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Maria Fernanda Sobierajski Gisi
ANÁLISE DO RISCO ERGONÔMICO NA INSTALAÇÃO
DE VEDAÇÃO TIPO DRYWALL, UMA ABORDAGEM
MACROERGONÔMICA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Departamento de
Engenharia de Produção e Sistemas da
Universidade Federal de Santa
Catarina, como requisito parcial para a
obtenção do título em Engenharia
Civil, habilitação Produção Civil.
Orientadora: Profa. Lizandra Lupi
Garcia Vergara, Dra..
Florianópolis
2018
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária
da UFSC.
Maria Fernanda Sobierajski Gisi
ANÁLISE DO RISCO ERGONÔMICO NA INSTALAÇÃO
DE VEDAÇÃO TIPO DRYWALL, UMA ABORDAGEM
MACROERGONÔMICA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para
obtenção do Título de ―Engenheira de Produção Civil‖ e aprovado em
sua forma final pelo Programa de Graduação de Engenharia de Produção
Civil.
Florianópolis, 30 de novembro de 2018
________________________
Profa. Marina Bouzon, Dr
a.
Coordenadora do Curso
Banca Examinadora:
________________________
Prof.ª Lizandra Lupi Garcia Vergara, Dra.
Orientadora
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof.ª Lucila Maria de Souza Campos, Drª.
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof. Diego de Castro Fettermann, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço aos meus pais, por todo amor,
compreensão e suporte durante os períodos mais difíceis, possibilitando
a realização dessa conquista, sem o apoio de vocês, eu com certeza não
teria chego até aqui.
Agradeço aos meus irmãos, pela paciência, carinho e alegria,
vocês foram, e sempre serão, fundamentais nas minhas conquistas.
À Professora Lizandra Garcia Lupi Vergara pela orientação no
desenvolvimento deste trabalho, transformando apenas uma ideia em um
trabalho acadêmico.
À todos meus amigos e colegas de curso, que foram companhias
valiosas durante todo esse processo, em momentos de estudo e
descontração, fornecendo conselhos, e ajuda.
Muito obrigada a todos, que mesmo não estando citados aqui,
contribuíram para a conclusão desse trabalho.
―Don’t ask what the world needs. Ask what makes you come alive, and
go do it. Because what the world needs is people who have come alive.‖
Howard Thurman
RESUMO
A ergonomia é uma ferramenta de suma importância na melhora
das condições de trabalho dos trabalhadores. Nesse contexto, visando
verificar as condições ergonômicas de trabalho no setor de instalação de
vedação tipo drywall em uma obra da Construção Civil, utilizou-se a
metodologia System Analysis Tool, uma ferramenta macroergonômica,
para analisar a adequação das condições ergonômicas e de seguranças
do posto de trabalho estudado. A demanda considerada foi a
inadequação ergonômica do setor analisado somado aos problemas de
segurança e ao descumprimento das Normas Regulamentadoras. O
levantamento de dados foi realizado por meio de questionários,
entrevistas com os funcionários e observação direta das condições de
trabalho. Através da execução da ferramenta ergonômica, os problemas
levantados foram divididos em quatro áreas distintas, e definidas ações,
metas e objetivos a serem alcançados ao longo da execução da
metodologia, para selecionar alternativas viáveis de solução de
adequação ergonômica e de segurança do local de trabalho. Durante o
emprego da ferramenta ergonômica notou-se que a mesma possuiu
grande utilidade, permitindo uma ampla compreensão das condições de
trabalho por diferentes visões e evidenciando os problemas com maior
ênfase, permitindo assim a escolha da alternativa com maior efeito para
os problemas encontrados.
Palavras-chave: Macroergonomia, Construção Civil, Drywall, Ergonomia, System Analysis Tool.
ABSTRACT
Ergonomics is a very important tool in improving the working
conditions of the workers. In this context, the System Analysis Tool, a
macroergonomic tool, was used in order to verify the ergonomic
working conditions in the sector of drywall-walls installation in a
Construction project, in order to analyze the adequacy of the ergonomic
and security conditions of the studied workplace. The demand
considered was the ergonomic inadequacy of the analyzed sector added
to the problems of security and noncompliance with the Regulatory
Norms. Data collection was performed through questionnaires,
interviews with employees and direct observation of working
conditions. During the execution of the ergonomic tool, the problems
raised were divided into four distinct areas. Actions, goals and
objectives were defined to be achieved throughout the execution of the
methodology, and after that, we selected viable solution alternatives for
the ergonomic and safety suitability of the workplace. During the use of
the methodology it was observed that it was very useful, allowing a
broad understanding of the working conditions by different perspectives
and highlighting the problems with greater emphasis, thus allowing the
choice of the alternative with greater effect for the problems
encountered.
Keywords: Macroergonomics, Construction, Drywall, Ergonomics,
System Analysis Tool.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Interdisciplinaridade da ergonomia. ................................... 27 Figura 02 - Interrelação de fatores na abordagem macroergonômica ... 31 Figura 03 - Consumo anual de chapas para drywall no Brasil (milhões
de m2). ................................................................................................... 49
Figura 04 - Hierarquia do processo de instalação de gesso acartonado 50 Figura 05 - Marcações de guias e montantes......................................... 51 Figura 06 - Comparativo entre alvenaria e drywall ............................... 54 Figura 07 - Diagrama da metodologia ................................................... 58 Figura 08 - Localização da obra. ........................................................... 60 Figura 09 - Organograma estrutural da equipe de produção ................. 61 Figura 10 - Gráfico de respostas sobre a temperatura do ambiente ....... 64 Figura 11 - Gráfico de respostas sobre a qualidade do ar ...................... 65 Figura 12 - Gráfico de respostas sobre a vibração das máquinas .......... 66 Figura 13 - Gráfico de respostas sobre o nível de ruído ........................ 66 Figura 14 - Gráfico de respostas sobre o nível de iluminação ............... 67 Figura 15 - Imagens referentes aos EPIs no canteiro de obras .............. 68 Figura 16 - Gráfico de respostas sobre a disponibilidade de EPIs. ....... 69 Figura 17 - Gráfico de respostas sobre o uso de EPIs. .......................... 69 Figura 18 - Trabalho realizado acima do ombro. .................................. 70 Figura 19 - Gráfico de respostas sobre o tempo de trabalho realizado
acima do obro ........................................................................................ 71 Figura 20 - Trabalho realizado com escada ........................................... 72 Figura 21 - Gráfico de respostas sobre o uso de plataformas para
trabalho realizado acima do obro. ......................................................... 73
Figura 22 - Gráfico de respostas sobre a adequação do layout. ............ 74 Figura 23 - Ferramentas e materiais na obra. ........................................ 75
Figura 24 - Trabalhador realizando corte .............................................. 75
Figura 25 - Gráfico de respostas sobre a frequência de tarefas
envolvendo o corpo todo ....................................................................... 76 Figura 26 - Árvore de Problemas. ......................................................... 78
Figura 27 - Árvore de Objetivos ........................................................... 80
Figura 28 – Alternativa escolhida ......................................................... 90
Figura 30 – Diagrama de Gantt ............................................................. 91
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Métodos macroergonômicos e suas aplicações... .............. 32 Quadro 02 - Classes de Riscos Ocupacionais........................................ 42 Quadro 03 - Principais riscos no em canteiros de obras na Construção
Civil ...................................................................................................... 47
Quadro 04 - Matriz morfológica geral. ................................................. 81 Quadro 05 - Matriz GUT ...................................................................... 82 Quadro 06 - Matriz morfológica reduzida. ............................................ 83 Quadro 07 - Alternativas de soluções. ................................................... 85 Quadro 08 – Análise de cumprimento dos objetivos. ............................ 88 Quadro 09 - Quantidade de acidentes de trabalho por situação de
registro e motivo, segundo a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE), no Brasil no período entre 2011 e 2013 ........... 105
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia
AET - Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho
CAT - Comunicação de Acidentes do Trabalho
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
IEA - International Ergonomics Association
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social
MTE - Ministério do Trabalho
NBR - Norma Brasileira
NR - Norma Regulamentadora
NTEP - Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
PIB - Produto Interno Bruto
SAT - System Analysis Tool
SST - Saúde e Segurança do Trabalho
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................... 21 1.1 OBJETIVOS ......................................................................... 22
1.1.1 Objetivo Geral ..................................................................... 22
1.1.2 Objetivos Específicos .......................................................... 22
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................. 23
1.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO .................................... 24
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................... 24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................... 26 2.1 ERGONOMIA ...................................................................... 26
2.1.1 Ergonomia na Construção Civil ........................................ 28
2.2 MACROERGONOMIA ........................................................ 30
2.2.1 Métodos Macroergonômicos .............................................. 32
2.2.2 System Analysis Tool ............................................................ 33
2.2.3 Aplicações do System Analysis Tool ................................... 36
2.3 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ....................... 37
2.3.1 Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho . 38
2.3.2 Acidentes de Trabalho ........................................................ 40
2.3.3 Riscos Ambientais ............................................................... 41
2.4 NORMAS REGULAMENTADORAS ................................. 43
2.4.1 NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI ...... 44
2.4.2 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres ..................... 44
2.4.3 NR 17 - Ergonomia ............................................................. 44
2.4.4 NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção ..................................................................... 45
2.5 CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................ 45
2.6 DRYWALL ............................................................................. 48
2.6.1 Histórico do Drywall ............................................................ 48
2.6.2 Etapas de Execução ............................................................. 50
2.6.2.1 Locação e Fixação das Guias ................................................ 50
2.6.2.2 Colocação dos Montantes ..................................................... 51
2.6.2.3 Fechamento da Primeira e Segunda Face das Paredes .......... 51
2.6.2.4 Tratamento de Juntas e Arestas............................................. 52
2.6.3 Vantagens ............................................................................ 53
3 METODOLOGIA ............................................................... 55 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................... 55
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................... 55
3.2.1 Classificação por áreas ....................................................... 56
3.2.2 Coleta de Dados ................................................................... 57
3.2.3 Análise preliminar .............................................................. 58
3.2.4 Aplicação do System Analysis Tool .................................... 59
4 DISCUSSÕES ..................................................................... 60 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO .............. 60
4.2 RESULTADOS .................................................................... 62
5 APLICAÇÃO DO SYSTEM ANALYSIS TOOL ............ 77 5.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................... 77
5.2 ÁRVORE DE OBJETIVOS ................................................. 79
5.3 ALTERNATIVAS ................................................................ 81
5.4 AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS .............................. 84
5.5 SELEÇÃO DAS ALTERNATIVAS .................................... 87
5.6 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO ....................................... 90
6 CONCLUSÕES ................................................................... 92 6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 93
REFERÊNCIAS .................................................................. 95
ANEXO A – ACIDENTES DE TRABALHO ................. 105
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho
(2013). ................................................................................. 105
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ................................ 106
APÊNDICE B – MÉDIA DE RESPOSTAS DOS
QUESTIONÁRIOS ........................................................... 109
1 INTRODUÇÃO
O setor de Construção Civil representa 8% do PIB nacional, é
responsável pela contratação de quase 10 milhões de trabalhadores e é
um setor vital na estrutura social, política, cultural e econômica
brasileira. Com esses dados torna-se ainda mais alarmante as estatísticas
de índices de acidentes e lesões relacionadas à atividade ocupacional,
como retratam Medeiros e Rodrigues (2001).
No final da década de 90, este setor chegou à segunda colocação
no ranking nacional de acidentes no ambiente de trabalho (ARAÚJO,
1998), situação que vem melhorando desde então devido a uma
evolução nas legislações e ações de responsabilidades trabalhistas
referentes à Saúde e Segurança no Trabalho (SST). Mas mesmo com
essas diversas medidas, os dados de inspeção governamental em
segurança do trabalho no Brasil apontam que o setor de Construção
Civil apresenta altos índices de acidentes, embargos e interdições
(BRIDI, 2013).
Acidentes são frequentemente associados à negligência das
organizações em oferecer as condições adequadas de salubridade e
medidas de segurança, e à ineficácia no gerenciamento de prevenção de
risco, o que pode acarretar em responsabilidades civis e penais para os
empregadores. A indústria da Construção Civil brasileira tem ainda
como característica, o uso intensivo de mão de obra, principalmente a
não qualificada (DÍAZ, ORDEN e ZIMMERMANN, 2010). O
trabalhador enfrenta condições árduas de trabalho e muitas vezes
encontra-se defasado em relação aos trabalhadores de outras áreas
industriais (metalúrgica, química e têxtil) quanto à medidas de
segurança e equipamentos de proteção, pois muitas vezes sua baixa
formação o impossibilita identificar as condições adversas as quais é
exposto, tornando maior sua vulnerabilidade quanto a danos físicos
temporários e permanentes (MAIA e BERTOLI, 1998). Além das
perdas humanas causadas pela falta de atenção das empresas à saúde e
segurança dos trabalhadores, há também a perda monetária causada pelo
afastamento constante destes, tanto por acidentes como por lesões
decorrentes dos esforços empregados na realização dos serviços.
Com a crescente disputa pelo mercado da construção no Brasil, a
perda de produtividade gerada pelo afastamento de funcionários afeta
diretamente a competitividade de uma empresa. Esse fator gera mais um
motivo para que as organizações direcionem seus esforços para uma
melhor implementação das políticas de saúde e segurança (CERVI,
22
2009). Visando diminuir o índice de incidentes e acidentes nesse setor é
necessário que o trabalho seja adaptado ao trabalhador.
A ergonomia objetiva a melhoria das condições e do ambiente de
trabalho adaptando as ferramentas e utensílios às necessidades e
características do indivíduo, tanto psicológicas quando fisiológicas. O
intuito da intervenção ergonômica é evitar a sobrecarga de trabalho ou
perturbação ao usuário (SANTOS e FIALHO, 1997). O objetivo da
ergonomia é impedir que a tarefa exceda as capacidade e limitações do
trabalhador, assegurando o bem-estar do usuário e garantindo a
produtividade para a empresa. Então, é possível afirmar que o foco da
ergonomia é propiciar um ambiente de trabalho em que o trabalhador
possa desempenhar sua tarefa cumprindo os objetivos da organização
(JAFFAR, 2011).
No panorama brasileiro atual, a aplicação de técnicas
ergonômicas ainda é escassa, principalmente no setor da Construção
Civil, em que há maior descaso com normas e procedimentos de
segurança. Neste trabalho será analisada, pelo ponto de visa
ergonômico, a atividade de trabalho do instalador da vedação vertical
tipo drywall, a fim de identificar os riscos ocupacionais envolvidos na
atividade que possam afetar a saúde e integridade física do trabalhador.
1.1 OBJETIVOS
Os objetivos do trabalho são caracterizados a seguir:
1.1.1 Objetivo Geral
Objetiva-se por meio do presente trabalho identificar os riscos
ergonômicos que o trabalhador da Construção Civil está exposto durante
a atividade de instalação de vedação vertical tipo drywall utilizando a
ferramenta System Analysis Tool (SAT).
1.1.2 Objetivos Específicos
Para que este objetivo seja cumprido foram determinados os
seguintes objetivos específicos:
•Identificar os fatores de riscos ocupacionais na situação de
trabalho analisada;
•Propor melhorias ao posto de trabalho analisado baseadas nas
normas e bibliografia referente ao tema.
1.2 JUSTIFICATIVA
O estudo das condições ergonômicas dos trabalhadores na
Construção Civil é pouco delineado, pois a maioria das empresas foca
seus esforços de qualidade em quesitos técnicos, como especificações de
materiais e ferramentas e questões de ergonomia e posto de trabalho
acabam não tendo tanta importância para as organizações. Como as
atividades da Construção Civil são mais dispersas quando comparadas a
outros setores da economia, elas são mais difíceis de serem monitoradas
e estudadas, tornando mais escassos os estudos ergonômicos nessa área.
(BIANCHINI, 2015).
A ergonomia é o planejamento de produtos e processos visando
aperfeiçoar a relação do homem com o trabalho, tendo a possibilidade
de resgatar o respeito ao homem no trabalho. Essas melhorias visam não
apenas o aumento da produtividade, mas uma melhora na qualidade de
vida no ambiente de trabalho (SANTANA, 1996).
A escolha da análise do drywall se deu devido ao aumento da sua
inserção no mercado de Construção Civil nacional, tendo grandes
vantagens sob os métodos de vedação vertical tradicionais. Sua
característica principal é de ser um sistema construtivo racionalizado, de
alto potencial de industrialização, e velocidade de execução, porém seu
uso ainda enfrenta barreiras devido ao seu desconhecimento no mercado
nacional e a necessidade de maior conhecimento para sua instalação do
que a alvenaria tradicional. A alta velocidade de execução justifica uma
análise ergonômica visando aprofundar o conhecimento do seu
potencial.
Os métodos macroergonômicos vêm se provando muito efetivos
na melhoria de ambientes de trabalho com um todo, abrangendo todas as
etapas do trabalho e levando em consideração a opinião do trabalhador.
Entre eles a ferramenta System Analysis Tool se destaca por possibilitar
não apenas a análise sistemática dos problemas no ambiente analisado,
mas também permitir a proposta de soluções alinhadas com os objetivos
das organizações.
Nesse sentido, este trabalho propõe a aplicação da metodologia
ergonômica, mais especificamente a ferramenta macroergonômica
System Analysis Tool (SAT) acompanhando a instalação de placas de
drywall em um canteiro de obras da Construção Civil. Objetiva-se
assim, compreender a situação atual, obter um diagnóstico e propor
recomendações futuras à atividade de trabalho.
24
1.3DELIMITAÇÕES DO TRABALHO
O trabalho apresentado a seguir propõe a análise dos problemas
ergonômicos e de segurança encontrados em um canteiro de obras
localizado no município de Chapecó, Santa Catarina por meio da
aplicação da ferramenta SAT – Systems Analysis Tool, desenvolvida por
Robertson (2002). Com essa ferramenta é realizado um levantamento
dos problemas existentes em um ambiente pré-determinado, e analisa-se
os mesmos através das etapas definidas no método, visando alcançar
soluções baseadas em critérios de decisão. As soluções encontradas são
modeladas especificamente para o problema em questão.
A abordagem macroergonômica exige que seja aplicada em
diversos setores da organização, e, devido a sua complexidade, o estudo
será restringido apenas a um ambiente de pesquisa. Será analisado
apenas um posto e suas demandas ergonômicas, servindo de ponto de
partida para futuras análises nos demais postos de atividades da
construção civil.
A metodologia SAT apresenta em suas etapas a implementação e
monitoramento da solução escolhida, mas, devido às limitações de
tempo e cronograma de entrega da obra, essa etapa não será completada
nesse estudo, apenas os seis primeiros passos propostos pelo método.
Após os seis capítulos são apresentados ainda as referências
bibliográficas, o anexo e o apêndice.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho será estruturado em seis capítulos. O primeiro
capítulo contém informações introdutórias sobre o trabalho,
contextualizando o tema abordado e apresentando o setor da Construção
Civil no Brasil. Nesse capítulo também são descritos o Objetivo Geral e
os Objetivos Específicos.
O segundo capítulo apresenta uma revisão bibliográfica
fundamentando o trabalho. Nela são apresentados conceitos de
Ergonomia, Macroergonomia, Saúde e Segurança do Trabalho, noções
sobre as Normas Regulamentadoras, Construção Civil e Drywall.
No terceiro capítulo tem-se a descrição dos procedimentos
metodológicos empregados na realização da pesquisa, bem como a
caracterização da mesma.
No capítulo quatro são apresentados os resultados preliminares do
estudo, obtidos através de visitas, entrevistas e aplicação de
questionários. Estes dados são a base do trabalho, necessários para a
aplicação da ferramenta macroergonômica.
É exposta no quinto capítulo em detalhes a execução da
ferramenta SAT. São dadas explicações sobre como cada etapa foi
desenvolvida: construção das Árvores de Problemas e Objetivos,
sugestões de soluções para os problemas, critérios de seleção de
alternativas e, por fim, a escolha da melhor alternativa para os
problemas encontrados em campo.
No sexto e último capítulo encerra-se o trabalho com as
conclusões finais, considerações sobre a metodologia usada e
recomendações para trabalhos futuros.
26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No capítulo a seguir são apresentados os principais temas e seus
subitens contendo uma revisão bibliográfica sobre o assunto estudado,
visando proporcionar um melhor entendimento do assunto.
2.1 ERGONOMIA
De acordo com a Associação Internacional de Ergonomia (IEA),
a Ergonomia ajuda na harmonização da interação das pessoas com os
sistemas e tarefas, em relação a suas habilidades, necessidades e
limitações (IEA, 2018).
Jaffar (2011) afirma que o termo ergonomia pode ser descrito por
diversas definições, como uma combinação das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (estudo). Também como um ramo da ciência que
visa alcançar a relação ótima entre os trabalhadores e o ambiente em que
eles convivem. Ainda afirma-se que o objetivo principal da ergonomia
seja modelar a tarefa ao indivíduo e não o indivíduo à tarefa, por meio
da alteração do ambiente de trabalho, maquinário, ferramentas e
produtos levando em consideração todos os fatores físicos, fisiológicos,
biomecânicos e psicológicos do trabalhador.
Ergonomia é uma ciência multidisciplinar que não possui apenas
um significado, mas, independente do enfoque escolhido para sua
definição, é importante notar que a ergonomia é originalmente ligada ao
estudo do problema de pessoas no trabalho. A ergonomia também pode
ser definida como uma ciência e um campo multidisciplinar, visando
indicar a interação do trabalhador com os elementos do ambiente. A
ergonomia pode tanto melhorar as soluções já existentes como criar
nova soluções. As pesquisas realizadas pela ergonomia são tanto
qualitativas quanto quantitativas e possuem sua própria metodologia
(ZUNJIC, 2017).
Para Vidal (2012), a ergonomia possui tanto a dimensão
cientifica, trazendo fundamento às suas aplicações, quando uma
dimensão prática, tornando-a concreta em seus campos de aplicação.
Sendo assim, a ergonomia pode ser avaliada sob dois enfoques, tanto
como disciplina útil como científica. Como disciplina útil, é avaliada
por meio de dos modelos, que são elaborados para resolver problemas
práticos em situações de trabalho entre elementos humanos e outros
componentes dos sistemas de trabalho. O enfoque de disciplina
científica estuda as capacidades e limitações desses elementos humanos
nas situações de trabalho, e busca modelar atividades aos usuários. O
estudo científico utiliza varias campos de conhecimento como, a
Fisiologia, a Psicologia, a Sociologia, a Linguística e práticas
profissionais como a edicina do ra alho, o Design, a ociot cnica e
as Tecnologias de Estratégia e Organização.
A seguir, é apresentada a Figura 01 que demonstra a
interdisciplinaridade da ergonomia, interligando diversas áreas de
estudo.
Figura 01 - Interdisciplinaridade da ergonomia.
Fonte: Vidal (2012).
A ABERGO (2018) divide os domínios da Ergonomia em três
subgrupos:
“Ergonomia física: Relacionada com as características da
anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica
em sua relação a atividade física. Os tópicos relevantes
incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de
materiais, movimentos repetitivos, distúrbios
musculoesqueléticas relacionados ao trabalho, projeto de
posto de trabalho, segurança e saúde.
Ergonomia cognitiva: Refere-se aos processos mentais, tais
como percepção, memória, raciocínio e resposta motora
conforme afetem as interações entre seres humanos e outros
elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o
estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão,
desempenho especializado, interação homem computador,
28
stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos
envolvendo seres humanos e sistemas.
Ergonomia organizacional: Concerne à otimização dos
sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas
organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos
relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos
de tripulações (CRM – domínio aeronáutico), projeto de
trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em
grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho,
trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações
em rede, tele trabalho e gestão da qualidade.‖
Almeida (2011) defende que existem duas vertentes de
pensamento na ergonomia, a escola francesa e a escola anglo-saxã. A
escola anglo-saxã, originária no século XX, se baseava no movimento
de racionalização, e todo esforço era voltado para a melhoria nas
condições de trabalho focava apenas no aumento da produtividade,
deixando em segundo plano o conforto do usuário. Os resultados dessa
escola eram obtidos por meio de experimentos em laboratório, com
variáveis precisamente controladas e medidas, excluído as
particularidades do indivíduo. Já a escola francesa visa adaptar o
trabalho ao homem, com a análise de indivíduos específicos,
considerando seus aspectos psicológicos e cognitivos e estudando sua
relação com as tarefas dadas. Um problema dessa abordagem é a
dificuldade de generalização dos resultados obtidos, pois cada resultado
é particular ao indivíduo. Ambas as abordagens são úteis no presente
estudo visando relacionar o homem com o trabalho, cada uma sendo
adequada a um tipo específico de situação.
2.1.1 Ergonomia na Construção Civil
O direcionamento de esforços para melhorar as condições de
trabalho na indústria da Construção Civil começou no início do século
XX com um dos precursores da ergonomia, Frank B. Gilbert, que
estudou os movimentos dos assentadores de tijolos em canteiros de
obras (FRANCO, 1995).
A indústria da Construção Civil apresenta em seu âmago riscos
ergonômicos, pois muitas de suas tarefas são desenvolvidas em posições
com os membros superiores acima do ombro ou abaixo da altura do
joelho, com curvaturas frequentes, e manutenção de posturas por longos
períodos de tempo, todas essas tarefas executadas em situações
inadequadas. Outro ponto que aumenta seu grau de risco, é que os
objetos carregados pelos trabalhadores são pesados e possuem pega
inadequada ou inconveniente. Diversa tarefas da Construção Civil
apresentam riscos ergonômicos aos trabalhadores que as desemprenham.
Na maioria dos países em desenvolvimento, Saúde e Segurança do
trabalhador é uma área deixada em segundo plano em canteiros de obra,
pois é mais considerada um fardo que algo para proteger o trabalhador
(KIM, 2017; SMALLWOOD, 2006).
Os trabalhadores da Construção Civil possuem pequeno índice
de treinamento, associando isso com o requerimento físico das tarefas
que desempenham, seu baixo nível de escolaridade, baixa remuneração,
e a falta de programação para a realização de tarefas fica claro que a
ergonomia é uma ferramenta de suma importância para diminuir os
riscos laborais, tanto físicos quanto mentais, que os trabalhadores estão
expostos (SAAD, DE PAULA XAVIER e MICHALOSKI, 2006).
A periculosidade das tarefas da Construção Civil muitas vezes é
subestimada pelos trabalhadores, aumentando assim os riscos que os
mesmos estão expostos. Esse fato pode ser corrigido com
conscientização e treinamento da mão de obra, informando aos
trabalhadores os riscos a que eles estão expostos nas situações de
trabalho, e como prevení-los (RIBEIRO, 2005).
Longen, de Matos e Júnior (2016) afirmam que o setor da
Construção Civil é um dos únicos setores produtivos que não adotou as
inovações tecnológicas e organizacionais que marcaram os últimos
séculos. O trabalho manual continua sendo a ferramenta principal dos
operários, na maioria das vezes sem máquinas ou moldes indústrias, sem
padronização e em pequena escala ou únicos. Uma vantagem dessa
grande variedade de produtos é a minimização dos efeitos típicos de
linhas de produção padronizadas e repetitivas. O efeito negativo é a alta
rotatividade, e a dificuldade de treinamento da mão de obra em novos
métodos de trabalho.
Para Pereira et al. (2015) e Marcelo, da Silva e Longen (2015), os
esforços físicos são muitas vezes necessários para o desempenho de
tarefas, e geralmente executadas em posições corporais desfavoráveis,
como alavancas corporais necessárias para o movimento de grandes
cargas. No desempenhar de tarefas dessa categoria, um grande esforço é
exercido no tronco do indivíduo, com a coluna flexionada e os joelhos
estendidos, causando sobrecargas nos discos intervertebrais inferiores
em diferentes posturas.
Schneider (1995) afirma que devido às características únicas do
setor da Construção Civil, diferenciando-o de qualquer outro setor,
existem quatro tipos principais de possibilidades de intervenção:
30
Mudança nos materiais de trabalho;
Mudança nas ferramentas e equipamentos de trabalho;
Mudança nos métodos e organizações de trabalho; e
Programas de treinamento e exercício.
Apesar do alto índice de acidentes e lesões, quase todos os
riscos ergonômicos desse setor podem ser prevenidos, pois os problemas
parecem ser mais de cunho organizacional do que ligados às tarefas
manuais. Então, se as organizações estiverem cientes dos riscos e forem
capazes de identifica-los, é possível prevenir futuras lesões e acidentes.
Juntamente às empresas, os trabalhadores devem estar cientes dos
perigos que estão expostos no ambiente de trabalho. Assim sendo, se
ambos os lados forem munidos de informação adequada e suficiente, é
seguro dizer que a Saúde e Segurança do Trabalho da indústria da
Construção Civil podem ser aumentadas significativamente (KIM,
2017).
2.2 MACROERGONOMIA
Nas últimas décadas junto ao desenvolvimento da tecnologia,
veio crescendo a necessidade de integrá-la ao contexto psicossocial das
organizações. A abordagem macroergonômica vem se provando útil
nessa tarefa (TAVEIRA FILHO, 1993).
Como citado anteriormente, a ergonomia possui três grandes
campos de ação, a Ergonomia Física, a Ergonomia Cognitiva, e a
Ergonomia Organizacional, sendo essa última a relação organização-
máquina, o ramo que compõe a Macroergonomia. Pela visão desse
campo de pesquisa, uma organização é avaliada é sua totalidade, como
um sistema global, e não apenas a relação homem-máquina, ambos
trabalhando em conjunto em busca do mesmo fim. Assim, os resultados
e tecnologias desenvolvidos são aplicados em todas as áreas, não apenas
em um posto de trabalho. As melhorias macroergonômicas podem trazer
benefícios às organizações na escala de 60 a 90% enquanto que na
abordagem microergonômica não ultrapassa os 25% (ANJOS, PONTES
e SOUSA, 2015).
De acordo com Zerbetto et al. (2004), todos os aspectos da
empresa podem ser analisados pela Macroergonomia, pois ela tem como
objetivo avaliar as necessidades organizacionais dos setores
considerando as capacidades dos trabalhadores em questão. Podemos
chamar de macroergonômica toda intervenção ergonômica que tenha
como resultado um maior lucro para a organização.
A Macroergonomia usa o modelo socio-técnico para a realização
de seus estudos. Esse modelo visa tratar os sistemas de trabalho como
uma única unidade, otimizando seus subsistemas técnicos e sociais
visando distribuir melhor as habilidades disponíveis nos sistemas de
trabalho. A visão desse modelo dos sistemas é mais aberta, sendo
flexível ante as diferenças de visão dos personagens envolvidos. O
modelo socio-técnico foi apresentado por Trist e Emery em 1965 no
Instituto Tavistock em Londres se opondo à abordagem taylorista de
projeto de trabalho (KLEINER, 1998; CHIAVENATO, 1999).
É apresentada por Vidal (2012) na Figura 02 a inter-relação entre
a tecnologia, os funcionários e a organização na abordagem
macroergonômica.
Figura 02 - Inter-relação de fatores na abordagem macroergonômica.
Fonte: Vidal (2012).
Estudos macroergonômicos são realizados analisando as
condições dos ambientes físicos e ambientes de trabalho de uma
organização e seus fatores organizacionais, como layout, ritmo de
trabalho e rotina de trabalho, fatores que influenciam diretamente na
qualidade de vida do funcionário. Para que esse estudo seja frutífero é
importante incentivar a cooperação de funcionários de diversos setores
de uma empresa, estimulando-os a participarem ativamente do projeto
dos postos de trabalho. Por meio desse estudo é analisada a adequação
da empresa à novas tecnologias e métodos de trabalho. (HENDRICK,
1993; BROWN, 1995).
Durante todo o processo macroergonômico a participação do
trabalhador é estimulada, pois assim aumentam consideravelmente as
chances de modificações serem implementadas com sucesso. Essa
32
característica de projeto é um avanço sobre a Ergonomia Tradicional,
que não ouvia as opiniões dos usuários sobre a composição da tarefa,
focando apenas na adequação física do posto de trabalho (HENDRICK,
1993).
Podemos dizer por fim, que a Macroergonomia é um ramo mais
recente da ergonomia que visa aplicar seu conhecimento sobre
organizações e pessoas que as compõem, no projeto implementação e
uso da tecnologia disponível (TAVEIRA FILHO, 1993).
2.2.1 Métodos Macroergonômicos
As análises feitas pela ergonomia e macroergonomia são
realizadas baseadas em observações reais do ambiente de trabalho, e
para isso, são utilizados diferentes métodos para coleta e processamento
de dados, estabelecendo assim uma relação entre as causa e efeito. È
afirmado por Hendrick e Kleiner (2006) que os métodos utilizados
durante as análises macroergonômicas não são apenas um conjunto
fechado, mas são continuamente desenvolvidos, aplicados e validados, e
que para métodos existem um conjunto de técnicas adequadas para a
situação estudada, que possibilitam o fim pretendido.
Cada técnica macroergonômica é adequada para um determinado
fim. Existe uma ampla gama de métodos a serem empregados na
solução de problemas. Abaixo no Quadro 01 é apresentada uma tabela
adaptada do que foi desenvolvido por Ferreira, Merino e Figueiredo
(2017) exemplificando alguns métodos macroergonômicos, e suas
aplicações.
Quadro 01- Métodos macroergonômicos e suas aplicações.
Método Aplicação
Ergonomia participativa Pode ser aplicada na participação: de tomada de decisão e em
resolução de problema; em produto e desenho do sistema; no projeto de treinamentos; e em análise e projeto de sistemas de
trabalho.
Pesquisa-ação Utilizada na resolução de problemas.
Cognitive WalkThrough Method (CWM)
Problemas de interface de um produto.
Kansei Engineering Traduzir as respostas afetivas dos consumidores em novos
produtos ergonômicos.
Systems Analysis Tool (SAT)
Adaptação, elaboração e etapas básicas do método científico.
Macroergonomic
Analysis of Structure
(MAS)
Avaliar a estrutura dos sistemas pelos aspectos: tecnologia do
sistema de trabalho, subsistema de pessoal e ambiente externo ao
qual a organização deve responder para sobreviver e ser bem sucedida.
Macroergonomic Analysis and Design
(MEAD)
Combina subsistema tecnológico, pessoal e ambiente externo a estrutura do sistema de trabalho da organização.
Fonte: Ferreira, Merino e Figueiredo (2017).
Analisando os métodos existentes e o problema em questão, foi
escolhida para o presente trabalho a aplicação da metologia System
Analysis Tool (SAT).
2.2.2 System Analysis Tool
A Macroergonomia vem crescendo cada vez mais no cenário das
organizações, sendo uma forte tendência metodológica quando se fala de
gestão de empresas. Essa abertura vem sendo propiciada pelas novas
configurações de trabalho, que permitem intervenções globais nos
sistemas, ao invés do modelo de intervenções pontuais costumeiro. Por
meio dessas intervenções, as organizações passam a aumentar a chance
de se destacaram no marcado exibindo resultados positivos em suas
operações (BUGLIANI, 2007).
Para aplicar a ferramenta ergonômica mais adequada à situação
estudada é fundamental o entendimento da situação e de suas
características, bem como ter os objetivos definidos e alinhados.
Uma das ferramentas disponíveis para a aplicação é o SAT
(System Analysis Tool). Esse método utiliza a construção de Árvores de
Problemas e Objetivos para avaliar os processos de trabalho, e
identificar suas possíveis causas, bem como suas relações e inter-
relações com o ambiente de trabalho. Em suma, o método desenvolve
soluções sistemáticas e individuais para situações particulares,
apresentado uma gama diversa de soluções potenciais e a relação custo
benefício entre elas (GUEDIN e VERGARA, 2015).
Robertson (2002) afirma que o SAT é uma modificação do
modelo proposto por Mosard em 1982 e que a metodologia se baseia em
sete passos para identificar os problemas de situações de trabalho e suas
causas e desenvolver soluções, são eles:
Definir o problema - criar uma Árvore de fatores de Problemas;
Desenvolver de uma Árvore de Objetivos/Atividades;
Desenvolver alternativas para alcançar os objetivos;
Avaliar as alternativas baseado nos objetivos;
Comparar as alternativas;
34
Selecionar alternativa que melhor satisfaz os objetivos; e
Planejamento de implantação, avaliação e modificação.
A seguir é apresentada uma breve descrição de cada uma das
etapas da metodologia SAT.
Passo 1- Definir o Problema
A Metodologia SAT é geralmente aplicada em problemas de alta
complexidade, então o primeiro desafio encontrado na utilização dessa
ferramenta é a definição do problema a ser resolvido.
Wharfiel (1974 apud Robertson, 2002) apresentou uma
ferramenta chamada Problem Factor Tree (Árvore de Fatores de
Problemas) com a finalidade de definir o problema, o subproblema, suas
causas e seus relacionamentos, apresentando uma imagem mais visual
do problema. Usa-se essa metodologia para definir com exatidão os
problemas da situação de trabalho escolhida.
Passo 2 - Desenvolver Árvore de Objetivos
Nesse passo são definidos os objetivos e os critérios de avaliação
a serem usados, criando o que é chamado de Árvore de Objetivos.
Segundo Mosard (1983), a Árvore de Objetivos é uma estrutura
hierárquica e gráfica feita para apresentar problemas identificados no
processo.
Cria-se a Árvore identificando as principais necessidades, metas,
objetivos e sub objetivos, e estruturando-os em níveis. Analisa-se as
interações entre os objetivos, restrições e as pessoas envolvidas no
processo (ROBERTSON, 2002).
Passo 3 - Desenvolver alternativas
Na etapa de modelagem, elabora-se soluções para o problema em
questão visando alcançar os Objetivos e Sub-Objetivos definidos. Pode-
se usar para tal fim fluxogramas e simulações. Uma alternativa muito
usada é o modelo input-output, onde se identifica os recursos
necessários e utiliza-se deles para desenvolver a solução do problema.
Os recursos podem ser pessoas, finanças ou informações, já os outputs são os produtos das atividades (ROBERTSON, 2002; GUEDIN e
VERGARA, 2015).
Passo 4 - Avaliar as alternativas
No passo 4, cada alternativa modelada e o conjunto de atividade a
ela associado e avaliada de acordo com os critérios previamente
definidos. Esses critérios podem incluir custo de projeto, risco de falha,
efetividade e benefícios futuros (ROBERTSON, 2002).
Passo 5 - Comparar as alternativas
Quando se compara as alternativas deve-se estabelecer um peso
para cada um dos critérios de avaliação, podendo se basear tanto em
critérios objetivos ou subjetivos. Assim, cria-se uma tabela de decisão
para avaliar as alternativas de acordo com a probabilidade de aplicação
na organização (ROBERTSON, 2002).
Passo 6 - Selecionar a melhor alternativa
Após selecionar-se as alternativas potenciais estabelece-se um
cronograma de tarefas responsabilidades e requisitos necessários par o
desenvolvimento e implementação (GUEDIN e VERGARA,2015).
Passo 7 - Planejar a implantação, avaliação e modificação
Esse processo é visto como um loop contínuo, aplicando as
alternativas escolhidas para a solução dos problemas e a medição da
eficácia do programa escolhido.
Segundo Robertson (2002), a avaliação da eficácia da intervenção
pode ser medida seguindo cinco etapas:
Avaliação inicial antes da intervenção;
Reação do usuário à intervenção;
Grau de aprendizagem do usuário;
Desempenho do usuário; e
Resultados organizacionais.
´
36
2.2.3 Aplicações do System Analysis Tool
Como citado anteriormente, o SAT como método de análise
macroergonômica existe desde 2002, e vem sendo amplamente utilizado
nesse campo para análise de situações de trabalho.
Young e Kleiner (2008) realizaram uma análise
macroergonômica com a metoodolofia SAT no setor de instalação de
drywall visando diminuir a exposição do trabalhador à poeira. Com o
SAT os autores buscaram desenvolver alternativas para melhorar as
condições de trabalho. Após a aplicação da metodologia foram sugeridas
três intervenções no ambiente, melhoria do sistema organizacional da
empresa, melhorias na relação trabalhador-máquina por meio de
tecnologia e aumentar a educação do trabalhador referente às suas
condições de trabalho.
Pereira e Pessa (2018) utilizaram o SAT para analisar as tarefas e
condições de trabalho em uma empresa logística de distribuição de
plantas e flores para identificar as demandas de trabalho e os principais
problemas, bem como determinar as principais ações que podem ser
realizadas para alcançar as metas de melhorias de condições de trabalho
e sistemática organizacional. Durante o estudo foi identificado o
desgaste físico dos trabalhadores responsáveis pelo manuseio manual
das plantas nas atividades de carga e descarga. Além de demandas
mentais, presentes devido à troca de informações entre os setores e o uso
do sistema de programação, bem como nas atividades de atendimento ao
cliente.
Furlan (2017) também aplicou a metodologia na análise das
condições de trabalho no setor de produção de uma pizzaria. O autor
buscou com esse trabalho identificar os danos à saúde física e mental do
trabalhador na realização das atividades. Ao fim da aplicação da
metodologia foram sugeridas melhorias a curto, médio e longo prazo
para os problemas identificados.
Guedin e Vergara (2015) também aplicaram o SAT em um setor
de distribuição de bebidas visando adequar ergonomicamente o setor de
logística da empresa. Para levantamento de dados foram realizadas
entrevistas, observações e análise de dados fornecidos pela empresa.
Após a realização da árvore de problemas e objetivos foram sugeridas
sete alternativas visando melhorar as condições de trabalho encontradas.
Stepanhack (2014) analisou os riscos ergonômicos presentes na
atividade de carregamento de cargas manuais de uma fabrica de ração
pela metodologia SAT. Os dados foram levantados por meios de
questionamentos ao funcionários e observações diretas. Após a
metodologia foram propostas mudanças de melhorias no ambiente como
organização do chão, realização de ginástica laboral, aumento de
iluminação natural, treinamento de funcionários, entre outras.
2.3 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Pode-se definir Saúde e Segurança no Trabalho (SST) como o
conjunto de medidas adotadas com o intuito de minimizar ou até
eliminar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, focando também
em proteger a integridade e física e mental do trabalhador (HISTÓRICO
DA SEGURANÇA DO TRABALHO 2012).
As primeiras pesquisas nacionais ligadas a de e eguran a do
ra alho datam da d cada de , com a cria o da Fundacentro, rg o
ligado ao MTE – Minist rio do Trabalho e Emprego. Com a criação das
Normas Regulamentadoras (NRs) em 1978, houve avanços
significativos referentes a melhorias em a de e eguran a do Trabalho.
Entretanto, os esforços para implementar as medidas de prevenção
estabelecidas eram poucos e fortemente desencorajados pelos órgãos
governamentais (CHAIB, 2005).
Nas duas décadas seguintes houveram fortes avanços ligados à
práticas de SST, justificados pela instituição da NR 7 ( rograma de
Controle dico de a de Ocupacional) e NR 9 ( rograma de
reven o de Riscos Ambientais) que juntas visam promover a saúde
conjunta e integridade física dos trabalhadores (CHAIB, 2005).
Acidentes e lesões provenientes do trabalho são em sua grande
maioria causados por fatores que poderiam ser evitados com medidas
preventivas já existentes. As crescentes taxas de redução de acidentes
comprovam que muitos países industrializados já possuem Sistemas de
Gestão e Segurança no Trabalho capazes de prevenir os riscos presentes
em suas organizações. Conforme os países desenvolvidos vão
diminuindo seu número de acidentes os países em desenvolvimento vão
aumentando sua porcentagem nos índices de acidentes ocupacionais
mundiais. Um exemplo disso é o fato de um trabalhador fabril no
Paquistão ter oito vezes mais chance de sofrer algum tipo de acidente ou
lesão ocupacional do que um trabalhador exercendo a mesma tarefa na
França. Outro fator determinante no número de acidentes é o tipo de
setor da economia, as maiores taxas de acidentes ocupacionais são
encontradas em trabalhadores nos setores da Agricultura, Mineração e
Construção Civil. Os custos econômicos de acidentes e lesões
ocupacionais chegam a somar 4% do PIB mundial (ALI, 2008).
38
Características que os ambientes de trabalho com riscos
ocupacionais têm em comum são: layout inapropriado, tarefas mal
estruturadas, ambientes desfavoráveis, desigualdade entre as demandas
da tarefa e as habilidades do trabalhador, sistemas de gerenciamento
inapropriados, entre outros. Todos esses fatores levam à riscos
ocupacionais, riscos à saúde do trabalhador, acidentes com maquinário,
reduzindo tanto a qualidade do trabalho quanto a produtividade do
ambiente, aumentado o custo (SHIKDAR e SAWAQED, 2003).
Sugestões de melhorias ainda tem pouca aceitação, e aplicação
limitada na indústria, pois a preocupação principal é a melhoria de
máquinas e ferramentas unicamente. O estudo ergonômico global é
pouco analisado, trazendo ineficiência para o ambiente de trabalho.
Sistemas de trabalho inadequados não são difíceis de serem encontrados
em industrias (DAS, 1987; KONZ, 1995).
2.3.1 Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
Segundo Moreira e Lira (2013) e de Alencar, Schultze e de ou a
, os Dist r ios steomusculares elacionados ao ra alho
D s o decorrentes de atividades iomec nicas incorretas
reali adas com os mem ros superiores do corpo, causando danos aos
m sculos, tend es, ligamentos, articula es e nervos perif ricos, e
outras enfermidades como inflama es em tend es tendinites ,
tenossinuvites, ursites, compress es nervosas como s ndrome do t nel
do carpo e dor ci tica , mialgias, lombalgias entre diversas outras.
Pode-se caracterizar os causadores dos DORT em quatro grupos
principais:
Excesso de força aplicada no trabalho;
Posturas incorretas dos membros superiores;
Repetitividade, e
Vibração e compressão mecânica.
Não se pode atribuir os DORT a apenas uma causa pois
trabalhadores submetidos às mesmas condições organizacionais podem
ou não desenvolver lesões, ou desenvolver diferentes distúrbios. A
repetitividade de movimentos, posturas inadequadas por períodos
prolongados, esforços físicos, invariabilidade de tarefas e a pressão
mecânica sobre uma parte específica do corpo são fatores que
contribuem para o desenvolvimento de quadros clínicos (GHISLENI e
MERLO, 2005).
O corpo humano dificilmente possui uma postura confortável
por períodos prolongados, pois qualquer postura estática e constante
gera sobrecarga sobre os músculos do indivíduo, gerando dor e
desconforto (DIAS DE PAULA, 2005).
Altas demandas físicas e mentais de trabalho frequentemente
são associadas com DORT pois, quando as mesmas estão acima da
capacidade do trabalhador isso pode representar um fator de risco para o
desenvolvimento de sintomas relacionados com distúrbios
osteomusculares. As mulheres apresentam mais risco de desenvolver
sintomas dolorosos nessas situações, isso pode ser explicado por sua
menor massa muscular quando comparada aos trabalhadores do sexo
masculino, sua composição corporal e tamanho. (MACIEL,
FERNANDES e MEDEIROS, 2006).
m contri uinte para o aumento das dores m sculo-
esquel ticas no trabalhador é a dupla jornada de trabalho exercida pelo
mesmo, gerando um grande desgaste físico e mental, causando
sobrecarga e fadiga e prejudicando seu rendimento nas operações. Essa
sobrecarga está diretamente ligada ao surgimento das DORT, pois criam
ambientes de trabalho tensos, que influenciam na saúde do trabalhador,
e situações como pressão no trabalho, pouca autonomia no próprio
trabalho, trabalho monótono, ausência de interações sociais, podem
influenciar no surgimento de sintomas dolorosos, interferindo na
qualidade de vida e na produtividade do trabalhador (DE ALENCAR,
SCHULTZE, e DE SOUZA, 2017).
De acordo com Couto (2006), existem cinco motivos pelos
quais a incidência dos DORT vem aumentando no mundo inteiro nos
últimos anos:
Desequilíbrio entre o trabalho prescrito e o tempo fornecido
para seu cumprimento;
A ausência de mecanismos de regulação;
Aumento da complexidade dos trabalhos executados pelos
trabalhadores;
A realidade social que permite o surgimento de lesões,
decorrente do fracasso dos mecanismos de regulação das empresas; e
Aumento da exigência biomecânica das tarefas.
40
2.3.2 Acidentes de Trabalho
Acidente de Trabalho, de acordo com a Lei Nº 8.213, de 24 de
julho de 1991 é o que acontece pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos assegurados previdenciários,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou
a perda ou redução, permanente ou temporária para o trabalho. Também
pode ser entendido, em uma abordagem mais prevencionista como ―toda
ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho,
da qual possa ressaltar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do
trabalhador e/ou danos materiais econômicos à empresa‖ pelo Histórico
da Segurança do Trabalho (2012).
Kamimura (2012) afirma que podemos equiparar a acidentes de
trabalho qualquer acidente que, mesmo não tendo sido a única causa da
lesão, tenha contribuído para a decorrência da mesma, como por
exemplo certos acidentes sofridos no local e horário de trabalho,
doenças provenientes de contaminação acidental durante o exercício de
alguma atividade laboral, e também qualquer acidente sofrido no trajeto
saindo de sua residência em direção ao local de trabalho, e no trajeto de
volta.
A falta de segurança no trabalho nas empresas brasileiras, além
dos impactos sociais e dos prejuízos financeiros para as empresas, causa
também prejuízos na saúde pública, gastos com reabilitação profissional
e despesas com pagamento de benefícios previdência social. O alto
volume de recursos que é alocado para amparar trabalhadores vítimas de
situações de trabalho inadequadas poderia ser canalizado para outras
políticas sociais (BRASIL, 2001).
Gonçalves Filho e Ramos (2015) afirmam que apesar do termo
―acidente‖ ser usado para descrever quando uma lesão corporal ocorre a
um trabalhador, essa situação não constitui obra do acaso e, em sua
maioria das vezes, é amplamente previsível e possível de se prevenir.
Quando é feita uma boa análise da situação, os possíveis riscos são
conhecidos e as devidas medidas de controle de risco são tomadas, é
possível prevenir que novos eventos ocorram, e prevenir o funcionário
de possíveis eventos.
Segundo o Ministério da Previdência e Assistência Social -
MPAS (2018) os Acidentes de Trabalho podem ser classificados como:
Acidentes com CAT Registrada: correspondem ao número de
acidentes cuja Comunicação de Acidentes do Trabalho - CAT foi
registrada no INSS. Não é contabilizado o reinício de tratamento ou
afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou
doença do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS.
Acidentes Sem CAT Registrada: correspondem ao número de
acidentes cuja CAT não foi registrada no INSS. O acidente é
identificado por meio de um dos possíveis nexos: Nexo Técnico
Profissional/Trabalho, Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
(NTEP) ou Nexo Técnico por Doença Equiparada a Acidente do
Trabalho. Esta identificação é feita pela nova forma de concessão de
benefícios acidentários.
Acidentes Típicos: são os acidentes decorrentes da
característica da atividade profissional desempenhada pelo segurado
acidentado.
Acidentes de Trajeto: são os acidentes ocorridos no trajeto
entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa.
Acidentes Devidos à Doença do Trabalho: são as doenças
profissionais, aquelas produzidas ou desencadeadas pelo exercício do
trabalho peculiar a determinado ramo de atividade, e as doenças do
trabalho, aquelas adquiridas ou desencadeadas em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente.
Óbitos: é o falecimento do segurado ocorrido em função do
acidente do trabalho durante o exercício laboral.
2.3.3 Riscos Ambientais
Riscos ambientais são agentes existentes nos ambientes de
trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e
tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador
a curto, médio e longo prazo. A gravidade desses danos é influenciada
por diversos fatores como o tempo de exposição, a sensibilidade
individual de cada trabalhador, a concentração do agente danoso, a
intensidade, e por fim a natureza do risco (HISTÓRICO DA
SEGURANÇA DO TRABALHO, 2012).
Em uma análise do conceito por uma abordagem organizacional,
42
riscos ambientais podem ser definidos como agentes que podem causar
desconforto ao usuário, dadas condições precárias do ambiente de
trabalho ou do processo operacional das diversas atividades
profissionais (Maia e Rodrigues 2012).
São diversos os riscos que o trabalhador está exposto dentro de
um ambiente organizacional, estando em maior ou menor risco
dependendo de sua área de atuação, mas sempre havendo fatores que
podem ser prejudiciais à sua integridade física. Estes riscos estão
associados ao ruído, à iluminação, à temperatura, ao esforço físico, à
repetitividade, à monotonia, à exigência de postura inadequada, à
umidade, à pureza e velocidade do ar, à radiação, ao tipo de vestimenta,
aos produtos ou substâncias que podem penetrar no organismo do
trabalhador, e que em função de sua natureza, tempo de exposição e
intensidade, podem prejudicar a saúde e à integridade física do
trabalhador. Riscos ambientais também são aqueles associados às
instalações, máquinas e equipamentos. Podemos agrupar esses fatores
listados em cinco classes de riscos, sendo eles: físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes (DE VASCONCELOS et al.
2015).
Com base na Norma Regulamentadora 9 (PPRA - Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais), e na literatura existente foi montado o
Quadro 01 apontando as cinco classes de riscos ambientais,
acompanhadas de uma pequena descrição.
Quadro 02 - Classes de Riscos Ocupacionais.
Riscos Descrição
Físicos São capazes de modificar as características físicas do meio ambiente e normalmente, necessitam de um meio de transmissão (geralmente
o ar) para sua propagação, tem como resultado lesões crônicas.
Químicos Podem ser encontrados em diferentes estados (sólido, líquido e
gasoso) ou na forma de partículas suspensa no ar. Afetam quem não está executando diretamente a atividade.
Biológicos Decorrentes da utilização de seres vivos (em geral microrganismos)
como parte do processo produtivo, ou ainda condições insalubres
nos locais de trabalho.
Ergonômicos Provenientes da inadequação do meio de trabalho (maquinário,
mobiliários, métodos, etc.) às limitações físicas dos trabalhadores, provocam, em geral, lesões crônicas.
De acidente Ocorrem em pontos específicos do ambiente de trabalho e
geralmente há interação direta entre o operador e o agente gerador de risco, podem ocasionar lesões leves e imediatas.
Fonte: Maia e Rodrigues (2012).
Para cada categoria específica de risco, existe uma metodologia
particular de avaliação, tanto qualitativa quanto quantitativamente. A
complexidade das medições muitas vezes é um empecilho na
implementação de ações preventivas, pois nem todas as empresas
possuem funcionários capacitados para realizarem medições com
equipamentos e técnicas específicas. As medições atmosféricas de várias
substâncias químicas e de material radioativo são exemplos de riscos
deste tipo. Para uma maior chance de sucesso nas análises é importante
que todas as partes interessadas estejam evolvidas (PORTO, 2000).
2.4 NORMAS REGULAMENTADORAS
As Normas Regulamentadoras – NRs são um conjunto de
requisitos relativos à segurança e medicina do trabalho, são um guia de
atividades para uma organização atuar dentro da legalidade. Existem 36
NRs no total, cada uma com seus próprios parâmetros e
regulamentações, visando prevenir acidentes, lesões e doenças
decorrentes do trabalho. O objetivo principal das NRs é preservar a
integridade física do trabalhador, regulamentando e estabelecendo
políticas referentes à segurança e medicina do trabalho dentro das
empresas.
Foram criadas a partir da lei N° 6.514 de 1977. Citadas no
Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As
N ’s foram aprovadas pela Portaria N° 3.214, em 08 de junho de 1978.
Segundo a NR 01 - Disposições Gerais:
―As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e
medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas
empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CL .‖
A seguir são apresentadas quatro das trinta e seis Normas
Regulamentadoras existentes. Serão explicadas mais a fundo as normas
referentes a Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), Atividades
44
Operacionais Insalubres, Ergonomia e Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção. Essas normas dizem respeito a
assuntos que serão abordados futuramente nesse trabalho durante a
análise do ambiente de trabalho. Dentre todas as Normas
Regulamentadoras não existe nenhuma que se refere à instalação de
drywall diretamente, mas esse assunto está englobado por normas mais
gerais, como Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção.
2.4.1 NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI
A NR 06 - Equipamento de Proteção Individual - EPI,
considera EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
A empresa tem como obrigação fornecer gratuitamente ao
funcionário os EPIs adequados, em perfeito estado de conservação e
funcionamento nas seguintes circunstâncias: em situações de
emergência, enquanto medidas de proteção coletiva ainda estiverem sido
implementadas, e sempre que as medidas de segurança de ordem geral
não oferecerem proteção completa contra os riscos de acidentes, doenças
ou lesões, profissionais e de trabalho.
2.4.2 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
A NR 15 é referente à atividades e operações insalubres, nela são
definidos os limites de tolerância para uma atividade, ou seja, o grau de
exposição do trabalhador a um agente danoso durante sua vida laboral.
Nela também são regulamentados os adicionais salariais caso um
ambiente seja considerado insalubre, dependendo do grau de risco.
A norma é referente a todo tipo de fator que afete a saúde do
trabalhador, como ruído, calor, radiação, frio excessivo, radiação,
vibrações, umidade, agentes qu micos…
2.4.3 NR 17 - Ergonomia
A ergonomia é regulamentada pela NR 17 e ela objetiva
estabelecer parâmetros para adaptar as situações de trabalho às
características psicofisiológicas individuais dos trabalhadores, visando
maximizar seu conforto, segurança e desempenho eficiente.
A NR 17 dispõe sobre as condições de trabalho, incluindo
aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de
materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do
posto de trabalho e ao trabalho em si.
2.4.4 NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção
A NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção, tem como objetivo estabelecer diretrizes de ordem
administrativa, de planejamento e de organização, que visam a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de
segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho
na Indústria da Construção.
O artigo 17 da NR 18 é referente a Alvenaria, Revestimentos e
Acabamentos, e institui que devem ser utilizadas técnicas que garantam
a estabilidade das paredes de alvenaria da periferia, os quadros fixos de
tomadas energizadas devem ser protegidos sempre que no local forem
executados serviços de revestimento e acabamento e que os locais
abaixo das áreas de colocação de vidro devem ser interditados ou
protegidos contra queda de material.
2.5 CONSTRUÇÃO CIVIL
A cadeia produtiva da Construção Civil possui uma estrutura
complexa e é fundamental para a estruturação econômica do Brasil,
sendo uma grande consumidora de extratos minerais e de aço da
siderurgia, movimentando a economia nacional. Nas primeiras fases do
desenvolvimento econômico de um país, esse setor se desenvolve mais
rapidamente decorrente da necessidade de industrialização e
urbanização da nação, aumentando a participação do setor na
composição do PIB (KURESKI, 2008).
O World Bank (1984 apud KURESKI, 2008) destacou o setor da
Construção Civil entre os quatro primeiros lugares na classificação entre
os vinte maiores setores econômicos no planeta. Combinando essa
posição com o alto valor agregado dos produtos provenientes desse setor
pode-se perceber que a construção compõe uma grande fatia no que se
diz respeito à economia em geral.
Essa indústria no Brasil, de acordo com o Sebrae-MG (2006) tem
como principais características:
46
Utilizar predominantemente mão de obra pouco qualificada,
com baixo índice de contratação formal de funcionários quando
comparado com o alto número de empregos gerados;
Depender fortemente da evolução da renda interna e das
condições creditícias;
Apresentar índices de produtividade e competitividade muito
inferiores ao verificado em países desenvolvidos, principalmente em
fatores relacionados à ineficiências tecnológicas e de gestão; e
Utilizar predominantemente matérias primas nacionais, com
baixo índice de importação.
Demonstrar grande incapacidade de cumprimento de normas
t cnicas, apresentando elevados percentuais de n o conformidade
técnica dos materiais e componentes.
A Indústria da Construção Civil é uma atividade econômica que
depende diretamente do trabalho humano, por isso envolve não apenas
fatores econômicos, mas estruturas sociais, culturais e políticas.
Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AET)
(2018) do Ministério da Previdência Social e do Ministério do Trabalho
e Emprego, em 2013 o setor da Construção Civil foi o 4º setor com mais
acidentes de trabalho, totalizando 58.827 acidentes incluindo acidentes
sem CAT registrada e acidentes no trajeto entre o trabalho e a
residência. A distribuição dos números e classificações dos acidentes
está apresentada no Quadro 08 no Anexo A.
Essa frequência de acidentes é refletida tanto na queda de
qualidade na produção quando em prejuízos humanos e financeiros para
o setor. Esse elevado índice de acidentes pode ser entendido quando os
associamos com as condições de trabalho que os colaboradores estão
expostos, demonstrando padrões negligentes e inseguros. O canteiro de
obras por si só já configura um risco ao trabalhador, e, com a falta de
padronização e fiscalização dos processos, as condições de
periculosidade apenas aumentam. A regulação dessas condições de
trabalho muitas vezes é feita pelos próprios trabalhadores, com métodos
informais e não usuais, deixando questionável a confiabilidade do
sistema de fiscalização. (MEDEIROS e RODRIGUES, 2001).
As características únicas desse setor, como o deslocamento de
mão de obra, a diversidade de atividades e profissões, as constantes
mudanças do local de trabalho, com mão-de-obra pouco qualificada e
muitas vezes em situação ilegal o tornam mais suscetível a um alto
número de riscos (LIMA, 2004).
A seguir apresenta-se o Quadro 02 adaptado de Lima (2004) que
elucida os principais riscos que o trabalhador da Construção Civil está
exposto:
Quadro 03 - Principais riscos no em canteiros de obras na Construção Civil.
Fonte: Adaptado de Lima (2004).
Uma maneira de eliminar as deficiências na gestão do canteiro é
realizar um planejamento do layout, visando obter melhor utilização do
espaço disponível, locando operários, materiais e equipamentos,
permitindo que as os serviços sejam efetuados com eficiência e
segurança. Um bom layout de canteiro de obras tem como objetivo:
simplificação total, minimizar a movimentação de materiais, promover a
efetiva utilização do espaço, promover a segurança do trabalhador,
evitar investimentos financeiros desnecessários e estimular a melhor
utilização de mão de obra. (ELIAS et al., 1998).
48
2.6 DRYWALL
O sistema construtivo tipo dywall é um tipo de vedação vertical
interna empregado em forros, revestimentos e paredes não estruturais.
Usado em ambientes secos ou úmidos, tem como principal função a
compartimentação e separação de ambientes internos em edifícios
(JUNIOR, 2008).
A expressão ―drywall‖ que em português significada ―parede
seca‖ refere-se à característica principal do método, pois é um sistema
de vedação a seco, que não faz uso de água na sua execução. É um
processo no qual chapas de gesso acartonado de alta resistência
mecânica e acústica, são fixadas em perfis de aço galvanizado, com
parafusos autoperfurantes ou auto-atarraxantes e com tratamento de
juntas e arestas com fitas de alta resistência e elasticidade (BERNARDI,
2014).
Durante a construção devem-se sincronizar os trabalhos das
equipes de montagem das placas de gesso com as equipes de instalação
elétrica e hidráulica, pois os serviços devem ser executados
simultaneamente (HOLANDA, 2003).
A execução de reparos em estruturas de drywall é facilitada pelo
sistema oferecer uma parede lisa sem necessidade de acabamento. A
fixação de revestimento também e mais simples que na alvenaria
tradicional, pois não necessita quebrar as paredes (BERNARDI, 2014).
2.6.1 Histórico do Drywall
Em 1898 Augustine Sacket inventou as primeiras placas de gesso
acartonado, estas, eram delgadas e moldadas em fôrmas rasas, uma de
cada vez, e tinham a finalidade de servir como base para acabamento
(HARDIE, 1995).
O revestimento com placas de gesso se mostrou vantajoso, pois
garantiu mais resistência ao fogo nas estruturas de madeira, muito
comuns na época (SILVA, 2007).
A empresa Gypsum (1999) afirma que em 1917 criou as placas
chamas de Gypsum Board, encapadas com papel cartão, começando a
serem usadas nos EUA durante a Primeira Guerra Mundial, devido à sua
resistência ao fogo e rapidez de montagem, e tendo seu uso disseminado
durante os anos 1940. Nos dias atuais o uso de gesso acartonado chega a
ocupar 90% do mercado de vedações verticais nos EUA (LOSSO,
2004).
O mercado brasileiro começou a conhecer o gesso acartonado em
1972, quando a empresa Gypsum se instalou em Petrolina no
Pernambuco. A empresa realizou uma parceria com o Governo Federal
em uma iniciativa para tornar a casa própria mais acessível, com uma
diminuição nos custos e maior velocidade de execução, parceria essa
que teve seu fim em 1986 (SILVA, 2007).
Na década de 1980 o uso de gesso acartonado ainda era muito
pequeno, consumido apenas 20% do gesso brasileiro e sendo usado
quase exclusivamente em empreendimentos comerciais (HOLANDA,
2003).
A importação de chapas de gesso acartonado da América do
Norte pela Construtora Método Engenharia em 1990 impulsionou o
mercado gesso acartonado, fazendo com que o método fosse visto como
algo inovador e redutor de custos (HOLANDA, 2003).
Em 2001, foram instituídas as primeiras normas técnicas
brasileiras referentes a paredes de gesso acartonado, composto pelas
NBR 14.715 - Requisitos, NBR 14.716 - Verificação das Características
Geométricas e NBR 14.717 - Determinação das Características Físicas
(ABRAGESSO, 2014).
Como pode-se perceber pela Figura 03, elaborado pela
Associação Brasileira de Fabricantes de Blocos e Chapas de Gesso o
consumo histórico anual de chapas para drywall no Brasil (em milhões
de m²) cresce exponencialmente desde o ano de 1995 (ABRAGESSO,
2014).
Figura 03 - Consumo anual de chapas para drywall no Brasil (em milhões de
m2).
Fonte: ABRAGESSO (2014).
50
2.6.2 Etapas de Execução
Existe uma ordem preestabelecida de execução para os processos
de montagem do drywall, onde uma etapa só pode ser iniciada assim que
a anterior estiver completa. Essa metodologia facilita a correção de
possíveis falhas (JUNIOR, 2008).
Pode-se entender melhor a ordem dos processos analisando a
Figura 04, que apresenta hierarquicamente os processos necessários para
a montagem e instalação das placas de drywall bem como as atividades
que compõem cada etapa.
Figura 04 - Hierarquia do processo de instalação de gesso acartonado.
Fonte: Adaptado de Silva (2003).
2.6.2.1 Locação e Fixação das Guias
Na primeira etapa do processo de instalação e montagem das
chapas de gesso acartonado são empregados eixos metálicos na
horizontal, chamados de guias, que direcionam a divisória. São fixadas
no teto e no piso, e chamadas de superior e inferior, respectivamente. É
necessária a locação de guias para criar pontos de referencia para a
instalação das placas de gesso acartonado, como vãos de portas e janelas
(HOLANDA, 2003).
Entre as guias é deixado um espaço em forma de ―L‖ ou ― ‖ para
a fixação das placas de gesso acartonado. A fixação é feita por meio de
parafusos especiais ou pinos de aço, e tem um espaçamento máximo de
60cm entre os pinos (TANIGUITI, 1999)
Silva (2003), opina que é uma das etapas mais importantes da
execução, exigindo concentração, foco e precisão especiais do
trabalhador, pois um erro nessa etapa acarretará em problemas futuros
em toda a instalação.
Figura 05 - Marcações de guias e montantes.
Fonte: Condeixa ( 2013).
2.6.2.2 Colocação dos Montantes
Posteriormente à instalação das guias, são instalados os
montantes, perfis de aço galvanizado posicionados na vertical que darão
estrutura para a instalação das placas. Nesta etapa o trabalhador se
utiliza de trena e lápis para marcar a distância entre os montantes
seguindo o que está orientado no projeto (HOLANDA, 2003).
2.6.2.3 Fechamento da Primeira e Segunda Face das Paredes
Deve-se realizar o recorte designado no projeto das caixas
elétricas e outras instalações nas placas previamente à instalação.
52
A NBR 15.758-1 - Sistemas construtivos em chapas de gesso,
recomenda que a chapas tenham ao menos 1 cm a menos que o pé-
direito da estrutura do ambiente, sendo essa folga na parte inferior. A
norma ainda institui que as juntas das placas devem coincidir com os
montantes, mas as juntas de paredes adjacentes devem ser
desencontradas (ABNT, 2009).
Sobre a fixação das chapas a NBR 15.758-1 instrui que a
distância entre os parafusos deve ser entre 25 e 30 cm, se situando 1 cm
de distância da borda da chapa. É importante que a cabeça do parafuso
fique rente a chapa, não podendo ser fixado muito superficialmente nem
muito fundo, comprometendo a estrutura (ABNT, 2009).
Nesse processo os principais equipamentos utilizados pelo
trabalhador são a parafusadeira, o pedal (chapa metálica onde é fixada
uma roda), o levantador de chapa (composto por uma base e cabo
metálico), e para o corte é geralmente usado o estilete ou o serrote de
ponta e o serrote de copo (HOLANDA, 2003).
Para o fechamento da segunda face repete-se esse processo.
2.6.2.4 Tratamento de Juntas e Arestas
Na fase final do processo é aplicada uma camada de massa nas
juntas das placas, que possui bordas rebaixadas (vindas de fabrica ou
por cortes realizados no canteiro de obras) para que haja homogeneidade
na estrutura. As cabeças dos parafusos também recebem massa para
manter a homogeneidade (NUNES, 2015).
Após, é aplicada uma fita de papel micro perfurado no eixo da
junta, nessa etapa o trabalhador deve ter muito cuidado para que não
haja enrugamento ou formação de bolhas. Terminada a aplicação da fita,
deve-se aplicar mais uma camada de massa sobre a fita. Espera-se a
massa curar e em seguida pode-se passar mais uma cada fina de massa
para o nivelamento das placas, ou então lixar para eliminar qualquer
desnível ou ondulação (ABNT, 2009).
As cabeças dos parafusos também devem ser tratadas, sendo
importante seu correto nivelamento com a placa. Os mesmo deve
receber apenas uma camada de massa cruzada, esperar a secagem da
massa e repetir o processo. É aconselhável lixar a região para livrar-se
de imperfeições do mesmo modo que é executado nas juntas (ABNT,
2009).
Para ângulos internos entre as paredes há uma pequena diferença
entre o tratamento de juntas planas, o processo é o mesmo em sua
grande maioria, é na aplicação do papel micro perfurado, que deve ser
aplicado dobrado ao meio, possuindo um eixo pré marcado para tal
finalidade, formando um angulo reto, possibilitando seu encaixe na
junção entre as paredes (NUNES, 2015).
2.6.3 Vantagens
As vantagens do uso do sistema drywall não são apenas
financeiras, mas cobrem uma diversa gama de motivos. A seguir são
apresentadas as principais vantagens do uso desses sistema, em
comparação com a alvenaria cerâmica, baseado em Fleury (2014),
Bernardi (2014), Heringer (2015) e Tres (2017).
Rapidez na execução;
Redução do volume de material transportado;
Flexibilidade de layout;
Facilidade na execução de instalações, evitando a quebra das
paredes e desperdício de material;
Diminuição da necessidade de mão de obra;
Possibilidade de manutenção sem quebra, apenas com recorte da
placa;
Aumento da área útil com a diminuição da espessura das paredes;
Diminuição do peso sobre a estrutura, sendo que o drywall possui
densidade menor que a alvenaria;
Diminuição da quantidade de resíduos gerados;
Alta produtividade;
Possibilidade de reciclagem de resíduos;
Facilidade de acabamento;
Resistencia ao fogo;
Isolamento acústico;
Possibilidade de desmonte; e
Acabamento com perfeição, sem trincas o rachaduras;
A imagem apresentada a seguir foi elaborada por Bernardi (2014)
ilustrando as vantagens do uso da drywall.
54
Figura 06 - Comparativo entre alvenaria e drywall.
Fonte: Bernardi, 2014.
Como se pode perceber pela imagem e pela lista apresentadas
anteriormente, as vantagens do drywall abrangem diversos setores da
obra.
3 METODOLOGIA
No capítulo a seguir será apresentada a caracterização da
pesquisa a ser feita nesse trabalho e os passos a serem tomados para a
execução da pesquisa.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Objetiva-se com o presente estudo analisar as condições de
trabalho de um canteiro de obras da Construção Civil, mais
especificamente as condições dos trabalhadores instaladores de drywall, para assim, apresentar sugestões de melhoria de acordo com os critérios
de decisão estabelecidos durante a aplicação do método
macroergonômico de análise. Sendo assim, este trabalho caracteriza-
secomo um estudo de caso, visando levantar e analisar os fatores
agravantes à saúde do trabalhador enquanto ele exerce seu ofício. A
análise de dados é feita tanto no âmbito quantitativo quanto qualitativo,
focando mais na abordagem qualitativa dos dados, por meio de
questionários aplicados aos trabalhadores. O questionário foi elaborado
baseando-se na literatura existente sobre o tema. Também será feito o
levantamento de informações por meio da análise direta das condições
de trabalho existentes no local analisado.
De acordo com Gil (2002) a pesquisa apresentada a seguir é
classificada como descritiva, pois tem como objetivo descrever as
caraterísticas de uma determinada população ou fenômeno por meio de
técnicas de coleta de dados padronizadas, tais como questionários ou
observação sistemática. Pode-se também classificar a pesquisa como
exploratória, pois ela visa proporcionar maior familiaridade do leitor
com o problema, tornando-o mais explícito, ou construindo hipóteses
(GIL, 2002).
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A análise proposta nesse trabalho visa identificar os riscos
ergonômicos em um canteiro de obras da Construção Civil no setor de
instalação de drywall, avaliar as condições de trabalho que o operário
está exposto, e, caso necessário, propor sugestões de melhoria de acordo
com os critérios de decisão estabelecidos durante o método
macroergonômico de análise.
Sendo assim, os procedimentos metodológicos serão constituídos
de duas etapas principais, o levantamento da literatura e o estudo de
56
caso. Bressan (2000) afirma que no estágio do levantamento de
literatura é necessário que seja feita uma revisão bibliográfica sobre o
tema, e se aprenda os conceitos relativos ao caso para se adquirir uma
primeira noção sobre o funcionamento dos componentes das praticas
observadas. Além disso, é necessário realizar-se o levantamento da
literatura existente sobre o tema para delimitar as fronteiras do que será
investigado, identificar e conhecer o estado atual das pesquisas sobre a
área e estudada, e acompanhar o grau de evolução sobre o tema
(MIGUEL, 2007).
Na primeira etapa, delimitou-se o tema proposto pelo objetivo de
pesquisa, realizando-se buscas na bibliografia existente sobre a relação
documentada entre o conceito de Ergonomia e o setor da Construção
Civil. As palavras chave utilizadas nessa pesquisa foram: Ergonomia,
Macroergonomia, Construção Civil, Saúde e Segurança e Mão de Obra.
Após a realização da fundamentação teórica, partiu-se para a
determinação do caso a ser estudado. Na segunda etapa então foi
realizado o estudo de caso em um canteiro de obras da Construção Civil
como proposto. Esse tipo de abordagem objetiva aprofundar os
conhecimentos acerca do problema em questão, estimulando a
compreensão, sugerindo hipóteses, questões e desenvolvendo teorias,
pois é uma abordagem mais profunda do caso específico, permitindo seu
conhecimento detalhado (MIGUEL, 2007).
3.2.1 Classificação por áreas
Visando orientar as pesquisas, guiar melhor as observações in
loco e facilitar a coleta de dados para a análise posterior, foram
definidas quatro grandes áreas como foco do presente estudo, adaptadas
de Dul e Weerdmeester (2004). Definiu-se essas áreas pois elas
contemplam os fatores físicos e técnicos referentes aos problemas
físicos e psicológicos que os trabalhadores da situação estudada estão
expostos.
Fatores Ambientais;
Posto/Ambiente de Trabalho;
Organização e Trabalho; e
Fatores Biomecânicos e Fisiológicos
3.2.2 Coleta de Dados
Para a coleta de dados optou-se por analisar a situação vivenciada
pelos trabalhadores de diferentes perspectivas, para assim ter um melhor
entendimento das condições de trabalho, utilizando as ferramentas a
seguir:
•Aplicação de questionário
A coleta de dados se iniciou com a aplicação de um questionário
baseado na obra de Dul e Weerdmeester (2004) aos seis operários que
trabalham no setor de instalação de drywall da obra estudada. O
questionário que consiste em 26 questões, baseadas nas perguntas
sugeridas por Dul e Weerdmeester, é dividido em quatro partes. O
questionário está anexado ao fim do trabalho como Apêndice A.
Para a aplicação do questionário abordou-se os trabalhadores
durante o expediente, no próprio local de trabalho e foi realizado um
acompanhamento durante seu preenchimento. A pausa no
desenvolvimento das atividades foi solicitada à empresa e durou cerca
de 20 minutos.
•Entrevistas individuais
Foram realizadas entrevistas informais com o responsável pela
equipe de instalação de drywall, com quem se obteve informações gerais
sobre o trabalho realizado pelos operários, uma vez que a opinião do
funcionário envolvido é de suma importância na aplicação de
ferramentas macroergonômicas. Questionou-se o responsável sobre as
condições gerais do ambiente de trabalho e o relacionamento
interpessoal dos operários. Questionou-se também os seis operários no
setor de instalação de drywall sobre informações que os mesmos
gostariam de acrescentar ao questionário aplicado.
As entrevistas aos operários foram realizadas durante o
desempenhar das atividades, de modo verbal, para que não houvesse
perda de produtividade devido à aplicação da pesquisa. As tarefas são
sempre realizadas pelo instalador e um ajudante, assim sendo, o
questionamento do instalador e do ajudante foi realizado em conjunto.
Durante as entrevistas os trabalhadores forneceram diversas informações
que não constavam no questionário, permitindo assim uma imagem mais
clara das condições de trabalho em questão.
58
•Observações das atividades e posturas assumidas
Foram coletadas informações também pelo acompanhamento e
observação direta das atividades desempenhadas pelos trabalhadores a
fim de se obter dados de forma direta, sem interferência. Foram feitas
anotações além de captura de imagens por fotos e vídeos, com o
objetivo de compreender as posturas e movimentos feitos pelos
trabalhadores no desempenhar natural de suas funções. Com essas
observações foi permitida a descrição dos postos de trabalho, das tarefas
prescritas, das ferramentas utilizadas e do modo que cada trabalhador
desempenha essas tarefas prescritas.
Para a coleta de informações foram realizadas visitas em
diferentes horas do dia e diferentes dias da semana, inclusive no sábado,
dia que alguns dos trabalhadores optam por trabalhar para aumentar seu
volume de produção.
3.2.3 Análise preliminar
Após a coleta de dados e levantamento de informações pode-se
realizar uma análise intermediária das informações levantadas até o
momento, para assim preparar os dados para a aplicação da ferramenta
SAT. Salienta-se a importância do esclarecimento das principais
demandas ergonômicas apresentadas nessa analise preliminar, pois são
os dados de entrada na ferramenta SAT. Com a análise preliminar
busca-se sintetizar as informações recolhidas de diferentes fontes e
formatos e sintetizar em um tipo de dado de entrada. Pode-se visualizar
esse conceito com a Figura 07:
Figura 07 - Diagrama da metodologia.
Fonte: Elaborado pela Autora
3.2.4 Aplicação do System Analysis Tool
Nesse passo os dados são introduzidos na ferramenta segundo as
etapas descritas por Robertson (2002). Assim constrói-se a Árvore de
Problemas, Árvore de Objetivos e assim sucessivamente seguindo o
roteiro da metodologia. Como atestado anteriormente, neste trabalho a
metodologia será aplicada apenas até o passo 6 por limitações no
ambiente.
Durante a execução dos passos da metodologia SAT, outras
ferramentas foram utilizadas para a melhor execução do projeto. Como a
Matriz Morfológica, utilizada para levantar e definir a melhor alternativa
na resolução de situações, e a Matriz GUT, para estabelecermos
prioridade de atuação.
60
4 DISCUSSÕES
O presente capítulo engloba a caracterização do local, as
entrevistas com os funcionários, as respostas dos questionários aplicados
e as observações feitas in loco.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO
O estudo foi realizado em um canteiro de obras na cidade de
Chapecó, Santa Catarina, localizado na Avenida Fernando Machado
esquina com a rua Duque de Caxias, no bairro Centro. O prédio
desenvolvido pela construtora A tem o nome de Il Centenário. Pode-se
notar a localização da obra no município de Chapecó através da imagem
retirada do Site Google Maps, a seguir:
Figura 08 - Localização da obra.
Fonte: Site Google Maps.
A representação esquemática da estrutura funcional do setor de
produção da obra está representada no organograma apresentado na
Figura 09. Esta obra tem profissionais envolvidos em setores de fôrmas,
armação, elétrica, pedreiros, e instaladores de drywall. É importante
ressaltar que as equipes não trabalharam juntas desde o primeiro
momento na obra, sendo que primeiramente foi necessário o trabalho do
setor de fôrmas, armação e pedreiros e, após, os setores de elétrica,
hidráulica e drywall. Os pedreiros fazem o serviço de alvenaria,
chapisco, emboço, reboco, contrapiso, assentamento de cerâmicas,
azulejos e esquadrias, possuindo serventes como ajudantes. A equipe de
fôrmas composta por carpinteiros é responsável pelas fôrmas de
baldrames, blocos, lajes, pilares e vigas. A equipe de armação é
responsável pela confecção de armaduras. A equipe de hidráulica faz as
instalações hidrossanitárias, de água fria, água quente, e esgoto. Os
eletricistas realizam as instalações elétricas do empreendimento, como
fiação, tomadas, e iluminação. A instalação do drywall é feita por uma
equipe composta de seis pessoas, três profissionais e três ajudantes, com
um supervisor da empresa, que não passa o período inteiro na obra, mas
visita de tempos em tempos a fim de acompanhar a execução e verificar
a qualidade do serviço.
Figura 09 - Organograma estrutural da equipe de produção.
Fonte: Elaborado pela Autora.
A empresa responsável pela execução da parte de drywall da obra
do edifício Il Centenário é a empresa B, empresa que começou sua
participação no empreendimento em fevereiro desse ano e tem como
previsão de entrega das paredes de drywall e forros até março de 2019.
Os instaladores de drywall são trabalhadores terceirizados e
recebem por volume produzido, então são livres para montar seu próprio
horário de trabalho e definir seu volume de produção, podendo instituir
pausas no dia de trabalho e trabalhar nos sábados.
As salas do empreendimento são vendidas em planta, e os
clientes após adquirirem as salas possuem diferentes prazos para
realizarem modificações na planta das salas sem adicional de custo.
62
Assim, as equipes de drywall devem em algumas situações aguardar a
decisão do cliente para iniciar a instalação das chapas.
Não há posto específico para a realização do trabalho, uma vez
que o a tarefa consiste na instalação de chapas ao longo da planta do
edifício, os trabalhadores se movimentam com suas ferramentas ao
longo das salas e andares. O material necessário para a realização do
serviço já se encontra nos andares e não há necessidade de grandes
deslocamentos para buscá-los.
4.2 RESULTADOS
Com o intuito de identificar os fatores que afetam a saúde e a
segurança do trabalhador da Construção Civil, e mais especificamente o
instalador de vedação tipo drywall, foram efetuados três passos para
termos uma compreensão mais abrangente das condições de trabalho
que os operários estavam expostos. Primeiramente questionou-se o
supervisor da empresa B sobre as condições gerais de trabalho, e
posteriormente aplicou-se os questionários junto aos funcionários e
após, realizou-se observações do ambiente e das tarefas desempenhadas
acompanhadas de questionamentos informais dos trabalhadores,
procurando causar perturbações mínimas no ritmo de trabalho normal,
para que os dados coletados fossem minimamente afetados. Objetiva-se,
com essa abordagem em três campos (supervisor, operário e análise da
pesquisadora), coletar informações de diferentes fontes e perspectivas,
para que assim, seja possível montar uma imagem mais clara das
condições reais de trabalho.
Durante os questionamentos e aplicação dos questionários foi
repassado aos trabalhadores que os questionários têm fins puramente
acadêmicos, e que a empresa não teria acesso a tais informações.
Buscou-se manter todo e qualquer contato relacionado com a pesquisa
sob sigilo, a fim de não prejudicar os trabalhadores respondentes.
Também procurou-se enquanto os trabalhadores respondiam os
questionários, sanar qualquer dúvida existente sobre o sentido e objetivo
das perguntas, para que assim as respostas fossem o mais próximo
possível da realidade.
Apesar das medidas tomadas, durante o processo de coleta de
dados por meio dos questionários notou-se de que os resultados
pudessem ser parciais devido ao medo dos trabalhadores de sofrerem
represálias da empresa. Ao fim da coleta de dados foram encontradas
divergências entre os dados coletados nos questionários e as
informações obtidas informalmente e por meio de observações, por esse
motivo, a análise estatística dos respondentes das questões será
acompanhada de comentários referentes às informações coletadas in
loco. Com os questionários preenchidos geraram-se dados estatísticos
por meio de uma pontuação baseada em uma escala de zero a dez para
cada pergunta realizada, com os valores de zero e dez mudando de
significado a cada pergunta. Por meio de uma média simples
contemplou-se todas as questões e suas respectivas pontuações nos
diversos quesitos citados no questionário. Por meio dessa média
procurou-se obter o nível médio de insatisfação do trabalhador. Os
posicionamentos apresentados pelos trabalhadores nas entrevistas e
questionários revelaram suas opiniões acerca das condições das
atividades exercidas, situação dos equipamentos utilizados e segurança
durante o trabalho.
No total foram obtidos seis questionários respondidos, sendo três
de instaladores de drywall e três de ajudantes, e a partir dos valores
obtidos nesses seis questionários foi feita a análise estatística
supracitada.
Ao todo o questionário continha 26 perguntas abrangendo as
áreas de Fatores Ambientais, Posto/Ambiente de Trabalho, Organização
do Trabalho, e Fatores Biomecânicos, ao final no trabalho, no Apêndice
B, são apresentadas as perguntas e a média das respostas obtidas, e a
seguir apresentaremos a análise das perguntas que apresentaram
respostas mais cruciais no levantamento de problemas no ambiente
estudado.
Para a compilação de dados a serem usados na ferramenta SAT,
foram tomadas como base as informações coletadas durante a aplicação
do questionário, acrescido de informações baseadas em observações
diretas da pesquisadora.. Muitas vezes os trabalhadores não
consideravam sérios os problemas existentes no local de trabalho, não
dando a pontuação devida a alguns quesitos, fazendo assim com que o
questionário não fosse realmente fiel à realidade encontrada no local.
Perguntas 1 e 5 - Temperatura do Ambiente e Qualidade do Ar
O ambiente analisado é uma obra da Construção Civil com a
maioria das vedações externas já realizadas, mantendo assim um
controle parcial de temperatura do ambiente e impedindo a entrada de
ventos. Durante os dias de visita o clima apresentava temperaturas
agradáveis, não tendendo para extremos, o que pode ter influenciado as
respostas dos trabalhadores. É importante notar que não há qualquer tipo
64
de abertura para ventilação além da abertura para o elevador. Não há
também qualquer tipo de exaustor para que haja movimentação do ar,
sendo que há alta quantidade de poeira decorrente do corte de peças de
gesso acartonado. Abaixo na Figura 10 são apresentadas as respostas
dadas sobre a temperatura do ambiente, sendo zero ―desconfort vel‖ até
dez ―muito confortável‖. A média de resposta para essa pergunta foi de
6,83.
Figura 10 - Gráfico de respostas sobre a temperatura do ambiente.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Na Figura 11 apresentada a seguir são mostradas as respostas
dadas pelos trabalhadores sobre a qualidade do ar do ambiente. Sendo
Sendo zero ―ruim‖, até dez ― oa‖ A resposta média para essa pergunta
foi 7. Apesar da boa pontuação obtida no questionário foi identificado
que no local de trabalho não há pontos de ventilação de ar. Durante o
momento de instalação do drywall os andares já se encontravam
completamente fechados. Tendo apenas a abertura para o elevador como
ponto de ventilação de ar. É importante ressaltar que no desempenhar
das atividades há cortes das peças de drywall liberando partículas de
poeira de gesso no ambiente, partículas que se inaladas podem ser
extremamente prejudiciais ao sistema respiratório.
Figura 11 - Gráfico de respostas sobre a qualidade do ar.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Perguntas 2 e 4 - Vibração de Máquinas e Nível de Ruído
Durante o desempenhar das tarefas eram utilizadas uma
parafusadeira e uma furadeira, ambas as máquinas produzindo altos
níveis de ruído e vibração, fato notado in loco, e confirmado pelos
trabalhadores nos questionários. Na Figura 12 pode-se ver o gráfico das
respostas sobre a quantidade de vibração das máquinas, sendo zero
―nenhuma vi ra o‖ até de ―muita vi ra o‖. A pontuação média para
essa pergunta foi 9. Em entrevistas com os trabalhadores foi ressaltado o
alto nível de vibração dos equipamentos e os mesmos apontaram um
certo desconforto após utilizarem equipamentos que geram vibração por
muito tempo.
66
Figura 12 - Gráfico de respostas sobre a vibração das máquinas.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Na Figura 13 é apresentado o gráfico das respostas sobre o nível
de ruído das máquinas, nessa pergunta zero representava ―nenhum
ru do‖ até dez ―muito ru do‖. A pontuação média para essa pergunta foi
6. É importante ressaltar que os equipamentos de proteção auricular não
estarem sendo utilizados. Apesar dos ruídos não serem contínuos, sua
frequência é muito alta, podendo causar danos na audição do trabalhador
quando o mesmo exerce a mesma profissão por anos.
Figura 13 - Gráfico de respostas sobre o nível de ruído.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Questionou-se os trabalhadores sobre sua percepção referente ao
nível de iluminação do ambiente, sendo que o ambiente não possui
nenhum tipo de luz artificial, toda a luz utilizada pelos operários provém
do exterior e é dependente das condições climáticas. Para essa pergunta
utilizou-se uma escala de zero a dez, com zero representando ―pouca
lu ‖ até dez ―ilumina o tima‖. As respostas apresentadas na Figura 14
mostram opiniões quase unanimes que a iluminação é ótima para o
trabalho desempenhado. A pontuação média de respostas para essa
pergunta foi de 9,83. Apesar da alta nota dada para os trabalhadores
nesse quesito é importante ressaltar que o trabalho em questão requer
marcações milimétricas e cortes precisos, sendo necessária uma boa
iluminação, requerendo que o trabalhador force a visão no momento de
corte e fixação das chapas, podendo causar danos à visão no longo
prazo.
Figura 14 - Gráfico de respostas sobre o nível de iluminação.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Perguntas 6 e 7 - Disponibilidade de EPIs e Uso de EPIs
No decorrer da pesquisa pode-se perceber que os trabalhadores
utilizavam apenas alguns dos Equipamentos de Proteção Individuais
necessários para a situação de trabalho existentes, quando questionados
sobre o motivo da ausência dos equipamentos todos os trabalhadores
apresentaram a mesma resposta, afirmando que a empresa disponibiliza
todos os equipamentos de proteção necessários, mas que optam por não
usar, pois atrapalha o desempenhar das tarefas. Dos quatro EPIs
68
necessários, luvas, capacete, protetor ocular e botas, os trabalhadores
utilizavam apenas botas e capacetes.
A seguir são apresentadas algumas imagens das sinalizações
encontradas no local
Figura 15 - Imagens referentes aos EPIs no canteiro de obras.
Fonte: Autora.
A seguir são apresentadas (Figura 16) as respostas sobre a
disponibilidade de EPIs, sendo zero ―ruim‖ à dez ― tima‖. A resposta
média dessa pergunta foi 10.
Figura 16 - Gráfico de respostas sobre a disponibilidade de EPIs.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Apesar dos EPIs estarem disponíveis todo o tempo e a sinalização
estar espalhada por todo local lembrando seu uso, o trabalhadores não
seguem essa diretriz, como demostrado nas respostas da próxima
pergunta, referente ao uso dos EPIs, sendo zero ―nunca‖ e dez ―sempre‖.
A reposta média dessa pergunta foi 3,83.
Figura 17 - Gráfico de respostas sobre a disponibilidade de EPIs.
Fonte: Elaborado pela Autora.
70
Pergunta 9 - Tempo de trabalho realizado acima do ombro
Pelo fato do trabalho ser realizado com chapas grandes, muitas
vezes com mais de 3m de altura, se fez necessário o questionamento de
quanto tempo o trabalhador passa realizando trabalhos acima do ombro,
e todas as fontes de informação apontam para o mesmo resultado, que
grande parte do trabalho é realizado acima do ombro, mesmo com a
presença de escadas no local, como pode ser visto na Figura 18.
Figura 18 - Trabalho realizado acima do ombro.
Fonte: Autora.
A seguir são apresentadas na Figura 19 as respostas referentes ao
tempo de trabalho realizado acima do ombro, sendo zero ―nunca‖ e dez
―todo o tempo‖. A resposta média para essa pergunta foi de 7,5.
Apesar da nota do questionário ser de apenas 7,5 se acredita que
uma parte muito maior do trabalho é realizada com os braços acima dos
ombros, uma vez que esse movimento é necessário para colocação das
chapas no local a serem fixadas, fixação de chapas e até no momento do
corte. Acredita-se que esse é um dos problemas mais críticos
encontrados no local.
Figura 19 - Gráfico de respostas sobre o tempo de trabalho realizado acima do
obro.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Pergunta 10 - Uso de plataformas para trabalhos realizados acima
do ombro
Com a frequência da necessidade da realização de trabalhos
acima do ombro, o uso de plataformas ou escadas se faz presente. Sendo
assim, questionou-se aos trabalhadores sobre a frequência do uso de
plataformas ou escadas para trabalhos acima do ombro.
Como pode ser analisado na Figura 20, escadas são utilizadas
para trabalhos em altura.
72
Figura 20 - Trabalho realizado com escada.
Fonte: Autora.
A Figura 21 apresenta as respostas dadas pelos trabalhadores
referentes ao uso de plataformas para trabalhos realizados acima do
ombro, sendo zero ―nunca‖ e dez ―sempre‖. A resposta média dada para
essa pergunta foi 9,6.
Figura 21 - Gráfico de respostas sobre o uso de plataformas para trabalho
realizado acima do obro.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Uma explicação para o alto índice de respostas ―sempre‖ para o
uso de plataformas para trabalhos acima do ombro é a percepção dos
trabalhadores do que é um trabalho acima do ombro. Questionamos o
trabalhador da Figura 18 se ele considerava sua posição na foto como
trabalho acima do obro e sua resposta foi negativa. Assim sendo,
devemos considerar que o tempo de trabalho realizado acima do ombro,
mesmo com a disponibilidade de plataformas é muito mais alto que o
indicado pela nota do questionário.
Pergunta 22 - Adequação do Layout
Quanto a adequação do layout, se havia espaço suficiente para
movimentação, para realização dos trabalhos e bancadas para posicionar
equipamentos, na Figura 22 são apresentadas as respostas dos
trabalhadores, sendo zero ―inadequado‖ até dez ― timo‖. A média de
respostas apresentada é de 6,5.
74
Figura 22 - Gráfico de respostas sobre a adequação do layout.
Fonte: Elaborado pela Autora.
Pode-se notar pela Figura 23 que não há presença de bancadas no
ambiente estudado, por esse motivo, os materiais e ferramentas são
alocados no chão e sob as próprias chapas que virão a ser utilizadas,
atrapalhando a organização do trabalho.
Figura 23 - Ferramentas e materiais na obra.
Fonte: Autora.
Figura 24 - Trabalhador realizando corte.
Fonte: Autora.
76
Notou-se também a inexistência de bancada de corte no local,
forçando o trabalhador a realizar o serviço no chão com postura
inadequada como se pode verificar pela Figura 24.
Pergunta 26 - Frequência de tarefas envolvendo o corpo todo
Outra pergunta feita aos trabalhadores foi a frequência que eles
realizavam tarefas que necessitavam mover o corpo todo, como por
exemplo, carregar chapas inteiras. Percebe-se que quem realizava esse
trabalho com maior frequência eram os ajudantes, que pegavam as
chapas do local as mesmas estavam depositadas e carregavam até o local
no qual seriam instaladas. Na Figura 25 pode-se ver as respostas dadas
pelos trabalhadores à essa pergunta, sendo que zero representava
―nunca‖ até dez, ―sempre‖. A média de respostas foi 9,83.
Figura 25 - Gráfico de respostas sobre a frequência de tarefas envolvendo o
corpo todo.
Fonte: Elaborado pela Autora.
A seguir será desenvolvida a ferramenta SAT, alimentada com
dos dados recolhidos em campo. As informações levantadas por meio de
observações e questionamento serão os dados de entrada necessários
para o desenvolvimento da ferramenta.
5 APLICAÇÃO DO SYSTEM ANALYSIS TOOL
Neste capítulo é descrita a aplicação da ferramenta
macroergonômica no canteiro de obras analisado. A metodologia é
descrita passo a passo ao longo do capítulo. Com a análise inicial
descrita no capítulo anterior pode-sedesenvolver o SAT. Dos sete passos
existentes, seis foram aplicados devido às limitações existentes.
5.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
O método macroergonômico considera válido todo o input do
funcionário sobre sua situação de trabalho, por isso as observações
preliminares, consistidas de observação, entrevistas e questionários
foram fundamentais como insumo para a para a aplicação do método.
Assim foi possível a realização de um diagnóstico dos problemas
encontrados in loco.
Como descrito anteriormente, a primeira etapa da metodologia
SAT é a elaboração da ―Árvore de Pro lemas‖. Para tanto, deve-se
definir o problema, os subproblemas, as consequências reais desses
problemas, e o grau e interação real entre as áreas observadas.
O problema considerado na montagem deste diagrama é a
―Avalia o dos riscos ergonômicos presentes no setor de instalação de
drywall em um canteiro de obras da Construção Civil‖. Derivados deste
problema, existem três outros subproblemas importantes: Riscos de
Desempenho, Riscos de Descumprimento das NRs e Riscos à Saúde e
Segurança. Dentro de cada retângulo maior é apresentada uma breve
descrição de fatos e acontecimentos registrados ao longo das
observações. Os retângulos menores e na base do desenho são as macro
áreas de onde os problemas se derivam. Para Robertson, esse primeiro
passo é muito importante no entendimento dos subsistemas envolvidos.
Segundo Mosard (1983) a Árvore de Problemas deve demonstrar a
ligação entre as demandas do trabalho com os problemas e suas
iterações. Na página seguinte é apresentada a Figura 26, mostrando a
Árvore desenvolvida para o estudo.
78
Figura 26 - Árvore de Problemas.
Fonte: Elaborado pela Autora
5.2 ÁRVORE DE OBJETIVOS
Nesta etapa da ferramenta SAT desenvolve-se a Árvore de
Objetivos. Para que sejam definidos primariamente os objetivos e
consequentemente as ações a serem tomadas é necessário que se tenha
um conhecimento claro do problema levantado e seja definida a meta da
aplicação do método. As informações utilizadas são derivadas da Árvore
de Problemas, essencial para que se entenda qual caminho a ser seguido.
Tendo em vista a atual situação do local estudado e os problemas que
foram apontados, foi estipulado um alvo a ser atingido pelas futuras
soluções propostas: ― elhorar a saúde, segurança e o desempenho do
trabalhador por meio da ergonomia‖. Visando atingir a meta, estipula-se
sub-objetivos primários, que são condicionantes para o cumprimento do
objetivo principal, sendo eles:
Promover ações de otimização da produção; e
Reduzir a exposição do trabalhador a fatores de risco
ergonômico e de segurança.
Também nesta etapa, definiu-se os sub-objetivos secundários,
derivações dos objetivos primários auxiliando na compreensão da
próxima abordagem do SAT, que consiste no desenvolvimento das
possíveis alternativas para tais objetivos. Sendo estes:
Estabelecer critérios de qualidade e produtividade;
Garantir o cumprimento às principais NRs - 6,15,17,18;
Adequar ergonomicamente o posto/ambiente de trabalho; e
Melhorar as condições ambientais (térmica, acústica,
iluminação vibração, agentes químicos… de trabalho.
Na página seguinte, na Figura 27 é apresentado o diagrama da
Árvore de Objetivos.
80
Figura 27 - Árvore de Objetivos.
Fonte: Elaborado pela Autora.
5.3 ALTERNATIVAS
Após a realização da etapa de formulação de objetivos, passa-se
agora à fase de desenvolvimento e levantamento de soluções. Para isso
será utilizado o método da Matriz Morfológica. Desenvolvida por Fritz
Zwicky (1898-1974) a ferramenta possibilita combinar soluções,
permitindo assim cruzarmos problemas e soluções (PRICKEN, 2009). A
Matriz Morfológica é apresentada como uma tabela na qual a primeira
coluna vertical contém as características gerais e atributos do problema
(partes, funções) e as linhas horizontais contém as alternativas para cada
atributo ou função (OSTERTAG et al., 2012).
É apresentada abaixo, no Quadro 03 a matriz de soluções com
base em cada área em que o estudo foi dividido:
Quadro 04 - Matriz morfológica geral.
Fatores Ambientais Posto/Ambiente de
Trabalho Organização do
Trabalho
Fatores
Biomecânicos e
Fisiológicos Aumentar a
iluminação com a
instalação de luzes
móveis
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
Aumentar a
fiscalização quanto
ao uso de EPIs
Garantir o
funcionamento do
elevador
Instituir o uso de
máscaras de
proteção contra
poeira
Planejar a
possibilidade de
alternância de
postura em pé e
sentada por equipe
Instituir uma tabela
de divisão de tarefas
entre as equipes
Instalar refeitório
mais próximo aos
postos de trabalho
Melhorar os
sistemas de
ventilação nos
ambientes de
trabalho
Instalação de
bancadas adequadas
para corte
Instituir pausas
obrigatórias de
trabalho
Realização do
carregamento de
chapas grandes entre
mais de um
trabalhador
Minimizar ruído e
vibração de
ferramentas manuais
Utilização de
escadas e
plataformas para
trabalhos acima do
ombro
Utilização de
prateleiras para
armazenamento de
materiais
Instalar bancadas
com medidas
adaptáveis às
necessidades de cada
trabalhador
Providenciar
recipiente para
refugos
Instalação de
bancada de apoio
para ferramentas
Providenciar
treinamento
adequado quanto ao
uso das ferramentas
mecânicas/ uso de
EPIs
Garantir a presença
de banheiros ativos
nas proximidades
das áreas de trabalho
Fonte: Elaborado pela Autora.
82
A Matriz Morfológica possibilita a exploração de uma ampla
gama de alternativas através da combinação de soluções propostas na
área de estudo escolhida. Uma vez que combinadas as alternativas, os
resultados seriam muito numerosos para serem devidamente avaliados
nesse estudo, dá-se continuidade a essa etapa através da aplicação de
uma Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência), que visa
proporcionar uma avaliação das alternativas com mais relevância para o
ambiente estudado. Como afirmado por Periard (2011) a Matriz GUT, é
uma ferramenta que permite a priorização de determinadas atividades a
serem realizadas fornecendo assim uma ordem decrescente dos
problemas mais importantes a serem tratados através de um método pré-
definido.
Ainda segundo o autor, no momento de montagem da matriz
deve-se primeiramente listar todos os problemas que objetiva-se
solucionar, então será atribuída uma nota para cada aspecto da matriz:
Gravidade, Urgência e Tendência. A escala de notas varia entre 1 e 5,
conforme é representado no Quadro 04 abaixo. Assim que as notas para
cada aspecto para os diferentes problemas são atribuídas, realiza-se a
multiplicação dos fatores para obter o Grau Crítico de cada problema.
Por fim, os problemas que atingirem a maior pontuação irão requerer
maior atenção. Deve-se usar como base para atribuição das notas as
análises realizadas previamente como entrevistas, questionários e
observações.
Quadro 05 - Matriz GUT.
MATRIZ GUT
O que precisa
ser melhorado? GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA
GRAU
CRÍTICO
Fatores
Ambientais 3 3 4 36
Posto/Ambiente
de Trabalho 4 4 2 32
Organização do
Trabalho 2 3 2 12
Fatores
Biomecânicos e
Fisiológicos 4 4 4 64
Fonte: Elaborado pela Autora.
LEGENDA
GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA
1. Sem gravidade 1. Não tem pressa 1. Não vai piorar
2. Pouco grave 2. Pode esperar um
pouco 2.Vai piorar a longo prazo
3. Grave 3. O mais cedo possível 3.Vai piorar no longo prazo
4. Muito grave 4. Com alguma urgência 4. Vai piorar em pouco
tempo
5. Extremamente grave 5.Ação imediata 5. Vai piorar rapidamente
De acordo com a avaliação realizada na Matriz GUT tem-se em
ordem decrescente as áreas de maior prioridade para realização de
planos de ação:
•Fatores Biomecânicos e Fisiológicos;
•Fatores Ambientais; e
•Posto/Ambiente de Trabalho
Por meio dessa lista de prioridade, pode-se gerar uma nova matriz
abrangendo apenas os três principais problemas da situação estudada
referentes à segurança e saúde ocupacional. Sendo que na ergonomia os
problemas são sempre interligados, é seguro dizer que há uma
correlação entre todos os fatores a serem melhorados.
É apresentada a seguir, no Quadro 05 a nova matriz
morfológica reduzida:
Quadro 06 - Matriz morfológica reduzida.
Fatores Ambientais Posto/Ambiente de
Trabalho Fatores Biomecânicos e
Fisiológicos Aumentar a iluminação
com a instalação de luzes
móveis
Utilização de carrinhos para
o carregamento de chapas Garantir o funcionamento
do elevador
Instituir o uso de máscaras
de proteção contra poeira
Planejar a possibilidade de
alternância de postura em
pé e sentada por equipe
Instalar refeitório mais
próximo aos postos de
trabalho
84
Instalar sistemas de
ventilação móveis nos
ambientes de trabalho
Instalação de bancadas
adequadas para corte
Realização do
carregamento de chapas
grandes entre mais de um
trabalhador
Minimizar ruído e vibração
de ferramentas manuais
pela compra de ferramentas
de maior qualidade
Utilização de escadas e
plataformas para todo tipo
de trabalho acima do ombro
Instalar bancadas com
medidas adaptáveis às
necessidades de cada
trabalhador
Providenciar recipiente para
refugos Instalação de bancada de
apoio para ferramentas
Garantir a presença de
banheiros ativos nas
proximidades das áreas de
trabalho Fonte: Elaborado pela Autora.
5.4 AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS
Baseado no desenvolvimento das alternativas modelo da etapa
anterior resultantes da Matriz Morfológica Reduzida, pode-se criar uma
ampla gama de ações combinatórias dentro das três áreas críticas das
condições dos trabalhadores: Fatores Biomecânicos e Fisiológicos,
Fatores Ambientais e Posto/Ambiente de Trabalho. Com essa gama de
soluções é possível comparar diferentes combinações entre as
alternativas que irão formar as sugestões de soluções para os problemas
encontrado visando cumprir os objetivos previamente traçados. Mesmo
após a redução da matriz pela Matriz GUT, ainda existem mais de 400
opções possíveis de combinações a serem feitas. A comparação entre
todas as alternativas sem o uso de algum tipo de software especializado,
levaria um tempo consideravelmente longo, não sendo possível sua
realização nesse estudo. Sendo assim, serão apresentadas a seguir as 15
alternativas consideradas mais viáveis, elaboradas manualmente, com
foco principal no impacto que causarão no ambiente de trabalho caso
implementadas. É importante ressaltar que algumas soluções não
corrigem as situações por si só, mas sim combinadas com uma ou mais
soluções. Existem também soluções mais fundamentais para o processo,
que se farão presentes em mais alternativas do que outras.
As alternativas foram escolhidas baseadas em seu potencial de
melhorar as condições de trabalho e da possibilidade de implementação,
pois, existem limitações de implementações de medidas ergonômicas na
Construção Civil, pelo fato de o trabalho não ser fixo em apenas um
posto, dificultando a permanência dessas alterações no ambiente de
trabalho. Outra dificuldade a ser encontrada é a setorização de serviços,
pois, como cada empresa realiza um tipo de serviço na obra, a
implementação de medidas que afetem o ambiente global da obra é
prejudicada.
Foram escolhidas entre três e quatro medidas a serem
implementadas no local, com algumas alternativas com uma medida
referente a cada área estudada, e em alguns casos, quando necessário,
duas.
As 15 alternativas são apresentadas a seguir no Quadro 06:
Quadro 07 -Alternativas de soluções.
Alternativa 1
Aumentar a
iluminação com
a instalação de
luzes móveis
Instituir o uso
de máscaras de
proteção contra
poeira
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
Instalação de
bancada de
apoio para
ferramentas
Alternativa 2
Aumentar a
iluminação com
a instalação de
luzes móveis
Instituir o uso
de máscaras de
proteção contra
poeira
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
Instalação de
bancadas
adequadas para
corte
Alternativa 3
Aumentar a
iluminação com
a instalação de
luzes móveis
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
Instalação de
bancadas
adequadas para
corte
Instalação de
bancada de
apoio para
ferramentas
Alternativa 4
Instituir o uso
de máscaras de
proteção contra
poeira
Minimizar ruído
e vibração de
ferramentas
manuais pela
compra de
ferramentas de
maior qualidade
Garantir a
presença de
banheiros ativos
nas
proximidades
das áreas de
trabalho
Realização do
carregamento de
chapas grandes
entre mais de
um trabalhador
Alternativa 5
Aumentar a
iluminação com
a instalação de
luzes móveis
Providenciar
recipiente para
refugos
Utilização de
escadas e
plataformas para
todo tipo de
trabalho acima
do ombro
Garantir o
funcionamento
do elevador
Alternativa 6
Aumentar a
iluminação com
a instalação de
luzes móveis
Instalação de
bancadas
adequadas para
corte
Realização do
carregamento de
chapas grandes
entre mais de
um trabalhador
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
86
Alternativa 7
Aumentar a
iluminação com
a instalação de
luzes móveis
Planejar a
possibilidade de
alternância de
postura em pé e
sentada por
equipe
Instalação de
bancada de
apoio para
ferramentas
Utilização de
escadas e
plataformas para
todo tipo de
trabalho acima
do ombro
Alternativa 8
Instituir o uso
de máscaras de
proteção contra
poeira
Providenciar
recipiente para
refugos
Utilização de
escadas e
plataformas para
todo tipo de
trabalho acima
do ombro
Realização do
carregamento de
chapas grandes
entre mais de
um trabalhador
Alternativa 9
Instituir o uso
de máscaras de
proteção contra
poeira
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
Planejar a
possibilidade de
alternância de
postura em pé e
sentada por
equipe
Garantir a
presença de
banheiros ativos
nas
proximidades
das áreas de
trabalho
Alternativa 10
Instituir o uso
de máscaras de
proteção contra
poeira
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
Instalar
bancadas com
medidas
adaptáveis às
necessidades de
cada trabalhador
Instalar
refeitório mais
próximo aos
postos de
trabalho
Alternativa 11
Instituir o uso
de máscaras de
proteção contra
poeira
Planejar a
possibilidade de
alternância de
postura em pé e
sentada por
equipe
Garantir o
funcionamento
do elevador -
Alternativa 12
Minimizar ruído
e vibração de
ferramentas
manuais pela
compra de
ferramentas de
maior qualidade
Instalação de
bancada de
apoio para
ferramentas
Garantir a
presença de
banheiros ativos
nas
proximidades
das áreas de
trabalho
-
Alternativa 13
Minimizar ruído
e vibração de
ferramentas
manuais pela
compra de
ferramentas de
maior qualidade
Utilização de
carrinhos para o
carregamento de
chapas
Garantir o
funcionamento
do elevador -
Alternativa 14 Providenciar
recipiente para
refugos
Instalação de
bancada de
apoio para
ferramentas
Realização do
carregamento de
chapas grandes
entre mais de
um trabalhador
-
Alternativa 15 Providenciar
recipiente para
refugos
Realização do
carregamento de
chapas grandes
entre mais de
um trabalhador
Garantir o
funcionamento
do elevador -
Fonte: Elaborado pela Autora.
5.5 SELEÇÃO DAS ALTERNATIVAS
Para a seleção da melhor alternativa a ser implementada
elaborou-se uma tabela de Análise de Cumprimento de Objetivos,
incluindo os Sub-Objetivos Primários e Secundários elaborados pela
metodologia SAT e analisando a capacidade das alternativas de
cumprirem esses objetivos.
88
Quadro 08 – Análise de cumprimento dos objetivos.
Análise do Cumprimento de Objetivos
Soluções Sub-Objetivos
Primários Sub-Objetivos Secundários
1 2 1 2 3 4
Alternativa 1
Alternativa 2
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 5
Alternativa 6
Alternativa 7
Alternativa 8
Alternativa 9
Alternativa 10
Alternativa 11
Alternativa 12
Alternativa 13
Alternativa 14
Alternativa 15
Fonte: Elaborado pela Autora.
LEGENDA
Satisfaz o objetivo
Satisfaz parcialmente o objetivo
Não satisfaz o objetivo
Para a Análise do Cumprimento de Objetivos utilizou-se os
seguintes critérios:
Considerando que os fatores ambientais representam uma
grande influência nas condições de trabalho, foi considerado que
apenas as alternativas que possuíssem duas melhorias desses fatores
satisfariam completamente o objetivo de melhorar as condições
ambientais de trabalho, e as alternativas que possuíssem apenas um,
satisfariam parcialmente.
As condições posturais são de extrema importância no processo
de adequação ergonômica de um posto de trabalho, sendo assim,
considerou-se as alternativas que corrigem a postura do trabalhador
como satisfatórias para o objetivo de adequação ergonômica.
A divisão do carregamento de cargas entre trabalhadores, e
utilização de carrinhos, por si só não resolvem os problemas
ergonômicos do posto de trabalho, mas são melhorias significativas a
serem implementadas.
Tornar os ambientes de trabalho mais salubres, tomar medidas
que melhores as condições posturais, utilização de EPIs são medidas
que cumprem as NRs 6, 15,17 e 18. A fiscalização quanto ao uso de
EPIs não foi uma medida sugerida nas alternativas apresentadas por
sua categoria "Organização do ra alho‖, já que ficou alocada em
quarto lugar de importância de acordo com os critérios da Matriz
GUT. Assim, as NRs não serão totalmente cumpridas com as
alternativas apresentadas, satisfazendo apenas parcialmente o critério.
Com o uso de bancadas para as tarefas, divisão do transporte de
cargas, uso do elevador e melhor iluminação é possível melhorar a
qualidade do trabalho e o volume de produção.
Garantindo o funcionamento do elevador melhora-se a
produtividade pois não há desperdício de tempo com transporte via
escadas. Também há economia de tempo com a maior proximidade
dos banheiros e refeitórios aos postos de trabalho.
Após a Análise do Cumprimento de Objetivos foram selecionadas
as três alternativas que melhor atendiam aos objetivos estabelecidos, as
alternativas 1, 2 e 5 Assim sendo, uniu-se as melhorias apresentadas
nessas três alternativas e elaborou-se uma alternativa final,
contemplando as melhorias apresentadas nas alternativas 1, 2 e 5..
A seguir, na Figura 28 são apresentadas as melhorias a serem
implementadas na situação estudada:
90
Figura 28 - Alternativa escolhida.
Fonte: Elaborado pela Autora.
5.6 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO
O sétimo e último passo é a fase de implementação, avaliação e
modificação da proposta de solução escolhida. Baseado em todas as
informações coletadas, traça-se um cronograma das atividades a serem
desenvolvidas. Como o presente estudo possui limitação devido às
condições já citadas anteriormente, um cronograma proposto de
implementação da proposta é definido para aplicações futuras de
melhorias no canteiro de obras.
Sendo assim, é apresentado a seguir um diagrama de Gantt, para
programar como ocorrerá a interação das diferentes etapas do projeto de
implementação. O cronograma leva em consideração os períodos
necessários para treinamento do uso de novos equipamentos.
Figura 29 –Diagrama de Gantt
Fonte: Elaborado pela Autora.
92
6 CONCLUSÕES
Com esse trabalho objetivou-se apresentar uma proposta de
estudo das condições ergonômicas e de segurança de um canteiro de
obras da Construção Civil, especificamente no setor de instalação de
drywall, segundo uma abordagem macroergonômica utilizando a
ferramenta SAT - System Analysis Tool. Analisando o ambiente
estudado foram levantados diversos problemas, divididos nas áreas de
Fatores Ambientais, Posto/Ambiente de Trabalho, Organização e
Trabalho e Fatores Biomecânicos e Fisiológicos.
Utilizando a metodologia SAT e consultando as Normas
Regulamentadoras concebeu-se uma alternativa visando sanar os
problemas encontrados in loco que representaram maior risco ao
trabalhador. Estes riscos estão relacionados aos prejuízos físicos
sofridos pelos trabalhadores decorrentes de condições posturais
incorretas, convivência em ambientes insalubres, baixo índice de uso de
EPIs, entre outros.
Com as medidas propostas pretende-se sanar os problemas mais
críticos ou ao menos reduzi-los. Estes, que estão direta e indiretamente
relacionados com o desempenho, à saúde e à segurança do trabalhador.
Diante do exposto, pode-se afirmar que os conceitos
macroergonômicos, bem como a ferramenta SAT, apresentam uma
alternativa importante para que não só se execute uma análise de riscos e
das condições de segurança atuais, mas para a elaboração de propostas
de soluções que são viáveis para a condição atual da obra e eficientes na
resolução de problemas.
Um aspecto importante constatado neste estudo refere-se ao
tempo de aplicação da ferramenta SAT. Ao final da aplicação da
ferramenta macroergonômica é necessário que se coloquem em prática
as soluções escolhidas e se realize um monitoramento constante do
desempenho dessa alternativa. Atividades da Construção Civil possuem
tempo limitado e constantemente mudam de locação e mão de obra,
sendo difícil o monitoramento das atividades.
Contudo, é importante salientar que a análise de problemas
apresentada nesse trabalho e as diversas alternativas expostas, e o
estabelecimento de critérios de avaliação para que essas alternativas
possam ser comparadas, são uma contribuição valiosa na resolução dos
problemas e na melhoria das condições de trabalho, saúde e segurança.
O uso da ferramenta macroergonômica se destaca por
proporcionar uma visão ampla do problema, e da inter-relação dos
diversos fatores envolvidos, elevando assim o nível de compreensão do
problema analisado.
Assim sendo, é possível afirmar que os conceitos
macroergonômicos, bem como a metodologia SAT, mostram-se
ferramentas úteis na análise dos riscos ergonômicos e das condições de
segurança que os trabalhadores da Construção Civil vivenciam no seu
dia a dia. Com a ferramenta é possível elaborar e propor melhorias
eficientes na resolução dos problemas identificados.
6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Tratando-se de um estudo de caso realizado em um canteiro de
obras com um cronograma rígido e previamente definido, não foi
possível a implementação do sétimo passo da metodologia SAT, ou seja,
implementar as melhorias sugeridas, avaliar e realizar modificações.
Assim, a autora propõe como tema de futuras pesquisas a
execução completa da metodologia, como forma de contribuir com seu
aperfeiçoamento e consolidação, principalmente no que concerne à
etapa não realizada no presente trabalho. Além dessa recomendação
sugere-se que a metodologia SAT seja aplicada em outros setores da
mesma obra, para que assim sejam comparados resultados referentes a
diferentes campos. Também se sugere a aplicação de outros métodos
ergonômicos no processo de instalação de drywall e então realizar um
comparativo entre os dados obtidos em diferentes métodos para o
mesmo processo. Uma última sugestão para trabalhos futuros é a
aplicação da metodologia SAT em outro setor primário da economia,
visando identificar se os problemas encontrados são exclusivos do ramo
da Construção Civil ou se são comuns em outros setores.
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ANEXO A – ACIDENTES DE TRABALHO
Quadro 08 – Quantidade de acidentes de trabalho por situação de
registro e motivo, segundo a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE), no Brasil no período entre 2011 e 2013.
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (2013).
106
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
108
APÊNDICE B – MÉDIA DE RESPOSTAS DOS
QUESTIONÁRIOS
110