APOSTILA DE HISTÓRIA DA ARTE

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  • 5/27/2018 APOSTILA DE HIST RIA DA ARTE

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    APOSTI LA DE H ISTRIA DA ARTE: CONCEITOS E MOVIM ENTOS

    ProfDrAna Raquel Portugal UNESP Franca

    Nosso blog visa divulgar conhecimento histrico, cultural e arqueolgico a respeito da

    Amrica Latina, mas todos sabem que quem se prope a realizar estudos sobre Arte, em

    qualquer que seja a parte do mundo, necessita conhecer os preceitos bsicos da Histria da Arte

    Ocidental desde os tempos mais remotos at os dias atuais. Partindo dessa premissa, resolvemos

    disponibilizar uma apostila que produzimos ao longo do perodo em que ministramos algumas

    disciplinas de Arte em diferentes universidades e que certamente no d conta de todos os

    movimentos e suas especificidades, mas apresenta de forma sinttica as principais

    caractersticas. Esperamos com isso instigar o gosto pela Histria da Arte. Bom estudo!!!

    Vnus de Willendorf - Museu de Histria Natural - Viena - ustria

    Desenho rupestre - Serra do Cip - MG - Brasil

    ARTE PR-HISTRICA

    http://4.bp.blogspot.com/-pSQR3YEOOjk/UFTlIQVuuHI/AAAAAAAAAc0/NCut2dLaaDY/s1600/Serra+do+Cip%C3%B3+2004+002.jpghttp://4.bp.blogspot.com/-GiknxCVN_UM/UFToUXURQ_I/AAAAAAAAAdg/an-cPnzqgFA/s1600/DSC05783.JPG
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    Estendeu-se, aproximadamente, do ano 7000 a.C. ao ano 2000 a.C. Comeou ligada vida

    seminmade dos pastores e terminou com o descobrimento do bronze, iniciando-se, ento, a era

    homnima.

    Os monumentos neolticos mais importantes so os dlmens e os menires (grandes pedras

    colocadas de p, tambm chamadas megalitos) como os da Bretanha, na Frana, e os grandescrculos de pedras da Inglaterra, ou crmlech, cujo exemplo mais representativo Stonehenge

    (3000-1000 a.C.). Os dolmens e os menires so signos significativos por representarem os

    primrdios da arquitetura no Ocidente. Na pintura neoltica, predominam as formas

    esquemticas, destacando-se o carter simblico dos temas.

    Mosaico mesopotmico - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    ARTE MESOPOTMICA

    Conjunto de obras realizadas pelas civilizaes do antigo Oriente Mdio que habitaram a regio

    compreendida entre os rios Tigres e Eufrates, atual Iraque, desde a pr-histria at o sculo VIa.C. As terras baixas da Mesopotmia abarcam a plancie frtil, porm seus habitantes tiveram

    que enfrentar o perigo das invases, as extremas temperaturas atmosfricas, os perodos de seca,

    as violentas tormentas e os ataques das feras. Sua arte reflete, ao mesmo tempo, sua adaptao e

    seu medo destas foras naturais, assim como suas conquistas militares. Estabeleceram ncleos

    urbanos nas plancies, cada um dominado por um templo, que foi o centro do comrcio e da

    religio, at que foi desbancado em importncia pelo palcio real. O solo da Mesopotmia

    proporcionava o barro para o adobe, material de construo mais importante desta civilizao.

    Os mesopotmicos tambm fizeram a cozedura da argila para obter terracota, com a qual fizeram

    cermica, esculturas e tbuas para a escrita. Conservaram-se poucos objetos de madeira. Naescultura, empregaram ainda basalto, arenito, diorita, alabastro e alguns metais, como o bronze,

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    o cobre, o ouro e a prata, bem como o ncar e as pedras preciosas nos trabalhos mais finos e de

    incrustao. Pedras como lpis-lazli, jaspe, alabastro e hematitas foram igualmente usadas nos

    selos cilndricos, marca pessoal usada em correspondncias e documentos.

    A arte da Mesopotmia abrange uma tradio de 4.000 anos que, em estilo e iconografia,

    aparentemente homognea. De fato, foi criada e mantida pelas ondas de povos invasores,diferentes tanto tnica como lingisticamente. At a conquista pelos persas, no sculo VI a.C.,

    cada um desses grupos fez sua prpria contribuio arte mesopotmica.

    http://4.bp.blogspot.com/-ac44_UI-ak4/UFToM9IFuwI/AAAAAAAAAdY/DX_-mrOkDNM/s1600/DSC05802.JPGhttp://1.bp.blogspot.com/-NFjBJUFxKUg/UFTn6PlDvgI/AAAAAAAAAdE/oSHFZc2HxJg/s1600/DSC05814.JPG
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    Coleo egpcia - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    ARTE EGPCIA

    Edifcios, pinturas, esculturas e artes aplicadas do antigo Egito, da pr-histria conquista

    romana no ano 30 a.C. A histria do Egito foi a mais longa de todas as civilizaes antigas que

    floresceram em torno do Mediterrneo, estendendo-se, quase sem interrupo, desde

    aproximadamente o ano 3000 a.C. at o sculo IV d.C.

    A natureza do pas desenvolvido em torno do Nilo, que o banha e fertiliza, em quase totalisolamento de influncias culturais exteriores produziu um estilo artstico que mal sofreu

    mudanas ao longo de seus mais de 3.000 anos de histria. Todas as manifestaes artsticas

    estiveram, basicamente, a servio do estado, da religio e do fara, considerado como um deus

    sobre a terra. Desde os primeiros tempos, a crena numa vida depois da morte ditou a norma de

    enterrar os corpos com seus melhores pertences, para assegurar seu trnsito na eternidade.

    A regularidade dos ciclos naturais, o crescimento e a inundao anual do rio Nilo, a sucesso das

    estaes e o curso solar que provocava o dia e a noite foram considerados como presentes dos

    deuses s pessoas do Egito. O pensamento, a cultura e a moral egpcios eram baseados num

    profundo respeito pela ordem e pelo equilbrio. A arte pretendia ser til: no se falava em peas

    ou em obras belas, e sim em eficazes ou eficientes.

    O intercmbio cultural e a novidade nunca foram considerados como algo importante por si

    mesmos. Assim, as convenes e o estilo representativos da arte egpcia, estabelecidos desde o

    primeiro momento, continuaram praticamente imutveis atravs dos tempos. Para o espectador

    contemporneo a linguagem artstica pode parecer rgida e esttica. Sua inteno fundamental,

    sem dvida, no foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam, mas sim captar

    para a eternidade a essncia do objeto, da pessoa ou do animal representado.

    A escultura caracterizava-se pelo estilo hiertico, a rigidez, as formas cbicas e a frontalidade.Primeiro, talhava-se um bloco de pedra de forma retangular; depois, desenhava-se na frente e

    http://1.bp.blogspot.com/-j66zmHygBwc/UFToEf69thI/AAAAAAAAAdQ/tvzWmE7wmPM/s1600/DSC05806.JPG
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    nas laterais da pedra a figura ou objeto a ser representado. Destaca-se, dessa poca, a esttua

    rgida do fara Qufren (c. 2530 a.C.).

    A escultura em relevo servia a dois propsitos fundamentais: glorificar o fara (feita nos muros

    dos templos) e preparar o esprito em seu caminho at a eternidade (feita nas tumbas).

    Na cermica, as peas ricamente decoradas do perodo pr-dinstico foram substitudas por belaspeas no decoradas, de superfcie polida e com uma grande variedade de formas e modelos,

    destinadas a servir de objetos de uso cotidiano. J as jias eram feitas em ouro e pedras

    semipreciosas, incorporando formas e desenhos, de animais e de vegetais.

    A arte na poca de Akhenaton refletia a revoluo religiosa promovida pelo fara, que adorava

    Aton, deus solar, e projetou uma linha artstica orientada nesta nova direo, eliminando a

    imobilidade tradicional da arte egpcia. Deste perodo, destaca-se o busto da rainha Nefertiti

    (c. 1365 a.C.).

    A pintura predominou ento na decorao das tumbas privadas. A necrpole de Tebas uma rica

    fonte de informao sobre a lenta evoluo da tradio artstica, assim como de excelentes

    ilustraes da vida naquela poca.

    http://2.bp.blogspot.com/-WT6Idzx7SW0/UFTptDh5_QI/AAAAAAAAAds/lh6szBN0KrQ/s1600/DSC05826.JPG
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    Coleo grega - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    ARTE GREGA

    A arte e arquitetura desenvolvidas na Grcia e nas suas respectivas colnias entre o ano 1100 a.C.

    e o sculo I a.C. Embora tenha sua origem na civilizao Egia, sua evoluo posterior a

    converteu em um dos perodos artsticos mais influentes da cultura.

    A arte grega se caracterizou pela representao naturalista da figura humana, no somente no

    aspecto formal, mas tambm na inteno expressiva do movimento e das emoes. O corpo

    humano, tanto nas representaes dos deuses como nas dos seres humanos, desempenhou um

    papel fundamental na arte grega, tendo sido associado aos mitos, literatura e vida cotidiana.

    Poucos exemplos intactos ou em seu estado original foram conservados dos monumentos

    arquitetnicos e esculturas produzidos por esse povo e, no mbito da pintura, no so

    conhecidos grandes ciclos decorativos. Entretanto, restam dessa poca importantes vasos

    cermicos, moedas, jias e gemas, que, juntamente com as pinturas funerrias etruscas,

    oferecem algumas pistas sobre as caractersticas da arte grega. Esses restos so complementados

    com o relato das fontes literrias. Alguns viajantes, como o romano Plnio, o Velho e o

    historiador e gegrafo grego Pausnias, viram com seus prprios olhos muitos objetos artsticos

    que atualmente se encontram em pssimo estado de conservao. Nos seus relatos, hinformaes acerca de alguns artistas e suas principais obras.

    A principal funo da arquitetura, pintura e escultura de monumentos at aproximadamente o

    ano 320 a.C. era de carter pblico, ocupando-se de assuntos religiosos e dos acontecimentos

    civis mais importantes, como as competies esportivas. Os cidados s utilizavam as artes

    plsticas na decorao de suas tumbas e as artes decorativas, para a produo de objetos de uso

    privado. O enxoval domstico continha um grande nmero de vasilhas de terracota pintadas e

    com acabamento sofisticado; as famlias mais ricas possuam vasilhas de bronze e espelhos. Em

    muitos objetos produzidos em terracota e bronze havia pequenas figuras e baixos-relevos.

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    A maioria das construes levadas a cabo pelos arquitetos gregos foi feita em mrmore ou em

    calcrio, alm de madeira e telhas, usadas na cobertura dos edifcios. Os escultores trabalharam

    o mrmore e o calcrio, modelaram a argila e fundiram suas obras em bronze. As grandes

    esttuas votivas foram esculpidas em lminas de bronze ou em madeira recoberta com ouro e

    marfim. Algumas vezes, as cabeas ou os braos estendidos foram realizados em separado e,posteriormente, unidos ao torso. A escultura em pedra e em argila era total ou parcialmente

    pintada com pigmentos brilhantes. Os pintores gregos colocavam pigmentos na gua para pintar

    grandes murais ou vasilhas decoradas. Os ceramistas modelavam suas vasilhas em tornos de

    oleiro e, quando elas ficavam secas, poliam-nas, pintavam-nas e coziam-nas.

    No perodo arcaico, ao longo do qual o mundo grego estendeu-se geogrfica e economicamente,

    sua maior riqueza e os contatos com o exterior fizeram com que esse povo criasse uma

    arquitetura e uma escultura de caractersticas monumentais. Ambas foram feitas com o mrmore

    e o calcrio, encontrados em abundncia na Grcia. Os templos abrigavam imagens dos deuses e

    eram decorados com esculturas e pinturas. A pintura teve tambm seu desenvolvimento nas

    vasilhas, que foram importantes objetos de comrcio. Na escultura, destacam-se trs tipologias:

    o jovem atleta (koros), a donzela vestida em p (kr) e a mulher sentada. Como exemplo,

    destacam-se aDama de Auxerre,o Torso de Hera de Samos(perodo arcaico primitivo,

    c.660 a.C.-580 a.C.), oApolo Piombinoe oKoros de Anavysos.

    Os templos mais importantes so o templo drico de Posidon em Paestum (c. 450 a.C.) e o

    templo jnico em feso. A decorao das vasilhas cermicas com a tcnica das figuras negras,

    que migrou de Corinto para Atenas por volta de 625 a.C., foi combinada com o antigo estilo

    ateniense, maior e mais linear. Entre as obras-primas desse perodo, esto o vaso Franois(560 a.C.), realizado pelo ourives Ergtimos e o pintor Kltias, e a taa de Dionsio, realizada

    por Exquias.

    Os vasos decorados com a tcnica de figuras vermelhas foram feitos pela primeira vez no

    ano 530 a.C., por iniciativa do ceramista Andkides. Entre os pintores de vasos mais

    importantes do final do perodo arcaico, destacam-se Douris e os pintores de Brygos e

    Kleophrades.

    A arte grega do perodo clssico, desenvolvida entre as Guerras Mdicas e o final do reinado de

    Alexandre Magno, manteve-se totalmente independente das influncias estrangeiras, razo pela

    qual obteve uma grande demanda em outros lugares.

    Entre os templos mais importantes, est o de Zeus em Olmpia (meados do sculo V a.C.),

    projetado por Libn de lis.

    A escultura se expressa com uma certa solenidade determinada pela nova fora e a simplicidade

    das formas. Entre os melhores exemplos, encontramos as fachadas esculpidas do templo de

    Zeus de Olmpia, aAuriga de Delfos,oEfebo de Crtioe a cabea de Efebo ruivo.Nessas

    esculturas, a postura frontal das figuras do perodo arcaico so substitudas por posies mais

    complexas e atitudes mais naturais.

    Na pintura de vasilhas, as cenas de carter simblico e decorativo foram substitudas de formagradual por representaes tridimensionais, como nas pinturas de Pistoxenus e Penthesilea. As

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    formas so mais ntidas, sugerem a influncia de Polignoto e oferecem mais informao de seu

    estilo artstico.

    O classicismo pleno se desenvolveu durante a segunda metade do sculo V a.C., especialmente

    sob o patronato de Pricles, o estadista ateniense. A arquitetura e a escultura de Atenas

    alcanaram ento uma perfeio raramente igualada. O escultor Fdias encarregou-se dasuperviso dos trabalhos da acrpole, lugar tradicional dos templos atenienses. Fdias e

    Policleto foram os escultores mais importantes do perodo clssico mdio. Fdias criou duas

    esttuas colossais criselefantinas (gnero de escultura em ouro e marfim), uma de Zeus em

    Olmpia, considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo, e outra de Atena no Prtenon.

    Outro importante escultor foi Mron com oDiscboloePalas AteniaeMarsias.

    Os empreendimentos arquitetnicos diminuram quando Atenas, derrotada na guerra do

    Peloponeso, perdeu sua hegemonia poltica no mbito grego. Desse momento, destaca-se o

    mausolu de Halicarnasso, a enorme tumba de Mausolo, rei de Cria (c. 376 a.C.-353 a.C.).

    A escultura do ltimo momento desse perodo foi dominada por Lisipo, Praxteles e Escopas.

    Os exrcitos de Alexandre Magno, depois de conquistar as cidades-estado da Grcia, levaram sua

    cultura por todo Oriente Mdio. Como as cidades gregas entraram num perodo de decadncia

    poltica e econmica, a religio oficial e a conscincia cvica diminuram, aparecendo em todas

    as esferas uma maior nfase subjetiva. Os gregos foram receptivos s novas influncias

    orientais, como podemos observar nas decoraes luxuosas e nas religies msticas. Nas cidades

    ricas da sia Menor, assim como em Alexandria (Egito), surgiu um novo helenismo, mescla do

    esprito grego e dos estilos orientais.

    Mosaico romano - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    http://2.bp.blogspot.com/-SedqONGwIG4/UFTqrbsCpnI/AAAAAAAAAd8/ywYqZ4Dyp_U/s1600/DSC05831.JPG
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    Coluna de Constantino - Istambul - Turquia

    Coliseu de Verona - Itlia

    ARTE ROMANA

    Aarte e arquitetura da antiga Roma e seu imprio, que em seu apogeu estendeu-se das ilhas

    Britnicas at o mar Cspio. A arte romana mais primitiva remonta derrocada dos reis etruscos

    e ao estabelecimento da repblica no ano de 509 a.C. Para a Histria, o final da arte romana e

    por conseguinte o incio da arte medieval coincidem com a converso do imperador Constantino

    ao cristianismo e com a mudana da capital do Imprio de Roma para Constantinopla, no ano

    330. Entretanto, tanto o estilo romano como a sua temtica pag continuaram sendo

    representados durante sculos, reproduzidos freqentemente em imagens crists.

    Tradicionalmente, a arte romana dividida em dois perodos: a arte da Roma republicana e a da

    Roma imperial (do ano 27 a.C. em diante), com subdivises correspondentes aos imperadores

    http://4.bp.blogspot.com/-29zDu9YV8qY/UFTraT98MYI/AAAAAAAAAeQ/KpY7R19LYiA/s1600/EUROPA+2012+093.jpghttp://4.bp.blogspot.com/-0v9Wy7hukI4/UFTrPOeXw1I/AAAAAAAAAeI/7wORGjDWZiU/s1600/DSC05628.JPG
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    mais importantes ou s diferentes dinastias. Na poca da repblica, o termo romano estava

    praticamente restrito arte realizada na cidade de Roma, que conserva o rastro de seu passado

    etrusco. Pouco a pouco, a arte libertou-se de sua herana etrusca, graas expanso pela Itlia e

    pelo Mediterrneo e ao fato de os romanos terem assimilado outras culturas, como a grega.

    Durante os dois ltimos sculos antes do nascimento de Cristo, surgiu uma maneira tipicamenteromana de construir edifcios, realizar esculturas e pintar. Entretanto, devido extraordinria

    extenso geogrfica do Imprio de Roma e s suas diversas colnias, a arte e a arquitetura

    romanas foram sempre eclticas e se caracterizaram por empregar estilos distintos atribudos aos

    gostos regionais e s preferncias de seus mecenas. A arte romana no somente a arte dos

    imperadores, senadores e patrcios, mas tambm a de todos os habitantes do vasto imprio

    romano, incluindo a classe mdia dos homens de negcios, os homens livres ou plebeus e os

    escravos e legionrios da Itlia e suas provncias. Curiosamente, apesar de existir uma grande

    quantidade de exemplos escultricos, pictricos, arquitetnicos e decorativos, conhecemos

    poucos nomes de seus artistas e arquitetos. Geralmente, os monumentos romanos foram

    realizados mais para homenagear os seus mecenas do que para expressar a sensibilidade artstica

    de seus criadores.

    Podemos ter uma clara idia da arquitetura romana atravs dos impressionantes vestgios dos

    edifcios pblicos e privados da Roma antiga e graas aos escritos da poca, como o De

    Architectura,um tratado de dez volumes compilado por Vitrvio no fim do sculo I a.C.

    Os templos romanos foram o resultado de uma combinao de elementos gregos e etruscos:

    planta retangular, teto de duas guas, vestbulo profundo com colunas livres e uma escada na

    fachada dando acesso ao pdio ou base. Os romanos conservaram as tradicionais ordensgregas (drica, jnica e corntia), mas inventaram outras duas: a toscana, uma espcie de ordem

    drica sem estrias na fuste, e a composta, com um capitel criado a partir da mistura de

    elementos jnicos e corntios. A Maison Carre, da cidade francesa de Nimes (c. 16 d.C.), um

    excelente exemplo da tipologia romana templria.

    Na pennsula Ibrica, subsistem alguns restos arqueolgicos de templos da poca romana. Na

    Espanha, podem ser encontrados nas cidades de Barcelona, Mrida (dedicado deusa Diana),

    Crdoba (colunas da rua Claudio Marcelo) e Sevilha. Em Portugal, destacam-se o templo de

    Egitnia (provavelmente dedicado a Jpiter ou Vnus), o de vora (ou Diana) e o de Almofala

    (em Figueira de Castelo Rodrigo).

    Os teatros e os anfiteatros romanos apareceram pela primeira vez no final do perodo republicano.

    Diferentemente dos teatros gregos, situados em declives naturais, os teatros romanos foram

    construdos sobre uma estrutura de pilares e abbadas e, dessa maneira, puderam ser instalados

    no corao das cidades. Os teatros de Itlica e de Mrida foram realizados nos tempos de

    Augusto e de Agripa, respectivamente. O mais antigo anfiteatro conhecido o de Pompia

    (75 a.C.) e o maior o Coliseu de Roma (70-80 d.C.). Na Hispnia romana, destacam-se os

    anfiteatros de Mrida, Tarragona e Itlica. Os circos ou hipdromos tambm foram construdos

    nas cidades mais importantes; a praa Navona de Roma ocupa o lugar de um circo construdodurante o reinado de Domiciano (81-96 d.C.).

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    ARTE CRIST PRIMITIVA

    Obras criadas, na Itlia e oeste mediterrneo, durante os primeiros sculos da era crist. A arte

    deste perodo comea a ser significativa entre 300 e 750 d.C., coincidindo com a ltima fase da

    arte e arquitetura romanas (sculo II ao sculo VII) e com as primeiras trs centrias (sculo V

    ao VII) da arte e arquitetura bizantinas. At o dito de Milo (313), promulgado pelo imperador

    Constantino I, o Grandeque fez do cristianismo a religio oficial do Imprio Romano, pondo

    fim s perseguies contra os seguidores de Cristo a arte crist se restringiu a lugares de

    culto escondidos: catacumbas e titulae, casas particulares utilizadas para reunies religiosas

    secretas. A maior parte da arte paleocrist, na pintura e na escultura, traz grande influncia da

    arte romana, devidamente adaptada espiritualidade do cristianismo. Na iconografia, foramdesenvolvidos conceitos cristos atravs de expresses visuais.

    A arte paleocrist realizou dois tipos de construo: a nave longitudinal ou baslica e as

    construes centralizadas, como o batistrio e o mausolu. Os exteriores das construes eram

    lisos e sem ornamentos. Os interiores, pelo contrrio, mostravam-se ricamente decorados com

    mrmore nas paredes e no cho, afrescos, mosaicos, cortinas e suntuosos altares de ouro e prata.

    As iluminuras apresentam rara qualidade. Possivelmente, a mais luxuosa a de Vienna

    genesis,datada do sculo VI e cujo pergaminho, em prpura, tem pginas e ilustraes no estilo

    da pintura romana.

    A escultura de volumes arredondados bastante escassa, ao contrrio dos baixos-relevos

    existentes, em grande nmero, nos sarcfagos.

    Igreja de So Salvador em Chora - Istambul - Turquia

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    Igreja de So Salvador em Chora - Istambul - Turquia

    Santa Sofia - Istambul - Turquia

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    Santa Sofia - Istambul - Turquia

    Baslica San Marcos - Veneza - Itlia

    ARTE BIZANTINA

    Aarte e arquitetura desenvolvidas no Imprio Romano do Oriente. A capital desse estado foi

    Constantinopla, a antiga cidade grega de Bizncio, que o imperador romano Constantino

    rebatizou no ano 330 com seu nome. O Imprio bizantino se desenvolveu durante quase mil

    anos, da queda do Imprio Romano do Ocidente, no ano 476, at a tomada de Constantinopla

    pelos turcos, em 1453. Sua hegemonia se estendeu para o Mediterrneo pelo oeste e at a

    Armnia pelo leste. Embora os conquistadores otomanos tenham destrudo alguns tesouros

    artsticos bizantinos, restaram mostras suficientes para interpretaes fundamentadas.

    A arte e a arquitetura bizantinas evoluram para satisfazer as necessidades da Igreja ortodoxa.

    Enquanto na Igreja catlica a adorao de santas relquias foi habitual at o fim da Idade Mdia,

    a Igreja oriental promoveu o culto popular aos cones. Esses retratos de santos e virgens

    representados em posio frontal eram imagens estilizadas. Embora pudessem ser realizados

    sobre diversos suportes, como pinturas murais ou mosaicos, geralmente eram pintados sobre

    pequenas tbuas. A maior parte da arte bizantina compartilha a qualidade abstrata dos cones. Seus antecedentes

    artsticos parecem remontar Mesopotmia e ao interior da Sria e do Egito, onde perdurou a

    arte hiertica do Oriente antigo, como se pode ver nas pinturas murais de Dura Europos no

    Eufrates e nos afrescos dos primeiros mosteiros do alto Egito. No entanto, em duas das cidades

    mais importantes dessas regies, Antiquia e Alexandria, o estilo naturalista helenstico foi

    conservado, como em Pompia e Roma.

    A arte bizantina, portanto, nunca se afastou por completo de suas razes helensticas, que de fato

    se mantiveram como uma importante fonte de inspirao e renovao, embora nesse processo

    tivesse que adotar o carter da f ortodoxa. A arte paleocrist dos sculos III e IV assumiu o

    estilo e as formas do paganismo clssico, evitando a modelagem de forma redonda para eliminar

    http://2.bp.blogspot.com/-iiW3i6OCjWg/UFT3nqNPI_I/AAAAAAAAAgc/xrshiJp4BYc/s1600/EUROPA+2012+157.jpg
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    a representao material das figuras sagradas. A escultura limitou-se, assim, a algumas placas de

    marfim, geralmente painis esculpidos em baixo-relevo para minimizar os efeitos escultricos.

    A decorao das igrejas bizantinas era geralmente feita em mosaicos. Essas representaes,

    compostas por pequenas peas cbicas ou tesselas de cristal colorido ou revestido com folha de

    ouro, cobriam a superfcie interior dos muros e das abbadas, produzindo um misterioso efeitoluminoso, que se adaptava perfeitamente ao carter da religio ortodoxa. Ao mesmo tempo, seu

    carter suntuoso simbolizava a magnificncia da corte imperial e o poder de seu imperador,

    liderana incontestvel da Igreja ortodoxa.

    Baslica de Santo Antonio de Pdua - Itlia

    ARTE ROMNICA

    Romnico- conjunto das obras que se fizeram na Europa ocidental desde, aproximadamente, o

    ano 1000 d.C. at a apario, na segunda metade do sculo XII, do estilo gtico. O termo

    romnico, predominantemente ligado arquitetura, aplicou-se tambm escultura, pintura e

    s artes decorativas. O desenvolvimento das abbadas de pedra foi um dos ganhos excepcionais da arquitetura

    romnica. A razo principal para o emprego de abbadas foi a necessidade de encontrar uma

    alternativa s coberturas de madeira das estruturas pr-romnicas, expostas ao fogo e umidade.

    As tentativas para solucionar os novos problemas estruturais variaram infinitamente.

    Utilizaram-se cpulas, abbadas de tubos semicirculares e pontudas e abbadas de aresta. Sem

    dvida, at o perodo gtico no se havia conseguido uma estrutura de construo na qual as

    presses das abbadas estivessem contidas exclusivamente por pilares livres e contrafortes.

    Como as abbadas de pedra eram mais pesadas que as coberturas de madeira utilizaram-se muros

    mais grossos e colunas mais robustas. No estilo romnico pleno, particularmente no francs, o

    uso de muros com contrafortes e pilares macios como suportes para as pesadas abbadas de

    http://3.bp.blogspot.com/-Tk4pc8pgmDo/UFTyTatVa0I/AAAAAAAAAfY/BA9ezgWxJvQ/s1600/EUROPA+2012+117.jpg
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    pedra produziu um modelo caracterstico de edifcio, no qual a estrutura se compe de unidades

    menores articuladas. Estas unidades, chamadas galerias, so os espaos de planta quadrada ou

    retangular cobertos por cada abbada de aresta. Na arquitetura romnica tardia, as galerias

    foram tratadas como unidades fundamentais do edifcio e estes espaos retangulares se

    converteram num trao caracterstico importante do estilo imperante. A solidez das estruturas em pedra outra das caractersticas mais notrias da arquitetura

    romnica. O espao das igrejas romnicas era geralmente alto e estreito, iluminado por janelas

    de clarabia abertas no alto da nave central, sob a abbada. As portas e janelas apresentavam

    arcos de meio ponto ligeiramente pontudos. Essas aberturas comearam pequenas e decoradas

    com molduras, entalhes e esculturas que foram mais ricos e variados medida que o perodo

    romnico foi avanando.

    Castelo do Buonconsiglio - Trento - Itlia

    http://2.bp.blogspot.com/-YrekTaFYwUg/UFTy52IOjgI/AAAAAAAAAfk/CaoS7HWBfYM/s1600/EUROPA+2012+084.jpg
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    Catedral de Zagreb - Crocia

    Catedral St. Vitus - Praga - Repblica Tcheca

    http://4.bp.blogspot.com/-O7uAyyatvSU/UFTz-DzxeuI/AAAAAAAAAf0/9p_QrWE1Do4/s1600/DSC06679.JPGhttp://2.bp.blogspot.com/-rG748JCHlR4/UFTzuv2uYrI/AAAAAAAAAfs/I9ksk7joTl0/s1600/DSC06457.JPG
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    Catedral So Estevo - Viena - ustria

    ARTE GTICA

    Estilo artstico europeu que floresceu entre o sculo XII e as ltimas dcadas do sculo XVI na

    arquitetura civil e religiosa, escultura, vitrais, pintura mural e sobre madeira, iluminuras e nas

    diversas artes decorativas. O termo gtico foi empregado, no sentido pejorativo, pelostratadistas do Renascimento para referir-se arte da Idade Mdia, por eles considerada inferior e

    rude, se comparada arte clssica. Gtico uma palavra derivada degodo, uma das tribos

    brbaras que, aps a queda do Imprio Romano, veio do Norte e se espalhou pelo continente. O

    gtico apareceu como continuao do romnico, ao longo da baixa Idade Mdia e, no sculo

    XIX, produziu-se uma revalorizao deste perodo. Atualmente, considerado um dos

    momentos mais importantes que, do ponto de vista artstico, a Europa conheceu.

    O estilo gtico encontrou sua grande expresso na arquitetura, principalmente a religiosa. Surgiu,

    na primeira metade do sculo XII, da evoluo do romnico e como conseqncia de condies

    teolgicas, tecnolgicas e sociais. Em diversos pases europeus, como a Inglaterra, a arquitetura

    gtica perdurou at parte do sculo XVI, muito depois do estilo renascentista ter penetrado em

    outros campos artsticos.

    Contrastando com a arquitetura romnicacujas caractersticas essenciais so os arcos de meio

    ponto, ou de bero, estruturas macias, escassos vos e abbadas de canho ou aresta a

    arquitetura gtica empregou o arco pontiagudo; agulhas e capitis reforando o sentido de

    ascenso que se pretendia transmitir construo; amplos vos com decoraes em motivos

    geomtricos: intensa luminosidade; estruturas reduzidas mnima armao. Todas estas

    qualidades estilsticas foram possveis graas s inovaes na arte de construir, como a abbada

    cruzada. As igrejas romnicas possuam abbadas pesadas, paredes grossas e poucas janelas

    http://3.bp.blogspot.com/-ij-drE7kRjA/UFT1xelzK6I/AAAAAAAAAgA/d7q_5tchJk0/s1600/DSC05902.JPG
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    para suportar a estrutura. No incio do sculo XII, os construtores idealizaram a abbada

    cruzada,que consiste no cruzamento de dois arcos formando uma estrutura resistente sobre a

    qual se colocavam pedras e tijolos que configuram a abbada. Este sistema, alm de leve e

    verstil, permitiu cobrir espaos das diversas configuraes e um grande nmero de

    combinaes arquitetnicas. Embora as primeiras igrejas gticas adotassem grande variedade de formas, a construo das

    grandes catedrais do norte da Frana, na segunda metade do sculo XII, beneficiou-se das

    vantagens das abbadas cruzadas. Com elas, puderam-se concentrar as energias nos quatro

    pontos do vrtice e distribu-las atravs dos elementos que as sustentavam, como pilares,

    colunas ou sistema de estribo e arcos botante (arco transmissor dos esforos tangenciais para um

    contraforte situado no exterior da construo). Como conseqncia, as pesadas paredes da

    arquitetura romnica foram substitudas por outras mais leves, com janelas permitindo a

    apario de vitrais, possibilitando a construo de vos de grande altura.

    Com a abbada gtica, as construes adotaram formas variadas. Mas a planta comum das

    catedrais consistia em trs ou cinco naves longitudinais, um transepto, um coro e um presbitrio,

    em composio similar das igrejas romnicas. As catedrais gticas aperfeioaram a criao

    mais genuna da arquitetura romnica: a abside com um espao transitvel para o qual se abrem

    capelas radiais de planta semicircular ou poligonal. A organizao dos desenhos frontais no

    interior das naves e no coro tambm manteve os precedentes romnicos. Por outro lado, os

    esbeltos pilares compostos separando as naves com colunas delgadas entre o capitel e a base

    alm do uso de arcos apontadoscontriburam para criar efeitos de verticalidade, a expresso

    mais intrnseca da arquitetura gtica. O objetivo prioritrio da organizao exterior da catedral gtica, com seus arcobotantes e

    pinculos, era resistir ao peso das abbadas. A fachada ocidental, os ps da igreja, tentava

    produzir efeitos de desmaterializao atravs de ricos recursos plsticos. A fachada principal

    gtica divide-se, geralmente, em trs corpos horizontais e trs sees verticais de onde se abrem

    os trs portais correspondentes s naves do interior. As duas torres laterais formam parte do

    corpo da fachada e se arrematam em ponteiros ou capitis. A grande roscea sobre o prtico

    supe um magnfico centro para a totalidade do conjunto.

    A escultura seguiu o precedente romnico com ampla difuso de imagens cuja finalidade, alm de

    decorar as fachadas das catedrais, era doutrinar os fiis nos dogmas da f catlica. A escultura,

    do final do sculo XII e princpio do sculo XIII, teve um carter predominantemente

    arquitetnico. As figuras mais destacadas so as esttuas colossais das ombreiras (pilastras

    laterais) dos portais e os quebra-luzes dos vos da entrada. Recebem o nome de esttuas-coluna

    por estarem apoiadas a estes suportes. s vezes, a esttua-coluna tende a se libertar da moldura

    arquitetnica, como se fosse uma escultura isolada do complexo arquitetnico.

    Dentro da evoluo pictrica do sculo XV, se distinguem dois estilos: o Gtico e o Flamengo. O

    Gtico corresponde aos dois ltimos decnios do sculo XIV e perdurou, na maior parte da

    Europa, durante a primeira metade do sculo XV. Paralelo ao Renascimento italiano, oFlamengo surgiu em Flandres, no primeiro tero do sculo XV, e se difundiu durante a segunda

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    metade do sculo. O estilo Gtico apareceu no centro do continente como conseqncia da

    fuso de elementos e formas do Gtico aliadas s inovaes tcnicas e iconogrficas apontadas

    pelos pintores italianos Giotto, Duccio, Simone Martini e os Lorenzetti. Caracteriza-se pela

    valorizao expressiva do anedtico, estilizao das figuras, predomnio das linhas curvas,

    introduo de detalhes naturalistas e emprego de tcnica minuciosa. O estilo flamengo se iniciou nas cortes dos duques de Berry e de Borgonha. A principal

    contribuio desta escola foi a utilizao da tcnica a leo que conferiu maior vivacidade e

    enriquecimento gradao cromtica, permitindo a realizao de veladuras e a obteno de

    cores compostas. Os traos mais definidos do estilo flamengo foram o naturalismo, o gosto pelo

    detalhe, a tcnica minuciosa e, em certas ocasies, a codificao simbolista atravs das cores.

    Os iniciadores da escola flamenga foram os irmos Huberto e Jan van Eyck, cuja primeira obra

    clebre foi o retrato O cordeiro mstico da Igreja de San Bavo em Gent. Tambm de autoria de

    Jan van Eyck o quadro Os esposos Arnolfini (1434), considerado um dos melhores da arte

    flamenga. Entre os pintores destacam-se, ainda, Robert Campin, Roger van der Weyden, Hans

    Memling e Dirk Bouts. Na escola flamenga sobressaiu uma figura excepcional, avanada para

    sua poca: Jernimo Bosch, criador de um universo surrealista e de um cdigo moralizante.

    Entre suas obras cabe citar o trptico O jardim das Delcias.

    Distante da Idade Mdia do ponto de vista conceitual, a influncia flamenga se estendeu por toda

    Europa ao longo do sculo XV, sendo considerado o Renascimento do Norte. Na Espanha, a

    pintura flamenga teve um especial desenvolvimento graas a alguns pintores como Luis

    Dalmau, Jaime Huguet, Jacomart, Bartolom Bermejo e Fernando Gallego.

    Filipe IV - Diego Velazquez - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    http://2.bp.blogspot.com/-XI9s7hoyqHE/UFT7PaNbVLI/AAAAAAAAAg8/ltxKob7krRc/s1600/DSC05847.JPG
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    Caadores na Neve - Pieter Bruegel - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    O artista e seu estdio - Jan Vermeer - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    RENASCIMENTO

    Movimento artstico que se manifestou na pintura, escultura e arquitetura, em toda a Europa,

    aproximadamente de 1400 a 1600. Os traos principais da arte renascentista so a imitao das

    formas clssicas da antigidade greco-romana e a preocupao com a vida profana, o

    humanismo e o indivduo. O Renascimento corresponde, na histria da arte, era dos grandes

    descobrimentos, refletindo o desejo, da poca, de examinar todos os aspectos da natureza e do

    mundo.

    Durante o Renascimento, os artistas continuaram a merecer ostatus, herdado da Idade Mdia, de

    meros artesos. Mas, pela primeira vez, comearam a se impor como personalidades

    independentes, comparveis a poetas e escritores. Os pintores e escultores renascentistasinvestigaram novas solues para problemas visuais formais e muitos deles realizaram

    http://1.bp.blogspot.com/-a2n4ZJ-FA1E/UFT8A7_YabI/AAAAAAAAAhQ/OCByZLmrE6I/s1600/DSC05839.JPGhttp://3.bp.blogspot.com/-KnV1uTdujvk/UFT7aILrd0I/AAAAAAAAAhE/izHj4CyCFvk/s1600/DSC05838.JPG
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    experincias cientficas. Neste contexto, surgiu a perspectiva linear na qual as linhas paralelas

    eram representadas em ponto de fuga. Os pintores passaram a ser mais exigentes com o

    tratamento da paisagem, dedicando maior ateno representao de rvores, flores, plantas,

    distncia entre montanhas e os cus com suas nuvens. O efeito da luz natural e o modo como o

    olho percebe os diversos elementos da natureza, tornaram-se novas preocupaes. Assim nasceua perspectiva area, na qual os objetos perdem os contornos, a cor e o sentido de distncia

    medida que se afastam do campo de viso. Os pintores do norte de Europa, especialmente os

    flamengos, revelaram-se mais avanados que os italianos na representao das paisagens e

    introduziram o leo como nova tcnica pictrica, contribuindo para o desenvolvimento desta

    arte em todo o continente.

    Embora o retrato se consolidasse como gnero especfico em meados do sculo XV, os pintores

    do Renascimento alcanaram o auge com a pintura histrica ou narrativa. Em uma paisagem ou

    moldura de fundo, figuras relatavam passagens da mitologia clssica ou da tradio judaico-

    crist. Dentro de um contexto, o pintor representava homens, mulheres e crianas em poses

    reveladoras de emoes e estados de esprito.

    O renascimento das artes coincidiu com o desenvolvimento do humanismo que estudava e

    traduzia textos filosficos. O latim clssico foi revalorizado. A par desta renovao de idias,

    ocorreu o perodo de descobrimentos de novas terras. As embarcaes se lanaram em busca de

    novos caminhos martimos, colhendo, como resultado, diferentes rotas para a sia e a

    imensido das Amricas. Pintores, escultores, arquitetos e navegadores sentiam o mesmo anseio

    de aventura, o desejo de ampliar conhecimentos e obter novas solues. Assim, tanto Leonardo

    da Vinci e Michelangelo, como Cristvo Colombo e Pedro lvares Cabral descobrirammundos novos e surpreendentes.

    O bero do Renascimento foi a Itlia, extraordinrio depsito de runas clssicas. Encontram-se

    vestgios do imprio romano em quase todas as cidades italianas. Os sarcfagos de mrmore,

    decorados com relevos, so o exemplo mais comum. O idioma, uma corruptela do latim falado

    pelos antigos romanos, foi sistematizado no sculo XIV por Dante Alighieri, Francesco Petrarca

    e Giovanni Boccaccio. As primeiras manifestaes do Renascimento italiano ocorreram em

    Florena. Trsourives e escultores, Brunelleschi, Ghiberti e Donatello, realizaram inovaes que

    romperam com as convenes da arte gtica. Donatello, que tambm trabalhou em Veneza,

    Pdua, Npoles e Roma veiculou, por toda a Itlia, as novas formas estticas. Na pintura,

    Masaccio introduziu um conceito naturalista e expressivo, assim como a perspectiva linear e

    area. O introdutor, em Veneza, do iderio renascentista foi Bellini. Mais tarde, Veneza

    disputou com Florena o privilgio de ser o centro do movimento que modificou o pensamento

    humano.

    Aps esta extraordinria exploso criativa, foi pouco significativa a produo artstica italiana no

    comeo do sculo XV. Mas logo surgiram os nomes mais destacados do Renascimento e que

    influenciaram toda a obra ocidental posterior: Leonardo da Vinci (1452-1519) e Michelangelo

    (1475-1564). Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro e cientista, Leonardo da Vinci foiimportante, principalmente, na pintura onde introduziu o conceito de perspectiva atmosfrica.

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    Michelangelo, pintor, escultor, arquiteto e poeta, transformou-se em um dos maiores criadores

    que o mundo j conheceu.

    Entre os artistas quatrocentistas, destacam-se Filippo Brunelleschi, Lorenzo Ghiberti, Donatello,

    Masaccio, Paolo Uccello, Fra Angelico, Pisanello, Jacopo Bellini, Gentile Bellini, Giovanni

    Bellini, Andrea Mantegna, Piero della Francesca, Leon Battista Alberti, Antonio del Pollaiuolo,Andrea del Verrocchio, Sebastiano del Piombo, Giorgione, Tiziano e Sandro Botticelli.

    Entre os artistas quinhentistas, destacam-se Leonardo da Vinci, Donato Bramante, Rafael,

    Michelangelo, Giorgione, Tiziano e Correggio.

    No norte europeu, as manifestaes artsticas do gtico tardio foram contemporneas dos

    descobrimentos martimos e das mudanas de viso de mundo produzidas na Itlia. Pases como

    Alemanha, Holanda e Inglaterra foram menos receptivos ao incipiente Renascimento.

    Giuseppe Arcimboldo - Inverno - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    http://2.bp.blogspot.com/-OmHTiGlQu3c/UFT-uHqbVgI/AAAAAAAAAhw/jiK3zxeOPhM/s1600/DSC05850.JPG
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    Giuseppe Arcimboldo - Vero - Museu de Histria da Arte - Viena - ustria

    MANEIRISMO

    Estilo surgido na Itlia no sculo XVI. Caracteriza-se pela plasticidade das figuras exageradas,

    cujas posturas so, quase sempre, foradas. Usa as cores de modo arbitrrio e trata o espao de

    maneira irreal, criando, com freqncia, efeitos dramticos. Como movimento, o maneirismorepudiou o equilbrio e claridade do Renascimento, procurando composies mais dramticas e

    complexas. Era ntido seu desejo de obter efeitos emocionais, fazendo uso de movimentos e

    contrastes. Neste sentido, o maneirismo antecipou o Barroco do sculo XVII.

    Em Portugal, o maneirismo foi rico e original e expressou-se nas artes plsticas, literatura e

    msica.

    As figuras mais representativas desse movimento so Giulio Romano, Rosso Fiorentino, Jacopo

    Carucci, o Pontormo, Parmigianino, Domenico Beccafumi, Il Bronzino, El Greco, Giambologna

    e Benvenuto Cellini.

    http://4.bp.blogspot.com/-mMP505UNeg8/UFT-2WJ6WQI/AAAAAAAAAh4/UfeCjXxlWHY/s1600/DSC05851.JPG
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    Palcio de Belvedere - Viena - ustria

    Catedral de Salzburg - ustria

    BARROCO

    Movimento na arte e arquitetura ocidentais, aproximadamente de 1600 at 1750. Traos dobarroco, algumas vezes chamado de estilo rococ, ainda so encontrados na primeira metade do

    sculo XVIII. Manifestaes do barroco aparecem, praticamente, em todos os pases europeus e

    nas colnias ibricas da Amrica. O termo barroco aplica-se, tambm, literatura e msica. A

    origem da palavra barrocono clara. Talvez derive do portugus barrocoou

    espanholbarrueco,termos que designam uma prola de forma irregular. Cunhado

    posteriormente no incio do movimento e com conotaes negativas, o nome no define, com

    clareza, o estilo a que faz referncia. De qualquer modo, no final do sculo XVIII, o neologismo

    incorporou-se ao vocabulrio da arte. Muitos crticos rejeitaram o estilo barroco, considerando-o

    demasiado extravagante e extico para merecer um estudo srio. O historiador suo Jakob

    Burckhardt, do sculo XIX, definiu-o como o final decadente do Renascimento. Seu aluno

    http://2.bp.blogspot.com/-zwIPsrr8UCU/UFT24w8pXUI/AAAAAAAAAgQ/CxOF_78Izow/s1600/DSC05952.JPGhttp://4.bp.blogspot.com/-6E-nxEJuxG0/UFT2tkqALuI/AAAAAAAAAgI/oI6BO9Lf93w/s1600/DSC05890.JPG
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    Heinrich Wlfflin, em Conceitos fundamentais para a histria da arte(1915), foi o primeiro a

    assinalar as diferenas fundamentais entre a arte do sculo XVI e a do sculo XVII, afirmando

    que o barroco no nem o esplendor nem a decadncia do classicismo, mas uma arte

    totalmente diferente.

    A arte barroca engloba numerosas particularidades regionais. Pode-se, por exemplo, classificarcomo barrocos dois artistas to diferentes como Rembrandt e Gian Lorenzo Bernini. No

    obstante as diferenas, suas obras tm indubitveis elementos barrocos em comum, como a

    preocupao com o potencial dramtico da luz. A evoluo da arte barroca deve ser estudada

    dentro de um contexto histrico. A partir do sculo XVI, o conhecimento humano ampliou-se e

    muitas descobertas cientficas influenciaram a arte. As pesquisas de Galileu sobre os planetas

    refletiram-se na preciso astronmica de muitas pinturas. Por volta de 1530, o astrnomo

    polons Coprnico amadureceu sua teoria sobre o movimento dos planetas ao redor do Sol. Sua

    obra, publicada em 1543, s foi completamente aceita depois de 1600. A demonstrao de que a

    Terra no era o centro do universo coincide, na arte, com o triunfo da pintura do gnero

    paisagstico, desprovido de figuras humanas. O ativo comrcio, a colonizao das Amricas e

    outras zonas geogrficas fomentaram a descrio de lugares e populaes exticas, at ento

    desconhecidos.

    A religio crist determinou muitas caractersticas da arte Barroca. A Igreja catlica converteu-se

    em mecenas influente. A Contra-reforma, lanada para combater a difuso do protestantismo,

    contribuiu para a formao de uma arte emocional, exaltada, dramtica e naturalista, com claro

    sentido de propagao da f. J a austeridade proposta pelo protestantismo explica, por

    exemplo, a simplicidade das linhas arquitetnicas nos edifcios religiosos da Holanda e o norteda Alemanha. Acontecimentos polticos tambm influenciaram o mundo da arte. As monarquias

    absolutistas da Frana e da Espanha promoveram a criao de obras grandiosas, com a inteno

    de refletir a majestade de Lus XIV e da Casa da ustria de Felipe III e Felipe IV.

    O sentido de movimento, energia e tenso so algumas das caractersticas da arte barroca. Fortes

    contrastes de luzes e sombras realam os efeitos cenogrficos de quadros, esculturas e obras

    arquitetnicas. Uma intensa espiritualidade aparece nas cenas de xtases, martrios e aparies

    milagrosas. A insinuao de enormes espaos freqente na pintura e escultura. Tanto no

    Renascimento quanto no Barroco, os pintores pretenderam a representao correta do espao e

    da perspectiva. O naturalismo outra caracterstica do Barroco. Nos quadros, as figuras no so

    estereotipadas, mas sim, representadas de maneira individualizada, com personalidade prpria.

    Os artistas buscavam a representao dos sentimentos interiores, paixes e temperamentos

    magnificamente refletidos nos rostos das personagens. A intensidade, imediatismo,

    individualismo e os detalhes da arte barrocamanifestado nas representaes realistas da pele

    e das roupasfizeram dela um dos estilos mais enraizados da arte ocidental.

    ROCOC

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    Movimento pictrico e decorativo do sculo XVIII, caracterizado pela ornamentao elaborada,

    delicada e exagerada. O termo rococ provm do francs rocaille,que significa cascalho. Em

    decorao, o estilo caracteriza-se por uma ornamentao baseada em arabescos, conchas

    marinhas, curvas sinuosas e formas assimtricas. Na pintura, pelo uso de cores pastel bem

    claras. Em Portugal, o rococ adquiriu diversificaes regionais acentuadas e encontrou na talhasua forma de expresso mais autntica.

    Os pintores mais representativos do rococ foram Franois Boucher e Jean-Honor Fragonard.

    Parlamento - Viena - ustria

    Parlamento - Budapeste - Hungria

    http://2.bp.blogspot.com/-GYMkp2jZOPI/UFUATM5Vf_I/AAAAAAAAAiM/GpbrvQHBcBs/s1600/DSC06494.JPGhttp://2.bp.blogspot.com/-9JuYaJwmv5Q/UFUAFqPI48I/AAAAAAAAAiE/q6vklQn3_S4/s1600/DSC05912.JPG
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    NEOCLSSICO

    Estilo artstico que se desenvolveu especialmente na arquitetura e nas artes decorativas. Floresceu

    na Europa e Estados Unidos de 1750 at o incio de 1800 e inspirou-se nas formas greco-

    romanas. Mais do que um ressurgimento de esttica antiga, o Neoclassicismo relaciona fatos do

    passado aos acontecimentos da poca. Os artistas neoclssicos tentaram substituir a

    sensualidade e trivialidade do Rococ por um estilo lgico, de tom solene e austero. Quando os

    movimentos revolucionrios estabeleceram repblicas na Frana e Amrica do Norte, os novos

    governos adotaram o neoclassicismo como estilo oficial por relacionarem a democracia com a

    antiga Grcia e Repblica romana. Na subida de Napoleo I ao poder, na Frana, este estilo foi

    modificado para servir s necessidades propagandsticas. O estilo neoclssico surgiu com as escavaes, na Itlia, das runas das cidades romanas de

    Herculano (1738) e Pompia (1748), a publicao de alguns livros entre eles,Antigidades

    de Atenas(1762) dos arquelogos ingleses James Stuart e Nicholas Revett e com a chegada

    da Coleo Elgin a Londres (1806). Louvando a simplicidade e a placidez do estilo greco-

    romano, o historiador alemo Johann Winckelmann instigou os artistas a estudarem e imitarem

    a vocao para a eternidade de suas formas idealizadas. Estas idias encontraram entusistica

    acolhida entre seus discpulos, reunidos em torno dele em Roma (1760).

    Entre os artistas deste movimento esto os arquitetos Antonio Jos Landi, Giovanni Battista

    Piranesi e Robert Adam; os pintores Benjamin West, Jacques-Louis David, John Flaxman, Jean

    August Dominique Ingres e Jos de Madrazo; e os escultores Antonio Canova, Bertel

    Thorvaldsen, Horatio Greenough e Hiram Powers.

    O Estilo Neoclssico estendeu-se, tambm, s artes decorativas nas quais se destacam a porcelana

    de Svres, Frana, e a cermica de Wedgwood, Inglaterra, para a qual John Flaxman realizou

    desenhos.

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    A liberdade guiando o povo - Delacroix

    ROMANTISMO

    Movimento artstico e intelectual europeu que se estendeu, aproximadamente, de 1800 a 1850. O

    romantismo no pode ser identificado com um determinado estilo, tcnica ou atitude. A pintura

    romntica caracteriza-se por uma abordagem imaginativa e subjetiva, com telas carregadas de

    emoo e carter visionrio ou onrico. Enquanto a arte clssica e neoclssica delicada, clara ecompleta, a arte romntica caracteriza-se por se esforar em expressar estados da alma e

    sentimentos intensos ou msticos, evitando claridade e definio. O escritor alemo Ernst

    Hoffmann definiu a essncia do romantismo como a infinita saudade. Na escolha dos temas,

    os artistas do movimento romntico mostraram grande afinidade com a natureza

    especialmente em seu aspecto selvagem e misterioso assuntos exticos, melanclicos,

    melodramticos e que produzem medo ou paixo.

    Os artistas romnticos mais expressivos foram Antoine-Jean Gros, Thodore Gricault, Eugne

    Delacroix, John Constable, Joseph Mallord William Turner e Federico Madrazo. No Brasil,

    destacaram-se Vitor Meirelles, Zeferino da Costa e Oscar Cintra da Silva.

    http://1.bp.blogspot.com/-4oCmv6PRUT8/UFUC6gqqGUI/AAAAAAAAAig/RyV4hGKJBlg/s1600/delacroix.jpg
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    Almoo na relva - Manet

    O Baile do Moulin de la Galette - Renoir

    IMPRESSIONISMO

    A exaltao da arte pela arte surgiu com os artistas franceses associados ao impressionismo, como

    douard Manet, Claude Monet, Edgar Degas e Berthe Morisot. Na dcada de 1870, ao

    abandonarem as referncias diretas aos temas religiosos e histricos, muitos dos impressionistas

    romperam com o padro de arte francs e expuseram suas pinturas de forma independente,

    antecipando o desejo dos artistas modernos de tornarem-se independentes das instituies

    estabelecidas. Ao pintar cenas da vida quotidiana, especialmente a dos bares e teatros locais, os

    impressionistas anteciparam o interesse da arte contempornea pela cultura popular. Retratando

    estradas de ferro, pontes e exemplos da nova arquitetura que usava o ferro, eles anunciaram o

    fascnio da arte contempornea pela tecnologia. Por serem os primeiros a usar novas tcnicasartsticas isto , aplicar a tinta com pinceladas pequenas e descontnuas e a intensificar

    http://3.bp.blogspot.com/-e5-b4wG128k/UFUFMfxyzzI/AAAAAAAAAiw/nbcHJyoUpcA/s1600/Renoir.jpghttp://4.bp.blogspot.com/-w_UlqVKI7dw/UFUEmbYc7BI/AAAAAAAAAio/J1VzQYvCCUk/s1600/Manet.jpg
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    suas cores, anteciparam o fascnio moderno pela originalidade. A exibio de obras executadas

    como pinturas acabadas, foraram o pblico a reconsiderar o esboo no mais como exerccio

    preliminar, mas como arte final e, dessa forma, antecipar a tendncia dos artistas

    contemporneos a ampliarem a definio de arte.

    O dia seguinte - Munch

    O grito - Munch

    EXPRESSIONISMO

    http://4.bp.blogspot.com/-swKSzum7uIg/UFUF2i4hH1I/AAAAAAAAAjA/PTeyi-6hcaE/s1600/M%C3%BCnch.pnghttp://1.bp.blogspot.com/--t3lMcK_uKA/UFUFz1e0s2I/AAAAAAAAAi4/2n_Qud0q7fI/s1600/Munch.jpg
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    Corrente artstica que, pela deformao ou exagero das figuras, buscava a expresso dos

    sentimentos e emoes do autor. Este movimento surgiu como reao aos modelos dominantes

    nas artes europias desde o Renascimento, particularmente nas ultrapassadas academias de

    Belas-Artes. O artista expressionista buscava a experincia emocional, preocupando-se mais

    com as emoes do observador do que com a realidade externa. Para aumentar a dramaticidadeda comunicao artstica, exageravam e, mesmo, distorciam os temas trabalhados.

    Embora o termo expressionismo no se aplicasse pintura antes de 1911, suas caractersticas se

    encontram nas criaes de quase todos os pases e perodos. Parte da arte chinesa e japonesa d

    mais importncia essncia do que aparncia fsica. Os grandes nomes da Europa medieval

    exageraram suas figuras nas igrejas romnicas e gticas, objetivando aumentar a carga espiritual

    de suas criaes. A intensidade expressiva, criada pela distoro, aparece tambm no sculo

    XVI nas obras de artistas maneiristas, como o pintor espanhol El Greco e o alemo Matthias

    Grnewald. Os autnticos precursores do expressionismo vanguardista apareceram no final do

    sculo XIX e comeo do XX. Entre eles destacam-se o pintor holands Vincent van Gogh, o

    francs Paul Gauguin e o noruegus Edvard Munch, que utilizavam cores violentas e linhas

    fortes para aumentar a intensidade de seus trabalhos.

    O grupo expressionista mais importante do sculo XX surgiu na Alemanha. Entre suas figuras de

    proa esto os pintores Ernst Ludwig Kirchner, Erich Heckel e Karl Schmidt-Rottluff, que

    fundaram em Dresde (1905) o grupo denominadoDie Brcke(A ponte). Em 1906, Emil Nolde

    e Max Pechstein aderiram ao movimento e, em 1910, Otto Mller. Em 1912, fizeram uma

    exposio coletiva aliados a um grupo de Munique denominadoDer Blaue Reiter(O cavaleiro

    azul), do qual faziam parte os pintores alemes Franz Marc, August Macke e HeinrichCampendonk, o suo Paul Klee e o russo Wassily Kandinsky. Esta primeira fase do

    Expressionismo Alemo foi marcada por uma viso satrica da burguesia e forte desejo de

    representar emoes subjetivas.Die Brckedissolveu-se em 1913, um ano antes do incio da

    I Guerra Mundial (1914-1918). Os Fauvistas particularmente o pintor francs Georges

    Braque e o espanhol Pablo Picassoinfluenciaram e foram influenciados pelo Expressionismo

    Alemo.

    A fase seguinte do Expressionismo se chamouDie neue Sachlichkeit(Nova Objetividade) e

    surgiu junto com a desiluso reinante aps a I Guerra Mundial. Fundada por Otto Dix e George

    Grosz, foi marcada pelo pessimismo existencial e por uma atitude irnica e cnica diante da

    sociedade. Este perodo do Expressionismo transformou-se em movimento internacional,

    podendo-se perceber a influncia dos alemes no trabalho de artistas de vrias partes do mundo,

    entre eles, os austracos Oskar Kokoschka e Egon Schiele, os franceses Georges Rouault, Cham

    Soutine, o blgaro nacionalizado francs Jules Pascin e o norte-americano Max Weber.

    Na Amrica Latina, o principal nome do Expressionismo o equatoriano Oswaldo Guayasamn

    que, influenciado pelos muralistas mexicanos, utilizou esta esttica para retratar a realidade dos

    indgenas do seu pas. Na Espanha, o Expressionismo teve forte cunho social e seus nomes mais

    importantes so Jos Gutierrez Solana, Benjamn Palencia, Pancho Cosso, Francisco Mateos,Rafael Zabaleta e Eduardo Vicente.

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    No Brasil destacam-se Antonio Garcia Bento, Benedito Calixto de Jesus, Lasar Segal, pintor da

    dor e sofrimento humanos, e Anita Malfatti, que modernizou a pintura brasileira com temas

    nacionalistas, entre eles O Tropical,de 1916.

    CUBISMO

    http://2.bp.blogspot.com/-1xj2SRspSTg/UFUGZ8msk_I/AAAAAAAAAjQ/tfwJSN46nkA/s1600/Braque.jpghttp://4.bp.blogspot.com/-HQovgOIIRWQ/UFUGYowpaeI/AAAAAAAAAjI/9DPud09WjMc/s1600/Picasso.jpg
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    Pablo Picasso, amigo e rival de Matisse, tambm inventou um novo estilo de pintura que

    enfocava as linhas, mais do que as cores. A arte de Picasso sofreu uma transformao radical

    por volta de 1907, quando ele decidiu incorporar sua pintura alguns elementos estilsticos da

    escultura africana. Ao contrrio da imagem agradvel da classe mdia de Matisse, a pinturaAs

    senhoritas de Avignon(1907, Museu de Arte Moderna, Nova York) violenta a forma humanaatravs de simplificaes, de combinaes de cores violentas e arbitrrias e de distores

    extremas da anatomia e das propores humanas. O espao da pintura, contudo, no segue a

    lgica da perspectiva, com seu sistema tradicional de retratar a profundidade em uma pintura e,

    to fragmentado, que se torna difcil perceb-lo claramente.

    A violncia inerente Senhoritas de Picasso, porm, abriu caminho para suas pinturas mais

    meditativas, comoMa Jolie (1912, Museu de Arte Moderna, Nova York). Neste e em outros

    exemplos do cubismo analtico,o tema em geral, um retrato ou uma imagem de natureza

    morta fragmentado em uma srie de intersees e cruzamentos de planos geomtricos.

    Percebe-se a influncia de Czanne nessa fragmentao, assim como a paixo de Picasso pela

    ambigidade e pela unio de opostos. O slido e o vazio, o indivduo e o meio ambiente, o

    primeiro e o segundo plano se interpenetram num desafio lgica da pintura tradicional e

    lgica da experincia quotidiana.Ma Jolie foi pintada em tons de cinza e marrom, pouco

    gritantes. Essa ausncia de cor caracterstica do cubismo analtico, assim como o uso de letras.

    As palavras ma jolie (que significam, em francs, minha linda) aparecem na parte inferior da

    tela, fazendo referncia a uma msica popular da poca e reforando o vnculo entre a arte

    contempornea e a cultura popular.

    Mais tarde, Picasso reforou esses vnculos na telaNatureza morta com cadeira de palha (1912,Museu Picasso, Paris), onde o artista colou um pedao de tecido oleado no desenho de um

    encosto de palha entrelaada de uma cadeira. Esse foi um dos primeiros exemplos de colagem,

    uma violao das tcnicas tradicionais de pintura atravs da incluso de materiais estranhos.

    Aps as experimentaes cubistas de Picasso e de seu colega francs, Georges Braque, nenhum

    material voltou a ser considerado estranho arte. Isso possibilitou que ela se redefinisse

    constantemente com o decorrer do sculo.

    O cubismo de Picasso mostrou-se notavelmente influente. Vrios artistas franceses, como Albert

    Gleizes, Jean Metzinger, Robert Delaunay, Fernand Lger e Juan Gris, foram influenciados por

    ele em suas criaes. Ao usarem esse estilo para glorificar a relao da vida moderna com a

    tecnologia, diferenciaram suas obras das de Picasso e Braque. Lger, por exemplo, simplificou

    as formas emA cidade (1919, Philadelphia Museum of Art, Pensilvnia), transformando-as em

    reas coloridas planas ou em cubos ou cilindros tridimensionais. Nesta obra, a viso pessoal e

    sutil de Picasso quanto ao cubismo levou viso mais mecnica e impessoal de Lger. A

    mudana reflete uma crena poltica contempornea segundo a qual a personalidade individual

    deveria subordinar-se s exigncias da sociedade como um todo. A obraA cidade a viso de

    Lger de uma comunidade ideal ou utpica, onde h a integrao da humanidade com a

    mquina.

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    SURREALISMO

    A crtica radical arte e razo feita pelos dadastas teve um efeito forte sobre um movimento

    artstico e literrio criado em 1924, o surrealismo. Os surrealistas, porm, queriam dar uma

    conotao mais positiva mensagem pessimista do dadasmo. Inspiravam-se na obra de Freud,

    que argumentava que a mente humana se dividia entre o consciente e o inconsciente inacessvel,

    onde os desejos, sentimentos e pensamentos mais profundos de uma pessoa esto reprimidos.

    Os surrealistas procuraram alcanar esses desejos e sentimentos particulares atravs de imagens

    onricas, de associaes aleatrias de palavras e da arte. Entre os artistas que buscavam

    maneiras de ter acesso ao inconsciente encontravam-se Andr Breton, Andr Masson e Yves

    Tanguy, da Frana; Ren Magritte, da Blgica; Joan Mir e Salvador Dal, da Espanha; e MaxErnst, da Alemanha.

    http://2.bp.blogspot.com/-E-j6dSxqKdU/UFUGuUb86wI/AAAAAAAAAjg/Jche27pJ1p0/s1600/Matisse.jpghttp://3.bp.blogspot.com/-7OL_yl1O-N8/UFUGs3majGI/AAAAAAAAAjY/dZN2VZ1WpIM/s1600/Dal%C3%AD.jpg
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    Dois estilos distintos surgiram dentro do surrealismo. Alguns artistas, como Dal e Magritte,

    tentaram criar imagens onricas ao retratar objetos de forma precisa, mas fazendo justaposies

    de maneira irracional. Um exemplo dessa estratgia A persistncia da memria(1931, Museu

    de Arte Moderna, Nova York), de Dal. Nessa pintura, relgios de bolso pendem, amolecidos,

    de um galho morto, enquanto insetos, um tampo de mesa e um rosto distorcido se encontram emuma paisagem rida que leva a penhascos e um litoral. A combinao desses elementos

    incoerentes sugere uma alternativa, ou uma sub-realidade, conforme o nome do movimento

    indica.

    Outros surrealistas tentaram deixar que a mo passeasse sobre a superfcie da tela sem nenhum

    controle consciente, uma tcnica por eles denominada automatismo. Eles concluram que, se

    fosse possvel diminuir o controle do consciente, o inconsciente poderia comear a se

    manifestar. As linhas da pintura passariam a ser motivadas no mais pelo consciente, que segue

    convenes sociais e treinamento, mas pelo forte armazenamento de emoes escondidas no

    inconsciente. O automatismo teve incio junto aos surrealista parisienses, como Picabia, Arp e

    Masson, mas na dcada de 1940 ganhou forte adeso em Nova York e em Montreal, no Canad.

    A obraPnico (1963, Museu Nacional de Arte Moderna, Paris), de Andr Masson, mais

    abstrata que as imagens onricas de Dal, ainda que convide o observador a examinar suas

    superfcies complexas em busca de pistas visuais que levem a significados ocultos. Talvez

    Masson no tenha tido a inteno de transmitir esses significados, mas acreditava que eles

    deviam estar relacionados a suas emoes e desejos mais ntimos.

    http://3.bp.blogspot.com/-4op_Eh4pVBk/UFUHEXiYBHI/AAAAAAAAAjo/Sc3AuLikSj0/s1600/Andy.jpg
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    POP ART

    movimento da arte pop da dcada de 1960 se inspirou nos objetos do cotidiano usados por Johns e

    Rauschenberg. Os artistas pop, como os americanos Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Claes

    Oldenburg, James Rosenquist e Tom Wesselman, estabeleceram um forte vnculo entre a arte da

    elite e a cultura popular. EmWhaam! (1963, Tate Gallery, Londres), Lichtenstein produziu um

    tipo de arte a partir de um tema jamais associado elite: as histrias em quadrinhos.

    Lichtenstein reproduziu as tiras de histrias, inclusive os pontos mecnicos criados pelo

    processo de impresso. Mas o aspecto mais original na imagem de Lichtenstein foi o fato deque, uma vez separados, os quadrinhos j no contavam mais uma histria. Fora de contexto, a

    imagem tinha sua prpria fora abstrata. Alm disso, os pontos impressos mquina ganharam

    uma nova nitidez ao serem pintados a mo por Lichtenstein.

    Andy Warhol preferiu adotar outra estratgia. Como Judd, freqentemente delegava a execuo

    de suas peas a assistentes. Em suaBomba atmica (1965, Saatchi Collection, Londres) e em

    peas semelhantes que mostram batidas de carro e cadeiras eltricas, Warhol reproduziu

    repetidamente imagens chocantes retiradas de um jornal. Essas obras demonstraram como a

    repetio, possibilitada pelas tcnicas de reproduo mecnica, s vezes pode deixar o pblico

    insensvel em relao ao contedo de uma imagem.

    http://3.bp.blogspot.com/-JlJ3zwgzkvs/UFUHFyhcz2I/AAAAAAAAAjw/1iCse3gLUOw/s1600/Lichtenstein.jpg
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    Harran II - Frank Stella

    MINIMALISMO

    As listras da bandeira de Johns influenciaram de forma marcante Frank Stella, um artista cujo

    estilo ajudou a dar incio a um movimento completamente diferente: a arte minimalista. Ele

    eliminou qualquer referncia a objetos do cotidiano, mas manteve o conceito de repetio que

    h nas bandeiras de Johns. Em The Marriage of Reason and Squalor (1959, Museu de Arte

    Moderna, Nova York), pintou um padro de listras finas em tecido, brancas e simtricas e

    precisamente mensuradas em uma tela preta, usando a repetio como sua maneira de compor a

    imagem. Uma vez que tivesse definido uma unidade modular (a listra), simplesmente repetia

    essa unidade por toda a tela. Abandonou o mtodo tradicional de compor a pintura, em que o

    artista adiciona aos poucos elementos que do equilbrio imagem, e adotou um mtodo atravs

    do qual a pintura virtualmente pinta a si mesma. Ao ser perguntado quanto ao contedo de sua

    obra, Stella respondeu: "O que voc v o que voc v", querendo dizer que a experincia

    visual da obra era o aspecto mais significativo, e que as tentativas de inferir qualquer significado

    no eram o ponto essencial da questo.

    Outra figura chave no movimento minimalista foi o escultor Donald Judd. Como Stella, usou em

    suas esculturas o artifcio minimalista da repetio. Muitas dessas obras consistem em sries de

    caixas idnticas e intercambiveis, feitas de materiais industriais como o ao e plexiglas. Alm

    disso, Judd eliminou todo o contedo emocional de sua obra ao passar para engenheiros eartesos a tarefa de construir suas esculturas. Outros artistas minimalistas importantes foram os

    americanos Carl Andre, Robert Morris e Dan Flavin.

    http://3.bp.blogspot.com/-CXMXVurTjzQ/UFUIFiZguSI/AAAAAAAAAj4/TcTQLnUlgW8/s1600/frankStella2.jpg
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    One and three chairs - Joseph Kosuth

    A fonte - Marcel Duchamp

    ARTE CONCEITUAL

    Os artistas performticos iniciaram o processo de separao entre a arte e a criao de um objeto

    fsico. O movimento da arte conceitual adotou esse impulso em sua concluso lgica. Em

    meados da dcada de 1960, os artistas conceituais comearam a produzir obras de arte

    indistingveis das idias responsveis por sua existncia. A obra One and Three Chairs (1970,Museu de Arte Moderna, Nova York), do artista conceitual americano Joseph Kosuth, um

    exemplo do que ele denominava "arte como idia como idia". Kosuth justaps uma cadeira de

    verdade, uma foto de uma cadeira e uma definio por escrito do termo cadeira retirada de um

    dicionrio e, com isso, chamou ateno para a distino entre realidade e representao e entre

    representao e linguagem.

    Outros artistas conceituais queriam que sua arte tivesse mais contedo poltico do que apenas

    filosfico. EmDireito vida (1979, acervo particular), o artista alemo Hans Haacke reproduziu

    uma conhecida propaganda de xampu que mostrava uma jovem com cabelo brilhante. Abaixo

    da reproduo, Haacke afixou o regulamento do fabricante em relao aos riscos que as

    http://2.bp.blogspot.com/-NOCFI1603DA/UFUNIFrzMTI/AAAAAAAAAkQ/rPjhj65xmjA/s1600/Duchamp.jpghttp://4.bp.blogspot.com/-SoVHSifRRMI/UFUKVyQCpdI/AAAAAAAAAkA/FXUkK7lJc1c/s1600/Kosuth.jpg
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    funcionrias prximas poca de entrar em trabalho de parto sofriam ao serem expostas a

    substncias qumicas txicas. Esse regulamento isentava a empresa de responsabilidade caso

    essas mulheres gerassem filhos com deficincias. Tambm declarava que essas mulheres tinham

    o direito de pedir demisso, de aceitar exercerem outras funes na mesma empresa, mas que

    pagavam salrios mais baixos, ou de serem esterilizadas. A legenda de Haacke repetia o nomeda empresa e adicionava o comentrio sarcstico: "Onde as mulheres tm escolha".

    Spiral Jetty - Smithson

    NOVAS FORMAS DE ARTE

    Nas dcadas de 1960 e de 1970, vrios movimentos surgiram para tentar libertar a arte da

    influncia do mercado artstico, sistema no qual as obras de arte se transformavam em

    mercadorias para serem compradas e vendidas como investimento financeiro. Um grupo de

    artistas, s vezes chamado de ps-minimalista, queria criar formas que tivessem um perodo de

    vida curto demais para serem vendidas. O escultor Richard Serra, por exemplo, jogou chumboderretido em um canto da Galeria Leo Castelli, em Nova York, para uma srie de obras

    chamada Splashing (1968). Seu objetivo no era apenas produzir uma arte efmera, que no

    fosse vendvel, mas tambm expressar as propriedades inerentes do metal lquido, que passaram

    a ser visveis apenas quando esse material entrou em atividade.

    Os artistas Robert Smithson, Michael Heizer, Walter De Maria e Nancy Holt tambm se

    engajaram no movimento de incorporar as foras da natureza uma obra de arte. Esses artistas

    decidiram levar suas obras para o ar livre e criar o que ficou conhecido como earthworks. Ao

    invs de pincis ou lpis, usavam mquinas de terraplanagem e outros equipamentos para

    transformar a terra em formas esculturais gigantescas. A obra Spiral Jetty(1970), de Smithson,

    http://4.bp.blogspot.com/-q1Bm5h9tH1A/UFUL8MRuXFI/AAAAAAAAAkI/lIFzzJwksyk/s1600/smitshon.jpg
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    por exemplo, era uma gigantesca espiral de terra, pedra e cristais salinos que se estendia nas

    margens do Grande Lago Salgado, em Utah. Essaobra no era apenas grande demais para ser

    comprada ou vendida, como tambm vulnervel s foras da natureza, como a chuva, o vento e

    a eroso.

    Transfixed - Chris Burden

    How to explain pictures to a dead hare - Joseph Beuys

    http://3.bp.blogspot.com/-ohmCaXPLQ3s/UFUOk1777WI/AAAAAAAAAkY/EOv2UOS34_0/s1600/Beuys.jpghttp://4.bp.blogspot.com/-wK4fwuPCBQQ/UFUPlh44Q3I/AAAAAAAAAkg/O1gtv665u9A/s1600/burden62.jpg
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    A PERFORMANCE

    movimento deperformancesurgiu no incio da dcada de 1960 com o objetivo de acabar com as

    foras de mercado controladoras da arte e inspirado pelasperformancesdadastas existentes haproximadamente 40 anos. Allan Kaprow, Vito Acconci, Chris Burden e Carolee Schneeman

    foram alguns dos artistas que criaram os happenings. Essas apresentaes ou eventos sem

    ensaio, onde quase sempre se esperava a participao da platia, tinham como objetivo romper

    as fronteiras entre a arte e a vida cotidiana. Na Alemanha, um grupo de artistas internacionais

    que se autodenominava Fluxus tinha objetivos semelhantes. O Fluxus foi fundado em 1961 pelo

    artista americano George Maciunas, o americano de origem coreana Nam June Paik e o artista

    alemo Wolf Vostell.

    Joseph Beuys, um escultor e artista performtico alemo, foi um dos membros mais importantes

    do Fluxus. Dentro do esprito do dadasmo, suas demonstraes eram quase sempre

    intencionalmente absurdas, como a sua sugesto de que o Muro de Berlim deveria ganhar

    alguns centmetros de altura para ficar mais proporcional, ou a sua tentativa de fundar partidos

    polticos para os animais. EmHow to Explain Pictures to a Dead Hare (1965), Beuys amarrou

    um pedao de feltro na sola de um dos ps e um pedao de metal na outra. Em seguida cobriu a

    cabea com uma folha dourada e comeou a dar explicaes sobre obras de arte a uma lebre

    morta que embalava nos braos. Por trs desses evidentes absurdos, existiam questes mais

    srias, que discutiam quais eram os limites entre a vida e a morte, entre o ser humano e os

    animais, o racional e o irracional e, finalmente, entre a arte e a platia.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. So Paulo: Companhia das Letras, 1992.

    BAUNGART, Fritz. Breve histria da arte. So Paulo: Martins Fontes, 1999.

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    BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo, vrtice e ruptura do projeto construtivista brasileiro.

    So Paulo: Cosac & Naify, 1999.

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    USP, 1996.

    WOLFFLIN, Heinrich. Conceitos Fundamentais da Historia da Arte: o problema da

    evoluo dos estilos na arte mais recente. So Paulo: Martins Fontes,1989.

    OBS: As fotos utilizadas para ilustrar esta apostila at o neoclassicismo so do acervo pessoal e

    o restante de domnio pblico. Pede-se que sejam dados os devidos crditos de texto e imagens.