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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC DARYSLANE SANTOS CAETANO PEDRO HENRIQUE MESSIAS COSTA ANÁLISE DAS PRÁTICAS UTILIZADAS PARA O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE GESSO DA CONSTRUÇÃO CIVIL: Estudo de caso no município de Maceió - AL . MACEIÓ - AL 2017/2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

DARYSLANE SANTOS CAETANO PEDRO HENRIQUE MESSIAS COSTA

ANÁLISE DAS PRÁTICAS UTILIZADAS PARA O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE GESSO DA

CONSTRUÇÃO CIVIL: Estudo de caso no município de Maceió - AL

.

MACEIÓ - AL 2017/2

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DARYSLANE SANTOS CAETANO PEDRO HENRIQUE MESSIAS COSTA

ANÁLISE DAS PRÁTICAS UTILIZADAS PARA O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE GESSO DA

CONSTRUÇÃO CIVIL: Estudo de caso no município de Maceió - AL

MACEIÓ - AL 2017/2

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para a conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da Dra. Allani Christine Monteiro Alves da Rocha.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por estar ao nosso lado em todos os momentos desta

caminhada, por ser nosso guia e sempre nos confortar com seu amor. Agradecemos

também por nos mostrar, sobretudo nos momentos em que pensamos em desistir,

que há um plano para nossas vidas e que todos os obstáculos que passamos foram

para nos preparar para alcançar os objetivos que Ele quer para nós.

Deus também é responsável por colocar em nossos caminhos famílias

maravilhosas. Agradecemos imensamente aos nossos pais, por nunca nos

abandonar e sempre nos aconselhar para o melhor caminho, trabalhando dobrado,

sacrificando seus sonhos em favor dos nossos e de nossos irmãos. Aos nossos

pais, muito obrigada por todo investimento.

Aos nossos irmãos e amigos, por toda ajuda, paciência e estimulo recebido,

principalmente neste ultimo ano, que não foi nada fácil.

A toda nossa família, tios, tias, primos e em especial aos nossos avós

presentes, que sempre torceram e torcem pela realização dessa grande vitória.

Saudamos em especial aos nossos avôs e tios que não estão mais presentes entre

nós, sabemos que eles estão felizes e torcendo por nós no céu e se estivessem

conosco estariam extremamente felizes.

Agradecemos a Professora Dra. Allani Christine Monteiro Alves da Rocha

pela orientação, pela confiança depositada, pela disponibilidade, paciência e

atenção. Todos os professores, coordenadores e funcionários do Centro

universitário CESMAC que de alguma forma passaram no nosso caminho desde o

início dessa jornada de muita luta, porém de muito aprendizado.

Por fim, a todos os colegas que sempre estiveram conosco durante toda a

graduação e que queremos levar para o resto de nossas vidas. Em especial a Diego

Santos, Erika Wanessa, Jaqueline Souza, Mariana Ferro e Mayra Cavalcanti.

Obrigada por todos os finais de semana estudando, todos os trabalhos realizados

em grupo e, principalmente, por todos esses anos de muito carinho e amizade.

Nosso Muito Obrigado a Todos!

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ANÁLISE DAS PRÁTICAS UTILIZADAS PARA O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE GESSO DA CONSTRUÇÃO CIVIL: Estudo de caso no município

de Maceió – AL

ANALYSIS OF THE PRACTICES USED FOR THE MANAGEMENT OF PLASTER WASTE FROM CIVIL CONSTRUCTION: A case study in the municipality of

Maceió - AL Daryslane Santos Caetano

Graduanda do curso de Engenharia Civil [email protected]

Pedro Henrique Messias Costa Graduando do curso de Engenharia Civil

[email protected] Allani Christine Monteiro Alves da Rocha

Doutora em Química e Biotecnologia [email protected]

RESUMO O gesso é, há muito tempo, um material vastamente utilizado em inúmeros ramos da economia e, sobretudo na construção civil, podendo ser apontado como um dos materiais de construção mais utilizados no mundo devido a sua capacidade em resistência, elevada durabilidade, pequeno custo e isolamento térmico e acústico. A produção de resíduo de gesso decorrente dos desperdícios tornou-se um obstáculo para o crescimento econômico e principalmente ambiental. Visando reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado do gesso, esta pesquisa tem como objetivo elaborar uma analise critica acerca da gestão dos resíduos de gesso na cidade de Maceió. O trabalho foi feito por meio de dados bibliográficos e de pesquisa de campo, e possuiu um questionário como ferramenta de coleta de dados. Os resultados apontam que as empresas estudadas demonstram ter preocupação com a degradação causada ao meio ambiente pelos resíduos de gesso, desenvolvem a conscientização de seus colaboradores com a execução de palestras e treinamentos. Entretanto, há incoerência por parte das empresas, pois apesar de se mostrarem preocupadas com o desenvolvimento sustentável de suas obras as ações destas quanto à destinação final dos resíduos de gesso ainda não são adequadas. PALAVRAS-CHAVE: Resíduo de construção. Reciclagem. Sustentabilidade. Reutilização ABSTRACT Plaster has long been a widely used material in many branches of the economy and, above all, in civil construction, and can be regarded as one of the most used construction materials in the world due to its capacity for strength, high durability, low cost and thermal and acoustic insulation. A production of gypsum waste resulting from waste has become an obstacle to economic growth and mainly environmental. Aiming to reduce the environmental impact caused by donation waste, this research aims to elaborate an analysis on the management of gypsum waste in the city of Maceió. The work was done through bibliographical data and field research, and has a questionnaire as a tool for data collection. The results show that the companies studied demonstrate concern about the degradation caused to the environment by gypsum residues, develop the awareness of their collaborators with the execution of lectures and training. However, there is inconsistency on the part of companies, although they are concerned about the sustainable development of their works as actions in the destination the purpose of plaster residues are not yet adequate. KEYWORDS: Construction waste. Recycling. Sustainability. Reuse

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Bacia sedimentar de mineração de gipso ................................................. 17

Figura 2: Polo gesseiro............................................................................................. 18

Figura 3: Extração do minério gipsita ....................................................................... 19

Figura 4: Linha de moagem da gipsita ..................................................................... 20

Figura 5: Armazenamento adequado do pó de gesso .............................................. 22

Figura 6: Execução de revestimento desempenado ................................................ 25

Figura 7: Execução de revestimento sarrafeado ...................................................... 25

Figura 8: Execução de divisória de gesso ................................................................ 26

Figura 9: Placas de gesso para forro........................................................................ 27

Figura 10: Armazenagem correta dos resíduos do gesso no canteiro de obras ...... 29

Figura 11: Mapa da localização do município de Maceió ......................................... 30

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: A empresa conhece os impactos ambientais causados pelos resíduos de

gesso gerados em suas obras? ................................................................................ 35 Gráfico 2: Em qual serviço de gesso ocorre maior desperdício de gesso? .............. 35

Gráfico 3: A empresa desenvolve medidas específicas que visem à redução de

resíduos de gesso? ................................................................................................... 36 Gráfico 4: Quais as vantagens que essas medidas trazem para a empresa? ......... 37

Gráfico 5: Há existência de procedimento de quantificação de resíduos de gesso no

canteiro de obra? ...................................................................................................... 38 Gráfico 6: Quem é o responsável por dar destinação final ao resíduo de gesso da

obra? ......................................................................................................................... 38 Gráfico 7: A construtora tem conhecimento da destinação final? ............................ 39

Gráfico 8: A empresa conhece alguma técnica de reciclagem do gesso? Caso a

resposta seja afirmativa, essa técnica é utilizada? .................................................... 40 Gráfico 9: Na opinião da empresa, o gerenciamento dos resíduos de gesso por

parte do órgão responsável pela gestão e fiscalização dos RCC gerados no

município é satisfatório? O que pode ser melhorado? .............................................. 40

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

1.2 Objetivos ............................................................................................................ 10

1.2.1 Objetivos geral ................................................................................................. 10

1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 11

2.1 Resíduos sólidos da construção e demolição ................................................ 11

2.1.1 Definição e classificação .................................................................................. 11

2.1.2 Geração de resíduos na construção civil e demolição ..................................... 12

2.1.3 Gestão de resíduos de construção civil e demolição........................................ 13

2.1.4 Legislação e normas relacionadas ao RCD ..................................................... 15 2.2 O Gesso na Construção Civil ........................................................................... 16

2.2.1 Origem do gesso .............................................................................................. 16

2.2.2 Processo de Produção do gesso ...................................................................... 19

2.2.3 Importância econômica do gesso ..................................................................... 22

2.2.4 Execuções com Gesso ..................................................................................... 24

2.3 Os Resíduos de Gesso ..................................................................................... 27

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 30

3.1 Etapas de pesquisa ........................................................................................... 30

3.2 Cálculo de população e amostragem .............................................................. 31

4 RESULDADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 34

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 44

APÊNDICE A ............................................................................................................ 47

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1 INTRODUÇÃO

A questão do impacto antropogênico no meio ambiente vem sendo discutida

mais acentuadamente desde a década de 1970 com o Relatório do Clube de Roma

publicado em 1972, com o título de “Os limites do crescimento”, o qual previa uma

escassez catastrófica dos recursos naturais e a níveis perigosos de contaminação

num prazo de 100 anos. O Clube de Roma foi criado em 1968 e era uma

organização informal com o objetivo de promover o entendimento dos componentes

variados – econômicos, políticos, naturais e sociais -, que formam o sistema global

(VARELA, 2012).

Conferências foram realizadas – Unesco em 1968; ONU em 1972, 1983 e

1992 (no Rio de Janeiro); IUCN, PNUMA1 e WWF2 em 1980 e 1991; Rio + 5 em

1997 (em Nova York – Agenda 21); Protocolo de Kyoto em 1997 (Efeito Estufa);

Foro Mundial em 2000; Rio + 20 em 2002 no rio de Janeiro3 - culminando em

relatórios, análises e metas de redução de emissão de CO2 e melhor utilização dos

recursos naturais.

Ultimamente, pode-se constatar que a questão ambiental está cada vez mais

sendo incorporada na cultura das empresas e indústrias, passando a ser inserida na

análise e planejamento do processo produtivo.

Nos últimos anos, o setor que mais cresce e se destaca no país é o de

Serviços e, dentro deste, o setor da Construção Civil e Imobiliário, em diversos

moldes, mas principalmente em áreas turísticas. Este crescimento repete-se em

Maceió – AL e tem como consequência um elevado índice de geração de resíduos

da construção e a demolição, necessitando de medidas urgentes de controle, tanto

de gerenciamento quanto de soluções adequadas em caráter permanente do

resíduo já mencionado (PINHEIRO, 2011).

O aumento no processo de urbanização, consequência do crescimento

populacional, também tem colaborado para o aumento significativo da geração dos

Resíduos da Construção Civil (RCC). O manuseio inapropriado desses resíduos

pode causar a contaminação do solo, do ar e da água, o que nos permite ressaltar

1 Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. 2 World WildlifeFund. 3 Reinaldo Dias (2010, p. 35; 36; 37). “Gestão Ambiental”, Editora Atlas (2010).

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que o gerenciamento dos RCC é de grande importância para o meio ambiente e a

saúde pública.

A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 307 de

julho de 20024 determina diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos

resíduos da construção civil no Brasil.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) é

outro documento fundamental para o processo de gestão ambiental no setor da

construção. Este se apoia na ideia da não geração e/ou da diminuição da geração

de resíduos, onde relata e recomenda as atividades a serem efetuadas para o

manuseio dos mesmos (PINTO, 1999).

Entre os diversos resíduos da construção civil, a escolha do gesso para a

investigação no presente trabalho foi motivada pelo fato de seu uso ter aumentado

progressivamente ao longo dos últimos anos, gerando cada vez mais resíduos com

gerenciamento duvidoso.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) n° 13207

(1994), Gesso para construção é o “Material moído em forma de pó obtido da

calcinação da gipsita, constituído predominantemente de sulfato de cálcio, podendo

conter aditivos controladores do tempo de pega”.

O gesso é utilizado como material de revestimento de tetos e paredes e como

material de fundição, usado na fabricação de placas de forro, molduras, peças para

acabamento, além da tecnologia drywall (DRYWALL, 2009). A variação e o

crescimento do uso desse material solicitam uma nova conduta dos responsáveis

pela construção civil em relação aos resíduos gerados, a partir do procedimento de

coleta, transporte e armazenagem, até sua destinação final.

Na Resolução CONAMA nº 307/2002, o gesso estava incluído na Classe C,

na qual estão aqueles resíduos que não podem ser reciclados ou recuperados.

Entretanto, em 24 de maio de 2011 por meio da resolução nº431, o CONAMA

modifica o artigo 3º da Resolução nº307/2002 e determina nova classificação para

os resíduos de gesso, sendo incluído agora como resíduo da construção civil Classe

B, reciclável para outra destinação.

Desde 5 de julho de 2002, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA,

2002), passa a incumbência pela destinação dos resíduos para os geradores, dado

4 <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307>,acessado em fevereiro de 2017.

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que estes devem separa-los e encaminha-los para reciclagem ou destinação final,

de acordo com as diretrizes e classes de materiais definidas.

Entre os resíduos gerados pela construção civil, o gesso é um dos que exige

um manuseio singularizado em função da comprovação de haver, atualmente, uma

taxa de reutilização ou reciclagem. Em contrapartida, a deposição desse resíduo em

locais inapropriados gera um impacto ambiental negativo. A geração de resíduo de

gesso de construção retrata um problema econômico com relevantes consequências

e impactos ecológicos pois, se descartado inadequadamente, o gesso pode emitir

gás sulfídrico que é inflamável e altamente tóxico, além de contaminar o solo e os

lençóis freáticos (PINHEIRO, 2011).

O trabalho questiona se os resíduos de gesso do setor de construção e

demolição estão sendo tratados e manuseados de forma correta pelas construtoras

da cidade de Maceió e se há benefícios econômicos para as mesmas.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivos geral

Analisar as práticas que vêm sendo utilizadas para o gerenciamento dos

resíduos de gesso da construção civil na cidade de Maceió.

1.2.2 Objetivos específicos

Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre os resíduos de gesso da

construção civil;

Identificar e analisar as práticas empregadas para a gestão dos resíduos de

gesso nas construtoras da cidade de Maceió - AL;

Apontar possível destinação apropriada do resíduo de gesso.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo serão apresentadas algumas informações necessárias para o

desenvolvimento do estudo sobre o gerenciamento dos resíduos de gesso da

construção civil na cidade de Maceió.

2.1 Resíduos sólidos da construção e demolição

A construção civil é o campo da economia que gera maior quantidade de

resíduos durante toda sua produção (PINHEIRO, 2011). Esse fato ocorre devido ao

enorme volume de materiais utilizados nos canteiros de obras, devido às falhas no

gerenciamento do uso dos materiais no decorrer da execução dos mais variados

serviços do setor construtivo. Segundo Souza (2005), para cada metro quadrado

(m²) produzido de uma construção, a quantidade de material usado pode ultrapassar

mil quilos (1.000 kg).

Devido à má utilização dos materiais da construção civil, grande parte desses

materiais são convertidos em entulhos. Os entulhos oriundos das obras nas cidades

provocam graves problemas com desperdícios de materiais, custos de retirada e

tratamento. O poder público e unidades empresariais procuram regulamentar e

introduzir o tratamento do entulho e o reuso destes materiais.

De acordo com Pucci (2006), o desenvolvimento de um plano de gestão de

resíduos é uma forma de diminuir os resultados dos impactos causados pelos

resíduos de construção. Para isso é fundamental estudar o que provoca as perdas

de materiais na construção civil. Essas perdas estão associadas a várias causas,

como a incompetência na utilização de equipamentos, materiais e mão-de-obra.

2.1.1 Definição e classificação

Conforme a Resolução CONAMA nº 307 (2002, p.01) os Resíduos da

Construção Civil (RCC): “São provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”.

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Uma definição mais simplificada é a de que RCC seriam todos resíduos de

materiais usados na realização das fases construtivas, sendo oriundos de novas

construções, reformas, restaurações, demolições e obras de infraestrutura (NETO,

2005).

Segundo a Resolução CONAMA n° 307 (2002, p. 3), modificada pela

Resolução CONAMA n° 431 (2011), os RCD podem ser classificados como:

Classe A – são resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais

como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e

concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:

plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;

Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações econômicas viáveis que permitam a sua reciclagem ou

recuperação;

Classe D – são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção,

tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminantes oriundos de

demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e

outros.

2.1.2 Geração de resíduos na construção civil e demolição

Com o crescimento da produção de resíduos da construção civil, os impactos

ambientais aumentam. Ao utilizar um produto, há uma série de eventos que

compreendem essencialmente a exploração de matéria prima, o processo produtivo

e o transporte até o mercado. No decorrer do percurso, existe o consumo de

energia, água e combustível do transporte. Dessa forma, sempre que ocorre

desperdício em obras, consequentemente, agrava-se o desperdício de materiais,

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exploração de matéria-prima, consumo com energia, água e combustível, acréscimo

da poluição e do desperdício.

Um dos impactos que o gerenciamento e lançamento ou disposição final

ineficaz de resíduos é capaz de causar é o bloqueio de córregos, acúmulo de

sedimentos em lagos e rios, como solo. Assim, o poder público necessita realizar

investimentos para minimizar esses problemas (PINTO, 1999).

A aglomeração de RCD possibilita a propagação de transmissores de

doenças que são perigosos para a saúde humana. Quando os acúmulos de resíduos

são irregulares, tem-se a existência de ratos, aranhas, escorpiões e também insetos,

que podem propagar doenças perigosas, como a dengue (PINTO, 1999).

De acordo com ABRELPE (2015), o Brasil mostra um índice de geração de

RCD de 0,605 kg/habitante/dia.

Segundo Pinto (1999), a quantidade de RCD produzida nas cidades é maior

que a quantidade de resíduos domésticos. O autor declara que os cálculos

internacionais estipulam que a geração de RCD’s varia entre aproximadamente 130

kg/hab.ano e 3.000 kg/hab.ano.

O enorme volume de resíduos de construção civil gera o esgotamento de

aterros. A cada dia que passa é mais difícil achar lugares apropriados para fazer o

aterramento dos RCD’s, já que além de questões técnicas, como geografia e

geologia do local, também é indispensável achar um terreno grande (PINTO, 1999).

A separação nem sempre é correta, o que faz com que tenha um aumento de

resíduos transportados até os aterros. Outra questão negativa é que a disposição

desses resíduos tem como resultado a alteração da paisagem natural.

2.1.3 Gestão de resíduos de construção civil e demolição

A palavra "gestão" propõe planejar, organizar, liderar e controlar as pessoas

que compõem uma organização e, portanto, as atividades por elas realizadas

(STONER, 1999). Quanto aos resíduos de construção e demolição, a indústria da

construção civil brasileira já se encontra dando os primeiros passos.

No Brasil, em 2015, foram coletados cerca de 45 milhões de toneladas de

resíduos de construção e demolição pelos municípios, o que configura um aumento

de 1,2% em relação a 2014. A Região Nordeste, possui como índice de coleta 0,430

kg/hab/dia, localizando-se na quarta colocação em relação as outras regiões, na

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frente da Região Norte e atrás da Sul, Sudeste e Centro Oeste (ABRELPE, 2015). É

necessário se preocupar com esses números, visto que calculam somente os

resíduos coletados pelos municípios, que é uma pequena fração. É preciso ter

cuidado com a geração e responsabilidade de coleta e destinação final dos grandes

geradores.

Com a preocupação de minimizar os resíduos gerados na construção civil e

diminuir os impactos causados por eles, é significativo criar o gerenciamento dos

RCD’s. Para realizar tal incumbência é empregado o Plano de Gerenciamento de

Resíduos da Construção Civil (PGRCC) como mecanismo.

A elaboração do PGRCC tem início com a fase de planejamento. Nesta etapa,

com estudos baseados no tipo de edificação e no projeto arquitetônico, é realizada a

caracterização e suposição dos resíduos que serão gerados. Neste momento é

necessário analisar alternativas de reutilização desses resíduos e efetuar a

destinação final somente quando não for praticável encaminhar para a reciclagem.

Depois de conhecer os resíduos que serão gerados e a quantidade aproximada, é

imprescindível analisar as formas de acondicionamento e onde serão dispostos, de

modo a facilitar a organização para retirada dos materiais (SÃO PAULO, 2010).

Após a etapa de elaboração do PGRCC começa a fase de introdução. É

preciso que todos os colaboradores, passem por treinamento, tendo em vista o não

desperdício e que os resíduos sejam destinados conforme as normas. Depois da

capacitação dos funcionários, tem início a segregação dos resíduos (SÃO PAULO,

2010).

Para melhorar o serviço, o ideal é fazer a triagem dos resíduos. Para isso os

resíduos podem ser empilhados próximos aos locais de geração e em seguida serão

encaminhados para o local de acondicionamento. No término de serviço, um

funcionário é encarregado por realizar a separação, com a finalidade de aumentar o

potencial da reutilização ou reciclagem, e o acondicionamento apropriado. Esse

funcionário deverá ter treinamentos para compreender a classificação dos resíduos,

como separá-los e acondicioná-los (LIMA, 2009).

O planejamento da distribuição dos reservatórios que irão acomodar os

resíduos é fundamental. Geralmente, para impedir que os materiais se espalhem, os

recipientes são dispostos próximos aos locais de geração. Também, procura-se

planejar a acessibilidade para coleta, quantificação e a disponibilidade de espaço.

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Portanto, há a necessidade de ter diversos recipientes para o acondicionamento

inicial e final (SÃO PAULO, 2010).

Muitas atitudes vêm sendo executadas nas mais diversas etapas da

construção civil, como nos canteiros de obras, para os quais já se encontram

algumas políticas de coleta seletiva dos resíduos gerados, tendo em vista sua

reciclagem e reutilização.

No Brasil, o mercado de RCD ainda é pouco explorado. Reciclagem de

resíduo significa transformar os materiais descartados e que são aplicados na

construção civil como novo produto.

Cerca de 90% dos entulhos descartados podem ser reaproveitados (PINTO,

1999). A reutilização na indústria da construção significa prorrogar a vida útil dos

materiais, atribuindo novos usos a produtos que seriam descartados. A reciclagem e

reutilização do entulho tem em vista a sustentabilidade, preservando florestas,

diminuindo a exploração de pedreira e economizando água, para que seja evitado

que os descartes sejam jogados em rios e mares.

2.1.4 Legislação e normas relacionadas ao RCD

É de extrema importância definir as características dos resíduos de

construção civil quanto às legislações atuais, normas técnicas e obrigações a nível

estadual e federal. Além disso, a compreensão e emprego da gestão desses

resíduos também são fundamentais para que os impactos ambientais gerados sejam

reduzidos ou até mesmo extintos.

As principais legislações que serão estudadas e empregadas no decorrer

dessa pesquisa são:

Resolução CONAMA n° 307 de 2002 – Determina diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil;

Resolução CONAMA nº 431 de 2011 - Altera o art. 3° da Resolução n° 307

no que se refere à classificação do gesso;

Norma Brasileira ABNT NBR 15.112: 2004 – Resíduos da construção civil e

resíduos volumosos – Área de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto,

implantação e operação;

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Norma Brasileira ABNT NBR 15.114: 2004 – Resíduos sólidos da

construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e

operação;

Norma Brasileira ABNT NBR 15.116: 2004 – Agregados reciclados de

resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de

concreto sem função estrutural – Requisitos.

A prática das legislações atuais é o passo fundamental para que a disposição

final dos RCD’s seja executada de forma apropriada.

De acordo com a Lei Estadual n° 7749, os geradores de resíduos sólidos, do

mesmo modo que seus controladores, são responsáveis pelos impactos ambientais

resultantes de suas atividades, cabendo-lhes realizar as atividades de prevenção,

recuperação ou remediação, de acordo com o recurso técnico validado pelo órgão

ambiental competente, dentro dos prazos indicados, ou, quando houver

descumprimento, restituir totalmente todas as despesas efetuadas pela gestão

pública para que seja realizado o reparo adequado do impacto ambiental

(ALAGOAS, 2015).

No contexto federal, a Resolução CONAMA n° 307 manifesta de forma

detalhada a classificação dos resíduos de construção civil, estabelece a destinação

correta e dirige ao município e geradores a responsabilidade da disposição final,

dando prioridade a ausência de desperdício e caso não seja possível, então deverão

ser reciclados, reutilizados e destinados apropriadamente.

Após a divisão e classificação dos RCD’s, a Resolução CONAMA determina

alguns critérios de gerenciamento a serem necessariamente desempenhados.

2.2 O Gesso na Construção Civil 2.2.1 Origem do gesso

O mineral que produz o ligante inorgânico denominado gesso e largamente

encontrado na parte externa da crosta terrestre é a gipsita (JOHN; CINCOTTO,

2003).

A gipsita é um mineral essencialmente formado por sulfato de cálcio,

apresentado pela fórmula química Ca[SO4].2H2O. Normalmente é encontrada no

estado de material compacto, de granulação fina ou média, pois é a forma de maior

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importância econômica. Também é conhecida como evaporito, por ser originada

pela evaporação de sua fase líquida em bacias sedimentares, como na Figura 1.

Figura 1: Bacia sedimentar de mineração de gipso.

Fonte: CAMAROTTO, 2011.

A aplicação do gesso na construção civil tem uma história de

aproximadamente 8000 a.C., onde a pedra natural era utilizada na Síria e na

Anatólia (Turquia). Sua evolução iniciou em construções e decorações na Babilônia,

Assíria e Mesopotâmia. Estudos mostram que os egípcios antigos usavam o gesso

esmagado antes de misturá-lo com água para blocos de construção e uso mineral.

Esses métodos foram empregados para produzir tumbas e grandes pirâmides

(RIBEIRO, 2006).

No Ocidente, a propagação do uso do gesso se deu depois da invasão

romana, na França, no ano 222 a.C., quando as técnicas construtivas com esse

material tiveram que ser criadas e disseminadas pelos “pedreiros do gesso”. Nos

séculos V e X, o gesso foi largamente empregado na região parisiense em peças

decorativas de sarcófagos (PINHEIRO, 2011).

A partir do século XX, com a Revolução Industrial, os equipamentos para a

confecção do gesso deixam de ser de cunho rudimentar e passaram a incorporar

maior tecnologia (RIBEIRO, 2006). Este avanço tecnológico beneficiou o trabalho do

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homem, especialmente depois de desvendar técnicas para estabelecer o tempo de

pega5, possibilitando a inclusão como material aglomerante na construção civil.

Dessa forma, o gesso é um dos mais arcaicos materiais já produzidos pelo

ser humano, e tem um abundante e variado campo de aplicações. O maior atrativo

está no fato de sua aplicação ter como traço característico a simplicidade de

desidratação e reidratação. De acordo com Antunes (1999), o gesso é visto

praticamente em todo o mundo e, no Brasil, os mais importantes depósitos de gipsita

estão aglomerados nas regiões Nordeste e Norte, estando 60% no estado do Pará,

30% em Pernambuco e o excedente dos depósitos estão divididos pelos estados do

Piauí, Tocantins, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Sul.

Seguindo a área de concentração, a maior extração, no Brasil, é no município

de Grajaú, no Maranhão, apontado como um dos mais importantes produtores de

gesso. Em Pernambuco, o polo gesseiro do Araripe dispõe de uma reserva, em que

estima se 22 bilhões de toneladas de gipsita, a maior reserva medida no Brasil

(RIBEIRO, 2006) (Figura 2).

Figura 2: Polo gesseiro. Fonte: RIBEIRO, 2006, p. 05

As palavras gipsita e gesso são empregados como sinônimos, entretanto, o

termo gipsita propõe o mineral em condição natural, já a denominação gesso

designaria o produto calcinado.

No momento atual, atendendo às necessidades da construção civil com o

propósito de buscar materiais que geram menor impacto ambiental em seu método

de fabricação, o gesso tem se tornado um material com larga escala de utilização

5 Tempo de pega corresponde ao tempo de endurecimento da pasta de gesso, ou seja, é o momento em que o gesso passa do estado plástico para o estado rígido.

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construtiva por um longo período de tempo, por ter baixo gasto energético e enorme

capacidade de reciclagem (JOHN, CINCOTTO, 2003).

2.2.2 Processo de Produção do gesso

Segundo Ribeiro (2006), o gesso é um dos três aglomerantes que a indústria

brasileira possui. Os outros dois aglomerantes são: cimento Portland e cal.

O gesso é produzido através da calcinação da gipsita, no qual o minério é

exposto a elevadas temperaturas. Possui a propriedade de tornar-se plástico quando

misturado à água, podendo ser moldado na forma desejada, e endurecer

rapidamente dando rigidez e dureza ao produto final, pela recuperação de sua

estrutura natural.

O processo de fabricação do gesso no país é realizado abrangendo os

procedimentos de extração do minério, que é feita a céu aberto, sucedida de

britagem e estocagem. Logo após é feita a secagem, já que a umidade da matéria-

prima consegue atingir 10%, calcinação, pulverização e embalagem.

A extração do minério gipsita é executada por meio de pás mecânicas,

perfuratrizes, tratores, caminhões e outros. A mineração é realizada através de

explosivos que causam variadas formas e dimensões da rocha. A gipsita é achada

próxima à superfície da terra ou em profundidades de até vinte metros (Figura 3).

Figura 3: Extração do minério gipsita.

Fonte: Mineração Royal Gipso Ltda, 2013.

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Depois da extração, as rochas de gipsita são britadas com o propósito de

diminuir sua granulometria para que se adapte ao forno de calcinação. Para a

moagem são usados britadores de mandíbula e moinhos de martelo. Em algumas

situações, a britagem é executada em duas etapas em circuito fechado e com

peneiras vibratórias a seco. Após reduzir a gipsita extraída da jazida para um

produto de proporções mais finas, essa pode ser transportada para a usina, visando

o próximo procedimento (PERES, L.; BENACHOUR, M.; SANTOS, V.A., 2001)

(Figura 4).

Figura 4: Linha de moagem da gipsita.

Fonte: https://portuguese.alibaba.com/.

A Calcinação é a reação química de decomposição térmica, conceituada

como a fase de maior importância na fabricação do gesso. Para que a reação de

desidratação da gipsita ocorra, é preciso atingir a temperatura de 106°C, mas, para

a velocidade da reação ser aceitável, são necessárias temperaturas maiores. O

processo de calcinação na indústria pode ocorrer em diversos tipos de fornos, que

podem ser caracterizados por sua forma, estilo e pelo tipo de forno, a saber

(PINHEIRO, 2011): a) Fornos tipo panela: esse tipo de forno particulariza-se pelo formato de

panelão de aço. São baixos, arredondados, abertos e de amplo diâmetro. Estes

equipamentos estão em processo de extinção e geralmente estão postos sobre uma

fornalha de alvenaria, em que é utilizada lenha para a queima. Nos fornos tipo

panela, o monitoramento de temperatura e do tempo de residência do material é

efetuado por meio da observação visual.

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b) Fornos tipo marmita: possuem a forma de cubas fechadas, em que o

calor produzido na parte baixa do forno é obtido com a combustão de óleo ou de

lenha. A temperatura é supervisionada através de pirômetros, um conjunto de

palhetas no interior da cuba, que assegura a homogeneidade do material. c) Fornos tipo rotativo tubular: tem a forma de um tubo circular, são de aço

e possuem uma longa extensão e moderada inclinação. Nestes equipamentos o

contato do fogo com o minério já moído é direto. O minério sendo calcinado, circula

por meio da gravidade. A dimensão total do forno e o tempo de residência é

controlado pela velocidade de rotação do tubo.

d) Fornos tipo marmita rotativo: são feitos de aço e material refratário, com

tamanhos variados, conforme o volume da produção. O controle é automatizado, em

algumas situações, obedecem de modo preciso às instruções predeterminadas por

meio do gerenciamento de computadores ou são manuseados de forma empírica.

Nestes equipamentos, o minério moído não entra em contato direto com o fogo. A

partir do momento em que o pó de gesso foi calcinado em fornos, ele começa a

assumir as características de aglomerante.

De acordo com o processo de calcinação, podem ser obtidos dois tipos

distintos de gesso: o gesso beta e o gesso alfa. Para conseguir obter do gesso beta

(seco), a calcinação é feita em um dos quatro tipos de fornos citados acima (panela,

marmita, rotativo tubular e marmita rotativo). Já para obtenção do gesso alfa

(úmido), o processo mais utilizado é por meio do aquecimento direto com um fluído

térmico, com pressões maiores que a atmosférica.

No decorrer da fase de pulverização, o gesso gerado na calcinação passa por

uma britagem fina, de modo a obter a granulometria conveniente à sua aplicação6. O

material triturado e moído é selecionado em frações granulométricas e classificado

conforme o tempo de pega (RIBEIRO, 2006).

Conforme NBR 13207, a distribuição do gesso precisa ser em sacos

multifoliados, excessivamente resistentes para impedir ruptura no decorrer de seu

manuseio e com possibilidade de que sejam capazes de ser fechados após o seu

enchimento. Os sacos de gesso devem ser acondicionados em locais secos e

cobertos, para prevenção de suas propriedades e de fácil acesso para supervisão.

6 Em geral, as granulometrias são especificadas por norma.

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Precisam ser empilhados sobre estrados e não devem ultrapassar de 20 sacos

sobrepostos (BRASIL, 1994) (Figura 5).

Figura 5: Armazenamento adequado do pó de gesso.

Fonte: Empresa JR Gessos, 20177.

2.2.3 Importância econômica do gesso

Devido ao uso comum em divergentes áreas de trabalho, o gesso utilizado na

construção civil é conhecido como gesso da construção. De acordo com a NBR

13207 o gesso para a construção é definido como o “Material moído em forma de pó

obtido da calcinação da gipsita, constituído predominantemente de sulfato de cálcio,

podendo conter aditivos controladores do tempo de pega” (BRASIL, 1994).

O gesso é um material muito utilizado pela construção civil na

contemporaneidade, em razão de seu potencial em isolamento térmico e acústico,

alta durabilidade, facilidade na montagem, resistência e preço baixo. O Brasil é o

quinto maior produtor mundial de gipsita, com 1,63 milhões de toneladas produzidas

ao ano (CANUT, 2006).

Atualmente, o gesso tem sido uma das opções mais utilizadas na construção

civil, devido à praticidade e ao baixo custo. Sua utilização como revestimento interno

vem aumentando rapidamente por possibilitar aplicação direta sobre o bloco e um

acabamento fino, dispensando revestimentos, reduzindo custos e acelerando o

processo.

7 Site da empresa: http://jrgessosp.com.br/index.php/produtos.

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Com o decorrer dos últimos anos, o emprego do gesso na construção civil

brasileira vem crescendo progressivamente. Obteve estímulo por volta da década de

1990, com a incorporação da tecnologia drywall nas vedações internas dos variados

tipos de construções. No cenário industrial brasileiro, são encontrados acessíveis

três tipos de gesso: o gesso para fundição, o gesso para revestimento e os gessos

especiais. São eles: a) Gesso para fundição: é constituído essencialmente de gesso beta, sendo

capaz de conter uma certa porção de anidrita solúvel. Utilizado para a fabricação de

pré-moldados de gesso, compreendendo as placas para aplicação de forros e os

blocos para divisórias destinados à construção civil ou para confecção de elementos

decorativos como sancas, estatuetas e imagens.

A NBR 13207 (1994) determina que o gesso para fundição é fabricado com

duas granulometrias diferentes, sendo classificado como gesso para fundição grosso

e gesso para fundição fino. Para os dois tipos de gesso de fundição, o tempo de

pega é de 4 a 10 minutos para início de pega e de 20 a 45 minutos para o final de

pega. b) Gesso para revestimento: é o gesso criado para a produção de

revestimentos de paredes, tetos e lajes, composto principalmente por gesso beta e

anidrita insolúvel, podendo possuir aproximadamente 2% de contaminantes como

sulfato de magnésio, argilas e óxidos de ferro e alumínio (PERES; BENACHOUR;

SANTOS, 2001).

O gesso para revestimento é fabricado com duas granulometrias distintas:

gesso grosso para revestimento e gesso fino para revestimento. O que diferencia o

gesso para revestimento do gesso para fundição é o tempo de pega, que é

considerado satisfatório quando o início de pega é maior que 10 minutos e o fim de

pega maior que 45 minutos (NBR 13207, 1994).

c) Gessos especiais: no Brasil, esses gessos não são normatizados. Os

gessos especiais são fabricados a partir dos gessos básicos, mediante o acréscimo

de materiais auxiliares, que dão ao gesso fabricado as propriedades fundamentais a

uma aplicação particular. Os materiais auxiliares adicionados aos gessos especiais

são, de modo geral, agregados finos, aditivos e corantes.

Os gessos de nacionalidade brasileira normatizados têm suas características

químicas e propriedades físicas e mecânicas estabelecidas pela NBR 13207 (1994).

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As propriedades físicas e mecânicas do gesso impostas pela norma são: resistência

à compressão axial, dureza superficial e massa unitária.

Embora o gesso apresente muitas vantagens em sua utilização, há algumas

propriedades do material que estabelecem limites ao seu uso. O gesso contém alto

grau de solubilidade, limitando seu emprego aos ambientes internos e secos, e ao

ser sujeitado à ambientes abundantemente úmidos ou com pouca ventilação, podem

causar o desenvolvimento de fungos (ANTUNES, 1999).

2.2.4 Execuções com Gesso

2.2.4.1 Execução de revestimento de gesso em pasta

Um dos empregos básicos do gesso na construção civil é a pasta de gesso,

bastante usada em revestimentos internos de tetos e paredes. Os revestimentos de

gesso em pasta apresentam uma superfície de acabamento liso, branca e com

facilidade para pintura. Quando combinado com água, o gesso em pó produz uma

pasta com enrijecimento acelerado que incorpora bem ao concreto ou bloco de tijolo.

Os serviços como chapisco, emboço e reboco podem ser substituídos pela

utilização da pasta de gesso ao ser bem executado. As técnicas mais usadas no

Brasil para a execução de revestimentos de pasta de gesso são, principalmente, o

de revestimento desempenado e sarrafeado, a saber: a) Execução de revestimento desempenado: A região deve ser

antecipadamente umedecida. A execução deve começar pelo teto, passando a pasta

com uma desempenadeira, com movimentos de vai-e-vem. Em seguida, aplica-se a

pasta nas paredes em movimentos de baixo para cima nenhuma (CINCOTTO et al.,

1998), como pode ser observado na Figura 6.

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Figura 6: Execução de revestimento desempenado.

Fonte: Cecchini, 20178 .

b) Execução de revestimento sarrafeado: é necessário que se faça faixas

mestras e taliscas, para que seja possível a execução de uma superfície mais plana,

em seguida, a pasta de gesso é aplicada entre as mestras. Por fim, o gesso é

sarrafeado com réguas de alumínio que retiram o excedente de pasta (CINCOTTO

et al., 1998) (Figura 7).

Figura 7: Execução de revestimento sarrafeado.

Fonte: Paschoalão, 20179.

8 Blog da Arquiteta Mari Cecchini. Ver em: http://dicasdaarquiteta.ig.com.br/index.php/2009/12/29/gesso-ou-reboco/ 9 Blog da Arquiteta Karine Paschoalão. Ver em: http://karinepaschoalao.blogspot.com.br/2012/04/ola-pessoal-estou-de-volta-para-dar.html

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2.2.4.2 Execução de gesso para divisórias

Os blocos de gesso são elementos de vedação vertical, usados para a

produção de paredes e divisórias interna nas construções. As divisórias de gesso

possuem as características de proporcionar conforto térmico, acústico por poder

isolar os sons e serem tão rígidas quanto as paredes de alvenaria.

O gesso para divisórias apresenta aparência real de alvenaria coberta com

gesso e possuem cones internos (câmeras acústicas) que permitem a passagem de

tubulações hidráulicas, elétricas e telefônicas (Figura 8). O uso das chapas de gesso

acartonado, também conhecidas atualmente como drywall, se sobressai por possuir

leveza, estrutura e flexibilidade. As chapas são montadas por meio de ligação

mecânica e presas através de estruturas de madeira ou metal.

Figura 8: Execução de divisória de gesso.

Fonte: Empresa Litoral Gesso, 201710.

2.2.4.3 Aplicação de placas de gesso na execução de forros

As placas utilizadas na execução de forros suspensos são lisas, de gesso

moldado, produzidas, habitualmente, com proporções de 60 cm x 60 cm e com cerca

de 2 cm de espessura. São encaixadas umas nas outras suspensas por um arame e

colada nas emendas com massa de gesso (JOHN, CINCOTTO, 2003).

As placas são produzidas por meio de formas de metal, nas quais é moldada

a mistura de gesso, água e, de acordo com o produtor, aditivos. O forro de gesso é

constantemente empregado, na arquitetura, como parte decorativa.

10 Site da empresa: http://www.gessolitoral.com.br/gesso-em-praia-grande-sp/bloquete-de-gesso/

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Figura 9: Placas de gesso para forro.

Fonte: http://aprendaaconstruirereformar.blogspot.com.br/2010/12/forro-de-gesso.html, 2017.

2.3 Os Resíduos de Gesso Os resíduos de gesso produzidos no decorrer dos serviços de construção e

demolição de obras civis são resultados, basicamente, do gasto excessivo de

materiais resultantes das técnicas construtivas escolhidas e do planejamento dos

serviços no canteiro de obra. Calcula-se que 4% dos entulhos na construção civil

são provenientes de produtos de gesso (MAEDA, 2000).

Os resíduos de gesso produzidos nos serviços de construção e demolição

tiveram sua disposição final normatizada pela Resolução 307/2002 do CONAMA

(2002), classificados como resíduos da classe “C”, sem possibilidade de ser

reciclados e com indispensável necessidade de ser tratados, em razão da

degradação do solo e do lençol freático. Através da Resolução 431/2011 do

CONAMA (2011), os resíduos de gesso foram introduzidos na classe “B”, e

passaram a ser classificados como resíduos recicláveis. Porém, apesar de que o

gesso seja classificado como reciclável, a destinação final desse resíduo ainda

encontra dificuldades para o setor, não é permitido em aterros sanitários, as áreas

de triagem ainda são raras e quase não existem usinas de reciclagem.

Em todas as técnicas de utilização do gesso, há geração de resíduos, que

ocasionam impactos ambientais. De acordo com Carvalho (2009), os resíduos de

gesso provenientes da construção civil sempre que são segregados recuperam as

características químicas do minério de origem, podendo ser reutilizados na cadeia

produtiva.

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A deposição do resíduo de gesso em aterros sanitários normais não é

aconselhada, pois o ambiente úmido, combinado às circunstancias aeróbicas e a

existência de bactérias que reduzem sulfato, possibilita a dissociação dos

componentes do gesso em dióxido de carbono, água e gás sulfídrico, que é tóxico e

inflamável (JOHN, CINCOTTO, 2003).

Acredita-se que, do ponto de vista ambiental, a geração de entulho deste

material é uma desvantagem muito grande, onde o entulho gerado para o

revestimento de um apartamento ocupa todo um ambiente do mesmo num monte

cuja altura central ultrapassa um metro (MAEDA, 2000).

As alternativas para diminuir o impacto ambiental causado pelos resíduos de

gesso são a redução, a reutilização e a reciclagem do material.

O processo de reciclagem dos resíduos de gesso começa a partir de sua

coleta e consequente armazenamento, ambos acontecem de forma particular nos

canteiros de obras. A seletividade no decorrer da coleta além de favorecer a

qualidade do resíduo, auxilia sua reciclagem (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS

FABRICANTES DE CHAPAS PARA DRYWALL, 2009).

Desta forma, Ribeiro (2006) propõe que, a segregação do resíduo de gesso

no momento em que é gerado e a administração de sua contaminação nas fases de

armazenamento e transporte são condições fundamentais para tornar a reciclagem

viável.

A Figura 10 mostra resíduos de gesso gerados em obra e a maneira

apropriada de armazenamento desses resíduos, conforme a Associação Brasileira

dos Fabricantes de Chapas para Drywall (2009), “o local de armazenagem dos

resíduos de gesso na obra deve ser seco. A armazenagem pode ser feita em baia

com piso concretado ou em caçambas. O local deve ser coberto e protegido das

chuvas e outros possíveis contatos com água”. Quanto ao transporte desses

resíduos ao local de reciclagem devem ser adotadas medidas definidas pelo órgão

responsável de cada região.

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Figura 10: Armazenagem correta dos resíduos do gesso no canteiro de obras

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE CHAPAS PARA DRYWALL (2009, p.13).

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall (2009)

indica que, pesquisas quanto as técnicas de reciclagem do gesso vêm sendo feitas

desde o ano 1990, apresentando grande avanço quanto ao seu reaproveitamento

pela indústria cimenteira, usado como ingrediente que retarda o tempo de pega do

cimento, no setor agrícola, utilizado para corrigir a acidez do solo e aperfeiçoar suas

características, e a indústria de transformação do gesso, reintroduzindo proporções

de seus resíduos nas etapas de produção.

Portanto, destinar os resíduos de gesso para a reciclagem e posteriormente

utiliza-los nos processos produtivos, além de diminuir o volume de extração do

minério gipsita, ainda auxilia para a redução do descarte inapropriado do material,

assim como a contaminação do solo e do lençol freático.

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3 METODOLOGIA

Nesta seção será exposta a metodologia utilizada para serem alcançados os

objetivos da pesquisa. O princípio metodológico do estudo foi uma pesquisa

bibliográfica e pesquisa de campo.

O atual projeto foi implantado no município de Maceió localizado na parte

central da faixa litorânea do estado de Alagoas (Figura 11). Está a 7 m de altitude

em relação ao nível do mar, com população de 932.748 habitantes, área de

aproximadamente 510 km², o que corresponde a 1,76% do território alagoano.

Apresenta clima quente e úmido, com temperaturas médias anuais máximas em

torno de 29°C e mínimas em torno de 22°C e umidade relativa média anual de 78%.

(IBGE, 2010).

Figura 11: Mapa da localização do município de Maceió.

Fonte: IBGE, 2010. 3.1 Etapas de pesquisa

Para atingir os objetivos apresentados foram realizadas duas etapas de

pesquisa. A primeira etapa consistiu de um amplo levantamento bibliográfico sobre a

temática abordada.

Concomitantemente foi realizada uma pesquisa de campo exploratória, onde

foram coletados dados através de um questionário estruturado (APÊNCICE A) feito

para empresas de construção civil da cidade de Maceió, com o proposito de verificar

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as práticas de gestão dos resíduos de gesso das construtoras, assim como o grau

de conhecimento de seus dirigentes quanto ao assunto.

O questionário foi aplicado em local devidamente acordado com o

entrevistado ou por via e-mail. Para o preenchimento dos dados foram utilizadas

planilhas eletrônicas (Excel) de forma a fornecer uma apresentação em forma

gráfica bem como uma análise estatística descritiva dos dados coletados.

Para as análises estatísticas dos resultados obtidos, foram feitas pesquisas

nos trabalhos dos autores Levine (2012), Martins (2012) e Spiegel (2009).

A análise dos dados coletados através do questionário foi feita de modo

minucioso para que fosse possível identificar e analisar as práticas de gestão dos

resíduos de gesso oriundos da construção civil em Maceió, assim como apontar

possível destinação apropriada do resíduo de gesso, podendo recicla-lo, reutiliza-lo

ou simplesmente fazer a disposição menos impactante para o meio ambiente.

Os dados coletados estão estruturados e expostos de forma gráfica do tipo

diagrama de pizza e gráfico de barras horizontal.

3.2 Cálculo de população e amostragem

A obtenção de dados amostrais é importante porque nem sempre se pode ter

todos as informações de uma população, principalmente, quando se trata de

pesquisa de campo onde ocorrem custos e demasiado gasto de tempo.

Nesse sentido, população significa o total de dados existente de uma

determinada variável e amostra é um subconjunto dessa população (Levine, 2012;

Martins, 2012; Spiegel, 2009).

O presente trabalho parte da obtenção de informações de 61 empresas do

setor de construção civil do município de Maceió, Estado de Alagoas, vinculadas à

Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (ADEMI - AL).

Portanto, esse será o universo populacional.

Amostragem, no entanto, trata-se de uma técnica estatística para se

quantificar um mínimo de observações necessárias cujas medidas estatísticas sejam

representativas da população, ao nível de confiança/representatividade desejada

(LEVINE, 2012; MARTINS, 2012; SPIEGEL, 2009).

Quanto à classificação de técnicas de amostragem, elas podem ser

probabilísticas e não probabilísticas. As primeiras referem-se às fórmulas, para

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dados quantitativos ou em percentuais11, as quais designam um determinado nível

de confiabilidade. As não probabilísticas, como o nome sugere, não definem nível de

confiabilidade, pois tratam em geral de pesquisas de opinião sem parâmetros de

tamanho (MARTINS, 2012).

Das técnicas probabilísticas, há a Amostragem Aleatória Simples (AAS), a

qual define apenas o tamanho mínimo da amostra a ser obtido, e tratamentos de

amostragem como a Amostragem Estratificada e a de Conglomerados, as quais não

cabem ao presente trabalho.

Dentro da AAS, há fórmulas para tratamento de dados quantitativos e

percentuais. Como o presente trabalho trata de questionário qualitativo onde, no

máximo, se obtém dados percentuais, optou-se por uma análise de AAS para dados

percentuais com população finita, ou seja, sabe-se o tamanho da população. A

fórmula utilizada é:

𝒏 = 𝒁𝜶/𝟐

𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒 ∗ 𝑵

𝒅𝟐 ∗ (𝑵 − 𝟏) + 𝒁𝜶/𝟐𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒

Onde:

n = número da amostra;

Z = nível de confiança;

p = quantidade de acerto esperado;

q = quantidade de erro esperado;

N = população total;

d = nível de precisão.

Calculou-se, a princípio, os tamanhos de amostra para os níveis de 95% e

90% de confiança12, a partir de 61 empresas associadas, um erro amostral de 5% e

um percentual de reciclagem de 50%, obtendo os resultados abaixo, logo,

𝒏𝟗𝟎% =

𝒁𝜶𝟐

𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒 ∗ 𝑵

𝒅𝟐 ∗ (𝑵 − 𝟏) + 𝒁𝜶𝟐

𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒=

𝟏, 𝟔𝟒𝟐 ∗ 𝟎, 𝟓 ∗ 𝟎, 𝟓 ∗ 𝟔𝟏

𝟎, 𝟎𝟓𝟐(𝟔𝟏 − 𝟏) + 𝟏, 𝟔𝟒𝟐 ∗ 𝟎, 𝟓 ∗ 𝟎, 𝟓

=𝟒𝟏, 𝟎𝟐

𝟎, 𝟏𝟓 + 𝟎, 𝟔𝟕𝟐𝟒=

𝟒𝟏, 𝟎𝟐

𝟎, 𝟖𝟐𝟐𝟒= 𝟒𝟗, 𝟖𝟗 = 𝟓𝟎 𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒔𝒂𝒔 𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆

11 Ou seja, abrangem tanto dados quantitativos quanto qualitativos. 12 Sabe-se que os valores críticos de Z a 90% e 95% são, respectivamente, 1,64 e 1,96.

Equação 1

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𝒏𝟗𝟓% =

𝒁𝜶𝟐

𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒 ∗ 𝑵

𝒅𝟐 ∗ (𝑵 − 𝟏) + 𝒁𝜶𝟐

𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒=

𝟏, 𝟗𝟔𝟐 ∗ 𝟎, 𝟓 ∗ 𝟎, 𝟓 ∗ 𝟔𝟏

𝟎, 𝟎𝟓𝟐(𝟔𝟏 − 𝟏) + 𝟏, 𝟗𝟔𝟐 ∗ 𝟎, 𝟓 ∗ 𝟎, 𝟓

=𝟓𝟖, 𝟓𝟖𝟒𝟒

𝟎, 𝟏𝟓 + 𝟎, 𝟗𝟔𝟎𝟒=

𝟓𝟖, 𝟓𝟖𝟒𝟒

𝟏, 𝟏𝟏𝟎𝟒= 𝟓𝟐, 𝟕𝟔 = 𝟓𝟑 𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒔𝒂𝒔 𝒂𝒑𝒓𝒐𝒙𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆

Para que fossem obtidos resultados confiáveis os questionários foram

aplicados a 53 empresas associadas à ADEMI – AL. No entanto, só houve o retorno

de 20 empresas. Sendo assim, buscou-se flexibilizar o percentual de erro amostral

para ainda obter o nível de confiabilidade de 95%. O erro amostral de 16% mantém

a confiabilidade do estudo, como se observa abaixo.

𝒏𝟗𝟓% =

𝒁𝜶𝟐

𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒 ∗ 𝑵

𝒅𝟐 ∗ (𝑵 − 𝟏) + 𝒁𝜶𝟐

𝟐 ∗ 𝒑 ∗ 𝒒

𝟐𝟎 = 𝒁𝟐 ∗ 𝟎, 𝟐𝟓 ∗ 𝟎, 𝟕𝟓 ∗ 𝟔𝟏

𝟎, 𝟏𝟔𝟐(𝟔𝟏 − 𝟏) + 𝒁𝟐 ∗ 𝟎, 𝟐𝟓 ∗ 𝟎, 𝟕𝟓

𝟐𝟎 =𝟏𝟏, 𝟒𝟑𝟕𝟓𝒁𝟐

𝟏, 𝟓𝟑𝟔 + 𝟎, 𝟏𝟖𝟕𝟓𝒁𝟐

𝒇𝒂𝒛𝒆𝒏𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒊𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒍𝒐𝒔 𝒆𝒙𝒕𝒓𝒆𝒎𝒐𝒔,

𝟏𝟏, 𝟒𝟑𝟕𝟓𝒁𝟐 = 𝟑𝟎, 𝟕𝟐 + 𝟑, 𝟕𝟓𝒁𝟐 𝟏𝟏, 𝟒𝟑𝟕𝟓𝒁𝟐 − 𝟑, 𝟕𝟓𝒁𝟐 = 𝟑𝟎, 𝟕𝟐

𝟕, 𝟔𝟖𝟕𝟓𝒁𝟐 = 𝟑𝟎, 𝟕𝟐

𝒁 = √𝟑, 𝟗𝟗𝟔𝟏 = 𝟏, 𝟗𝟗𝟗 = 𝟎, 𝟒𝟕𝟔𝟕 + 𝟎, 𝟒𝟕𝟔𝟕 = 𝟗𝟓, 𝟑𝟒%, 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝒕𝒂𝒃𝒆𝒍𝒂 𝒅𝒂 𝒏𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍

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4 RESULDADOS E DISCUSSÕES

Conforme apontado nos objetivos, o propósito do presente trabalho é

identificar os critérios de gerenciamento de resíduo de gesso gerados pelas

empresas de construção civil do município de Maceió, com o intuito de identificar e

analisar as práticas empregadas para a gestão dos resíduos de gesso de tais

empresas.

A aplicação do questionário (APÊNDICE A) viabilizou averiguar a

compreensão das empresas sobre as questões voltadas para a gestão dos resíduos

de gesso nos canteiros de obras. Além disso, obteve-se informações sobre as ações

empregadas por cada uma com a finalidade de se conseguir minimizar os impactos

causados pelos resíduos de gesso e se dar uma correta destinação a estes.

O gráfico 1 informa sobre o conhecimento das empresas quanto aos impactos

ambientais provocados pelos resíduos de gesso. Verifica-se que 50% das

construtoras reconhecem saber que há um impacto ambiental causado pelo resíduo

de gesso, porém, não conhecem tais impactos, nem mesmo sabem que o

acondicionamento inapropriado do gesso pode causar prejuízos diretos ao solo,

lençol freático e à saúde dos que coabitam com este material em degradação. Já

20% admitiram não saber dos problemas causados por esse resíduo e 30% das

construtoras declaram efetivamente que o armazenamento inapropriado pode

ocasionar a poluição do solo, lençol freático e paralisação do sistema nervoso

através do gás sulfídrico. É um dado alarmante, já que 70% das empresas nem

mesmo conhecem os riscos que os resíduos do gesso podem trazer aos habitantes

que vivem no entorno do empreendimento e seus funcionários.

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Gráfico 1: A empresa conhece os impactos ambientais causados pelos resíduos de

gesso gerados em suas obras? Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Quando questionadas sobre qual serviço de gesso gera maior desperdício, as

construtoras responderam conforme pode ser visto no Gráfico 2. Observa-se que

90% das empresas afirmam que o maior desperdício ocorre com a execução de

revestimento com pasta de gesso, já 5% das empresas entrevistadas dizem que o

maior volume de resíduo de gesso é na construção de divisórias de gesso e,

também, 5% das construtoras afirmam que a execução de forro com placa de gesso

gera maior desperdício. Desta forma, é possível afirmar que, conhecendo as etapas

construtivas que produzem maior volume de resíduo de gesso, as construtoras

podem realizar treinamentos com seus operários para que estes tenham

conhecimento das técnicas construtivas corretas, e assim, reduzir o desperdício do

material.

Gráfico 2: Em qual serviço de gesso ocorre maior desperdício de gesso?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

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Para identificar de que forma as empresas estão visando realizar as

atividades de minimização dos impactos causados pelos resíduos de gesso

produzidos em suas obras, foi perguntado quais as medidas específicas que visam a

redução de resíduos de gesso. Os resultados estão no Gráfico 3.

Gráfico 3: A empresa desenvolve medidas específicas que visem à redução de

resíduos de gesso? Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Como visto no gráfico 3, é possível comprovar que as empresas analisadas

têm a responsabilidade em conscientizar seus funcionários quanto à necessidade da

preservação ambiental, por meio de propostas de incentivo à cultura e à educação

perante a sociedade.

As construtoras que disseram reciclar ou reaproveitar, responderam que

utilizam o seguinte processo: a construtora A afirmou que uma certa quantidade de

resíduos de gesso é corretamente separada, acondicionada, triturada e reintroduzida

à pasta de gesso corrido para novos revestimentos. Já a construtora B disse que os

resíduos de gesso são destinados para a melhoria no desempenho de solo para fins

agrícolas.

Para as empresas foram perguntadas quais as vantagens que essas medidas

de redução de resíduo trazem para a empresa, com a finalidade de que fossem

apresentadas as verdadeiras razões de suas preocupações em investir nesse

processo. As respostas estão no gráfico 4.

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Gráfico 4: Quais as vantagens que essas medidas trazem para a empresa?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Com os dados do Gráfico 4 é possível constatar que a principal vantagem

indicada por 100% das construtoras é a conscientização dos operários sobre a

degradação ambiental e o desenvolvimento sustentável. É importante ressaltar que

60% das empresas afirmam que as medidas adotadas por elas contribuem de forma

direta com a diminuição da degradação ambiental.

O gráfico acima também indica que 45% das construtoras acreditam que a

redução dos custos da obra está diretamente ligada a redução de desperdício de

gesso no canteiro. Porém, apenas 10% das empresas enxergam a gestão do

resíduo de gesso como provável tática de vendas e reconhecimento do mercado.

Estas alegações comprovam que as construtoras visam contribuir para a melhoria

da situação atual do meio ambiente, diminuindo a degradação causadas por suas

obras.

O Gráfico 5 apresenta os resultados ao questionamento sobre a existência de

procedimento de quantificação de resíduos de gesso no canteiro de obra. Apenas

60% das construtoras questionadas investem em procedimentos que auxiliam na

quantificação de resíduos de gesso. Portanto, a empresa tem o cuidado em fiscalizar

a quantidade de resíduo gerado em suas obras, evidenciando seu comprometimento

com a questão ambiental e sustentabilidade.

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Gráfico 5: Há existência de procedimento de quantificação de resíduos de gesso no

canteiro de obra? Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Quanto à questão referente a identificar os responsáveis por dar destinação

final aos resíduos de gesso das construtoras, o resultado encontra-se no gráfico

abaixo.

Gráfico 6: Quem é o responsável por dar destinação final ao resíduo de gesso da

obra? Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Chama atenção no Gráfico 6 que 10% das empresas afirmam que ainda não

deram destinação final aos resíduos de gesso e, consequentemente, esses resíduos

ainda se encontram acondicionados em local apropriado ou não. Dependendo do

nível de umidade gerado nesse local, é provável haver a formação de gás sulfídrico,

gás que trás prejuízo à saúde e ao meio ambiente.

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É importante destacar que 60% das construtoras contratam empresas

terceirizadas. As empresas transportadoras devem estar registradas na prefeitura e

fazer o procedimento de entrega dos resíduos no destino final se os mesmo

estiverem separados. Essa decisão da prefeitura de Maceió é a forma de pressionar

os geradores dos resíduos a colaborarem com o tratamento dos resíduos de gesso

de forma adequada.

Em relação a questão referente aos prováveis destinos dado aos resíduos de

gesso pelas construtoras no município de Maceió, o resultado encontra-se no gráfico

a seguir.

Gráfico 7: A construtora tem conhecimento da destinação final?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O gráfico 7 ressalta que 10% das construtoras dizem que os resíduos são

dispostos em um terreno da empresa, comprovando que não se conscientizaram até

então ou não se interessam sobre os impactos provocados ao meio ambiente por

suas construções e o mau gerenciamento dos resíduos de gesso. Já 20% das

empresas declaram que dão destino apropriado ao resíduo de gesso, no entanto

não informam qual o local de destino.

O gráfico a seguir indica sobre a utilização de métodos de reciclagem pelas

empresas de construção no município de Maceió.

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Gráfico 8: A empresa conhece alguma técnica de reciclagem do gesso? Caso a

resposta seja afirmativa, essa técnica é utilizada? Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O Gráfico 8 mostra que 75% das empresas entrevistadas admitem conhecer

técnicas de reciclar o resíduo de gesso gerado, porém, não utilizam essas técnicas

em seus canteiros de obra. Desta forma, nada será feito com os resíduos de gesso

para que eles sejam capazes de ser reciclados ou reinseridos como material de

construção da obra.

Quando questionada a opinião das empresas sobre o gerenciamento dos

resíduos de gesso, por parte do órgão responsável pela gestão e fiscalização dos

RCC gerados no município, temos o seguinte resultado (Gráfico 9):

Gráfico 9: Na opinião da empresa, o gerenciamento dos resíduos de gesso por

parte do órgão responsável pela gestão e fiscalização dos RCC gerados no município é satisfatório? O que pode ser melhorado?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

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Das 20 construtoras entrevistadas foi possível observar que 80% não estão

satisfeitas com o gerenciamento dos resíduos de gesso por parte do órgão

responsável pela gestão e fiscalização dos RCC gerados no município de Maceió.

Essas empresas apontam que não há local específico para destinação final do

resíduo. Em geral, o destino é o aterro sanitário, onde o resíduo de gesso é

misturado com os demais tipos de resíduos, sejam eles industriais ou domésticos. A

falta de programas de conscientização e de fiscalização por parte do órgão é outra

questão apontada pelas construtoras.

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5 CONCLUSÃO

A realização do estudo em questão visou uma analise crítica sobre o

procedimento de coleta, transporte e destinação final dos resíduos de gesso

provenientes da construção civil na cidade de Maceió, conforme os critérios da

Resolução CONAMA 307/02 e da Resolução CONAMA 431/11, que altera a

classificação dos resíduos de gesso para a Classe B, proporcionando assim novos

olhares para seu reaproveitamento.

O processo de gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil busca suprir

a carência cada vez mais urgente da conscientização do uso dos recursos naturais,

assim como o descarte adequado dos resíduos que podem ser reutilizados, como

resíduos das classes A e B pela Resolução CONAMA 307/02.

Apoiando-se na literatura técnica, foi possível apontar a regulamentação da

gestão dos resíduos de gesso já que no decorrer dos últimos anos houve um

crescimento considerável das aplicações do material com a introdução de novos

mecanismos no mercado e em virtude da demanda por técnicas executivas mais

econômicas e de elevada produtividade. Ainda que as utilizações de gesso na

construção civil produzam grandes quantidades de resíduos.

No decorrer da pesquisa foram identificadas as técnicas mais comuns de

serviços com gesso na construção civil de Maceió e, simultaneamente, pôde-se

determinar a forma com que os resíduos são gerados para as inúmeras aplicações

do gesso. Cabe ressaltar que, na maioria das utilizações do gesso, a redução da

quantidade de resíduos gerados é viável, diante de ações preventivas de gestão da

execução dos serviços e treinamento de mão de obra.

Através das informações coletadas pelo questionário aplicado as 20

construtoras, escolhidas dentre as 61 empresas associadas a ADEMI, foi possível

notar que apesar de 100% declarar que fazem segregação dos resíduos (Gráfico 3),

não há muita preocupação por parte das mesmas com a degradação ambiental,

visto que apenas 20% dizem dar destino adequado aos resíduos de gesso (Gráfico

7). O percentual de 80% declara conhecer algum método de reaproveitamento ou

reciclagem de gesso, porém somente 5% afirmam utilizar tal técnica (Gráfico 8).

É possível concluir também que há incompatibilidade nas respostas das

empresas analisadas, já que 60% revelam haver existência de procedimentos de

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quantificação (Gráfico 5), e apenas 20% fazem monitoramento dos desperdícios

(Gráfico 3).

A pesquisa mostra que 80% das construtoras questionadas não estão

satisfeitas com a gestão do órgão publico responsável pela fiscalização da

destinação dos RCD. 85% realizam palestras e programas de capacitação para

estimular a conscientização de seus colaboradores e, 10% efetuam reciclagem e

reaproveitamento dos resíduos de gesso.

De acordo com o exposto, sugere-se ao poder público municipal empregar

esforços na procura por opções para a gestão adequada dos resíduos de gesso, por

meio de propostas de políticas publicas que abrangem a coleta, transporte e

principalmente a destinação final desse resíduo. Visando-o como uma forma de

gerar renda, cogitando, também, a viabilidade de que seu reaproveitamento se torne

um recurso para diminuição do descarte ilegal no meio ambiente.

Assim, o gerenciamento dos resíduos de gesso na construção civil é uma

atividade de fundamental importância, tendo em vista as implicações geradas pelo

não gerenciamento dos resíduos desse material. É responsabilidade das

construtoras, que usam materiais em gesso, gerenciar os resíduos de gesso.

Concomitantemente, cabe ao poder publico normatizar e fiscalizar as diretrizes e

padrões estabelecidos com a finalidade de verificar a efetivação dos mesmos,

objetivando a preservação do meio ambiente.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AS CONSTRUTORAS DA CIDADE

DE MACEIÓ.

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TERMO DE PESQUISA

Informações para o(a) participante voluntário(a):

Você está convidado(a) a responder este questionário que faz parte da

coleta de dados da pesquisa do trabalho de conclusão de curso com o tema

“GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE GESSO DA CONSTRUÇÃO CIVIL: uma

visão para a cidade de Maceió, sob responsabilidade dos alunos Daryslane Santos

Caetano e Pedro Henrique Messias Costa, e da pesquisadora Dr. Allani Christine

Monteiro Alves da Rocha do Centro Universitário CESMAC.

Caso você concorde em participar da pesquisa, leia com atenção os seguintes

pontos: a) você é livre para, a qualquer momento, recusar-se a responder às

perguntas que lhe ocasionem constrangimento de qualquer natureza; b) sua

identidade será mantida em sigilo; c) caso você queira, poderá ser informado(a) de

todos os resultados obtidos com a pesquisa, independentemente do fato de mudar

seu consentimento em participar da pesquisa.

QUESTIONÁRIO: 1 - A empresa conhece os impactos ambientais causados pelos resíduos de gesso

gerados em suas obras?

( )Sim ( )Não ( )Pouco

Quais?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2 - Em que etapa construtiva ocorre maior desperdício de gesso?

( )Revestimento de gesso em pasta ( )Divisórias de gesso ( )Forro de gesso

em placas

3 - A empresa desenvolve medidas específicas que visem à redução de resíduos de

gesso? Se sim ou pouco, quais são elas?

( )Sim ( )Não ( )Pouco

Page 51: ANÁLISE DAS PRÁTICAS UTILIZADAS PARA O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE …¡lise... · 2020. 2. 18. · os resíduos de gesso, sendo incluído agora como resíduo da construção

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Quais?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4 - Quais as vantagens que essas medidas trazem para a empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5 - Há existência de procedimento de quantificação de resíduos de gesso no

canteiro de obra?

( )Sim ( )Não ( )Pouco

6 - Quem é o responsável por dar destinação final do resíduo de gesso da obra?

( )É terceirizado ( )O gerente

7 - Há o conhecimento dessa destinação?

( )Sim ( )Não ( )Pouco/Ás vezes

Qual?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8 - A empresa conhece alguma técnica de reciclagem do gesso? Caso a resposta

seja afirmativa, essa técnica é utilizada?

( )Sim ( )Não ( )Pouco

É utilizada?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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9 - Na opinião da empresa, o gerenciamento dos resíduos de gesso, por parte do

órgão responsável pela gestão e fiscalização dos RCC gerados no município é

satisfatório? O que pode ser melhorado?

( )Sim ( )Não ( )Pouco

Melhora:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________