiecircncia de escravos era comum o recrutamento de homens livres que atraveacutes do trabalho compulsoacuterio e mesmo contra a sua vontade eram obrigados a trabalhar para o Estado Caso tentasse fugir o trabalhador compulsoacuterio poderia sofrer severas puniccedilotildees inclusive se tornando um escravo
Eacute possiacutevel perceber que mesmo natildeo constituindo um trabalho escravo o trabalho compulsoacuterio se aproximava muito da escravidatildeo uma vez que o recrutamento natildeo levava em conta o consentimento do trabalhador que ficava preso durante o periacuteodo em que prestava serviccedilo ao Estado e poderia sofrer puniccedilotildees caso violasse as regras estipuladas
112 O oacutecio na Greacutecia Antiga
Entre os gregos por exemplo o trabalho era tido como a expressatildeo da miseacuteria humana portanto desprezado Para famosos pensadores como Aristoacuteteles e Platatildeo o trabalho estava ligado com o campo da necessidade como por exemplo alimentar-se e cobrir-se Tratava-se de uma niacutetida separaccedilatildeo entre o mundo do labor o mundo da necessidade e o mundo regido pela razatildeo Assim a uacutenica atividade digna dos homens livres era o oacutecio Neste sentido a noccedilatildeo de cidadania grega estava intimamente ligada com o trabalho ou seja somente as pessoas que natildeo precisassem trabalhar ou ocupar-se das atividades ligadas ao campo da
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necessidade poderiam de fato se considerar cidadatildeos plenos e participar da politike isto eacute dos assuntos da poacuteleis
O problema eacute que para poder se dedicar a essa atividade os gregos necessitavam de outros indiviacuteduos executando o trabalho braccedilal e estes indiviacuteduos na maioria das vezes eram escravos Em comparaccedilatildeo com os dias de hoje podemos perceber na sociedade grega uma diferenccedila fundamental em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de cidadania e democracia Os gregos inventaram o ideal de democracia e o exerciam de forma plena contudo se podemos dizer que a democracia era plena a cidadania natildeo Poucos indiviacuteduos dentro da sociedade grega tinham o oacutecio necessaacuterio para se tornarem cidadatildeos plenos e decidir democraticamente os assuntos das poacuteleis gregas A sociedade grega era portanto extremamente escravista
113 Escravos urbanos e rurais em Roma
Da mesma forma que na Greacutecia a escravidatildeo foi utilizada durante seacuteculos em Roma Normalmente os escravos provinham das guerras de conquista e expansatildeo do Impeacuterio Romano Existiam escravos que trabalhavam no campo e escravos urbanos que trabalhavam em serviccedilos domeacutesticos e ateacute mesmo ocupaccedilotildees como arquitetos muacutesicos e gramaacuteticos Haacute de se observar que como a escravidatildeo obtida por meio da guerra era algo vaacutelido e muito comum entre os romanos natildeo eram raros os escravos letrados e especializados dentro do Impeacuterio Romano que acabam sendo mais valorizados
Na Roma antiga os escravos natildeo podiam manter matrimocircnio legal sendo que os filhos do relacionamento entre um escravo e uma escrava pertenciam ao senhor Os escravos eram tratados como coisa como um instrumento estando apenas um grau acima do gado Mesmo assim em Roma o escravo poderia obter a sua liberdade seja por concessatildeo do seu dono vontade de um priacutencipe ou pelo benefiacutecio da lei
114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo
O trabalho que durante a antiguidade grega se realizava sob forma geral da escravidatildeo assume na Idade Meacutedia a forma da servidatildeo A queda do Impeacuterio Romano provocou mudanccedilas na vida das cidades com a constituiccedilatildeo dos feudos Por toda a Europa desenvolveu-se uma sociedade onde contingentes populacionais se colocavam sob a proteccedilatildeo de senhores da terra prestando-lhes homenagem (promessa de fidelidade e cumprimento de obrigaccedilotildees ao senhor feudal)
Escravos romanos atuando no transporte urbano
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As caracteriacutesticas da sociedade feudal originaram um modelo tripartido da sociedade em trecircs ordens que seriam naturais complementares e consideradas fruto da vontade divina Nessa divisatildeo o clero teria a incumbecircncia de rezar (e salvar as almas missatildeo deveras importante) aos nobres ficaria reservada a arte da guerra e o dever de resguardar a cristandade por fim aos servos ficaria reservado o aacuterduo dever do trabalho
Durante a antiguidade grega a preocupaccedilatildeo de reafirmar a liberdade do homem no acircmbito da necessidade levou a uma visatildeo do trabalho que o considerava indigno e servil agrave medida que atava o homem ao reino da necessidade Na Idade Meacutedia permanece a influecircncia teoacuterica de Platatildeo e Aristoacuteteles e por isso o problema eacute pensado mais ou menos nos mesmos termos mas jaacute com uma diferenccedila marcante alguns pensadores como Tomaacutes de Aquino por exemplo considera o trabalho um bem Um bem aacuterduo mas um bem
Os servos tinham uma seacuterie de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao senhor feudal Entre as principais obrigaccedilotildees dos servos estavam
Corveacuteia ndash Era o pagamento atraveacutes de serviccedilos prestados nas terras ou instalaccedilotildees do senhor feudal De 3 a 4 dias por semana o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como por exemplo fazer a manutenccedilatildeo do castelo construir um muro limpar o fosso do castelo limpar o moinho etc
Talha ndash Parte do que era produzido no campo deveria ser entregue ao senhor feudal
Banalidades ndash Correspondia ao pagamento pela utilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees do castelo Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal
Tostatildeo de Pedro ndash 10 da produccedilatildeo do servo deveriam ser pagas a Igreja Taxa de Justiccedila ndash Servos e os vilotildees (camponeses natildeo vinculados ao feudo)
deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre Formariage ndash Quando servo resolvia se casar com alguma mulher de outro
feudo ele era obrigado a pagar uma taxa Matildeo Morta ndash Pagamento de uma taxa para permanecer no feudo quando o
chefe da famiacutelia morria
Destaca-se que mesmo sendo obrigado a cumprir com diversas obrigaccedilotildees e tendo muitas vezes uma vida difiacutecil os servos natildeo eram escravos Embora os senhores procurassem mantecirc-los associados a terra eles tinham o status de homens livres embora na maioria das vezes natildeo fossem de fato trabalhadores livres Existia tambeacutem uma grande diversidade de servos desde aqueles que trabalhavam o tempo todo para o seu senhor ateacute servos que haviam enriquecido e apenas pagavam um taxa ao senhorio
Representaccedilatildeo das trecircs ordens do imaginaacuterio medieval
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2 O TRABALHO COMO MERCADORIA
21 Processo de alienaccedilatildeo
Para Marx em O capital a compra e venda da forccedila de trabalho eacute a caracteriacutestica fundamental do capitalismo industrial A necessidade de vender a mercadoria forccedila de trabalho define a classe chamada proletariado (constituiacuteda daqueles que natildeo tem meios de sobreviver a natildeo ser pela venda de suas aptidotildees e habilidades como uma mercadoria) enquanto que a compra de forccedila de trabalho define a classe capitalista (aqueles que satildeo proprietaacuterios dos meios de vida e de produccedilatildeo da sociedade)
O valor da forccedila de trabalho chama-se salaacuterio e consiste no custo dos meios necessaacuterios manter eou aprimorar as aptidotildees e as habilidades cujo direito de uso eacute comprado pelo capitalista ao pagar o salaacuterio ao trabalhador Custo este que pressupotildee o custo de conservar e reproduzir a proacutepria existecircncia do trabalhador (ele precisa com o salaacuterio pagar a sua moradia a alimentaccedilatildeo o lazer o sustento de uma famiacutelia etc para que sua forccedila de trabalho seja apta para ser consumida pelo capitalista que a compra)
A forccedila de trabalho do trabalhador eacute uma mercadoria que o capitalista compra e que gera as riquezas Poreacutem essa mercadoria (a forccedila de trabalho) gera mais riqueza do que quanto ela mesma vale Nesse sentido tem-se a impressatildeo de que o capitalista comprou uma caixa de leite de 1 litro mas quando a abriu viu que havia mais do que 1 litro que se podia extrair da caixa Isso contraria as equaccedilotildees e a lei
da equivalecircncia Mas como o comeacutercio se baseia na troca justa a forccedila de trabalho eacute comprada pelo preccedilo necessaacuterio para repocirc-la sem progresso ou com progresso lento do trabalhador (digamos uma sobra no salaacuterio que ele investe nos estudos ou para ser mais visiacutevel na academia para ter mais muacutesculos) Assim temos uma troca justa se paga ao trabalhador para que ele mantenha a forccedila que ele fornece
Poreacutem assim como o trabalhador faz o que bem entender com o que ele adquire nas suas compras o capitalista tambeacutem usa como bem entender a forccedila de trabalho e assim a utiliza para gerar mais valor do que ela custa - a mais-valia E a sensaccedilatildeo de ganho ficou restrita agrave sua vida particular privada individual Enquanto isso o capitalista ganhou no valor de troca pois a mais-valia
Karl Heinrich Marx (1818 mdash 1883)
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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1 PERSPECTIVA HISTOacuteRICA DAS TRANSFORMACcedilOtildeES DO MUNDO
DO TRABALHO
11 O trabalho em diferentes sociedades
111 Trabalho compulsoacuterio no Egito antigo
Comecemos pois pela grande civilizaccedilatildeo egiacutepcia que floresceu nas proximidades do Rio Nilo Foi no Egito que se desenvolveu um tipo de sociedade teocraacutetica Nessa sociedade o governante no caso o Faraoacute era considerado um monarca de origem divina e eacute claro ocupava o topo da hierarquia
Abaixo do Faraoacute existiam funcionaacuterios do governo sacerdotes e governantes locais que constituiacuteam uma elite no Egito antigo Os camponeses ou felaacutes que compunham a grande maioria da populaccedilatildeo cultivavam a terra e pagavam pelo uso da terra que pertencia ao faraoacute Esse pagamento geralmente era feito em determinadas quantidades de cereal Muitos camponeses tambeacutem prestavam serviccedilos ao faraoacute na construccedilatildeo de grandes obras puacuteblicas como os canais de irrigaccedilatildeo templos e tuacutemulos
Existia escravidatildeo no Egito antigo geralmente obtidos por meio de guerras contudo mesmo alcanccedilando um nuacutemero expressivo em determinados momentos a escravidatildeo sempre foi insuficiente para suprir a demanda de matildeo-de-obra necessaacuteria para as colheitas e para a realizaccedilatildeo das obras puacuteblicas Tendo em vista essa insuficiecircncia de escravos era comum o recrutamento de homens livres que atraveacutes do trabalho compulsoacuterio e mesmo contra a sua vontade eram obrigados a trabalhar para o Estado Caso tentasse fugir o trabalhador compulsoacuterio poderia sofrer severas puniccedilotildees inclusive se tornando um escravo
Eacute possiacutevel perceber que mesmo natildeo constituindo um trabalho escravo o trabalho compulsoacuterio se aproximava muito da escravidatildeo uma vez que o recrutamento natildeo levava em conta o consentimento do trabalhador que ficava preso durante o periacuteodo em que prestava serviccedilo ao Estado e poderia sofrer puniccedilotildees caso violasse as regras estipuladas
112 O oacutecio na Greacutecia Antiga
Entre os gregos por exemplo o trabalho era tido como a expressatildeo da miseacuteria humana portanto desprezado Para famosos pensadores como Aristoacuteteles e Platatildeo o trabalho estava ligado com o campo da necessidade como por exemplo alimentar-se e cobrir-se Tratava-se de uma niacutetida separaccedilatildeo entre o mundo do labor o mundo da necessidade e o mundo regido pela razatildeo Assim a uacutenica atividade digna dos homens livres era o oacutecio Neste sentido a noccedilatildeo de cidadania grega estava intimamente ligada com o trabalho ou seja somente as pessoas que natildeo precisassem trabalhar ou ocupar-se das atividades ligadas ao campo da
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necessidade poderiam de fato se considerar cidadatildeos plenos e participar da politike isto eacute dos assuntos da poacuteleis
O problema eacute que para poder se dedicar a essa atividade os gregos necessitavam de outros indiviacuteduos executando o trabalho braccedilal e estes indiviacuteduos na maioria das vezes eram escravos Em comparaccedilatildeo com os dias de hoje podemos perceber na sociedade grega uma diferenccedila fundamental em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de cidadania e democracia Os gregos inventaram o ideal de democracia e o exerciam de forma plena contudo se podemos dizer que a democracia era plena a cidadania natildeo Poucos indiviacuteduos dentro da sociedade grega tinham o oacutecio necessaacuterio para se tornarem cidadatildeos plenos e decidir democraticamente os assuntos das poacuteleis gregas A sociedade grega era portanto extremamente escravista
113 Escravos urbanos e rurais em Roma
Da mesma forma que na Greacutecia a escravidatildeo foi utilizada durante seacuteculos em Roma Normalmente os escravos provinham das guerras de conquista e expansatildeo do Impeacuterio Romano Existiam escravos que trabalhavam no campo e escravos urbanos que trabalhavam em serviccedilos domeacutesticos e ateacute mesmo ocupaccedilotildees como arquitetos muacutesicos e gramaacuteticos Haacute de se observar que como a escravidatildeo obtida por meio da guerra era algo vaacutelido e muito comum entre os romanos natildeo eram raros os escravos letrados e especializados dentro do Impeacuterio Romano que acabam sendo mais valorizados
Na Roma antiga os escravos natildeo podiam manter matrimocircnio legal sendo que os filhos do relacionamento entre um escravo e uma escrava pertenciam ao senhor Os escravos eram tratados como coisa como um instrumento estando apenas um grau acima do gado Mesmo assim em Roma o escravo poderia obter a sua liberdade seja por concessatildeo do seu dono vontade de um priacutencipe ou pelo benefiacutecio da lei
114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo
O trabalho que durante a antiguidade grega se realizava sob forma geral da escravidatildeo assume na Idade Meacutedia a forma da servidatildeo A queda do Impeacuterio Romano provocou mudanccedilas na vida das cidades com a constituiccedilatildeo dos feudos Por toda a Europa desenvolveu-se uma sociedade onde contingentes populacionais se colocavam sob a proteccedilatildeo de senhores da terra prestando-lhes homenagem (promessa de fidelidade e cumprimento de obrigaccedilotildees ao senhor feudal)
Escravos romanos atuando no transporte urbano
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As caracteriacutesticas da sociedade feudal originaram um modelo tripartido da sociedade em trecircs ordens que seriam naturais complementares e consideradas fruto da vontade divina Nessa divisatildeo o clero teria a incumbecircncia de rezar (e salvar as almas missatildeo deveras importante) aos nobres ficaria reservada a arte da guerra e o dever de resguardar a cristandade por fim aos servos ficaria reservado o aacuterduo dever do trabalho
Durante a antiguidade grega a preocupaccedilatildeo de reafirmar a liberdade do homem no acircmbito da necessidade levou a uma visatildeo do trabalho que o considerava indigno e servil agrave medida que atava o homem ao reino da necessidade Na Idade Meacutedia permanece a influecircncia teoacuterica de Platatildeo e Aristoacuteteles e por isso o problema eacute pensado mais ou menos nos mesmos termos mas jaacute com uma diferenccedila marcante alguns pensadores como Tomaacutes de Aquino por exemplo considera o trabalho um bem Um bem aacuterduo mas um bem
Os servos tinham uma seacuterie de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao senhor feudal Entre as principais obrigaccedilotildees dos servos estavam
Corveacuteia ndash Era o pagamento atraveacutes de serviccedilos prestados nas terras ou instalaccedilotildees do senhor feudal De 3 a 4 dias por semana o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como por exemplo fazer a manutenccedilatildeo do castelo construir um muro limpar o fosso do castelo limpar o moinho etc
Talha ndash Parte do que era produzido no campo deveria ser entregue ao senhor feudal
Banalidades ndash Correspondia ao pagamento pela utilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees do castelo Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal
Tostatildeo de Pedro ndash 10 da produccedilatildeo do servo deveriam ser pagas a Igreja Taxa de Justiccedila ndash Servos e os vilotildees (camponeses natildeo vinculados ao feudo)
deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre Formariage ndash Quando servo resolvia se casar com alguma mulher de outro
feudo ele era obrigado a pagar uma taxa Matildeo Morta ndash Pagamento de uma taxa para permanecer no feudo quando o
chefe da famiacutelia morria
Destaca-se que mesmo sendo obrigado a cumprir com diversas obrigaccedilotildees e tendo muitas vezes uma vida difiacutecil os servos natildeo eram escravos Embora os senhores procurassem mantecirc-los associados a terra eles tinham o status de homens livres embora na maioria das vezes natildeo fossem de fato trabalhadores livres Existia tambeacutem uma grande diversidade de servos desde aqueles que trabalhavam o tempo todo para o seu senhor ateacute servos que haviam enriquecido e apenas pagavam um taxa ao senhorio
Representaccedilatildeo das trecircs ordens do imaginaacuterio medieval
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2 O TRABALHO COMO MERCADORIA
21 Processo de alienaccedilatildeo
Para Marx em O capital a compra e venda da forccedila de trabalho eacute a caracteriacutestica fundamental do capitalismo industrial A necessidade de vender a mercadoria forccedila de trabalho define a classe chamada proletariado (constituiacuteda daqueles que natildeo tem meios de sobreviver a natildeo ser pela venda de suas aptidotildees e habilidades como uma mercadoria) enquanto que a compra de forccedila de trabalho define a classe capitalista (aqueles que satildeo proprietaacuterios dos meios de vida e de produccedilatildeo da sociedade)
O valor da forccedila de trabalho chama-se salaacuterio e consiste no custo dos meios necessaacuterios manter eou aprimorar as aptidotildees e as habilidades cujo direito de uso eacute comprado pelo capitalista ao pagar o salaacuterio ao trabalhador Custo este que pressupotildee o custo de conservar e reproduzir a proacutepria existecircncia do trabalhador (ele precisa com o salaacuterio pagar a sua moradia a alimentaccedilatildeo o lazer o sustento de uma famiacutelia etc para que sua forccedila de trabalho seja apta para ser consumida pelo capitalista que a compra)
A forccedila de trabalho do trabalhador eacute uma mercadoria que o capitalista compra e que gera as riquezas Poreacutem essa mercadoria (a forccedila de trabalho) gera mais riqueza do que quanto ela mesma vale Nesse sentido tem-se a impressatildeo de que o capitalista comprou uma caixa de leite de 1 litro mas quando a abriu viu que havia mais do que 1 litro que se podia extrair da caixa Isso contraria as equaccedilotildees e a lei
da equivalecircncia Mas como o comeacutercio se baseia na troca justa a forccedila de trabalho eacute comprada pelo preccedilo necessaacuterio para repocirc-la sem progresso ou com progresso lento do trabalhador (digamos uma sobra no salaacuterio que ele investe nos estudos ou para ser mais visiacutevel na academia para ter mais muacutesculos) Assim temos uma troca justa se paga ao trabalhador para que ele mantenha a forccedila que ele fornece
Poreacutem assim como o trabalhador faz o que bem entender com o que ele adquire nas suas compras o capitalista tambeacutem usa como bem entender a forccedila de trabalho e assim a utiliza para gerar mais valor do que ela custa - a mais-valia E a sensaccedilatildeo de ganho ficou restrita agrave sua vida particular privada individual Enquanto isso o capitalista ganhou no valor de troca pois a mais-valia
Karl Heinrich Marx (1818 mdash 1883)
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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necessidade poderiam de fato se considerar cidadatildeos plenos e participar da politike isto eacute dos assuntos da poacuteleis
O problema eacute que para poder se dedicar a essa atividade os gregos necessitavam de outros indiviacuteduos executando o trabalho braccedilal e estes indiviacuteduos na maioria das vezes eram escravos Em comparaccedilatildeo com os dias de hoje podemos perceber na sociedade grega uma diferenccedila fundamental em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de cidadania e democracia Os gregos inventaram o ideal de democracia e o exerciam de forma plena contudo se podemos dizer que a democracia era plena a cidadania natildeo Poucos indiviacuteduos dentro da sociedade grega tinham o oacutecio necessaacuterio para se tornarem cidadatildeos plenos e decidir democraticamente os assuntos das poacuteleis gregas A sociedade grega era portanto extremamente escravista
113 Escravos urbanos e rurais em Roma
Da mesma forma que na Greacutecia a escravidatildeo foi utilizada durante seacuteculos em Roma Normalmente os escravos provinham das guerras de conquista e expansatildeo do Impeacuterio Romano Existiam escravos que trabalhavam no campo e escravos urbanos que trabalhavam em serviccedilos domeacutesticos e ateacute mesmo ocupaccedilotildees como arquitetos muacutesicos e gramaacuteticos Haacute de se observar que como a escravidatildeo obtida por meio da guerra era algo vaacutelido e muito comum entre os romanos natildeo eram raros os escravos letrados e especializados dentro do Impeacuterio Romano que acabam sendo mais valorizados
Na Roma antiga os escravos natildeo podiam manter matrimocircnio legal sendo que os filhos do relacionamento entre um escravo e uma escrava pertenciam ao senhor Os escravos eram tratados como coisa como um instrumento estando apenas um grau acima do gado Mesmo assim em Roma o escravo poderia obter a sua liberdade seja por concessatildeo do seu dono vontade de um priacutencipe ou pelo benefiacutecio da lei
114 A sociedade feudal e o trabalho enquanto um bem aacuterduo
O trabalho que durante a antiguidade grega se realizava sob forma geral da escravidatildeo assume na Idade Meacutedia a forma da servidatildeo A queda do Impeacuterio Romano provocou mudanccedilas na vida das cidades com a constituiccedilatildeo dos feudos Por toda a Europa desenvolveu-se uma sociedade onde contingentes populacionais se colocavam sob a proteccedilatildeo de senhores da terra prestando-lhes homenagem (promessa de fidelidade e cumprimento de obrigaccedilotildees ao senhor feudal)
Escravos romanos atuando no transporte urbano
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As caracteriacutesticas da sociedade feudal originaram um modelo tripartido da sociedade em trecircs ordens que seriam naturais complementares e consideradas fruto da vontade divina Nessa divisatildeo o clero teria a incumbecircncia de rezar (e salvar as almas missatildeo deveras importante) aos nobres ficaria reservada a arte da guerra e o dever de resguardar a cristandade por fim aos servos ficaria reservado o aacuterduo dever do trabalho
Durante a antiguidade grega a preocupaccedilatildeo de reafirmar a liberdade do homem no acircmbito da necessidade levou a uma visatildeo do trabalho que o considerava indigno e servil agrave medida que atava o homem ao reino da necessidade Na Idade Meacutedia permanece a influecircncia teoacuterica de Platatildeo e Aristoacuteteles e por isso o problema eacute pensado mais ou menos nos mesmos termos mas jaacute com uma diferenccedila marcante alguns pensadores como Tomaacutes de Aquino por exemplo considera o trabalho um bem Um bem aacuterduo mas um bem
Os servos tinham uma seacuterie de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao senhor feudal Entre as principais obrigaccedilotildees dos servos estavam
Corveacuteia ndash Era o pagamento atraveacutes de serviccedilos prestados nas terras ou instalaccedilotildees do senhor feudal De 3 a 4 dias por semana o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como por exemplo fazer a manutenccedilatildeo do castelo construir um muro limpar o fosso do castelo limpar o moinho etc
Talha ndash Parte do que era produzido no campo deveria ser entregue ao senhor feudal
Banalidades ndash Correspondia ao pagamento pela utilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees do castelo Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal
Tostatildeo de Pedro ndash 10 da produccedilatildeo do servo deveriam ser pagas a Igreja Taxa de Justiccedila ndash Servos e os vilotildees (camponeses natildeo vinculados ao feudo)
deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre Formariage ndash Quando servo resolvia se casar com alguma mulher de outro
feudo ele era obrigado a pagar uma taxa Matildeo Morta ndash Pagamento de uma taxa para permanecer no feudo quando o
chefe da famiacutelia morria
Destaca-se que mesmo sendo obrigado a cumprir com diversas obrigaccedilotildees e tendo muitas vezes uma vida difiacutecil os servos natildeo eram escravos Embora os senhores procurassem mantecirc-los associados a terra eles tinham o status de homens livres embora na maioria das vezes natildeo fossem de fato trabalhadores livres Existia tambeacutem uma grande diversidade de servos desde aqueles que trabalhavam o tempo todo para o seu senhor ateacute servos que haviam enriquecido e apenas pagavam um taxa ao senhorio
Representaccedilatildeo das trecircs ordens do imaginaacuterio medieval
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2 O TRABALHO COMO MERCADORIA
21 Processo de alienaccedilatildeo
Para Marx em O capital a compra e venda da forccedila de trabalho eacute a caracteriacutestica fundamental do capitalismo industrial A necessidade de vender a mercadoria forccedila de trabalho define a classe chamada proletariado (constituiacuteda daqueles que natildeo tem meios de sobreviver a natildeo ser pela venda de suas aptidotildees e habilidades como uma mercadoria) enquanto que a compra de forccedila de trabalho define a classe capitalista (aqueles que satildeo proprietaacuterios dos meios de vida e de produccedilatildeo da sociedade)
O valor da forccedila de trabalho chama-se salaacuterio e consiste no custo dos meios necessaacuterios manter eou aprimorar as aptidotildees e as habilidades cujo direito de uso eacute comprado pelo capitalista ao pagar o salaacuterio ao trabalhador Custo este que pressupotildee o custo de conservar e reproduzir a proacutepria existecircncia do trabalhador (ele precisa com o salaacuterio pagar a sua moradia a alimentaccedilatildeo o lazer o sustento de uma famiacutelia etc para que sua forccedila de trabalho seja apta para ser consumida pelo capitalista que a compra)
A forccedila de trabalho do trabalhador eacute uma mercadoria que o capitalista compra e que gera as riquezas Poreacutem essa mercadoria (a forccedila de trabalho) gera mais riqueza do que quanto ela mesma vale Nesse sentido tem-se a impressatildeo de que o capitalista comprou uma caixa de leite de 1 litro mas quando a abriu viu que havia mais do que 1 litro que se podia extrair da caixa Isso contraria as equaccedilotildees e a lei
da equivalecircncia Mas como o comeacutercio se baseia na troca justa a forccedila de trabalho eacute comprada pelo preccedilo necessaacuterio para repocirc-la sem progresso ou com progresso lento do trabalhador (digamos uma sobra no salaacuterio que ele investe nos estudos ou para ser mais visiacutevel na academia para ter mais muacutesculos) Assim temos uma troca justa se paga ao trabalhador para que ele mantenha a forccedila que ele fornece
Poreacutem assim como o trabalhador faz o que bem entender com o que ele adquire nas suas compras o capitalista tambeacutem usa como bem entender a forccedila de trabalho e assim a utiliza para gerar mais valor do que ela custa - a mais-valia E a sensaccedilatildeo de ganho ficou restrita agrave sua vida particular privada individual Enquanto isso o capitalista ganhou no valor de troca pois a mais-valia
Karl Heinrich Marx (1818 mdash 1883)
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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As caracteriacutesticas da sociedade feudal originaram um modelo tripartido da sociedade em trecircs ordens que seriam naturais complementares e consideradas fruto da vontade divina Nessa divisatildeo o clero teria a incumbecircncia de rezar (e salvar as almas missatildeo deveras importante) aos nobres ficaria reservada a arte da guerra e o dever de resguardar a cristandade por fim aos servos ficaria reservado o aacuterduo dever do trabalho
Durante a antiguidade grega a preocupaccedilatildeo de reafirmar a liberdade do homem no acircmbito da necessidade levou a uma visatildeo do trabalho que o considerava indigno e servil agrave medida que atava o homem ao reino da necessidade Na Idade Meacutedia permanece a influecircncia teoacuterica de Platatildeo e Aristoacuteteles e por isso o problema eacute pensado mais ou menos nos mesmos termos mas jaacute com uma diferenccedila marcante alguns pensadores como Tomaacutes de Aquino por exemplo considera o trabalho um bem Um bem aacuterduo mas um bem
Os servos tinham uma seacuterie de obrigaccedilotildees em relaccedilatildeo ao senhor feudal Entre as principais obrigaccedilotildees dos servos estavam
Corveacuteia ndash Era o pagamento atraveacutes de serviccedilos prestados nas terras ou instalaccedilotildees do senhor feudal De 3 a 4 dias por semana o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como por exemplo fazer a manutenccedilatildeo do castelo construir um muro limpar o fosso do castelo limpar o moinho etc
Talha ndash Parte do que era produzido no campo deveria ser entregue ao senhor feudal
Banalidades ndash Correspondia ao pagamento pela utilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees do castelo Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal
Tostatildeo de Pedro ndash 10 da produccedilatildeo do servo deveriam ser pagas a Igreja Taxa de Justiccedila ndash Servos e os vilotildees (camponeses natildeo vinculados ao feudo)
deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre Formariage ndash Quando servo resolvia se casar com alguma mulher de outro
feudo ele era obrigado a pagar uma taxa Matildeo Morta ndash Pagamento de uma taxa para permanecer no feudo quando o
chefe da famiacutelia morria
Destaca-se que mesmo sendo obrigado a cumprir com diversas obrigaccedilotildees e tendo muitas vezes uma vida difiacutecil os servos natildeo eram escravos Embora os senhores procurassem mantecirc-los associados a terra eles tinham o status de homens livres embora na maioria das vezes natildeo fossem de fato trabalhadores livres Existia tambeacutem uma grande diversidade de servos desde aqueles que trabalhavam o tempo todo para o seu senhor ateacute servos que haviam enriquecido e apenas pagavam um taxa ao senhorio
Representaccedilatildeo das trecircs ordens do imaginaacuterio medieval
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2 O TRABALHO COMO MERCADORIA
21 Processo de alienaccedilatildeo
Para Marx em O capital a compra e venda da forccedila de trabalho eacute a caracteriacutestica fundamental do capitalismo industrial A necessidade de vender a mercadoria forccedila de trabalho define a classe chamada proletariado (constituiacuteda daqueles que natildeo tem meios de sobreviver a natildeo ser pela venda de suas aptidotildees e habilidades como uma mercadoria) enquanto que a compra de forccedila de trabalho define a classe capitalista (aqueles que satildeo proprietaacuterios dos meios de vida e de produccedilatildeo da sociedade)
O valor da forccedila de trabalho chama-se salaacuterio e consiste no custo dos meios necessaacuterios manter eou aprimorar as aptidotildees e as habilidades cujo direito de uso eacute comprado pelo capitalista ao pagar o salaacuterio ao trabalhador Custo este que pressupotildee o custo de conservar e reproduzir a proacutepria existecircncia do trabalhador (ele precisa com o salaacuterio pagar a sua moradia a alimentaccedilatildeo o lazer o sustento de uma famiacutelia etc para que sua forccedila de trabalho seja apta para ser consumida pelo capitalista que a compra)
A forccedila de trabalho do trabalhador eacute uma mercadoria que o capitalista compra e que gera as riquezas Poreacutem essa mercadoria (a forccedila de trabalho) gera mais riqueza do que quanto ela mesma vale Nesse sentido tem-se a impressatildeo de que o capitalista comprou uma caixa de leite de 1 litro mas quando a abriu viu que havia mais do que 1 litro que se podia extrair da caixa Isso contraria as equaccedilotildees e a lei
da equivalecircncia Mas como o comeacutercio se baseia na troca justa a forccedila de trabalho eacute comprada pelo preccedilo necessaacuterio para repocirc-la sem progresso ou com progresso lento do trabalhador (digamos uma sobra no salaacuterio que ele investe nos estudos ou para ser mais visiacutevel na academia para ter mais muacutesculos) Assim temos uma troca justa se paga ao trabalhador para que ele mantenha a forccedila que ele fornece
Poreacutem assim como o trabalhador faz o que bem entender com o que ele adquire nas suas compras o capitalista tambeacutem usa como bem entender a forccedila de trabalho e assim a utiliza para gerar mais valor do que ela custa - a mais-valia E a sensaccedilatildeo de ganho ficou restrita agrave sua vida particular privada individual Enquanto isso o capitalista ganhou no valor de troca pois a mais-valia
Karl Heinrich Marx (1818 mdash 1883)
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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2 O TRABALHO COMO MERCADORIA
21 Processo de alienaccedilatildeo
Para Marx em O capital a compra e venda da forccedila de trabalho eacute a caracteriacutestica fundamental do capitalismo industrial A necessidade de vender a mercadoria forccedila de trabalho define a classe chamada proletariado (constituiacuteda daqueles que natildeo tem meios de sobreviver a natildeo ser pela venda de suas aptidotildees e habilidades como uma mercadoria) enquanto que a compra de forccedila de trabalho define a classe capitalista (aqueles que satildeo proprietaacuterios dos meios de vida e de produccedilatildeo da sociedade)
O valor da forccedila de trabalho chama-se salaacuterio e consiste no custo dos meios necessaacuterios manter eou aprimorar as aptidotildees e as habilidades cujo direito de uso eacute comprado pelo capitalista ao pagar o salaacuterio ao trabalhador Custo este que pressupotildee o custo de conservar e reproduzir a proacutepria existecircncia do trabalhador (ele precisa com o salaacuterio pagar a sua moradia a alimentaccedilatildeo o lazer o sustento de uma famiacutelia etc para que sua forccedila de trabalho seja apta para ser consumida pelo capitalista que a compra)
A forccedila de trabalho do trabalhador eacute uma mercadoria que o capitalista compra e que gera as riquezas Poreacutem essa mercadoria (a forccedila de trabalho) gera mais riqueza do que quanto ela mesma vale Nesse sentido tem-se a impressatildeo de que o capitalista comprou uma caixa de leite de 1 litro mas quando a abriu viu que havia mais do que 1 litro que se podia extrair da caixa Isso contraria as equaccedilotildees e a lei
da equivalecircncia Mas como o comeacutercio se baseia na troca justa a forccedila de trabalho eacute comprada pelo preccedilo necessaacuterio para repocirc-la sem progresso ou com progresso lento do trabalhador (digamos uma sobra no salaacuterio que ele investe nos estudos ou para ser mais visiacutevel na academia para ter mais muacutesculos) Assim temos uma troca justa se paga ao trabalhador para que ele mantenha a forccedila que ele fornece
Poreacutem assim como o trabalhador faz o que bem entender com o que ele adquire nas suas compras o capitalista tambeacutem usa como bem entender a forccedila de trabalho e assim a utiliza para gerar mais valor do que ela custa - a mais-valia E a sensaccedilatildeo de ganho ficou restrita agrave sua vida particular privada individual Enquanto isso o capitalista ganhou no valor de troca pois a mais-valia
Karl Heinrich Marx (1818 mdash 1883)
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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seraacute trocada por mais bens para a empresa portanto natildeo eacute um ganho apenas na sua vida particular
O atual estado de coisas nos EUA e na Nova Zelacircndia no Chile e na Inglaterra em Portugal e no Japatildeo na Aacutefrica do Sul em
Cuba e no Brasil - resumindo no mundo inteiro caracteriza-se por terem sido normalmente abolidas
a escravidatildeo e a servidatildeo Todos os homens satildeo livres e iguais enquanto vendedores e compradores de mercadorias Consequumlentemente aqueles que natildeo tecircm mercadorias para vender satildeo forccedilados a escolher a morte ou a venda do que ainda lhes pertence
os braccedilos as matildeos os peacutes o sentimento o raciociacutenio os gestos sua essecircncia humana sua
atividade vital sua existecircncia criativa sua forccedila-de-trabalho em troca de um salaacuterio
O capital reduz toda atividade humana a trabalho e toda realizaccedilatildeo do ser humano a mercadoria Tudo que os trabalhadores fazem existir por meio de suas atividades (alimentos ruas cadeiras poemas meios de produccedilatildeo computadores casas) eacute radicalmente separado deles e se torna propriedade privada do que ou de quem comprou sua forccedila-de-trabalho Com isso a atividade dos homens se coagula numa esfera separada que se volta contra os proacuteprios homens que a produziram sua alienaccedilatildeo eacute total
22 O Trabalhador Capitalista
O trabalho sempre esteve presente na histoacuteria da humanidade sendo seu objetivo inicial sobrevivecircncia Poreacutem com a Revoluccedilatildeo Industrial passou-se a buscar o lucro e para obtecirc-lo era preciso matildeo-de-obra de baixo custo fato que teve como consequumlecircncia agrave exploraccedilatildeo dos trabalhadores
Essas caracteriacutesticas pertencem ao modo de produccedilatildeo capitalista que se consolidou na Inglaterra atraveacutes da primeira Revoluccedilatildeo Industrial que ocorreu no final do seacuteculo XVIII e foi possiacutevel graccedilas ao acuacutemulo de capital conquistado atraveacutes do mercantilismo A partir daiacute surgem agraves faacutebricas haacute o uso de maacutequinas a vapor ocorre uma maior divisatildeo do trabalho e consequumlentemente o aumento da produccedilatildeo O capitalismo desde sua origem eacute um sistema de exploraccedilatildeo da matildeo-de-
Trabalhadores (Revoluccedilatildeo Industrial)
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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obra pois jaacute nessa eacutepoca houve a concentraccedilatildeo de riquezas nas matildeos dos grandes proprietaacuterios capitalistas
Na segunda metade do seacuteculo XIX houve a segunda Revoluccedilatildeo Industrial a qual foi a inserccedilatildeo de outros paiacuteses nesse processo proporcionando assim a expansatildeo do capitalismo sendo a passagem do capitalismo competitivo para o monopolista com formaccedilatildeo de grandes empresas e a fusatildeo do capital bancaacuterio com o capital industrial Houve o progresso teacutecnico-cientiacutefico possibilitando o desenvolvimento de novas maacutequinas utilizaccedilatildeo do accedilo do petroacuteleo e da eletricidade evoluccedilatildeo dos meios de transporte e expansatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo
Na deacutecada de 1970 ocorreu a terceira Revoluccedilatildeo Industrial a qual alterou o panorama produtivo mundial devido ao surgimento de tecnologias microeletrocircnica e da transmissatildeo de informaccedilotildees e a automatizaccedilatildeo e robotizaccedilatildeo dos processos produtivos Aleacutem disso surgiram novos ramos industriais como a induacutestria de computadores e softwares telecomunicaccedilotildees quiacutemica fina roboacutetica e biotecnologia os quais caracterizam-se por utilizarem matildeo-de-obra qualificada
Deste modo as induacutestrias se difundem por todo o mundo em busca de mercado consumidor mateacuteria-prima mais barata e acentua-se a exploraccedilatildeo do trabalhador visando a acumulaccedilatildeo de capital
23 Momentos caracteriacutesticos do processo de trabalho
Na histoacuteria do modo de produccedilatildeo capitalista houve momentos caracteriacutesticos que relatamos a seguir
a) Cooperaccedilatildeo Simples
O trabalhador executa diversas atividades correspondentes agraves do artesatildeo utilizando ferramentas deste O controle capitalista ocorre devido agrave relaccedilatildeo de propriedade utilizando-se da forccedila de trabalho comprada pelo dono da mesma
b) Manufatura
Haacute nova divisatildeo do trabalho na qual os trabalhadores executam tarefas parceladas dando iniacutecio a uma desqualificaccedilatildeo do trabalho e aumento da produtividade ocorrendo agrave separaccedilatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho
c) Maquinaria
Acentua-se a divisatildeo entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho haacute inserccedilatildeo de maacutequinas no processo de produccedilatildeo ocorrendo desqualificaccedilatildeo do trabalhador uma vez que realizam tarefas isoladas impedindo de conhecer todo o processo de trabalho ―
Devido a essas caracteriacutesticas a maquinaria possibilita diferentes formas de divisotildees e organizaccedilotildees do trabalho
o Maquinaria Simples
O trabalhador manteacutem algum controle no seu ritmo de trabalho tendo liberdade para acionar as maacutequinas fato que eacute estimulado atraveacutes de remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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o Organizaccedilatildeo Cientiacutefica do Trabalho
O ritmo de trabalho eacute determinado pela maacutequina ocorrendo separaccedilatildeo extrema entre concepccedilatildeo e execuccedilatildeo do trabalho No Taylorismo haacute a reduccedilatildeo maacutexima do tempo gasto para executar cada tarefa fracionando o processo de trabalho em tarefas simples Jaacute no Fordismo haacute um ordenamento sequumlencial de tarefas utilizando-se de uma esteira que define o ritmo de trabalho
o Automaccedilatildeo
Este item foi incluiacutedo neste processo por Freyssenet uma vez que atraveacutes do desenvolvimento teacutecnico-cientiacutefico a funccedilatildeo do trabalhador se restringe a vigilacircncia do processo produtivo
3 DIMENSOtildeES DO TRABALHO HUMANO
31 Dimensotildees do trabalho
Triacutepalium era um instrumento feito de trecircs paus aguccedilados algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro no qual os agricultores bateriam o trigo as espigas de milho para rasgaacute-los esfiapa-os A maioria dos dicionaacuterios contudo registra tripalium apenas como instrumento de tortura o que teria sido originalmente ou se tornado depois A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare que significa justamente torturar
Essa eacute uma faceta da realidade evocada no termo trabalho aquela que
revela a dureza a fadiga a dificuldade irreversivelmente constitutivas da vida humana Talvez por isso natildeo seja incomum encontrar no repertoacuterio simboacutelico de diversas culturas tal percepccedilatildeo do trabalho como pena
Mas o que de fato eacute trabalho Uma definiccedilatildeo plausiacutevel pode ser a capacidade de o homem criar e transformar a natureza Nesse acircmbito o trabalho envolve uma concepccedilatildeo mais ampla do que a simples concepccedilatildeo de trabalho enquanto pena
Mas o que de fato distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais Vejamos a explicaccedilatildeo de Marx
―Uma aranha executa operaccedilotildees semelhantes agraves do tecelatildeo e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construccedilatildeo dos favos de suas colmeacuteias Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha eacute que ela construiu o favo em sua cabeccedila antes de construiacute-lo em sua colmeacuteia No fim do processo de trabalho obteacutem-se um resultado que jaacute no iniacutecio deste existiu na imaginaccedilatildeo e portanto idealmente Ela natildeo apenas efetua uma transformaccedilatildeo da forma da mateacuteria natural realiza ao mesmo tempo na mateacuteria natural seu objetivo que ela sabe que determina como lei a sua espeacutecie
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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Para todos que compartilham do pensamento de Marx o que distingue o trabalho humano do trabalho realizado pelos animais eacute que nele haacute uma intencionalidade consciecircncia sendo que os animais trabalham por instinto sem consciecircncia ou intencionalidade
Por meio do trabalho se expressa a liberdade humana uma vez que os seres humanos por mais que sejam explorados em determinadas atividades produtivas natildeo podem ser programaacuteveis como robocircs
O uacutenico ser vivo capaz de agir aleacutem daquilo que seu equipamento bioloacutegico permite de imediato eacute o homem Ele natildeo eacute provido de asas e de estrutura oacutessea favoraacutevel ao vocirco mas voa inventando um aviatildeo Ele natildeo estaacute equipado para retirar oxigecircnio diretamente da aacutegua mas isso natildeo o impede de descer ao fundo dos mares Tudo isso indica que o homem eacute um animal iacutempar Embora permanecendo animal livra se dos laccedilos que o prendem agrave natureza
Essa ideacuteia de Marx ajuda a quebrar a ideacuteia de uma grande dissociaccedilatildeo entre o trabalho intelectual (aquele em que natildeo se produz de imediato nada de visiacutevel) e o trabalho manual corporal (que resulta em algo perceptiacutevel uma mudanccedila de estado) Pensemos por exemplo na atividade exercida pelo pedreiro Ele natildeo utiliza sua inteligecircncia e raciociacutenio para erguer uma parede de tijolos E no caso de um intelectual que escreve um livro Esse escritor natildeo tem um desgaste fiacutesico ao escrever esse livro
Por essa analogia podemos perceber que a separaccedilatildeo entre trabalho intelectual e o manual eacute uma falaacutecia criada ao longo da histoacuteria Essa divisatildeo acontece porque ao longo de muito tempo se procurou valorizar as pessoas que se especializaram somente em pensar em organizar o trabalho dos outros e desvalorizar quem executa trabalhos que requerem forccedila fiacutesica E claro que essas pessoas que mandavam comeccedilaram a acumular poder em suas matildeos decidindo o que eacute certo e o que eacute errado sempre eacute claro procurando favorecer o grupo ao qual pertenciam Nesse sentido a divisatildeo entre trabalho intelectual e manual foi utilizada como um instrumento e ao mesmo tempo falso argumento para dominar e explorar determinados grupos sociais
4 EMPREGO DESEMPREGO E SUBEMPREGO
Emprego eacute a funccedilatildeo e a condiccedilatildeo das pessoas que trabalham em caraacuteter temporaacuterio ou permanente em qualquer tipo de atividade econocircmica Por desemprego se entende a condiccedilatildeo ou situaccedilatildeo das pessoas incluiacutedas na faixa das idades ativas (em geral entre 14 e 65 anos) que estejam por determinado prazo sem realizar trabalho em qualquer tipo de atividade econocircmica
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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41 Tipos de desemprego
a) Desemprego estrutural
Caracteriacutestico dos paiacuteses subdesenvolvidos ligado agraves particularidades intriacutensecas de sua economia Explica-se pelo excesso de matildeo-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiecircncia dos equipamentos de base que levariam agrave criaccedilatildeo cumulativa de emprego
b) Desemprego tecnoloacutegico
Atinge sobretudo os paiacuteses mais adiantados Resulta da substituiccedilatildeo do homem pela maacutequina e eacute representado pela maior procura de teacutecnicos e especialistas e pela queda em maior proporccedilatildeo da procura dos trabalhos tidos como braccedilais
c) Desemprego conjuntural
Tambeacutem chamado desemprego ciacuteclico caracteriacutestico da depressatildeo quando os bancos retraem os creacuteditos desestimulando os investimentos e o poder de compra dos assalariados cai em consequumlecircncia da elevaccedilatildeo de preccedilos
d) Desemprego friccional
Motivado pela mudanccedila de emprego ou atividade dos indiviacuteduos Eacute o tipo de desemprego de menor significaccedilatildeo econocircmica
e) Desemprego temporaacuterio
Forma de subemprego comum nas regiotildees agriacutecolas motivado pelo caraacuteter sazonal do trabalho em certos setores agriacutecolas
A desocupaccedilatildeo de uma percentagem de trecircs por cento da forccedila de trabalho eacute considerada nos paiacuteses capitalistas como desemprego miacutenimo ou normal e soacute acima desse iacutendice eacute que se fala em desemprego Haacute quem considere essa quota como necessaacuteria ao desenvolvimento da induacutestria Os defensores dessa tese afirmam que certa porcentagem de desemprego eacute salutar agrave economia por constituir uma reserva de matildeo-de-obra para a expansatildeo industrial
42 Desemprego no Brasil
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) em 2011 a taxa de desemprego no Brasil foi 6 O que representa em torno de 4680000 de pessoas Esse contingente faz parte da populaccedilatildeo economicamente ativa que eacute a parcela da populaccedilatildeo que trabalha ou que estaacute procurando emprego Essa parcela representa no Brasil aproximadamente 78 milhotildees de pessoas ou 4108 Por falar em populaccedilatildeo a do Brasil totaliza 190755799 habitantes (dados do IBGE ndash 2010)
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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O iacutendice do IBGE eacute diferente do divulgado pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pela Fundaccedilatildeo Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudos Socioeconocircmicos) em sete regiotildees metropolitanas que aponta uma taxa meacutedia de desemprego de 105 no ano passado
43 Taxa de desemprego
A taxa de desemprego eacute uma porcentagem da Populaccedilatildeo Economicamente Ativa desocupada que pode ser calculada com base em diferentes metodologias No Brasil aleacutem do IBGE a Fundaccedilatildeo Sistema Estadual de Anaacutelise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatiacutestica e Estudo Soacutecio-Econocircmicos (Dieese) medem a taxa de desemprego
A diferenccedila na metodologia utilizada pelo IBGE e pela PED (SeadeDieese) explica a discrepacircncia entre os nuacutemeros apresentados pelas pesquisas Na PED realizada desde janeiro de 1985 a Seade e o Dieese dividem o desemprego em trecircs categorias aberto (quanto as pessoas procuram emprego) oculto por desalento (pessoas que natildeo procuraram trabalho nos uacuteltimos 30 dias por uma seacuterie de motivos como por exemplo a crenccedila de que o mercado estaacute ruim e natildeo seraacute possiacutevel encontrar) e oculto por trabalho precaacuterio (que realizam trabalhos precaacuterios como bicos por exemplo)
Para o IBGE que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980 a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporaacuterio estaacute empregada Ou seja o instituto leva em consideraccedilatildeo apenas as informaccedilotildees referentes ao desemprego aberto - quando a pessoa estaacute haacute mais de 30 dias procurando emprego
O IBGE utiliza o criteacuterio de desemprego aberto no qual somente as pessoas que no periacuteodo de referecircncia estavam disponiacuteveis para trabalhar e realmente procuraram trabalho satildeo consideradas desempregadas O caacutelculo eacute feito com base em dados de seis regiotildees metropolitanas Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre Salvador e Recife
O Seade e o Dieese - que realizam a pesquisa no Distrito Federal e nas regiotildees metropolitanas de Satildeo Paulo Porto Alegre Belo Horizonte Salvador e Recife - adotam o criteacuterio de desemprego total que engloba tambeacutem o desemprego oculto Nessa categoria estatildeo aqueles que natildeo procuraram emprego por desalento ou porque estavam exercendo um trabalho precaacuterio
44 Populaccedilatildeo subempregada
Segundo a OIT (organizaccedilatildeo Internacional do trabalho) ―o subemprego reflete a subutilizaccedilatildeo da capacidade produtiva da populaccedilatildeo com emprego incluindo a que resulta de um sistema econocircmico deficiente ao niacutevel nacional ou regional Relaciona-se com uma situaccedilatildeo alternativa de emprego na qual as pessoas desejam trabalhar e estatildeo disponiacuteveis para o fazer No IFTRAB (Inqueacuterito Integrado agrave Forccedila de Trabalho) foram usados dois criteacuterios para medir o subemprego
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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bull Nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas ndash a todos os que trabalharam ou tinham trabalho na semana de referecircncia foi feita a pergunta sobre o nuacutemero de horas habitualmente trabalhadas Foram distinguidos os que trabalham habitualmente 40 ou mais horas dos que trabalham menos de 40 horas
bull Disponibilidade para trabalhar mais horas ndash aos que trabalham habitualmente menos de 40 horas perguntou-se se aceitariam trabalhar mais horas
Desta forma para efeitos do IFTRAB considera-se subempregadas as pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas e que afirmaram que aceitariam trabalhar mais horas
5 PROCESSO DE GLOBALIZACcedilAtildeO E SEU IMPACTO SOBRE O MUNDO
DO TRABALHO
51 Conceito de Globalizaccedilatildeo
Entre as vaacuterias significados de globalizar podemos considerar o ―ato ou efeito de globalizar ou seja aproximar a partir de um determinado ponto de referecircncia levando-se em conto a totalidade do conjunto
Intento de unificar todos os mercados capitalistas do mundo a partir da tutela de corporaccedilotildees transnacionais reduzindo-se a soberania dos estados nacionais
52 Histoacuterico da Globalizaccedilatildeo
Antes do seacuteculo XV pode-se dizer que as economias mundias eram autocircnomas As longas distacircncias difiacuteceis de serem percorridas e os obstaacuteculos a serem superados ndash por vezes oceanos ndash fazia muitas vezes com que determinados povos e regiotildees fossem conhecidas apenas por lendas e histoacuterias de viajantes Eacutepoca em que se ouvia falar de reinos no longiacutenquo oriente ou entatildeo das terras fantaacutesticas supostamente visitadas por Marco Polo como por exemplo a China Quando muito se tinha algum conhecimento fantaacutestico de outras regiotildees do mundo na maioria das vezes as pessoas viviam sua vida isoladas do resto mundo e assim encerravam as suas existecircncias
Mesmo no continente europeu podemos perceber centros comerciais bastantes especiacuteficos como a regiatildeo de Flandres na Franccedila ou as cidades de Gecircnova e Veneza na Itaacutelia que mesmo tendo fortes ligaccedilotildees comerciais tinham que enfrentar os longos deslocamentos Contatos desses centros
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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comerciais com outras regiotildees do planeta como a China e Iacutendia eram complicados a Ameacuterica era desconhecida dos europeus e irreconheciacutevel entre os proacuteprios americanos ou seja natildeo existiam contatos comercias entre Mexicas e Incas por exemplo e por fim apesar do proximidade a maior parte da Aacutefrica separada pelas florestas era absolutamente desconhecida dos europeus
Exatamente por esse motivo as produtos obtidos por meio do comeacutercio com o Oriente eram extremamente valorizados na Europa e eacute a busca desses produtos e do lucro que vai dar origem ao processo de globalizaccedilatildeo a partir do seacuteculo XV quando os europeus saem em busca de uma rota para o comeacutercio de especiarias com as Iacutendias Orientais
53 Fases da globalizaccedilatildeo
Periacuteodos da Globalizaccedilatildeo
Data Periacuteodo Caracterizaccedilatildeo
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
poacutes-1989 Globalizaccedilatildeo recente Ciberneacutetica-tecnoloacutegica-associativa
531 Primeira Fase
A primeira fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais pelo mundo ndash quase sempre sendo necessaacuterio o apoio dos canhotildees europeus para garantir seus interesses
Nessa fase se tem igualmente a migraccedilatildeo de milhares de europeus e africanos para o continente americano com o objetivo de colonizar as novas terras ―descobertas visando a exploraccedilatildeo das riquezas naturais ou o desenvolvimento das monoculturas para exportaccedilatildeo (as chamadas colocircnias de exploraccedilatildeo) Tendo como objetivo conseguir matildeo-de-obra para o desenvolvimento das plantaccedilotildees a Ameacuterica vai receber mais de 11 milhotildees de africanos que escravizados constituiratildeo a principal matildeo-de-obra em paiacuteses como o Brasil (quase metade desses escravos apartaram no Brasil) Na regiatildeo da Ameacuterica do Norte tivemos ainda a formaccedilatildeo das colocircnias de povoamento geralmente de migrantes puritanos que fugiam das perseguiccedilotildees religiosas e intentavam um novo comeccedilo na Ameacuterica
O principal objetivo e caracteriacutestica econocircmica consistia no acuacutemulo de riquezas de todas as formas possiacuteveis e imaginaacuteveis e eacute claro nesse sentido as colocircnias conquistadas pelos europeus sofriam com a praacutetica do monopoacutelio servindo aos propoacutesitos de acumulaccedilatildeo de capitais das colocircnias
532 Segunda fase
A segunda fase da globalizaccedilatildeo relaciona-se com o advento da Revoluccedilatildeo Industrial No final do seacuteculo XVIII e durante o seacuteculo XIX primeiramente a Inglaterra e depois outras potecircncias vatildeo passar por um intenso processo de industrializaccedilatildeo onde a tecnologia impulsionaraacute os interesses da burguesia industrial mundo afora dando origem a uma onda imperialista
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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O termo imperialismo deriva do latim e significa ―ter o poder de mandar Em poucas palavras trata-se da imposiccedilatildeo de um controle direto ou indireto de um estado povo ou naccedilatildeo sobre outro
A histoacuteria estaacute repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram praacuteticas imperialistas para dominarem imensas extensotildees territoriais riquezas e povos Um exemplo de um grande impeacuterio na antiguidade foi o de Alexandre o Grande que dominou as cidades gregas e subjugou a Aacutesia tendo aos seus peacutes todo a mundo habitado e conhecido da eacutepoca
No seacuteculo XIX contudo o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira A entrada de novos paiacuteses na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territoacuterios que fornecessem mateacuterias-prima e que se constituiacutessem em mercados consumidores e aacutereas para investimentos de capitais excedentes
Como resultado os paiacuteses que jaacute haviam conquistado colocircnias havia muito tempo como o caso da Inglaterra e da Franccedila faziam questatildeo de manter o seu domiacutenio sobre essas regiotildees Outros paiacuteses que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itaacutelia estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido fazendo inclusive com que a Alemanha por exemplo adotasse uma poliacutetica agressiva de expansatildeo que consiste em um dos motivos que desencadearatildeo a Primeira Guerra Mundial
No imperialismo de finais do seacuteculo XIX o estado tinha portanto a funccedilatildeo de conquistar territoacuterios e povos que facilitassem a expansatildeo do capital interno e da industrializaccedilatildeo do paiacutes Nesse sentido era bastante comum os estados europeus mandarem tropas par submeter os povos nativos e organizar e administrar as regiotildees dominadas Esse iacutempeto imperialista levaraacute a partilha do continente Asiaacutetico e Africano aleacutem da dominaccedilatildeo informal de toda a Ameacuterica Latina
Contudo para dominar e subjugar imensas regiotildees e milhares de pessoas era necessaacuterio algumas justificativas Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos paiacuteses imperialistas que se sentiam superiores agraves populaccedilotildees dominadas Entre as falaacutecias que justificavam essa dominaccedilatildeo pode-se citar
bull A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as naccedilotildees atrasados Segundo essa loacutegica os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia agraves naccedilotildees europeacuteias a missatildeo de civilizar essas regiotildees errantes bull O etnocentrismo que se baseava na ideacuteia de que alguns povos eram superiores a outros Neste caso os europeus eram superiores a asiaacuteticos indiacutegenas e africanos bull Darwinismo social Baseado na teoria da evoluccedilatildeo de Darwin defendia que a teoria da seleccedilatildeo natural aplicava-se agraves sociedades humanas e neste caso os europeus eram mais evoluiacutedos progrediam mais rapidamente tendo o direito portanto de quando em contato com os ―selvagens subjugaacute-los e crescer agrave custa de seu
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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sacrifiacutecio Ou seja por serem menos evoluiacutedos estariam condenados a extinccedilatildeo
Trata-se portanto de uma expansatildeo do capital industrial em busca de mateacuterias-primas mercados consumidores e locais propiacutecios para dar rentabilidade aos investimento
Entre as caracteriacutesticas dessa segunda fase da globalizaccedilatildeo pode-se citar
bull Uma nova postura em relaccedilatildeo a escravidatildeo Uma vez que se procura expandir os mercados em busca de consumidores a escravidatildeo passa a ser vista como retroacutegrada ou seja escravo natildeo recebe salaacuterio e natildeo consome mercadorias industrializadas
bull Migraccedilatildeo de milhotildees de europeus para Ameacuterica
bull Novas invenccedilotildees que aproximam as pessoas como o trem o barco a vapor o teleacutegrafo e o telefone e o aviatildeo
533 Terceira fase
O processo de globalizaccedilatildeo recente eacute marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a eacutegide dos Estados Unidos Como consequecircncia essa fase da globalizaccedilatildeo eacute marcada pelo domiacutenio irrestrito do doacutelar e do inglecircs e da disseminaccedilatildeo dos valores culturais norte-americanos Alguns especialistas chamam essa fase da globalizaccedilatildeo de americanizaccedilatildeo Entre as caracteriacutesticas dessa terceira fase pode-se destacar
bull O domiacutenio de grandes corporaccedilotildees que deteacutem grandes investimentos espalhados por todo o planeta A nacionalidade da maioria dessas corporaccedilotildees eacute norte-americana europeacuteias ou japonesas Como possuem dinheiro para investir na ciecircncia acabam detendo o monopoacutelio da tecnologia
bull Disseminaccedilatildeo dos valores democraacuteticos pelo mundo (112 de 182 integrantes da ONU)
bull Padronizaccedilatildeo cultural e uma significativa reduccedilatildeo da discriminaccedilatildeo motivada por sexo raccedila e religiatildeo
bull Esmorecimento das fronteiras nacionais e formaccedilatildeo de grupos de interesses como o G-7 e mercados regionais e intercontinentais como o Nafta a Comunidade Europeacuteia e o Mercosul
bull Novas tecnologias de aproximaccedilatildeo como os sateacutelites e a internet
bull Dificuldade de determinar a origem de determinados produtos ou seja a divisatildeo internacional do trabalho gerando muitas vezes o subemprego
bull Aumento da consciecircncia ecoloacutegica e de se estabelecer uma determinada eacutetica no trabalho
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
20
73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
21
Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
22
Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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6 TEORIAS MODERNAS DE ADMINISTRACcedilAtildeO
As modernas teorias da administraccedilatildeo defendem a tese que o homem tem necessidades baacutesicas e psicos-sociais Propotildeem a participaccedilatildeo do mesmo no processo de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo incentivando a comunicaccedilatildeo desenvolvendo a motivaccedilatildeo no trabalho descentralizaccedilatildeo nas decisotildees delegaccedilatildeo de autoridade consulta e participaccedilatildeo dos trabalhadores
Para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade passou-se a utilizar princiacutepios da administraccedilatildeo japonesa na organizaccedilatildeo do trabalho sendo este um novo paradigma de produccedilatildeo industrial iniciado na deacutecada de 60 Este eacute denominado de Toyotismo que pressupotildee a polivalecircncia dos trabalhadores a fabricaccedilatildeo de produtos diferenciados a responsabilidade com o mercado e uma estrutura organizacional que comporte mudanccedilas e inovaccedilotildees constantes bem como a mudanccedila da relaccedilatildeo social no trabalho e a participaccedilatildeo dos trabalhadores no sistema produtivo
Neste processo a participaccedilatildeo dos trabalhadores nas decisotildees e transformaccedilotildees referentes agrave organizaccedilatildeo do trabalho eacute essencial agrave promoccedilatildeo da sauacutede mental bem como para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e do trabalhador
Destaca-se que haacute algumas condiccedilotildees da flexibilizaccedilatildeo na organizaccedilatildeo do trabalho que proporcionaria maior qualidade de vida no trabalho como
A integraccedilatildeo e globalizaccedilatildeo dos processos meacutetodos e instrumentos de trabalho
O conteuacutedo significativo das tarefas a autonomia o uso das competecircncias teacutecnicas e da criatividade
As relaccedilotildees hieraacuterquicas baseadas na confianccedila cooperaccedilatildeo participaccedilatildeo e definiccedilatildeo de regras pelo coletivo de trabalhadores
Essas condiccedilotildees contrapotildeem os modelos de organizaccedilatildeo do trabalho claacutessicos fazendo com que atraveacutes do novo paradigma os trabalhadores sintam-se integrantes do processo produtivo valorizando suas tarefas aumentando sua auto-estima e contribuindo para melhorar sua qualidade de vida e satisfaccedilatildeo no trabalho deixando de ser apenas uma mercadoria
7 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
PRODUTIVAS E ORGANIZACIONAIS NO
MUNDO DO TRABALHO
71 Impacto das novas tecnologias
produtivas
Quando falamos do impacto das novas tecnologias produtivas e organizacionais fazendo uma referecircncia obrigatoacuteria agrave chamada ―Terceira Revoluccedilatildeo Industrial que a partir da deacutecada de 1950 comeccedilou a incorporar novas tecnologias ao
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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processo de fabricaccedilatildeo de mercadorias e ao mundo do trabalho como um todo Entre as novas tecnologias podemos citar os computadores softwares chips transistores raacutedio e televisatildeo internet induacutestria aeroespacial biotecnologia e a roboacutetica
Uma das consequecircncias dessa nova dinacircmica produtiva eacute o desemprego tecnoloacutegico onde se tem uma maior procura de trabalhadores altamente especializados ou mesmo a simples substituiccedilatildeo do trabalho humano pelas maacutequinas Haacute de se destacar que busca-se trabalhadores que dominem vaacuterias atividades ou tecnologias diferentes o que igualmente eacute um fator que contribui para o aumento do desemprego
A partir dessa nova perspectiva organizacional observa-se uma mudanccedila em relaccedilatildeo ao modelo fordista onde o operaacuterio controlava apenas uma maacutequina ou executava apenas uma operaccedilatildeo para uma requerida flexibilidade e polivaecircncia donde o trabalhador deve se mostrar aacutegil multifuncional e polivalente Se antes em uma faacutebrica por exemplo o trabalhador era responsaacutevel somente por uma funccedilatildeo ou maacutequina agora ele deve deter o conhecimento para a execuccedilatildeo de vaacuterias operaccedilotildees e o controle de muacuteltiplas maacutequinas e equipamentos
72 TOYOTISMO
O conjunto de modificaccedilotildees em relaccedilatildeo a organizaccedilatildeo do trabalho a partir da deacutecada de 1970 ficou conhecido sob o roacutetulo do toyotismo em referecircncia a empresa japonesa Toyota que na recessatildeo do capitalismo da deacutecada de 1970 precisava de estrateacutegias como dinamizar o produccedilatildeo e competir com as induacutestrias americanas Entre as principais caracteriacutesticas desse modelo pode-se destacar
Produccedilatildeo de acordo com a demanda ndash eacute o consumo que orienta a produccedilatildeo (deriva daiacute a necessidade da multiplicidade de funccedilotildees e operaccedilotildees que o trabalhador deve dominar para poder atender as alteraccedilotildees na demanda de produccedilatildeo)
Eliminaccedilatildeo da organizaccedilatildeo hierarquizada e introduccedilatildeo de estrateacutegias colaborativas ndash todo devem interagir compartilhando ideacuteias e articulando decisotildees conjuntas
Automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo ndash inclusive com ampla utilizaccedilatildeo de computadores para orientar a produccedilatildeo por demanda regulando os estoques (fim dos grandes estoques) ou o chamado ―just in time que permite variar rapidamente a produccedilatildeo atendendo as necessidades e exigecircncias do mercado consumidor e como consequecircncia possibilitar mudanccedilas raacutepidas na teacutecnicas e na organizaccedilatildeo do trabalho
Manutenccedilatildeo de estoques miacutenimos de acordo com a procura efetivada pelos consumidores
Terceirizaccedilatildeo de alguns setores da produccedilatildeo As grandes empresas contratam empresas para formar uma parceria em questotildees como marketing pesquisa desenvolvimento de produtos produccedilatildeo de determinados componentes entre outros Contudo ao mesmo tempo por meio da terceirizaccedilatildeo procura se livrar de funcionaacuterios que desempenhavam atividades complementares e necessaacuterias como por exemplo seguranccedila limpeza e alimentaccedilatildeo
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73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
20
73 Padrotildees Organizacionais no Mundo Contemporacircneo
Outras caracteriacutesticas do toyotismo e de padrotildees organizacionais no mundo contemporacircneo
Implementaccedilatildeo de novas rotinas que tornam a empresa competitiva contudo muitas vezes a busca pela competitividade implica num aumento da exploraccedilatildeo do trabalhador da mais-valia
Estabelecimento de ―ciacuterculos de controle de qualidade Os novos padrotildees organizacionais valorizam o conhecimento e a informaccedilatildeo Diferentemente do modelo fordista busca-se agora trabalhadores com um alto grau de conhecimento e capacitaccedilatildeo
Recentemente natildeo eacute difiacutecil perceber a adoccedilatildeo empresarial do ―politicamente correto Por um lado os trabalhadores satildeo chamados a colaborar em prol de causas maiores (normalmente demandas sociais) pode-se perceber neste caso uma apropriaccedilatildeo da boa vontade alheia onde o esforccedilo individual dos trabalhadores eacute convertido ―sinergicamente em esforccedilo da organizaccedilatildeo
Papel preponderante da miacutedia e da propaganda
Longos treinamentos e uma grande carga de responsabilidades repassadas ao trabalhador com controle extremo de produccedilatildeo inclusive com metas (haacute de se observar que na maioria das vezes o lucro real natildeo eacute compartilhado com os trabalhadores)
Surgimento de novos complexos de produccedilatildeo de alta tecnologia como por exemplo o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde se estabeleceram inuacutemeras empresas de alta tecnologia
Por fim entre as consequecircncias gerais dos novos modelos de organizaccedilatildeo
podemos destacar
Retrocesso do poder sindical
Acuacutemulos inimaginaacuteveis de capital
Fraudes de competitividade
Reduccedilatildeo do emprego regular
Flexi-tempo (o trabalhador programa o seu tempo e local de trabalho) Com relaccedilatildeo a esse uacuteltimo item eacute importante destacar que a adoccedilatildeo do flexi-tempo eacute uma realidade possiacutevel a uma minoria de trabalhadores eacute mesmo assim normalmente natildeo diminui o controle ou a intensidade do trabalho muito ao contraacuterio o trabalho tende a se estender amalgamando-se a proacutepria vida do indiviacuteduo
21
Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
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Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
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Apesar da alardeada sinergia e trabalho em equipe nas horas decisoacuterias o poder indubitavelmente estaacute muito bem localizado Abaixo temos uma possiacutevel interpretaccedilatildeo em relaccedilatildeo a muitos e reais organogramas organizacionais
8 QUALIFICACcedilAtildeO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Como foi visto as novas tecnologias produtivas incorporadas com a chamada ―terceira revoluccedilatildeo industrial e os novos modelos organizacionais como por exemplo o paradigma toyotista introduziram novas loacutegicas nas relaccedilotildees de trabalho As organizaccedilotildees procuram um novo trabalhador que de uma forma geral deve apresentar o seguinte perfil
bull Trabalhar em equipe (sinergia)
bull Constante atualizaccedilatildeo e aprendizado contiacutenuo
bull Ter uma visatildeo global das coisas
bull Capacidade de se adaptar a mudanccedilas
bull Polivalecircncia agilidade e flexibilidade
81 CONDICcedilOtildeES DO TRABALHO E DO TRABALHADOR
Por outro lado os trabalhadores tecircm sido pressionados no que pode ser considerado uma grande precarizaccedilatildeo das condiccedilotildees do trabalho e do trabalhador Entre outros fatores contribui para esse quadro
bull a competitividade
bull a automatizaccedilatildeo da produccedilatildeo
bull a liberdade da empresa na reorganizaccedilatildeo do trabalho inclusive com a adoccedilatildeo da terceirizaccedilatildeo
bull o aumento populacional a definitiva incorporaccedilatildeo do trabalho feminino e a ampliaccedilatildeo da perspectiva de vida e de trabalho dos indiviacuteduos
bull o retrocesso do poder sindical
82 QUALIFICACcedilAtildeO PROFISSIONAL
O fato eacute que os novos paradigmas organizacionais e a pressatildeo das estruturas empresariais e sociais tem gerado no mundo contemporacircneo a inseguranccedila como uma marca indeleacutevel que acompanha os trabalhadores
22
Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
Fone (43) 3265-1326 35311511
E-mail marciopolidoibestcombr
22
Amparada nessa otimizaccedilatildeo da ―inseguranccedila muitas organizaccedilotildees passam para os trabalhadores altas cargas de responsabilidade e de cobranccedila que normalmente natildeo corresponde agraves remuneraccedilotildees que os trabalhadores recebem Trata-se de tarefas demandas e ―premiaccedilotildees por produtividade muitas vezes impossiacuteveis e impraticaacuteveis sabidas propositais e que natildeo raro ocasionam problemas fiacutesicos e psicoloacutegicos graves nos trabalhadores
Esse quadro leva os trabalhadores agrave busca da alardeada qualificaccedilatildeo profissional Haacute de se destacar algumas questotildees a esse respeito
bull Em primeiro lugar eacute imprescindiacutevel fazer uma diferenciaccedilatildeo nem sempre o trabalhador mais ―qualificado ou ―formado significa que seja o mais capacitado para determinada funccedilatildeo
bull Por outro lado as organizaccedilotildees procuram trabalhadores com alto niacutevel de qualificaccedilatildeo mesmo que muitas vezes - apesar de exercer funccedilotildees importantiacutessimas - de pouca complexidade
bull Coloca-se como senso comum uma ideacuteia muitas vezes ilusoacuteria de que a qualificaccedilatildeo para o trabalho seraacute responsaacutevel pela eliminaccedilatildeo do desemprego Natildeo devemos esquecer que natildeo raro o desemprego tem causas muito mais profundas ligadas agrave estrutura da sociedade ou conjunturas especiacuteficas
bull Ao mesmo tempo cabe lembrar que muitas vezes eacute fato que sobram vagas para determinadas funccedilotildees que exigem determinada qualificaccedilatildeo Contudo o natildeo preenchimento das vagas pode estar ligado natildeo propriamente com a falta de matildeo-de-obra dita ―qualificada mas sim com a miacutenima remuneraccedilatildeo oferecida caracterizando quase que o subemprego
Prof Marcio Joseacute Polido
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