ANO 31 - Nº 1.623 - R$ 2 Ele ela -...

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“Estamos só na discussão. Temos que esperar consolidação das pré-candidaturas” ESCOLA ESCOLA Ele nasceu, ela renasceu ANO 31 - Nº 1.623 - R$ 2 GOIÂNIA, 13 A 16 DE MAIO DE 2018 ANAPAULA E O MARIDO, GILVAN, COMBINARAM ESPERAR O MOMENTO CERTO PARA TER O PRIMEIRO FILHO. GRÁVIDA DE JOÃO PEDRO, ELA VIVEU A ALEGRIA DO DESPERTAR PARA A MATERNIDADE E A DOR DE UM CÂNCER. QUATRO ANOS DEPOIS, A HISTÓRIA CONTINUA... Deputado Federal Roberto Balestra (PP) Procurador Geral Eleitoral Alexandre Moreira Tavares Páginas 4 e 5 Páginas 6 e 7 ENTREVISTAS Páginas 8 e 9 Mellanny faz a diferença Grupo E: Vez do Brasil Páginas 10 e 11 RUSSIA 2018 “Atos ilícitos anteriores ao registro de candidatura podem resultar em cassação”

Transcript of ANO 31 - Nº 1.623 - R$ 2 Ele ela -...

“Estamos só na discussão. Temos que esperar consolidação

das pré-candidaturas”

E S C O L AE S C O L A

Ele nasceu,

elarenasceu

ANO 31 - Nº 1.623 - R$ 2GOIÂNIA, 13 A 16 DE MAIO DE 2018

ANAPAULA E O MARIDO, GILVAN, COMBINARAM ESPERAR O MOMENTO CERTO PARA TER O PRIMEIRO FILHO. GRÁVIDA DE JOÃO PEDRO, ELA VIVEU A ALEGRIA DO DESPERTAR PARA A MATERNIDADE E A DOR DE UM CÂNCER. QUATRO ANOS DEPOIS,

A HISTÓRIA CONTINUA...

Deputado Federal Roberto Balestra (PP)

Procurador Geral EleitoralAlexandre Moreira Tavares

Páginas 4 e 5 Páginas 6 e 7

ENTREVISTAS

Páginas 8 e 9

Mellanny faz a diferença

Grupo E:Vez do Brasil

Páginas 10 e 11

RUSSIA 2018

“Atos ilícitos anteriores ao registro de candidatura podem resultar em cassação”

Celso Luiz Tracco

Um dos principais problemas estruturais do Brasil é o gigantismo da máquina pública, man-tido pela arrecadação tributária. Porque é tão difícil reduzir despesas?

Responder essa pergunta, é uma difi culdade, uma vez que não há controle. Além disso os nos-sos parlamentares, deputados federais e sena-dores eleitos pelo povo, e constitucionalmente legisladores, são os que aprovam o orçamento da União. Nunca se vê redução de gastos. Depu-tado julgado, condenado e preso, continua rece-bendo seu gordo salário mesmo estando afasta-do de suas obrigações. O número de assessores parlamentares ou cargos de confi ança ninguém sabe quantos são e pior, ninguém sabe o que fa-zem nem para que servem.

O custo do parlamento brasileiro é estima-do em R$ 6,5 bilhões por ano, 4 vezes mais caro que o da França e quase 8 vezes mais caro que o da Argentina, para efeitos de comparação. Há mordomias sem fi m: auxílio paletó, auxilio para correio (em plena era da internet) auxílio para gasolina, garçons, engraxates, segurança, via-gens em aviões da FAB, plano de saúde sem limi-tes, a lista é extensa. Mas isso é apenas a ponta do iceberg.

Devemos somar a essa fábula o custo do le-gislativo e do executivo de 26 estados e DF, de 5570 municípios, do judiciário, das autarquias e empresas estatais. Existem 146 empresas es-tatais federais ativas, cujos diretores e gerentes

são indicados pelos seus padrinhos políticos. Quantas mais existem nos estados e municí-pios? O desperdício com o dinheiro público é infi ndável e crescente.

O Brasil, entre trinta países pesquisados, é o que, todos os anos, mostra o pior resultado em relação aos benefícios para a população por imposto arrecadado. Não é apenas uma ques-tão fi nanceira, mas sobretudo humanitária. O dinheiro não vai para quem precisa, principal-mente para os mais de 50 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.

Mas prepare-se: o rombo das contas públi-cas federais está estimado em torno de R$ 150 bi. Nossos representantes certamente irão suge-rir mais aumento de impostos, apesar de apro-varem isenções e anistias aos poderosos entes econômicos: grandes empresários, países “ami-gos” devedores, sistema fi nanceiro e outros. São “bondosos” com os poderosos mas severos com trabalha e vive de salário: a tabela de isenção do Imposto de Renda, está há anos defasada, deve-ria ser ajustada em, no mínimo, 90%.

Nós, população, podemos mudar isso com o voto. Vamos limpar o Congresso de uma só vez, não reelegendo quem está lá. Será que teremos maturidade e coragem na hora do voto?

Celso Luiz Tracco é economista

CARTA AO LEITOR

Se eu pudesse, colocaria neste texto a lágrima que seguro para o coração não transbordar no papel e transformar em

drama o que, em verdade, é poesia. Conheço Anapaula Hoekveld, conheço o JP e conheço o Gilvan. Eles dão vida à história contada pela Daniela Martins na edição desta semana, abrindo uma série sobre mulheres, mães, sobre... a vida.

Anapaula já foi repórter da Tribuna. E editora. Tem jornalismo nas veias, e tem a incrível e intensa capacidade de sorrir desde a alma. Acompanhei sua história, grávida e com câncer, com a apreensão de quem não sabe o que fazer, o que falar, o que pensar - só rezar, porque torcer nunca parecia sufi ciente.

No início, quem dava notícias da saúde dela pra gente, os amigos, era o Gilvan, embalado, como no poema, na angústia de quem vive quem sabe a solidão. Ela, quando estava com a gente, os amigos, preferia sorrir a expor o seu sentimento. Jamais mostrava fragilidade. O que tinha sempre, nos olhos, era carinho.

Com o tempo, entendi que ou ela não estava pronta para falar, ou sentia que nós é que não estávamos prontos para ouvir o que tinha a dizer. E logo seu coração virou blog, postagens nas redes sociais, histórias do cotidiano de superação, mensagens sobre vencer o invencível, tudo revelando outra coisa ainda: sua alma infi nda.

Tenho uma admiração imensa pela Anapaula e sua família. E um respeito sem tamanho pelo que ela constrói dia após dia, tão naturalmente. Sua coragem me inspira. Ela acha que fala muito. Pois eu acho que ouço pouco o tanto que ela tem a dizer. Toda vez que conversamos, quem renasce sou eu.

E que bom que ela e a Daniela fi nalmente se encontraram nessas reportagens da vida. Eu diria que as duas nasceram uma para a outra. Estão lá nas páginas 8 e 9, palavra por palavra. Agora, vou ali. Boa leitura.

Vassil Oliveira, editor

Notícia sobre a vida

Serei o primeiro presidente goiano do Brasil”em evento de aniversário de Aparecida de Goiânia

Henrique Meirelles, pré-candidato a Presidência da República

sFrase daemana

ARTIGO

PLANEJAMENTO

Crise Mais impostos, para quê?

É hora investir para avançarSEBRAE REALIZA NESTA SEMANA EVENTO FOCADO NO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL.

O Sebrae promove, de 14 a 19 de maio, a Semana do Micro-

empreendedor Individual (MEI) em todo o país. É a 10ª edição do evento, uma opor-tunidade para os microem-preendedores individuais (MEI) esclarecerem dúvidas sobre as obrigações legais e se capacitar para desenvol-ver e ampliar seus negócios. São oferecidas ofi cinas, pa-lestras e orientações técni-cas.

Em Goiás, o Sebrae estima que há 250 mil MEIs formaliza-dos. Os setores do vestuário, be-leza, construção civil, alimen-tos e bebidas abrigam grande parte deste microempreende-dores individuais. Já são mais de 700 categorias de negócios em que os empreendedores po-dem se enquadrar e formalizar, uma oportunidade de deixar o trabalho informal e contar com garantias legais.

Na Semana do Microem-preendor Individual, todas as

atividades são gratuitas e dire-cionadas aos interessados em abrir ou ampliar seus negócios. Haverá atividades na Capital, no Centro de Convenções, e nos Escritórios Regionais do Sebrae nas cidades do interior: Aná-polis, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Catalão, Goiânia, Jataí, Luziânia, Porangatu, Pos-se, Rio Verde, São Luís de Mon-tes Belos. Toda aprogramação pode ser conferida no portal do Sebrae: www.sebraego.com.br ou pela Central de Re-lacionamento (0800 570 0800).

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GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

Estratégia Apesar das críticas tecidas por Daniel Vilela contra Ronaldo Caiado, o senador tem evitado qualquer tipo de retruque. Ele se mantém quieto e, quando questionado, afi rma que nunca ouvirão criticas saídas de sua boa a membros do MDB.

HistóricoO MDB pretende apostar em um nome para a disputa da Câmara Federal neste ano: trata-se do neto de Bernardo Sayão, Bernardo Sayão Neto. Seu avô foi responsável por tocar o projeto de construção da rodovia Belém-Brasília.

AcompanhandoApesar de não estar mais na disputa por nenhum cargo eletivo há duas eleições, o ex-deputado federal Sandro Mabel (MDB) tem articulado de perto para eleger aliados seus na disputa deste ano por cadeiras na Câmara Federal.

Empresários Um dos nomes apoiados pelo empresário é o também empresário do ramo atacadista em Aparecida de Goiânia, Glaustin Fokus. Além do apoio de Mabel, Glaustin, que é fi liado ao PSC, também conta com o apoio do senador Ronaldo Caiado.

De voltaO juiz eleitoral Luciano Mtanios Hanna foi reconduzido ao cargo de juiz titular do TRE pelo ministro da justiça Torquato Neto e pelo presidente da República Michel Temer. Ele já foi juiz auxiliar em momentos anteriores.

FocoÉ consenso dentre os apoiadores de Daniel Vilela: sua pré-campanha tem que provar que seu projeto é melhor do que o de Caiado.

ForçaA ideia é comprovar ao MDB e também ao eleitor que mesmo com o senador liderando a disputa, o projeto emedebista é mais robusto.

VoandoChama a atenção de parte da base a chegada do pré-candidato ao senado do PTB, Demóstenes Torres, sempre de helicóptero a eventos no interior.

JobUm dos dois entrevistado pela Tribuna do Planalto nesta semana, o deputado federal Roberto Balestra (PP) assumiu nova função na Câmara.

TitularNa última semana ele é o comandante da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Casa dos deputados.

TrioTrês devem lutar por votos em Aparecida: Dona Iris, ligada a Daniel; Glaustim da Fokus, ligado a Caiado; e Professor Alcides, ligado à base.

Lista OABPor incursão da gestão da

OAB, a disputa por vaga na lista sêxtupla com vistas ao cargo de desembargador pelo Quinto Constitucional traz desta vez um recorde. Das 23 candidaturas apresentadas, 16 sofreram indeferimento da diretoria.

Difi culdadesEntre os sete que sobraram,

muitos estão em situação difícil, como revelam as impugnações de autoria de colegas advogados. Dos seis impugnados, Juberto Jubé é o principal, com seis impugnações. Ele não informou à Ordem os cargos públicos que ocupou.

OutrosApontado como preferido

da atual gestão da Ordem, Juberto não está sozinho nessa situação. Há casos também de nomes de parentes de dirigentes da atual gestão. A grande difi culdade é que foi a própria gestão OAB quem indicou os nomes.

Depois de sofrer por conta de entrevistas de seu pai, o ex-governador Maguito Vilela (MDB) que defendeu aliança com quaisquer partidos, dentre eles o PSDB, e demorar a reagir, tornando-se alvo de críticas, o deputado federal Daniel Vilela (MDB) endureceu seu discurso nos últimos dias, negando veementemente a possibilidade de união com os tucanos (o que já havia dito anteriormente) e elevando o tom de suas críticas ao governador José Eliton (PSDB), que teve sua gestão duramente criticada pelo parlamentar, e também ao senador Ronaldo Caiado (DEM), que teve sua atuação parlamentar em favor de Goiás questionada por Daniel, que lembrou que o MDB é o único partido que “nunca esteve do lado de lá”, ou seja, na base aliada. Emedebistas ligados ao deputado ouvidos pela coluna afi rmaram que se trata de uma estratégia que será mantida por Daniel em sua pré-campanha, para fi ncar tanto o partido quanto sua postulação como de forte oposição no Estado, posto este ocupado por Ronaldo Caiado nos últimos meses.

Daniel contra-ataca e endurece tom

sA reação de Daniel também teve outros capítulos, como a decisão do MDB, presidido por ele em Goi-ás, em punir os prefeitos emedebistas que haviam declarado apoio a pré-candidatura de Ronaldo Caiado há dois meses.

E Executiva emedebista não chegou a expulsar Adib Elias, Ernesto Roller e Paulo do Vale (Renato de Castro e Fausto Mariano tiveram seus proces-sos enviados para seus municípios), mas aplicou suspensão de 60 dias em cada um.

Suspensos

Punição

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mídiasociais

O primeiro mês de gestão do agora governador José Eliton (foto) vem recebendo diversos elogios de grande parte da base aliada, inclusive de alguns membros que receavam por seu estilo no comando do Executivo. Destaque para a humildade e para a paciência do novo administrador. Seu maior crítico, o ex-deputado federal Vilmar Rocha (PSD), inclusive, tem permanecido mais quieto nos últimos dias.

Elogios

“Essa divisão só diminui a moral da tropa”

criticando a diferença salarial entre soldados da PM e Bombeiros

RONALDO CAIADO, PRÉ-CANDIDATO AO GOVERNO

Indignação

NomesAliás, com difi culdades em formar sua chapa para deputado federal, o MDB aposta nos nomes da ex-deputada Dona Iris e do ex-prefeito de Jataí Humberto Machado, como os nomes mais fortes na busca por cadeiras na Câmara dos Deputados

João Campos, aliás, que criticou duramente o uso de munição letal em exercícios do Exército Bra-sileiro, ao lamentar a morte de seu primo, Victor Campos, de apenas 20 anos, em atividade da cor-poração na cidade de Formosa, com tiro acidental.

O deputado federal João Campos (PRB-foto) tem se aproximado da oposição. Ele teve conversas na última semana ao pé do ouvido com Daniel Vilela, e também prepara encontro com o senador Ro-naldo Caiado. Ele pensa em sair como candidato ao Senado.

Aproach

dLinhaFagner Pinho - [email protected]

ireta

3 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

4 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br Entrevista

seu governo de forma transparente, “Eliton conduz

comunicativa e respeitosa”

Tribuna do Planalto Após um mês no poder, o senhor acha que José Eliton está atendendo à expectativa de manter a base aliada unida?

Roberto Balestra O questionamento

que sempre existiu é em relação ao cargo e a fun-ção que ele exercia, de vice-governador, que sempre foi muito efi ciente na execu-ção dos projetos, esteve sempre ao lado do go-vernador, ajudou a desenvolver e a implantar estes projetos. Só que prefeito, vereador, os d e -putados, a população tinha dúvidas se ele seria capaz porque ele era executor, não era quem determinava a execução. E agora ele está tendo a oportunidade de ser o executor, de mandar fazer. E nesse primeiro momento, eu acho que ele já conseguiu avançar, já conseguiu mostrar para muita gente que ele tem sido capaz, que ele tem toda condi-ção de ser um bom governador. Po-liticamente ele tomou uma primeira atitude, que foi mostrar que compa-nheiro é companheiro e adversário é adversário. Um dos deputados esta-duais que tinha uma grande partici-pação no governo resolveu manifes-tar apoio a outro pré-candidato ao governo e mudar de partido, para um partido que é contrário à base do governo hoje. E ele determinou que todos os indicados do deputa-do fossem demitidos. Então, isso sinalizou para a classe política que ele tem posição: companheiro é companheiro, adversário é adversá-rio. E na política isso é importante. Tomou outra atitude recentemente

Deputado constituinte, Roberto Balestra é um dos políticos de maior experiência ainda em atividade no Estado. Congressista há oito mandatos, o inhumense, que chegou a fl ertar com o Senado

Federal no começo desta legislatura, fi rmou seu rumo na busca por mais quatro anos na Câmara dos Deputados. Em entrevista exclusiva concedida ao editor Vassil Oliveira na última semana, Balestra faz uma análise do primeiro mês de governo de José Eliton, elogiando o novo governante, avalia o comando de Alexandre Baldy em seu partido, o PP, e observa que as candidaturas ainda não estão consolidadas. Confi ra a entrevista completa:

Vassil Oliveira

Deputado FederalBRoberto

alestra

que agradou muito a população, esten-deu o atendimento hospitalar até a meia-noite, proporcionando ao cidadão que trabalha a oportunidade de ser atendido após o expediente, sem ter que deixar o serviço para buscar o atendimento. En-tão, estou ouvindo todo mundo elogian-do. São atitudes como essa que mudam o perfi l e, principalmente, o reconhecimen-to à administração e à política.

A base permanecerá unida?Na política, você só tem datas, data

para isso, data para aquilo. Você tem que ter idade, título de eleitor. Você tem data para a convenção, data para a eleição e data para a posse. Então, como nós temos uma data que é de convenção, que foi es-tendida, alguns partidos não se manifes-taram ainda, porque esses partidos que não se manifestaram não têm candidato a governador. Quais partidos que estão fi rmes e já trabalhando? Aqueles que têm pré-candidatos a governador, que tem pré-candidato a senador. Então, esses es-tão tranquilos. Os outros, a maioria, estão na base e não podem dizer que estão fora da base porque têm pessoas indicadas, estão indo e vindo dentro do governo. Agora, o que vai determinar o apoio defi -nitivo é a convenção, só a convenção. En-tão, na convenção, todos esses que estão aguardando o momento, mas que fazem parte da base, são base. Ninguém pode ne-gar que é base, a não ser que vá lá e entre-gue os cargos que tem.

José Eliton tem conduzido bem as conversas?

Ele tem uma experiência vivida como vice-governador durante sete anos e pou-co. Então, ele viu que não existe segredo em política. Não existe. Política tem que ser transparente, comunicativa e respei-tosa. Quem conduz política dessa forma, terá vida eterna, estará sempre bem com a política.

E ele está conduzindo assim?Ele está conduzindo. Estou dizen-

do que Eliton conduz seu governo de forma transparente, comunicativa e

respeitosa. Então, quem conduz bem e tem respeito ao companheiro e, sobre-tudo, ao eleitor, jamais será desmereci-do.

O PP hoje é melhor do que estava quando presidido pelo senador Wilder Morais?

O partido não tinha quem liderava. Es-távamos todos nós com um pé na frente e outro atrás. Até porque o senador tomou

atitudes que bem entendeu, porque ele não tinha legitimidade dentro do

partido. Ele fez o que bem enten-deu. A minha cidade, Inhumas, o prefeito que é do partido e nós não tínhamos nem comissão provisória porque não foi au-torizado por ele. Então, por aí você tinha uma base. E o que eu quero dizer com falta de legitimidade? Agora nós fi zemos um acordo com o ministro, ele não sendo

candidato nós abrimos mão para que as coisas pudessem caminhar.

E nós esperamos que isso caminhe bem,

com essas premis-sas que eu disse,

As candidaturas ainda não estão consolidadas. Estamos só na discussão, pré-candidato, mas a gente não sabe até onde vai chegar isso”

5 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Sou a favor de que enquanto o partido for

base, é base, mas a decisão será anunciada na convenção”

EntrevistaMas mesmo assim, para chegar ao povo é muito difícil.

O sr. acha que o combate à corrupção será uma bandeira pesada em 2018?

Acho que vai pesar na eleição o que sempre pesou: trabalho. O que é a eleição? Futuro, esperança, é quem conseguir le-var a esperança às pessoas. Não é porque o partido tem gente que é corrupta. Não é nada disso. Você já viu isso no passado. Não é isso que defi ne. Até porque isso pode, às vezes em uma eleição majoritá-ria, ter um efeito maior. Agora, em uma eleição proporcional, é muito difícil pegar qualquer problema desse, nacional, e ter infl uência em uma eleição proporcional.

O sr. acredita que o desgaste do atual governo pode ser o maior desafi o, por estar tantos anos no poder?

Se não houver proposta nova, se não houver alguma coisa que traga esperan-ça para o futuro, encerra. Eu não sei quais as propostas que dr. José Eliton vai fazer, quais as propostas que o Ronaldo [Caiado] vai fazer, quais as propostas que Daniel [Vilela] vai fazer. Então, é uma questão de futuro. Eu estou com 74 anos, e tenho oito mandatos e estou candidato. Porque? Não estou falando daquilo que já fi z, eu quero é construir mais. Se eu conseguir que sou capaz de trabalhar mais, e a última cam-panha eu fi z dizendo ao pessoal: “Não tenho nenhuma proposta a trazer. O que estou trazendo aqui é a minha experiên-cia de sete mandatos”. Se eu fui capaz nes-ses sete mandatos você vai me dar o voto de confi ança ou não. E agora vou ter que fazer proposta novamente. E o dr. José Eli-ton vai ter que fazer proposta porque ele está representando os 20 anos. Mas se ele tiver propostas, ele já tem um começo de campanha bom.

A eleição deste ano se parece com outra, com a de 1994, por exemplo?

As candidaturas ainda não estão con-solidadas. Estamos só na discussão, pré-candidato, mas a gente não sabe até onde vai chegar isso. Então, temos que esperar pelo menos uma consolidação das pré-candidaturas e quais serão realmente os candidatos. É lógico que se houver três

candidaturas, duas da oposição e uma da situação, a maior vantagem é da situação. Pode até em um primeiro momento a sombra dos dois de darem mais votos do que o candidato de situação. Quando você vai para o embate mano a mano, o candi-dato que fi cou em terceiro lugar nunca apoia o outro candidato da oposição, sempre apoia o candidato da situação e vice-versa.

O que as pesquisas mostram agora é o retrato daqui a dois meses?

Não existe. A pesquisa que está aí tem 20% do eleitorado se manifestando. Ou-tra coisa, nós não temos nada defi nido. O pré-candidato que está há mais tempo falando é exatamente o senador Ronaldo Caiado, que se manifestou há mais tempo como pré-candidato. O vice-governador José Eliton, o governador trabalhou com ele como um nome possível de ser o pré-candidato e depois o candidato. Daniel fi -cou, mas de repente também manifestou interesse. Então, o tempo é que vai conso-lidar alguma coisa.

O sr. acredita que a eleição nacional se dará em um clima ruim ou haverá uma pacifi cação?

Sempre que eu vejo em Brasília que no pós-eleição o Congresso sempre deu oportunidade ao novo presidente ou para a nova presidente. Quem mantém essa situação é exatamente o presidente que consegue compreender o Congresso, os congressistas e etc, e compatibilizar o que a sociedade fala com o que o Congres-so fala e o que o governo federal deseja. Então, é preciso que haja uma harmo-nia nisso aí. E o Congresso sempre deu oportunidade para qualquer presidente, independente da maioria eleita ter traba-lhado contra aquele eleito. Para você ver, a oposição ao Lula fez a maioria dos depu-tados e maioria dos senadores. A maioria dos deputados e senadores foram contra a eleição da Dilma. Mas sempre deram apoio a ela, como deram apoio ao Lula. Fernando Collor tinha dois deputados e teve o apoio do Congresso para aprovar propostas que ele fez.

Por sua experiência, quem tem mais

condições de ganhar as eleições?Eu espero conhecer os pré-candidatos,

quais serão os pré-candidatos. Tem [Ge-raldo] Alckmin, tem [Jair] Bolsonaro, tem Ciro Gomes, Marina [Silva], o senador Ál-varo Dias. Tem muita gente.

Tem um favorito?Até agora, não. Como aqui em Goiás,

acho que está tudo zero a zero. Porque o jogo não começou, está todo mundo cor-rendo atrás de todo mundo. Todo dia você vê o pré-candidato A tentando ver se pega o apoio do partido B e assim por diante. Então, o jogo ainda não começou, o povo ainda não está envolvido. O que existe aqui é apenas a imprensa. O povo não está envolvido. Na hora que começar o jogo mesmo... Todo dia você pega o jornal e lê, como vai ser o MDB com o Democra-tas? O MDB vai juntar com o PSDB? Quer dizer, tudo é dúvida.

Mas eles já estão conversando...Conversar, você vai conversar até a úl-

tima hora.

O que motiva para mais uma disputa?Durante todo esse tempo, nós procura-

mos construir e corresponder. Então, hoje você tem N municípios, N pessoas que fazem parte da política e que entraram, talvez, motivadas por conversas nossas, por um estímulo que foi dado e etc. chega um momento que a gente até quer deixar de fazer política, deixar de participar de eleição, mas você acaba sendo convenci-do pelas pessoas que você convenceu no passado a participar. E como ainda existe disposição e uma experiência acumula-da ao longo dos anos, acredito que com menos esforço a gente consegue até mais, que é o que tenho visto a cada mandato que a gente exerce. A cada mandato a gen-te consegue alcançar mais. No primeiro momento, a minha disposição era ser candidato ao Senado, mas eu sempre de-fendi e sempre falei que não existe direito adquirido em política, e eu acabei sendo também uma vítima disso. Porque o fato de ter sete mandatos não me deu o di-reito de ser candidato ao Senado, porque o processo político está acima de toda e qualquer vontade, de todo e qualquer in-teresse. Porque é política, é uma decisão política. A não ser que eu seja detentor de um poder que eu não fi co na expectativa, na esperança ou aguardando a oportuni-dade de alguém querer ou concordar que eu seja. E eu não consegui. Se você me per-guntar: “E aí?”. E aí, ninguém tem direito adquirido na política. Agora, para brigar, se tivesse que brigar, não é que eu não sei brigar, é que eu acho que não compensa. Se eu quero é servir, se eu fosse brigar para alguma coisa para mim, tudo bem, eu iria brigar, ia até as últimas consequências.

Com tanta gente falando mal, políticos criticando, o sr. ainda acredita na política?

Acredito. Eu nasci, me criei sempre ou-vindo a mesma coisa. É o mesmo em casa, os pais falando para os fi lhos: “Menino, não gasta, faz economia, nós vamos preci-sar lá na frente. Não faz isso, não faz aqui-lo”. Em política é a mesma coisa, não tem nada de diferente. Toda vida você vai ter alguém que tem sucesso, alguém que não alcança o sucesso. Aquele que não alcança fala mal da política porque não alcançou o sucesso e tem que falar mal. Mas eu vou falar o que da política? Eu não tenho o que falar, eu só recebo o bem dela.

de respeito, consideração e total confi an-ça em nós. Não pode ser diferente, para o partido poder desenvolver. Porque se al-guém acha que é dono do partido, dá no que deu anteriormente. Então, o partido não pode ter dono, partido tem que ter companheiro, fi el, que trabalha, que luta pelo partido.

Ele tem conversa com o MDB, e o PP ainda não defi niu ofi cialmente o apoio. O PP pode apoiar o MDB?

Todos os partidos que não têm candi-dato ao governador estão conversando com os outros candidatos. Isso é da natu-reza política. Isso não quer dizer que vai apoiar A, B ou C, é da natureza política. Como é da natureza política quem está participando do governo ser da base do governo. Não tem como negar.

É favor do PP continuar com Eliton?Sou a favor de que enquanto o partido

for base, é base, mas a decisão será anun-ciada na convenção. Eu sei onde você quer chegar...

Essa defi nição será só na convenção?Está acertado que será na convenção.

Nada impede que haja uma antecipação de nossa decisão. Por exemplo, o PTB esta-va dizendo que só ia anunciar na conven-ção. Já fez os arranjos dele, as conversas que queria, se sentiu satisfeito e anunciou o apoio ao governo. Pronto, isso é uma de-cisão partidária. Agora, tem outros parti-dos que ainda não anunciaram. No caso, somos um deles. Agora, nós somos gover-no, nós estamos no governo.

O cenário nacional infl uencia aqui?Não tem nada a ver. Toda a vida Iris

teve infl uência no MDB nacional, não in-fl uenciou nada aqui. Todos nós temos in-fl uência lá, sou do partido, sou fundador do partido e não tenho nada a ver. Cada estado tem sua peculiaridade. Aqui as li-deranças são diferentes das lideranças nacionais. Pode coincidir que tenha lide-rança lá e tenha liderança aqui.

O que os desgastes de siglas com denúncias pode afetar nas eleições?

Não tem nada a ver uma coisa nacio-nal com uma coisa local. Aqui nós já tive-mos outros casos, por exemplo, de outros partidos que estavam no governo e teve pessoas com difi culdade na Justiça e que não tiveram nenhum efeito no estado de Goiás. Não tem nada a ver. Se tivesse al-guém aqui com problema, aí tudo bem. Fotos: Mônica Salvador

6 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br Entrevista

massiva pode caracterizar“Fake News

abusode poder

econômico”

Fagner Pinho

Com a proximidade das eleições deste ano, o MP Eleitoral tem se preparado cada diz mais para

combater aquele que aparenta ser o maior problema a ser enfrentado por eleitores e candidatos no pleito deste ano: as Fake News, que já geraram problemas em eleições anteriores, mas não tanto como se prevê agora. Em entrevista concedida com exclusividade à Tribuna do Planalto, o procurador-geral eleitoral de Goiás, Alexandre Moreira Tavares dos Santos, apresenta quais serão as formas com que o MPE irá trabalhar acerca do assunto, bem como também na fi scalização no período anterior ao registro de candidatura, o famoso período pré-eleitoral. E para aqueles candidatos que acreditam que neste período vale tudo, o procurador alerta: “Atos anteriores ao registro de candidatura podem confi gurar abuso de poder”. Confi ra a entrevista completa.

Procurador Geral Eleitoral MAlexandre

oreira Tavares

Tribuna do Planalto O senhor participou de eleições em 2010, 2012 e 2016. Qual a diferença desta eleição com as antigas?

Alexandre Moreira Tavares Cada eleição você tem mudanças

legislativas, uma dinâmica diferente. No caso dessa eleição de 2018, acho que a principal mudança que nós te-mos é que vai ser a primeira eleição geral sem fi nanciamento de pessoa ju-rídica, isso muda bastante; com limite de teto para as eleições. Para você ter uma ideia, a eleição de 2014, que foi a eleição geral, a campanha da ex-presi-dente Dilma Rousseff arrecadou pra-ticamente, se não me engano, R$ 350 milhões, Aécio Neves foi algo em tor-no de R$ 200 milhões. Agora o teto é R$ 70 milhões. Para governador, Marconi foi R$ 20 milhões, se não me engano. Agora o teto é R$ 9,1 milhões no caso de Goiás, tendo em vista que defi ne as faixas por eleitores. Então, essa vai ser uma grande mudança, o fi m de pesso-as jurídicas, estabelecimento de teto de campanha, ou seja, os valores das campanhas vão ter que diminuir bas-tante. Outra novidade que tem agora é que agora é possível o impulsionan-do de conteúdo. No entanto, o impul-sionamento de conteúdos só pode ser feito por candidato, partido e coliga-ção, não pode ser feito pelo eleitor. In-clusive é previsto multa caso o eleitor faça um impulsionamento de conte-údo eleitoral. Vai ser a primeira vez que você vai ter o fi nanciamento pelo Fundo Especial de Campanha, criado na minirreforma, e essa possibilidade do crowfunding, que começa agora a partir do dia 14 de maio. Com isso, a expectativa é que tenha uma maior doação por parte de pessoas físicas. É claro que isso sempre é uma preocu-pação por parte do MP de eventual-

mente pessoas serem utilizadas para ser feita a doação por empresas indi-retamente, vamos estar fi scalizando isso. A pessoa física fazendo a doação tem que observar que pode doar no máximo 10% do rendimento que teve no ano anterior, senão está sujeita à aplicação de multa do dobro daquilo que ela doou. A própria pessoa física que arca com essa multa.

Como o MPE pode identifi car que essa pessoa é usada como laranja de uma empresa?

Nas eleições passadas várias ques-tões foram identifi cadas, como por exemplo, pessoas que recebem Bolsa Família, ou seja, se tiver uma pessoa que recebe Bolsa Família isoladamente, são indícios, muitas pessoas que recebem Bolsa Família, muitas pessoas de deter-minada empresa, são indícios que po-dem levar a uma apuração melhor se não estaria havendo um desvirtuamen-to. São exemplos de indícios.

Neste período de pré-campanha não existe teto de gastos?

Bem, no caso da fase da pré-campa-nha, que a legislação eleitoral fl exibili-zou bastante com a minirreforma de 2015, essa também seria outra diferen-ça, porque antes você tinha uma restri-ção muito maior nessa pré-campanha. O que não se pode fazer nessa pré-cam-panha: o pedido explícito de voto e, no meu entendimento, fazer atos típicos de campanha que envolvam arrecadação e gasto de recursos, uma vez que pela in-terpretação sistemática da legislação eleitoral, apenas na fase de campanha que se pode fazer arrecadação e gasto de recursos. Em apenas duas hipóteses a legislação excepciona, no artigo 36-A, da Lei Eleitoral, que é no caso de reuni-ões ou internas, do partido, ou exter-nas, onde a lei diz que nesse caso, das reuniões, tem que ser

custeado pelo próprio partido. Ou seja, porque dessa forma a Justiça Eleitoral tem como fi scalizar de onde vieram os recursos. De forma contrária, em um entendimento contrário, você poderia transformar essa fase de pré-campa-nha mais importante do que a fase de campanha, porque você poderia ter fi -nanciamento de pessoa jurídica, já que você não tem controle e fi scalização ne-nhuma, e não teria nenhum limite de gastos para essa fase de pré-campanha. Ou seja, fi caria sem sentido. Então, em uma interpretação sistemática enten-do que para essa fase de pré-campanha, ela se desenvolve com debate de ideias, apresentação de propostas, o candidato pode se apresentar, só não pode fazer um pedido explícito ainda que contex-tualizado, de forma explícita de voto.

7 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Atos anteriores

ao registro de candidatura podem confi gurar abuso de poder”

EntrevistaAlguns candidatos reclamam que durante essa fase de pré-campanha em que não tem esse teto de gastos, aqueles candidatos que têm mais dinheiro podem gastar do próprio bolso para fazer a pré-campanha. Existe fi scalização nesse sentido?

Sim. O MP Eleitoral está fi scalizando essa fase de pré-campanha e o que muitas vezes pode ocorrer nessa fase são atos de abuso de poder econômico e, apesar de o MP só poder propor a ação após o registro de candidatura, atos eventualmente ilíci-tos anteriores ao registro de candidatura também podem confi gurar abuso de po-der econômico e resultar, inclusive, em cassação em futuro registro de candida-tura ou de um mandato, ou a declaração de inelegibilidade desse candidato. Atos ilícitos também que envolvam a máquina pública podem ser praticados nessa fase de pré-campanha. Então, o MP está aten-to, tanto em eventuais atos ilícitos que sejam abusivos nessa fase de pré-campa-nha como também estamos fi scalizando a máquina pública, seja federal, estadual e municipal, para evitar que ela seja uti-lizada em favor de alguma candidatura.

O sr. já representou contra quais pré-candidatos em Goiás?

Nesta que eu representei ontem um dos casos havia realmente o pedido ex-plícito de voto, que foi o caso do senador Ronaldo Caiado, que fez o pedido em fa-vor do senador Wilder Morais. Nos outros dois casos era um pedido explícito con-textualizado, apesar de não usar a palavra ‘voto’. Era um caso envolvendo um vídeo postado pelo governador José Eliton, pré-candidato ao governo, e nesse caso eu entendi que o vídeo, por envolver jingle, computação gráfi ca e o caráter profi ssio-nal do vídeo envolvia gasto de recursos, e por isso confi guraria propaganda eleito-ral antecipada. No caso do pré-candidato ao governo Daniel Vilela por um adesivo, porque entendo que adesivo também é uma propaganda típica de campanha. Estava colocado em um veículo de pro-priedade de uma pessoa jurídica, que não pode fi nanciar nem de forma direta nem indireta nenhuma candidatura, aderir a um ilícito eleitoral. Mas essas questões, como eu disse, estão em discussão na Jus-tiça Eleitoral e serão julgadas ainda pelo TRE. Mas no meu entendimento estaria confi gurado ilícito.

Esses pedidos podem gerar impugnação das candidaturas?

Não. No caso desses pedidos, a Lei Eleitoral prevê apenas multas. São ilíci-tos que, diremos, no caso de todos os três pré-candidatos, a propaganda eleitoral antecipada, seria de menor gravidade, que podem acarretar no máximo multa. Ao meu ver, de forma alguma, nenhuma desses fatos caracteriza algo grave para ensejar uma cassação. Agora, é claro que se houvessem inúmeras propagandas eleitorais, atos, esbanjamento ilícito, para haver uma cassação de mandato tem que haver algo muito maior, que realmente confi gure abuso de poder econômico, que não é o caso dessas três representações, que isso fi que claro.

O que mais vem sendo discutido no Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral, o Genafe, do qual o sr. faz parte?

No âmbito do Genafe temos discutido

essas ações de fi scalização da máquina pública, que é uma atuação preventiva, de orientação dos gestores públicos, do que podem e não podem fazer e fi scalizar se efetivamente a legislação está cumprida. Como exemplo, há dois dias eu expedi duas recomendações ao governador do Estado e solicitei diversas informações justamente para fi scalizar se está sendo cumprida a Legislação Eleitoral no que tange às condutas vedadas, ou seja, são condutas que a Lei Eleitoral proíbe que o gestor público faça no ano eleitoral.

Quais são?São diversas. Mas muitas focando

questões envolvendo programas sociais, que estão sendo observadas, envolvendo propaganda institucional que, três meses antes da eleição, nenhuma propaganda institucional pode ser feita. A questão do Renda Cidadã, que eu enviei recomenda-ção, inclusive foi respondida acatada, mas estou analisando ainda se faltou alguma informação que eu solicitei.

Eles não podem repassar os valores?

Podem repassar. É porque não estou entrando em detalhes, mas se for falar detalhes vai fi car muito grande. Mas a questão de programa social, você não pode ter uso promocional do programa social e você só pode executar no ano eleitoral, no caso do governo do Estado, programas que já estejam em execução no ano anterior, aprovados em lei no ano anterior. Ou seja, nenhum programa

Bem, a questão da Fake News, a ques-tão das redes sociais, a cada eleição, tem assumido uma relevância maior nas can-didaturas. Se você olhar bem antigamen-te era tudo muito focado no rádio e da TV. A infl uência era muito grande do rádio e da TV. E isso tem cada vez mais migra-do para as redes sociais. Hoje tem a vida real e a vida virtual, e a rede social passa a ter uma dinâmica muito importante nas eleições. E as Fake News acabam, dentro dessa realidade, tendo um peso muito im-portante, podendo destruir candidaturas ou não. Então, dependendo da dimensão da Fake News pode até confi gurar abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação, porque ela pode se tornar viral. Então, o MP verifi cando al-guma prática de Fake News massiva pode caracterizar abuso de poder econômico. É óbvio que o MP não é onipresente, nós de-pendemos de denúncias. Os próprios can-didatos e partidos se fi scalizam muito, uns aos outros, na rede social, e o cidadão também, e as denúncias que nos chegam, nós passamos a proceder as apurações.

Como é feito o caminho para chegar até os perfi s falsos?

Temos nosso órgão técnico, que nos auxilia nesses casos de Fake News, que envolve internet. Mas hoje você tem todo o sistema para identifi car o IP do compu-tador, de onde partiu, para poder apurar quem são os reais autores das Fake News. Então, obviamente que envolvendo casos mais graves podemos contar, inclusive, com apoio da Polícia e órgãos técnicos e poder chegar ao autor, e poder responsa-bilizá-lo.

Quais as dicas que o sr. pode dar aos eleitores em relação ao cuidado com as Fake News?

O eleitor, muitas vezes, tende a acre-ditar naquilo que ele já tem como pré-concebido. Muito importante é o eleitor checar a fonte e ter cuidado com o que ele for compartilhar, porque muitas ve-zes ele pode estar compartilhando uma Fake News, uma pesquisa fraudulenta e pode ser responsabilizado por aquilo. En-tão, o eleitor tem que ter vários cuidados. Primeiramente, no âmbito eleitoral é ve-dado o anonimato. Diferente dos Estados Unidos que permite o anonimato pela li-berdade de expressão, no Brasil é vedado o anonimato, e a Lei Eleitoral prevê inclu-sive multa para quem fi zer uma publica-ção anônima, a publicação apócrifa na in-ternet é vedada pela Legislação Eleitoral. Fora isso, o eleitor tem liberdade ampla de manifestação nas redes sociais, seja favo-rável seja de crítica. Agora, ele tem que ter muito cuidado, por exemplo, em replicar pesquisas eleitorais, porque a pesquisa sem registro prevê uma multa de até R$ 50 mil, é uma multa muito elevada.

O perfi l do eleitor tem modifi cado, tem fi cado mais raivoso?

É difícil responder essa pergunta, mas a avaliação que temos dos últimos anos é que houve um certo acirramento ideoló-gico, acho que por toda a crise que o país passou, seja a crise moral e ética, que ve-mos com a Lava Jato, crise econômica, aca-ba gerando um acirramento de posições. Mas vimos isso nas próprias eleições de 2014, um acirramento muito grande en-tre posições políticas e eleitorais do elei-tor. Então, acredito que esse é um cenário que já vinha ocorrendo.

novo pode ser instituído neste ano elei-toral. Por isso que eu encaminhei já uma recomendação em relação ao programa ICMS Cidadão, que foi acatado pelo então governador Marconi Perillo e suspendeu o programa ICMS Cidadão, que seria ini-ciado este ano. Em relação ao Renda Ci-dadã também verifi quei alguns indícios de irregularidades e para evitar essas ir-regularidades enviei uma recomendação ao governador, que também está sendo acatada pelo que fui informado. E estou encaminhando outras recomendações e outros pedidos de informações para fi scalizar o cumprimento da Legislação Eleitoral, esperando obviamente que o governo assim o faça, acatando, cum-prindo a Legislação Eleitoral.

O sr. tem recebido a avaliação de contas de prefeitos que têm intenção de se candidatar a cargos legislativos?

Sim, nós expedimos justamente, como eu disse, nós temos os dados do Sisconta Eleitoral e este ano já expedimos ofício para todos os órgãos públicos, como Câ-maras Municipais, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, pedindo a alimenta-ção do bando de dados para que tenha-mos essas informações de possíveis casos de inelegibilidade para que possamos de fato fi scalizar os registros de candidatura e impugnar os eventuais candidatos que estejam inelegíveis.

Como será o trabalho do MPE em relação às Fake News?

Muito importante é o eleitor checar a fonte e ter cuidado com o que compartilhar.

Pode estar compartilhando uma pesquisa fraudulenta e ser responsabilizado

Fotos: Mônica Salvador

8 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Daniela Martins

Quando acordou depois da mastec-tomia do seio esquerdo, feita aos sete meses de gravidez, o alívio de

Anapaula veio ao som das batidas do co-ração de João Pedro. Batidas do coração... Clichê? Não. De clichê a história de mãe e fi lho que abre a série de reportagens so-bre maternidade da Tribuna do Planalto não tem nada. É um caso raro.

“O estado gestacional pode funcio-nar como uma proteção para algumas patologias que afetam a mulher, como os cânceres de mama, ovário e de endo-métrio”, explica médico oncologista ou-vido pela Tribuna, e que prefere não ser citado. Segundo ele, doenças como essa sofrem infl uência direta do estrogênio, hormônio feminino, e, na gravidez, a mu-lher está sob a égide de outro hormônio, a progesterona, que faz contrapartida ao estrogênio.

É, mas não é raro acontecer de o tu-mor ser responsivo justamente ao hor-mônio da gravidez. É o que esclarece a médica ginecologista e obstetra Marcella Brasil, que cuidou da Anapaula. Em situ-ações assim, a consequência pode ser o crescimento do nódulo durante a gesta-ção. “Casos raros”, enfatiza a médica. “O caso da Anapaula foi, pessoalmente, o meu único caso.”

GRAVIDEZ PLANEJADAJornalista, no pique da profi ssão,

Anapaula Hoekveld, aos 32 anos, levava uma vida acelerada e planejada nos deta-lhes. Dez anos de namoro, cinco de casa-mento com o gestor de TI Gilvan Alysson Sobrinho. “Quando nos casamos, combi-namos esperar cinco anos para engravi-dar”, conta. Chegada a hora, procurou sua médica para fazer os exames de praxe e descobriu um mioma no útero.

Depois de anos de anticoncepcional, suspendeu a medicação para avaliar o quadro, ver a evolução do mioma. Em situações assim, o natural é que a gravidez demore um pouco. Nada. No segundo mês sem anticoncepti-vo, a menstruação não veio. “Na terça-feira de Carnaval fi z o exame de farmácia e esta-va grávida”, sorri. A consulta com sua médica confi rmou. O marido não quis esperar. Anunciou para amigos, fa-mília e comprou o primeiro sapa-tinho do bebê. A vida seguia à espe-ra de João Pedro.

No sexto mês de gravidez, Anapaula percebeu o caroço no seio. Já grande. “E ele não estava

“A gravidezme salvou”

ESPECIAL DE MAIO

ANAPAULA E JOÃO PEDRO ESTREIAM SÉRIE DE

REPORTAGENS DA TRIBUNA NESTE MÊS EM HOMENAGEM ÀS

MÃES, ÀS MULHERES. UMA HISTÓRIA SINGULAR, DE SUPERAÇÃO E FORÇA,

QUE ENCHE O CORAÇÃO DE ESPERANÇA E AMOR.

ali pela manhã. Liguei para a Marcella, que me tranquilizou, ‘pode ser uma mas-tite’ [infl amação comum quando o ducto mamário entope durante a produção do leite materno]”, recorda.

Dia seguinte, ultrassom feito, resulta-do inconclusivo e uma experiência nada boa com a médica responsável pelo exa-me. “Você nunca pensa que vai ser outra coisa, mas a médica que fez o ultrassom me disse que ‘tinha que ver aquilo, que talvez tivesse que tirar’. Eu estava super-sensível, e o jeito dela falar me deixou nervosa. Comecei a chorar, eu choro por nada, e essa foi a hora em que fi quei com medo.”

De volta ao consultório de Marcella, sua médica, Anapaula passou por uma punção e, de novo, a biópsia foi inconclu-siva. A ginecologista encaminhou-a en-tão para o mastologista Juarez Antônio de Sousa, que fez novo ultrassom. Tercei-ro exame com resultado inconclusivo.

“A gravidez é sempre uma situação limitante para exames radiológicos, de rastreamento”, reforça o oncologista ou-vido pela Tribuna. São exames importan-tes para confi rmar um diagnóstico de tumor, dimensionar o nódulo, sua com-

plexidade e planejar o tratamento. A mamografi a, por exemplo, é uti-

lizada para investigar o câncer de mama, mas

deve ser evitada

9 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

JP foi um anjo da guarda que Deus mandou para me salvar”

durante a gravidez em razão da radiação. “Embora em casos reservados seja feita com devida proteção do abdômen, com avental de chumbo”, acrescenta Marcella.

A confi rmação do tumor só veio com o quarto exame. O oncologista anestesiou a gestante, retirou uma por-ção maior do nódulo e mandou para bi-ópsia. Era um tumor maligno. “Quando você escuta um diagnóstico de câncer, pensa ‘vou morrer’. E ainda esperando um fi lho, você pensa: ‘o que vai ser de mim? Vou ver meu fi lho nascer? Não vou ver meu fi lho nascer?’. E você se sente culpada”, revela Anapaula.

Nesse turbilhão de sentimentos, ou-tro pensamento ganhou espaço. A im-portância da gravidez justo naquele mo-mento da vida. O crescimento rápido do tumor era sinal de que o nódulo já esta-va instalado há algum tempo, a gestação ajudou a revelá-lo. “Se eu não estivesse grávida, o tumor ia aparecer e eu acharia que era um carocinho de nada. Não ia dar moral. Mas quando você está grávi-da, por qualquer coisa corre para o mé-dico”, comenta. E lembra: é alto o índice de mulheres que descobrem o câncer de mama em estágios avançados, quando o tratamento é bem menos efi caz.

“Se não estivesse grávida, hoje eu esta-ria morta. A gravidez me salvou. JP foi um anjo da guarda que Deus mandou para me salvar”.

TEMPO, TEMPO, TEMPOO tumor de mama de Anapaula era

dos mais agressivos. Não podia esperar. Um mês depois da descoberta do caroço, dois meses antes de dar à luz ao esper-tíssimo João Pedro Hoekveld Sobrinho, hoje com 3 anos, a jornalista entrou para a sala de cirurgia. “No dia da mas-tectomia, entrei no centro cirúrgico sem saber se continuaria grávida ou se acor-daria com meu fi lho no colo”, recorda. Acordou com o som do coração de JP. “A Marcella pegou um aparelho do hospi-tal e deixou comigo. Todo mundo que chegava ouvia o coração do JP”, lembra.

O fi lho estava bem, mas a mãe fi cou dois dias sem olhar para baixo. Anapau-la só viu o resultado da mastectomia

em casa. Sentada na cama, em frente ao espelho, encarou seu refl exo e chorou. “Eu queria morrer de chorar, fi quei mal, acabou a vida. É um choque se ver sem peito, mutilada”, desabafa. JP foi seu suporte, mais uma vez. “Eu tinha meus altos e baixos, e aí pensava no JP, pen-sava que estava tudo bem com ele, que íamos superar isso. Ficava com medo dele sentir o que eu sentia, então tenta-va não remoer as coisas ruins para não afetá-lo. Nesse ponto, a gravidez tam-bém foi muito boa pra mim.”

Feita a retirada do tumor. Anapaula iniciou a quimioterapia, ainda grávida. Foram duas sessões do tipo mais forte, destaca a jornalista. Sofreu com alergia à medicação, que, aplicada direto na veia, dava a sensação de queimar por dentro. Gestante de nove meses, já não encontra-va posição confortável para fi car.

O cabelo caiu. Ela, que tinha se adian-tado e encomendado uma peruca, não se adaptou. Preferiu o lenço. “Vi tutorial de lenço, e minha vida era ver como amarrar o lenço. Aprendi todo tipo de amarração que não usei”. Só usava o lenço dobrado e amarrado de lado. “O povo achava que o lenço colorido fazia parte do meu estilo, ninguém me olhava diferente”, avalia.

Com apoio da família, do marido e da médica, Anapaula levou a gravidez até o fi m dos nove meses. JP nasceu dia 16 de outubro de 2014. Uma semana depois, sua mãe retomou o tratamento. Mais qui-mioterapias seguidas por um mês de ra-

dioterapia diária. Não pode amamentar. Revezava os cuidados com o bebê e seu próprio corpo, machucado.

PLENITUDE

A vida não está no controle da gente, não está. É a lição maior que Anapaula acredita que ganhou com a experiência. “Achei que estava tudo na minha mão, que dependia de mim. Você faz a sua parte, mas nada garante que vai ser do jeito que você planejou”, diz, referindo-se à espera pelo melhor momento para ter fi lho. A vantagem de ter esperado, aponta, é a maturida-de que teve para entender, aceitar e conviver com tudo o que aconteceu.

“A maturidade foi bem maior do que se eu fosse mais nova”. A fé também a fortaleceu. “Sempre tive uma educação religiosa, e nessas horas a gente vê que acredita mesmo. Você não se pergunta porque aconteceu comigo. Se aconte-ceu, é porque alguma coisa eu tenho de tirar disso”, ensina.

Gilvan Sobrinho, o marido, foi o companheiro, sua base forte. “Tenho uma gratidão enorme pelo meu ma-rido, o que ele fez não é para qualquer pessoa. Estava na minha mão a forma de reagir, mas sei que pra ele também foi muito difícil. E você vê o outro cho-rar escondido porque tem que te passar força, passar otimismo.”

A vida melhorou depois de tudo. Anapaula superou o câncer, está de

alta, apesar de fazer um acompanha-mento anual com exames e consultas aos especialistas que participaram do seu tratamento. Depois da tempestade, veio a plenitude.

“Vivo muito mais, aproveito muito mais a maternidade. Qualquer coisinha [do fi lho], eu aproveito. A relação [mater-na] é diferente, e ele sente isso. Eu sinto”. Até a relação com o trabalho amadure-ceu. Anapaula, que trabalhou durante a gravidez, durante o tratamento da doença e mesmo após o nascimento do fi lho, este ano deu uma aliviada no ritmo profi ssional. Saiu do último em-prego, na área política e que consumia grande parte do seu tempo, antes que consumisse mais ainda, por este ser um ano eleitoral. E passou a se dedicar em tempo integral ao fi lho.

“Eu me cobrei porque rezei tanto para ver meu fi lho nascer. Minha meta de vida era estar viva para ver meu fi lho crescer, ter a oportunidade de cuidar dele, e eu estava abrindo mão disso. Re-almente não tinha sentido”, relata. Hoje a ideia de sucesso está mais ligada à ca-pacidade de conciliar a vida profi ssional com a família. “Antes eu jamais valoriza-ria o fato de ter tempo de fi car em casa. E tinha coisa que eu achava que era um problema, hoje vejo que já não é mais”.

Para a médica que acompanha Anapaula, a ginecologista Marcella Bra-sil, a história da jornalista é ao mesmo tempo uma tragédia e um exemplo de superação e força que ela garante levar para tudo na vida até hoje. “A Anapaula é um ser tão iluminado que fez de uma situação tão horrorosa, um período de novas experiências para contar de-pois”, avalia.

Em todas as ocasiões, recorda a médi-ca, ela manteve o bom humor e isso aju-dou muito na recuperação. “Anapaula via o lado engraçado em tudo, no lenço que usava, na falta da sobrancelha, na peruca! Eu sou muito fã dessa vencedora. Ela precisa escrever logo seu best-seller!.” Meio caminho está andado. Por um bom tempo, Anapaula manteve ativo um blog (‘Eu, Você e JP’) com histórias suas, do fi -lho e do marido. É só publicar.

Fotos: Mônica Salvador

Anapaula, João Pedro e

Gilvan

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Daniela Martins

Quando acordou depois da mastec-tomia do seio esquerdo, feita aos sete meses de gravidez, o alívio de

Anapaula veio ao som das batidas do co-ração de João Pedro. Batidas do coração... Clichê? Não. De clichê a história de mãe e fi lho que abre a série de reportagens so-bre maternidade da Tribuna do Planalto não tem nada. É um caso raro.

“O estado gestacional pode funcio-nar como uma proteção para algumas patologias que afetam a mulher, como os cânceres de mama, ovário e de endo-métrio”, explica médico oncologista ou-vido pela Tribuna, e que prefere não ser citado. Segundo ele, doenças como essa sofrem infl uência direta do estrogênio, hormônio feminino, e, na gravidez, a mu-lher está sob a égide de outro hormônio, a progesterona, que faz contrapartida ao estrogênio.

É, mas não é raro acontecer de o tu-mor ser responsivo justamente ao hor-mônio da gravidez. É o que esclarece a médica ginecologista e obstetra Marcella Brasil, que cuidou da Anapaula. Em situ-ações assim, a consequência pode ser o crescimento do nódulo durante a gesta-ção. “Casos raros”, enfatiza a médica. “O caso da Anapaula foi, pessoalmente, o meu único caso.”

GRAVIDEZ PLANEJADAJornalista, no pique da profi ssão,

Anapaula Hoekveld, aos 32 anos, levava uma vida acelerada e planejada nos deta-lhes. Dez anos de namoro, cinco de casa-mento com o gestor de TI Gilvan Alysson Sobrinho. “Quando nos casamos, combi-namos esperar cinco anos para engravi-dar”, conta. Chegada a hora, procurou sua médica para fazer os exames de praxe e descobriu um mioma no útero.

Depois de anos de anticoncepcional, suspendeu a medicação para avaliar o quadro, ver a evolução do mioma. Em situações assim, o natural é que a gravidez demore um pouco. Nada. No segundo mês sem anticoncepti-vo, a menstruação não veio. “Na terça-feira de Carnaval fi z o exame de farmácia e esta-va grávida”, sorri. A consulta com sua médica confi rmou. O marido não quis esperar. Anunciou para amigos, fa-mília e comprou o primeiro sapa-tinho do bebê. A vida seguia à espe-ra de João Pedro.

No sexto mês de gravidez, Anapaula percebeu o caroço no seio. Já grande. “E ele não estava

“A gravidezme salvou”

ESPECIAL DE MAIO

ANAPAULA E JOÃO PEDRO ESTREIAM SÉRIE DE

REPORTAGENS DA TRIBUNA NESTE MÊS EM HOMENAGEM ÀS

MÃES, ÀS MULHERES. UMA HISTÓRIA SINGULAR, DE SUPERAÇÃO E FORÇA,

QUE ENCHE O CORAÇÃO DE ESPERANÇA E AMOR.

ali pela manhã. Liguei para a Marcella, que me tranquilizou, ‘pode ser uma mas-tite’ [infl amação comum quando o ducto mamário entope durante a produção do leite materno]”, recorda.

Dia seguinte, ultrassom feito, resulta-do inconclusivo e uma experiência nada boa com a médica responsável pelo exa-me. “Você nunca pensa que vai ser outra coisa, mas a médica que fez o ultrassom me disse que ‘tinha que ver aquilo, que talvez tivesse que tirar’. Eu estava super-sensível, e o jeito dela falar me deixou nervosa. Comecei a chorar, eu choro por nada, e essa foi a hora em que fi quei com medo.”

De volta ao consultório de Marcella, sua médica, Anapaula passou por uma punção e, de novo, a biópsia foi inconclu-siva. A ginecologista encaminhou-a en-tão para o mastologista Juarez Antônio de Sousa, que fez novo ultrassom. Tercei-ro exame com resultado inconclusivo.

“A gravidez é sempre uma situação limitante para exames radiológicos, de rastreamento”, reforça o oncologista ou-vido pela Tribuna. São exames importan-tes para confi rmar um diagnóstico de tumor, dimensionar o nódulo, sua com-

plexidade e planejar o tratamento. A mamografi a, por exemplo, é uti-

lizada para investigar o câncer de mama, mas

deve ser evitada

9 GOIÂNIA, 13 A 19 DE MAIO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

JP foi um anjo da guarda que Deus mandou para me salvar”

durante a gravidez em razão da radiação. “Embora em casos reservados seja feita com devida proteção do abdômen, com avental de chumbo”, acrescenta Marcella.

A confi rmação do tumor só veio com o quarto exame. O oncologista anestesiou a gestante, retirou uma por-ção maior do nódulo e mandou para bi-ópsia. Era um tumor maligno. “Quando você escuta um diagnóstico de câncer, pensa ‘vou morrer’. E ainda esperando um fi lho, você pensa: ‘o que vai ser de mim? Vou ver meu fi lho nascer? Não vou ver meu fi lho nascer?’. E você se sente culpada”, revela Anapaula.

Nesse turbilhão de sentimentos, ou-tro pensamento ganhou espaço. A im-portância da gravidez justo naquele mo-mento da vida. O crescimento rápido do tumor era sinal de que o nódulo já esta-va instalado há algum tempo, a gestação ajudou a revelá-lo. “Se eu não estivesse grávida, o tumor ia aparecer e eu acharia que era um carocinho de nada. Não ia dar moral. Mas quando você está grávi-da, por qualquer coisa corre para o mé-dico”, comenta. E lembra: é alto o índice de mulheres que descobrem o câncer de mama em estágios avançados, quando o tratamento é bem menos efi caz.

“Se não estivesse grávida, hoje eu esta-ria morta. A gravidez me salvou. JP foi um anjo da guarda que Deus mandou para me salvar”.

TEMPO, TEMPO, TEMPOO tumor de mama de Anapaula era

dos mais agressivos. Não podia esperar. Um mês depois da descoberta do caroço, dois meses antes de dar à luz ao esper-tíssimo João Pedro Hoekveld Sobrinho, hoje com 3 anos, a jornalista entrou para a sala de cirurgia. “No dia da mas-tectomia, entrei no centro cirúrgico sem saber se continuaria grávida ou se acor-daria com meu fi lho no colo”, recorda. Acordou com o som do coração de JP. “A Marcella pegou um aparelho do hospi-tal e deixou comigo. Todo mundo que chegava ouvia o coração do JP”, lembra.

O fi lho estava bem, mas a mãe fi cou dois dias sem olhar para baixo. Anapau-la só viu o resultado da mastectomia

em casa. Sentada na cama, em frente ao espelho, encarou seu refl exo e chorou. “Eu queria morrer de chorar, fi quei mal, acabou a vida. É um choque se ver sem peito, mutilada”, desabafa. JP foi seu suporte, mais uma vez. “Eu tinha meus altos e baixos, e aí pensava no JP, pen-sava que estava tudo bem com ele, que íamos superar isso. Ficava com medo dele sentir o que eu sentia, então tenta-va não remoer as coisas ruins para não afetá-lo. Nesse ponto, a gravidez tam-bém foi muito boa pra mim.”

Feita a retirada do tumor. Anapaula iniciou a quimioterapia, ainda grávida. Foram duas sessões do tipo mais forte, destaca a jornalista. Sofreu com alergia à medicação, que, aplicada direto na veia, dava a sensação de queimar por dentro. Gestante de nove meses, já não encontra-va posição confortável para fi car.

O cabelo caiu. Ela, que tinha se adian-tado e encomendado uma peruca, não se adaptou. Preferiu o lenço. “Vi tutorial de lenço, e minha vida era ver como amarrar o lenço. Aprendi todo tipo de amarração que não usei”. Só usava o lenço dobrado e amarrado de lado. “O povo achava que o lenço colorido fazia parte do meu estilo, ninguém me olhava diferente”, avalia.

Com apoio da família, do marido e da médica, Anapaula levou a gravidez até o fi m dos nove meses. JP nasceu dia 16 de outubro de 2014. Uma semana depois, sua mãe retomou o tratamento. Mais qui-mioterapias seguidas por um mês de ra-

dioterapia diária. Não pode amamentar. Revezava os cuidados com o bebê e seu próprio corpo, machucado.

PLENITUDE

A vida não está no controle da gente, não está. É a lição maior que Anapaula acredita que ganhou com a experiência. “Achei que estava tudo na minha mão, que dependia de mim. Você faz a sua parte, mas nada garante que vai ser do jeito que você planejou”, diz, referindo-se à espera pelo melhor momento para ter fi lho. A vantagem de ter esperado, aponta, é a maturida-de que teve para entender, aceitar e conviver com tudo o que aconteceu.

“A maturidade foi bem maior do que se eu fosse mais nova”. A fé também a fortaleceu. “Sempre tive uma educação religiosa, e nessas horas a gente vê que acredita mesmo. Você não se pergunta porque aconteceu comigo. Se aconte-ceu, é porque alguma coisa eu tenho de tirar disso”, ensina.

Gilvan Sobrinho, o marido, foi o companheiro, sua base forte. “Tenho uma gratidão enorme pelo meu ma-rido, o que ele fez não é para qualquer pessoa. Estava na minha mão a forma de reagir, mas sei que pra ele também foi muito difícil. E você vê o outro cho-rar escondido porque tem que te passar força, passar otimismo.”

A vida melhorou depois de tudo. Anapaula superou o câncer, está de

alta, apesar de fazer um acompanha-mento anual com exames e consultas aos especialistas que participaram do seu tratamento. Depois da tempestade, veio a plenitude.

“Vivo muito mais, aproveito muito mais a maternidade. Qualquer coisinha [do fi lho], eu aproveito. A relação [mater-na] é diferente, e ele sente isso. Eu sinto”. Até a relação com o trabalho amadure-ceu. Anapaula, que trabalhou durante a gravidez, durante o tratamento da doença e mesmo após o nascimento do fi lho, este ano deu uma aliviada no ritmo profi ssional. Saiu do último em-prego, na área política e que consumia grande parte do seu tempo, antes que consumisse mais ainda, por este ser um ano eleitoral. E passou a se dedicar em tempo integral ao fi lho.

“Eu me cobrei porque rezei tanto para ver meu fi lho nascer. Minha meta de vida era estar viva para ver meu fi lho crescer, ter a oportunidade de cuidar dele, e eu estava abrindo mão disso. Re-almente não tinha sentido”, relata. Hoje a ideia de sucesso está mais ligada à ca-pacidade de conciliar a vida profi ssional com a família. “Antes eu jamais valoriza-ria o fato de ter tempo de fi car em casa. E tinha coisa que eu achava que era um problema, hoje vejo que já não é mais”.

Para a médica que acompanha Anapaula, a ginecologista Marcella Bra-sil, a história da jornalista é ao mesmo tempo uma tragédia e um exemplo de superação e força que ela garante levar para tudo na vida até hoje. “A Anapaula é um ser tão iluminado que fez de uma situação tão horrorosa, um período de novas experiências para contar de-pois”, avalia.

Em todas as ocasiões, recorda a médi-ca, ela manteve o bom humor e isso aju-dou muito na recuperação. “Anapaula via o lado engraçado em tudo, no lenço que usava, na falta da sobrancelha, na peruca! Eu sou muito fã dessa vencedora. Ela precisa escrever logo seu best-seller!.” Meio caminho está andado. Por um bom tempo, Anapaula manteve ativo um blog (‘Eu, Você e JP’) com histórias suas, do fi -lho e do marido. É só publicar.

Fotos: Mônica Salvador

Anapaula, João Pedro e

Gilvan

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Superar o trauma

Seleções do Grupo EBrasil

RÚSSIA 2018

TIME BASE

DEPOIS DA TRISTE DESPEDIDA DA COPA DO MUNDO DE 2014, O BRASIL CHEGA RENOVADO BUSCANDO SE AUTO AFIRMAR NA RÚSSIAFagner Pinho

Quatro anos se passaram. E mesmo depois deste hiato, muitos brasilei-ros não conseguem se esquecer da dolorosa fase derradeira da Copa

do Mundo do Brasil. Quem não se es-quece do passeio alemão sobre uma fragilizada defesa brasileira, com-pletamente em frangalhos, diante de jogadores aplicados taticamente e de tanto sangue frio quanto os ger-mânicos?

Quem não se esquece do choro co-pioso do zagueiro Tiago Silva, ampara-do pelo técnico Felipão, na decisão por pênaltis das oitavas de fi nal daquela Copa, contra o Chile? Retratos como este é que esse grupo de jogadores re-novados chega à Rússia buscando esquecer. Aci-ma de tudo, exorcizar. Aquele time que sofreu

10 gols em dois jogos (7 a 1 diante da Alema-nha e 3 a 0 diante da Holanda) tem que ter fi cado para trás.

Em 2018, com novos nomes, no-vos atletas, novos membros na co-

missão técnica e novo co-mando, o Brasil encara,

neste Grupo E, três seleções de respeito: duas delas se classifi -caram em seus grupos no Mundial passado: Cos-

ta Rica e Suíça. E a Sérvia trás consigo a tradição do forte futebol

dos Balcãs. Cabe ao Brasil pro-var, mais uma vez, que é uma sele-ção de respeito e

que permanece entre as me-

lhores do mundo. Mesmo depois de 2014.

Esquecer os dois últimos jo-gos da Copa do Mundo de 2014, em especial a semifi nal contra a Alemanha, e entrar focado nesta edição da competição e compro-var que ainda é uma das melhores seleções de futebol do mundo. Esse é o grande desafi o do Brasil do técnico Tite na Rússia no próximo mês.

O trauma que atingiu os jogadores e também boa parte da torci-da brasileira so-mente começou a ser superado quando o téc-nico assumiu o comando do time das mãos de D u n g a , ainda du-rante as eliminató -rias, organizando-o taticamente

e tecnicamente, e recolo-cando o Brasil na liderança

dentre os sulamericanos, se classifi cando antes de qual-quer outra seleção.

Com mudanças em relação ao time titular da última Copa,

os remanescentes Neymar, Marce-lo e Neymar agora contam com ou-

tros craques para atuar ao lado, com destaque para

Paulinho e Phillippe Coutinho, que vivem boa fase no Barcelona, e também o atacante

Gabriel Jesus, titular do Manchester City. Dani

Alves, com lesão, é dúvida.

Alisson; Danilo, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho, Renato Augusto e Philippe Coutinho; Neymar e Gabriel JesusTécnico: Tite / Mundiais disputados: todosMelhor partida: Brasil 4 x 1 Itália - Final da Copa de 1970Melhor campanha: Campeã em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002Como se classifi cou: 12v, 5e e 1dCraque: Neymar, atacante (Paris Saint-Germain), Phillipe Coutinho, meia (Barcelona)Termômetro: quente/quenteAté onde? Final

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Confi ra os jogos do Grupo E1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada

Suíça Costa Rica Sérvia

TIME BASETIME BASE

TIME BASE

Não obstante se um mero coadjuvante em outras edi-ções da Copa do Mundo, a Suiça chega até esta edição da competição buscando afi rmação própria e conseguir um feito que não consegue desde a metade do século passado: conseguir superar as oitavas de fi nal e chegar até as quartas.

As duas últimas vezes da qual os suíços mais se aproximaram da oportunidade foi em 1994, nos Esta-dos Unidos, e em 2014, no Brasil. O time de 94 contava com craques como os meias Alan Sutter e Ciriaco Sfor-za, além dos atacantes Knup e Chapuisat. Eles levaram o time às oitavas de fi nal, quando caí-ram diante da Espanha.

Já na última Copa, coube a Shaqui-ri carregar a seleção da Suíça até a classifi cação na primeira fase. Com um futebol destacado, o meia conduziu seu time com maestria com vitó-rias diante de Equador e Honduras, chegando até as oitavas onde encararam a forte Argentina. Apesar de jogarem de igual para igual, foram derrotados. Quatro anos depois, vem a chance de chegar mais longe.

A participação da Costa Rica em Copas do Mundo não chegam a ser, assim, uma no-vidade. Desde a década de 1990 a seleção vez ou outra se classifi ca para mun-diais, como ocorreu na Itália, em 1990; Japão e Co-réia do Sul, em 2002; Alemanha, em 2006; e Brasil, na última edição da competição.

Em algumas edições, os costarriquenhos conse-guiam se destacar, mais pela qualidade individual de algum jogador, como Paulo Wanchope em 2006, do que como o time em si. Mas na última Copa do Mundo, no entanto, o jogo virou, pois a Costa Rica surpreendeu o mundo fi cando em primei-ro lugar num grupo que reunia Uruguai, Itália e Inglaterra.

Neste ano, muitos nomes que conseguiram este feito – e ainda por cima levaram o time às quar-

tas de fi nal – estarão de volta à Copa, mas com uma média de idade mais envelhecida, a grande dúvida que passa

pelo cabeça dos torcedores e jornalistas do país é se eles irão repetir o feito de quatro anos atrás.

Um time em busca de uma identidade. Este poder ser considerado o mote da seleção da Sérvia nesta edi-ção da Copa do Mundo. De-pois de disputar várias edi-ções do certame ainda como a antiga República da Iugoslávia e também outras edi-ções como a seleção da Sérvia e Montenegro, os sérvios chegam pela primeira vez como uma única nação.

Mas, ao contrário dos vizinhos da Croácia, que pa-receram ter herdado o bom futebol que a seleção da Iugoslávia sempre apresentou em Copas do Mundo, a Sérvia luta para chegar ao nível do selecionado irmão. Para isso, disputará sua primeira Copa e conta com uma mescla de jovens jogadores com atletas des-tacados na Europa.

Como destaque dois no-mes: o meia Matic, titular do Manchester United, e o ata-cante Mitrovic, que há anos atua pelo Newcastle United, ambos da Inglaterra. A eles se unem jovens como o meia Zivkovic, que chegou há um ano ao Benfi ca com 19 anos, e é considerado uma das maiores promessas do fute-bol mundial.

Sommer; Lichtsteiner, Schar, Akanji e Ricardo Rodríguez; Zakaria, Xhaka, Shaquiri e Dzemailli; Zuber e SeferovicTécnico: Vladimir Petkovic (Bósnia/Suíça)Mundiais disputados: 10Melhor partida: Suíça 1 x 0 Espanha – Copa de 2010 (Espanha viria a ser campeã do torneio)Melhor campanha: 6º em 1950Como se classifi cou? 10v, 1e e 1dDestaque: Shaquiri, meia (Stoke City), Xhaka, meia (Arsenal) e Lichtsteiner, lateral (Juventus)Termômetro: mornoAté onde? Oitavas de fi nal

Navas; Waston, Acosta e Calvo; Gamboa, Guzmán, Borges, Bryan Ruiz e Oviedo; Bolaños

e UreñaTécnico: Óscar Ramírez

Mundiais disputados: quatroMelhor partida: Costa Rica 3 x 1 Uruguai, na

Copa do Mundo de 2014Melhor campanha: 7º em 2014Como se classifi cou? 4v, 4e e 1d

Destaque: Keilor Navas, goleiro (Real Madrid), Bryan Ruiz, meia (Sporting Lisboa)

Termômetro: frio/mornoAté onde? Primeira fase

Stojkovic; Rukavina, Nastasic, Ivanovic e Vukocic; Kolarov, Milivojevic, Matic e Tadic;

Mitrovic e KosticTécnico: Slavoljub Muslin

Mundiais disputados: umMelhor partida: Vitória de 1 a 0 sobre a

Alemanha na Copa de 2010Melhor campanha: Primeira fase

Como se classifi cou? 6v, 3e e 1dDestaque: Aleksandar Mitrović, atacante

(Newcastle United), Matic, meia (Manchester United) Termômetro: morno

Até onde? Oitavas de fi nal

17/06 - 9h - Costa Rica x Sérvia Arena de Samara (Samara)

22/06 - 09h - Brasil x Costa Rica Estádio Krestovsky (São Petersburgo)

27/06 - 15h - Sérvia x Brasil Arena Otkrytie (Moscou)

17/06 - 15h - Brasil x Suíça Arena Rostov (Rostov do Don)

22/06 - 15h - Sérvia x Suíça Estádio de Kaliningrado (Kaliningrado)

27/06 - 15h - Suíça x Costa Rica Estádio de Níjni Novgorod (Níjni Novgorod)

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RÚSSIA 2018

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DEPOIS DA TRISTE DESPEDIDA DA COPA DO MUNDO DE 2014, O BRASIL CHEGA RENOVADO BUSCANDO SE AUTO AFIRMAR NA RÚSSIAFagner Pinho

Quatro anos se passaram. E mesmo depois deste hiato, muitos brasilei-ros não conseguem se esquecer da dolorosa fase derradeira da Copa

do Mundo do Brasil. Quem não se es-quece do passeio alemão sobre uma fragilizada defesa brasileira, com-pletamente em frangalhos, diante de jogadores aplicados taticamente e de tanto sangue frio quanto os ger-mânicos?

Quem não se esquece do choro co-pioso do zagueiro Tiago Silva, ampara-do pelo técnico Felipão, na decisão por pênaltis das oitavas de fi nal daquela Copa, contra o Chile? Retratos como este é que esse grupo de jogadores re-novados chega à Rússia buscando esquecer. Aci-ma de tudo, exorcizar. Aquele time que sofreu

10 gols em dois jogos (7 a 1 diante da Alema-nha e 3 a 0 diante da Holanda) tem que ter fi cado para trás.

Em 2018, com novos nomes, no-vos atletas, novos membros na co-

missão técnica e novo co-mando, o Brasil encara,

neste Grupo E, três seleções de respeito: duas delas se classifi -caram em seus grupos no Mundial passado: Cos-

ta Rica e Suíça. E a Sérvia trás consigo a tradição do forte futebol

dos Balcãs. Cabe ao Brasil pro-var, mais uma vez, que é uma sele-ção de respeito e

que permanece entre as me-

lhores do mundo. Mesmo depois de 2014.

Esquecer os dois últimos jo-gos da Copa do Mundo de 2014, em especial a semifi nal contra a Alemanha, e entrar focado nesta edição da competição e compro-var que ainda é uma das melhores seleções de futebol do mundo. Esse é o grande desafi o do Brasil do técnico Tite na Rússia no próximo mês.

O trauma que atingiu os jogadores e também boa parte da torci-da brasileira so-mente começou a ser superado quando o téc-nico assumiu o comando do time das mãos de D u n g a , ainda du-rante as eliminató -rias, organizando-o taticamente

e tecnicamente, e recolo-cando o Brasil na liderança

dentre os sulamericanos, se classifi cando antes de qual-quer outra seleção.

Com mudanças em relação ao time titular da última Copa,

os remanescentes Neymar, Marce-lo e Neymar agora contam com ou-

tros craques para atuar ao lado, com destaque para

Paulinho e Phillippe Coutinho, que vivem boa fase no Barcelona, e também o atacante

Gabriel Jesus, titular do Manchester City. Dani

Alves, com lesão, é dúvida.

Alisson; Danilo, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho, Renato Augusto e Philippe Coutinho; Neymar e Gabriel JesusTécnico: Tite / Mundiais disputados: todosMelhor partida: Brasil 4 x 1 Itália - Final da Copa de 1970Melhor campanha: Campeã em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002Como se classifi cou: 12v, 5e e 1dCraque: Neymar, atacante (Paris Saint-Germain), Phillipe Coutinho, meia (Barcelona)Termômetro: quente/quenteAté onde? Final

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Confi ra os jogos do Grupo E1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada

Suíça Costa Rica Sérvia

TIME BASETIME BASE

TIME BASE

Não obstante se um mero coadjuvante em outras edi-ções da Copa do Mundo, a Suiça chega até esta edição da competição buscando afi rmação própria e conseguir um feito que não consegue desde a metade do século passado: conseguir superar as oitavas de fi nal e chegar até as quartas.

As duas últimas vezes da qual os suíços mais se aproximaram da oportunidade foi em 1994, nos Esta-dos Unidos, e em 2014, no Brasil. O time de 94 contava com craques como os meias Alan Sutter e Ciriaco Sfor-za, além dos atacantes Knup e Chapuisat. Eles levaram o time às oitavas de fi nal, quando caí-ram diante da Espanha.

Já na última Copa, coube a Shaqui-ri carregar a seleção da Suíça até a classifi cação na primeira fase. Com um futebol destacado, o meia conduziu seu time com maestria com vitó-rias diante de Equador e Honduras, chegando até as oitavas onde encararam a forte Argentina. Apesar de jogarem de igual para igual, foram derrotados. Quatro anos depois, vem a chance de chegar mais longe.

A participação da Costa Rica em Copas do Mundo não chegam a ser, assim, uma no-vidade. Desde a década de 1990 a seleção vez ou outra se classifi ca para mun-diais, como ocorreu na Itália, em 1990; Japão e Co-réia do Sul, em 2002; Alemanha, em 2006; e Brasil, na última edição da competição.

Em algumas edições, os costarriquenhos conse-guiam se destacar, mais pela qualidade individual de algum jogador, como Paulo Wanchope em 2006, do que como o time em si. Mas na última Copa do Mundo, no entanto, o jogo virou, pois a Costa Rica surpreendeu o mundo fi cando em primei-ro lugar num grupo que reunia Uruguai, Itália e Inglaterra.

Neste ano, muitos nomes que conseguiram este feito – e ainda por cima levaram o time às quar-

tas de fi nal – estarão de volta à Copa, mas com uma média de idade mais envelhecida, a grande dúvida que passa

pelo cabeça dos torcedores e jornalistas do país é se eles irão repetir o feito de quatro anos atrás.

Um time em busca de uma identidade. Este poder ser considerado o mote da seleção da Sérvia nesta edi-ção da Copa do Mundo. De-pois de disputar várias edi-ções do certame ainda como a antiga República da Iugoslávia e também outras edi-ções como a seleção da Sérvia e Montenegro, os sérvios chegam pela primeira vez como uma única nação.

Mas, ao contrário dos vizinhos da Croácia, que pa-receram ter herdado o bom futebol que a seleção da Iugoslávia sempre apresentou em Copas do Mundo, a Sérvia luta para chegar ao nível do selecionado irmão. Para isso, disputará sua primeira Copa e conta com uma mescla de jovens jogadores com atletas des-tacados na Europa.

Como destaque dois no-mes: o meia Matic, titular do Manchester United, e o ata-cante Mitrovic, que há anos atua pelo Newcastle United, ambos da Inglaterra. A eles se unem jovens como o meia Zivkovic, que chegou há um ano ao Benfi ca com 19 anos, e é considerado uma das maiores promessas do fute-bol mundial.

Sommer; Lichtsteiner, Schar, Akanji e Ricardo Rodríguez; Zakaria, Xhaka, Shaquiri e Dzemailli; Zuber e SeferovicTécnico: Vladimir Petkovic (Bósnia/Suíça)Mundiais disputados: 10Melhor partida: Suíça 1 x 0 Espanha – Copa de 2010 (Espanha viria a ser campeã do torneio)Melhor campanha: 6º em 1950Como se classifi cou? 10v, 1e e 1dDestaque: Shaquiri, meia (Stoke City), Xhaka, meia (Arsenal) e Lichtsteiner, lateral (Juventus)Termômetro: mornoAté onde? Oitavas de fi nal

Navas; Waston, Acosta e Calvo; Gamboa, Guzmán, Borges, Bryan Ruiz e Oviedo; Bolaños

e UreñaTécnico: Óscar Ramírez

Mundiais disputados: quatroMelhor partida: Costa Rica 3 x 1 Uruguai, na

Copa do Mundo de 2014Melhor campanha: 7º em 2014Como se classifi cou? 4v, 4e e 1d

Destaque: Keilor Navas, goleiro (Real Madrid), Bryan Ruiz, meia (Sporting Lisboa)

Termômetro: frio/mornoAté onde? Primeira fase

Stojkovic; Rukavina, Nastasic, Ivanovic e Vukocic; Kolarov, Milivojevic, Matic e Tadic;

Mitrovic e KosticTécnico: Slavoljub Muslin

Mundiais disputados: umMelhor partida: Vitória de 1 a 0 sobre a

Alemanha na Copa de 2010Melhor campanha: Primeira fase

Como se classifi cou? 6v, 3e e 1dDestaque: Aleksandar Mitrović, atacante

(Newcastle United), Matic, meia (Manchester United) Termômetro: morno

Até onde? Oitavas de fi nal

17/06 - 9h - Costa Rica x Sérvia Arena de Samara (Samara)

22/06 - 09h - Brasil x Costa Rica Estádio Krestovsky (São Petersburgo)

27/06 - 15h - Sérvia x Brasil Arena Otkrytie (Moscou)

17/06 - 15h - Brasil x Suíça Arena Rostov (Rostov do Don)

22/06 - 15h - Sérvia x Suíça Estádio de Kaliningrado (Kaliningrado)

27/06 - 15h - Suíça x Costa Rica Estádio de Níjni Novgorod (Níjni Novgorod)

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ELEIÇÕES 2018

ECONOMIA

PRÉ-CANDIDATA AO GOVERNO PELO PDT SE ENCONTRA COM JOVENS NA CAPITAL TOCANTINENSE

Alegria, entusiasmo e con-fi ança. Foi nesse clima que jovens tocantinen-

ses recebram a candidata ao Governo do Estado, Kátia Abreu, em Palmas. Numa conversa des-contraída, eles falaram das suas expectativas e necessidades, e se mostraram antenados sobre a situação política do Tocantins.

Para Oseias Reis da juven-tude do PSD, o jovem foi esque-cido pelo Estado e, anseia por mudanças e por esse motivo estão engajados para eleger Kátia. “Nenhum nome reúne mais condições políticas para

fazer esse enfrentamento jun-to conosco que Kátia Abreu”, disse o jovem.

No encontro, Kátia Abreu assistiu apresentações de dan-ça e música, de grupos orga-nizados por eles. O jovem e estudante de economia Vitão da UFT, falou sobre a difi culda-de que enfrenta para estudar, falta de estrutura das escolas e, como é difícil um jovem de renda baixa passar em uma universidade pública federal.

Kátia disse que existem muitos desafi os, especialmen-te na necessidade de ampliar

o acesso à educação, a cultura, mercado de trabalho e comba-ter a droga. Segundo ela, seu governo terá uma concentra-ção importante para o jovem fi nalizar o ensino médio, mais de 50% deixam a escola no pri-meiro ano.

“Quando o jovem deixa de concluir o ensino médio está desistindo do futuro, de uma carreira, de uma perspectiva de sucesso. É preciso dar voz aos jovens para que eles voltem a sonhar, ter esperança”, disse Kátia, candidata pela coligação Reconstruindo o Tocantins.

Confi rmando o bom mo-mento que vive o agronegócio no Tocantins, foi anunciada na última semana, pela Seagro, uma parcial sobre a movimen-tação de negócios realizados

nestes três primeiros dias da Feira de Tecnologia Agrope-cuária do Tocantins (Agrotins 2018), que já supera os núme-ros de 2017, que foram de R$ 650 milhões.

Kátia Abreu busca apoio da juventude

Agrotins já supera números

Pré-candidata teve conversa descontraída com alunos da UFT na última semana

Divulgação

Estado do Tocantins. Tribunal de Justiça. 1ª Vara Cível de Paraíso do Tocantins. EDITAL DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO (CPC, artigos 827 e 829 do CPC). Prazo: 30 (TRINTA) dias. ORIGEM: Processo eletrônico: 0004065-10.2016.827.2731; Cha-ve do Processo: 747323298816; Natureza da Ação: Ação de Execução de Título Extrajudicial; Valor da Causa: R$ 107.491,16 (cento e sete mil e quatrocentos e noventa e um reais e dezesseis centavos); Exequente: VALTRA ADMINISTRA-DORA DE CONSÓRCIOS LTDA; Advogado do Exequente: Dr. Hamilton de Paula Bernardo - OAB/TO nº 2622A; Executados: DIVINO RODRIGUES DOS SANTOS e CLÁUDIA ALVES DE OLIVEIRA. CITANDO(S) O EXECUTADO: DIVINO RO-DRIGUES DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF/MF 009.563.521-11, atualmente com endereço em lugar incerto e não sabido. OBJETIVO/FINA-LIDADE: CITAÇÃO DO EXECUTADO: DIVINO RODRIGUES DOS SANTOS, já acima qualifi cado, aos Termos da Ação de Execução de Título Extrajudicial, para, no prazo de TRÊS (3) DIAS, efetuar o pagamento da dívida, no valor atualizado de R$ 107.491,16 (cento e sete mil e quatrocentos e noventa e um reais e dezes-seis centavos), nos exatos termos do artigo 827 e 829 do NCPC, mais custas e verba honorária em favor do advogado do exeqüente, no percentual de 10% do valor da execução que, no caso de pronto pagamento dos devedores no prazo de três (03) dias, fi ca reduzida à metade ou 5% (NCPC, art. 827,§ 1º), na redação dada pela Lei 13.105/2015), ou proceder a indicação de bens de sua propriedade livres e desembaraçados de ônus, para penhora, com documentos atuais com-probatórios da propriedade, no prazo de CINCO(05) DIAS, sob pena de prática de ato atentatório à dignidade da justiça e multa em desfavor do executado devedor no valor de 20% do valor atualizado do débito em execução, a qual será reverti-da em proveito do exequente. É, em caso de não pagamento, serão procedidos PENHORA e AVALIAÇÃO de tantos bens quantos bastem à satisfação da dívida, ou dos bens indicados na inicial e/ou dados em garantias, no termos dos artigos 829,§ 2º, e 830 do NCPC. ADVERTÊNCIA. Ficam os executados/devedores ad-vertidos, que o prazo para EMBARGAREM A EXECUÇÃO é QUINZE (15) DIAS, independentemente de penhora, contados do primeiro dia útil seguinte ao fi m do prazo do Edital (NCPC, art. 915 - C-C 231, IV). Ficando ainda, intimado do inteiro teor do Despacho/Decisão, contido nos autos de nº 5002556-95.2012.827.2731 e Chave do Processo: 756497733815. SEDE DO JUÍZO: Rua 13 de maio, nº 265, 1º andar, Centro - Ed. Fórum de Paraíso, fone/fax (63) 3361-1127. Paraíso do Tocantins - TO, aos dezesseis (16) dias do mês de abril (04) do ano de dois mil e dezoito (2.018). Eu, Letícia Mendes Barbosa, Estagiária Judicial, o digitei. Juiz ADOLFO AMARO MENDES. Titular da 1ª Vara Cível

EDITAL