Apostila da disciplina LCE 106-C alculo Diferencial e Integral · Universidade de S~ao Paulo Escola...
-
Upload
duonghuong -
Category
Documents
-
view
218 -
download
0
Transcript of Apostila da disciplina LCE 106-C alculo Diferencial e Integral · Universidade de S~ao Paulo Escola...
Universidade de Sao Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Apostila da disciplina
LCE 106-Calculo Diferencial e Integral
Roseli Aparecida LeandroCristian Villegas
Everton Batista da Rocha
PiracicabaEstado de Sao Paulo
2012
Conteudo
1 Revisao de conceitos basicos 1
1.1 Um pouco sobre notacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11.2 Conjuntos numericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21.3 Alguns subconjuntos especiais dos numeros reais . . . . . . . 21.4 Fatoracao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4.1 O binomio de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31.4.2 O triangulo de Pascal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Funcoes 7
2.1 Conceitos Basicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.2 Grafico de uma Funcao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82.3 Monotonicidade e Paridade de Funcoes . . . . . . . . . . . . . 82.4 Composicao de funcoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92.5 Algebra de Funcoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92.6 Classificacao de Funcoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102.7 Inversao de Funcoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102.8 Funcoes Basicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.8.1 Funcao Constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.8.2 Funcao Afim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.8.3 Funcao Quadratica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122.8.4 Funcao Modular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132.8.5 Funcao Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132.8.6 Funcao Logarıtmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142.8.7 Funcoes Trigonometricas . . . . . . . . . . . . . . . . . 142.8.8 Funcoes Trigonometricas Inversas . . . . . . . . . . . . 16
3 Limite e continuidade 19
3.1 Definicao de Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193.1.1 Propriedades dos Limites de Funcoes . . . . . . . . . . 19
i
ii CONTEUDO
3.2 Limites Laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213.3 Limites no Infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213.4 Limites Infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.4.1 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223.5 Assıntotas Verticais e Horizontais . . . . . . . . . . . . . . . . 233.6 Teoremas Adicionais sobre Limites de Funcoes . . . . . . . . 233.7 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.7.1 Continuidade em um ponto . . . . . . . . . . . . . . . 243.7.2 Continuidade em um Intervalo . . . . . . . . . . . . . 25
4 Derivada 27
4.1 A Derivada de uma Funcao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274.1.1 Teoremas Basicos sobre Diferenciacao . . . . . . . . . 284.1.2 A Regra da Cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294.1.3 Derivada de Funcoes Basicas . . . . . . . . . . . . . . 294.1.4 Derivadas de Ordem Superior . . . . . . . . . . . . . . 294.1.5 A Diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.2 Aplicacoes de Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314.2.1 Funcoes Crescentes e Decrescentes . . . . . . . . . . . 314.2.2 Extremos de Funcoes - Extremos Absolutos . . . . . . 314.2.3 Extremos de Funcoes - Extremos Relativos . . . . . . 324.2.4 Condicoes Suficientes para Extremos Relativos e
Funcoes Contınuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 324.2.5 Concavidade e a segunda derivada . . . . . . . . . . . 334.2.6 Extremos relativos e a segunda derivada . . . . . . . . 334.2.7 Regras de L’Hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.3 Estudo Completo de uma funcao . . . . . . . . . . . . . . . . 344.4 Formulas de Taylor e Maclaurin . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5 Integracao 37
5.1 A Integral Indefinida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 375.1.1 Regra da Substituicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . 385.1.2 Integracao por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.2 A Integral Definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 395.2.1 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.3 Teorema Fundamental do Calculo (Newton-Leibniz) . . . . . 405.4 Integrais Improprias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
CONTEUDO iii
6 Funcoes Beta e Gama 43
6.1 Funcao Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436.1.1 Formula de Recorrencia . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
6.2 Funcao Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446.2.1 Funcao Gama para 0 < n < 1 . . . . . . . . . . . . . . 446.2.2 Funcao Gama para n < 0 . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6.3 Funcao Beta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 456.3.1 Definicoes Recorrentes: . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7 Funcoes de Varias Variaveis 47
A Aspectos Computacionais 49
A.1 Comandos do MAPLE para o Capıtulo 1 . . . . . . . . . . . 49A.2 acho que seria bom mostrar a saida computacional . . . . . . 49A.3 Comandos do R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Lista de Figuras
2.1 Representacao de uma funcao . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.2 Grafico da funcao f(x) =
√x − 1 . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Grafico de restricoes da funcao f(x) = x2 + 5x − 7 com arespectiva inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4 NOME . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
v
Capıtulo 1
Revisao de conceitos basicos
Neste primeiro capıtulo sera feita uma pequena revisao de conceitos basicosnecessarios para o prosseguimento da disciplina.
1.1 Um pouco sobre notacao
Simbologia Significado
∧ e∨ ou| tal que∃ existe@ nao existe∀ qualquer que seja∅ conjunto vazio∈ pertence6∈ nao pertence⊃ contem6⊃ nao contem⊂ esta contido6⊂ nao esta contido
2 CAPITULO 1. REVISAO DE CONCEITOS BASICOS
1.2 Conjuntos numericos
N Conjunto dos numeros naturaisZ Conjunto dos numeros inteirosQ Conjunto dos numeros racionaisI Conjunto dos numeros irracionaisR Conjunto dos numeros reais
em que
1. N = {0, 1, 2, 3, ...}.
2. Z = {...,−3,−2,−1, 0, 1, 2, 3, ...}.
3. Q = {ab|a, b ∈ Z, b 6= 0} .
4. R = (−∞,+∞).
1.3 Alguns subconjuntos especiais dos numerosreais
R∗ = {x ∈ R | x 6= 0}R+ = {x ∈ R | x ≥ 0}R− = {x ∈ R | x ≤ 0}R∗
+ = {x ∈ R | x > 0}R∗
−= {x ∈ R | x < 0}
(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}
1.4 Fatoracao
Definicao 1.4.1. Fatorar e transformar uma soma de duas ou mais parcelasnum produto de dois ou mais fatores.
1o caso: Fator comum
ax + bx = x(a + b)
1.4. FATORACAO 3
2o caso: Agrupamento
ax + bx + ay + by = x(a + b) + y(a + b) = (a + b)(x + y)
3o caso: Diferenca de quadrados
a2 − b2 = (a + b)(a − b)
4o caso: Quadrado perfeito
a2 + 2ab + b2 = (a + b)(a + b) = (a + b)2
a2 − 2ab + b2 = (a − b)(a − b) = (a − b)2
5o caso: Soma e diferenca de cubos
a3 + b3 = (a + b)(a2 − ab + b2)
a3 − b3 = (a − b)(a2 + ab + b2)
6o caso: Cubo perfeito
a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 = (a + b)(a + b)(a + b) = (a + b)3
a3 − 3a2b + 3ab2 − b3 = (a − b)(a − b)(a − b) = (a − b)3
7o caso: Trinomio do 2o grau
ax2 + bx + c = a(x − r1)(x − r2)
em que r1 e r2 sao as raızes da equacao ax2 + bx + c = 0.
8o caso: Um artifıcio
a4 + a2 + 1 = a4 + 2a2 + 1 − a2 =
(a2 + 1)2 − a2 = (a2 + 1 + a)(a2 + 1 − a)
1.4.1 O binomio de Newton
O desenvolvimento do binomio (1 + x)n esta entre os primeiros problemasestudados e ligados a Analise Combinatoria. O caso n = 2 ja pode ser
4 CAPITULO 1. REVISAO DE CONCEITOS BASICOS
encontrado nos “Elementos de Euclides”, em torno de 300 a.C. O “Triangulode Pascal” era conhecido por “Chu Shih-Chieh”, na China, por volta do ano1300, e antes disso pelos hindus e arabes. O nome coeficiente binomialfoi introduzido mais tarde por Michael Stifel (1486?-1567), que mostrou,em torno de 1550, como calcular (1 + x)n a partir do desenvolvimento de(1 + x)n−1. Sabemos tambem que o matematico arabe Al-Karaji,fins doseculo X, conhecia a lei de formacao dos elementos do triangulo de Pascal.Portanto, voce pode observar que nem Isaac Newton nem Blaise Pascalapareceram na historia ate o momento. De fato, o binomio de Newton naofoi objeto de estudo de Newton.
A formula do binomio de Newton e a formula que da o desenvolvimentode (x + y)n. Desenvolvendo o binomio (x + y)n, n ∈ N, encontramos:
(x + y)n =
n∑
k=0
(
n
k
)
xn−kyk
em que(
n
k
)
=n!
k!(n − k)!,
e chamado coeficiente binomial. Observe que n! = n×(n−1)× . . .×3×2×1e 0! = 1. Toda potencia da forma (x + y)n , com x, y ∈ R e n ∈ N,e conhecido como binomio de Newton. O desenvolvimento do binomio deNewton e simples em casos como os seguintes, que voce ja estudou no ensinofundamental. Voce aprendeu que:
(x + y)0 = 1 1 termo(x + y)1 = 1x + 1y 2 termos(x + y)2 = 1x + 2xy + 1y 3 termos(x + y)3 = 1x3 + 3x2y + 3xy2 + 1y3 4 termos
Um dos processos para determinar (x + y)4 e efetuar o produto (x + y)3
e (x + y) que voce ja conhece e sabe que da muita “mao de obra”. E secontinuar aumentando o expoente do binomio. Como fica? Em casos como(x + y)7, (2x − y)5 , (x + 2)10, (x − y)n e tantos outros, vamos recorrer aanalise combinatoria.
1.4. FATORACAO 5
1.4.2 O triangulo de Pascal
O princıpio do triangulo de Pascal e a relacao de Stifel tambem conhecidacomo igualdade do triangulo de Pascal: O triangulo de Pascal.
(
n − 1
k − 1
)
+
(
n − 1
k
)
=
(
n
k
)
Esta formula e o triangulo de Pascal sao muitas vezes atribuıdos a BlaisePascal, que os descreveu no seculo XVII. Ja eram, no entanto, conhecidosdo matematico Chines Yang Hui no seculo XIII. O matematico persa OmarKhayyam, pode ter sido o primeiro a descobrir.
11 1
1 2 11 3 3 1· · · · · ·
(
n0
) (
n1
)
. . .(
nn−1
) (
nn
)
Capıtulo 2
Funcoes
2.1 Conceitos Basicos
Definicao 2.1.1. Seja A e B dois conjuntos, A 6= ∅, B 6= ∅. Uma funcaodefinida em A com valores em B e uma lei que associa a todo elemento x ∈ A
um unico elemento y ∈ B. Notacao: y = f(x).Esquematicamente:
f : A → B
x 7→ y = f(x)
Figura 2.1: Representacao de uma funcao
Definicao 2.1.2. O conjunto A e chamado domınio da funcao f , o conjuntoB contra-domınio de f e o conjunto I = {y ∈ B|y = f(x), x ∈ A} imagemda funcao f , tambem denotado por f(A). Observe que I ⊂ B. Nestematerial o conjunto B sera o conjunto dos numeros reais.
8 CAPITULO 2. FUNCOES
Observacao 2.1.1. Quando nao se especificar o domınio de uma dadafuncao, subentende-se que ele seja o conjunto de todos os reais para osquais seja possıvel definir a funcao. Assim, o domınio da funcao f(x) = 1
x−2e D = {x ∈ R|x 6= 2}, salvo mencao contraria.
2.2 Grafico de uma Funcao
Definicao 2.2.1. Seja f : A → B. O grafico de f e o conjunto G(f) ={(x, y) ∈ A × B|y = f(x)}, em que A × B = {(x, y)|x ∈ A e y ∈ B}.
Observacao 2.2.1. Como, por definicao, a todo x do domınio da funcaocorresponde um unico valor de y, nenhuma reta vertical pode interceptar ografico da funcao em mais de um ponto.
Exemplo 2.2.1. Seja f(x) =√
x − 1. O domınio de f sao todos os reaismaiores ou iguais a 1, ou seja, D = {x ∈ R|x ≥ 1}. A imagem de f eI = {y ∈ R|y ≥ 0}. Um esboco do grafico de f e dado por:
Figura 2.2: Grafico da funcao f(x) =√
x − 1
2.3 Monotonicidade e Paridade de Funcoes
Definicao 2.3.1. A funcao f : A → R e dita
1. estritamente crescente se x < y ⇒ f(x) < f(y) ∀ x, y ∈ A.
2. estritamente decrescente se x < y ⇒ f(x) > f(y) ∀ x, y ∈ A.
3. crescente se x < y ⇒ f(x) ≤ f(y) ∀ x, y ∈ A.
2.4. COMPOSICAO DE FUNCOES 9
4. decrescente se x < y ⇒ f(x) ≥ f(y) ∀ x, y ∈ A.
Se uma funcao f e crescente ou decrescente em A, diz-se que ela e monotonaem A.
Definicao 2.3.2. Diz-se que f : A → R e uma funcao par se as seguintescondicoes estiverem satisfeitas:
1. Para qualquer x ∈ A, tem-se sempre que −x ∈ A.
2. f(−x) = f(x), ∀ x ∈ A.
Observacao 2.3.1. O grafico de uma funcao par e simetrico em relacao aoeixo das ordenadas.
Definicao 2.3.3. Diz-se que f : A → R e uma funcao ımpar se as seguintescondicoes estiverem satisfeitas:
1. Para qualquer x ∈ A, tem-se sempre que −x ∈ A.
2. f(−x) = −f(x), ∀ x ∈ A.
Observacao 2.3.2. O grafico de uma funcao ımpar e simetrico em relacaoa origem do sistema cartesiano.
2.4 Composicao de funcoes
Definicao 2.4.1. Sejam f : A → B e g : B → C. A funcao composta de g
com f , indicada g ◦ f , e uma funcao h : A → C dada por h(x) = g(f(x)),∀ x ∈ A.
Observacao 2.4.1. Para a existencia da funcao composta nao e essencialque o domınio de g seja todo B, e sim apenas que contenha a imagem def . Assim, o domınio de g ◦ f e o conjunto de todos os elementos de x dodomınio de f tais que f(x) esteja no domınio de g.
2.5 Algebra de Funcoes
Definicao 2.5.1. Sejam f e g duas funcoes, D a interseccao nao vazia deseus domınios, e λ um numero real. Entao:
1. a soma de f e g, indicada por (f + g), e a funcao definida por (f +g)(x) = f(x) + g(x), ∀x ∈ D.
2. a diferenca de f e g, indicada por (f − g), e a funcao definida por(f − g)(x) = f(x) − g(x), ∀x ∈ D.
10 CAPITULO 2. FUNCOES
3. o produto de f por g, indicado por (f × g), e a funcao definida por(f × g)(x) = f(x) × g(x), ∀x ∈ D.
4. o quociente de f por g, indicado por
(
f
g
)
, e a funcao definida por(
f
g
)
(x) =f(x)
g(x), ∀x ∈ D.
5. o produto de λ por f , indicado por (λf), e a funcao definida por(λf)(x) = λf(x), ∀ ∈ D.
2.6 Classificacao de Funcoes
Definicao 2.6.1. Seja f : A → B. Diz-se que uma funcao f e injetora se:
x 6= y ⇒ f(x) 6= f(y) x, y ∈ A.
Consequencia 2.6.1. Como consequencia da definicao pode-se dizer queuma funcao e injetora se:
f(x) = f(y) ⇒ x = y x, y ∈ A.
Diz-se neste caso que se estabelece uma correspondencia um a um entre odomınio e a imagem de f .
Definicao 2.6.2. Seja f : A → B. Diz-se que uma funcao f e sobrejetorase f(A) = B, ou seja, para cada y ∈ B, existe pelo menos um x ∈ A tal que,y = f(x).
Definicao 2.6.3. Seja f : A → B. Diz-se que uma funcao f e bijetora sefor injetora e sobrejetora, isto e, se para cada y ∈ B existir um unico pontox ∈ A tal que y = f(x). Diz-se que estabelece-se uma correspondencia uma um entre o domınio e o contradomınio de f .
2.7 Inversao de Funcoes
Definicao 2.7.1. Diz-se que f : A → B e inversıvel se existir g : B → A,tal que g ◦ f = IA, isto e, (g ◦ f)(x) = x ∀x ∈ A e f ◦ g = IB , isto e,(f ◦ g)(x) = x ∀x ∈ B. A funcao g e chamada funcao inversa de f e eindicada por f−1.
Observacao 2.7.1. Observar que
1. Uma funcao f : A → B e inversıvel se, e somente se, f e bijetora.
2.8. FUNCOES BASICAS 11
2. Se f : A → B e uma funcao bijetora, entao o domınio e o contra-domınio de f sao, respectivamente, o contra-domınio e o domınio def−1.
3. Os graficos de f e f−1 sao curvas simetricas em relacao a bissetriz dosquadrantes ımpares, ou seja, em relacao a reta y = x.
Exemplo 2.7.1. Considere a funcao f , definida por f(x) = x2 + 5x − 7considerando-se que o domınio de f e R e que o contra-domınio de f e R,tem-se que f e nao-inversıvel. Porem, considerando-se, restricoes do domıniopode-se tornar a funcao injetora, e considerando-se restricoes do contra-domınio pode-se torna-la sobrejetora. Veja, algumas possıveis restricoespara o domınio e contra-domınio:
Restricoes de domınio e Contra-domınio
Domınio Contra-Domınio
(−∞, xv) (yv,∞)(−∞, xv] [yv,∞)[xv,∞) [yv,∞)(xv,∞) (yv,∞)
A Figura 2.3 apresenta o grafico de restricoes da funcao f(x) = x2+5x−7com sua respectiva inversa e a reta bissetriz do 1o e 3o quadrantes. Observeo grafico da restricao com a respectiva inversa exibidos com a mesma cor.No Capıtulo ??? voce podera visualizar os comandos MAPLE utilizadospara a exibicao do grafico apresentado na Figura 2.3.
2.8 Funcoes Basicas
Por convencao o contra-domınio de todas as funcoes e R.
2.8.1 Funcao Constante
Sao funcoes definidas por f(x) = b com b ∈ R. Seu domınio e R e I={c}.2.8.2 Funcao Afim
Sao funcoes definidas por f(x) = ax + b com a, b ∈ R, a 6= 0. Seu domınio eR e imagem, I = R.
Observacao 2.8.1. Observar que:
1. A funcao afim tem como grafico uma reta.
12 CAPITULO 2. FUNCOES
Figura 2.3: Grafico de restricoes da funcao f(x) = x2 + 5x − 7 com arespectiva inversa
2. O grafico intercepta o eixo das ordenadas no ponto (0, b) e o eixo das
abscissas no ponto
(−b
a, 0
)
.
3. Pode-se mostrar que a tangente do angulo α formando entre a reta eo eixo e igual a constante a.
4. Se b = 0 a funcao e denonimada funcao linear.
2.8.3 Funcao Quadratica
E toda funcao da forma f(x) = ax2 + bx + c, a, b, c ∈ R, a 6= 0.
Observacao 2.8.2. Observar que:
1. Seu grafico e uma parabola com eixo de simetria paralelo ao eixo y.
2. A parabola que representa a funcao f(x) = ax2 + bx + c tem concavi-dade para cima quando a > 0, e a concavidade para baixo quandoa < 0.
3. O vertice da parabola tem coordenadas V
(
− b
2a,− ∆
4a
)
, em que ∆ =
b2 − 4ac
2.8. FUNCOES BASICAS 13
4. As abscissas dos pontos em que a parabola intercepta o eixo x, seexistirem, sao dadas por:
x =−b ±
√∆
2a, em que ∆ = b2 − 4ac.
Posicoes caracterısticas da parabola no plano cartesiano sao dadas por:
1. a > 0 e ∆ > 0
2. a > 0 e ∆ = 0
3. a > 0 e ∆ < 0
4. a < 0 e ∆ > 0
5. a < 0 e ∆ = 0
6. a < 0 e ∆ < 0
2.8.4 Funcao Modular
E a funcao f(x) = |x| =
{
x, se x ≥ 0
−x, se x < 0
2.8.5 Funcao Exponencial
E toda funcao do tipo f(x) = ax (a > 0, a 6= 1).
Observacao 2.8.3. Observar que:
1. O grafico de uma funcao exponencial e crescente se a > 1 e decrescentese 0 < a < 1.
2. Para resolver as funcoes exponenciais vale-se da relacao:
ax = ay ⇒ x = y
3. Pela primeira observacao da funcao exponencial, tem-se as seguintesrelacoes que auxiliam na resolucao de inequacoes exponenciais:
Se a > 1 , ax < ay ⇔ x < y
Se 0 < a < 1 , ax < ay ⇔ x > y
14 CAPITULO 2. FUNCOES
2.8.6 Funcao Logarıtmica
A funcao logarıtmica, definida em R∗
+, e dada por: f(x) = loga x, a > 0 ea 6= 1, se e so se, af(x) = x.
Observacao 2.8.4. Observar que:
1. A funcao logarıtmica e a inversa da funcao exponencial.
2. As propriedades da funcao logarıtmica, sendo a > 0, b > 0 e b 6= 1,c > 0 e α ∈ R, sao:
(a) logb(ac) = logb a + logb c
(b) logb
(a
c
)
= logb a − logb c
(c) logb(aα) = α logb a
(d) logb a =loge a
loge b
3. O grafico e crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1.
4. Para a resolucao de equacoes logarıtmicas, usa-se a relacao seguinte:
(a) Se f(x) > 0, g(x) > 0, a > 0 e a 6= 1, entao loga f(x) =loga g(x) ⇔ f(x) = g(x)
Observacao 2.8.5. Observar que:
1. Para a resolucao de inequacoes logarıtmicas, usa-se as relacoesseguintes:
(a) Se a > 1, f(x) > 0 e g(x) > 0, entao loga f(x) > loga g(x) ⇔f(x) > g(x)
(b) Se 0 < a < 1, f(x) > 0 e g(x) > 0, entao loga f(x) > loga g(x) ⇔f(x) < g(x)
2.8.7 Funcoes Trigonometricas
Definicao 2.8.1. Denomina-se de circunferencia trigonometrica a circun-ferencia de centro na origem do plano cartesiano, de raio unitario e cujosarcos tem origem no ponto A(1, 0), com sentido anti-horario positivo.
Definicao 2.8.2. Considere na circunferencia trigonometrica um arco demedida x, com origem em A e extremidade em P . Entao, por definicao:
2.8. FUNCOES BASICAS 15
1. seno de x e a ordenada do ponto P
2. cosseno de x e a abscissa do ponto P
3. tangente de x e a ordenada do ponto T , intereseccao da reta OP como eixo tangente a circunferencia pelo ponto A.
Figura 2.4: NOME
Definicao 2.8.3. Define-se as principais funcoes trigonometricas daseguinte forma:
1. Funcao seno: f : R → R, f(x) = senx
2. Funcao cosseno: f : R → R, f(x) = cosx
3. Funcao tangente: f : R −{π
2+ hπ, h ∈ Z
}
→ R, f(x) = tg x
As outras funcoes trigonometricas sao definidas pelas relacoes
cotg x =cos x
senx=
1
tg x, sec x =
1
cos x, cosec x =
1
senx
Observacao 2.8.6. Observar que:
1. Da definicao, conclui-se que a imagem das funcoes seno e cosseno e ointervalo [−1, 1] e a imagem da funcao tangente e R.
2. A funcao cosseno (e, portanto, secante) e par, enquanto as funcoesseno (⇒ cossecante) e tangente (⇒ cotangente) sao ımpares.
16 CAPITULO 2. FUNCOES
3. As funcoes seno, cosseno, tangente sao periodicas, de perıodo 2π, 2πe π respectivamente.
4. As principais relacoes trigonometricas:
(a) sen 2x + cos2 x = 1
(b) 1 + tg 2x = sec2 x
(c) 1 + cot2 x = cosec 2x
(d) sen (x ± y) = senx cos y ± sin y cos x
(e) cos(x ± y) = cos x cos y ± senxsen y
(f) tg (x ± y) =tg x ± tg y
1 ∓ tg xtg y
(g) sen 2x = 2senx cos x
(h) cos 2x = cos2 x − sen 2x
(i) tg 2x =2tg x
1 − tg 2x
(j) sen p ± sen q = 2sen
(
p ± q
2
)
cos
(
p ∓ q
2
)
(k) cos p ± cos q = 2 cos
(
p + q
2
)
cos
(
p − q
2
)
(l) cos p − cos q = −2sen
(
p + q
2
)
cos
(
p − q
2
)
2.8.8 Funcoes Trigonometricas Inversas
Seja a funcao f : R → R, definida por f(x) = senx. A fim de definirsua funcao inversa e necessario fazer a seguinte restricao, com o intuito detorna-la bijetora:
f :[
−π
2,π
2
]
→ [−1, 1]
f(x) = senx
Assim, pode-se definir a funcao inversa.
f−1 : [−1, 1] →[
−π
2,π
2
]
y = arcsenx (⇔ sin y = x)
Trabalhando da mesma forma com as outras funcoes trigonometricas, tem-se:
2.8. FUNCOES BASICAS 17
1. Funcao Arcoseno: f : [−1, 1] →[
−π
2,π
2
]
, f(x) = arcsenx
2. Funcao Arco-cosseno: f : [−1, 1] → [0, π], f(x) = arccos x
3. Funcao Arco-tangente: f : R →(
−π
2,π
2
)
, f(x) = arctg x
Capıtulo 3
Limite e continuidade
3.1 Definicao de Limite
Definicao 3.1.1. Seja f uma funcao definida num intervalo aberto contendoa (exceto possivelmente no proprio a) e seja L um numero real. Entao,
limx→a
f(x) = L
se para todo ε > 0, existe um δ > 0 tal que |f(x) − L| < ε sempre queo < |x − a| < δ.
Em outras palavras, a definicao acima diz que f(x) pode tornar-se taoproximo de L quanto se deseja, escolhendo-se x suficientemente proximo dea, mas nao igual a a.
Teorema 3.1.1. (de unicidade) Se limx→a
= L1 e limx→a
= L2, entao L1 = L2.
3.1.1 Propriedades dos Limites de Funcoes
Propriedade 3.1.1. Se m e b sao constantes quaisquer, entao: (Se m e b
sao constantes quaisquer, entao:)
limx→a
(mx + b) = ma + b
Consequencia 3.1.1. Se c e uma constante, entao, (Se c e uma constante,entao,)
limx→a
c = c
Consequencia 3.1.2.
limx→a
x = a
20 CAPITULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
Propriedade 3.1.2. Se limx→a
f(x) = L e limx→a
g(x) = M , entao
limx→a
[f(x) ± g(x)] = limx→a
f(x) ± limx→a
g(x) = L ± M.
Consequencia 3.1.3. Se limx→a
f1(x) = L1, limx→a
f2(x) = L2, · · · , limx→a
fn(x) =
Ln, entao,
limx→a
[f1(x) ± f2(x) ± · · · fn(x)] = L1 ± L2 ± · · ·Ln
Propriedade 3.1.3. Se limx→a
f(x) = L e limx→a
g(x) = M , entao
limx→a
[f(x) × g(x)] = limx→a
f(x) × limx→a
g(x) = L × M
Consequencia 3.1.4. Se limx→a
f1(x) = L1, limx→a
f2(x) = L2, · · · ,limx→a
fn(x) = Ln, entao,
limx→a
[f1(x) × f2(x) × · · · fn(x)] = L1 × L2 × · · ·Ln
Consequencia 3.1.5. Se limx→a
f(x) = L e n for inteiro positivo qualquer,
entao
limx→a
[f(x)]n =[
limx→a
f(x)]n
= Ln
Propriedade 3.1.4. Se limx→a
f(x) = L e limx→a
g(x) = M e M 6= 0, entao
limx→a
f(x)
g(x)=
limx→a
f(x)
limx→a
g(x)=
L
M
Propriedade 3.1.5. Se limx→a
f(x)n = L, entao,
limx→a
f(x)n =[
limx→a
f(x)]n
= Ln
Se L ≥ 0 e n for um inteiro qualquer positivo, ou se L ≤ 0 e n for um inteiropositivo ımpar qualquer.
Propriedade 3.1.6. Se g e uma funcao tal que g(x) = f(x) e valido paratodos os valores de x pertencentes a algum intervalo ao redor de a, excetox = a, entao lim
x→ag(x) = lim
x→af(x), se os limites existirem.
3.2. LIMITES LATERAIS 21
3.2 Limites Laterais
Definicao 3.2.1. Seja f definida em um intervalo (a, c). Entao, o limitede f(x) quando x tende a a pela direita sera L, escrito lim
x→a+f(x) = L, se
para qualquer ε > 0, existe um δ > 0 tal que, |f(x) − L| < ε sempre que0 < x − a < δ.
Definicao 3.2.2. Seja f definida em um intervalo (d, a). Entao, o limitede f(x) quando x tende a a pela esquerda sera L, escrito lim
x→a−
f(x) = L, se
para qualquer ε > 0, existe um δ > 0 tal que, |f(x) − L| < ε sempre que0 < x − a < δ.
Teorema 3.2.1. limx→a
f(x) e igual a L se e somente se limx→a+
f(x) e limx→a−
f(x)
existirem e ambos forem iguais a L
3.3 Limites no Infinito
Definicao 3.3.1. Suponha que a funcao f esteja definida em um intervalo(a,+∞). Diz-se que lim
x→+∞
f(x) = L, se para todo ε > 0, existe um numero
positivo N tal que |f(x) − L)| < ε sempre que x > N .
Definicao 3.3.2. Suponha que a funcao f esteja definida em um intervalo(−∞, a). Diz-se que lim
x→−∞
f(x) = L, se para todo ε > 0, existe um numero
negativo N tal que |f(x) − L)| < ε sempre que x < N .
Teorema 3.3.1. Se r e um inteiro positivo qualquer, entao,
limx→+∞
1
xr= 0 e lim
x→−∞
1
xr= 0.
Observacao 3.3.1. As propriedades de limite de funcoes permanecem in-alteradas quando x → a e substituıdo por “x → +∞”ou “x → −∞”.
3.4 Limites Infinitos
Definicao 3.4.1. Seja f definida num intervalo aberto contendo a, excetopossivelmente no proprio a . Diz-se que lim
x→af(x) = +∞, se para qualquer
N > 0 existir um δ > 0 tal que f(x) > N sempre que 0<|x − a| < δ.
22 CAPITULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
Definicao 3.4.2. Seja f definida num intervalo aberto contendo a , excetopossivelmente no proprio a. Diz-se que lim
x→af(x) = −∞, se para qualquer
N < 0 existir um δ > 0 tal que f(x) < N sempre que 0<|x − a| < δ.Observacao analoga pode ser feita para lim
x→af(x) = −∞. Desta forma, tem-
se:
Observacao 3.4.1. Podemos observar que
1. Definicoes semelhantes podem ser feitas ao se trocar, “x → a” por“x → a+”ou “x → a−”.
Observacao 3.4.2. Podemos observar que
1. Limites infinitos no infinito podem ser considerados. Existemdefinicoes formais para cada um dos seguintes limites:
limx→+∞
f(x) = +∞
limx→+∞
f(x) = −∞
limx→+∞
f(x) = −∞
limx→−∞
f(x) = −∞
3.4.1 Propriedades
Propriedade 3.4.1. Se limx→a
f(x) = ±∞ e limx→a
g(x) = c, c constante qual-
quer, entao,
1. limx→a
[f(x) + g(x)] = ±∞
2. Se c > 0, entao limx→a
[f(x) × g(x)] = ±∞
3. Se c < 0, entao limx→a
[f(x) + g(x)] = ∓∞
4. limx→a
g(x)
f(x)= 0
Propriedade 3.4.2. Se limx→a
f(x) = 0 e limx→a
g(x) = c, c constante nao nula,
entao,
1. Se c > 0 e se f(x) → 0 atraves de valores positivos de f(x), entao
limx→a
g(x)
f(x)= +∞
3.5. ASSINTOTAS VERTICAIS E HORIZONTAIS 23
2. Se c > 0 e se f(x) → 0 atraves de valores negativos de f(x), entao
limx→a
g(x)
f(x)= −∞
3. Se c < 0 e se f(x) → 0 atraves de valores positivos de f(x), entao
limx→a
g(x)
f(x)= −∞
4. Se c < 0 e se f(x) → 0 atraves de valores negativos de f(x), entao
limx→a
g(x)
f(x)= +∞
Observacao 3.4.3. As propriedades (3.4.1) e (3.4.2) anteriores continuamvalidas se “x → a”for substituıdo por “x → a+”, “x → a−”, “x → +∞”ou“x → −∞”.
3.5 Assıntotas Verticais e Horizontais
Definicao 3.5.1. Diz-se que a reta vertical x = a e uma assıntota verti-cal do grafico da funcao f se pelo menos uma das afirmacoes seguintes forverdadeira:
1. limx→a+
f(x) = +∞
2. limx→a+
f(x) = −∞
3. limx→a−
f(x) = +∞
4. limx→a−
f(x) = −∞
Definicao 3.5.2. Diz-se que a reta vertical y = b e uma assıntota horizon-tal do grafico da funcao f se pelo menos uma das afirmacoes seguintes forverdadeira:
1. limx→+∞
f(x) = b
2. limx→−∞
f(x) = b
3.6 Teoremas Adicionais sobre Limites de Funcoes
Teorema 3.6.1. (Teorema da Conservacao do Sinal)Se lim
x→af(x) existe e se lim
x→af(x) = b 6= 0, entao existe um intervalo aberto
contınuo contendo a tal que f(x) tem o mesmo sinal de b para todo x 6= a
deste intervalo.
24 CAPITULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
Teorema 3.6.2. (Teorema da Comparacao)Suponha que f e g estejam definidas em um intervalo aberto I contendo a ,exceto possivelmente em a. Suponha, tambem, que f(x) ≤ g(x), ∀x ∈ I,x 6= a. Entao, se existirem lim
x→af(x) e lim
x→ag(x), entao lim
x→af(x) ≤ lim
x→ag(x).
Observacao 3.6.1. Podemos observar que
1. Se lim f(x) = +∞ e f(x) ≤ g(x), entao lim g(x) = +∞ (vale parax → a, x → +∞ e x → −∞).
2. Se lim g(x) = −∞ e f(x) ≤ g(x), entao lim f(x) = −∞ (vale parax → a, x → +∞ e x → −∞).
Teorema 3.6.3. (Teorema do Confronto ou do “Sanduıche”)Se f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) para todo x em um intervalo aberto contendo a ,exceto possivelmente em a, e se lim
x→af(x) = lim
x→ah(x) = L, entao lim
x→ag(x) =
L.
Observacao 3.6.2. O teorema anterior continua valido se “x → a” forsubstituıdo por “x → +∞” ou “x → −∞”.
Teorema 3.6.4. (1o Limite Fundamental)
limx→0
senx
x= 1
Teorema 3.6.5. (2o Limite Fundamental)
limx→−∞
(
1 +1
x
)x
= e
limx→∞
(
1 +1
x
)x
= e
em que e = 2, 71828 · · · (irracional).
3.7 Continuidade
3.7.1 Continuidade em um ponto
Definicao 3.7.1. Diz-se que f e contınua em um ponto a se sao satisfeitasas tres condicoes seguintes:
1. existe f(a)
3.7. CONTINUIDADE 25
2. existe limx→a
f(x)
3. limx→a
f(x) = f(a)
Observacao 3.7.1. Podemos observar que
1. Se uma ou mais destas tres condicoes nao for verificada em a , diz-seque a funcao f e descontınua em a.
2. Como a nocao de continuidade envolve o fato de que limx→a
f(x) = f(a),
tem-se entao o seguinte teorema:
Teorema 3.7.1. Diz-se que f e contınua em um ponto a se f for definidaem um intervalo aberto contendo a e se para qualquer ε > 0 existe um ε > 0tal que |f(x) − f(a)| < ε sempre que |x − a| < δ.
Propriedade 3.7.1. Se f e g sao duas funcoes contınuas em a , entao:
1. f + g e contınua em a
2. f − g e contınua em a
3. f × g e contınua em a
4.f
ge contınua em a, desde que g(a) 6= 0
Propriedade 3.7.2. Uma funcao polinomial e contınua em todo a ∈ R.
Propriedade 3.7.3. Uma funcao racional (quociente de duas funcoes poli-nomiais) e contınua em todo ponto do seu domınio.
Propriedade 3.7.4. As funcoes trigonometricas, exponenciais, logarıtmicassao contınuas em todos os pontos dos seus domınios.
Propriedade 3.7.5. Se g e contınua em a e f e contınua em g(a), entaof ◦ g e contınua em a.
3.7.2 Continuidade em um Intervalo
Definicao 3.7.2. Diz-se que uma funcao f e contınua em um intervaloaberto se f e contınua em todos os pontos deste intervalo.
Definicao 3.7.3. Uma funcao f e contınua em um intervalo fechado [a, b]se f e contınua no intervalo aberto (a, b) e f satisfaz
limx→a+
f(x) = f(a) e limx→b−
f(x) = f(b).
Capıtulo 4
Derivada
4.1 A Derivada de uma Funcao
Definicao 4.1.1. A derivada de uma funcao f , indicada f′
e uma funcaodefinida por:
f′
(x) = lim∆x→0
=f(x + ∆x) − f(x)
∆x= lim
∆x→0
∆y
∆x,
se esse limite existir e for finito.
Observacao 4.1.1. Se f e definida por y = f(x), sua derivada pode serindicada por,
f′
(x) = y′
=dy
dx= Dxy.
Definicao 4.1.2. Uma funcao f e diferenciavel em x1 se f′
(x1) existir. Umafuncao e diferenciavel se for diferenciavel em todo ponto do seu domınio.
Definicao 4.1.3. Se a funcao f esta definida em x1, entao a derivada adireita em x1 e definida por:
f′
+(x1) = lim∆x→0+
f(x1 + ∆x) − f(x1)
∆x
caso o limite exista. De maneira analoga se define f′
−(x1), a derivada a
esqueda de f em x1:
f′
−(x1) = lim
∆x→0−
f(x1 + ∆x) − f(x1)
∆x
27
28 CAPITULO 4. DERIVADA
Observacao 4.1.2. Como consequencia do teorema da existencia de limite,pode-se afirmar que a derivada de f
′
(x1) existe e tem o menor valor A see somente se ambas as derivadas f
′
−(x1) e f
′
+(x1) existirem e tem o valorcomum A.
Teorema 4.1.1. Se uma funcao f e diferenciavel em x1, entao f e contınuaem x1.
Observacao 4.1.3. Podemos observar que
1. A recıproca do teorema nao e verdadeira. Existem funcoes contınuasque nao sao diferenciaveis.
2. Como consequencia do teorema, pode-se dizer que se f nao e contınuaem x1, entao f nao e diferenciavel em x1.
4.1.1 Teoremas Basicos sobre Diferenciacao
Teorema 4.1.2. Se f(x) = c, ∀x, c constante qualquer, entao f′
(x) = 0.
Teorema 4.1.3. Se f(x) = xn, n inteiro positivo qualquer, entao f′
(x) =nxn−1.
Teorema 4.1.4. Se f uma funcao e c uma constante. Se g e uma funcaodefinida por g(x) = cf(x), entao, se f
′
(x) existe, g′
(x) = cf′
(x).
Teorema 4.1.5. Se u e v sao funcoes e se f e tal que f(x) = u(x) + v(x),entao f
′
(x) = u′
(x) + v′
(x), desde que u′
(x) e v′
(x) existam (ou seja, aderivada da soma e a soma das derivadas).
Observacao 4.1.4. Podemos observar que
1. Costuma-se escrever (u + v)′
= u′
+ v′
2. O resultado pode ser estendido a qualquer numero finito de funcoes.
Teorema 4.1.6. Se u e v sao funcoes e se f e tal que f(x) = u(x).v(x),entao f
′
(x) = u′
(x).v(x) + u(x).v′
(x), desde que u′
(x) e v′
(x) existam.
Observacao 4.1.5. Costuma-se escrever (uv)′
= u′
v + uv′
Teorema 4.1.7. Se f e uma funcao, f(x) 6= 0, entao,
(
1
f(x)
)′
= − f′
(x)
[f(x)]2,
desde que f′
(x) exista.
4.1. A DERIVADA DE UMA FUNCAO 29
Teorema 4.1.8. Se u e v sao funcoes e se f e tal que f(x) =u(x)
v(x), em que
v(x) 6= 0, entao, f′
(x) =u
′
(x).v(x) − u(x).v′
(x)
[v(x)]2, desde que u
′
(x) e v′
(x)
existam.
Observacao 4.1.6. Costuma-se escrever(u
v
)′
= u′
v + uv′
=u
′
.v − u.v′
v2.
4.1.2 A Regra da Cadeia
Teorema 4.1.9. Se y = f(u), u = g(x) e as derivadasdy
due
du
dxexistem,
entao a funcao composta y = f(g(x)) tem derivada dada por,
dy
dx=
dy
du× du
dx,
ou seja, f′
(x) = f′
(u).g′
(x).
Observacao 4.1.7. O teorema se estende para a composta de um numerofinito de funcoes.
4.1.3 Derivada de Funcoes Basicas
Teorema 4.1.10. Suponha que f seja contınua e monotona sobre um in-tervalo I e seja y = f(x). Se f e diferenciavel e f
′
(x) 6= 0 para todo x emI, entao a derivada da funcao inversa x = f−1(y) e dada por:
dx
dy=
1
dy
dx
Teorema 4.1.11. Ver tabela de derivadas!
4.1.4 Derivadas de Ordem Superior
Se f′
e a derivada de uma funcao f , f′
tambem e uma funcao de x, chamadaprimeira derivada de f . A derivada de f
′
, se existir, e chamada segundaderivada de f , denotada por,
y′′
= f′′
(x) = D2xy =
d2y
dx2.
Generalizando, a n-esima derivada da funcao f e a derivada da (n−1)-esimaderivada de f . Indica-se por,
y(n) = f (n)(x) = Dnx(y) =
dn(y)
dxn
30 CAPITULO 4. DERIVADA
4.1.5 A Diferencial
Definicao 4.1.4. Se y = f(x), entao a diferencial de y, demonstrada pordy, e dada por, dy = f
′
(x)∆x, em que x esta no domınio de f′
e ∆x e umincremento arbitrario em x.
Ao se trabalhar com a funcao y = x, tem-se y′
= 1 e, consequentemente,dy = dx = ∆x, ou seja, dx = ∆x. Tem-se entao a seguinte definicao:
Definicao 4.1.5. Seja y = f(x), entao a diferencial de x, denotada por dx,e dada por, dx = ∆x. Pode-se entao escrever, dy = f xdx.
Observacao 4.1.8. Podemos observar que
1. Da ultima relacao segue-se que
dy
dx= f
′
(x),
isto e, f′
(x) pode ser visto como uma razao diferencial de uma funcaopela diferencial da variavel independente.
2. Como dy = ∆y, quando ∆x = dx e suficientemente pequeno, conclui-se que a diferencial de y, dy, e o incremento de y, ∆y, sao aproximada-mente iguais quando dx e suficientemente pequeno.
e tem-se as seguintes formulas diferencias:
1. d(c) = 0
2. d(cu) = cdu
3. d(u + v) = du + dv
4. d(uv) = udv + vdu
5. d(u
v
)
=vdu − udv
v2
6. d(un) = nun−1du
7. d(xn) = nxn−1dx
em que u e v sao funcoes de x diferenciaveis, c e constante e n e um expoenteracional.
Definicao 4.1.6. Seja y = f(x), entao a diferencial de ordem n e a difer-encial da diferencial de ordem n − 1, ou seja,
dny = f (n)(x)dxn.
4.2. APLICACOES DE DERIVADA 31
4.2 Aplicacoes de Derivada
Teorema 4.2.1. (ROLLE -1652/1719)Seja f(x) contınua em [a, b] e derivavel em (a, b) e que f(a) = f(b) = K.Entao, existira pelo menos um ponto x tal que f
′
(x) = 0.
Teorema 4.2.2. (Cauchy)Sejam f(x) e g(x) contınuas em [a, b] e derivaveis em (a, b) com g(x) 6= 0em (a, b). Existira, entao, pelo menos um ponto x ∈ (a, b) tal que,
f(b) − f(a)
g(b) − g(a)=
f′
(x)
g′(x)
.
Teorema 4.2.3. (Lagrange)Seja f(x) contınua em [a, b] e derivavel em (a, b), entao existira x ∈ (a, b)tal que f(b) − f(a) = f
′
(x)(b − a).
4.2.1 Funcoes Crescentes e Decrescentes
Pelo fato de a primeira derivada poder ser interpretada como a tangente doangulo de tangencia de uma reta a uma curva no ponto dado por (a, f(a)),ela podera ser utilizada para a analise da taxa de crescimento de uma funcao.
Teorema 4.2.4. Seja f uma funcao contınua em [a, b] e derivavel em (a, b).
1. Se f′
(x) > 0 para x ∈ (a, b) entao f e crescente em [a, b]
2. Se f′
(x) < 0 para x ∈ (a, b) entao f e decrescente em [a, b]
4.2.2 Extremos de Funcoes - Extremos Absolutos
Definicao 4.2.1. O ponto c do domınio de uma funcao f e ditoponto crıtico de f se uma das seguintes condicoes for satisfeita:
1. f′
(c) existe e e zero.
2. f′
(c) nao existe.
Definicao 4.2.2. Seja f definida num intervalo I e c0 um ponto em I.
1. f(c0) e maximo absoluto em I se f(x) ≤ f(c0), x ∈ I
2. f(c0) e mınimo absoluto em I se f(x) ≥ f(c0), x ∈ I
Observacao 4.2.1. Podemos observar que
1. Casos em que c0 e dito ponto de maximo absoluto eponto de mınimo absoluto em I, respectivamente.
32 CAPITULO 4. DERIVADA
2. O conceito de maximo e mınimo absolutos sao relativos a um dadointervalo.
Teorema 4.2.5. Se uma funcao e contınua num intervalo fechado [a, b]entao f admite seu maximo e seu mınimo pelo menos uma vez em [a, b].
Observacao 4.2.2. A prova deste teorema remonta na propria conceituacaode numeros reais como um corpo ordenado completo, assunto de topologiados reais que transcende os objetivos mais aplicados deste curso.
4.2.3 Extremos de Funcoes - Extremos Relativos
Definicao 4.2.3. Seja c um ponto no domınio da funcao f
1. f(c) e maximo relativo (ou local) se existir um intervalo aberto (a, b),contendo c tal que f(x) ≤ f(c), ∀x ∈ (a, b)
2. f(c) e mınimo relativo (ou local) se existir um intervalo aberto (a, b),contendo c tal que f(x) ≥ f(c), ∀x ∈ (a, b)
Observacao 4.2.3. Podemos observar que
1. Pela definicao acima, dado um intervalo I, a funcao f podera ter variosmaximos e mınimos relativos, mas apenas um maximo e um mınimoabsoluto, quando os tiver.
2. Algumas vezes os extremos relativos (maximos ou mınimos relativos)poderao coincidir com os extremos relativos.
Teorema 4.2.6. Se uma funcao e derivavel em c e tem um extremo localnesse ponto, entao f
′
(c) = 0.
4.2.4 Condicoes Suficientes para Extremos Relativos eFuncoes Contınuas
Teorema 4.2.7. Seja c um valor crıtico de f em (a, b). Seja ademais f
contınua em [a, b] e derivavel em (a, b), exceto, possivelmente, em c.
1. Se f′
(x) > 0 para a < x < c e f′
(x) < 0 para c < x < b, entao f(x) emaximo relativo em c.
2. Se f′
(x) < 0 para a < x < c e f′
(x) > 0 para c < x < b, entao f(x) emınimo relativo em c.
4.2. APLICACOES DE DERIVADA 33
4.2.5 Concavidade e a segunda derivada
Teorema 4.2.8. Seja f uma funcao e c um ponto de seu domınio em quef
′′
(c) exista.
1. Se f′′
(c) > 0, entao f(x) e concava para cima.
2. Se f′′
(c) < 0, entao f(x) e concava para baixo.
Definicao 4.2.4. Um ponto (c, f(c)) do grafico de f , contınua e derivavelem (a, b) contendo c e dito ponto de inflexao se uma das condicoes abaixofica satisfeita:
1. Para a < x < c, f′
(x) e crescente e para c < x < b, f′
(x) e decrescente.
2. Para a < x < c, f′
(x) e decrescente e para c < x < b, f′
(x) e crescente.
4.2.6 Extremos relativos e a segunda derivada
Teorema 4.2.9. Seja f derivavel num intervalo (a, b) contendo c e quef
′
(c) = 0. Entao,
1. Se f′′
(c) < 0, entao f tem um maximo local em c.
2. Se f′′
(c) > 0, entao f tem um mınimo local em c.
Teorema 4.2.10. Seja f(x) derivavel ate a terceira ordem e suponha quef
′′
(c) = 0. Entao, se f′′′
(c) 6= 0, o ponto (c, f(c)) sera um ponto de inflexao.
4.2.7 Regras de L’Hospital
Teorema 4.2.11. Se para x = a a fracaof(x)
g(x)admite forma indeterminada
0
0mas
f′
(x)
g′(x)
nao e indeterminada nesse ponto, entao
limx→a
f′
(x)
g′(x)
= limx→a
f(x)
g(x)
se o primeiro limite existir.
Teorema 4.2.12. Sef(x)
g(x)admite forma indeterminada
∞∞ quando x tende
para a (finito ou nao), entao,
limx→a
f′
(x)
g′(x)
= limx→a
f(x)
g(x)
se o primeiro limite existir.
34 CAPITULO 4. DERIVADA
Observacao 4.2.4. A demonstracao deste teorema e mais complicada pelofato das funcoes serem ilimitadas.
4.3 Estudo Completo de uma funcao
A construcao do grafico de uma funcao e um dos objetivos importantes doestudo de derivada. Os elementos necessarios para tal fim constam do roteiroa seguir:
1. Determinacao do domınio.
2. Determinacao das interseccoes com os eixos, quando possıvel.
3. Determinacao dos limites nos extremos do domınio e de possıveisassıntotas.
4. Determinacao dos limites laterais nos pontos de descontinuidade(quando houver) e possıveis assıntotas.
5. Determinacao dos intervalos de crescimento e decrescimento e depossıveis pontos de maximo e mınimo.
6. Determinacao dos intervalos em que a funcao e concava para cima oupara baixo e de possıveis pontos de inflexao.
7. Esbocar o grafico de f(x).
4.4 Formulas de Taylor e Maclaurin
Seja f uma funcao e n um numero inteiro positivo, tal que a derivada f n+1(x)exista para todo x em um intervalo I. Se a e x sao numeros distintos em I.Entao existe um numero z entre a e x tal que:
f(x) = f(a) +f
′
(a)
1!(x − a) +
f′′
(a)
2!(x − a)2 + · · · +
+fn(a)
n!(x − a)n +
fn+1(z)
n + 1!(x − a)n+1
A soma dos n+1 primeiros termos do membro direito da equacao acimae denominado Polinomio de Taylor (Px(n)) de grau n de f no ponto a.
4.4. FORMULAS DE TAYLOR E MACLAURIN 35
A formula de Maclaurin e um caso especial de Taylor quando a = 0, ouseja,
f(x) = f(0) +f
′
(0)
1!x +
f′′
(0)
2!x2 + · · · +
+fn(0)
n!xn +
fn+1(z)
n + 1!(x − a)n+1
Observacao 4.4.1. Para mais detalhes veja LASKOSKI, G.T., Formulasde Taylor e Maclaurin (Calculo Diferencial e Integral I), UTFPR,
Curitiba, 2007.
Capıtulo 5
Integracao
5.1 A Integral Indefinida
Definicao 5.1.1. A funcao F (x) e chamada antiderivada da funcao f(x)no intervalo [a, b] se F
′
(x) = f(x) ∀x ∈ [a, b].
Observacao 5.1.1. E facil verificar que se, para uma dada funcao f(x)existe uma antiderivada, entao esta antiderivada nao e unica.
Teorema 5.1.1. Se F e uma funcao tal que F′
(x) = 0 para todos os valoresde x no intervalo [a, b], entao F e constante em I.
Teorema 5.1.2. Se F e G sao duas funcoes tais que F′
(x) = G′
(x) paratodos os valores de x no intervalo [a, b], entao existe uma constante C talque F (x) = G(x) + C para todo x em [a, b].
Teorema 5.1.3. Se F (x) e uma antiderivada qualquer de f(x) em umintervalo [a, b], entao a antiderivada mais geral de f em [a, b] e dada por
F (x) + C (5.1)
em que C e uma constante arbitraria e toda antiderivada de f(x) em [a, b]pode ser obtida de 5.1 atribuindo valores especıficos a C.
Definicao 5.1.2. Seja a funcao F (x) uma antiderivada de f(x), entao aexpressao F
′
(x)+C e a integral indefinida da funcao f(x) e e denotada pelosımbolo
∫
f(x)dx.
Observacao 5.1.2. Podemos observar que
1. Uma integral indefinida e uma famılia de funcoes y = F (x) + C
38 CAPITULO 5. INTEGRACAO
2. Da definicao 39 segue que:
(a)
(∫
f(x)dx
)′
= (F (x) + C)′
= F′
(x) = f(x)
(b) d
(∫
f(x)dx
)
= f(x)dx
(c)
∫
dF (x) =
∫
f(x)dx = F (x) + C
3. Tabela Basica
Teorema 5.1.4.
∫
[f1(x) + fx(x)] dx =
∫
f1(x)dx +
∫
f2(x)dx
Teorema 5.1.5.
∫
af(x)dx = a
∫
f(x)dx, a constante.
Teorema 5.1.6. Se
∫
f(x)dx = F (x)+C, entao
∫
f(ax+ b)dx =1
aF (ax+
b) + C
5.1.1 Regra da Substituicao
Definicao 5.1.3. Se u = g(x) for uma diferencial cuja a?? imagem e umintervalo I e f for contınua em I, entao
∫
f(g(x))g′
(x)dx =
∫
f(u)du
Observacao 5.1.3. Podemos observar que
1. Observe regra da substituicao para a integracao utiliza-se do artifıcioda regra da cadeia para diferenciacao, assim tem-se a observacao aseguir:
(a) A regra da substituicao estabelece que: e permitido operar comdx e du apos os sinais de integrais como se fossem diferenciais.
5.1.2 Integracao por Partes
Teorema 5.1.7. Sejam u = u(x) e v = v(x) duas funcoes diferenciaveis.Entao
∫
u(x)v′
(x)dx = u(x)v(x) −∫
v(x)uxdx
5.2. A INTEGRAL DEFINIDA 39
Observacao 5.1.4. Como du = u′
(x)dx e dv = v′
xdx, a expressao acimapode ser escrita em sua forma mais conhecida
∫
udv = uv −∫
vdu
5.2 A Integral Definida
Definicao 5.2.1. Se f e uma funcao contınua definia por a ≤ x ≤ b, divide-
se o intervalo [a, b] em n subintervalos de comprimentos iguais ∆x =b − a
n.
Seja x0(= a), x1, x2, · · · , xn(= b) e extremos desses intervalos e suponhaescolher-se os pontos amostrais x∗
1, x∗
2, · · · , x∗
n, nesses subintervalos de talforma que xi
∗esta no i-esimo intervalo [xi−1, xi]. Entao a integral definida
de f e
∫ b
a
f(x)dx = limx→∞
n∑
i=1
f(x∗
i )∆x
5.2.1 Propriedades
Teorema 5.2.1. Se f e uma funcao integravel no intervalo [a, b] e K e um
numero constante, entao Kf tambem e integravel em [a, b] e
∫ b
a
Kf(x)dx =
K
∫ b
a
f(x)dx.
Teorema 5.2.2. Se f e g sao funcoes integraveis no intervalo [a, b], entao f+
g e tambem integravel no intervalo [a, b] e
∫ b
a
[f(x) + g(x)] dx =
∫ b
a
f(x)dx+∫ b
a
g(x)dx.
Teorema 5.2.3. Se f e uma funcao integravel em [a, b] e se f(x) ≥ 0 para
todos os valores de x em [a, b], entao
∫ b
a
f(x)dx ≥ 0
Observacao 5.2.1. O Teorema 3 e facilmente mostrado/interpretado geo-metricamente, por definicao!
Teorema 5.2.4. Se f e g sao funcoes integraveis no intervalo [a, b] e sef(x) ≤ g(x) e valido para todos os valores de x no intervalo [a, b], entao∫ b
a
f(x)dx ≤∫ b
a
g(x)dx.
40 CAPITULO 5. INTEGRACAO
Observacao 5.2.2. O Teorema 4 e facilmente mostrado/interpretado geo-metricamente, por definicao!
Teorema 5.2.5. Se f e uma funcao integravel no intervalo [a, b] e K e um
numero constante, entao Kf tambem e integravel em [a, b] e
∫ b
a
Kf(x)dx =
K
∫ b
a
f(x)dx.
Teorema 5.2.6. Se f e g sao funcoes integraveis no intervalo [a, b], entao f+
g e tambem integravel no intervalo [a, b] e
∫ b
a
[f(x) + g(x)] dx =
∫ b
a
f(x)dx+∫ b
a
g(x)dx.
Teorema 5.2.7. Se f e uma funcao integravel no intervalo [a, b] entao |f |
tambem o sera e
∣
∣
∣
∣
∫ b
a
f(x)dx
∣
∣
∣
∣
<
∫ b
a
f(x)dx.
Teorema 5.2.8. Para quaisquer tres numero a, b e c a iualdade
∫ b
a
f(x)dx =∫ c
a
f(x)dx +
∫ b
c
f(x)dx e verdadeira, se as integrais existirem.
Observacao 5.2.3. O Teorema 6 e facilmente mostrado/interpretado geo-metricamente, por definicao!
Teorema 5.2.9. (Teorema do Valor Medio Para Integrais)Suponha que f seja uma funcao contınua no intervalo [a, b]. Entao, existe
um numero c em [a, b] tal que
∫ b
a
f(x)dx = (b − a)f(c).
5.3 Teorema Fundamental do Calculo (Newton-
Leibniz)
Teorema 5.3.1. Seja f uma funcao contınua no intervalo fechado [a, b] esuponha que a e um numero fixo neste intervalo. Define-se a funcao g comdomınio [b, c] por
g(x) =
∫
f(t)dt ∀ x ∈ [a, b]
5.4. INTEGRAIS IMPROPRIAS 41
Teorema 5.3.2. Se F (x) e uma antiderivada da funcao contınua f(x), entaovale,
∫ b
a
f(x)dx = F (b) − F (a)
Observacao 5.3.1. Podemos observar que
1. E comum adotar-se a notacao
F (b) − F (a) = F (x)|ba = [F (x)]ba.
2. Quando se utiliza alguma tecnica de integracao (parte ou substituicao)deve-se atentar aos limites de integracao.
5.4 Integrais Improprias
Definicao 5.4.1. Se existe um limite finito limb→+∞
∫ b
a
f(x)dx entao este lim-
ite e chamado a integral impropria da funcao f(x) no intervalo [a,+∞) e e
denotado pelo sımbolo
∫ +∞
a
f(x)dx.
Entao, por definicao,
∫ +∞
a
f(x)dx = limb→+∞
∫ b
a
f(x)dx. Neste caso, e
dito que a integral impropria
∫ +∞
a
f(x)dx converge. Em caso contrario, ela
e dita divergente.
Similarmente, define-se as integrais improprias de outros intervalos in-finitos:
∫ +∞
−∞
f(x)dx = lima−∞
∫ b
a
f(x)dx
∫ +∞
−∞
f(x)dx =
∫ c
a
f(x)dx +
∫ b
c
f(x)dx
Teorema 5.4.1. Se para todo x(x ≥ a) a desigualdade 0 ≤ f(x) ≤ g(x)
e valida e se
∫ +∞
a
g(x)dx converge, entao
∫ +∞
a
f(x) tambem converge e∫ +∞
a
f(x)dx ≤∫ +∞
a
g(x)dx.
42 CAPITULO 5. INTEGRACAO
Teorema 5.4.2. Se para todo x(x ≥ a) e valida a desigualdade 0 ≤ f(x) ≤g(x) e se
∫ +∞
a
g(x)dx diverge, entao
∫ +∞
a
f(x) tambem diverge.
Teorema 5.4.3. Se a integral
∫ +∞
a
|f(x)|dx converge, entao a integral∫ +∞
a
f(x)dx tambem converge.
Definicao 5.4.2. Suponha a funcao f definida no intervalo (a, b] e integravel
em todo intervalo da forma [a + c, b]. Entao, por definicao,
∫ b
a
f(x)dx =
limc→0+
∫ b
a+c
f(x)dx.
Se limc→0+
∫ b
a+c
f(x)dx existe e e finito, diz-se que a integral impropria
∫ b
a
f(x)dx e convergente; caso contrario, ela e dita divergente.
De forma analoga,
∫ b
a
f(x)dx = limc→0+
∫ b−c
a
f(x)dx no caso em que f(b)
nao e definido e
∫ b
a
f(x)dx =
∫ c
a
f(x)dx +
∫ b
c
f(x)dx no caso em que f(c)
nao e definido, a < c < b.
Teorema 5.4.4. Se no intervalo [a, c] as funcoes f(x) e g(x) nao saodefinidas em c e em todos os pontos do intervalo e valida a desigualdade
g(x) ≥ f(x) ≥ 0, e
∫ c
a
g(x)dx converge, entao
∫ c
a
f(x)dx tambem converge.
Teorema 5.4.5. Sejam f(x) e g(x) funcoes nao definidas em c do intervalo
[a, c]. Se e valida a desigualdade f(x) ≥ g(x) ≥ 0, e
∫ c
a
g(x)dx diverge,
entao
∫ c
a
f(x)dx tambem diverge.
Teorema 5.4.6. Seja f(x) definida em [a, c], descontınua apenas no ponto
c. Se a integral impropria
∫ c
a
|f(x)|dx converge, entao
∫ c
a
f(x)dx tambem
converge.
Capıtulo 6
Funcoes Beta e Gama
6.1 Funcao Gama
Definicao 6.1.1. Definida pelo matematico Leonard Euler, a funcao gamarepresentada por Γ(n), e definida por:
Γ(n) =
∫ +∞
0xn−1e−xdx
Γ(n) e uma funcao convergente quando n > 0.
6.1.1 Formula de Recorrencia
Seja
Γ(n + 1) = nΓ(n)
Esta expressao pode determinar Γ(n) para todo n > 0. Em particular, se n
e um numero inteiro positivo, entao:
Γ(n + 1) = nΓ(n) = n! (n = 1, 2, 3, · · · ).
A funcao gama generaliza a funcao fatorial.
44 CAPITULO 6. FUNCOES BETA E GAMA
6.2 Funcao Gama
6.2.1 Funcao Gama para 0 < n < 1
Para 0 < n < 1, obtem-se a relacao dos complementos dada por:
Γ(n)Γ(1 − n) =π
sennπ
n =1
2⇒ Γ
(
1
2
)
Γ
(
1
2
)
=π
senπ
2
= π
[
Γ1
2
]2
= π ⇒ Γ
(
1
2
)
=√
π
Entao:
Γ
(
1
2
)
=√
(π)
Γ
(
3
2
)
=
(
3
2− 1
)
Γ
(
1
2
)
=1
2
√
(π) =
√
(π)
2
6.2.2 Funcao Gama para n < 0
Da relacao de recorrencia Γ(n + 1) = nΓ(n), que toma Γ(n) como definicaopara n > 0, pode-se generalizar a funcao gama para n < 0, isolando Γ(n):
Γ(n) =Γ(n + 1)
n
Entao:
Γ
(
−1
2
)
=
Γ
(
−1
2+ 1
)
−1
2
=
Γ
(
1
2
)
−1
2
=
√π
(
−1
2
) = −2√
π
Observacao 6.2.1. A funcao1
Γ(n)esta definida para todo n ∈ R e se
anula nos pontos · · · ,−2,−1, 0, pois Γ(n) e infinita. Em outras palavras, asingularidade que a funcao teria nos pontos pode ser removida colocando o
valor da funcao como sendo 0. f(n) =1
Γ(n).
6.3. FUNCAO BETA 45
6.3 Funcao Beta
Definicao 6.3.1. Seja
β(m,n) =
∫ 1
0xm−1(1 − x)n−1dx
β(m,n) e uma funcao convergente quando m > 0 e n > 0.
6.3.1 Definicoes Recorrentes:
1. Propriedade Comutativa
β(m,n) = β(n,m)
2. Calculo Direto
β(m,n) =(n − 1)!
Πn−1i=0 (m + i)
3. Funcao Beta em relacao a funcao Gama
β(m,n) =Γ(m)Γ(n)
Γ(m + n)
4. Relacao dos Complementos: se m+n = 1, com 0 < n < 1 ⇒ m = 1−n,entao:
β(m,n) = β(1 − n,m) =Γ(1 − n)Γ(n)
Γ(1 − n + n)= Γ(1 − n)Γ(n) =
π
sennπ
Apendice A
Aspectos Computacionais
A.1 Comandos do MAPLE para o Capıtulo 1
Para detalhes do MAPLE, veja o site www.maplesoft.com.
A.2 acho que seria bom mostrar a saida computa-
cional
Fazer comentario...sei la...binomio de newton
(a+b)^0=expand((a+b)^0);
(a+b)^1=expand((a+b)^1);
(a+b)^2=expand((a+b)^2);
(a+b)^3=expand((a+b)^3);
(a+b)^4=expand((a+b)^4);
for n from 1 to 10 do (a+b)^n=expand((a+b)^n) end do;
for n from 1 to 10 do (a+(-b))^n=expand((a+(-b))^n) end do;
a^2-b^2=factor(a^2-b^2);
a^3-b^3=factor(a^3-b^3);
a^4-b^4=factor(a^4-b^4);
for n from 1 to 10 do a^n-b^n=factor(a^n-b^n) end do;
repetido
a^2-b^2=factor(a^2-b^2);
a^3-b^3=factor(a^3-b^3);
a^4-b^4=factor(a^4-b^4);
for n from 1 to 10 do a^n-b^n=factor(a^n-b^n) end do;
restart: #Definindo a func~ao afim a:=2: b:=5 f:=x->a*x+b
50 APENDICE A. ASPECTOS COMPUTACIONAIS
#Encontrando sua raız
solve(f(x)); evalf(%);
#Esboco do grafico plot(f(x), x, gridlines);
#Encontrando a func~ao inversa solve(y=f(x),x)
# Esboco do grafico da func~ao f, sua inversa # e a reta bissetriz
do primeiro e terceiro # quadrantes plot({x, -5/2+(1/2)*x, x}, x,
gridlines)
# Definindo a func~ao quadratica a := 1: b := 5: c := -7:
f:=x->a*x^2+b*x+c; f(x);
#Encontrando suas raızes, quando existirem solve(f(x));
#Coordenadas do vertice xv := -b/(2*a); yv := -(b^2-4*a*c)/(4*a);
#Esboco do grafico plot(f(x), x, gridlines);
# Encontrando a func~ao inversa solve(y = f(x), x)
# Esboco do grafico das restric~oes de f # com suas respectivas
func~oes inversas # e a reta bissetriz do primeiro e terceiro #
quadrantes
f1:=plot(f(x),x=-20..xv,y=yv..20,thickness=3,color=red):
f1inv:=plot(-5/2-1/2*sqrt(53+4*x),x=yv..20,y=-20..-5/2,thickness=3,color=red):
f2:=plot(f(x),x=-5/2..20,y=yv..20,thickness=3,color=green):
f2inv:=plot(-5/2+1/2*sqrt(53+4*x),x=yv..20,y=-5/2..20,thickness=3,color=green):
g:=plot(x,x=-20..20,y=-20..20): with(plots):
display(f1,f1inv,f2,f2inv,g);
restart: #Definindo a func~ao modular f:=x->abs(x); #Esboco do
grafico plot(f(x), x, gridlines);
restart: #Definindo a func~ao exponencial a:=2: f:=x->a^x; #Esboco
do grafico plot(f(x), x, gridlines);
A.3. COMANDOS DO R 51
#Definindo a func~ao logarıtmica a:=2: g:=log[2](x); #Esboco do
grafico plot(g(x), x, gridlines);
repetido
# Esboco do grafico da func~ao f, sua inversa # e a
reta bissetriz do primeiro e terceiro # quadrantes plot({x,
-5/2+(1/2)*x, x}, x, gridlines)
A.3 Comandos do R
www.r-project.org