Anestesia Geral
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DEFINIÇÕES ANESTESIA: Depressão do SNC resultando em perda da
percepção e resposta aos estímulos ambientais;
ANALGESIA: Percepção reduzida a um estímulo doloroso;
SEDAÇÃO: Anestesia sem perda total dos reflexos;
ANESTESIA GERAL: Característica básica -> perda de reflexos protetores (especialmente das vias aéreas).
HISTÓRICO
Ópio – usado como analgésico há milênios
Infusão endovenosa de ópio em animal – 1657
Éter – sintetizado séc. 16. Usado como anestésico em 1842.
Primeira anestesia – 16 out. 1846 Dr. William Morton
ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DO SISTEMA
NERVOSO
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso Periférico
EncéfaloMedula Espinhal
Nervos cranianos
Nervos Espinhais
O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Encéfalo ( localizado na caixa craniana):
CérebroCerebeloBolbo Raquidiano
Medula Espinal ( no interior da coluna vertebral).
Cerebelo
Cérebro
Medula Espinal
Bolbo Raquidiano
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO HUMANO
Divisão Partes Funções Gerais
Sistema Nervoso Central(SNC)
Sistema Nervoso
Periférico(SNP)
Encéfalo e Medula Espinhal
Nervos e gânglios
Processamento e Integração de informações
Condução de informações entre órgão receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetores
(músculos, por ex.)
LOBOS CEREBRAIS
LOBO FRONTAL:Pensamento
ÁREA DE BROCAParte motorada fala
Área motora voluntáriaSULCO CENTRAL Tato e outras áreas
sensoriais
LOBO PARIETAL
Área de interpretação
LOBO OCCIPTAL Visão
CEREBELOEquilíbrio
PONTE e BULBOrespiração e
batimentos cardíacos
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso autônomo
Sistema Nervoso voluntário
ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DO SISTEMA
NERVOSO
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Coordena os órgãos internos de modo automático e inconsciente:
Simpático - mobiliza as energias para um aumento de atividade
Parassimpático - conserva as energias corporais
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICOCoordena funções que nos relacionam com o meio externo
- movimentos voluntários:
Nervos do sistema muscular, do esqueleto e dos órgãos dos sentidos
NEUROTRANSMISSORES Dopamina: Controla a estimulação e os
níveis do controle motor. Acetilcolina: A acetilcolina controla a
atividade de áreas cerebrais relacionadas à atenção, aprendizagem e memória. É liberada pelo sistema autônomo parassimpático.
Noradrenalina: Principalmente uma substância química que induz a excitação física e mental e bom humor.
GABA: o ácido gama aminobutírico induz a inibição do SNC, causando a sedação.
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Diminuição da ansiedade do paciente e familiares
Orientação quanto aos cuidados perioperatórios
Determinar as condições do paciente
Diminuir os riscos anestésico-cirúrgico do paciente
Determinar a escolha da anestesia
Facilitar a recuperação pós-operatória
CONSULTA PRÉ ANESTÉSICA Avaliação Clinica
Exame físico
Exames Laboratoriais
Exame Cardiológico
Técnicas Anestésicas
Consentimento Informado
AVALIAÇÃO DO RISCO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO
ASA- American Society of Anesthesiologists
ASA I - Ausência de distúrbios sistêmicos. Indicação cirúrgica é localizada.
ASA II - Presença de alteração sistêmica leve a moderada. ASA III - Presença de alteração sistêmica severa, não
incapacitante ASA IV- Presença de alteração sistêmica grave, com risco de
vida constante ASA V- Moribundo. Alto risco, baixa sobrevida. Cirurgia
como último recurso ASA VI- Morte cerebral declarada. Doação de Órgãos.
AVALIAÇÃO DO RISCO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO
NYHA – New York Heart Association
Avaliação cardiovascular Classe I – Sem limitação de atividade física Classe II – Atividade física comum desencadeia
sintomas. Classe III – Pequenas atividades físicas desencadeiam
sintomas Classe IV - Incapacidade de realizar qualquer atividade
física e os sintomas aparecem até mesmo em repouso
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
Idade e peso
estado físico geral
Alergias
Cirurgia eletiva ou emergência
Cirurgia ambulatorial ou hospitalizado
Nível de ansiedade
Experiências anteriores
ESCOLHA DA DROGA E DOSE
MEDICAÇÕES PRÉ- ANESTÉSICA
As finalidades da MPA, são as seguintes:
• Reduzir a ansiedade e o medo;
• Sedação, amnésia, analgesia;
• Reduzir secreções das vias aéreas
• Efeito antiemético;
• Reduzir as necessidades de anestésicos;
• Facilitar a indução suave de anestesia
GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A
A-Benzodiazepínicos:
Ansiolíticos, sedativos, amnéstico, anticonvulsivante e
relaxante muscular.
Exs:
•Diazepam (Compaz, Dienpax, Valium)
•Lorazepam (Lorax, Lorium, Mesmerim)
•Midazolan (Dormire / Dormonid)
Boa absorção via oral
Efeito ansiolítico em 1 h (vo)
Ligam-se às proteínas plasmáticas
Metabolismo hepático
DIAZEPAM MIDAZOLAM
Rápida absorção
3x mais potente
Amnésia
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
BENZODIAZEPÍNICOS
Mecanismo de ação: aumentam a atividade do neurotransmissor inibitório
GABA em terminais pós-sinapticos no córtex cerebral
Altamente lipossolúveis
Hipotensão arterial
B-Barbitúricos:
Sedativos, mas na presença de dor, produzem
agitação;
Exs: •Secobarbital;•Pentobarbital (hypnol); •Metohexital.
GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A
* São sais sódicos hidrossolúveis derivados do ácido barbitúrico com núcleo pirimidina (reação entre uréia e ac. malônico)
* potencializam ou mimetizam a resposta do GABA
*Ação sobre a membrana nervosa: redução do potencial de ação diminuição da condutância do Na ( da liberação de neurotransmissores excitatórios)
* Indução anestésica
BARBITÚRICOS
C-Opióides:Morfina, meperidina(para analgesia pré-operatória);
Cuidados: hipotensão postural, depressão ventilatória, aumento da PIC, náuseas/ vômitos, prurido, retenção urinária;
Exs.Fentanila e Droperidol (Inoval, Nilperidol) produz sedação e facilita a vasodilatação para venopunção.
GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A
D-Cetamina:KETALAR – •Produz sedação intensa, podendo chegar a um estado de catalepsia, rápido início de ação, aumento das secreções salivares e respiratórias, hipertensão arterial, aumento da PIC, taquicardia, alucinações;
•É indicado para pacientes graves.
GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A
E- Outros Sedativos:
HIDROXIZINA, DIFENIDRAMINA,
FENOTIAZÍNICOS,
*HIDRATO DE CLORAL (década de 50,
administrado por uma sonda VR, em crianças).
GRUPO DE MEDICAMENTOS M.P.A
ANESTESIA GERAL
FASES
Indução (EV ou inalatória)
Manutenção (Inalatória)
Recuperação
TIPOSEndovenosa
Inalatória
Combinada ou balanceada
SEQUÊNCIA DA ANESTESIA GERAL - INTUBAÇÃO
-
* Permite: eliminar maior parte de nitrogênio gasoso do corpo e fornece um grande suprimento reserva de O2 nos pulmões.
a) Na célula: afetam a transmissão sináptica, inibindo ou reduzindo a liberação do neurotransmissor, bem como a resposta dos receptores pós-sinápticos
b) A inconsciência pode ser produzida pela interferência no tronco cerebral, hipotálamo ou tálamo
c) Atuam nos receptores GABA (complexo receptor do ácido gama aminobutírico)
AÇÃO DOS ANESTÉSICOS ENDOVENOSOS
ANESTESIA GERAL VENOSA
-
Se originou com o aparecimento dos hipnóticos e opióides.
Opióides:Incluem a Morfina e derivados, sendo os mais usados:Meperidina, Fentanil, Alfentanil, Sufentanil, Remifentanil que é o mais recente e tem maior efeito de ação, mas com uma desvantagem, se acabar a infusão durante cirurgia o paciente acordará com dor em poucos minutos.
ANESTESIA GERAL VENOSA
-
Não opióides:
•Barbitúricos ( Pentobarbital, Tiopental, Metoexatil);•Benzodiazepínicos ( Midazolam, Diazepam);•Cetamina( derivados de Fenciclidinas);•Propofol ( hipnótico de escolha)
Causa inconsciência, perda do reflexo palpebral, mais potente do que o Tiopental, o despertar ocorre em 4-8 minutos, dor à injeção, que pode ser evitada com a administração prévia de um opiáceo ou lidocaína no próprio anestésico.
TIOPENTAL (barbitúrico)
* lipossolubilidade elevada ( passagem fácil pela barreira hematoencefálica )
* liga-se à albumina plasmática (70%)
* é metabolizada principalmente pelo fígado (90%)
* inconsciência em aproximadamente 30 seg.
* Acúmulo no tecido gorduroso= ressaca
* não tem efeito analgésico, reduz PIC - neurocirurgia
* Fora do vaso - necrose.
•Depressão dos centros bulbares: de PA e débito cardíaco, de freqüência respiratória
ETOMIDATO (IMIDAZOL CARBOXILADO)
* É mais potente que o tiopental e o despertar é mais rápido
•Pouca alteração na FC e débito cardíaco. Idosos, cardiopatas
•Presença de movimentos mioclônicos
* é metabolizado pelo fígado, rins e bile.
* principal ação: hipnose / anticonvulsivante
*não tem atividade analgésica e efeito cumulativo
* Rápida ação: 30 seg.
* reduz PIC
PROPOFOL ( DIPRIVAN )
* É um isopropilfenol . Rápida inconsciência: 30 seg. Despertar rápido.
* metabolizado rapidamente ( 4 a 8 min. ocorre despertar)
* é metabolizado pelo fígado. Eliminado em 30 a 60 min.
* principal ação: hipnose, ação antieméticas
*não tem atividade analgésica
* dor na administração, principalmente em veias de pequeno calibre
Propriedades dos agentes anestésicos endovenosos
Drogas Vel. de indução Efeitos indesejáveis Obs. e recuperação
Tiopental ação rápida Depressão resp. Indução recup. lenta e car. + ressaca
Etomidato início rápido Excitação na ind. Menor recup. rápida e na recuperação depressão
Propofol início rápido Depressão card. e Infusão recup. muito rápida e respiratória contínua
ANESTESIA GERAL VENOSA TOTAL
-
VANTAGENS: •Os pulmões, não são usados como órgão de captação e eliminação dos agentes; •Evita-se a poluição ambiental com gases em SO; •Não há toxicidade renal e hepática a nenhum dos agentes venosos; •Melhor manuseio dos componentes da anestesia, hipnose, analgesia, relaxamento muscular; •Maior estabilidade hemodinâmica e redução do estresse cirúrgico; •Requer maior atenção do anestesista para determinação da concentração ideal para cada paciente.
ANESTESIA VENOSA BALANCEADA
-
A Anestesia Venosa Balanceada, tem sido muito utilizada como técnica de anestesia geral;
Motivada pela introdução de novos fármacos, que permitem administração venosa contínua e técnica inalatória;
Exs: cirurgias intra-cavitárias abdominais.
DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS
• Características das drogas inalatórias:*Solubilidade: altamente lipossolúveis expressa em coeficientes de partição (sangue/gás e óleo/gás)
*Coeficiente sangue/gás: velocidade de indução (qto menor o valor, mais solúvel em sangue, mais rápido)
*Coeficiente óleo/gás: potência do agente (qto maior o valor, maior é a solubilidade lipídica, maior a potência)
• Mecanismo de ação: principalmente na membrana celular,
através de seus dois componentes - lipídeos e proteínas
DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS
• Metabolismo e eliminação
• Efeito sobre o SN: inibem a condução dos potenciais de ação e a transmissão nas sinapses ( tálamo, hipotálamo e córtex cerebral).Ativação do sistema inibitório (GABA) e inibição dos excitatórios
•A transmissão sinaptica pode ser reduzida por: * redução na liberação de neurotransmissores * inibição da ação pós-sinaptica * redução da excitabilidade celular pós-sinaptica
DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS
- É instável, potente
- Inconsciência rápida e
suave
- Baixo poder analgésico-reduz a PA -Depressão do miocárdio- do débito cardíaco
-relaxamento da musculatura
uterina-metabolização hepática-hepatotóxico- potencializa os BNM não
despolarizantes
Halotano (Br, Cl) Isofluorano (CL, Fl) Sevoflurano (Fl)
-indução e recuperação
rápida
-baixo poder analgésico-intensifica o poder dos
BNM.-Queda de PA, sem alt.
no débito cardíaco- relaxamento da
musculatura uterina-Não apresenta
hepatotoxicidade
-rápida indução e
recuperação
- depressão na
contratilidade do
miocárdio
-queda de PA- pode causar agitação
motora-Sem alteração na FC-Conserva as funções
cardiovasculares-Metabolismo renal
ANTAGONISTA – O2
Derivados de éter halogenados
DROGAS ANESTÉSICAS INALATÓRIAS
ÓXIDO NITROSO
-mais antigo
-armazenado em cilindros (forma líquida)
-gás incolor, sem odor, mais pesado que o ar, não inflamável
-Tem alto poder analgésico ( [ ] 20% = morfina )
-Nunca utilizado puro. É sempre associado com outro
anestésico
-Não tem efeito relaxante na musculatura
-Hipóxia em altas concentrações (acima de 70%)
ANTAGONISTA
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Observação rigorosa do paciente: estado de
consciência, padrão, respiratório, queda, agitação.
Manter suporte para atendimento de PCR
Não deixar o paciente sozinho
Idosos/crianças
• SNC: analgesia, tonturas, alteração de humor, apatia, euforia,
sonolência, depressão de reflexos...
• Pupila: miose acentuada
• Sistema Cardiovascular: hipotensão, bradicardia
• GASTROINTESTINAL: redução de secreção gástrica, biliar,
pancreático, diminuição da motilidade e peristaltismo, aumento
tempo de esvaziamento gástrico
OLHAR CLINICO
• S. URINÁRIO: inibição do reflexo miccional
• PELE: vasodilatação e prurido
Morfina: opióide “base”
Ação em 15 a 30 min
Depressão respiratória, liberação de histamina
Administração EV, IM, espinhal
Metabolização hepática
Fentanil: 75 a 100 vezes mais potente que a morfina
Ação rápida e curta
Metabolização hepática e excreção renal
Sulfentanil: potência de 5 a 10 vezes maior que a do fentanil
Bradicardia e depressão respiratória
Em doses altas: rigidez muscular
Tramadol: 1/3 da potência da morfina
Duração da ação: 3 a 4 h
• NALOXONA:
* revertem a analgesia e a depressão da ventilação
*não afeta o limiar de dor, mas pode exacerbar a dor clínica
*reverte rapidamente a analgesia induzida
*metabolizada pelo fígado em 1 a 2 h
REFERÊNCIAS POTTER, Patricia A.; Perry, Anne G.
Fundamentos de Enfermagem. trad 7 ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2009.
CARVALHO, Rachel; BIANCHI, Estela R. F. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. Serie Enfermagem. Manole. Barueri – SP, 2007.
ROTHROCK, Jane C. Alexander, Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. trad 13 ed. Elsevier. Rio de Janeiro, 2007.
SMELTIZER, Suzanne C. BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth, Tratado de enfermagem medico cirúrgica. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005.