ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …
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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA
ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL
SÃO PAULO
2014
ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL
Exame de defesa apresentado ao
Programa de Mestrado e Doutorado em
Fisioterapia da Universidade Cidade de
São Paulo - UNICID, sob orientação da
Profª Drª Rosimeire Simprini Padula e
co-orientação da Profª Drª Cristina
Maria Nunes Cabral para obtenção do
título de Mestre.
SÃO PAULO
2014
i
ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL
Exame de defesa apresentado ao Programa de Mestrado e
Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São
Paulo - UNICID, sob orientação da Profª Drª Rosimeire
Simprini Padula e co-orientação da Profª Drª Cristina Maria
Nunes Cabral para obtenção do título de Mestre.
Área de concentração: Saúde do trabalhador
Data da defesa:
Resultado: ____________________________
BANCA EXAMINADORA:
Profª.: Drª.: Sandra Freitas
Universidade Cidade de São Paulo
Prof.: Dr.: Rodrigo Carregaro
Universidade de Brasilia
Profª.: Drª.: Rosimeire Simprini Padula
Universidade Cidade de São Paulo
ii
DEDICATÓRIA
Dedico a defesa dessa dissertação aos grandes incentivadores e
apoiadores desta jornada, minha esposa e grande amor da minha vida Mônica
Rico Mendes e aos meus filhos Pedro Rico Mendes e Gabriel Rico Mendes que
aceitaram minha ausência quando necessário, me animaram quando eu
pensava em desistir, me amaram e dedicaram a mim lindos sorrisos todos os
dias.
A eles o meu amor desde sempre e para sempre.
iii
AGRADECIMENTOS
Meus primeiros agradecimentos não poderiam ser a outra pessoa que
não a minha orientadora Profa. Rosimeire Simprini Padula, que nesses dois
anos foi muito mais do que minha orientadora, foi minha parceira,
incentivadora, e grande professora, no sentido mais poético da palavra. Tenho
certeza de que sem ela eu não teria conseguido seguir nessa jornada tão
turbulenta.
Agradeço também aos professores César Amorim, Sandra Freitas e
Cristina Cabral pelo auxílio e total apoio durante as coletas e análises, sempre
contribuindo com grande dedicação e zelo.
Aos voluntários da pesquisa e todos os responsáveis pela empresa
metalúrgica que não pouparam esforços para que as coletas fossem realizadas
com sucesso e me deram toda a atenção necessária em meio a correria do dia-
a-dia da empresa.
Por fim aos meus pais, Celso Teixeira Mendes e Claudete Carmona
Martines por todo o incentivo, apoio emocional e financeiro, para que eu
pudesse concluir essa etapa.
4
PREFÁCIO
Esta dissertação de mestrado aborda assuntos relacionados à saúde do
trabalhador, em especial a saúde do soldador e sua relação com o trabalho. O
material será dividido em três capítulos, que podem ser lidos
independentemente, sendo que cada capítulo possui sua própria lista de
referências bibliográficas. O estudo propõe, por meio de uma pesquisa
transversal e outra do tipo caso-controle, verificar as prevalências de queixas
musculoesqueléticas em soldadores e suas relações com os fatores de risco
ergonômico bem como identificar as relações das variáveis biomecânicas e
suas relações com o trabalho.
O capítulo 1 apresenta uma contextualização dos tópicos que serão
abordados nessa dissertação. O capítulo 2 constitui um artigo de prevalência
de queixas musculoesqueléticas e a relação com fatores de risco pessoais e do
ambiente de trabalho em soldadores de uma indústria metalúrgica naval. Este
capítulo apresenta-se no formato exigido pela Revista Brasileira de
Epidemiologia, ao qual será submetido à publicação e as instruções para
autores podem ser encontrada ao final do artigo. O capítulo 3 é um estudo
analítico transversal comparativo sobre o sinal eletromiográfico e a força dos
músculos eretores da espinha de soldadores em dois momentos do dia em três
posições distintas de soldagem. Este estudo apresenta-se no formato exigido
pela Clinical Biomechanics, ao qual será submetido à publicação.
O capítulo 4 traz as considerações finais sobre os capítulos 2 e 3 e a
importância dos estudos realizados tanto para os pesquisadores quanto para
os profissionais da área de saúde do trabalhador.
5
Resumo
Introdução: As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são foco de preocupação em todo o mundo, particularmente no Brasil, cerca de 13.790 doenças registradas no Ministério do Emprego e da Previdência Social estavam relacionadas a distúrbios musculoesqueléticos. Objetivos: Analisar a prevalência de queixas musculoesqueléticas e suas relações com o trabalho bem como os sinais eletromiográficos e de força dos eretores da espinha em três posições de soldadores em dois momentos do dia. Métodos: Para o estudo epidemiológico foram entrevistados 123 soldadores, individualmente em seus postos de trabalho, por meio de um questionário contendo perguntas sobre o processo de trabalho e características físicas dos voluntários, o Questionário Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticos (QNSO), a escala de necessidade de descanso (ENEDE), o questionário de Baecke e o Job Factors Questionnaire (JFQ). Para o estudo biomecânico, foram avaliados 22 soldadores divididos em grupos com e sem dor lombar sendo 11 voluntários em cada grupo. Foram avaliadas as contrações voluntárias máximas (CVM), as medidas de força, e a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha em 3 posições de soldagem em dois momentos distintos do dia, manhã e tarde. Resultados: A análise de prevalência mostrou que a dor lombar foi mais prevalente com 42,3% e dentre as causas apontadas estão a posição de soldagem com 21,6% e o espaço confinado com 29,9%. O estudo biomecânico não indicou diferença significativa entre os grupos para força muscular e atividade eletromiografia de eretores da espinha durante a contração voluntária máxima nos períodos da manhã e da tarde. A comparação da atividade eletromiográfica do eretor da espinha direto entre os grupos pela análise estatística para as três posições de solda e nos períodos da manhã e tarde mostrou diferença significativa na interação entre grupos, posições e período (p=0,011). Conclusão: Foi possível concluir que a maior prevalência de queixas dolorosas dos soldadores é na região lombar e que apesar de relacionarem as dores com as posturas de soldagem não foram encontradas relações significantes entre as posturas, a dor e a força muscular desses trabalhadores.
Palavras-chave: DORT, Saúde do trabalhador, Ergonomia.
6
Abstract
Introduction: Work -related musculoskeletal disorders ( MSDs ) are the focus of a worldwide concern , particularly in Brazil , about 13,790 cases registered in the Ministry of Labor and Social Security were related to musculoskeletal disorders . Objectives : To assess the prevalence of musculoskeletal complaints and their relationship to the work and the EMG signals and force of the erector spinae in three positions of welders at two moments during the day. Methods: For the epidemiological study 123 welders were interviewed individually in their jobs through a questionnaire containing questions about the process of labor and physical characteristics of the volunteers, the Nordic Musculoskeletal Symptoms Questionnaire (NMSQ) , the scale of need for recovery (NFR) , the questionnaire Baecke, the Job Factors Questionnaire (JFQ) . For biomechanical study evaluated, 22 welders divided into groups with and without low back pain with 11 volunteers in each group. Maximal voluntary contractions (MVC), measures of force, and electromyographic activity of erector muscles of the spine in 3 welding positions at two different times of day, morning and afternoon were evaluated. Results: The analysis showed that the prevalence of back pain was more prevalent with 42.3 % and among the causes suggested are welding position with 21.6% and 29.9 % with confined space. The biomechanical study showed no significant difference between groups for muscle strength and activity of erector spinae electromyography during maximal voluntary contraction during the morning and afternoon. Comparison of electromyographic activity of the erector spine straight between the groups for the statistical analysis for the three positions of welding and during the morning and afternoon showed significant difference in the interaction between groups , positions and period ( p = 0.011 ). Conclusion: It was possible to conclude that the higher prevalence of pain complaints of welders is in the lumbar region and that despite the pain relate to the welding body posture, no significant relationships between postures , pain and muscle strength of these workers were found . Keywords: MSDs, worker health , ergonomics .
7
SUMÁRIO
PREFÁCIO ................................................................................................. 4
RESUMO .................................................................................................... 5
ABSTRACT ................................................................................................. 6
CAPÍTULO 1 ............................................................................................... 12
1. CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................... 12
1.1 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................................. 14
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................... 16
1.3 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................ 17
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 18
CAPÍTULO 2 - ARTIGO - Análise epidemiológica das queixas
musculoesqueléticas e a relação com fatores de risco pessoais e do
ambiente de trabalho em soldadores de uma indústria metalúrgica
naval.
22
Página de título ........................................................................................... 22
Resumo ....................................................................................................... 23
Abstract ....................................................................................................... 24
Introdução ................................................................................................... 25
Método ........................................................................................................ 26
Desenho do estudo ..................................................................................... 26
Descrição da tarefa do soldador.................................................................. 27
Procedimento de coleta de dados .............................................................. 27
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusclares (QNSO) .................... 28
8
Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE) ......................................... 29
Questionário de Baecke .............................................................................. 29
Job Factors Questionnaire .......................................................................... 30
Análise estatística ....................................................................................... 31
Resultados .................................................................................................. 31
Discussão ................................................................................................... 35
Conclusão ................................................................................................... 40
Referências ................................................................................................. 41
Instruções aos autores da Revista Brasileira de Epidemiologia ................. 43
CAPÍTULO 3 - ARTIGO - Efeito da dor lombar na atividade
eletromiográfica de eretores da espinha em Três posições de
soldagem de uma indústria metalúrgica naval.
41
Página título ................................................................................................ 41
Resumo ....................................................................................................... 42
Abstract ....................................................................................................... 43
Introdução ................................................................................................... 44
Método ........................................................................................................ 46
Voluntários .................................................................................................. 46
Condição experimental ............................................................................... 47
Equipamentos para coleta .......................................................................... 49
Procedimento de coleta .............................................................................. 49
Análise de dados ........................................................................................ 52
Estatística ................................................................................................... 53
Resultados .................................................................................................. 54
Discussão ................................................................................................... 58
9
Conclusão ................................................................................................... 61
Referências ................................................................................................. 62
Instruções aos autores da Revista Clinical Biomechanics .......................... 64
CAPÍTULO 4 – Considerações Finais...................................................... 79
ANEXOS ..................................................................................................... 80
ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................. 80
ANEXO B – Questionário para caracterização da
demanda.......................................................................................................
82
ANEXO C – Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares
(QNSO) ........................................................................................................
83
ANEXO D – Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE) .................. 84
ANEXO E – Questionário de Baecke ........................................................ 87
ANEXO F – Job Factor Questionnaire....................................................... 89
10
Capítulo 1
1. Contextualização
As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são foco
de preocupação em todo o mundo. No ano de 2005, no Brasil, cerca de 13.790
doenças registradas no Ministério do Emprego e da Previdência Social
estavam relacionadas a distúrbios musculoesqueléticos, sendo que este
número representou 45,46% do total de doenças no país. Doenças como
sinovite, tenossinovite, cervicalgias, dores torácicas e lombalgias, entesopatias
e outras doenças dos tecidos moles foram citadas como as mais prevalentes
naquele período1.
O Programa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008
menciona uma prevalência de diagnósticos de dores crônicas da coluna
vertebral de 13,5% do total de doenças relatadas, ficando atrás apenas da
hipertensão arterial com 14%1,2.
De acordo com as diretrizes europeias para o gerenciamento de dor
lombar não específica a prevalência de dor lombar ao longo da vida é de até
84%, sendo que 44 a 78% dos indivíduos que têm um episódio de dor lombar
apresentam recidiva da dor, mostrando com isso uma elevada incidência na
população em idade ativa, o que aumenta os custos diretos com saúde na
recuperação das desordens físicas relacionadas a essa doença. Esses custos
somam-se aos custos indiretos com a perda da produtividade, o que gera
impacto econômico global3,4
11
Com relação as atividades profissionais os fatores de risco físicos e
psicossociais das doenças musculoesqueléticas muitas vezes se relacionam
quando no local de trabalho, o que sugere uma etiologia mais complexa e que
pode interagir sinergicamente para o surgimento de distúrbios
musculoesqueléticos. Os fatores psicossociais incluem problemas psicológicos
como a insatisfação com as relações entre colegas ou supervisores, monotonia
e repetitividade, demandas psicológicas e exigências profissionais6,7.
Os fatores físicos são frequentes e incluem a necessidade de
permanência em determinadas posturas por tempo prolongado, a ausência ou
impossibilidade de pausas espontâneas e a rigidez nos procedimentos e
rotinas de trabalho são alguns aspectos considerados como causadores do
crescente aumento das LER/DORT no Brasil1. Além desses fatores, o
manuseio de manual de cargas, o esforço estático e movimentos repetitivos em
rotação e flexão da coluna, além das vibrações também têm sido relatados e
apontados como riscos ocupacionais para dor lombar7. O ambiente de trabalho
influencia diretamente as posturas e movimentos realizados8, e podem resultar
em queixas e sobrecarga em várias regiões do corpo 9,10.
Nesta pesquisa os fatores de risco e a prevalência de queixas
musculoesqueléticas estiveram focados no profissional de solda.
A soldagem é uma função que exige concentração e precisão do
profissional executante por ser uma atividade minuciosa e de alta qualificação.
Entretanto, as oficinas de solda, em grande maioria, não possuem condições
favoráveis ao posicionamento do soldador durante a soldagem, fazendo com
que este profissional adote posturas inadequadas e desconfortáveis durante a
execução de um trabalho11.
12
A estimativa é que existam atualmente no Brasil 112.119 soldadores
registrados e, com as iniciativas federais para ampliação da frota marítima, é
provável que este número cresça significantemente na próxima década12.
Até o momento não foram encontrados estudos de prevalência de
queixas musculoesqueléticas para esta população no Brasil, entretanto, um
estudo realizado por Vieira e Kumar (2007)13 em duas empresas metalúrgicas
nos Estados Unidos e no Canadá, mostrou que cerca de 38% dos soldadores
apresentavam alguma desordem ou queixa musculoesquelética sendo que
61% dessas queixas foram na região lombar.
Mesmo com o avanço tecnológico e a introdução de máquinas de solda
e outros acessórios, a atividade humana ainda é indispensável para a
soldagem, e a execução desta tarefa depende da concentração e técnica
apurada do profissional. A alta demanda de tarefas, associadas ao estresse
mental pode proporcionar ao soldador quadros de fadiga física e mental e esta
condição gera riscos e expõe o indivíduo a lesões15.
1.1 Relevância do Estudo
A indústria naval brasileira viveu nas últimas duas décadas um período
de grande escassez e de quase inatividade, no entanto esse cenário vem
mudando nos últimos 5 anos com as leis de incentivo à produção naval. É
estimado que as encomendas anunciadas para os estaleiros brasileiros sejam
equivalentes a uma carteira superior a 10 anos, ocupando os principais
estaleiros por mais de 3 anos21,22.
13
Incentivos governamentais de isenção de impostos e criação de
demanda são adotados em quase todos os países com produção relevante na
indústria naval, e no Brasil foram decisivos para a retomada da produção em
grande escala22.
Nesta retomada dos estaleiros brasileiros, o Programa de Modernização
e Expansão da Frota (Promef), lançado pela Transpetro em 2005, foi outra
medida importante para a criação de demanda aos estaleiros do país, motivada
pelo governo através de sua influência política na Petrobrás. Com essas
medidas, o índice de nacionalização dos navios foi estipulado em 65% na
primeira fase e 70% na segunda fase, sendo este um mecanismo importante
de indução ao surgimento de fornecedores locais. Os inúmeros projetos de
estaleiros anunciados nos últimos anos e os esforços para a retomada da
indústria no país irão demandar uma série de políticas de formação de mão de
obra que garantam a oferta de trabalhadores qualificados para o setor21.
A empresa na qual será realizada essa pesquisa é um grande operador
integrado de serviços marítimos, portuários e de logística no país. Atende o
comércio nacional e internacional nos segmentos de terminais portuários,
rebocagem marítima, logística, agenciamento marítimo, apoio a offshore e
indústria naval.
Atualmente possui um quadro de funcionários de, aproximadamente,
560 pessoas. Deste total de funcionários, a empresa estima que 20% do
quadro sejam soldadores.
Em contato prévio com o setor de medicina, segurança e meio ambiente
foi possível constatar que os distúrbios musculoesqueléticos representam
grande parte dos afastamentos e absenteísmos da empresa. Com a crescente
14
demanda de mão-de-obra e de contratações, a tendência é que o número de
queixas, afastamentos e custos com esses distúrbios sejam proporcionalmente
aumentados podendo representar um sério problema de saúde pública.
Neste sentido, o estudo da prevalência de dores e suas relações com o
trabalho bem como a análise das condições biomecânicas de força e atividade
muscular durante a jornada diário dessa classe de trabalhadores permitirá uma
visão mais ampla sobre a necessidade e o tipo de intervenção preventiva e
ações de promoção a saúde a fim de tornar a prática profissional mais segura.
Hipóteses:
1) A maior prevalência de queixas dolorosas nos soldadores será na região da
coluna lombar.
2) Não haverá relação significativa entre o nível de atividade física e a queixa
musculoesquelética.
3) Os voluntários apresentarão alta necessidade de descanso.
4) Os riscos ergonômicos percebidos pelos voluntários estarão relacionados
com as posturas de soldagem.
5) O sinal eletromiográfico estará menor no final do dia no grupo com dor
lombar.
6) A força muscular do grupo com dor lombar será menor ao final do dia.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Analisar a prevalência de queixas musculoesqueléticas e suas relações
com o trabalho.
15
1.2.2 Analisar os sinais eletromiográficos e de força dos eretores da espinha
em três posições de soldadores em dois momentos do dia.
1.3 ASPECTOS ÉTICOS
Os participantes foram escolhidos por amostra de conveniência e
orientados quanto aos objetivos e procedimentos do estudo e assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice A) aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID,
com Protocolo de Pesquisa nº 13607513.2.0000.0064.
16
REFERÊNCIAS
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(SST) na Previdência Social: como vencer a guerra dos acidentes, doenças e
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17
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12 - RAIS/MTE. Subseção DIEESE CNM/CUT. 2011.
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18
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19
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07/11/2012.
22 – Cunha, MS. A indústria da construção naval: uma abordagem estratégica.
2006. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo.
20
Capítulo 2 Artigo a ser submetido à Revista Brasileira de Epidemiologia.
Análise das queixas osteomusculares e a associação com fatores de
risco pessoais e do ambiente de trabalho em soldadores de uma indústria
metalúrgica naval.
Epidemiological analysis of musculoskeletal complaints and relationship with
personal risk factors and work environment in metallurgical naval welders.
André Augusto Martines Teixeira Mendes1
Cristina Maria Nunes Cabral1
Rosimeire Simprini Padula¹
¹ Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia - Universidade Cidade
de São Paulo - UNICID
Autor Correspondente: Rosimeire Simprini Padula Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé, São Paulo/SP, (11) 2178 1565, Email: [email protected]
21
Resumo Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi verificar a prevalência de queixas
musculoesqueléticas em soldadores e suas relações com o trabalho.
Métodos: Foram entrevistados 123 (80,4%) soldadores, individualmente em
seus postos de trabalho, por meio de um questionário contendo perguntas
sobre o processo de trabalho e características físicas dos voluntários, o
Questionário Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticos (QNSO), a escala de
necessidade de descanso (ENEDE), o questionário de Baecke e o Job Factors
Questionnaire (JFQ). As variáveis locais de queixas e escala de dor foram
correlacionadas as variáveis pessoais e ocupacionais.
Resultados: Do total de queixas nos últimos 12 meses, a dor na parte inferior
das costas foi a mais prevalente, relatada por 42,3% dos entrevistados e dentre
as causas apontadas estão a posição de soldagem com 21,6% e o espaço
confinado com 29,9%. A análise de regressão múltipla mostrou que apenas a
necessidade de descanso pode explicar em 10,9% o grau de intensidade da
dor lombar, já que as outras variáveis testadas não tiveram nenhuma
influência.
Conclusão: A dor na parte inferior foi mais prevalente na população estudada
e o espaço confinado e as posições de soldagem são as principais
relacionadas às dores destes trabalhadores. A necessidade de descanso
influenciou na intensidade da dor mas não na prevalência de queixas. Os
fatores pessoais também não influenciaram na prevalência.
Palavras-chave: prevalência, DORT, saúde do trabalhador, ergonomia.
22
Abstract
Objective: The objective of this research was to determine the prevalence of
musculoskeletal complaints in welders and their relationship to their work.
Methods: 123 (80.4%) welders Nordic Musculoskeletal Symptoms
Questionnaire (NMSO), the scale were interviewed individually in their jobs
through a questionnaire containing questions about the process of labor and
physical characteristics of the volunteers, the need for recovery (NFR) , the
questionnaire Baecke the Job Factors Questionnaire ( JFQ ) . Local variables of
complaints and pain scale were correlated personal and occupational variables
Results: From the total of complaints in the past 12 months, the pain in the
lower back was the most prevalent, reported by 42.3 % of respondents and
among the causes suggested, are welding position with 21.6% and confined
space with 29.9 % . A multiple regression analysis showed that only the need of
rest can explain 10.9% in the intensity of low back pain, since the other
variables tested had no influence.
Conclusion: Pain at the bottom was more prevalent in the population studied
and the confined space and welding positions are the main pain related to these
workers. The need for rest, influenced the pain intensity but not in the
prevalence of complaints. Personal factors also did not influence the
prevalence.
Keywords: prevalence, WMSD, worker health, ergonomics.
23
Introdução
Com os incentivos governamentais para expansão dos portos e da frota
naval brasileira, é estimado que as encomendas de novas embarcações para
os estaleiros brasileiros sejam equivalentes a uma carteira superior a 10 anos,
ocupando os principais estaleiros por mais de 3 anos1,2. Com isso surge à
necessidade de mão-de-obra para soldagem, fundamental para este tipo de
produção.
Até o ano de 2011, cerca de 112.119 soldadores estavam registrados no
Brasil, mas com o aumento da demanda de mão-de-obra é provável que este
número cresça significantemente na próxima década3.
A categoria profissional de soldadores está exposta a muitos fatores de
risco ergonômicos, em especial a postura inadequada, já que a função exercida
por estes trabalhadores muitas vezes acontece em espaço confinado e de
difícil acesso. Além disso, o trabalho exige concentração e precisão do
profissional por ser uma atividade minuciosa e de alta qualificação4,5.
Além destes fatores de risco os soldadores também estão expostos às
condições ambientais dos locais de soldagem que, em sua grande maioria, não
permitem o bom posicionamento durante a tarefa, fazendo com que este
profissional adote posturas inadequadas e desconfortáveis durante a execução
da tarefa6,7.
Por ser uma atividade que exige qualificação e altos padrões de
qualidade esta segue as recomendações da ISO 9606-1 que menciona a
qualificação dos soldadores e da ISO 6947 que dispõe sobre as posições de
soldagem, ângulos e rotações, orientando estes profissionais a realizarem o
trabalho de acordo com diretrizes de qualidade para o produto8, 9.
Os estudos sobre a prevalência de sintomas musculoesqueléticos para
soldadores da indústria naval não foram encontrados, e também verifica-se
uma escassez de estudo com soldadores em geral, mas foram encontrados
estudos com soldadores de empresas de aço norte americanas e canadenses
que indicou que cerca de 38% dos soldadores apresentavam alguma desordem
ou queixas musculoesqueléticas sendo que 61% dessas queixas são dores na
região lombar8. E um estudo em empresa metalúrgica no Brasil mostrou que
mais de 70% dos trabalhadores apresentam queixas em região lombar2.
24
Considerando então, que o trabalho do soldador possui especificações
de qualidade de certa forma a estabelecer as principais posições de soldagem,
é possível imaginar as regiões corporais mais acometidas, entretanto, vimos
que a indústria metalúrgica naval além de crescente, possui exigências
especificas que podem diferenciar as estatísticas.
Neste sentido, um estudo da prevalência de sintomas
musculoesqueléticos dessa classe de trabalhadores brasileiros permitirá uma
visão mais ampla sobre as condições físicas desses trabalhadores e suas
relações com o trabalho a fim de tornar a prática profissional mais segura e
determinar ações de promoção à saúde mais eficaz.
Este estudo teve como objetivo identificar a prevalência de queixas
musculoesqueléticas nos últimos 12 meses em soldadores e suas relações
com fatores pessoais e do trabalho.
Método Desenho do Estudo
Trata-se de um estudo analítico transversal realizado em uma indústria
metalúrgica de construção naval em uma cidade do litoral de São Paulo entre
os meses de abril e junho de 2013. A realização da pesquisa foi aprovada
pelos responsáveis pela empresa e pelo Comitê de Ética da Universidade
Cidade de São Paulo (Processo no. 13607513.2.0000.0064). Os autores
seguiram as orientações da Declaração de Helsinki para condução deste
estudo.
A indústria metalúrgica naval possuía um total de 153 soldadores
contratados no momento da pesquisa, contudo, 123 (80,4%) foram incluídos na
pesquisa. Foram excluídos deste estudo todos os trabalhadores com menos de
um mês na função, que estivessem em fase de treinamento, e aqueles que
possuíam cargo de liderança, coordenação ou supervisão, bem como aqueles
que não estavam exercendo a função de soldador no momento da pesquisa.
Assim, todos os voluntários foram informados sobre os objetivos do
estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os
questionários foram aplicados a todos os trabalhadores que aceitaram
participar da pesquisa.
25
Descrição da Tarefa
A tarefa realizada pelos soldadores varia ao longo do dia, pois como o
trabalho é feito dentro dos navios e nas oficinas, então apresentaremos aqui as
etapas do trabalho prescrito. Tarefas: a) realizar o processo de soldagem,
organizando o posto de trabalho e todos os equipamentos necessários para o
funcionamento adequado, visando o cumprimento dos prazos e qualidade dos
serviços prestados; b) participar de reuniões semanais com a equipe de
Segurança do Trabalho; c) controlar diariamente e visualmente a utilização e
preservação das máquinas de solda e todos os materiais consumíveis
utilizados no processo de soldagem, para evitar o retrabalho e perda de horas
nos processos; d) controlar diariamente o fluxômetro, a pressão do gás CO2
utilizado no processo de soldagem; e) executar a limpeza e preparação das
peças a serem soldadas, utilizando escovinha, lixadeira, maçarico entre outros,
retirando eventuais respingos, ferrugem, rebaixamento dos pontos da
caldeiraria, tintas e impurezas; f) executar soldagem, por meio da manipulação
da pistola de solda em arame tubular seguindo padrões de qualidade; g)
providenciar a retirada da escória, material do processo de soldagem, com uma
picadeira; efetuar a identificação, no processo de soldagem, assegurando a
identificação de seu código, na solda realizada; providenciar, quando
necessário, a troca de materiais consumíveis no almoxarifado, como bobina de
arame tubular 15 kg – 1,2mm, entre outros.
O trabalho de soldagem na fase final de construção do barco, chamada
de fase de embarcação, muitas vezes é realizado em espaço confinado, que
são caracterizados por espaços com restrição de movimentação física onde o
trabalhador deve se adequar ao local para realizar a soldagem.
Procedimentos de coleta de dados
Os voluntários foram entrevistados individualmente em seus postos de
trabalho e a ordem de aplicação dos questionários foi aleatorizada para evitar
que ao término da entrevista os trabalhadores já estivessem cansados e
respondessem os mesmos sem o devido cuidado.
26
Os instrumentos de avaliação aplicados foram um questionário geral de
dados pessoais, elaborado para a pesquisa, contendo perguntas sobre o
processo de trabalho e características físicas dos trabalhadores como sexo,
idade, tempo de função como soldador, peso e altura. O IMC foi calculado com
base na altura e peso dos voluntários e seguiu a classificação da Organização
Mundial de Saúde10.
Os trabalhadores também responderam uma pergunta aberta sobre as
dificuldades que percebiam para a realização do trabalho.
Para determinar as queixas musculoesqueléticas foi aplicado o
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), adaptado com a
escala de Borg para intensidade da dor (de 0 a 10). Em sequencia foram
aplicados a Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE), o questionário de
Baecke para verificar o nível de atividade física habitual e o Job Factors
Questionnaire (JFQ), para verificar as situações de risco ergonômico percebido
pelo trabalhador.
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO)
O QNSO é um instrumento que determina quais são as queixas de dor
musculoesquelética de acordo com a região do corpo, duração dos sintomas e
se essas dores foram causas de afastamento do trabalho5.
Neste questionário, o participante deve relatar a ocorrência de dores e
formigamentos em qualquer região do corpo nos últimos 12 meses e 7 dias
precedentes à entrevista. Os afastamentos no período de 12 meses também
foram avaliados e relacionados às queixas em partes do corpo. O QNSO usa
uma representação gráfica das partes do corpo e separa em pescoço, os
ombros, a parte superior das costas, cotovelo, punho, parte inferior das costas,
quadril/coxas, joelho e tornozelo/pé.
Para a coleta de dados os trabalhadores foram orientados a localizar a
queixa dolorosa por segmento corporal e assinalar a resposta SIM se tivessem
sentido dor nos últimos 12 meses, últimos 7 dias e, também se tivessem sido
impedidos de trabalhar por conta das dores nos últimos 12 meses.
Para determinar a frequência de queixas musculoesqueléticas as
respostas SIM de todos os voluntários, no item relativo às queixas nos últimos
27
12 meses, foram somadas, transformadas em porcentagem e expressas
individualmente de acordo com a região do corpo.
Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE)
O ENEDE é um questionário contendo 11 questões investigativas sobre
reações físicas e psicológicas ligadas ao dia-a-dia do trabalhador,
caracterizando um instrumento confiável para avaliar sintomas de fadiga11.
Para isso, o voluntário deverá responder a um questionário com
questões relacionadas ao seu dia de trabalho e suas repercussões físicas e
mentais.
As questões abordam a recuperação física e mental do trabalhador e
existem 4 possibilidades de respostas que serão pontuadas de maneiras
diferentes. Neste caso, as respostas “sempre” recebem 3 pontos, as resposta
“frequentemente” recebem 2 pontos, as respostas “algumas vezes” recebem 1
ponto e as respostas “nunca” recebem 0 ponto. A única exceção é a questão
número 4, sobre sentir-se bem disposto após um dia de trabalho, que recebe
pontuação invertida.
Os pontos de cada questão são somados e, desta forma, a pontuação
terá variação entre 0 e 33 pontos. O somatório final das questões será
transformado em porcentagem de 0 a 100 na qual quanto maior for à
pontuação, maior será a necessidade de recuperação do individuo. No
presente estudo, utilizamos dois parâmetros de classificação segundo a
necessidade de análise, considerando que a literatura cientifica ainda não
indica um ponto de corte para população brasileira12. As respostas foram
classificadas em intervalos de 10 em 10 pontos, e em pontuações menores e
iguais a 45% e maiores que 45%.
Questionário de Baecke
Este é um instrumento qualitativo recordatório dos últimos 12 meses
composto por 16 questões que abordam três escores de atividade física
habitual (AFH) dos últimos meses divididos em escore de atividade física
ocupacional (AFO) com oito questões, escore de exercícios físicos no lazer
28
com quatro questões e escore de atividades físicas de lazer (EFL) e locomoção
(ALL) com quatro questões, classifica os participantes em ativos,
moderadamente ativos, moderadamente inativos e inativos13.
Para a determinação do escore total de AFH, somam-se os escores
AFO, EFL e ALL. Para as questões que ficarem sem respostas nas escalas,
recomenda-se adotar o valor médio de todas as questões do respectivo
escore14.
Para AFH com escore maior de 5,4 os voluntários são classificados
como ativos, para escores de 2,8 a 5,3 são classificados como moderadamente
ativos, escores de 1,5 a 2,7 os voluntários foram classificados como
moderadamente inativos e para escores menores de 1,5 os voluntários são
classificados como inativos ou sendentários13, 14.
Job Factors Questionnaire (JFQ)
Este instrumento foi desenvolvido para obter informações sobre a
percepção recordatória de 15 fatores que podem contribuir com o surgimento
de dor ou lesão relacionada ao trabalho15.
Dentre as perguntas, são questionados sobre “realizar a mesma tarefa
repetidamente, trabalhar rápido durante curtos períodos”, “ter que manusear
objetos pequenos”, “intervalos ou pausas insuficientes durante a jornada de
trabalho”, “trabalhar em posições desconfortáveis e/ou inadequadas ou em
espaço muito apertado”, “trabalhar na mesma posição por longos períodos”,
“curvar ou torcer suas costas de maneira desconfortável”, “trabalhar próximo ou
no seu limite físico”, “alcançar ou trabalhar em um nível acima da sua cabeça
ou afastado do seu corpo”, “trabalhar em ambiente quente, frio, úmido ou
molhado”, “continuar trabalhando quando está com alguma dor ou com alguma
lesão”, “carregar, levantar ou mover materiais ou equipamentos pesados”,
“jornada de trabalho”, “usar ferramentas” e “trabalhar sem receber
treinamento”.
Em cada uma das 15 questões o participante deve assinalar uma nota
de 0 a 10, sendo 0 quando não representar nenhum problema e 10 quando
representar muito problema. Cada escore faz referência a quanto aquele fator
constitui um problema para o trabalhador.
29
Análise Estatística
O pacote estatístico utilizado para análise dos dados foi o SPSS 17.0.
Os dados foram analisados por meio da estatística descritivas usando
frequências e medidas de tendência central e dispersão. O teste estatístico de
Spearman foi utilizado para avaliar a correlação entre apresentar ou não dor
lombar e cada uma das 15 questões sobre fatores ergonômicos.
A correlação de Spearman foi interpretada como forte, moderada ou
fraca, sendo forte para valores entre 0,70 a 1, moderada para 0,3 a 0,7 e fraca
para 0 a 0,316
A análise de Regressão Linear Múltipla foi utilizada para avaliar a
relação das variáveis idade, tempo na função, IMC, pontuação na escala de
Baecke e na ENEDE com a dor lombar. Para verificar a dispersão das variáveis
e a necessidade de transformação dos dados foi utilizado o coeficiente de
variação calculado dividindo o desvio padrão pela média. Coeficientes menores
que 50% indicam que as variáveis tem baixa dispersão sem necessidade de
transformação dos dados. O nível de significância utilizado foi de 5%.
Resultados
Nesta pesquisa, os voluntários homens foram 93,5% (115) da amostra.
A idade média dos voluntários é 28,76 ±9,0 anos, sendo 92,7% com idade
inferior a 45 anos. O tempo médio de função foi de 54,25 ± 85,94 meses, sendo
que a maior parte dos voluntários trabalhava por um período inferior a 12
meses. Em relação ao IMC a maioria dos trabalhadores estava com peso
normal, representando 48,8% (n=60) do total. Em relação a atividade física
habitual, que considerou atividades de lazer, atividades de trabalho e de
transporte, foram avaliados como ativos e moderadamente ativos,
respectivamente, 61,8% e 38,2% dos indivíduos (Tabela 1) .
23
Tabela 1 – Características dos soldadores.
N (%)
Sexo Homens 115 (93,5)
Mulheres 8 (6,5)
Idade (anos) Até 45 114 (92,7)
Acima de 45 9 (7,3)
média (±DP) 28,76 (±9,0)
Tempo na função ≤ 12 meses 58 (47,2)
13 a 36 meses 28 (22,8)
37 a 60 meses 10 (8,1)
61 a 120 meses 9 (7,3)
Acima de 120 meses 18 (14,6)
média (±DP) 54,25 ± 85,94
IMC Abaixo do peso normal 2 (1,6)
Peso normal 60 (48,8)
Excesso de peso 53 (43,1)
Obesidade leve 7 (5,7)
Obesidade moderada 1 (8)
Tempo médio diário soldar peças (±DP)
366,74 (±70,19)
Dificuldades relatadas N (%) Posição de soldagem 36 (21,6)
Espaço confinado 50 (29,9)
Postura inadequada 7 (4,2)
Esforço excessivo 5 (3,0)
Calor 11 (6,6)
Dor durante o trabalho 3 (1,8)
Nenhum 7 (4,2)
Atividade física habitual Ativo 76 (61,8)
Moderadamente ativo 47 (38,2)
23
Sedentário 0 (0,0)
Em relação ao tempo médio diário gasto com a soldagem de peças o
tempo médio foi avaliado em 366,74±70,19 minutos e o tempo médio de pausa
diária, incluindo pausa para beber água, ir ao banheiro, realizar consultas
técnicas, diálogo diário de segurança e ginástica laboral, foi de 91,3±18,11
minutos. Sobre as dificuldades em realizar seu trabalho, 29,9% relataram o
espaço confinado e 21,6% dos trabalhadores relataram a posição de soldagem
As queixas musculoesqueléticas relatadas nos últimos 12 meses
descritas na figura 2, mostra que 42,3% dos voluntários, referem-se a região da
coluna lombar com intensidade média de 6 pontos, e em 19,5% nos joelhos
com intensidade média de 6 pontos.
Legenda: N (número de queixas); ID (Graduação média da Dor por região corporal)
Figura 2 – Prevalência de queixas musculoesqueléticas e intensidade da dor nos
últimos 12 meses de acordo com a região do corpo para 123 soldadores de indústria
metalúrgica naval.
6,5% (N=8; ID=6)
9,8% (N=12; ID=6)
6,5% (N=8; ID=5)
0,8% (N=1; ID=8)
2,4% (N=3; ID=6)
42,3% (N=52; ID=6)
19,5% (N=24; ID=6)
2,4% (N=3; ID=4)
22
O JFQ utilizado para avaliar o risco ergonômico pela percepção do
trabalhador identificou que os riscos mais prevalentes foram trabalhar em
posições desconfortáveis/ inadequadas ou em espaço muito apertado com
média de 7,33 ±2,6, seguido de trabalhar na mesma posição por longos
períodos com média de 7,1± 2,68, e curvar ou torcer suas costas de maneira
desconfortável com média de 6,8±2,71 (Tabela 3).
Tabela 3 – Percepção do risco ergonômico.
Questões Média DP
1-Trabalhar em posições desconfortáveis/ inadequadas
ou em espaço muito apertado
7,3 2,6
2-Trabalhar na mesma posição por longos períodos 7,1 2,6
3-Curvar ou torcer suas costas de maneira
desconfortável
6,8 2,7
4-Continuar trabalhando quando está com alguma dor
ou com alguma lesão
6,8 2,9
5-Trabalhar em ambiente quente, frio, úmido ou
molhado
6,0 3,0
6-Carregar, levantar ou mover materiais ou
equipamentos pesados
5,9 3,3
7-Trabalhar sem receber treinamento 5,7 3,8
8-Trabalhar próximo ou no seu limite físico 5,6 2,7
9-Alcançar ou trabalhar em um nível acima da sua
cabeça ou afastado do seu corpo
5,1 2,9
10-Trabalhar rápido durante curtos períodos (levantar,
segurar, puxar)
4,9 2,9
11-Realizar a mesma tarefa repetidamente 4,2 2,7
12-Intervalos ou pausas insuficientes durante a jornada
de trabalho
4,0 2,9
13-Jornada de trabalho 3,8 3,0
14-Usar ferramentas 3,1 2,7
23
15-Ter que manusear objetos pequenos 2,2 2,3
A necessidade de descanso do trabalhador foi em sua maioria de 21 a
30% para 40,59% dos indivíduos seguido por, 34,44% que apresentam de 31 a
40%, 22,14% apresentam de 41 a 50% de necessidade de descanso.
Tabela 4 – Percentual da necessidade de descanso (ENEDE).
Percentual (%)
Necessidade de Descanso
N (%)
0 a 10 7 (8,6)
11 a 20 17(20,9)
21 a 30 33 (40,6)
31 a 40 28 (34,4)
41 a 50 18 (22,1)
51 a 60 13 (16,0)
61 a 70 5 (6,1)
71 a 80 2 (2,4)
81 a 90 0 (0,0)
91 a 100 0 (0,0)
≤45 91 (74,0)
>45 32 (26,0)
Diante da alta prevalência de queixas em região lombar, foi realiza uma
análise de correlação entre as queixas e a percepção de risco ergonômico, que
mostrou relação entre as questões trabalhar na mesma posição por tempo
prolongado r=0,388, p=0,000; trabalhar em posições desconfortáveis/
inadequadas ou espaço muito apertado r=0,382, p=0,000; e curvar ou torcer as
costas de maneira desconfortável r=0,411; p=0,000.
Para as queixas na região do joelho e a percepção de risco ergonômico,
houve relação entre trabalhar na mesma posição por tempo prolongado
r=0,266 (p=0,003).
A análise de regressão múltipla mostrou que apenas a necessidade de
descanso explicar 10,9% o grau de intensidade da dor lombar, já que as outras
variáveis testadas não tiveram nenhuma influência.
Discussão
A análise das queixas musculoesqueléticas e fatores de risco de
soldadores de uma indústria metalúrgica naval mostrou que o grupo de
trabalhadores é em sua maioria do sexo masculino, idade inferior a 45 anos e
que trabalha há menos de três anos na função. Os dados mostram que,
embora jovens, esses trabalhadores já apresentam queixas, logo a prevalência
de sintomas pode não ter relação direta com o envelhecimento ou tempo
prolongado na função.
Estudos de prevalência em outras atividades profissionais mostram que
a idade e o sexo são fatores com influência direta nas queixas
musculoesqueléticas. No estudo com trabalhadores portuários que realizam
atividades de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga,
vigilância de embarcações e a dos trabalhadores em bloco, se constatou maior
prevalência de queixas em indivíduos com mais de 50 anos. Para esta
população as queixas lombares foram mais prevalentes, seguidas das queixas
nos ombros e na coluna dorsal em trabalhadores mais jovens17. Outro estudo
com trabalhadores movimentadores de carga, a maior prevalência de queixas
musculoesqueléticas está em voluntários de 31 a 40 anos e o maior número de
relatos também está na região lombar com 90% das queixas1.
As maiores prevalências de queixas musculoesqueléticas na população
de soldadores, em nosso estudo, são para região lombar e joelho,
respectivamente. As queixas foram relacionadas ao espaço confinado e as
posturas inadequadas de soldagem.
No caso dos trabalhadores portuários, existe um trabalho de manuseio
manual de cargas e, muitas vezes, excedem 40kg. Os soldadores analisados
não manuseiam cargas acima de 23kg e ainda assim, apresentam alta
prevalência de dor lombar semelhante ao encontrado em trabalhadores que
manuseiam carga.
Em um estudo com metalúrgicos de uma cidade brasileira, com média
de idade de 33 anos, os autores verificaram uma prevalência de 75,2% de
queixas musculoesqueléticas e as queixas na região lombar também foram
mais prevalentes com 45,1%, seguidas pela região do ombro com 35,1% e da
coluna cervical com 34,5%. Os autores deste estudo classificaram as áreas de
trabalho em administrativo e operacional, não sendo possível comparar as
duas populações de soldadores22
Nesta amostra de soldadores, todos os voluntários foram classificados
como ativos ou moderadamente ativos, contudo mais de 50% estavam acima
do peso ideal. Em relação ao IMC a maioria dos trabalhadores estava com
peso normal, representando 48,8% (n=60) do total. Em relação a atividade
física habitual, 61,8% foram avaliados como ativos e 38,2 moderadamente
ativos.
Essa condição, aparentemente, não tem relação direta com as queixas
musculoesqueléticas, e a prática de exercícios físicos parece não exercer
vantagem para estes trabalhadores frente ao trabalho. Isso pode ter relação
com o tipo de atividade física realizada pelos voluntários, ou seja, as atividades
de lazer, locomoção ou do trabalho como caminhadas, futebol ou surf, relatado
no questionário de Baecke parecem ser atividades gerais que não preparam o
indivíduo para sua necessidade física relacionada ao trabalho como atividades
específicas de treinamento poderiam favorecer.
Neste sentido, é possível relacionar a condição osteomuscular prévia do
trabalhador ao seu desempenho no trabalho e aos relatos de queixas, porém a
atividade física deverá ser específica e voltada a necessidade física do
trabalhador.
A tarefa de soldagem difere-se do trabalho do motorista de ônibus,
apresentada anteriormente, pois não é uma atividade onde o trabalhador
permanece por tempo prolongado na mesma posição ou por um trabalho
sequencial, mas sim pela execução de posições diferentes durante o dia de
trabalho o que, em princípio, é bom do ponto de vista ergonômico, porém os
tipos de posturas adotadas são relatados como as maiores dificuldades em
executar o trabalho de soldagem18.
Neste caso, o risco pode relacionar-se com o excesso de amplitude de
movimento que acarretada em posturas inadequadas e desconfortáveis,
representando risco ergonômico para a coluna lombar além do esforço estático
da coluna vertebral, membros superiores e inferiores por conta da precisão
exigida pelo trabalho7,19. Uma falha na soldagem da peça pode comprometer
todo o bloco e isso acarretará em um procedimento reparatório de desgaste da
peça seguida de nova soldagem o que atrasa a entrega da peça e,
consequentemente da etapa de fabricação na qual o trabalhador está
envolvido.
Esses trabalhadores executam suas tarefas, muitas vezes, em local de
difícil acesso e em posições que adéquam a pistola ou eletrodo de solda à
peça a fim de obter maior eficiência no trabalho. Esta é uma tarefa onde o
trabalhador deve se adequar ao trabalho por conta do processo de construção
do navio que é realizada em etapas de oficina, blocos e edificação com peças
pré-definidas em projeto. O peso e formato das chapas, na maioria das vezes,
não permite o trabalho em bancada e quando está na fase de blocos essas
chapas já estão montadas em forma de “caixas” de diversos tamanhos e
formatos. Assim, para realizar a soldagem, o trabalhador deve acessar o local
por algumas vias que dependerão do local onde estão alocadas.
Nas oficinas, as peças estão dispostas no chão e em bancadas, e são
manuseadas por pórticos mecânicos. Nos blocos, estão dispostas em
picadeiros que permitem a movimentação do trabalhador e, na edificação, com
o navio na carreira ou na água, o processo está em fase de acabamento e as
peças são soldadas em suas posições finais, que muitas vezes criam espaços
muito apertados e restritos, chamados espaços confinados.
O trabalho em espaço confinado exige do trabalhador variações de
posturas que vão de deitado com projeção dos braços à frente à posturas com
excesso de flexão e torção do tronco com os membros inferiores em flexão de
joelhos e quadris. É provável que este tipo de posicionamento associado a alta
temperatura no interior das oficinas, blocos de montagem e edificação tenham
influência na queixa de dor desses trabalhadores, como relatam a maioria dos
voluntários20,21.
Essas relações ganham sentido ao analisarmos os dados referentes a
percepção do risco ergonômico. Os voluntários mencionaram que o espaço
confinado, que favorece posturas inadequadas, e movimentos de curvar e
torcer as costas são os fatores que representam maiores problemas para a
execução do trabalho.
O cansaço foi relatado por alguns voluntários, mas os dados mostram
que a necessidade de descanso do trabalhador foi em sua maioria de 21 a 30%
para 40,59% dos indivíduos, seguido por, 34,44% que apresentam de 31 a
40%, 22,14% apresentam de 41 a 50% de necessidade de descanso. Neste
caso, a maior parte dos voluntários considerou necessitar de um percentual
menor que 50%. Aparentemente o cansaço ou esgotamento físico pode
aparecer para alguns trabalhadores mas não para todos, e esse aspecto não
parece ser relevante para o aparecimento de queixas musculoesqueléticas mas
sim para a intensidade da queixa.
É provável que quando a dor aparece o cansaço percebido pelo
trabalhador aumente também a sensação dolorosa pelo desgaste físico geral.
Sendo assim, a alta prevalência de queixas musculoesqueléticas parece
ter relação com as condições de trabalho as quais esses trabalhadores estão
expostos e que o cansaço físico não contrinui para o surgimento dessas
queixas, mas sim para o aumento da intensidade delas. De acordo com os
dados apresentados neste estudo, os riscos mais prevalentes para os
voluntários foram o trabalho em posições desconfortáveis e/ou inadequadas ou
em espaço muito apertado com média de 7,33 ±2,6, seguido do trabalho na
mesma posição por longos períodos com média de 7,1± 2,68, e o ato curvar ou
torcer as costas de maneira desconfortável com média de 6,8± 2,71.
Coenen et al,22 em um estudo prospectivo com 1802 trabalhadores,
verificou os efeitos da carga acumulativa sobre a coluna lombar gerada por
posturas e outras relações com o trabalho. Os autores concluíram que este é
um fator de risco significativo para o surgimento da dor neste segmento. Os
autores ressaltaram que esta carga estava relacionada ao trabalho com
elevada flexão do tronco.
Para o trabalho de soldagem, muitas vezes não é possível adaptar o
trabalho ao trabalhador, sendo assim, as atividades preventivas podem
representar uma boa opção para amenizar as queixas e os afastamentos do
trabalho por problemas musculoesqueléticos.
As limitações encontradas neste estudo foram referentes a não ter sido
possivel coletar dados em sala fechada e isolada, o que pode ter subestimado
as queixas.
Conclusão
É possível concluir que a dor na região lombar é a mais frequente dentre
a população estudada e que a posição de soldagem e o espaço confinado
podem influenciar o surgimento de queixas musculoesqueléticas, entretanto
não ficou evidente a relação entre as queixas e a idade, o sexo, o tempo de
função e o nível de atividade física habitual. A necessidade de descanso dos
voluntários apresentou relação significante com a intensidade da dor mas não
com a prevalência de queixas.
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prospective cohort study. 2013. J Occup Rehabil. 23. 11-8
Instruções aos autores da Revista Brasileira de Epidemiologia
Escopo e política
A Revista Brasileira de Epidemiologia tem por finalidade publicar Artigos Orig
de revisão crítica sobre um tema específico, que contribuam para o conhecime
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para as seções: Debate destinado a discutir diferentes visões sobre um mes
apresentado sob a forma de consenso/dissenso, artigo original seguido do com
reprodução de mesas redondas e outras formas assemelhadas; Notas e Inform
trabalhos de investigação, bem como relatos breves de aspectos novos da
notícias relativas a eventos da área, lançamentos de livros e outros (máximo d
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simultânea a outro periódico. Para tanto, o(s) autor(es) deverá(ão) assinar
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Palavras-chave
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que considerem como descritores do conteúdo de seus trabalhos, no idioma
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Abreviaturas
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devem ser por extenso. Não devem ser utilizadas abreviaturas no título e no
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numérica do texto, ignorando a ordem alfabética de autores. Não devem ser
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desde que o(s) autor(es) do manuscrito indique(m) ao leitor onde localizá-las.
A exatidão das referências é de responsabilidade do(s) autor(es).
EXEMPLOS DE REFERÊCIAS
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Documentos eletrônicos
Hemodynamics III: the ups and downs of hemodynamics. [computer program].
Version 2.2. Orlando (FL): Computorized Systems; 1993.
OBSERVAÇÃO
A Revista Brasileira de Epidemiologia adota as normas do Comitê Internaciona
Médicas (estilo Vancouver), publicadas no New England Journal of Medicine 19
Panamericana de Salud Publica 1998; 3: 188-96, cuja cópia poderá ser so
Revista.
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Capítulo 3 Artigo a ser submetido à Revista Clinical Biomechanics
A DOR LOMBAR AFETA A FORÇA MUSCULAR E A ATIVIDADE
ELETROMIOGRÁFICA DOS ERETORES DA ESPINHA DE SOLDADORES
DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL?
André Augusto M. T. Mendes1, César F. Amorin1, Sandra Maria Sbeghen
Ferreira de Freitas1, Rosimeire Simprini Padula1
¹ Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia - Universidade Cidade
de São Paulo - UNICID
Autor Correspondente:
Rosimeire Simprini Padula
Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé, São Paulo/SP,
Telefone: (11) 2178 1565,
Email: [email protected]
Resumo
Contextualização: A necessidade de permanecer em determinadas posturas por tempo prolongado tem sido apontada como risco ergonômico para ocorrência dor lombar. A eletromiografia de superfície e outros aspectos biomecânicos são utilizados para determinar riscos e condições clínicas de indivíduos saudáveis e pacientes durante atividade ocupacional. Método: A avaliação incluiu 22 soldadores divididos em grupos com e sem dor lombares sendo 11 voluntários em cada grupo. O grupo sem dor lombar foi pareado pelo grupo com dor lombar por idade, sexo, e indice de massa corporal. Foram avaliadas nas contrações voluntárias máximas (CVM), as medidas de força, e a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha esquerdo e direito. A atividade eletromiográfica dos mesmos músculos foi avaliada, também, em 3 posições de soldagem, comumente utilizadas na construção naval, em dois momentos distintos do dia, manhã e tarde. Achados: A análise estatística não indicou diferenças significativas entre os grupos para força muscular e atividade eletromiografia de eretores da espinha durante a CVM nos períodos da manhã e da tarde. A comparação da atividade eletromiográfica do eretor da espinha direto entre os grupos pela análise estatística para as três posições de solda e nos períodos da manhã e tarde mostrou diferença significativa na interação entre grupos, posições e período (p=0,011). Interpretação: A força muscular teve alteração para ambos os grupos, aumentando para o grupo sem dor lombar e diminuindo para o grupo com dor lombar no final do dia de trabalho. A dor parece ter influenciado a força, mas não a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha para o GDL, porém não houve diferença significativa para nenhuma delas. Isso pode indicar que mesmo com dor a capacidade física e funcional desses trabalhadores não sofrem alterações significantes, o que não justificaria um período prolongado de ausência do trabalho por dor lombar. Palavras-chave: Dor lombar, Eletromiografia, Saúde do trabalhador, Soldadores Abstract :
Background: The need to stay in certain postures for extended periods has been identified as an ergonomic risk occurrence for low back pain. Surface electromyography and other biomechanical aspects are used to determine risk and clinical status of patients with low back pain. Method: The review included 22 welders divided into groups with and without low back pain with 11 volunteers in each group. It was assessed the Maximal voluntary contractions (MVC), measures of force, and electromyographic activity of erector muscles of the spine in 3 welding positions at two different times of day, morning and afternoon were evaluated. Findings: The statistical analysis did not find significant differences between both groups for muscle strength and activity of erector spine electromyography during maximal voluntary contraction during the morning and afternoon. Comparison of electromyographic activity of the spine erector straight between the groups for the statistical analysis for the three positions of welding and during the morning and afternoon showed significant difference in the interaction between groups, positions and period (p = 0.011). Interpretation: Muscle strength have changed for both groups, increasing in the group without low back pain and decreasing in the group with low back pain. The pain seems to have influenced the strength, but not into the electromyographic activity of the erector muscles of the spine, but there was no significant difference. This may indicate that even with the pain, the physical and functional capacity of the workers, does not suffer significant changes, which would not justify a prolonged period of absence from work.
1. Introdução
A necessidade de permanência em determinadas posturas por tempo
prolongado bem como a ausência ou impossibilidade de pausas espontâneas,
a rigidez nos procedimentos e rotinas de trabalho, o manuseio manual de
cargas, o esforço estático e movimentos repetitivos em rotação e flexão da
coluna, as vibrações e o ambiente de trabalho têm sido apontados como riscos
ergonômicos para ocorrência da dor lombar (Kwonet al. 2012; Padula et al.
2008; Padula et al.,2012; Oliveira et al.,2012).
As posturas de soldagem, consideradas inadequadas do ponto de vista
ergonômico por utilizarem excesso de flexão e torções do tronco foram
estudadas por Fethke, Gant&Gerr (2011) que compararam 2 posições de
soldagem utilizando um sistema convencional e um alternativo de soldagem.
Neste estudo os autores avaliaram a angulação do tronco e o sinal
eletromiográfico dos músculos eretores da espinha e do trapézio superior. Os
resultados permitiram concluir que a posição influenciava na atividade
eletromiográfica dos músculos eretores da espinha e na angulação do tronco.
Um estudo com metalúrgicos norte americanos e canadenses mostrou
que cerca de 38% dos soldadores apresentavam alguma desordem ou queixas
musculoesqueléticas sendo que 61% dessas queixas são dores na região
lombar (Vieira&Kumar, 2007).
Em uma pesquisa prévia realizada pelos autores com esses
profissionais, as queixas de dor lombar foram prevalentes em 42,3% dos
trabalhadores, sendo a queixa mais relatada pelos participantes. Essas queixas
foram relacionadas às posições de soldagem e ao espaço confinado e essas
atividades em posturas inadequadas são consideradas riscos ergonômicos que
podem causar e/ou agravar a dor lombar (Roffey et al, 2010).
De acordo com Reger et al (2006), a eletromiografia de superfície pode
ser uma ferramenta para avaliar indivíduos com dor lombar. De acordo com os
autores, os indivíduos com dor lombar apresentam assimetrias ou decréscimos
de sinal eletromiográfico com diminuição de força quando comparados a
indivíduos sem dor.
As variáveis eletromiográficas parecem sofrer alterações ao longo de um
determinado período e se correlacionam com as alterações clínicas nos
indivíduos com dor lombar. Essas variáveis são capazes de identificar um
subgrupo de pacientes nos quais o risco de dor lombar é maior (Heydariet al,
2010).
Muitas vezes as dores lombares são causas de afastamento temporário
ou definitivo do trabalho e isso causa um aumento considerável nos custos com
saúde nas empresas e também aos governos (Widanarko et al, 2010).
Entretanto a dor pode ou não afetar a condição funcional do indivíduo e
sua capacidade para o trabalho o que não justificaria um longo período de
absenteísmo no trabalho o que aumentaria o tempo produtivo desses
trabalhadores.
O estudo das alterações biomecânicas dos soldadores permitirá
identificar os principais riscos ergonômicos envolvendo posturas de trabalho e
sobrecargas musculoesqueléticas na região da coluna vertebral e suas
relações com a capacidade física de indivíduos com e sem dor lombar. Ao
identificar a relação da condição muscular e o trabalho, será possível criar uma
visão mais ampla sobre a necessidade física do trabalho, suas repercussões
funcionais e capacidade para o trabalho, e criar formas de intervenção
preventiva e ações de promoção a saúde a fim de tornar a prática profissional
mais segura.
Essa pesquisa teve como objetivo analisar o sinal eletromiográfico e
força dos eretores da espinha em trabalhadores com e sem dor lombar em três
posições de soldagem em dois momentos do dia, a fim de verificar a
intensidade da força muscular lombar e a atividade eletromiográfica dos
músculos eretores da espinha durante a contração voluntária máxima, e para
três posições de soldagem em dois momentos da jornada de trabalho.
2. Método:
Trata-se de um estudo analítico transversal comparativo entre grupos com e
sem queixa de dor lombar. A realização da pesquisa foi aprovada pelos
responsáveis pela empresa e pelo Comitê de Ética da Universidade Cidade de
São Paulo (Processo no. 13607513.2.0000.0064).
2.1. Voluntários
Foram avaliados 123 soldadores, do sexo masculino e destros, recrutados
em uma indústria metalúrgica de construção naval com um total de 560
trabalhadores. A empresa metalúrgica naval integra várias atividades à nível
nacional e internacional, nas áreas de comércio, rebocagem marítima, logística,
agenciamento marítimo, apoio ao offshore e indústria naval, área em que este
estudo foi realizado.
A pesquisa foi apresentada aos trabalhadores e aqueles que
concordaram em participar da pesquisa assinaram um termo de consentimento
livre e esclarecido.
Os voluntários foram divididos em dois grupos definidos como grupo dor
lombar (GDL) e grupo sem dor lombar (GSDL) e o pareamento dos grupos foi
realizado a partir de idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC).
Foram incluídos na pesquisa todos os soldadores com no mínimo 1 ano
de experiência e que estivessem ativos na função de soldador.
Como critérios para inclusão no GDL, os voluntários deveriam
apresentar queixas de dor lombar nos últimos 30 dias e não apresentar queixas
musculoesqueléticas em outras regiões do corpo.
Foram excluídos do GDL os voluntários que apresentaram diagnóstico
clínico de hérnias discais com sintomas de comprometimentos de raiz nervosa
como a diminuição dos reflexos, as parestesias em membros inferiores e a
diminuição da sensibilidade, bem como dores de origem visceral, dores
reumáticas ou qualquer dor aguda, e aqueles com história prévia de cirurgias
na coluna lombar.
Foram incluídos no GSDL os voluntários que não apresentassem
queixas musculoesqueléticas em nenhuma região do corpo nos últimos 12
meses, e excluídos do GSDL os voluntários que apresentassem dor em
qualquer região do corpo no momento da coleta.
2.2 – Condição Experimental
O trabalho do soldador durante a tarefa de soldagem é a de promover a
fixação de peças pré-cortadas pelo setor de calderaria por meio de solda em
eletrodo ou pistola. Para tanto, o trabalho pode ser executado em oficinas,
blocos ou na edificação do navio, sendo que cada local, cada tipo de peça ou
soldagem exige deste trabalhador uma posição diferente, tendo, muitas vezes,
que realizar o trabalho em espaço confinado ou em posições inadequadas com
extremas flexões e rotações do tronco por tempo prolongado.
Para fins de simulação da atividade profissional dos voluntários foram
utilizadas as 3 posturas mais comuns para soldagem como estabelecido pelos
critérios de qualidade da empresa.
A primeira posição (P1) se refere a postura em pé, com o tronco em
flexão, quadris em flexão e joelhos em extensão. Na segunda posição (P2) o
trabalhador executa a atividade semi-ajoelhado com o tronco em flexão, e na
terceira posição (P3) a atividade de soldagem é realizada com o trabalhador
sentado com os membros inferiores em flexão e cruzados e com flexão do
tronco.
Fig.1.Posição de análise: (P1) voluntário com o tronco e os quadris em flexão e joelhos e extensão; (P2) voluntário semi-ajoelhado com o tronco em flexão; (P3) voluntário com os membros inferiores em flexão e cruzados e o tronco em flexão.
2.3 – Equipamentos para coleta
Para a realização da pesquisa foi utilizado um dinamômetro lombar EMG
System® para mensurar a força de contração máxima e um eletromiógrafo de
superfície EMG System® para avaliar a atividade eletromiográfica dos
músculos eretores da espinha bilateralmente bem como as escalas de
Borgpara identificar a dor e o cansaço físico nos períodos da coleta.
Para aquisição da força muscular por dinamometria foi utilizado um
dinamômetro lombar modelo TFL-200 EMG System® com capacidade máxima
de 300Kgf associado ao equipamento de eletromiografia com sincronização
dos canais.
Para aquisição do sinal eletromiográfico (SEMG) dos músculos eretores
da espinha bilateralmente, foi utilizado um equipamento EMG com 16 canais,
placa de conversão analógico/digital de 16 bits de resolução, amplificador de
com ganho de amplificação total de 2000 vezes, filtro passa-banda de 10 a
1000 Hz, com eletrodos bipolares ativos de superfície, software de coleta e
P1 P2 P3
análise de sinais com frequência de amostragem programável de 50kHz para
plataforma Windows. Módulo de rejeição de modo comum > 120 dB,
impedância do sistema = impedância 109 Ohms, noiseratio = taxa de ruído do
sinal < 3 μV RMS. FPA (passa alta) com frequência de corte de 10 Hz e FPB
(passa baixa) com frequência de corte de 1000 Hz, realizada por um filtro tipo
Butterworth de dois pólos.
2.4 – Procedimentos de coleta
A coleta dos dados foi realizada em dois momentos do dia, a inicial na
primeira hora da manhã e a segunda na última hora do turno de trabalho,
caracterizando o início e o fim do dia de trabalho considerando uma jornada de
oito horas trabalhadas por dia.
Para coleta dos dados, os sensores de forma retangular e adesivos
foram posicionados de acordo com as recomendações do SENIAM ao nível de
L1 bilateralmente sobre a pele ao longo dos músculos eretores da espinha
lombar (fig.2) com distância de 20mm entre os sensores para captação do
SEMG.
Fonte: SENIAM
Fig.2.ldentificação do ponto de análise do SEMG do músculo eretor da espinha.
Os sensores foram fixados nos voluntários por uma fita autoadesiva
própria para o equipamento e essa fita ficou fixada após a primeira medição
para assegurar que não ocorresse mudança na posição do sensor na segunda
medição do dia.
Durante a preparação para a coleta de dados os voluntários foram
posicionados na posição em pé com a região lombar livre de vestimentas e o
local de fixação dos eletrodos foi limpo com algodão e álcool 70%. A fixação do
sensor de EMG foi realizada após a evaporação do álcool para que não
houvesse interferência. Em casos de voluntários com pêlos na região de
fixação dos sensores, a tricotomia foi realizada com lâminas de barbear
descartáveis de uso único e individual.
A coleta dos dados da dinamometria foi realizada com os voluntários na
posição de 30 graus de flexão de tronco com ajuste de altura da alavanca
quando necessário para garantir a angulação. Em seguida os voluntários foram
posicionados em cima da plataforma de dinamometria, com os pés separados
de maneira confortável, segurando a alavanca com as duas mãos. Os
voluntários foram orientados a puxar a alavanca para cima com o máximo de
força possível naquele momento por, no mínimo 4 segundos.
A coleta do SEMG foi realizada em 3 tentativas de 10 segundos com
intervalo de 30 segundos entre as medições, na posição ereta. Antes da
aquisição do SEMG, os participantes indicaram uma nota de 0 a 10 sobre sua
dor ou desconforto e outra nota também de 0 a 10 sobre seu cansaço no
instante da aquisição do SEMG.
No momento da coleta de dados, o dinamômetro e o eletromiógrafo
estavam sincronizados e todos os dados foram registrados para posterior
comparação.
As avaliações foram realizadas em uma sala preparada para a pesquisa
e fora do posto de trabalho. Inicialmente cada voluntário realizou uma
contração voluntária máxima na posição em pé com flexão de 30 graus do
tronco e com as mãos fixas ao dinamômetro para coletar dos dados de força
muscular (a coleta foi realizada durante uma extensão de 10 segundos
resistida pelo dinamômetro que também registrou a quantidade de força em
Kgf).
A coleta do SEMG foi realizada em 3 posturas: P1) o voluntário em pé
com flexão de 30 graus do tronco simulando uma soldagem horizontal na
velocidade e precisão habitual, em linha reta, partindo da esquerda para a
direita na altura do peito P2) o voluntário semi-ajoelhado, com o joelho
esquerdo e o pé direito apoiados no chão e flexão de 30º graus do tronco
simulando uma soldagem horizontal rente ao chão na velocidade e precisão
habitual, em linha reta, partindo da esquerda para a direita P3) o voluntário
ajoelhado, com os dois joelhos apoiados no chão e flexão de 30º graus do
tronco simulando uma soldagem horizontal rente ao chão na velocidade e
precisão habitual, em linha reta, partindo da esquerda para a direita.
2.5. Análise dos dados
Para análise dos dados, os sinais de eletromiografia e dinamometria
foram submetidos a um procedimento de filtragem digital com o auxilio do
software EMGLab V1.1 da marca EMG System do Brasil versão 2010. Para o
sinal EMG, foi utilizado um filtro passa-banda butterworth, quarta ordem, com
frequências de corte entre 10 e 500Hz e para o sinal de dinamometria foi
utilizado um filtro de 0 a 100Hz. Após a obtenção dos sinais, os arquivos foram
salvos em arquivos de texto para posterior leitura.
A filtragem dos sinais foi realizada utilizando uma rotina customizada do
software Matlab (Mathworks 7.0) para determinar a Root Mean Square (RMS)
no intervalo de 2 segundos centrais (fig. 3) da força e dos sinais
eletromiográficos. Para a normalização dos sinais eletromiográficos das 3
tentativas das 3 posições distintas de soldagem foi utilizado o pico da
contração voluntária máxima (CVM). Para utilização dos dados e tratamento
estatístico foi considerado a média das 3 tentativas de cada posição adquiridas
em período matutino e vespertino.
Fig. 3. Recorte de 2 segundos da CVM e SEMG para um voluntário.
2.6. Análise Estatística
Para a análise estatística foi utilizado o programa SPSS 17.0, com um
nível de significância de 5%. A análise de variância ANOVA para medidas
repetidas com um fator (período) foi utilizada para a CVM, de dois fatores
(posição e musculo) para analisar a atividade muscular durante a CVM, e uma
ANOVA de três fatores (posições de solda, período do dia, músculos eretores,
direito e esquerdo) foi utilizada para verificar a existência de diferenças
significativas entre os grupos para o sinal eletromiográfico. Foi utilizado post
hoc com Bonferroni ajustado quando necessário.
3. Resultados
Inicialmente foram selecionados 14 voluntários com critérios de inclusão
para o GDL e 14 voluntários pareados por idade, sexo e IMC. Dos voluntários
recrutados para o GDL, 1 passou a exercer cargo de supervisão no período da
coleta e 2 foram desligados do quadro de funcionários da empresa. Sendo
assim o pareamento foi refeito restando 11 voluntários em cada grupo.
Os voluntários do GDL apresentaram média de idade de 31,09±12,25 e
IMC com média de 23,86 (DP±2,25). Os voluntários do GSDL apresentaram
média de idade de 29,08±8,39 anos 8,39± e IMC com média de 24,65
(DP±2,48).
Em relação a dor, o GDL apresentou média de 4,91/10 (DP±2,21) no
instante da coleta da manhã e média de 6,36 (DP±1,86) no instante da coleta
da tarde. Considerando o cansaço, o GDL apresentou média de 0,27
(DP±0,27) na primeira coleta e média de 4,18 (DP±1,47) na segunda coleta.
Nessa variável o GSDL não apresentou queixa no momento da primeira coleta
e apresentou, no segundo momento, média 2,36 (DP±1,56) pontos.
Tabela 1. Média e desvio padrão da dor e cansaço físico percebido pelos trabalhadores com (n=11) e sem dor lombar (n=11) nos períodos da manhã e tarde.
Manhã Tarde
Com dor Sem dor Com dor Sem dor
Escala de dor 4,91±2,21 0 6,36±1,86 0
Cansaço físico 0,27±0,64 0 4,18±1,47 2,36±1,56
A CVM do grupo com dor apresentou na primeira coleta (manhã) força
muscular maior do que o grupo sem dor, entretanto, a força diminui na segunda
avaliação ao contrário do grupo sem dor que apresentou força maior na
segunda avaliação (Fig. 4.).
10.00
30.00
50.00
70.00
90.00
110.00
130.00
150.00
170.00
Manhã Tarde
Forç
a (K
gf)
Com dor
Sem dor
Fig.4. Força muscular média (Kgf) avaliada pela contração voluntária máxima (CVM) em trabalhadores com dor lombar (n=11) e sem dor lombar (n=11) no período da manhã e da tarde.
A atividade eletromiográfica durante a CVM foi muito próxima entre
grupos e intra-grupo nos dois períodos (manhã e tarde). Entretanto o músculo
do lado não dominante do grupo com dor lombar apresentou maior variação
entre os dois períodos.
Fig. 5. Atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha durante a contração voluntária máxima (CVM) nos grupos de trabalhadores com dor lombar (n=11) e sem dor lombar (n=11) nos períodos da manhã e tarde.
Na fig. 6 a atividade eletromiográfica no período da manhã parece ter
sido influenciada pelas posições adotadas, contudo houve grande
variabilidades de respostas dos voluntários dos dois grupos para ambos
músculos. De qualquer forma, a atividade eletromiográfica na posição P1
parece ser maior quando comparada com as demais posições de soldagem,
exceto para o eretor direito do grupo com dor lombar.
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10
EretorD EretorE EretorD EretorE
Com dor Sem dor
Manhã
Tarde
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
EretorD EretorE EretorD EretorE
Com dor Sem dor
P1
P2
P3
Fig. 6. Análise da atividade eletromiográfica (média e desvio padrão)dos músculos eretores da coluna direito e esquerdo nos grupos de trabalhadores com dor lombar (n=11) e sem dor lombar (n=11), em três diferentes posições de soldagem no período da manhã.
No período da tarde observa-se um aumento da atividade
eletromiográfica para ambos os grupos e músculos nas três posições, exceto
para a posição P2 e P3 do músculo eretor esquerdo do grupo com dor (fig. 7).
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
EretorD EretorE EretorD EretorE
Com dor Sem dor
P1
P2
P3
Fig. 7. Análise da atividade eletromiográfica (média e desvio padrão) dos músculos eretores da coluna direito e esquerdo nos grupos de trabalhadores com dor lombar
(n=11) e sem dor lombar (n=11), em três diferentes posições de soldagem no período da tarde.
A análise estatística não indicou diferença significativa entre grupos para
força muscular e atividade eletromiografia de eretores da espinha durante a
contração voluntária máxima nos períodos da manhã e da tarde.
A comparação da atividade eletromiográfica do eretor da espinha direto
entre os grupos pela análise estatística para as três posições de solda e nos
períodos da manhã e tarde mostrou diferença significativa na interação entre
grupos, posições e período (F=5,308; p=0,011), contudo, as análises pos hoc
com ajuste de Bonferroni não localizou a diferença significativa da interação.
Porém quando a análise estatística foi realizada sem o ajuste de Bonferroni a
diferença significativa foi encontrada apenas para o grupo sem dor lombar, no
período da manhã independente do músculo, esquerdo ou direito, na posição 1
em relação para a posição 2 (p=0,049) e posição 3 (p=0,032).
4. Discussão
As posturas inadequadas são encontradas em muitas atividades
profissionais e frequentemente relatadas como causa de dor lombar.
Entretanto, Roffeyet al (2010), em uma revisão sistemática não encontraram
evidências que sustentassem a relação entre essas duas variáveis. O presente
estudo também não encontrou relações significantes entre as variáveis dor,
postura P1, postura P2 e postura P3 investigadas no grupo dor lombar (GDL)
nos dois períodos do dia, manhã e tarde.
Era esperado que a força e a atividade eletromiográfica dos músculos
eretores da espinha no GDL decaíssem em relação a medição da manhã. Era
provável que a dor aumentaria e com o cansaço físico os voluntários
utilizassem menos a musculatura lombar para realizar as atividades, o que
aumentaria a dor lombar. Essas hipóteses estavam apoiadas pelo estudo de
Reger et al (2006) que mencionaram que os indivíduos com dor lombar
apresentam assimetrias e decréscimos de sinais eletromiográficos no decorrer
de determinadas atividades, causando aumento da dor por exposição de outros
tecidos moles como os ligamentos da coluna lombar (Reger et al, 2006).
Em relação a força muscular foi possível observar uma condição distinta
entre os dois grupos, pois no GDL a força muscular lombar apresentou um
decréscimo no segundo período do dia enquanto no GSDL houve um
acréscimo de força muscular lombar segundo momento em relação a primeira
medição no período matutino. Entretanto, a força inicial do GDL foi maior pela
manhã quando comparado ao GSDL, e no segundo momento do dia a força
dos dois grupos foram semelhantes e não apresentaram diferenças
significantes entre si, ou seja a hipóstese de que o grupo com dor lombar teria
menos força muscular do que o GSDL no período da tarde foi nula, porém
houve uma diminuição da força deste grupo quando comparadas as medições
do período matutino do mesmo grupo.
Neste caso, é possível que a dor e o cansaço físico possam ter
influenciado na diminuição da força muscular, pois a dor referida pelos
voluntários do GDL, assim como o cansaço físico, aumentou cerca de 30% no
período da tarde. É possível que isso tenha acontecido, também, pelo fato de
estarem mais cansados do que os voluntários sem dor ao final do dia de
trabalho e não conseguirem atingir e sustentar a contração máxima durante o
tempo solicitado e semelhante à obtida na primeira coleta.
Mesmo com a diminuição da força muscular lombar do grupo com dor o
sinal eletromiográfico dos eretores da espinha desses voluntários não
apresentou alterações significantes o que demonstra, de acordo com Tucker et
al (2009), que os voluntários mantiveram o recrutamento das unidades motoras
porém não conseguiram sustentar a mesma força. De acordo com os mesmos
autores, o recrutamento de unidades motoras deriva de estratégias motoras
utilizadas durante a contração muscular, fato que pode ter influenciado os
resultados com a amostra de soldadores.
Em entrevista inicial, os voluntários relataram que a postura sentada era
a mais desconfortável pois trabalhavam com muita flexão do tronco e não
tinham apoio. Diziam também acreditar que essa era uma das causas do
aumento da dor e do cansaço físico.
Em relação às posições de soldagem nos dois momentos do dia, foi
possível observar que as posições podem influenciar na resposta muscular e
que a posição em pé apresentou aumento mais expressivo da atividade
eletromiográfica, e que as atividades que utilizavam posturas semi-ajoelhada e
sentada apresentaram respostas musculares menores, principalmente nos
músculos esquerdos, contralaterais ao músculo dominantes (voluntários
destros). Provavelmente, os voluntários utilizavam o lado dominante como
apoio e sustentação para dar estabilidade ao tronco gerando maior estabilidade
para os membros superiores e maior precisão à soldagem, mas essa
assimetria também não apresentou relação estatisticamente significante com a
dor.
É provável que a dor lombar referida por esses trabalhadores tenha
causas distintas não relacionadas com a atividade muscular, considerando a
grande variabilidade da amostra e a falta de relação significante.
Esse estudo apresentou limitações relativas ao número de voluntários
disponíveis devido aos critérios de exclusão e as perdas no decorrer da coleta.
Desta maneira não foi possível coletar o número de voluntários determinados
inicialmente pelo cálculo amostral.
Conclusão
A força muscular teve alteração para ambos os grupos, mas o grupo
com dor teve diminuição da força no final do dia de trabalho, sem houvessem
grandes mudanças na atividade eletromiográfica para ambos os grupos. A
atividade eletromiográfica aumentou na segunda avaliação para ambos os
grupos, principalmente na posição P1. Parece que a dor influenciou na força,
mas não na atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha,
porém não houve diferença significativa.
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Instruções aos autores da Revista Clinical Biomechanics
Aims
Clinical Biomechanics aims to strengthen the link between clinic and laboratory
by publishing biomechanics research which helps to explain the causes of
musculoskeletal disorders and provides knowledge contributing to improved
management.
Scope
Clinical Biomechanics explores all facets of musculoskeletal biomechanics with
an emphasis on clinical management. The role of basic and medical science is
recognized in a clinical context. The readership of the journal closely reflects its
contents, being a balance of scientists, engineers and clinicians.
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Tables
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fully explanatory title above the table with footnotes (if any) beneath. Vertical
rules and shading should be avoided.
Figures
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preferred: please scale your originals accordingly. Ensure legibility of all
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Figures and Tables must be constructed and labelled in such a way that they
may be understood without reference to the text.
Scientific measurements
Avoid the +/- symbol both in tables and text - use for example "mean xx (SD
yy)". Ensure statistical abbreviations are in correct case and style (e.g., capital
italic for P). Use n for number. SI units must be used. Conventions for
abbreviations can be found in Units, Symbols and Abbreviations (available from
the Royal Society of Medicine,www.rsmpress.co.uk ). Confidence intervals are
preferred over just P values; their use is described in Statistics with
Confidence (BMJ Books, 2000).
Randomised controlled trials
Allrandomised controlled trials submitted for publication in Clinical
Biomechanics should include a completed Consolidated Standards of Reporting
Trials (CONSORT) flow chart. Please refer to the CONSORT statement website
at http://www.consort-statement.org for more information. Clinical Biomechanics
has adopted the proposal from the International Committee of Medical Journal
Editors (ICMJE) which require, as a condition of consideration for publication of
clinical trials, registration in a public trials registry. Trials must register at or
before the onset of patient enrolment. The clinical trial registration number
should be included at the end of the abstract of the article. For this purpose, a
clinical trial is defined as any research project that prospectively assigns human
subjects to intervention or comparison groups to study the cause-and-effect
relationship between a medical intervention and a health outcome. Studies
designed for other purposes, such as to study pharmacokinetics or major
toxicity (e.g. phase I trials) would be exempt. Further information can be found
at http://www.icmje.org.
Ethics
Work on human beings that is submitted to Clinical Biomechanics should
comply with the principles laid down in the Declaration of Helsinki;
Recommendations guiding physicians in biomedical research involving human
subjects. Adopted by the 18th World Medical Assembly, Helsinki, Finland, June
1964, amended by the 29th World Medical Assembly, Tokyo, Japan, October
1975, the 35th World Medical Assembly, Venice, Italy, October 1983, and the
41st World Medical Assembly, Hong Kong, September 1989.For all studies
involving human or animal participants. The manuscript should contain a
statement that the work has been approved by the appropriate ethical
committees related to the institution(s) in which it was performed and that
subjects gave informed consent to the work. Studies involving experiments with
animals must state that their care was in accordance with institution guidelines.
Patients' and volunteers' names, initials, and hospital numbers should not be
used.
Finite element simulations
The journal has strict requirements for papers in which results obtained from
numerical models are used to draw clinically relevant recommendations -
submissions involving finite element simulations will need to comply with those
requirements (see Viceconti et al. Extracting clinical data from finite element
simulations. ClinBiomech 2005;20:451-454. Click here to access the
paper.Authors must confirm in their covering letter that their paper complies with
the journal's requirements and for the benefit of the readers they may wish to
cite Viceconti et al.
Preparation of Supplementary Data
Elsevier accepts electronic supplementary material. Supplementary files offer
the author possibilities to publish supporting applications, movies, animation
sequences, high-resolution images, background datasets, sound clips and
more. Supplementary files supplied will be published online alongside the
electronic version of your article in Elsevier web products, including
ScienceDirect: www.sciencedirect.com . In order to ensure that your submitted
material is directly usable, please ensure that data is provided in one of our
recommended file formats. Authors should submit the material in electronic
format together with the article and supply a concise and descriptive caption for
each file. In order to allow peer review, it is essential that any supplementary
material is included with your submission and/or revision. It is important within
your manuscript to point to the supplementary material on the website, in much
the same way as you would point to a normal figure. For more detailed
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understand what the paper is about. More information and examples are
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ANEXO A
Comitê de Ética em Pesquisa
1
2
3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O Sr.(a) _________________________________________________________
RG n.o _____________________________, nascido em ___________________,
do sexo ___________________, residente em (a)________________________
________________________________________________________________
na cidade de _________________________, está sendo convidado a participar do
estudo ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA EM SOLDADORES DE UMA
INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL, cujo objetivo é analisar a prevalência de queixas
musculoesqueléticas e os riscos biomecânicos em soldadores.
Cada participante receberá um questionário contendo perguntas sobre a rotina de
trabalho e sobre condições físicas e mentais relacionadas ao trabalho e sua atividade
física habitual.
O participante terá tempo livre para responder ao questionário e será informado que
poderá abandonar o estudo a qualquer momento que desejar, sem qualquer
constrangimento ou implicação. A possibilidade de ocorrência de problemas ou danos
ao participante é praticamente inexistente, no entanto, se houver qualquer problema a
indenização ou ressarcimento será de responsabilidade dos responsáveis pelo projeto,
sem qualquer ônus ao participante.
Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador responsável,
Rosimeire Simprini Padula, que pode ser encontrado no seguinte endereço: Rua
Cesário Galeno, 448/475 - Tatuapé –; São Paulo-SP, nos telefones: (11) 2178-1410 e
(11) 99166215.
O Sr. (a) tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode retirar seu
consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de benefício.
Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste
estudo, sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e sobre os
riscos e desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo e de obter
novos esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar
voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer
momento, sem nenhum prejuízo ou perda de qualquer benefício (caso o sujeito de
pesquisa esteja matriculado na Instituição onde a pesquisa está sendo realizada).
Data: __ /_ / __
_____________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante legal
_____________________________________________
Pesquisador responsável / orientador
Eu, professora doutora Rosimeire Simprini Padula, responsável pela pesquisa ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA EM SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL, declaro que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este estudo.
Data: 20/02/2013.
__________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
ANEXO B
QUESTIONÁRIO
Conforme informado no termo assinado anteriormente, este questionário
avaliará suas queixas físicas e outras condições relacionadas a sua atividades profissional. Leia
com atenção e solicite ajuda ao responsável Caso necessite.
Idade: ______________ Sexo:_____________ Tempo na função: ___________
Peso (Kg): ______________ Altura (m):_____________
1 – Em relação ao seu trabalho como soldador, quais são as suas maiores dificuldades para
realizar suas tarefas em um dia de trabalho? Considere todas as tarefas e etapas do trabalho.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2 – Em um dia normal de trabalho, quanto tempo, em horas e minutos, você gasta para
realizar as seguintes tarefas
Preparar o local de trabalho (buscar material, limpar o local e montar o equipamento): ____________________________________________________________________________
Soldar peças (considere todas as peças soldadas em um dia):
_____________________________________________________________________________
Realizar consultas e outras atividades técnicas que não exijam esforço físico:
_____________________________________________________________________________
Almoçar:_____________________________________________________________________________
Beber água e ir ao banheiro: _____________________________________________________________________________
ANEXO C
Questionário sobre dor osteomuscular
Responda ao questionário a seguir sobre dor em partes diferentes do corpo assinalando com
um X. Marque uma resposta em todas as perguntas mesmo que você nunca tenha sentido dor.
Caso responda sim em qualquer questão, dê uma nota de 0 a 10 para essa dor durante o
trabalho, sendo 0 quando não houver dor e 10 para quando a dor for insuportável e escreva a
nota ao lado da tabela correspondente a cada parte do corpo.
ANEXO D
Escala de Necessidade de Descanso
1 - Eu acho difícil relaxar após um dia de trabalho:
a) Nunca acho difícil relaxar.
b) Algumas vezes acho difícil relaxar.
c) Frequentemente acho difícil relaxar.
d) Sempre acho difícil relaxar.
2 - Ao fim do dia de trabalho eu me sinto realmente acabado(a).
a) Nunca me sinto acabado(a).
b) Algumas vezes me sinto realmente acabado(a).
c) Frequentemente me sinto realmente acabado(a).
d) Sempre me sinto realmente acabado(a).
3 - Por causa do meu trabalho, ao final do dia eu me sinto muito cansado(a)
a) Nunca me sinto muito cansado(a).
b) Algumas vezes me sinto muito cansado(a).
c) Frequentemente me sinto muito cansado(a).
d) Sempre me sinto muito cansado(a).
4 - À noite, após um dia de trabalho eu me sinto bem disposto(a)
a) Nunca me sinto bem disposto(a).
b) Algumas vezes me sinto bem disposto(a).
c) Frequentemente me sinto bem disposto(a).
d) Sempre me sinto bem disposto(a).
5 - Eu preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir relaxado(a):
a) Nunca preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir
relaxado(a).
b) Algumas vezes preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me
sentir relaxado(a).
c) Frequentemente preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me
sentir relaxado(a).
d) Sempre preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir
relaxado(a).
6 - Eu acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre depois de um dia
de trabalho.
a) Nunca acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre depois
de um dia de trabalho.
b) Algumas vezes acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre.
c) Frequentemente acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo
livre.
d) Sempre acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre.
7 - Eu acho difícil me interessar por outras pessoas assim que chego do trabalho.
a) Nunca acho difícil me interessar por outras pessoas.
b) Algumas vezes acho difícil me interessar por outras pessoas.
c) Frequentemente acho difícil me interessar por outras pessoas.
d) Sempre acho difícil me interessar por outras pessoas.
8 - Eu preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a) depois de
um dia de trabalho.
a) Nunca preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a).
b) Algumas vezes preciso de mais de uma hora para me sentir completamente
descansado(a).
c) Frequentemente preciso de mais de uma hora para me sentir completamente
descansado(a).
d) Sempre preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a).
9 - Quando eu chego em casa após o trabalho eu preciso ser deixado(a) em paz por um tempo
a) Nunca preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
b) Algumas vezes preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
c) Frequentemente preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
d) Sempre preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
10 - Depois de um dia de trabalho eu me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras
atividades.
a) Nunca me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
b) Algumas vezes me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
c) Frequentemente me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
d) Sempre me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
11 - Na última parte do meu dia de trabalho, o cansaço me impede de fazer o meu trabalho
tão bem como eu normalmente faria se não estivesse cansado(a).
a) Nunca o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.
b) Algumas vezes o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.
c) Frequentemente o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu
faria.
d) Sempre o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.
ANEXO E
Questionário de Baecke
Este questionário avaliará sua prática de atividade física nos últimos 12 meses. Por favor,
circule a resposta apropriada para cada questão pensando nos últimos 12 meses:
A) Você pratica ou praticou esporte ou exercício físico nos últimos 12 meses: Sim / Não Qual esporte ou exercício você pratica ou praticou mais frequentemente? _______________________________________________________________________ - Quantas horas por semana: _______________________________________________ - Quantos meses por ano: _________________________________________________ Se você faz ou fez um segundo esporte ou exercício físico, qual o tipo? _______________________________________________________________________ - Quantas horas por semana?_______________________________________________ - Quantos meses por ano? _________________________________________________
B) Em comparação com outros da minha idade, eu penso que minha atividade física durante as horas de lazer é: Muito maior/maior/a mesma/menor/muito menor
5 4 3 2 1
C) Durante as horas de lazer eu suo: muito frequentemente/frequentemente/algumas vezes/ raramente/nunca
5 4 3 2 1
D) Durante as horas de lazer ou pratico esportes ou exercício físico: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente
1 2 3 4 5
E) Durante as horas de lazer eu vejo televisão: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente
1 2 3 4 5
F) Durante as horas de lazer eu ando: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente
1 2 3 4 5
G) Durante as horas de lazer eu ando de bicicleta: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente
1 2 3 4 5
H) Durante quantos minutos por dia você anda a pé ou de bicicleta indo e voltando do trabalho, escola ou compras?
1 2 3 4 5
Total em minutos
ANEXO F