Apostila de GeoInformação

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DCT - DSG 1 a DIVISÃO DE LEVANTAMENTO (Comissão da Carta Geral do Brasil/1903) DIVISÃO DE LEVANTAMENTO GENERAL AUGUSTO TASSO FRAGOSO ESTÁGIO DE GEOINFORMAÇÃO MATERIAL DIDÁTICO PORTO ALEGRE 2015

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Curso ministrado pela 1ª Divisão de Levantamento em maio de 2015. Aborda as área de Cartografia Básica, Geodésia Básica, PDI, Imagens aéreas e SIG.

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  • MINISTRIO DA DEFESAEXRCITO BRASILEIRO

    DCT - DSG1a DIVISO DE LEVANTAMENTO

    (Comisso da Carta Geral do Brasil/1903)DIVISO DE LEVANTAMENTO GENERAL AUGUSTO TASSO FRAGOSO

    ESTGIO DE GEOINFORMAO

    MATERIAL DIDTICO

    PORTO ALEGRE 2015

  • MARCIS GUALBERTO MENDONA JUNIOR - Ten Cel Chefe da 1 Diviso de Levantamento

    RICARDO VIEIRA DA SILVA MajChefe da Sub Diviso Tcnica

    ANGELO CANTALUPPI SILVESTRI DE FREITAS - Cap Comandante do Peloto de Aquisio de Dados GeoEspaciais

    ESTGIO DE GEOINFORMAO

    PORTO ALEGRE 2015

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  • EQUIPE TCNICA

    CHEFE DA 1 DL: TEN CEL MARCIS GUALBERTO MENDONA JUNIOR

    COORDENADOR DO ESTGIO: CAP ANGELO CANTALUPPI SILVESTRI DE FREITAS

    AUXILIAR DO ESTGIO: 2 SGT RODRIGO DA SILVA FERRAZ

    ELABORAO DO MATERIAL: CAP ANGELO CANTALUPPI SILVESTRI DE FREITAS

    CAP PEDRO REIS GOMES DA SILVA

    1 TEN CARLOS EDUARDO GUEDES

    2 SGT RODRIGO DA SILVA FERRAZ

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  • RELAO DE ASSUNTOS

    1 GEODSIA 5

    1.1 INTRODUO 5

    1. 2 DEFINIES 6

    1.3 MODELAGEM 7

    1.4 SISTEMAS GEODSICOS DE REFERNCIA 11

    1.5 ELEMENTOS DE UMA MEDIDA 12

    1.6 LEVANTAMENTOS GEODSICOS 12

    1.7 GNSS (GLOBAL NAVIGATION SATELLITE SYSTEM) OU SISTEMASGLOBAIS DE NAVEGAO POR SATLITE

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    1.8 APLICAES 15

    1.9 ACURCIA E PRECISO 16

    2 - CARTOGRAFIA BSICA 18

    2.1 ESCALAS DE REPRESENTAO 18

    2.2 PROJEES CARTOGRFICAS 19

    2.3 CARTA INTERNACIONAL AO MILIONSIMO 22

    2.4 GEORREFERENCIAMENTO 23

    2.5 BANCO DE DADOS GEOGRFICOS DO EXRCITO 24

    3 PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS 25

    3.1 - CONCEITOS SOBRE IMAGENS 253.2 - PROPRIEDADES DAS IMAGENS 26

    3.3 - PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS 32

    3.4 - ORTORETIFICAO DE IMAGENS 35

    4 - MODELOS DIGITAIS DE ELEVAO 36

    4.1 - TCNINAS DE OBTENO DE MODELO DIGITAL DE ELEVAO 38

    4.2 PRODUTOS GERADOS A PARTIR DE UM MDE 40

    5 - SISTEMA DE INFORMAES GEOGRFICAS 44

    5.1 FUNCIONALIDADES DE UM SIG 47

    5.2 ANLISES ESPACIAIS 47

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 52

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  • 1 GEODSIA

    1.1 INTRODUO

    A determinao das dimenses da Terra uma questo antiga, que se relacionadiretamente com a evoluo humana e sua peregrinao pelo planeta. Em 240 A.C., Erasttenesde Cirene, curador da Biblioteca de Alexandria, calculou o raio aproximado do planeta medindoas sombras dentro de poos em Siena e Alexandria.

    Atualmente existem mtodos modernos capazes de calcular as dimenses da Terra deforma mais acurada, utilizando a Geodsia. Alm de dimenses geomtricas, a Geodsia seocupa em estudos e medies gravimtricas, bem como as variaes desses parmetros ao longodo espao e do tempo.

    Para auxiliar os trabalhos relacionados Geodsia, so implantados em solo firme, aolongo do territrio nacional, pilares de concreto com uma chapa de metal com uma identificaodo ponto, denominados marcos geodsicos.

    Figura 1.1: Marco Geodsico.

    Figura 1.2: Marco Geodsico em Porto Alegre.

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  • Figura 1.3: Marco Geodsico de concreto.

    1. 2 DEFINIES

    1.2.1 GEODSIA: a cincia que estuda a determinao da forma e das dimenses daTerra, bem como seu campo de gravidade e suas variaes no espao-tempo.

    O estudo das variaes no espao-tempo se deve ao fato do Universo no ser esttico,estando o seu material sujeito variao de posio e composio ao longo do tempo.

    1.2.2 TOPOGRAFIA: a simplificao da Geodsia. Ela se ocupa em determinaranaliticamente as medidas de rea e permetro, orientao, variaes no relevo e seus derivados,bem como represent-las graficamente em cartas topogrficas.

    Apesar de Geodsia e Topografia utilizarem equipamentos semelhantes, elas no devemser confundidas, pois a Topografia no considera a esfericidade do planeta nos clculos dedistncia.

    A escolha entre Geodsia ou Topografia baseada na acurcia necessria no trabalho.

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  • 1.3 MODELAGEM

    Vista por um observador no espao, a Terra pode parecer uma esfera perfeita.

    Figura 1.4: Terra visto por um observador externo.

    Mas ao nos aproximarmos dela:

    Figura 1.5: Ondulaes antrpicas na Terra.

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  • Figura 1.6: Ondulaes naturais na Terra.

    Percebemos que ela cheia de irregularidades e imperfeies em sua superfcie, sejamelas provocadas por fatores antrpicos tais como edificaes e pontes, ou provocadas por fatoresnaturais como a ao de chuvas, ventos e foras gravitacionais ao longo do tempo.

    A Terra possui um formato ligeiramente achatado nos polos, e a Geodsia usada paradescobrir e estudar esses comportamentos e suas consequncias. O formato da Terra advm dasua poca de formao, na qual foram aglutinados materiais com densidades diferentes em seuinterior, resultando em foras de atrao variveis ao longo da sua superfcie. As regiessubmetidas s maiores foras de atrao (polos) sofreram uma contrao, resultando noachatamento observado atualmente.

    Uma vez que a gravidade exerce influncia sobre o formato do planeta, ela deve ser objetode estudo da Geodsia. A Geodsia estuda o campo de gravidade do nosso Planeta, e suasvariaes no espao-tempo. Na regio do oceano, o campo de gravidade aproximadamenteconstante, porm no continente ele sofre variaes de acordo com a composio e a densidade domaterial existente na e sob a superfcie terrestre.

    Para as aplicaes atuais, necessrio representar matematicamente o planeta,conjugando simplicidade e acurcia, de tal modo que os sistemas computacionais no sejamsobrecarregados com modelos complexos e que as coordenadas calculadas sejam acuradas.

    So 3 (trs) as superfcies levadas em considerao para a maioria dos trabalhos deGeodsia: a Superfcie Terrestre, a Superfcie Fsica e a Superfcie Matemtica.

    1.3.1 SUPERFCIE TERRESTRE OU SUPERFCIE TOPOGRFICA

    A superfcie terrestre aquela sobre a qual vivemos, com todos os acidentes geogrficos,ondulaes da terra e construes humanas. Pretende-se chegar em um modelo que permitarealizar as aplicaes nessa superfcie, pois nela que so feitas todas as observaes (medies),navegaes, projetadas as construes e instalados os marcos geodsicos.

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  • Figura 1.7: Superfcie Terrestre.

    1.3.2 SUPERFCIE FSICA OU GEOIDE

    Uma superfcie que possua, em todos os seus pontos, o mesmo valor de uma determinadagrandeza fsica potencial genrica, denominada superfcie equipotencial. Quando se trata depotencial gravitacional essa superfcie equipotencial chamada de geope.

    Dentre os infinitos geopes, aquele que possui o potencial do nvel mdio dos mares leva onome de Geoide.

    A figura abaixo uma representao exagerada do Geoide para facilitar a visualizao dasondulaes. As cores frias representam depresses e as quentes representam elevaes.

    Figura 1.8: Representao exagerada do Geoide.

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  • Essa superfcie corresponde, aproximadamente, ao nvel mdio dos mares e sofreondulaes nas regies continentais, devido presena de massas adversas na superfcie e nointerior da Terra, tais como petrleo, gs natural, minerais, entre outros.

    Para modelar o Geoide levam-se em conta diversos fatores que influenciam o campogravitacional (Sol, Lua, mars, giro do planeta, etc). Como foram considerados fatores fsicospara modelar o Geoide, essa superfcie tambm conhecida por Superfcie Fsica.

    1.3.3 SUPERFCIE MATEMTICA OU GEOMTRICA

    As imperfeies do Geoide dificultam a sua modelagem matemtica, o que gera anecessidade de adotar uma superfcie matemtica com menores variaes geomtricas (maissuave), possibilitando a execuo de operaes matemticas e com formato mais prximo aoGeoide. Essa superfcie matemtica chamada Elipsoide de Revoluo, ou apenas Elipsoide.

    Essa superfcie encontrada a partir da revoluo de uma elipse em torno de seu eixo-menor. sobre o elipsoide que so feitos os clculos, e a sua execuo ainda complexa, pormmais simples do que sobre o Geoide. Define-se um elipsoide por meio de duas grandezasmatemticas: o eixo-maior (a) e o eixo-menor (b).

    Figura 1.9: Representao exagerada do Elipsoide de Revoluo.

    A proximidade geomtrica entre o Elipside e o Geide importante, pois aproxima, ouafasta, os clculos das observaes (medies). Como o Geide dependente da Terra e oElipside um modelo matemtico (conceitual), pode-se variar a forma como essas duassuperfcies se relacionam.

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  • Antes do emprego de sistemas satelitais de posicionamento era comum posicionar oElipside o mais prximo possvel da poro da superfcie terrestre de interesse. A consequnciadisso era que cada pas adotava um Elipside diferente e o posicionava prximo ao Geide emseu territrio.

    A partir dos anos 1980, com a adoo dos sistemas satelitais de posicionamento comeou-se a adotar a mesma origem para o Elipside e o Geide (centro de massa da Terra). Isso foinecessrio porque o sistema de navegao deveria ser usado em todo o mundo, ao mesmo tempo,sem predileo de um ponto/poro especfico.

    1.4 SISTEMAS GEODSICOS DE REFERNCIA

    Ao escolhermos o formato, o tamanho e a posio do Elipside em relao ao Geide euma origem (Datum origem em latim), definimos um Sistema Geodsico de Referncia. Asposies no Elipside so expressas em coordenadas, as quais podem estar em um SistemaCartesiano Tridimensional (X,Y,Z) ou em um Sistema Angular (Latitude, Longitude).

    Figura 1.10: Sistemas Cartesiano Tridimensional ( esquerda) e Angular ( direita).

    Os sistemas podem ser classificados quanto orientao de seu Elipside em dois grupos,Geocntrico e Topocntrico.

    1.4.1 SISTEMA GEOCNTRICO

    No sistema geocntrico, o centro do Elipside coincide com o centro de massa da Terra,desse modo o sistema capaz de ter abrangncia em todo o planeta e ser usado em sistemas denavegao globais, tais como o GPS, GLONASS e Galileo.

    Exemplos de Sistemas Geodsicos de Referncia Geoctricos so:- SIRGAS 2000,4: utilizado nas Amricas do Norte, do Sul e Central. Desde 25 de fevereiro, osistema geodsico oficial adotado pelo Brasil o SIRGAS 2000,4, conforme Portaria 1/2005, de25/02/2005 IBGE.- WGS 84: utilizado nos sistemas GPS em qualquer parte do mundo.

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  • 1.4.2 SISTEMA TOPOCNTRICO

    Os sistemas topocntricos so aqueles nos quais a origem do sistema est na superfcie daTerra, esse sistema faz com que a Superfcie Geomtrica seja mais aderente a pequenas poresda superfcie terrestre. Esse tipo de sistema se limita a resolver problemas locais, possuindomaior acurcia do que os sistemas geocntricos.

    1.5 ELEMENTOS DE UMA MEDIDA

    Os elementos de uma medida so: mtodo de clculo, instrumento e observador. Aorealizarmos uma medida, se substituirmos algum dos elementos, a prxima observao da medidaser diferente. Como o objeto observado o mesmo, infere-se que h um erro nas medies.

    Em medies estatsticas, ser observado esse erro mesmo se os elementos da medidaforem mantidos. Ao se realizar mais de uma medio em um levantamento geodsico, comumexistir uma diferena nas medidas. Isso se deve s influncias do meio que cerca a realizao dasmedidas, o que infere o carter estatstico ao levantamento geodsico.

    Para se fazer uma lapidao do resultado, preciso repetir o processo de medio vriasvezes para que se realize um estudo sobre os dados obtidos e minimize o erro. Esse erro comumente classificado em 3 (trs) tipos:

    - erros sistemticos (tendncias): erros que existem em todas as medidas com a mesmaintensidade e no mesmo sentido, por exemplo uma balana que acusa sempre 1 kg a mais.

    - erros aleatrios: so erros em que a direo e a intensidade so desconhecidos e variveis. Soos erros mais importantes porque so os que mais afetam as medies e os mais difceis deidentificar.

    - erros grosseiros: so os erros ocasionados por impercia, imprudncia ou negligncia dooperador, por exemplo anotar um zero a menos em uma medida.

    De fato, pela natureza estatstica da medio, no possvel medir o valor exato (seja namedio planimtrica, altimtrica ou gravimtrica). Por isso so buscados valores de correespara que seja calculado o valor mais provvel, ou seja, mais acurado.

    1.6 LEVANTAMENTOS GEODSICOS

    Define-se Levantamento Geodsico como a obteno das coordenadas de um ponto emum Sistema Geodsico de Referncia a partir de observaes de efemrides transmitidas.

    As efemrides transmitidas so um conjunto de parmetros utilizados para corrigir otempo do relgio dos satlites, determinar a rbita do satlite e os parmetros perturbadores dessarbita, desse modo possvel calcular o tempo GPS de cada satlite e suas coordenadas. Aexecuo de um Levantamento Geodsico no territrio brasileiro deve seguir normas, critrios etolerncias previstas por rgo competente (IBGE).

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  • Figura 1.11: Receptor GPS executando levantamento geodsico.

    1.7 GNSS (GLOBAL NAVIGATION SATELLITE SYSTEM) OU SISTEMAS GLOBAISDE NAVEGAO POR SATLITE

    No espao ao redor do planeta Terra existe uma constelao de satlites usados paravrios fins, por exemplo comunicao, imageamento, meteorologia, observao do universo,navegao, etc. Para esse estgio, sero abordados apenas os satlites de navegao, os quaisservem para determinar a localizao de um receptor na superfcie do planeta.

    Figura 1.12: Satlites GNSS ao redor da Terra.

    Quanto maior o nmero de satlites visveis ao observador, melhor e mais rpida ser adeterminao das coordenadas. Esse detalhe se torna importante ao se realizar a navegao dentro

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  • de grandes centros urbanos com prdios altos, os quais dificultam o recebimento de informaodos satlites.

    Existem vrios sistemas de posicionamento, cada um com a sua constelao de satlites esuas caractersticas. Alguns equipamentos receptores de sinal de posicionamento podem trabalharcom sinais de mais de um sistema e process-los simultaneamente para melhorar a qualidade daobservao. J existem alguns smartphones que so capazes de trabalhar com os sinais dossistemas GPS e GLONASS.

    Quando as coordenadas de um ponto so determinadas diretamente em relao a umreferencial geodsicos, tem-se o denominado Posicionamento Absoluto. Por outro lado, oPosicionamento Relativo ocorre quando as coordenadas so determinadas em relao a umvrtice com coordenadas conhecidas. (J.V.E. Bernardi e P.M.B. Landim, 2002)

    1.7.1 GPS (GLOBAL POSITIONING SYSTEM)

    O sistema mais conhecido e utilizado por todo o mundo est totalmente operacional desde1995. O sistema consiste em uma constelao de 24 satlites de domnio americano. Os satlitesGPS possuem uma altitude mdia de 20200 km e velocidade mdia de 11200 km/h.

    At meados de 2000 era embutido um erro induzido no sinal GPS (disponibilidadeseletiva, ou SA), tornando as medies feitas com aparelhos civis mais imprecisas, com um errode dezenas de metros. Hoje muito utilizado na aviao comercial e nas navegaes martima eterrestre, pois a SA foi desativada.

    Quando as coordenadas de um ponto so determinadas diretamente em relao a umreferencial geodsico, tem-se o denominado Posicionamento Absoluto. Por outro lado, oPosicionamento Relativo ocorre quando as coordenadas so determinadas em relao a umvrtice com coordenadas conhecidas. (J.V.E. Bernardi e P.M.B. Landim, 2002).

    O posicionamento absoluto tem acurcia de poucos metros, porm pode ser realizado umps-processamento com efemrides precisas fornecidas pelo IGS (International GNSS Service) eobter erros menores que 10 cm.

    1.7.2 GLONASS (Global Orbit Navigation Satellite System)

    Sistema de posicionamento russo, possui cobertura global e foi reativado em 2009. composto por 24 satlites em rbita, sendo 3 reservas. Foi inicialmente concebido com o objetivode ser uma alternativa ao GPS.

    O sistema operava com a transmisso dos cdigos CA e P, sendo o primeiro possuidor deuma preciso de 100m e o segundo 10m, restrito aos militares soviticos. Aps certo tempo, apreciso de 10 metros foi liberada para o pblico civil.

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  • 1.7.3 GALILEO

    Sistema europeu caracterizado por ser o nico sistema para fins civis. Seu primeirosatlite foi lanado em janeiro de 2006 e o projeto prev 30 satlites at 2020.

    No projeto, os satlites esto distribudos no espao de tal forma que garantam umamelhor visibilidade dos satlites para as latitudes mais elevadas, favorecendo o continenteeuropeu, porm seu sinal poder ser usado em todo o mundo. A altitude mdia dos satlites de23200 km.

    O Galileo fornecer posicionamento de baixa acurcia gratuitamente para todos osusurios, e o posicionamento de alta acurcia estar disponvel apenas para usurios que pagarempelos servios do sistema europeu.

    1.7.4 COMPASS OU BEIDOU-2

    Sistema de posicionamento militar chins, atualmente operacional e planejado para ficarpronto em 2020 com 35 satlites. Projetado para oferecer servios de posicionamento ao lesteasitico.

    1.7.5 IRNSS (INDIA REGIONAL NAVIGATION SATELLITE SYSTEM)Sistema em desenvolvimento, concebido com o intuito de incluir a ndia no seleto grupo

    dos pases que tm seu prprio sistema de posicionamento por satlites.

    1.8 APLICAES

    A Geodsia possui aplicaes em diversas reas como mapeamento, planejamento urbano,planejamento de grandes obras, demarcao de limites territoriais, cadastro, hidrologia,geografia, dentre outros.

    1.8.1 TIRO DE ARTILHARIA

    Tiros de artilharia podem alcanar distncias superiores a 15 km. Desse modo, asvariaes do mdulo e da direo da gravidade e seus efeitos no tiro passam a ser fatoresessenciais para a preciso do tiro. Do mesmo modo, a curvatura do planeta no pode mais serdesprezada para essas distncias, tornando necessrio o uso da Geodsia para o clculo datrajetria do tiro.

    1.8.2 NAVEGAO

    Navegao trata-se do posicionamento em tempo real durante um deslocamento.Para executar a navegao necessrio um receptor de sinal de satlites de navegao (GPS,Glonass, etc). O receptor mede o tempo gasto para o sinal percorrer a atmosfera e alcanar oobservador, realizando correes com as medies de diversos satlites simultaneamente, a fimde determinar a coordenada do local onde se encontra o receptor.

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  • 1.8.3 GRANDES OBRAS

    A construo de grandes obras como barragens e pontes necessitam estudos dascaractersticas do solo e da gua, bem como suas movimentaes ao longo do tempo. Alm disso,a posio de pontos estruturais dessas obras devem estar bem determinados para que a estruturano seja comprometida.

    1.8.4 DEMARCAO DE LIMITES

    Para demarcar os limites de uma organizao militar, cidade, estado ou pas, necessriorealizar um levantamento geodsico. Em alguns casos a demarcao envolve implantao emanuteno de marcos geodsicos. Em pases de dimenses continentais, como o Brasil, acorreta demarcao do territrio nacional deve ser uma atividade executada com padresrigorosos, a fim de se evitar erros no posicionamento dos marcos que definem os limites.

    1.8.5 GEORREFERENCIAMENTO DE IMVEIS RURAIS

    O Georreferenciamento de Imveis Rurais uma atividade necessria para aregularizao registral de imveis rurais. Consiste em referenciar os vrtices de seu permetro aoSistema Geodsico Brasileiro, definindo sua rea e sua posio geogrfica. Envolveplanejamento, demarcao, medio, relatrio tcnico e certificao junto ao INCRA do relatrioe do profissional responsvel pelo levantamento. Este rgo estabelece o erro mximo nadeterminao das coordenadas de cada vrtice como 50 cm, por isso necessrio o uso daGeodsia.

    O Georreferenciamento uma atividade obrigatria para todos os imveis rurais pblicos eprivados, inclusive reas patrimoniais da Unio jurisdicionadas ao Exrcito Brasileiro, emqualquer lugar do pas, inclusive as ocupaes incidentes em rea da Unio no mbito daAmaznia Legal. Seus prazos esto determinados no Decreto 7.620/11 e so:

    rea do imvel (ha) DataAcima de 250 Vigente

    Entre 100 e 250 20/11/2016Entre 25 e 100 20/11/2019Abaixo de 25 20/11/2023

    Tabela 1.1: Prazos para o Georreferenciamento de Imveis Rurais (INCRA).

    1.9 ACURCIA E PRECISO

    Ao longo do texto foram usados os termos acurcia e preciso diversas vezes, os quaisnem sempre so utilizados de maneira adequada nas literaturas nacional e internacional. Por isso,faz-se necessria uma anlise cuidadosa sobre esses termos, de modo a elucidarem possveisdvidas nos seus empregos e interpretaes.

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  • Acurcia o grau de proximidade de uma observao com seu valor verdadeiro, enquantopreciso o grau de proximidade de uma observao com sua mdia. (Mikhail e Ackermann,1976)

    importante observar que acurcia envolve os erros sistemticos e aleatrios, ao passoque o termo preciso envolve apenas os erros aleatrios, ou seja, a preciso um doscomponentes da acurcia. Toda medida acurada precisa, mas o contrrio nem sempre verdadeiro.

    Para ilustrar as definies de acurcia e preciso, ser utilizado o exemplo de tiro-ao-alvo.Cada figura representa os tiros de um determinado atirador em seu respectivo alvo.

    Figura 1.13: Alvos dos atiradores A ( esquerda) e B ( direita). Adaptado de ACURCIA E PRECISO: REVENDO OSCONCEITOS DE FORMA ACURADA, 2009.

    Pode-se inferir que os atiradores A e B so igualmente precisos, pois seus tiros(observaes) esto igualmente dispersos em relao media, porm o atirador A mais acuradoque o atirador B.

    Figura 1.14: Alvos dos atiradores C ( esquerda) e D ( direita). Adaptado de ACURCIA E PRECISO: REVENDO OSCONCEITOS DE FORMA ACURADA, 2009.

    Observa-se que a mdia dos tiros de ambos os atiradores coincide com o centro do alvo,caracterizando tendncia nula, dessa forma o atirador mais preciso ser o mais acurado.

    fcil observar que o atirador D mais preciso, uma vez que seus tiros esto menosdispersos, desse modo o atirador D mais acurado que o C.

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  • 2. CARTOGRAFIA BSICA

    O grande objetivo da cartografia representar a superfcie terrestre, de modo grfico ecom reduo de escala, mantendo claros os elementos cuja representao foram propostos. Paraisso, faz-se uso de mapas, cartas topogrficas, modelos digitais de elevao e superfcie, globos,fotografias areas e imagens de satlites. Dentre essas possibilidades, o mapa e a cartatopogrfica so as que mais se destacam, pois possuem as seguintes caractersticas:

    - Mapas: apresentam informaes sobre a distribuio espacial de fenmenos,explicitando as relaes espaciais entre esses fenmenos e apresentam, atravs medies, dadosnecessrios para anlises geoestatsticas e possuem carater ilustrativo.

    - Cartas: representam o plano em escala mdia ou grande, destacando aspectos artificiaise naturais de uma rea tomada da superfce. subdividida em folhas delimitadas pelos paralelose meridianos, possibilitando a avaliao de pormenores, com acurcia determinada que varia deacordo com a escala. Apresenta preciso controlada e determinada, possuindo carter prtico euso confivel em medies.

    2.1 ESCALAS DE REPRESENTAO

    uma relao numrica entre a carta e a realidade que ele representa. As escalas podemser representadas de diversas formas, podendo ser numrica e/ou grfica. A seguir seroapresentados os principais conceitos relativos escalas.

    Escala numrica - representada por uma frao na qual o numerador representa umadistncia no mapa, e o denominador, a distncia correspondente no terreno. Assim, escala (E) : E= d / D, onde: d a distncia entre dois pontos no mapa e D a distncia entre esses mesmos doispontos no terreno. Em uma escala 1/100.000, por exemplo, qualquer medida linear no mapa (d) ,no terreno (D), 100.000 vezes maior. A escala numrica pode ser representada por qualquer umadas seguintes formas: 1:100.000, 1/100.000, 1/100k, ou 1=100k.

    Escala grfica - a que representa as distncias no terreno sobre uma linha graduada.Normalmente, uma das pores da escala est dividida em dcimos, para que se possa medir asdistncias com maior preciso. mais indicada para se visualizar a escala e para medirdistncias. Pode-se tomar qualquer comprimento no mapa e l -lo na escala grfica emquilmetros, metros, etc. (Figura 1). Necessitando-se medir ao longo de uma estrada curva, usa-se um compasso ou instrumento chamado curvmetro.

    Figura 2.1: Escala grfica. Fonte: O Autor.

    No existe um melhor tipo de escala. A escolha da escala determinada em funo dafinalidade da carta e da convenincia da escala. Contudo, deve-se observar a preciso grfica,que a menor acurcia na medio em cartas, cujo valor de 0,2mm. No mapeamentosistemtico esse valor corresponde a 5m (1/25k), 10m (1/50k), 20m (1/100k) e 50m (1/250k).

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  • 2.2 PROJEES CARTOGRFICAS

    As projees cartogrficas so as formas de representar a terra, uma superfcie curva, emuma superfcie plana, ou seja, uma relao matemtica que conecta o mundo real (Terra) aomundo representado (carta). As projees so escolhidas de acordo com a finalidade e aplicaoda carta, sendo os principais tipos de projees a Cilndrica, a Cnica e a Azimutal, as quais estorepresentadas na figura a seguir.

    Figura 2.2 Tipos de projees. Fonte: http://saberesnet.webnode.pt/disciplinas/geografia.

    A Projeo Universal Transversa de Mercator (UTM), que utilizadainternacionalmente, tem como principais caractersticas a conservao dos ngulos, e com isso, aminimizao de todas as deformaes a nveis tolerveis, possuir o eixo do cilindro no plano doEquador, ter sobreposio de fusos nos plos (figura 3-b), ser representada em um sistemaorgonal e ser adotada pelo Sistema Cartogrfico Brasileiro. Ela emprega a projeo cilndricacom fusos de 6, gerados a partir de 60 cilindros secantes superfcie terrestre, conforme podeser observado na figura 2.3-a. Essa disposio faz com que as distncias de todas as zonas sejamsemelhantes s reais. A contagem dos fusos da projeo UTM se inicia no anti-meridiano aomeridiano de Greenwich, portanto no meridiano de 180. A figura 2.4 exibe a diviso dos fusosUTM, onde cada fuso corresponde 6 de longitude, sendo o fuso 1 limitado por 180 O e 174O, o fuso 30 por 6 O e 0 O, o fuso 31 por 0L e 6 L e o fuso 60 por 174 L e 180L. A figura2.5 exibe o esquema geral da projeo UTM.

    Figura 2.3: (a)Cilindros secantes ao Globo Terrestre e (b) Sobreposio de fusos nos plos. Fonte:http://www.leg.ufpr.br/lib/exe/fetch.php/disciplinas:verao2007.

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  • Figura 2.4- Sistema de Projeo UTM. Fonte: http://www.professores.uff.br/cristiane/Estudodirigido/Cartografia.htm.

    Figura 2.5: Esquema da projeo UTM. Fonte: http://www.leg.ufpr.br/lib/exe/fetch.php/disciplinas:verao2007.

    A partir do sistema UTM pode ser empregado o sistema de coordenadas planas, que um sistema cartesiano bidimensional (x,y), baseado na escolha de dois eixos perpendiculares(horizontal e vertical), cuja origem, que a interseo dos eixos, estabelecida como base paradeterminao de todos os outros pontos. A direita do meridiano central, as coordenadas E(longitude, X) so somadas a 500.000 e a esquerda, as coordenadas so subtradas de 500.000.No hemisfrio sul, as coordenadas N (latitude, Y) so subtradas de 10.000.000 e no hemisfrionorte so somadas a 0, tudo isso com a finalidade de se evitar valores negativos. Os fusos sonumerados sequencialmente no sentido anti-horrio a partir do meridiano de Greenwich. empregado para representar pequenas pores da superfcie terrestre, sendo contra-indicado paramapas e cartas de pequena escala, devido ao seu grande potencial de distores. No Brasil, osmapas construdos em escalas 1:250000 e maiores (por IBGE e DSG), se encontram em projeoUTM. No mapeamento municipal tambm utilizada a projeo UTM. importante salientarque essa projeo no d coordenadas cartesianas em metros, pois sua malha distorcida emrelao as direes N-S e E-O verdadeiras. A figura a seguir exemplifica o sistema decoordenadas planas a partir do cruzamento entre o meridiano de Greenwich com o Equador.

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  • Figura 2.6: Sistema de Coordenadas Planas. Fonte: O Autor.

    Apesar de ser utilizada mundialmente, a projeo UTM tem seus problemas, sendo omaior deles o fato dela dividir o globo em fusos de 6o de longitude, ou seja se necessitarmosmapear uma regio que se distribua no sentido leste-oeste e esta extenso ultrapasse 6, aprojeo UTM no pode mais ser utilizada. Com isso, cada fuso UTM uma projeo diferente,no podendo se unir mapas de dois fusos diferentes nesse sistema de projeo. Para contornaressa situao deve-se, em escalas grandes, usar uma sobreposio de 40 Km entre os fusos, paraevitar a necessidade de modificao do sistema de projeo, conforme mostrado na figura 7.Contudo, para grandes reas (escalas pequenas) necessria a troca de projeo.

    Figura 2.7: Unio de Zonas UTM. Fonte:http://www.igc.usp.br/pessoais/renatoalmeida/MapSed/Aula1%20cartografia.pdf.

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  • 2.3 CARTA INTERNACIONAL AO MILIONSIMO

    Definida a partir da Conferncia Tcnica das Naes Unidas em 1962, ela veio definirum esquema de representao terrestre na escala 1:1.000.000. Esta carta fornece informaessobre a posio da rea mapeada, gerando um padro mundial de referncias cartogrficas.

    A partir da Carta Internacional ao Milionsimo, a qual abrange reas de 4 de latitudepor 6 de longitude, correspondendo diviso do globo pela projeo UTM. As divises ocorremat os paralelos 88 Sul e Norte, com as zonas denominadas pelas letras de A at V, partindo doequador em direo aos plos. Dessa forma temos SA, SB, SC at ST, SU, SV e NA, NB, NC atNT, NU, NV. Sabe-se tambm que os fusos so numerados em ordem crescente a partir deGreenwich de 0 at 60, tendo ento SA-1, SA-2 at SA-60. Para outras escalas, temos asvariaes de rea e nomenclatura conforme a tabela a seguir:

    Escala rea (Lat,Long) Medidas aproximadas da folha no terreno emKmFolhas contidas na carta ao

    milionsimo Nomenclatura

    1:1.000.000 4 x 6 444,48 x 666,72 1 -

    1:500.000 2 x 4 222,24 x 333,36 4 V, X, Y ou Z

    1:250.000 1 x 1,5 111,12 x 166,68 16 A, B, C ou D

    1:100.000 30' x 30' 55,56 x 55,56 96 I, II, III, IV, V ou VI

    1:50.000 15' x 15' 27,78 x 27,78 384 1, 2, 3 ou 4

    1:25.000 7,5' x 7,5' 13,89 x 13,89 1536 NE, NO, SE ou SO

    Tabela 2.1 Nomenclatura das Cartas.

    A partir dos dados desse quadro, pode-se montar o exemplo de articulao de folhasUTM, extrado de Sebem (2008), a seguir:

    Figura 2.8 Articulao de folhas. Fonte: Sebem (2008).

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  • 2.4 GEORREFERENCIAMENTO

    Georreferenciamento, num sentido mais amplo, considerado como referenciao emrelao Terra. Georreferenciamento de uma carta ou mapa tornar as coordenadas dessa cartaou mapa conhecidas num sistema de referncia previamente determinado. Deve ser estabelecida arelao matemtica entre o sistema de coordenadas da imagem (linha, coluna) e o sistema deprojeo cartogrfica pr-determinado, possibilitando que ao se usar uma imagem, determine-seimediatamente as coordenadas no sistema de projeo cartogrfico. Este processo inicia-se com aobteno das coordenadas de pontos da carta a serem georreferenciados, conhecidos como pontosde controle. Os pontos de controle so locais que oferecem uma feio fsica do terrenoperfeitamente identificvel, tal como interseces de estradas e de rios, represas, pistas deaeroportos, edifcios proeminentes, topos de montanha, entre outros. A obteno das coordenadasdos pontos de controle pode ser realizada em campo (a partir de levantamentos topogrficos), ouainda por meio de mesas digitalizadoras, ou outros mapas (em papel ou digital), previamentegeorreferenciados.

    O procedimento metodolgico selecionar ao menos doze pontos de controle pararealizar o georreferenciamento. Deve-se coletar as coordenadas de cada ponto de controle nosistema de referncia escolhido e list-los em uma planilha. Cada um desses pontos deve serfacilmente identificado na carta. Sugere-se inicialmente pegar 4 pontos os mais prximospossveis aos cantos da folha. Aps listar os pontos de controle em uma planilha, listam-se osmesmos pontos de controle, agora no sistema de projeo cartogrfico previamente escolhido.Com os pontos de controle no sistema de coordenadas da imagem e no sistema de projeocartogrfico, determina-se a relao matemtica entre esses dois sistemas. Aps determinada essarelao, pode-se determinar automaticamente as coordenadas de qualquer ponto no sistema deprojeo cartogrfica a partir das coordenadas no sistema da imagem.

    Figura 2.9: Definio da relao matemtica. Fonte: O Autor.

    Figura 2.10: Aplicao da relao matemtica. Fonte: O Autor.

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  • 2.5 BANCO DE DADOS GEOGRFICOS DO EXRCITO

    Todos os locais onde esto armazenados dados podem ser chamados de banco de dados.Por exemplo, um manual de campanha pode ser considerado um banco de dados, pois armazenadados militares que sero consultados para tomadas de decises nos mais diversos escales. Maspara a rea de Cincia da Computao mais importante o conceito especial de banco. Ou sejaum banco onde dados so armazenados dados geogrficos na forma de tabelas que se relacionamentre si atravs de campos especficos. importante evitar confundir o Banco de Dados (BD) emsi com o programa que o gerenciar, o Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD). Emoutras palavras, softwares como o PostgreSQL no um BD, mas sim um SGBD.

    O BDG, tambm chamado de Banco de Dados Espacial (BDE), semelhante ao quefoi descrito, com a grande e importante diferena de suportar feies geomtricas em suastabelas. Este tipo de base com geometria oferece a possibilidade de anlise e consultasespaciais. possvel calcular, por exemplo, reas, distncias e centrides, alm de realizar agerao de buffers e outras operaes entre as geometrias.

    No mbito do Exrcito Brasileiro as Divises de Levantamento so as organizaesmilitares responsveis pelo mapeamento do Brasil. Para armazenar e disponibilizar os dadosdesses levantamentos foi criado o Banco de Dados Geogrficos do Exrcito (BDGEx), que podeser consultado via internet e manipulado via ebnet. O acesso pode ocorrer atravs do stiohttp://www.geoportal.eb.mil.br . No endereo citado pode-se acessar o Manual do usurio, o qualpossui todas as informaes necessrias para utilizao do BDGEx, como por exemplo osprocedimentos para descarregar dados.

    a ferramenta para disseminao de produtos geoespaciais matriciais e vetoriaisproduzidos e/ou adquiridos pela DSG, tendo sido totalmente desenvolvido a partir de softwarelivre e tendo como pilar a biblioteca de geoprocessamento TerraLib. O sistema capaz defornecer diversos servios OGC (WMS, WFS, WCS e CSW), sendo desta forma capaz deinteroperar com outras ferramentas de geoprocessamento dotadas de mdulos "cliente" de taisservios.O Sistema adota uma arquitetura distribuda baseada em servios e permite acessar bancos dedados geogrficos situados em localidades distintas comportando-se, para um usurio, como sefossem uma nica base. Abaixo constam algumas das funcionalidades oferecidas peloBDGEx:

    - Consulta a metadados dos produtos geoespaciais armazenados (baseado na ISO 19115);- Download de produtos;- Navegao interativa sobre todas as categorias de informaes armazenadas;- Consultas espaciais a partir de predicados topolgicos (cruza, toca, dentro de, etc);- Consulta a atributos de feies por apontamento;- Download seletivo de feies a partir de filtros montados pelo usurio (formatos: GML, shapefile,KML, KMZ);- Recorte, em tempo real, de imagens e produtos matriciais para download;- Realizao de medies de rea e distncia;- Insero de marcaes sobre regies espaciais, possibilitando a vinculao de observaes;- Visualizao de produtos e camadas a partir de graus de sigilo atribudos a eles e credenciais deacesso atribudas aos usurios.

    O Sistema conta com uma infraestrutura de hardware hospedada no Centro Integrado deTelemtica do Exrcito - CITEx.

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  • 3 PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS

    3.1- CONCEITOS SOBRE IMAGENS

    Para que seja possvel a obteno de geoinformao atualizada, faz-se necessria a obteno deimagens relativas rea de interesse. O uso de imagens se justifica na medida que ela representapores da superfcie terrestre em espaos fsicos menores, baseado no conceito de escala derepresentao. Existem vrias opes de se obter uma imagem area, e para cada uma delas otratamento, a fim de que o profissional possa extrair informaes georreferenciadas, ser diferente.

    O imageamento feito com o uso de cmeras aerofotogramtricas, embarcadas em aeronaves, conhecido como imageamento fotogramtrico. Nele a qualidade das imagens muito alta e os custosso elevados. A obteno de imagens com o uso de satlites tem se difundido de maneira substancialdevido grande evoluo no que se refere ao nvel de detalhamento das imagens desses equipamentos.Hoje em dia podem ser obtidas imagens de alta resoluo espacial (30 cm, 50cm, 1 metro) com relativafrequncia. As imagens que so obtidas pelas empresas de imageamento so armazenadas em seusservidores e disponibilizadas aos interessados como a denominao de imagens de acervo. Issosignifica que elas possuem uma data e hora de aquisio definidas pela empresa, normalmente baseadasno momento em que os satlites passam pelos locais de interesse.

    Existe uma outra possibilidade conhecida como programao de aquisio de imagens. Nela as emp resasprogramam a aquisio em uma data, hora e local desejados pelo cliente. So utilizadas paraacompanhamento de catstrofes, observao de fenmenos naturais, entre outras necessidades.

    No caso do Exrcito Brasileiro as imagens existentes esto disponibilizadas no Banco de DadosGeogrficos do Exrcito (BDGEx), de acesso sociedade brasileira em geral (civil), e no BDGEx Operaes,de acesso exclusivo do Exrcito Brasileiro. Cabe observar que os custos associados s imagens de acervoso bem menores que aqueles relativos s imagens com programao de data de aquisio.

    As figuras seguintes mostram exemplos de imageamento areo e orbital, respetivamente.

    Figura 3.1: |Exemplo de imageamento areo (Fonte: DSG).

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  • Figura 3.2: Exemplo de imageamento orbital (Fonte: Dattifernande).

    3.2 - PROPRIEDADES DAS IMAGENS

    3.2.1 - FORMATOS DE IMAGEM

    Segundo o Manual de Geoinformao (2014), os dados geoespaciais so tratados de formavetorial ou matricial, de acordo com a natureza geomtrica de seus elementos constitutivos.

    Para os dados geoespaciais matriciais (em ingls, raster), a representao computacionalconsiste no uso de uma malha quadriculada regular ou matriz (definida por linhas e colunas) sobre a qual se constri, clula a clula (sendo o menor elemento da matriz denominado de pixel),o objeto que est sendo representado. A cada clula, que est associada a uma determinadalocalizao geoespacial (componente espacial), atribui-se um cdigo ou valor digital(componente descritiva) referente ao atributo estudado (Por exemplo: cor de objetos, altitude doterreno, temperatura da superfcie e outros).

    Para os dados geoespaciais vetoriais, a representao computacional realizada porintermdio das primitivas geomtricas (componente espacial): pontos, linhas e reas (polgonos).De forma simplificada, cada objeto existente no espao geogrfico representado pela uniodessas primitivas, cujas coordenadas so conhecidas. Alm disso, possvel associar atributos(componente descritiva) para as feies geomtricas construdas com essas primitivas (Porexemplo: nome, capacidade de carga, nmero de faixas de rolamento, tipo de cobertura de umvetor que representa uma rodovia). A figura a seguir mostra um exemplo de dados geoespaciaisvetoriais e matriciais.

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  • Figura 3.3: Exemplo de dados vetoriais e matriciais.

    Ainda segundo o Manual de Geoinformao (2014), a forma vetorial apresenta as seguintesvantagens sobre a matricial:

    a) Tamanho do arquivo: para reas iguais da superfcie, o formato matricial apresentaarquivos maiores do que os vetoriais;

    b) Nvel do processo de produo do conhecimento: a representao na forma matricial serelaciona, normalmente, apenas aos dados geoespaciais, enquanto que na forma vetorial, serelaciona com informaes geoespaciais;

    c) Anlise espacial (eficincia): embora seja possvel a realizao de anlises espaciaiscom dados matriciais, sua eficincia muito superior quando so utilizados dados vetoriais; e

    d) Interpretao: a representao de um mesmo espao na forma vetorial apresentaunicamente os elementos de interesse (j interpretados). Em uma imagem matricial todos oselementos existentes em uma superfcie so representados (de interesse ou no), exigindo umesforo de interpretao do usurio.

    Os arquivos matriciais nada mais so do que a captura de uma determinada regio por umsensor de imageamento. As imagens que interessam Cartografia esto relacionadas a feies quepodem ser identificadas no terreno e, portanto, so passveis de serem georreferenciadas. Se tivermosuma imagem de um estgio de futebol e das ruas prximas a elas, podemos orientar essa imagem deforma a identificar cada uma das ruas, fazendo com que possamos navegar no terreno usando essafotografia. Logo, no existe uma forma de georreferenciar uma imagem que no possua elementosidentificveis no terreno.

    Os arquivos raster podem ter diversas extenses. Cada uma delas ter uma caractersticaespecfica e poder nos ajudar em um determinado trabalho. O formato TIFF muito utilizado, contudo oformato GEOTIFF possui uma caracterstica a mais: ele j georreferenciado, enquanto o TIFF possuiapenas as informaes da imagem sem amarrao com o terreno. O formato GEOTIFF corresponde a umarquivo no formato TIFF acrescido de outro no formato TFW (TIFF File World) que contm as informaesde georreferenciamento da imagem.

    As imagens podem ser exportadas para o famoso e conhecido formato PDF. Alm disso, existe apossibilidade de se criar um arquivo no formato GEOPDF, no qual se mantm as informaes decoordenadas (georreferenciamento), permitindo ao usurio habilitar no programa que abre o arquivoPDF a visualizao das coordenadas.

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  • 3.2.2 - RESOLUES

    As imagens possuem caractersticas conhecidas como resoluo. Entre as mais importantes esto:

    a) Resoluo espacial: o tamanho da rea no terreno representado em 1 pixel. A qualidade de imagemser representada pelo tamanho da menor unidade formadora da imagem no sistema de coordenadasdo terreno (m). Quanto menor o pixel, maior a resoluo (espacial) da imagem e, portanto, maior o nvelde detalhamento da mesma.

    O menor detalhe presente na imagem capaz de ser interpretado funo da resoluo espacial edos elementos circunvizinhos. Normalmente, um conjunto de 9 a 25 pixels (quadrados de 3 a 5 pixels delado) j possibilita identificar o elemento representado. O sensor que fez a aquisio da imagem o fatorlimitante da qualidade, de acordo com a tecnologia empregada.

    Os principais satlites imageadores so:

    Satlite Resoluo espacial

    LandSat 7 15-60 m

    SPOT 4 10-20 m

    IKONOS II 1 m (pancromtico)4.0 m (multiespectral)

    QuickBird 60 cm (pancromtico)2.8 m (multiespectral)

    RapidEye 5 m

    CBERS 2,7 m (pancromtico)20m (multiespectral)

    GEOEYE 0,5m (pancromtico)2m (multiespectral)

    Tabela 3.1: Resoluo Espacial dos principais satlites. Fonte: O Autor.

    Recentemente o Ministrio do Meio Ambiente adquiriu imagens do sensor RapiEye, com pixel de5 metros, de todo o territrio brasileiro. Esse material est disponibilizado no BDGEx. J o sensorQuickBird muito conhecido pela sua alta qualidade de imagens. O tamanho do pixel de 50 centmetrospermite que sejam adquiridas imagens com nvel de detalhamento altssimo, comparvel ao das imagensde sensores aerotransportados.

    Na figura a seguir so apresentados alguns exemplos de imagens e como a resoluo espacialinterfere em sua interpretao.

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  • Figura 3.4: Exemplo de imagens. Fonte: Mello (2002), UFRGS (2015).

    b) Resoluo temporal: essa caracterstica tcnica da imagem informa a periodicidade de coleta deinformaes. Em termos prticos, especifica a quantidade de tempo entre duas passadas de um mesmosensor por uma determinada regio do globo terrestre. O satlite IKONOS, por exemplo, tem resoluotemporal de 5 dias (a cada 5 dias uma mesma regio do globo pode ser adquirida).

    A figura a seguir exemplifica o uso da resoluo temporal na anlise da evoluo do espaofsico ao longo do tempo para a regio de Serra Pelada (PA):

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  • Figura 3.5: Exemplo de anlise de evoluo temporal do espao fsico.

    c) Resoluo radiomtrica: determina o nmero de bits de uma imagem. Na prtica essa informaoexpressa a variao de tons de uma cor, disponveis para representao na imagem, tambm sendoconhecida como o nmero de nveis de cor de uma imagem. O nmero total de nveis de tons expresso

    por 2n, onde n o nmero de bits.

    Essa informao importante porque, quanto maior o nmero de bits, maior o tamanho doarquivo, maior o seu custo e mais caro e especializado o programa que ser utilizado na manipulaodas imagens. Muitas vezes, dependendo da finalidade do nosso trabalho, no precisamos adquirir umaimagem de 24 bits, por exemplo. Ou podemos converter para um formato com menor nmero de bits,facilitando o manuseio, o trfego de informaes pela rede, etc. A figura abaixo exemplifica o nmero detons (conhecido como nveis de cinza) para uma imagem preto e branca de 8 bits:

    Figura 3.6: Nveis de cinza. Fonte: Adaptado de Antunes (2012).

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  • Figura 3.7: RGB de 8 bits.

    Para as imagens coloridas, os sistemas sensores adquirem trs imagens em cores diferentesutilizando filtros das cores principais (vermelho, verde e azul, conhecido como sistema RGB, do inglsRed, Green, Blue). A partir dessas imagens os arquivos so processados em conjunto para a formao daimagem colorida.

    d) Resoluo espectral: a menor variao do espectro eletromagntico passvel de deteco porum sistema sensor. Os sistemas podem ser monoespectrais (uma nica banda), multiespectrais(dezenas de bandas) e hiperespectrais (centenas de bandas). A figura a seguir exemplifica aresoluo espectral do satlite Landsat 5:

    Figura 3.8: Exemplo de resolues espectrais do satlite Landsat 5 (multiespectral).

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  • 3.3. - PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS

    Segundo o IBGE, o processamento digital de imagens (PDI) o conjunto de tcnicas para amanipulao de imagens digitais no sentido de facilitar a extrao de informaes. Pode-se considerar oPDI como o conjunto de ferramentas e procedimentos aplicados a uma imagem a fim de obter melhoresresultados visuais de um insumo. Para isso so usadas as tcnicas de alterao de realce, por meio damanipulao do contraste. A figura a seguir mostra a aplicao da tcnica de contraste sobre umaimagem Ikonos de 11 bits. possvel perceber que a alterao na imagem permite a identificao deinformaes no visualizadas na imagem original.

    Figura 3.9: Exemplo da aplicao de contraste.

    Outra tcnica muito utilizada em PDI denominada reamostragem. Seu objetivo reduzir ouaumentar sua resoluo espacial. No caso da reduo temos uma subamostragem e no caso de aumentotemos a interpolao. A seguir um exemplo de uma imagem com 512x512 pixels reamostrada para600X700 pixels:

    Figura 3.10: Exemplo de reamostragem com aumento de resoluo espacial.

    Esse procedimento possvel porque a reamostragem utiliza mtodos de interpolao queredefinem os valores dos pixels levando em conta os valores dos pixels ao redor.

    Por ltimo, porm no menos importante, temos a tcnica de mosaicagem. Nela so feitos osajustes necessrios para que dois insumos que esto espacialmente adjacentes passem a ser um nicoinsumo. Por exemplo, duas fotografias areas, que estejam em faixas de aquisio diferentes, mas quecontenham um rio que pertence s duas imagens. Um mosaico far a juno destas duas fotografias,permitindo ao usurio utilizar o insumo gerado para o planejamento de uma misso.

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  • O mosaico muito utilizado quando as reas de interesse no esto enquadradas dentro de umafotografia ou carta topogrfica disponvel. Quando esta rea abrange mais de um documentocartogrfico a tcnica de mosaicagem auxilia no planejamento das misses e na gerao de um novodocumento capaz de delimitar a rea de interesse da forma desejada pelo operador. As figuras seguintesmostram o mosaico de 4 fotografias reas, permitindo a visualizao do curso dgua de forma maisdidtica.

    Figura 3.11: Exemplo de mosaico (Fonte: DSG).

    3.3.1 - FILTROS

    Segundo o ALVES e MACHADO (2014), um filtro tem por finalidade alterar acomposio de um pixel buscando um determinado padro visual. Ao aplicar frmulasmatemticas e parmetros estatsticos possvel gerar uma nova verso do grid sem alter-lo emsua essncia. O uso mais comum de filtros a eliminao de rudos (dados discrepantes), taiscomo, carros em rodovias (nas quais se pretende obter somente o perfil da via).

    Os filtros so ferramentas bsicas de uso constante para preparar a imagem antes de fazerqualquer outro processamento. Deve-se ter muito cuidado ao aplicar os filtros nos grids de dados,pois eles podem repercutir negativamente durante o processo de captao de informaes noMDT. Eles servem para um primeiro tratamento da imagem, por se tratar de um procedimentogrosseiro de eliminao de pequenos rudos.

    Figura 3.12:Exemplo de aplicao de filtro - QGIS (imagem original).

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  • Figura 3.13: Exemplo de aplicao de filtro - QGIS (imagem filtrada).

    3.3.2 - CLASSIFICAO DE IMAGENS

    o processo de extrao de informaes em imagens para reconhecer padres e objetoshomogneos que so utilizados para mapear reas da superfcie terrestre as quais correspondam aostemas de interesse.

    A etapa de classificao tem como objetivo prover meios para decidir a que classe umpadro de entrada pertence. Existem duas modalidades de classificao: no-supervisionada esupervisionada (Duda, Hart e Stork, 2001).

    Segundo o Manual do Operador QGIS, as classificaes no supervisionadas referem-seao valor relativo da cor, o tom ou conjunto (grupo ou grupos) para identificar entidades. Nestecaso, o analista deve validar o resultado da classificao. Deve-se ter em mente que umaclassificao no-supervisionada usa as propriedades do objeto para classificar os objetosautomaticamente, sem interferncia do usurio. O usurio precisa interpretar o resultado aps aclassificao e fazer algumas verificaes de qualidade . As vantagens de tal abordagem nosupervisionada so:

    Anlise rpida para primeiros resultados; Fcilidade de uso; Independncia do usurio; e Repetibilidade.

    A classificao supervisionada pode ser vista como o inverso da classificao no-supervisionada: envolve a seleo de agrupamentos de cobertura do solo a ser mapeada emcombinao com o delineamento de pixels de treinamento para cada classe. Os pixels de treinamentosero os responsveis por indicar ao sistema um padro de comparao entre o material que se desejaclassificar (imagem) e os diferentes nveis de informaes presente no dado que est sendomanipulado. Dessa forma, informando ao sistema um pixel de treinamento que identifique umaporo de gua, a imagem a ser classificada ser comparada com a informao de treinamento e todasas pores de gua presente no dado original sero identificadas com uma cor definida pelo usurio.

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  • Figura 3.14: Exemplo de classificao de imagens (Manual do Operador QGIS).

    3.4. - ORTORETIFICAO DE IMAGENS

    No momento em que os sensores fazem a tomada das fotografias, a inclinao da cmera em relao ao terreno faz com que a imagem captada no esteja em verdadeira grandeza. Desta forma, umamedio de distncias teria uma erro associado, fazendo com que os valores encontrados ficassemdiferentes dos valores reais.

    Para corrigir esse problema, feito um processo chamado de ortorretificao. Nele a tomada dasfotos ajustada para se tornar perpendicular ao terreno, possibilitando que as medidas de distncia seaproximem o mximo possvel dos valores reais. A seguir um exemplo do processo de ortoretificao

    Figura 3.15:Exemplo de ortoretificao (Fonte: Coelho e Brito, 2007).

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  • 4. - MODELOS DIGITAIS DE ELEVAO

    Consideramos esses modelos como representaes digitais de uma poro dasuperfcie terrestre, dadas por uma matriz de pixels na qual so definidas coordenadas e o valorde intensidade de cada pixel correspondente elevao ou altitude da superfcie, conforme podeser observado nas figuras a seguir.

    Figura 4.1: Representao de MDT em coordenadas x,y e z. Extrado de Mdice (2008).

    Figura 4.2: Representao de MDT em coordenadas x,y e z. Extrado de Mdice (2008).

    Os Modelos Digitais de Elevao (MDE) so representaes simplificadas comobjetivo de reproduzir o mais fielmente possvel os fenmenos reais da superfcie terrestre, ondeo aspecto espacial desses fenmenos inserido pela terceira dimenso, exigindo um menor graude abstrao dos usurios. So amplamente aplicados para armazenar os dados de altimetria deuma superfcie, para o clculo de volumes de corte e aterro para construo de estradas ebarragens, para gerao de mapas de declividade e perfis topogrficos e para visualizartridimensionalmente as superfcies representadas.

    Os MDE podem representar o terreno propriamente dito, sem considerar a vegetaoe os demais componentes das elevaes, sendo chamado de Modelo Digital do Terreno (MDT).Caso representem a vegetao e os demais componentes das elevaes ele passa a ser chamadode Modelo Digital de Superfcie (MDS) e abrange tudo aquilo que est na superfcie terrestre. OMDS, ao contrrio dos MDT, no pode ser utilizado para gerao de curvas de nvel, uma vezque no representa a superfcie terrestre. As figuras a seguir ilustram essa diferena entre MDT eMDS. Dessa forma os MDT em si tem maior aplicabilidade nas operaes militares, contudopode-se utilizar os MDS em conjunto com os MDT em algumas situaes especficas.

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  • Figura 4.3: Diferena entre MDS e MDT. Fonte: EB20-MC-10.209 .

    Figura 4.4: MDS. Fonte: EB20-MC-10.209 .

    Figura 4.5: MDT. Fonte: EB20-MC-10.209.

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  • 4.1 - TCNINAS DE OBTENO DE MODELO DIGITAL DE ELEVAO

    4.1.1 RADAR

    A tecnologia RADAR permite a obteno de nveis altimtricos distintos de informaes.O comprimento de onda do equipamento pode ser ajustado para refletir ao entrar em contatocom a vegetao (banda X), fornecendo assim o perfil da cobertura vegetal do terreno. E podeutilizar outras bandas de ondas eletromagnticas que so insensveis vegetao e querefletiro somente ao atingirem uma poro do solo (banda P). A figura 4.6 exemplifica asinformaes obtidas pelas duas bandas:

    Figura 4.6 - Bandas X e P de um imageamento RADAR. (Fonte: DSG).

    Essa tecnologia RADAR possibilita obter o Modelo Digital de Elevao em suas formasterreno (MDT) e superfcie (MDS). O MDE auxilia no planejamento de misses, pois possibilitaao usurio a identificao das elevaes, de como a movimentao do terreno na rea deinteresse, onde existe terreno exposto, etc.

    |Os dados obtidos pela banda X, que estaro representando uma superfcie (o perfil davegetao) no vo levar em considerao as variaes do terreno, mas somente aquelasrelativas aos contornos delineados pela copa das rvores e demais partes da vegetao. Essa atecnologia usada no projeto de mapeamento de 1.100.000 Km da Amaznia Brasileira.

    4.1.2 - LIDAR

    A tecnologia conhecida como laser capaz de adquirir vrios pontos dentro de ummesmo espao. Normalmente a definio da quantidade de pontos adquiridos se d por umarazo de pontos por metro quadrado.

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  • O laser capaz de delinear o terreno de forma precisa, contudo a quantidade deinformaes adquiridas tende a crescer de maneira grandiosa. Os pontos coletados possuemcoordenadas tridimensionais, o que permite a gerao de modelos em 3 dimenses da rea deinteresse, com a possibilidade de extrair o perfil do terreno (MDT) e a altura das elevaes(prdios, construes, obstculos, pontes, etc) de forma automtica. Para isso preciso fazer umtratamento na nuvem de pontos obtidas, a fim de se diferenciar o que informao do terrenodaquela relativa s demais elevaes. A figura a seguir mostra um exemplo de obteno doModelo Digital de Elevao (MDE) de uma regio:

    Figura 4.7: Exemplo de Modelo Digital de Elevao (MDE) a partir do LIDAR.

    A partir dos MDT so obtidos diversos produtos de grande aplicabilidade noplanejamento das misses operacionais do Exrcito Brasileiro: anlise de visibilidade e decomandamento (Postos de Observao, Observadores Avanados e Caadores), imagenstemticas ou em tons de cinza (todas as armas, quadros e servios) , clculos de volumes(engenharia), grficos de perfis ao longo de uma trajetria determinada (determinao dedeslocamentos de tropas), mapas de declividade (progresso de blindados), visualizaotridimensional da superfcie representada (ordem de operaes aos elementos subordinados "caixo de areia") e levantamento da profundidade de rios, ades e aquferos ( emprego daengenharia para transposio dos mesmo).

    A seguir sero apresentados alguns desses produtos.

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  • 4.2 PRODUTOS GERADOS A PARTIR DE UM MDE

    ANLISE DE VISIBILIDADE: A partir de um MDE possvel gerar mapas devisibilidade, onde a partir de um ponto "A", pode-se verificar as reas que esto visveis. Essaanlise a partir de um ponto localizado em uma cota gera a Anlise de Comandamento desseponto, sendo de grande importancia para ocupao de posies defensivas, para oposicionamento de Observadores Avanados (OA), Observadores Areos, Caadores, entreoutros. Para essa anlise so necessrios um modelo digital do terreno e as posies cujavisibilidade sero analisadas. Conforme a figura 4.8, gera-se um perfil do terreno, a partir do qualfaz-se uma anlise verificando se a linha que une dois extremos do perfil, o ponto de observao"A" e os pontos de interesse "B", "C", "D" e "E" corta alguma linha do perfil. Caso no haja ocorte, o ponto visvel, caso haja o corte do terreno, ele no o . A cor amarela indica reas comvisibilidade e a cor vermelha, reas sem visibilidade.

    Figura 4.8: Perfil do Terreno: regies com e sem visibilidade. Fonte: O autor.

    A partir dessa anlise exposta, gerado pelo programa um mapa de visibilidade, quecostuma ser representando por uma imagem binria (visvel ou no visvel), onde para os pontossem visibilidade atribuido um valor 0 (cor preta), por exemplo e os pontos com visibilidaderecebem um valor 1(cor branca), por exemplo. H a possibilidade de se alterar esse esquema decores para o valor mximo chegar ao valor 255, mostrando a visibilidade acumulada de diversospontos. As figuras a seguir, apresentam um MDT, no qual inserido um ponto de observaomarcado por um "x" (figura 4.9 "a") e sua visibilidade (figura 4.9 "b"), indicada pela cor branca.

    Figura 4.9: (a) MDT com ponto de visualizao e (b) mapa de visibilidade.

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  • MAPAS DE DECLIVIDADE E VISUALIZAO 3D: A partir dos MDE possvel gerar mapas temticosque indiquem a declividade do terreno em determinados pontos.Esses dados so importantes para o planejamento de misses operacionais como o emprego deviaturas, ou o deslocamento de tropas a p. Tanto viaturas de transporte de tropas, quanto carrosde combate, possuem rampas mximas de ao que limitam seu movimento. O conhecimentodesses dados aliado ao conhecimento da declividade do terreno na rea de atuao facilita oplanejamento de misses e ajuda e previnir acidentes com as viaturas militares.

    Esses mapas podem ser expostos em ambientes bi e tri dimensionais, de acordocom a sua finalidade. Os dados da declividade podem ser expressos em ngulos ou, maiscomumente, em porcentagem. Cabe ao responsvel pelo planejamento da misso solicitar osdados de acordo que se adequem melhor as informaes que possue sobre a viatura a serempregada na misso. Nas figuras 4.10 ("a" e "b") sero apresentados mapas de declividade emduas e trs dimenses respectivamente, da localidade de Corumbata do Sul. As declividadesnesse caso foram divididas em seis intervalos, com cores variando do amarelo claro (poucongrime) ao vermelhor escuro (muito ngrime). Esses intervalos devem ser definidos de acordocom a necessidade do usurio da carta.

    Figura 4.10"a" e "b": Mapa de declividade de Corumbata do Sul. Fonte: Geonorte (2012).

    A figura 4.11 apresenta as vistas de um mesmo ponto a partir do modelo tridimensional e doterreno. Deve-se observar a semelhana entre os terrenos e principalmente, a variao de alturaestimada pelo MDT e a encontrada. As figuras 4.12, 4.13 representam a regio de Monte Castelona Itlia, onde a Fora Expedicionria Brasileira combateu. As imagens apresentam,respectivamente, o local da batalha e a visibilidade que as tropas italianas possuiam.

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  • Figura 4.11: Comparao entre MDT e Terreno. Fonte: Geonorte (2012).

    Figura 4.12: Vista geral da regio de Monte Castelo.

    Figura 4.13: Visibilidade das tropas italianas da posio de Monte Castelo.

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  • ANLISE DE PERFIS: A partir de MDT pode-se criar grficos que mostram avariao de altitude do terreno para um caminho previamente definido. apresentada a variaoda altitude em funo da distncia plana percorrida na trajetoria escolhida. possvel inserir maisde um perfil no mesmo grfico para poder comparar mais de um trajeto. As figuras 4.13 "a" e "b"apresentam um MDT, com um trajeto traado em vermelho e o perfil correspondente a essetrajeto, respectivamente.

    Figuras 4.14 "a" e "b": MDT de uma regio e perfil de um trajeto especfico. Fonte: S (2013).

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  • 5 - SISTEMA DE INFORMAES GEOGRFICAS

    Consideramos um Sistema de Informaes Geogrficas (SIG) como um conjunto deferramentas para manipulao de informaes espacialmente distribudas, com foco na anlise eexibio desses dados, ou seja, esse tipo de sistema possibilita que anlises variadas possam serrealizadas a partir do conhecimento da localizao e dos atributos de objetos diversos. Vriasplataformas existentes hoje so baseadas em informaes geogrficas, como os rastreadoresveculares e os aplicativos de smartphones que fornecem posio de radares, caminhos eimpedimentos nas vias.

    Os SIG so compostos por programas especficos e desenvolvidos para essaaplicao, dados geogrficos e recursos humanos habilitados para realizar consultas espaciaissobre esses dados. Esses programas possuem uma grande variedade de funcionalidades, podendoser de difcil entendimento e manuseio para usurios sem o devido treinamento. Os dados brutosesto associados sua localizao na superfcie terrestre num determinado instante, necessitandoser modelados antes do seu emprego num SIG. Dessa forma, o relevo, a hidrografia, os eixosvirios, entre outros dados devem ser formatados para formarem um nico padro e poderem seranalisados. Esta anlise permite manter, extrair e recuperar informaes com menor custo e maiorvelocidade quando comparado ao emprego de cartas impressas.

    Algumas anlises podem demandar esforo considervel para serem efetuadas nosprocessos manuais, como clculo de declividade, delimitao de reas de influncia ou deabrengncia, enquanto poderiam ser realizadas num curto espao de tempo e com menor esforose empregado o SIG. O que torna um SIG um importante e poderoso instrumento de manipulaode informaes sua capacidade de analisar os dados espaciais juntamente com informaesno grficas (textuais ou tabeladas), como por exemplo saber detalhadamente o efetivo de umaOM ao clicar sobre sua representao espacial num SIG. Outra habilidade muito til ocruzamento de informaes contidas em diferentes mapas, os planos de informaes,possibilitando a criao de novos conjuntos de dados georreferenciados para uso em um contextocompletamente diferente do original.

    Um exemplo dessa aplicao no Planejamento de Fogos dos diversos escales, ondeno mesmo SIG podem ser adicionados diversos planos de informaes, cada um com o Plano deApoio de Fogos (PAF) do escalo considerado, contendo os dados do armamento, como alcance,tipos de munio e quantidade de munies. A partir da juno dos Planos de Apoio de Fogos dosdiversos escales realizada a anlise de locais com sobreposio e/ou ponto de ausncia defogos diretos e indiretos, colaborando com o trabalho do Coordenador de Apoio de Fogo (CAF)na elaborao da Matriz de Execuo do Apoio de Fogo (MEAF) . As figuras a seguirexemplificam uma possvel MEAF, onde as reas em amarelo representam os fogos de umPeloto de Apoio de uma CIA Fuzileiros, as reas em verde os fogos de um Peloto de Morteirode um Batalho de Infantaria e as reas em vermelho os fogos de um Grupo de Artilharia deCampanha. Poderia ser inserido ainda o apoio de fogo naval. Na figura 5.4 pode-se verificar aexistncia de reas de sobreposio, e assim sendo, deveriam ser excludos os fogos de maiorescalo dessas reas. Essa informao poderia ser obtida visualmente ou atravs de relatriosmediante consulta espacial.

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  • Figura 5.1: PAF do Pel Ap/1CIA/5BIL. Fonte: O Autor.

    Figura 5.2: PAF Pel Mrt/5BIL Fonte: O Autor.

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  • Figura 5.3: PAF do 20GACL. Fonte: O Autor.

    Figura 5.4: Matriz de Sincronizao 12BDA INF L. Fonte: O Autor.

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  • 5.1 FUNCIONALIDADES DE UM SIG

    5.1.1 ENTRADA E INTEGRAO DOS DADOS

    Os SIG permitem tanto a digitalizao de dados grficos em formatos vetoriais,provendo os meios para associar letras e nmeros a esses dados, como a associao de imagensdigitais ao banco de dados por intermdio de recursos de georreferenciamento. Os dados vetoriaisassociados a essas imagens possibilitam desde uma anlise visual dos eventos at anlises demaior complexidade, facilitando o planejamento dos diversos tipos de misses.

    5.1.2 GERENCIAMENTO DO BANCO DE DADOS GEOGRFICOS

    O gerenciamento do Banco de Dados Geogrficos (BDGeo) possibilita ao usuriomanter a integridade, o controle do acesso aos dados, a realizao de cpias de segurana e arecuperao de informaes. Esse gerenciamento permite ao usurio no apenas realizar buscasnos BDGeo mas interagir com eles de forma a melhor explor-los para otimizar os resultados.Alm disso, possibilitam a recuperao dos dados no prprio SIG em caso de falhas no BDGeo.

    5.1.3 TRANSFORMAES DE DADOS

    A partir da transformao dos dados possvel realizar anlises geogrficas com acombinao de informaes de interesse, processar imagens digitais e realizar a modelagem doterreno em ambientes tridimensionais ou bidimensionais. Essa transformao deve ser executadapor operadores experientes para facilitar o emprego por parte dos usurios finais.

    5.1.4 VISUALIZAO E IMPRESSO

    Em um SIG possvel no s visualizar os dados na forma de mapas, tabelas ougrficos, mas manipul-los e format-los da forma mais conveniente ao usurio. A impressodeve ser realizada em resoluo compatvel com o tamanho do papel, obedecendo a um esquemade cores de alta fidelidade e a manuteno das dimenses das feies.

    5.2 ANLISES ESPACIAIS

    A anlise espacial uma poderosa ferramenta que possibilita a manipulao de dadosde diferentes origens e extrai conhecimento adicional pela interpretao dos relacionamentosespaciais existentes entre esses dados. Os programas de SIG fazem uso da base de dados paragerar simulaes e responder aos questionamentos feitos com base nesses dados do mundo real.Essa base de dados modelada de acordo com a finalidade do SIG e dos dados geogrficosdisponveis.

    Os dados geogrficos so aqueles cuja dimenso espacial est associada umalocalizao na superfcie terrestre num determinado perodo de tempo. A seguir temos uma tabelacontendo exemplos de perguntas que um SIG pode responder. Essas respostas podem serexplicitadas na forma de relatrios, grficos ou mapas.

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  • ANLISE PERGUNTASGERAIS

    E5.EMPLO DE PERGUNTA E5.EMPLO DERESPOSTA

    Condio (Deseja-seencontrar um local quesatisfaa determinadascondies)

    "Onde h isso, comessas condies?

    Onde h um rio que cruze aestrada Mau Velha?

    O rio Alambaria cruza aestrada no ponto decoordenadas Px, Py.

    Localizao (Deseja-sealgo em determinadolugar)

    "O que h aqui?" Qual a frao que est ocupando aPosio Defensiva no MorroSabia?

    3 Peloto da 2 Cia Fuz do5 BIL.

    Tendncias "O que mudoudesde...?"

    Qual a rea da fazenda BoaEsperana ocupada peloMOLIVAPA nos ltimos 6meses ?

    A rea ocupada foi de 3,0km.

    Roteamentos "Por onde ir?" / "Qual menor caminho?"

    Qual menor caminho de estradade terra da Fazenda BoaEsperana para a AMAN?

    O Menor caminho seguir aestrada Mau Velha.

    Tabela 5.1: Tipos de anlise espacial. Fonte: O Autor.

    A partir dos dados e da diversidades de anlises que podem ser executadas em umSIG, foram selecionadas as principais operaes presentes na maioria dos SIG para destac-las aseguir:

    A) CONSULTAS POR ATRIBUTOS: Essas consultas so baseadas em campos databela de atributos e tem por objetivo recuperar a informao a partir de condies especficas.Podem ser criadas novas camadas ou novos dados na tabela de atributos para posterior consulta, oque amplia as suas potencialidades. A consulta por atributos pode ser utilizada para verificar, porexemplo, a quantidade de carros de combate disponveis e indisponveis de uma OM deCavalaria, clicando sobre a localizao da mesma em um mapa carregado num SIG.

    B) CONSULTAS ESPACIAIS: Essas consultas so formuladas exclusivamente porcondies baseadas na localizao, na forma e nas relaes espaciais entre os elementos. A figura5. a seguir apresenta um exemplo de consulta espacial onde so mostrados pontos no mapa comcores associadas s diferentes velocidades medidas em automveis. Outro exemplo seria avisualizao da localizao da tropa em tempo real e sua distncia a locais de interesse, como porexemplo, pontos de manifestaes ou concentraes de tropas inimigas, possibilitando aocomandante da operao informaes detalhadas e em tempo real, auxiliando-o no processo detomada de deciso.

    Figura 5.5: Mapa mostrando localizao de diversas faixas de velocidade no QGIS. Fonte: O autor.48/52

  • C) CLCULO DE DISTNCIAS E REAS: Uma das consultas mais empregasso os clculos de distncias e reas. Pode-se determinar, por exemplo, a menor distncia por viaspavimentadas entre dois pontos, a distncia linear de um conjunto de pontos ou a rea de umadeterminada regio, como a ocupada por uma tropa no terreno. Essa funcionalidade agiliza adeterminao de distncias e rotas, permite a utilizao de mosaicos digitais e mais acurada erpida que os mtodos convencionais, otimizando o planejamento dos deslocamentos de tropas,seja por vias pavimentadas, seja por campo aberto. Para essas consultas, contudo, h anecessidade de que os arquivos estejam no formato vetorial (ponto, linha ou polgono).

    Figura 5.6: Clculo da menor distncia entre dois pontos no QGIS. Fonte: O Autor.

    D) CRIAO DE "BUFFERS": Essas consultas geram polgonos em torno doselementos de referncia, como pontos, linhas e outros polgonos, baseados numa distncia pr-definida pelo usurio. possvel, por exemplo, calcular a rea de alcance de transmisso desinais de rdio, reas de alcance dos fuzis, das metralhadores e dos morteiros da Infantaria,alcance de obuseiros e canhes da Artilharia, determinao de reas de inunda para Engenharia,de reas de influncia para emprego da Intendncia e Material Blico e reas de jurisdio dehospitais, para acionamento das unidades mdicas mais prximas aos locais de acidentes,auxiliando os comandantes em diversos escales.

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  • Figura 5.7: Configurao de buffer no QGIS. Fonte: O autor.

    Figura 5.8: Buffer no QGIS. Fonte: O autor.

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  • E) TABELA DE PONTOS: Essas tabelas apresentam relaes de eventos quecontenham localizao espacial. Esses eventos pontuais podem ser mostrados graficamente naregio em anlise. Cada linha indica um evento e cada coluna os dados atribudos a esse evento.Na figura a seguir pode-se observar a velocidade (vel), o nmero de satlites disponveis (sat),qual a viatura (taxi) que registrou o evento e as suas coordadas (Px,Py).

    Figura 5.10: Tabela de pontos no QGIS. Fonte: O autor.

    Poderia ser utilizada uma anlise desse tipo para acompanhamento do deslocamentode viaturas tanto em misses operacionais quanto nas misses dirias de uma OM, subsidiandona identificao de causas de possveis incidentes com essas viaturas. A seguir ser apresentadauma tabela com os principais programas de SIG e suas funcionalidades.

    ArcGIS QGIS GvSIG Terra View

    Sistemas suportados Windows,LinuxWindows, Linux,

    Mac OxWindows, Linux,

    Mac Ox Windows, Linux

    Interface Grfica Grfica Grfica Grfica

    Anlise Espacial Muitasferramentas Muitas ferramentasAlgumas

    ferramentasAlgumas

    ferramentasTipo de Licena Proprietria Livre Livre Livre

    Custo R$ 20.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

    Tabela 5.11: Principais programas de SIG. Fonte: O Autor.

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  • Referncias

    http://mundogeo.com/blog/2004/03/23/de-onde-partimos-aonde-chegamos/http://dattifernande.blogspot.com.br/2012/10/produtos-de-sensoriamento-remoto.html

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    DIVISO DE LEVANTAMENTO GENERAL AUGUSTO TASSO FRAGOSO