Anestesia Geral

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ANESTESIA GERAL Enf.ª Larissa Jacovenco Enf. João Paulo Belini Jacques

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ANESTESIA GERAL

Enf.ª Larissa Jacovenco

Enf. João Paulo Belini Jacques

DEFINIÇÕES ANESTESIA: Depressão do SNC resultando em perda da

percepção e resposta aos estímulos ambientais;

ANALGESIA: Percepção reduzida a um estímulo doloroso;

SEDAÇÃO: Anestesia sem perda total dos reflexos;

ANESTESIA GERAL: Característica básica -> perda de reflexos protetores (especialmente das vias aéreas).

HISTÓRICO

Ópio – usado como analgésico há milênios

Infusão endovenosa de ópio em animal – 1657

Éter – sintetizado séc. 16. Usado como anestésico em 1842.

Primeira anestesia – 16 out. 1846 Dr. William Morton

ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DO SISTEMA

NERVOSO

Sistema Nervoso

Sistema Nervoso Central

Sistema Nervoso Periférico

EncéfaloMedula Espinhal

Nervos cranianos

Nervos Espinhais

O SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Encéfalo ( localizado na caixa craniana):

CérebroCerebeloBolbo Raquidiano

Medula Espinal ( no interior da coluna vertebral).

Cerebelo

Cérebro

Medula Espinal

Bolbo Raquidiano

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO HUMANO

Divisão Partes Funções Gerais

Sistema Nervoso Central(SNC)

Sistema Nervoso

Periférico(SNP)

Encéfalo e Medula Espinhal

Nervos e gânglios

Processamento e Integração de informações

Condução de informações entre órgão receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetores

(músculos, por ex.)

LOBOS CEREBRAIS

LOBO FRONTAL:Pensamento

ÁREA DE BROCAParte motorada fala

Área motora voluntáriaSULCO CENTRAL Tato e outras áreas

sensoriais

LOBO PARIETAL

Área de interpretação

LOBO OCCIPTAL Visão

CEREBELOEquilíbrio

PONTE e BULBOrespiração e

batimentos cardíacos

CORPO CALOSO

HIPÓFISE

HIPOTÁLAMO

TÁLAMO

PONTE

MEDULA

CEREBELO

O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Sistema Nervoso

Sistema Nervoso autônomo

Sistema Nervoso voluntário

ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DO SISTEMA

NERVOSO

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Coordena os órgãos internos de modo automático e inconsciente:

Simpático - mobiliza as energias para um aumento de atividade

Parassimpático - conserva as energias corporais

S. N. SIMPÁTICOS. N. PARASSIMPÁTICO

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

SISTEMA NERVOSO SOMÁTICOCoordena funções que nos relacionam com o meio externo

- movimentos voluntários:

Nervos do sistema muscular, do esqueleto e dos órgãos dos sentidos

ESTRUTURA TÉCNICA NEUROCIRÚRGICA

Sistema Nervoso

Crânio (cabeça)

Nervos periféricos

Dorso (coluna)

DERMÁTOMOS

NEUROTRANSMISSORES Dopamina: Controla a estimulação e os

níveis do controle motor. Acetilcolina: A acetilcolina controla a

atividade de áreas cerebrais relacionadas à atenção, aprendizagem e memória. É liberada pelo sistema autônomo parassimpático.

Noradrenalina: Principalmente uma substância química que induz a excitação física e mental e bom humor.

GABA:  o ácido gama aminobutírico induz a inibição do SNC, causando a sedação.

AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Diminuição da ansiedade do paciente e familiares

Orientação quanto aos cuidados perioperatórios

Determinar as condições do paciente

Diminuir os riscos anestésico-cirúrgico do paciente

Determinar a escolha da anestesia

Facilitar a recuperação pós-operatória

CONSULTA PRÉ ANESTÉSICA Avaliação Clinica

Exame físico

Exames Laboratoriais

Exame Cardiológico

Técnicas Anestésicas

Consentimento Informado

DROGAS EM USO Anti-hipertensivos

Antidepressivos

Inibidor de Apetite

AVALIAÇÃO DO RISCO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO

ASA- American Society of Anesthesiologists

ASA I - Ausência de distúrbios sistêmicos. Indicação cirúrgica é localizada.

ASA II - Presença de alteração sistêmica leve a moderada. ASA III - Presença de alteração sistêmica severa, não

incapacitante ASA IV- Presença de alteração sistêmica grave, com risco de

vida constante ASA V- Moribundo. Alto risco, baixa sobrevida. Cirurgia

como último recurso ASA VI- Morte cerebral declarada. Doação de Órgãos.

AVALIAÇÃO DO RISCO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO

NYHA – New York Heart Association

Avaliação cardiovascular Classe I – Sem limitação de atividade física Classe II – Atividade física comum desencadeia

sintomas. Classe III – Pequenas atividades físicas desencadeiam

sintomas Classe IV - Incapacidade de realizar qualquer atividade

física e os sintomas aparecem até mesmo em repouso

MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA

Idade e peso

estado físico geral

Alergias

Cirurgia eletiva ou emergência

Cirurgia ambulatorial ou hospitalizado

Nível de ansiedade

Experiências anteriores

ESCOLHA DA DROGA E DOSE

MEDICAÇÕES PRÉ- ANESTÉSICA

As finalidades da MPA, são as seguintes:

• Reduzir a ansiedade e o medo;

• Sedação, amnésia, analgesia;

• Reduzir secreções das vias aéreas

• Efeito antiemético;

• Reduzir as necessidades de anestésicos;

• Facilitar a indução suave de anestesia

GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A

A-Benzodiazepínicos:

Ansiolíticos, sedativos, amnéstico, anticonvulsivante e

relaxante muscular.

Exs:

•Diazepam (Compaz, Dienpax, Valium)

•Lorazepam (Lorax, Lorium, Mesmerim)

•Midazolan (Dormire / Dormonid)

Boa absorção via oral

Efeito ansiolítico em 1 h (vo)

Ligam-se às proteínas plasmáticas

Metabolismo hepático

DIAZEPAM MIDAZOLAM

Rápida absorção

3x mais potente

Amnésia

MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA

BENZODIAZEPÍNICOS

Mecanismo de ação: aumentam a atividade do neurotransmissor inibitório

GABA em terminais pós-sinapticos no córtex cerebral

Altamente lipossolúveis

Hipotensão arterial

B-Barbitúricos:

Sedativos, mas na presença de dor, produzem

agitação;

Exs: •Secobarbital;•Pentobarbital (hypnol); •Metohexital.

GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A

* São sais sódicos hidrossolúveis derivados do ácido barbitúrico com núcleo pirimidina (reação entre uréia e ac. malônico)

* potencializam ou mimetizam a resposta do GABA

*Ação sobre a membrana nervosa: redução do potencial de ação diminuição da condutância do Na ( da liberação de neurotransmissores excitatórios)

* Indução anestésica

BARBITÚRICOS

C-Opióides:Morfina, meperidina(para analgesia pré-operatória);

Cuidados: hipotensão postural, depressão ventilatória, aumento da PIC, náuseas/ vômitos, prurido, retenção urinária;

Exs.Fentanila e Droperidol (Inoval, Nilperidol) produz sedação e facilita a vasodilatação para venopunção.

GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A

D-Cetamina:KETALAR – •Produz sedação intensa, podendo chegar a um estado de catalepsia, rápido início de ação, aumento das secreções salivares e respiratórias, hipertensão arterial, aumento da PIC, taquicardia, alucinações;

•É indicado para pacientes graves.

GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A

E- Outros Sedativos:

HIDROXIZINA, DIFENIDRAMINA,

FENOTIAZÍNICOS,

*HIDRATO DE CLORAL (década de 50,

administrado por uma sonda VR, em crianças).

GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A

ANESTESIA GERAL

FASES

Indução (EV ou inalatória)

Manutenção (Inalatória)

Recuperação

TIPOSEndovenosa

Inalatória

Combinada ou balanceada

ESTÁGIOS DA ANESTESIA GERAL

-

SEQUÊNCIA DA ANESTESIA GERAL - INTUBAÇÃO

-

* Permite: eliminar maior parte de nitrogênio gasoso do corpo e fornece um grande suprimento reserva de O2 nos pulmões.

a) Na célula: afetam a transmissão sináptica, inibindo ou reduzindo a liberação do neurotransmissor, bem como a resposta dos receptores pós-sinápticos

b) A inconsciência pode ser produzida pela interferência no tronco cerebral, hipotálamo ou tálamo

c) Atuam nos receptores GABA (complexo receptor do ácido gama aminobutírico)

AÇÃO DOS ANESTÉSICOS ENDOVENOSOS

ANESTESIA GERAL VENOSA

-

Se originou com o aparecimento dos hipnóticos e opióides.

Opióides:Incluem a Morfina e derivados, sendo os mais usados:Meperidina, Fentanil, Alfentanil, Sufentanil, Remifentanil que é o mais recente e tem maior efeito de ação, mas com uma desvantagem, se acabar a infusão durante cirurgia o paciente acordará com dor em poucos minutos.

ANESTESIA GERAL VENOSA

-

Não opióides:

•Barbitúricos ( Pentobarbital, Tiopental, Metoexatil);•Benzodiazepínicos ( Midazolam, Diazepam);•Cetamina( derivados de Fenciclidinas);•Propofol ( hipnótico de escolha)

Causa inconsciência, perda do reflexo palpebral, mais potente do que o Tiopental, o despertar ocorre em 4-8 minutos, dor à injeção, que pode ser evitada com a administração prévia de um opiáceo ou lidocaína no próprio anestésico.

TIOPENTAL (barbitúrico)

* lipossolubilidade elevada ( passagem fácil pela barreira hematoencefálica )

* liga-se à albumina plasmática (70%)

* é metabolizada principalmente pelo fígado (90%)

* inconsciência em aproximadamente 30 seg.

* Acúmulo no tecido gorduroso= ressaca

* não tem efeito analgésico, reduz PIC - neurocirurgia

* Fora do vaso - necrose.

•Depressão dos centros bulbares: de PA e débito cardíaco, de freqüência respiratória

ETOMIDATO (IMIDAZOL CARBOXILADO)

* É mais potente que o tiopental e o despertar é mais rápido

•Pouca alteração na FC e débito cardíaco. Idosos, cardiopatas

•Presença de movimentos mioclônicos

* é metabolizado pelo fígado, rins e bile.

* principal ação: hipnose / anticonvulsivante

*não tem atividade analgésica e efeito cumulativo

* Rápida ação: 30 seg.

* reduz PIC

PROPOFOL ( DIPRIVAN )

* É um isopropilfenol . Rápida inconsciência: 30 seg. Despertar rápido.

* metabolizado rapidamente ( 4 a 8 min. ocorre despertar)

* é metabolizado pelo fígado. Eliminado em 30 a 60 min.

* principal ação: hipnose, ação antieméticas

*não tem atividade analgésica

* dor na administração, principalmente em veias de pequeno calibre

Propriedades dos agentes anestésicos endovenosos

Drogas Vel. de indução Efeitos indesejáveis Obs. e recuperação

Tiopental ação rápida Depressão resp. Indução recup. lenta e car. + ressaca

Etomidato início rápido Excitação na ind. Menor recup. rápida e na recuperação depressão

Propofol início rápido Depressão card. e Infusão recup. muito rápida e respiratória contínua

ANESTESIA GERAL VENOSA

-

ANESTESIA GERAL VENOSA TOTAL

-

VANTAGENS: •Os pulmões, não são usados como órgão de captação e eliminação dos agentes; •Evita-se a poluição ambiental com gases em SO; •Não há toxicidade renal e hepática a nenhum dos agentes venosos; •Melhor manuseio dos componentes da anestesia, hipnose, analgesia, relaxamento muscular; •Maior estabilidade hemodinâmica e redução do estresse cirúrgico; •Requer maior atenção do anestesista para determinação da concentração ideal para cada paciente.

ANESTESIA VENOSA BALANCEADA

-

A Anestesia Venosa Balanceada, tem sido muito utilizada como técnica de anestesia geral;

Motivada pela introdução de novos fármacos, que permitem administração venosa contínua e técnica inalatória;

Exs: cirurgias intra-cavitárias abdominais.

DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS

• Características das drogas inalatórias:*Solubilidade: altamente lipossolúveis expressa em coeficientes de partição (sangue/gás e óleo/gás)

*Coeficiente sangue/gás: velocidade de indução (qto menor o valor, mais solúvel em sangue, mais rápido)

*Coeficiente óleo/gás: potência do agente (qto maior o valor, maior é a solubilidade lipídica, maior a potência)

• Mecanismo de ação: principalmente na membrana celular,

através de seus dois componentes - lipídeos e proteínas

DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS

• Metabolismo e eliminação

• Efeito sobre o SN: inibem a condução dos potenciais de ação e a transmissão nas sinapses ( tálamo, hipotálamo e córtex cerebral).Ativação do sistema inibitório (GABA) e inibição dos excitatórios

•A transmissão sinaptica pode ser reduzida por: * redução na liberação de neurotransmissores * inibição da ação pós-sinaptica * redução da excitabilidade celular pós-sinaptica

DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS

- É instável, potente

- Inconsciência rápida e

suave

- Baixo poder analgésico-reduz a PA -Depressão do miocárdio- do débito cardíaco

-relaxamento da musculatura

uterina-metabolização hepática-hepatotóxico- potencializa os BNM não

despolarizantes

Halotano (Br, Cl) Isofluorano (CL, Fl) Sevoflurano (Fl)

-indução e recuperação

rápida

-baixo poder analgésico-intensifica o poder dos

BNM.-Queda de PA, sem alt.

no débito cardíaco- relaxamento da

musculatura uterina-Não apresenta

hepatotoxicidade

-rápida indução e

recuperação

- depressão na

contratilidade do

miocárdio

-queda de PA- pode causar agitação

motora-Sem alteração na FC-Conserva as funções

cardiovasculares-Metabolismo renal

ANTAGONISTA – O2

Derivados de éter halogenados

DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS

ÓXIDO NITROSO

-mais antigo

-armazenado em cilindros (forma líquida)

-gás incolor, sem odor, mais pesado que o ar, não inflamável

-Tem alto poder analgésico ( [ ] 20% = morfina )

-Nunca utilizado puro. É sempre associado com outro

anestésico

-Não tem efeito relaxante na musculatura

-Hipóxia em altas concentrações (acima de 70%)

ANTAGONISTA

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Observação rigorosa do paciente: estado de

consciência, padrão, respiratório, queda, agitação.

Manter suporte para atendimento de PCR

Não deixar o paciente sozinho

Idosos/crianças

• SNC: analgesia, tonturas, alteração de humor, apatia, euforia,

sonolência, depressão de reflexos...

• Pupila: miose acentuada

• Sistema Cardiovascular: hipotensão, bradicardia

• GASTROINTESTINAL: redução de secreção gástrica, biliar,

pancreático, diminuição da motilidade e peristaltismo, aumento

tempo de esvaziamento gástrico

OLHAR CLINICO

• S. URINÁRIO: inibição do reflexo miccional

• PELE: vasodilatação e prurido

Morfina: opióide “base”

Ação em 15 a 30 min

Depressão respiratória, liberação de histamina

Administração EV, IM, espinhal

Metabolização hepática

Fentanil: 75 a 100 vezes mais potente que a morfina

Ação rápida e curta

Metabolização hepática e excreção renal

Sulfentanil: potência de 5 a 10 vezes maior que a do fentanil

Bradicardia e depressão respiratória

Em doses altas: rigidez muscular

Tramadol: 1/3 da potência da morfina

Duração da ação: 3 a 4 h

• NALOXONA:

* revertem a analgesia e a depressão da ventilação

*não afeta o limiar de dor, mas pode exacerbar a dor clínica

*reverte rapidamente a analgesia induzida

*metabolizada pelo fígado em 1 a 2 h

REFERÊNCIAS POTTER, Patricia A.; Perry, Anne G.

Fundamentos de Enfermagem. trad 7 ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2009.

CARVALHO, Rachel; BIANCHI, Estela R. F. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. Serie Enfermagem. Manole. Barueri – SP, 2007.

ROTHROCK, Jane C. Alexander, Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. trad 13 ed. Elsevier. Rio de Janeiro, 2007.

SMELTIZER, Suzanne C. BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth, Tratado de enfermagem medico cirúrgica. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005.