APOSTILA DINÂMICA DE GRUPO I - machadosobrinho.com.br · Grande Guerra Mundial, o clima nos EUA...
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Professora Aretha Martins Curso de Psicologia
4º Período
UNIDADE I: Fundamentação sobre Dinâmica de Grupo
1.1. Histórico da Dinâmica de Grupo
- 1936 → Kurt Lewin criou a dinâmica de grupo como campo de pesquisa. - Pesquisas eram realizadas em laboratório ou em campo com o objetivo de
estabelecer a relação de causa e efeito entre os fenômenos grupais e, assim, poder
predizer sobre que condições tais comportamentos podem ocorrer. - Após a IIª. Grande Guerra Mundial, o clima nos EUA tornou-se favorável para a
implementação de pesquisas no campo de Dinâmica de Grupo. - K. Lewin, utilizando como base o referencial gestáltico, criou a Teoria do
Funcionamento Grupal. Esta teoria indica que os fenômenos grupais só se tornam
inteligíveis ao observador que consente em participar da vivência grupal. Assim, os fenômenos grupais não podem ser observados “do exterior” e também não podem ser fragmentados para estudo.
- A partir da Teoria do Funcionamento Grupal, foi formulada a pesquisa ação, em que o
observador é incluído no grupo. A pesquisa ação é desenvolvida em pequenos grupos
(face to face groups), pois necessita da interação e interdependência entre os participantes. As ações e percepções dos membros são elementos de uma estrutura mais complexa, não sendo compreensível fora desta estrutura grupal.
- Pilares do processo de aprendizagem da dinâmica de grupo:
BSTG → grupo de treinamento técnico de base → aprendizagem de como se
comunicar de modo autêntico, através da avaliação conjunta da experiência de grupo. Voltado para a sensibilização para relações humanas.
Grupo de discussão → debate dos problemas concretos do grupo.
T-group / training group / F-group / grupo de formação → grupo centrado em si mesmo. Visa possibilitar a cada membro uma experiência única de interagir a partir unicamente de sua vivência com os outros membros daquele grupo,
experimentar-se em papéis de líder e liderado e educar-se para a
autenticidade. Não possuem estruturas internas nem tarefas a realizar ou lideranças pré-designadas. Os objetivos da experiência são voltados para os membros constituírem-se como modelos de autenticidade interpessoal.
- 1944 → primeira vez que surge o termo “dinâmica de grupo”, por meio do artigo publicado por K. Lewin sobre relações entre teoria e prática em Psicologia Social.
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- 1945 → K. Lewin funda o Centro de Pesquisas em Dinâmica de Grupo.
- K. Lewin faz distinção entre psicogrupos e sociogrupos:
Psicogrupo → grupo de formação → grupo estruturado, orientado e dirigido
em função dos próprios membros que o constituem.
Sociogrupo → grupo de tarefa → grupo organizado e orientado na execução de uma tarefa.
- A dinâmica de grupo, como vasto campo de conhecimento e de realidade, abrange grandes conjuntos que diferem entre si e que sofrem, por sua vez, duas grandes subdivisões:
1. Conjunto de fenômenos psicossociais e de leis que regem tais fenômenos → produzem-se nos pequenos grupos e são regidos por leis naturais;
2. Conjunto de métodos e técnicas de orientação didática → permite atuar
sobre a personalidade por meio dos grupos → permite que os pequenos grupos atuem sobre organizações sociais mais amplas.
1.2. Pesquisas e Fundamentos
- Dinâmica de Grupo → utilizada como campo de pesquisa destinado a obter
conhecimento a respeito da natureza dos grupos, das leis que regem seu
desenvolvimento e de suas relações e interrelações com os indivíduos, em outros grupos e com a sociedade em geral.
- Dinâmica de grupo se refere a:
Ideologia política;
Conjunto de técnicas;
Campo de pesquisa.
- Aspectos estudados pela Dinâmica de Grupo na elaboração de suas teorias:
Coesão;
Coerção;
Pressão social;
Atração;
Rejeição;
Resistência à mudança;
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Interdependência;
Equilíbrio e quase-equilíbrio.
- Diversas disciplinas contribuíram para a fundamentação da Teoria da Dinâmica de
Grupo: Psicologia, Antropologia, Sociologia, Ciências Políticas e Econômicas,
Pedagogia... - O desenvolvimento da metodologia científica levou a Dinâmica de Grupo a valer-se
de métodos científicos na elaboração de um complexo de teorias e sistemas sobre o assunto. Ela pôde, assim, realizar pesquisas científicas, observações empíricas, grupos
de laboratório, mensuração de fenômenos sociais, manejo de variáveis, etc.
- Cartwright e Zander (1967) → Dinâmica de Grupo é um campo de pesquisa dedicado ao conhecimento progressivo da natureza dos grupos, das leis de seu desenvolvimento e de suas interrelações com indivíduos, outros grupos e instituições mais amplas.
- Segundo estes autores, a Dinâmica de Grupo pode ser identificada por quatro características distintivas:
a) Acentuação da pesquisa empírica, teoricamente significativa;
b) Interesse pela dinâmica e pela interdependência entre os fenômenos; c) Importância geral para todas as ciências sociais; d) Aplicabilidade potencial dos resultados nas tentativas de aperfeiçoar o trabalho
dos grupos e suas conseqüências nos indivíduos e na sociedade.
- Lapassade (1977) → o grupo se organiza num processo que jamais chegará a uma totalização, não há maturidade dos grupos. Assim, a Dinâmica de Grupo leva a uma
dialética dos grupos. - Diferentes concepções sobre Dinâmica de Grupo ao longo do desenvolvimento da prática, da teorização e do ensino são responsáveis pelo direcionamento da atuação
profissional, conforme a crença de cada uma destas concepções:
1) Dinâmica de Grupo como ideologia política é interessada nas formas de
organização e direção dos grupos → estuda as formas de organização e direção
dos grupos, os tipos de liderança, a participação dos membros nas discussões e as atividades cooperativas dos grupos.
2) Dinâmica de Grupo como conjunto de técnicas → desempenho de papéis, discussão, observação e feedback de processos coletivos → instrumentos
utilizados por profissional qualificado (facilitador), que objetivam estimular o
desenvolvimento de potenciais de cada indivíduo e/ou sua inserção em um grupo.
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3) Dinâmica de Grupo como campo de pesquisa sobre grupos → campo de
pesquisa que considera como se formam os grupos, como se desenvolvem e se mantêm , quais são e como se aplicam as leis que os regem as relações dos grupos com outros indivíduos, grupos e instituições.
- No Brasil, a Dinâmica de Grupo começou em 1960 com Pierre Weil, através da constituição do Laboratório de Sensibilidade Social. - 1962 → Fela Moscovici implantou a técnica T-Group.
1.3. Processo Grupal, Teorias de Grupo e Fenômenos Grupais
- Grupos têm vida e dinâmica próprias, constroem uma história, desenvolvem uma
identidade social, evoluem, se transformam e até morrem. - Funções do grupo:
• Necessidades humanas básicas (sobrevivência, afiliação, satisfação de aspirações e desejos mais profundos);
• Fontes de informação → ajudam a tomar decisão no mundo social;
• Definição da própria identidade;
• Estabelecimento de normas sociais que orientam a conduta.
- Grupos mais provavelmente se formam e menos provavelmente se dissolvem se os
membros são mais similares entre si. - Muitos grupos tendem a atrair pessoas que já são semelhantes antes de nele entrarem.
- Grupos tendem a funcionar de modo a estimular a semelhança entre seus membros
através dos processos de socialização grupal.
- Diferenças entre os membros criam oportunidades de conflitos interpessoais que movem o grupo em busca de soluções negociadas. - A estrutura dos grupos, ao definir padrões de relacionamento e restrições ao
comportamento de seus membros, pode prevenir a ocorrência de conflitos.
- Estrutura grupal → desenvolve-se de forma rápida, mas muda de forma lenta. - Assim que um grupo se forma, muitos esforços são feitos para organizar suas
atividades de modo funcional → uma vez estabelecido um modo próprio de funcionamento, tentativas posteriores de reorganização encontram certa resistência
por parte dos membros do grupo.
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- Estrutura grupal → caracteriza-se pela irregularidade das relações interpessoais e das
relações pessoas-tarefas → rede interdependente de papéis e de posições hierarquizadas de status. - Uma estrutura se transforma em outra através de momentos de desorganização,
sofrimento e frustração → o crescimento estará em função dessas vicissitudes (ex.:
entrada de um novo membro).
COESÃO GRUPAL - Coesão grupal → pressão exercida sobre os membros de um grupo a fim de que nele
permaneçam → resultante de todas as forças que atuam sobre os membros para
permanecerem no grupo. - Coesão é o resultado de todas as forças que agem sobre todos os membros de maneira que permaneçam no grupo → atração do grupo por seus membros.
- A tendência de um membro em permanecer no grupo é função da positividade dos resultados por ele obtidos no grupo e também na magnitude das recompensas oferecidas por outros grupos → indica coesão elevada.
- Os membros do grupo são diferencialmente atraídos pelo grupo → a coesão não é
fixa. - Os membros do grupo coeso:
• Tentarão influenciar muito os outros membros do grupo; • Estarão abertos à influência dos outros membros;
• Estarão mais dispostos a ouvir os outros e aceitá-los;
• Experimentarão maior segurança e alívio da tensão no grupo; • Participarão mais dos encontros;
• Revelar-se-ão mais; • Protegerão as normas e exercerão mais pressão sobre os indivíduos que a
quebram;
• Serão menos suscetíveis a perturbações no grupo quando um membro terminar sua participação;
• Sentirão maior domínio da experiência da terapia de grupo.
- Grupos coesos: • Apresentam maior aceitação, intimidade e entendimento; • Permitem maior desenvolvimento e expressão de hostilidade e conflito;
• Conseguem aceitar o conflito e tirar benefícios construtivos dele;
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• Estimulam os membros a tolerarem a dor e o sofrimento que a aprendizagem
interpessoal pode produzir; • São mais estáveis, com maior frequência e menor rotatividade entre os
membros;
• Coesão tem correlação positiva com a disposição para correr riscos e interações
intensivas.
CONFLITOS - Um grupo sem conflito tende a ser apático, estático → estagnação / extinção.
- Não há como eliminar o conflito dos grupos humanos → se os conflitos explícitos
forem negados ou suprimidos, eles se manifestarão de maneiras oblíquas, corrosivas e muito frequentemente desagradáveis. - Conflito → promove crescimento do grupo e gera capacidade de mudança, inovação,
criação de mecanismos para sua resolução.
- Conflitos podem ser bons ou maus, dependendo da sua natureza e da forma como são administrados. - Causados por dilemas sociais (interesses individuais se opõem aos interesses
coletivos), competição, injustiça...
-Tipos de conflito:
• Funcionais ou construtivos melhoram a qualidade da decisão, estimulam a criatividade e a maturidade dos envolvidos, provocam mudanças;
• Disfuncionais ou destrutivos falta de sintonia nas relações interpessoais, sentimentos negativos e boatos, desmotivando os membros.
- Estratégias mais frequentemente adotadas na administração e resolução de conflitos:
• Contato → se colocamos em contato dois indivíduos ou dois grupos em conflito criamos uma oportunidade para que eles se conheçam melhor, identifiquem pontos em comum e passem a gostar um do outro, diminuindo a hostilidade
entre eles. É necessário igualdade de status entre as partes em conflito,
objetivos comuns e forte apoio institucional. Porém, esta técnica pode ser insuficiente para resolver os conflitos.
• Atividade de cooperação → cooperação pode romper ou enfraquecer as fronteiras entre as partes em conflito e dissipar os estereótipos negativos com
a visão de que “eles são semelhantes a nós”.
• Comunicação meio eficaz de resolver as diferenças → as partes podem negociar diretamente uma com a outra; recorrer a um mediador com sugestões
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ou apoio às negociações; ou arbitrar, submetendo as divergências a outra
pessoa qualificada para analisar os aspectos envolvidos → estimula os antagonistas a substituírem sua visão competitiva por uma mais cooperativa.
- É importante:
• Reconhecer que o conflito existe;
• Identificar o conflito verdadeiro; • Ouvir todos os pontos de vista;
• Explorar junto com o grupo maneiras de resolver o conflito; • Obter o acordo para uma solução e sua responsabilidade;
• Marcar uma seção de acompanhamento para analisar a solução.
1.4. Dinâmica de Grupo na Formação e no Exercício Profissional
- É importante para o profissional de Psicologia conhecer a respeito do trabalho com grupos e sobre a influência que os grupos exercem sobre o indivíduo, a comunidade ou a instituição a que pertence. Porém, a literatura sobre Dinâmica de Grupo é escassa.
- Kurt Lewin desenvolveu um trabalho marcado pela Teoria da Gestalt, denominado
Teoria do Campo. - Jacob Moreno desenvolveu o Psicodrama, em que defendia que a experiência de
grupo deveria ser vivida para o grupo e pelo grupo. Esta abordagem de grupo é aplicada aos contextos clínico e escolar.
- A Dinâmica de Grupo tem como principais áreas de atuação: clínica, escolar e
organizacional. Entretanto, também apresenta conhecimentos necessários para as áreas: comunitária, jurídica, hospitalar, do esporte e acompanhamento psicológico.
- Na prática profissional, a Dinâmica de Grupo contribui para a aprendizagem vivencial. Assim, pode-se distinguir algumas etapas psicológicas essenciais do processo de
aprendizagem de um grupo:
FASE AÇÕES ESPERADAS DO GRUPO
Generalização Elevado apoio Elevado Incentivo
Insatisfação Baixa ameaça Atitude Baixa ameaça
Baixa restrição Elevado respeito
Comportamento Elevado apoio Resultados Feedback OK
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1) Insatisfação, instalação ou constatação → há um problema. O crescimento só
acontece quando o indivíduo sente esta necessidade. 2) Atitudes na direção de novos comportamentos → como agir. Há o surgimento
do desejo de melhoria e interesse pela solução.
3) Comportamentos para novas práticas → exercitar proposições encontradas
através de vivências. 4) Resultados → experiências práticas, tentativas de novas compreensões e
comportamentos. É alcançado através da abertura para feedback e verificação se a insatisfação foi eliminada.
5) Generalização → aplicação da experiência vivenciada, por meio da busca de
situações análogas.
- O apoio e reforço emocional ao grupo são fundamentais. Uma vez que as experimentações práticas aconteçam, surgem novas insatisfações e o ciclo recomeça.
- Todo processo de aprendizagem gera uma transformação gradual e processual. Para isso são necessários alguns dados básicos: a) qual é a informação; e b) como o
indivíduo sente e percebe a informação.
- A informação que chega somente será considerada de valor se o indivíduo a enxergar como uma ação que acrescente, que lhe agregue valor. A informação que vem de fora só será internalizada e transformada em conhecimento se o indivíduo a incorporar →
fase de perceber a informação. Nesta fase, a intervenção do facilitador pode ter um grande peso, à medida que ele auxilia o processo e sensibiliza os participantes para absorver a informação.
- As crenças e valores individuais podem alavancar ou embarreirar a absorção das
informações. É essencial que o indivíduo se interesse e queira seguir a diante → fase
de sentir a informação. - Pelo seu próprio esforço, o indivíduo procura desenvolver habilidades para efetivar as mudanças, por meio da realização de uma auto-análise → fase de pensar e decidir.
- Em seguida, o indivíduo inicia a prática das novas atitudes e ações → fase da ação
individual. - A partir deste ponto, o indivíduo começa a desenvolver a prática no grupo de
convivência das atitudes e comportamentos revisados → fase da ação grupal. - A compreensão correta da Dinâmica de Grupo permite intensificar as respostas
desejáveis ao grupo.
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UNIDADE II: Técnicas de Intervenção Grupal
2.1. Grupos e Técnicas Educativas em Grupos
- Grupos educativos têm como finalidade promover a formação de seus membros, desenvolvendo um importante papel socializante.
- Grupos educativos podem ser:
De caráter pedagógico → grupo de centros educativos.
Potenciais para aquisição de experiência, habilidade ou conhecimento → grupos esportivos, culturais, artísticos...
- Grupos educativos oferecem modelos de comportamento social adequados e
inadequados, propiciam sentimentos intensos, proporcionam apoio social e fornecem resposta a uma necessidade específica.
- É necessária a presença de um facilitador para otimizar o potencial educativo do
grupo, sendo imprescindível em determinados casos. É o facilitador quem conduz e motiva o grupo, leva o grupo à execução dos fins a que ele se propõe.
- O facilitador utiliza técnicas de trabalho em grupo como recurso de intervenção, isto
é, atividades estruturadas como meio de facilitar a experiência educativa em grupo. Assim, o grupo intervém sobre sua própria dinâmica, melhora a interação dos
membros, a cooperação, a comunicação, a auto-análise e a auto-avaliação. - O facilitador precisa renovar constantemente seus conhecimentos e seus recursos,
afinal necessita dispor de muitas ferramentas de intervenção. Ele é responsável por
propiciar momentos que levam o indivíduo ao questionamento, à sensibilização, à conscientização e a mudança atitudinal e comportamental. Além disso, facilita a aprendizagem, mas também orienta, questiona, adapta, elabora ou reelabora
instrumentos que possibilitem alcançar os resultados necessários. - Valores agregados ao papel do facilitador:
Formador de opinião;
Agente de mudança;
Modelo de eficiência/eficácia;
Poder.
- Dinâmica de grupo, enquanto técnica, inclui atividades lúdicas, exercícios corporais,
jogos, simulações e estudos de caso. Através de vivências, facilita a tomada de
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consciência das atitudes, amplia os horizontes de visão, estimula a mudança atitudinal
e comportamental pela reflexão individual e pela troca com integrantes do grupo, e possibilita a observação de características que dificilmente podem ser observadas em técnicas individuais.
- Atividades lúdicas: são exercícios que produzem prazer quando de sua execução ou
atividades físicas sadias e intensas que propiciam o alívio de dificuldades emocionais e sentimento agressivos. As atividades lúdicas fortalecem a auto-estima e a segurança.
Podem ser empregadas no aprendizado de crianças, mas devem ser direcionadas e possuir um objetivo claro.
- Exercícios corporais: trabalham o corpo para liberar tensões, favorecer o
autoconhecimento e possibilitar perceber o mundo de forma diferente e até melhorar relacionamentos interpessoais. - Jogos: momento no qual um grupo se reúne em busca de descontração,
divertimento, integração, cooperação ou competição, seguindo regras e normas preestabelecidas e acordadas, dentro de limites de espaço e de tempo. Os jogos têm início, meio e fim, e pressupõem perda e ganho. Atualmente já se considera os jogos
cooperativos do tipo ganha-ganha.
- Simulação: teatralização por meio da simulação de situações baseadas no cotidiano. Os participantes atuam nos diferentes papéis contidos na situação, podendo ampliar a
visão, alterar conceitos e avaliar comportamentos e atitudes. - Estudo de caso: é a avaliação de uma situação problemática do ponto de vista
técnico, permitindo avaliar a experiência técnica anterior, a capacidade de análise e
síntese, flexibilidade, dinamismo, iniciativa, criatividade, ética, visão de mercado...
2.2. Técnicas de Grupo: Como Escolher e Utilizar
- Técnicas de grupo são recursos que auxiliam o alcance de metas educativas.
- Seleção de instrumentos é a escolha da técnica que facilite de forma mais direta a consecução do objetivo. - Como escolher a melhor técnica?
1) Defina um objetivo claro; 2) Observe / avalie o grupo em que a técnica será aplicada e identifique o perfil
dos participantes (ex.: tamanho do grupo, maturidade, características dos
componentes...);
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3) Verifique o espaço físico disponível;
4) Analise a preparação do facilitador.
(Fonte: Espada, 2005)
Possível técnica grupal
Responde aos objetivos a serem
alcançados?
Ajusta-se ao tamanho do
grupo?
A maturidade do
grupo é adequada?
Ajusta-se às características de seus membros?
O ambiente físico permite sua aplicação?
O facilitador tem preparação suficiente?
Contamos com o material
necessário?
Pode adaptar-se a estes?
A técnica pode ser
simplificada?
Pode adaptar-se às características dos
destinatários?
É possível adaptá-la ao espaço
disponível?
Pode preparar-se
previamente?
Podemos consegui-lo ou é possível realizar
sem o mesmo?
Escolha da Técnica
Pode adaptar-se a estes?
Escolha de Outra Técnica
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
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- Partindo do conjunto de recursos conhecidos pelo facilitador, segue-se um processo
de eliminação, descartando as técnicas que não se ajustam às condições reais. - Muitas vezes não conseguimos localizar nenhuma técnica de dinâmica de grupo que se encaixe perfeitamente na necessidade do momento. É preciso personalizar, adaptar
e/ou criar novas técnicas.
- Passos para elaboração de uma técnica:
1) Responder às perguntas universais:
Porque → objetivos (verificar com o quem demanda);
a) Qual o objetivo final do processo? b) Quais motivos me levam a obter as informações ou mudanças
propostas?
c) Por que esse processo é necessário?
O que → conteúdo (o que é preciso fazer para alcançar o objetivo); a) O que preciso saber? b) O que é necessário observar?
c) De quais comportamentos preciso facilitar o desenvolvimento
ou quais preciso que sejam demonstrados? d) Quais reflexões devem ser estimuladas, para que os
participantes cheguem aos objetivos propostos?
Quem → público alvo (perfil dos participantes); a) Quem é o público alvo? Quem são os participantes? (sexo, idade
média, nível de escolaridade...)
Onde → local onde será aplicada a técnica / recursos de infraestrutura; a) Qual espaço físico está disponível? b) Qual sua característica / estrutura? c) Quais recursos estão disponíveis?
d) Deslocamento dos participantes é necessário? (custo, estrutura necessária...)
e) O local está adequado às minhas necessidades? O que preciso fazer para adequá-lo?
Quando → tempos envolvidos no processo (planejamento, execução,
avaliação);
a) Qual o tempo disponível para colher as informações? É negociável?
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b) Quanto tempo será necessário para analisar, compilar as
informações e elaborar os relatórios? c) Quanto tempo é necessário no processo todo? d) Quando será o projeto?
e) Qual o tempo de duração das dinâmicas?
f) Qual a carga horária prevista? g) Qual o tempo que os participantes necessitarão para as
atividades à distância?
Como → instrumentos utilizados / forma de execução; a) Quais os melhores instrumentos / técnicas a utilizar,
considerando as perguntas anteriores?
b) Poderei adaptar as dinâmicas ou terei de criá-las? Quem fará o pré-teste?
c) Tenho meu próprio acervo de exercícios ou preciso pesquisar?
Onde o farei? d) Quem será o facilitador? e) Estamos preparados para conduzir o projeto e aplicar as
dinâmicas selecionadas?
f) Quais materiais são necessários? Onde comprá-los? g) Quem será o responsável por cada etapa do projeto?
Quanto → investimento. a) Qual o investimento estimado por pessoa no projeto? b) Qual verba tenho disponível? Qual será necessária?
c) Com quem devo negociar?
2) Fazer o pré-teste: experimentação da técnica antes do “evento” para verificar a necessidade de novas adaptações. Após aplicação do pré-teste é preciso
analisar:
Adequação do tempo e dos recursos utilizados;
Revisões necessárias (instrução, processamento, local, material, tempo, resultados...);
Variáveis controláveis x incontroláveis;
Facilidades e dificuldades gerais. 3) Reestruturar e realizar um novo pré-teste (se necessário).
4) Colocar em prática.
- Como melhorar e otimizar a utilização das técnicas de dinâmica de grupo:
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Evite usar programas prontos → os objetivos e as informações que precisamos
obter têm influência direta na determinação, adaptação, criação de uma
dinâmica de grupo e seus resultados.
Utilize variações ao aplicar a mesma técnica para evitar que participantes possam conhecer as estratégias.
Mantenha-se atento à aplicação/execução da técnica para evitar erros ou repetições.
Utilize apenas recursos e materiais que já tenha à disposição.
Seja criativo.
Um mesmo exercício poder ter várias aplicações, com vistas à obtenção de diferentes resultados.
Acompanhe o nível de compreensão do grupo → as informações devem ser claras ao participante.
Esteja preparado, seguro e motivado para aplicar uma técnica.
Respeito limites e limitações (seus e dos participantes).
- Qualquer técnica de dinâmica de grupo tem começo, meio e fim:
Começo → é a fase de instruções, do passo a passo da atividade. O facilitador deve ser claro e objetivo, e repetir as instruções sempre que necessário. Além disso, deve colocar-se à disposição para tirar dúvidas e delimitar o tempo para a realização da atividade.
Meio → execução da tarefa. O facilitador deve acompanhar os grupos, próximo
ou à distância, de acordo com os objetivos do trabalho, bem como colocar-se à disposição para dúvidas.
Fim → fechamento ou processamento da atividade. O grupo, com orientação do facilitador, tira suas próprias conclusões sobre o exercício. Esta fase
pretende ser uma etapa de conscientização, posterior à sensibilização.
- O facilitador deverá promover a interação e a integração do grupo.
- As técnicas de dinâmica de grupo selecionadas devem seguir um processo específico
de facilitação:
1) Técnicas de aquecimento inespecífico: referem-se a um aquecimento sem
ligação direta com os objetivos a serem alcançados. É o primeiro contato do participante com o grupo. Estas técnicas têm como finalidade minimizar a retração e o constrangimento do primeiro impacto e facilitar o início dos
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trabalhos. Por isso, deve-se evitar exercícios que levem à intimidade, como por
exemplo com contato físico ou exposição de aspectos íntimos profundos. 2) Técnicas de aquecimento específico: referem-se a exercícios de aproximação
com os objetivos do trabalho.
3) Técnicas de vivência: são técnicas voltadas direta e profundamente aos
objetivos propostos. É a fase do jogo, a parte prática de um programa. Estas técnicas devem ter aproximação física de forma gradual e somente se o grupo
possuir maturidade para tal. 4) Técnicas de conclusão ou fechamento: é finalização do processo, com a
utilização de técnicas de avaliação que integram teoria e prática e a verificação
dos objetivos propostos.
2.3. Interferências da Comunicação Humana e Relações Interpessoais nas Técnicas
de Grupo
- A comunicação exerce quatro funções igualmente importantes para a eficácia do grupo: controle, motivação, expressão emocional e informação. Assim, a eficácia do
grupo depende de a comunicação desempenhar essas funções de forma equilibrada. - A comunicação é responsável por controlar o comportamento dos membros de um
grupo em face de poder ser utilizada tanto para as hierarquias promoverem sua
autoridade como para quaisquer outras pessoas proporcionarem orientações informais.
- Ela é capaz de gerar motivação na medida em que possibilita delegar atividades a serem desenvolvidas, informar sobre o desempenho das pessoas em determinado
trabalho, bem como sobre maneiras de melhorar esse desempenho caso ele esteja
abaixo do esperado. - À medida que a comunicação possibilita às pessoas expressarem os seus sentimentos e satisfazerem suas necessidades sociais, ela também exerce a função de expressão
emocional. - Ao permitir a identificação e a avaliação das alternativas de escolha dos indivíduos e a facilitação da tomada de decisões em grupo, há o exercício da função de informação.
- A comunicação se realiza adequadamente e seu objetivo é atingido se a mensagem
for interpretada da mesma maneira pelo emissor e pelo receptor.
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- A comunicação que não se estabelece ou se estabelece mal resulta em fenômenos
psíquicos: bloqueios, filtragens ou ruídos.
a) Bloqueio é quando a comunicação é completamente interrompida.
b) Filtragem é quando não é comunicada uma parte do que os interlocutores
sabem, pensam ou sentem. c) Ruído é quando ocorre um bloqueio ou filtragem provisórios.
- Bloqueios provisórios comprometem menos a comunicação do que filtragens
provisórias, pois quando restabelecida a comunicação a base é autêntica. Na filtragem, porque a comunicação subsiste, a confiança diminui, e surgem restrições mentais e
mensagens mais ambíguas e equivocadas.
- Bloqueios e filtragens permanentes geram barreiras psicológicas entre os interlocutores, ou seja, surgem zonas de silêncio ou zonas de trocas superficiais podendo levar a zonas de conflitos ou zonas de tensões.
- As fontes que originam os bloqueios ou filtragens geram decisões estereotipadas. Quanto mais esses bloqueios e filtragens persistirem, mais as relações no grupo tornam-se negativas e inautênticas, e maior a possibilidade de aparecerem mal
entendidos, equívocos ou ressentimentos irredutíveis.
- Desenvolver relações humanas significa criar um espaço psicossocial alternativo, em que desconfianças, temores e conflitos possam ser aceitos e trabalhados, mediante
experiências reconstrutivas, em termos de tarefas e processos que minimizem as ameaças ao "ego" e desenvolvam formas de interação compatíveis com uma ampliação quantitativa e qualitativa de cognições, afetos e condutas.
- Essa reconstrução implica o desenvolvimento de um clima de confiança mútua, onde
as fórmulas de cortesia ou de ataque-e-defesa possam ser substituídas pela genuína
consideração pelo outro, pelo compartilhamento de pensamentos, sentimentos e ações, pela adesão a uma tarefa comum gerada pelo próprio grupo em direção ao seu autoconhecimento.
- Nesse sentido, os papéis desenvolvidos no grupo propiciarão a atualização das
diferenças individuais e não receitas de condutas normativas, o desenvolvimento de conceitos como frutos da interação, a aprendizagem de novas maneiras de interagir,
desenvolvendo as habilidades e talentos. - Relações interpessoais e clima de grupo influenciam-se recíproca e circularmente,
caracterizando um ambiente agradável e estimulante, ou desagradável e aversivo, ou
neutro e monótono. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão
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aumento de interação e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e
ensejando maior produtividade grupal. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento, à menor comunicação, repercutindo desfavoravelmente nas atividades, com provável queda de
produtividade. Sob este prisma, é possível perceber o quanto a produtividade está
intimamente correlacionada com a qualidade do clima que se estabelece entre as pessoas, quando em processos de relações interpessoais, o que, por outro ângulo,
significa dizer da importância da natureza das interações que se desencadeiam nesses encontros.
- O relacionamento interpessoal pode tornar-se harmonioso e prazeroso, permitindo
trabalho cooperativo, em equipe, com integração de esforços, conjugando as energias, conhecimentos e experiências para um produto maior do que a soma das partes, ou seja, a tão buscada sinergia. Ou, então, tender a tornar-se muito tenso, conflitivo,
levando à desintegração de esforços, à divisão de energias e crescente deterioração do desempenho grupal para um estado de entropia do sistema e final dissolução do grupo.
2.4. Dificuldades das Técnicas Grupais
- Durante o desenvolvimento de uma técnica grupal podem surgir diversas
dificuldades. As principais serão destacadas a seguir:
a) Alguém se negue a participar → isso pode ocorrer por diversas razões,
principalmente pelo medo de se expor ou de errar. Se for um caso isolado,
deve-se sugerir ao participante ficar à margem observando os demais (normalmente ele se tranqüiliza com o desenrolar da técnica e em pouco
tempo decide participar). Se forem vários participantes, conclui-se que a técnica não é adequada para o grupo ou que deva ser apresentada de forma
mais atraente. Improvise uma variação, pois seguir em frente pode levar ao
fracasso. b) Um conflito é iniciado durante a técnica → deves-se deter/administrar o
conflito. Se necessário retirar os envolvidos da atividade ou da sala para centrar
toda atenção no restante do grupo. Se houver mais de um facilitador, um
administra o conflito e o outro segue com a técnica. Se houver somente um facilitador, evite reforçar o conflito e prossiga a técnica sem mostrar-se
alterado pelo ocorrido.
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c) Alguém começa a chorar → pode ser originado pela própria técnica ou não. O
facilitador deve sugerir que, se a pessoa não se sente bem, pode sair para ficar mais calma. A forma de enfrentar a situação dependerá muito da origem do mal estar. O facilitador deve evitar que o pranto se converta em instrumento
para chamar atenção.
d) Ao término da técnica, o grupo se sente com a “moral baixa” → não é necessariamente um fator negativo, mas recomenda-se concluir os trabalhos
de forma otimista. O facilitador deve perceber os altos e baixos referentes à tensão, interação e ansiedade na conduta da técnica.
e) Todos participam de forma apática e desmotivada → pode acontecer pelo
cansaço causado por atividades anteriores, escolha da técnica/tema inadequado ou apresentação inapropriada da técnica. O facilitador deve acabar com a apatia, provocando o grupo, intervindo em ritmo mais acelerado e
reforçando as contribuições. f) Alguém questiona a técnica → verifique se a objeção procede ou se é boicote.
Normalmente as objeções servem como mecanismo de defesa. O facilitador
deve mostrar-se seguro e conhecer bem a técnica para segui-la.
g) Na hora da avaliação surgem atitudes opostas → facilitador deve mediar o debate da avaliação, integrando os pontos de vista distintos do grupo e
provocando reflexão. Diferenças de opinião podem ser frutíferas. h) Nem todos os membros do grupo estão presentes na hora combinada → deve-
se estabelecer uma tolerância de cinco minutos para iniciar as atividades. O
facilitador deve começar o trabalho independente da presença de todos. i) Percebem-se dificuldades na compreensão da técnica → repita a explicação
com outras palavras, incluindo exemplos concretos. j) Alguém vai embora durante a atividade → verifique até que ponto o fato afeta
o desenvolvimento normal da técnica. Não se deve intervir ou prestar atenção
para não distrair quem ficou. A fim de evitar esta dificuldade, logo ao início da atividade, avise que todos os participantes devem permanecer até o final.
k) Aparecem mais pessoas do que o previsto → verifique se a técnica é aplicável a
um número menor de pessoas ou se será necessária uma variação. Se necessário, utilize uma atividade alternativa.
l) O grupo não chega às conclusões que o facilitador previa → caso as conclusões
que os participantes chegarem sejam válidas para o grupo e resultem positivas
para seu amadurecimento e aprendizagem, OK. Os objetivos quase nunca se
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cumprem 100%. Se as conclusões forem superficiais ou desconexas, o
facilitador deve reconduzir e fazer perguntas chaves sobre o tema previsto. Se ainda assim as conclusões não forem alcançadas, deve-se utilizar uma nova técnica.
m) Falta parte do material necessário → verifique se é possível realizar a técnica
com o que falta. Se sim, siga em frente. Se não, faça uma adaptação da técnica ou improvise outra técnica.
UNIDADE III: As Práticas Grupais e Contextos de Emergência
3.1. A Prática Grupal nos Contextos Organizacional, Escolar, Hospitalar, Clínico e do Esporte
CONTEXTO CLÍNICO: - A prática grupal terapêutica difere conforme o referencial teórico que a identifica.
- Na clínica, se sobressai o uso de dramatizações com intuito de acessar o mundo
interno dos pacientes. É uma forma de representação vivenciada em que há troca de papéis. Isto permite o acesso à compreensão de seus conflitos. - O trabalho psicológico atua na dinâmica dos grupos, porém, visando atingir sua
estrutura. Para tanto, cria uma situação especial que pretende favorecer as trocas e a comunicação, e tenta romper os obstáculos que mantém o grupo paralisado na ineficiência ou na patologia.
- Qualquer que seja o tema escolhido para iniciar o trabalho grupal no contexto clínico,
sempre existe uma temática subjacente: as necessidades psicológicas e sociais dos
participantes. - Com crianças, é necessária a utilização de material lúdico. Para que a criança participe ativamente do processo terapêutico e, para obter os ganhos que a terapia
fornece, elas freqüentemente precisam de outras formas para expressar seus
sentimentos que não a verbal. Assim, os terapeutas precisam se apoiar em estratégias lúdicas que incluem desenhar ou contar estórias, fantasiar, imaginar e interpretar
situações, usar bonecos e jogos, pinturas, colagens, argila, massa plástica de modelagem, música e outros instrumentos que caracterizam uma situação natural
para a criança e um ambiente livre de censura.
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- As práticas grupais possibilitam menos resistência à abordagem de temas fobígenos
nos pacientes. Isso por causa do efeito mobilizador do insight propiciado pelas identificações projetivas cruzadas que se estabelecem entre os membros. Além disso, há uma diluição das angústias, pela troca e confronto de experiências.
- É necessário o estabelecimento do setting, para ressaltar a importância da presença
de todos os membros e a definição do tempo do encontro.
CONTEXTO ESCOLAR: - Dinâmica de grupo no contexto escolar abrange muitos dos problemas de
comportamento no grupo a que pertence a classe, como por exemplo: indisciplina,
fracasso de projetos, resistência do grupo, mudanças, agressões, frustrações, relacionamento interpessoal, etc. - A meta principal para grupos, no contexto escolar, é a formação de cidadãos que
agem coletivamente. - O grupo é determinado por suas tarefas, ou seja, são as atividades que lhe determinam sua estrutura formal. A interrelação dos indivíduos desenvolve tipos
adicionais de experiência que originam a formação de grupos informais. Este fato gera
a produção de satisfações e insatisfações. - O grupo de classe tem como meta a aprendizagem. A participação é obrigatória e não
há escolha quanto ao condutor/facilitador. Este grupo sofre influência de outros grupos, e não demonstra coesão em todas as circunstâncias – o que pode afetar a
produtividade.
- Para desenvolver a coesão nos grupos de classe, deve-se:
1) Criar entre os estudantes a convicção de que suas necessidades pessoais
podem ser satisfeitas, atuando com grupo; 2) Encarecer as vantagens pessoais que se obtêm pertencendo ao grupo; 3) Exaltar o potencial do grupo para proporcionar prestígio pessoal;
4) Utilizar técnicas cooperativas;
5) Elevar a consciência do aluno sobre os vários atrativos que oferece o grupo de classe;
6) Insistir sobre as satisfações proporcionadas pelo trabalho em conjunto; 7) Elogiar o prestígio do grupo quando for conveniente;
8) Apresentar de forma espetacular as coisas novas e interessantes que devem
aprender; começar com alguma coisa de forma atraente, incentivando os alunos a trabalhar juntos;
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9) Obter de alguém, alheio à classe, apreciação favorável sobre o grupo de classe
(orientador, supervisor, diretor, professor...).
- O ensino ganha produtividade quando:
1) Há indicações da amplitude com que as crianças entendem a lição;
2) Há conhecimento dos obstáculos que os estudantes encontram em suas
atividades em aula; 3) Há explicação de como se pode modificar a prática da aprendizagem;
4) Há comunicação de mão dupla.
- Técnicas aplicadas no contexto escolar:
Observação → coleta de dados sobre o grupo para compreender o
comportamento do aluno na escola.
Registros anedóticos → anotação da conduta do estudante, da situação na qual se produziu o evento e os incidentes mais significativos, a fim de compreender o comportamento do estudante em grupo.
Mostruário de grupo → observação atenta da manifestação de determinados
aspectos do comportamento em intervalos breves, uniformes e seqüenciais.
Técnicas sociométricas → testes e recursos sociométricos para verificar escolhas interpessoais e tipos de associações entre elementos de um grupo, atrações, repulsões e indiferenças dentro do grupo.
Questionários → coleta de informações relacionadas a aspectos da vida ou das
atividades do grupo.
Biografia do grupo → descrição da história do grupo, podendo ser escrita individualmente ou em conjunto, para proporcionar o conhecimento do grupo.
Interpretação de papéis → percepção de problemas pessoais e grupais.
Grupos operativos → grupos de reflexão com foco no aprendizado.
Associações de pais e mestres → estabelecimento de uma interface cooperativa voltada ao processo educacional das crianças.
CONTEXTO ORGANIZACIONAL:
- Nas organizações há:
Grupos formais → criados pela organização formal (normalmente formados pela divisão do trabalho);
Grupos informais → surgem espontaneamente;
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Normas → regras informais ou padrões de conduta segundo os quais o grupo
se desenvolve.
- Neste contexto, a dinâmica de grupo tem foco no comportamento organizacional:
a) Comportamento do líder / desenvolvimento de lideranças; b) Mudanças organizacionais;
c) Estrutura da organização e comportamento de aprendizagem (treinamento); d) Conflito e resolução de problemas; e) Integração;
f) Clima organizacional; g) Sensibilização;
h) Relações humanas e desenvolvimento organizacional.
- Não é possível compreender plenamente o indivíduo sem compreender a
organização na qual ele está inserido e vice-versa. É imprescindível compreender as mudanças que a organização e o indivíduo terão de sofrer para o alcance da maior
energia possível ao esforço produtivo. Para isso, as organizações devem incluir:
Necessidades individuais, atitudes, valores e sentimentos;
Atração grupal, objetivos, processos e normas;
Atividades organizacionais e diretrizes quanto ao poder, recompensas, punições, comunicação e fluxos de trabalho;
Atividades informais, como fuga aos deveres, apatia, indiferença, conflitos
interdepartamentais, conformismo e desconfiança.
- A estratégia utilizada pelas empresas é o desenvolvimento organizacional que visa desenvolver novas formas de organização, aprendizado de novos procedimentos mais
eficientes para o estabelecimento de metas e de planejamento, bem como para
montagem de equipes experientes com membros interdependentes. Além disso, deve-se saber como despender tempo suficiente para o aperfeiçoamento de métodos de
trabalho tomada de decisão e comunicação, bem como trabalhar cooperativamente
para que as mudanças ocorram de forma planejada. - Desenvolvimento organizacional consiste no esforço planejado que envolve toda a
organização no sentido de aumentar a eficiência e a saúde da empresa, através de intervenções planejadas nos procedimentos, utilizando os conhecimentos fornecidos
pelas ciências do comportamento.
- É necessário também administrar as relações humanas na empresa e desenvolver os potenciais interativos dos indivíduos que nela atuam. Para isso, o psicólogo precisa
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atuar com distanciamento crítico e isenção para perceber os fenômenos que deve
identificar e cuja conseqüência nociva deve ajudar a modificar. Assim, o psicólogo não pode estar inserido no contexto deste fenômeno na condição de membro estrutural da instituição.
- Além do desenvolvimento organizacional, dinâmicas de grupo podem ser utilizadas
em processos seletivos e em treinamentos. Os resultados obtidos após a utilização de dinâmicas de grupo em seleção estão diretamente ligados à qualidade do processo
seletivo. O objetivo da dinâmica de grupo deve ser bem analisado, de acordo com o perfil da vaga para a qual está sendo feita a seleção.
- Já os treinamentos podem ser técnicos ou comportamentais:
1) Treinamentos técnicos têm como objetivo a orientação e a educação para
práticas ligadas a tarefas profissionais. Sua metodologia é baseada na difusão de informações teóricas e técnicas, podendo incluir exercícios práticos. O
facilitador age como um professor/orientador – é quem detém o conhecimento.
2) Treinamento comportamental tem como objetivo a sensibilização e a
orientação do treinando para práticas que visem ao desenvolvimento das relações intra e interpessoais. Sua metodologia tem enfoque principal na vivência, na experiência prática. Inclui exercícios experienciais individuais e
grupais. O facilitador age conduzindo o grupo a extrair o melhor de si.
CONTEXTO HOSPITALAR
- No contexto hospitalar é importante considerar as características dos pacientes e as características da instituição. Para isso, é necessária contínua reflexão e atenção aos
mínimos detalhes, já que constituem fatores que propiciarão o entendimento da dinâmica grupal.
- Muitas vezes, um hospital, cujo objetivo seria proporcionar ao paciente as melhores
condições para recuperação de sua saúde, acaba por se estruturar segundo as conveniências dos médicos e funcionários, que frequentemente estão em oposição às necessidades do paciente. Desta forma, técnicas de dinâmica de grupo podem ser
aplicadas com foco institucional também. - Técnicas de Dinâmica de Grupo nas mais diversas variações, grupos terapêuticos e o psicodrama têm-se evidenciado de grande valia neste contexto. De acordo com a
necessidade um tipo diferenciado de intervenção grupal deve ser adotado.
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- Técnicas de terapia familiar e grupos de ajuda recíproca (auto-ajuda) também podem
ser desenvolvidos no contexto hospitalar. - O psicólogo deve ficar atento à necessidade de cuidar dos cuidadores, ou seja, direcionar a sua atuação também para os profissionais da área de saúde cuja função é
cuidar dos pacientes e promover seu bem estar físico, psicológico e social. Os
cuidadores necessitam de cuidados quando há uma sobrecarga psíquica/emocional em função de situações de estresse provindas de:
Atendimento a pacientes e seus familiares;
Relação com colegas;
Contexto institucional onde exercem a atividade profissional;
Rompimento em sua rede familiar e social.
- Os cuidados com os cuidadores podem ser desenvolvidos da seguinte forma:
a) Atenção continuada através de grupo de elaboração: consistem em reuniões de grupo de profissionais da área de saúde em que são trazidas situações
vivenciais geradoras de estresse. Os recursos técnicos utilizados podem ser relato oral, prática reflexiva, troca de papéis... Assim, os cuidadores poderão encontrar uma oportunidade de aprender a lidar com a sobrecarga emocional
decorrente do seu trabalho.
b) Interconsultorias vivenciais: são exercícios grupais em que um membro relata uma situação de trabalho que o tenha sobrecarregado emocionalmente. Outro
membro atua como consultor procurando auxiliar a visualização da situação sob diferentes pontos de vista. O consultor não deve sugerir soluções, mas
incentivar o consultado a encontrar seu próprio caminho. É importante realizar
a troca de papéis para que todos passem por consultor e consultado. c) Laboratório de relações interpessoais: é constituído por encontros intensivos
de finais de semana com propósitos similares aos anteriores que se
oportunizam pelo desejo dos cuidadores de, a curto prazo e em caráter de emergência, resolverem situações agudas de estresse. Devem ser realizados em
pequenos grupos (face to face), propondo atividades que possam potencializar os resultados buscados.
CONTEXTO DO ESPORTE:
- Por trás de todo atleta há uma equipe técnica para sustentar e aprimorar sua performance, mesmo que sua modalidade competitiva seja individual.
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- Se o esporte é coletivo, além das habilidades técnicas, é necessário que os membros
do time tenham boas relações interpessoais e que o grupo seja coeso. É preciso trabalhar a adequada interação e integração entre os componentes da equipe. - Sempre que se privilegia o mérito individual de algum atleta em detrimento da
qualidade coletiva, paga-se o preço da derrota. Isso é um fator importante dentro e
fora de campo/quadra. A equipe técnica deve estar preparada para conduzir os membros de forma igualitária, contribuindo para coesão grupal.
- A força da identidade grupal é elemento essencial para uma conquista, superando limitações individuais e grupais. Assim, deve ser feito também trabalhos com enfoque
no aspecto motivacional. Entretanto, as técnicas motivacionais e o preparo para
suportar as pressões psicológicas, de comprovada validade nos esportes individuais, não mostram a mesma eficácia em se tratando dos esportes coletivos, nos quais a prioridade deve ser dada ao contexto grupal e suas exigências, como a disposição para
cooperar e a necessidade de minimizar os “estrelismos” individualistas dos membros da equipe, bem como a administração de conflitos. - Todos estes tópicos referentes ao preparo psicológico valem para, além dos atletas,
os membros da equipe técnica e dirigentes das entidades esportivas para alcançarem o
êxito pretendido.
3.2. Utilização de Dinâmicas de Grupo em Situações Emergenciais
- Em situações emergenciais, independente do contexto, as técnicas de dinâmica de
grupo tornam-se uma ferramenta importante na busca de soluções alternativas para situações não planejadas que necessitam de retorno imediato.
- Por isso, em situações de emergência, a criação/elaboração de uma nova técnica consiste em um recurso diferencial para o atendimento das necessidades do grupo.
- Qualquer técnica a ser elaborada deve considerar:
Objetivos
Recursos/Materiais
Número de participantes
Tempo de duração
Instruções de aplicação
- O facilitador deve estar preparado não só para elaborar uma nova técnica de maneira
urgente, como também para aplicá-la com postura e adequação metodológica. Por
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isso, o papel de facilitador requer constante aprimoramento e aperfeiçoamento. Exige
que, a cada trabalho executado, seja feita uma análise e uma busca por feedback sincero tanto dos participantes quanto dos parceiros de trabalho. - O facilitador, ao optar por técnicas de dinâmica de grupo, possibilita a busca de
soluções para situações de emergência a partir de atividades vivenciais. A vivência de
jogos dramáticos e os exercícios estruturados permitem a observação das modalidades de interação na vida grupal, a melhoria da percepção dos fenômenos grupais e da
condução de grupos, bem como a resolução de problemas técnicos e/ou comportamentais.
- A aprendizagem vivencial é a conseqüência do envolvimento das pessoas numa
atividade onde, além de vivenciá-la, elas têm a oportunidade de analisar o processo de forma crítica, extrair algum insight útil desta análise e aplicar o aprendido em seu cotidiano.
- O CAV - Ciclo de Aprendizagem Vivencial é a base para sua aplicação, de forma que os participantes têm a oportunidade de trabalhar de forma harmônica. - Vantagens dos jogos vivenciais:
Possui caráter experimental: a aprendizagem é baseada na ação do grupo, que coloca em prática suas habilidades, sem risco de conseqüências realmente danosas, pois se trata de uma simulação.
Permite flexibilidade ao facilitador: um jogo pode ser adaptado, de acordo com a leitura que o educador faz das necessidades e perfil do grupo.
Possibilita a participação de todos: esta é a regra essencial, exceto em casos especiais (ex.: saúde).
Cria maior responsabilidade para o grupo: o grupo estabelece seus critérios de trabalho, em cima das instruções e regras fornecidas pelo educador.
Propicia aos participantes planejar ações, distribuir tarefas, definir metas,
tomar decisões, resolver problemas e avaliar resultados de acordo com o
objetivo do jogo.
Proporciona aprendizado: como se trata de uma vivência, viabiliza o ciclo de aprendizado – ação, reflexão, teorização e prática.
Gera motivação: é uma atividade que diverte, e que, por isso, envolve os participantes.
Assegura ganhos para todos: todos saem ganhando com a experiência vivida,
mesmo que ocorram competições ou perdas, pois aprender com o processo é o objetivo principal.
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AS FASES DE UM JOGO: O ciclo de aprendizagem vivencial
FASE 1 – VIVÊNCIA:
- Fazer algo, construir a fase do jogo propriamente dito. A atividade de fazer algo. As vivências podem ser individuais, em subgrupos ou coletivas. É importante que a atividade do jogo seja adequada ao tema central da ação educacional e, ainda,
atrativa, lúdica, surpreendente e fascinante. Estas características facilitam o envolvimento do grupo na vivência e estimulam a motivação. - O uso de cores, música, objetos concretos dos mais variados pode ajudar no efeito-
impacto e servir de objeto intermediário de expressão.
- Dicas para elaboração de vivências:
Varie os jogos existentes, adaptando-os às competências a serem desenvolvidas e ao perfil do público-alvo.
Cuide para que reproduzam a realidade a ser trabalhada.
Certifique-se de que o tempo é suficiente para seu processamento.
FASE 2 – RELATO: - Expressar sentimentos e emoções.
- Após a vivência, o facilitador deve deixar espaços para demonstrações de sentimentos. É o momento onde o educador sonda o clima de trabalho em que
ocorreu o jogo, oferecendo espaços para as pessoas falarem sobre seus sentimentos
- Dicas:
Planeje formas diferentes, ou seja, crie o efeito surpresa, para facilitar a
expressão de sentimentos pelos participantes. Sugestões: carinhas de expressão, figuras, palavras-chave, baralho de sentimentos, cores, símbolos,
verbalizações.
Cuide para que este momento ocorra no tempo certo, na medida exata: nem muito breve, nem muito longo.
FASE 3 – PROCESSAMENTO:
- Avaliar o processo grupal.
- Nesta fase é feita a análise de desempenho pelo grupo no que se refere ao seu processo de liderança, organização, planejamento, comunicação, administração de
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conflitos, dentre outros fatores. A ênfase reside na expressão das dificuldades e
facilidades, falhas e acertos durante a vivência. - Dicas:
A aprendizagem vivencial prevê que cada pessoa passe pela experiência e forme seus conceitos. O facilitador não é o astro. Permita que o grupo brilhe e
evite incluir-se com falas, palestras ou exposição de suas percepções. Este é o momento onde o educador fica “à margem” das discussões.
A formulação de perguntas é uma das estratégias para desenvolver e avaliar o
pensamento crítico. Existem dois tipos de perguntas:
a) Convergente: são aquelas que envolvem somente memorização ou simples reconhecimento de um fato.
b) Divergente: além de envolver memorização, as perguntas divergentes
exigem que as pessoas explorem fatos, conceitos e generalizem. Solicitam respostas elaboradas que requer em compreensão, aplicação, análise, síntese e/ou avaliação. Princípios para se formular perguntas
divergentes:
Relevância: formular perguntas sobre o fator principal da vivência. Dar oportunidade de desenvolver processos mentais
diferenciados, utilizando perguntas como recurso para integrar o grupo ao que foi vivenciado, enriquecendo o conteúdo abordado no jogo.
Adequação: ajustar as perguntas ao nível de compreensão do grupo e elaborar perguntas de acordo com os momentos da aprendizagem.
Abertura: dar chances para que o grupo faça perguntas.
Valorizar as perguntas do grupo.
Evite formular perguntas com: margem para respostas somente do tipo SIM e NÃO; m ais de uma indagação; termos muito difíceis ou fora da realidade do grupo.
FASE 4 – GENERALIZAÇÃO:
- Estabelecer analogias e comparações com a realidade.
- Neste momento o facilitador oferece ao grupo a oportunidade de estabelecer ligação do jogo com sua realidade na empresa. Para tal, oferece atividades que propiciem margem ao estabelecimento de analogias e comparações.
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- Esta fase é a mais importante no CAV, pois faz com que as pessoas entendam os
motivos daquela atividade lúdica e que, aparentemente, não tinha nada a ver com o trabalho ou a função de cada um. Somente se esta fase for bem trabalhada, é que o facilitador obterá um diagnóstico da realidade do grupo. Para trazer as pessoas para
sua realidade, estimule o uso de analogias e peça que os participantes estabeleçam
“semelhanças e divergências” do que ocorreu no jogo com o que ocorre no cotidiano. - Dicas:
Neste estágio, o facilitador acrescenta alguma informação técnica ou
referencial teórico sobre o tema explorado no jogo. É necessário que a exposição seja planejada antecipadamente e tenha como características:
a) Clareza e objetividade.
b) Atratividade.
c) Tempo breve (o grupo apresenta certa resistência por exposições muito prolongadas após um jogo).
FASE 5 – APLICAÇÃO: - Momento de planejar novos rumos. - Esta é a fase que fecha o ciclo da aprendizagem vivencial. De nada adianta investir
tempo e recursos em uma atividade, se não obtemos do grupo o comprometimento
com mudanças. Este é o momento em que cada participante estabelece sua responsabilidade futura na busca de melhorias.
- Dicas para aplicação de técnicas vivenciais:
Mantenha-se tranqüilo durante as exposições dos participantes.
Ouça com qualidade.
Siga as etapas do CAV, com flexibilidade.
Evite concluir pelo grupo, deixe que todos falem e somente, ao final, faça comentários breves sobre algum ponto relevante.
Prepare roteiros e cartazes com antecedência, de forma a permitir a sua total atenção voltada para o grupo.
Realize os painéis sempre em círculo ou semicírculo.
Sente-se no círculo junto com os participantes.
Prepare fechamentos sobre o tema central da vivência; se possível, utilize slides ou flip-chart para melhor fixação do conteúdo.
Lembre-se de que os fechamentos devem ser breves (máximo de 15 minutos) e marcantes.
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4. Bibliografia:
BARRETO, Maria Fernanda Mazziotti. (2010). Dinâmica de Grupo: história, prática e vivências. 4ª. Ed. Campinas: Ed. Alínea.
ESPADA, José Pedro. (2005). Técnicas de Grupo: recursos práticos para a educação. Petrópolis: Ed. Vozes.
FAILDE, Izabel. (2007). Manual do Facilitador para Dinâmicas de Grupo. Campinas:
Papirus.
LIMA, Lauro de Oliveira. (2005). Dinâmicas de Grupo na empresa, no lar e na escola: grupos de treinamento para a produtividade. Petrópolis: Ed. Vozes.
MAYER, Canísio. (2007). O Poder da Transformação: Dinâmica de Grupo. Campinas: Papirus Editora.
MINICUCCI, Agostinho. (2009). Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas. 5ª. Ed. São
Paulo: Atlas.
OSÓRIO, Luiz Carlos. (2000). Grupos: teorias e práticas – acessando a era da grupalidade. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.
OSÓRIO, Luiz Carlos. (2003). Psicologia grupal: uma nova disciplina para o advento de uma era. Porto Alegre: Ed Artmed.