ANDERSON LUIS KROEFF PIRES - monografias.ufrn.br · UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA
ANDERSON LUIS KROEFF PIRES
DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO ENSINO DA MÚSICA NA PRÉ-ESCOLA:
um relato de experiência na Escola Bambini em Natal/RN
NATAL/RN
2017
ANDERSON LUIS KROEFF PIRES
DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO ENSINO DA MÚSICA NA PRÉ-ESCOLA: um
relato de experiência na Escola Bambini em Natal/RN
Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), na área de Educação Musical
como parte dos requisitos para obtenção do título de
Licenciado em Música.
Orientadora: Profa. Ma. Catarina Aracelle Porto do
Nascimento
NATAL/RN
2017
ANDERSON LUIS KROEFF PIRES
DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO ENSINO DA MÚSICA NA PRÉ-ESCOLA: um
relato de experiência na Escola Bambini em Natal/RN
Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na área de
Educação Musical como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciado em Música.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Professora Ma. Catarina Aracelle Porto do Nascimento
Orientadora – UFRN
_____________________________________________________
Professor Me. Washington Nogueira de Abreu
Examinador Interno – UFRN
_____________________________________________________
Professora Ma. Ana Cláudia Silva Moraes
Examinadora Externa – IFRN
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por tudo, cada segundo de vida, por estar presente
comigo em todos os momentos, por me guiar e me fortalecer, por ser Deus em minha vida.
Aos meus filhos Eduarda Lacava Kroeff Pires, minha filha e Davi Luis Lacava Kroeff
Pires meu filho, pelo amor inexplicável, pelo sorriso de todos os dias, pelo carinho, pelos
abraços, tudo isso me traz motivação e me traz alegria para continuar. Amo vocês para sempre.
A minha esposa, pelo carinho, pela ajuda, pelo cuidado, pelos momentos em que se
abdicou de si mesma para cuidar de mim, por todas as manhãs que acordo e posso te ver ao
meu lado, pelo incentivo e por acreditar em mim. Te amo.
A minha mãe, pelo carinho e cuidado todos esses anos por sempre estar comigo quando
preciso, pelo simples fato de ser minha mãe. Te amo mãe.
Ao meu pai, exemplo de homem trabalhador, por todas as manhãs que acordou cedo
para trabalhar e voltava tarde para casa abdicando de momentos, para sempre dar o melhor para
nossa família. Pelas correções, pela paciência e por tudo que me ensinou. Te amo pai.
Aos meus irmãos, Andressa Kroeff Pires e Alessandro Luis Kroeff Pires, pela vida que
passamos juntos, pelos momentos inesquecíveis, pelo amor e carinho. Amo vocês
À minha família, seja aqui em natal ou seja espalhada por todo Brasil mas unida como
toda família deve ser, pelo carinho e amor.
À Silene Barros, minha sogra, pelo carinho, pela ajuda, por ser uma como uma mãe e
toda sua famíla.
À meu irmão “adotado” Jonatas, que sempre acreditou no meu potêncial, me ajudou e
torceu por mim, aos anos de companheirismo e amizade.
Ao meu irmãozinho Nialfe e sua esposa Juliana que sempre estiveram presente, pelo
carinho e amizade.
Ao meu compadre Alan e sua esposa Mayra, pela união e amizade, companheirismo e
horas de ensaios e Louvor juntos, pelo apoio e carinho.
À Clarissa que me ajudou com o inglês e pela sua atenção.
Ao Anthonys, meu afilhado pelo carinho e a toda sua família.
Aos meu amigos Sage, Rafael, Bruno, Gustavo, Tito, Leandro, Juliano, Jonas, Genildo,
Nayara, Daniel, Carlos, Pedro, Pablo, Alan, Zarak,.
E todos meus amigos que estiveram presente e apoiando.
À meu líder e amigo Felipe, pelo carinho e pela paciência, pelos momentos de
ministrações.
À minha líder e amiga Nayone, pela atenção e pelo carinho.
Aos meus pastores, pelo cuidado e por se mostrar sempre disponíveis para ajudar,
orientar, cuidar e ministrar.
Aos meus amigos e colegas de trabalho, pela parceria, carinho e atenção de todos os
dias que estamos juntos.
Aos meus chefes imediatos, diretor Ednaldo e diretor Rodrigo, pela compreensão, pelo
carinho, pelo companheirismo.
À professora Catarina Aracelle, que aceitou o desafio de me orientar em pouco tempo,
acreditando em mim.
À Professora Ana Cláudia, pela atenção e ajuda tanto na parte acadêmica, quanto no
trabalho dentro do IFRN.
À escola Bambini pela confiança, carinho e compromisso que tiveram comigo e com
minha família.
À professora Midian pela atenção e dedicação dada como supervisora no estágio.
Ao meu professor Xico, que mostrou um pouco do universo quase infinito da guitarra.
Ao professor Marcio, meu primeiro professor de violão.
À todos os professores que fizeram parte da minha vida, seja do maternal até a UFRN,
acreditem de todos eu aprendi um pouco. Por me mostrarem a beleza da arte de ensinar.
Aos meus colegas e companheiros de curso, todos vocês, fizeram parte desses
momentos especiais dentro da UFRN.
E mais uma vez à Deus, pois proporcionou todos esses momentos. Obrigado Senhor
Jesus. Te amo eternamente.
Tudo que tem fôlego, Louve ao Senhor.
(Salmos 150:6)
RESUMO
Este trabalho é o resultado de uma vivência dentro da disciplina de estágio, cujo o objetivo é
apresentar um relato de experiência vivida dentro da Educação Infantil, que é uma das etapas
da educação básica, para ser mais especifico, o relato apresentado se passa dentro da turma de
nível IV, da escola Bambini localizada em Natal Rio Grande do Norte. De caráter descritivo,
este estudo apontará de maneira geral alguns pontos da Lei 9394/96, que rege toda a educação
básica. Para a construção desse trabalho, foram utilizados dados como plano de aula, e a própria
vivência no estágio, que será relatada aqui, trazendo pontos importantes, que foram utilizados
para auxiliar no ensino da música, ensino que foi ministrado para crianças dessa faixa etária (4
anos), apresentarei a rotina das aulas de música, observadas e ministradas, refletindo sobre
elementos motivadores para o processo de musicalização infantil, trazendo assim uma
contribuição para o ensino da musicalização infantil, compartilhando caminhos, métodos e
possibilidades.
Palavras-chave: Educação Musical; Educação Infantil; Ensino e Aprendizagem musical
ABSTRACT
This present work is the result of an experience lived during an internship subject aiming to
present an experience report within children musical education, which is one of the stages of
basic education. This report was carried out within a group from level IV students at Bambini
school, located in Natal, RN. This study holds a descriptive nature and will generally point out
some aspects of Law 9394/96, which governs all basic education. Data such as class plans and
the internship experience have been used for the making of this work. The internship experience
will be narrated during the work, will entail important issues that have been used to help the
teaching of music, to 4-year-old children. The routine of the music classes will be presented,
seeking to reflect on motivational elements regarding the process os children musicality, thus
leading to a contribution to children musicality teaching, sharing ways, methods and
possibilities.
Keywords: Musical Education; Child education; Bambini; Music Teaching and learning.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fachada principal da escola Bambini ...................................................................... 23
Figura 2: Local para a ministração das aulas de música da Bambini. ..................................... 24
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
2 A MÚSICA E A EDUCAÇÃO INFANTIL: uma relação dialógica .................................15
2.1 Educação Infantil ................................................................................................................ 15
2.2 Educação Musical na Educação Infantil ............................................................................. 18
3 REFLEXÕES SOBRE A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Um relato de
experiência na escola Bambini ................................................................................................. 23
3.1. Escola Bambini .................................................................................................................. 23
3.1.1 Contexto pedagógico-musical ......................................................................................... 25
3.1.2 Caracterizações das Turmas ............................................................................................ 26
3.2 A experiência como observador ......................................................................................... 27
3.3 A experiência como professor ............................................................................................ 29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 34
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 36
ANEXOS
12
1 INTRODUÇÃO
A infância é um período de grande importância para a vida das crianças, pois é
exatamente nesta fase que elas começam a formar suas capacidades fundamentais e começam
a desenvolver suas habilidades para aprender, compreender e integrar informações de forma
significativa. Com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento integral das crianças, tanto
no aspecto cognitivo, como também no físico e sócio emocional, temos a Educação Infantil,
primeiro acesso da criança com a sociedade, onde ela tem a oportunidade de construir e
desenvolver aprendizagens. Além disso, a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação
Básica, implantada pela Lei 9394/96, que a divide em creche com crianças até 3 anos e pré-
escola com crianças de 4 à 5 anos.
No ano de 2008, através da Lei 11.769, o ensino da música se tornou obrigatório em
toda educação Básica. Logo em 2016, esta foi substituída pela Lei 13.278/2016, que inclui as
artes visuais, a dança, a música e o teatro nos currículos dos diversos níveis da educação básica.
A importância do ensino da música na Educação Infantil tornou-se temas de várias pesquisas e
estudos, dentre algumas pesquisas temos o neurologista e escritor britânico Oliver Sacks apud
Duarte (2016) que, segundo ele, a música é um elemento com tal potência que consegue moldar
o cérebro. Partindo desse ponto e levando em consideração que a Educação Infantil tem como
finalidade moldar o desenvolvimento integral da criança, seja psicológico ou físico, o processo
de musicalização infantil nesta fase se torna um instrumento indispensável no tanger do
desenvolvimento da criança, desenvolvendo habilidades como criatividade, imaginação,
atenção e autodisciplina.
Observando o tamanho da importância que a Educação Infantil traz consigo e juntando
com as possibilidades, vantagens e os benefícios que o ensino de música oferece como: aumento
da autoestima, melhora a coordenação motora, desperta a sensibilidade e a criatividade, trabalha
em grupo, entre outros. Assim não podemos numerar as possibilidades e metodologias para
aplicar tal ensinamento para as crianças.
Portanto, a partir desta temática apresentamos as problemáticas deste trabalho: Como
ensinar música para crianças de até 3 a 4 anos? Quais são os desafios e as expectativas? Como
objetivo geral, pretende-se analisar as práticas pedagógicas-musicais para crianças de três a
quatro anos na escola de Educação Infantil Bambini, bem como discutir acerca dos seus
desafios e expectativas. Como objetivo específico, detalharemos as aulas ministradas como
estagiário, traremos os desafios encontrados nas aulas, as metodologias e formas de encarar
esses desafios, afim de conhecer o contexto atual de uma aula de música para crianças.
13
Para que possamos desenvolver tais objetivos vamos levar em consideração o Método
Orff, onde a experiência e a prática são o foco.
Para o desenvolvimento deste trabalho buscaremos relacionar a Educação Infantil e a
educação musical, através de uma realidade vivida dentro da sala de aula, levando em
consideração o Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) nº
17/2012, que são orientações sobre a organização e o funcionamento da Educação Infantil. E
utilizando de pedagogias musicais, como o fazer Musical de Orff, que trabalha justamente com
a prática musical oferecendo oportunidades e vivências significativas. Seu método propõe não
somente ensinar, mas também fazer com que cada criança possa se comunicar através da música
ao mesmo tempo em que contribui para seu desenvolvimento e o despertar da curiosidade do
aluno, conforme defende a pedagogia de Paulo Freire. Neste trabalho será apresentado também
características da escola, relatos descrevendo a vivência e o andamento das aulas, numa visão
de observado e professor, tanto dentro como fora da escola.
O que me motivou para a escolha deste tema: tenho dois filhos, o Davi, com 1 ano e
11 meses; e a Maria Eduarda, com 6 anos. Durante a construção deste trabalho, Maria Eduarda
tinha quatro anos e frequentava justamente a sala onde eu estava estagiando. Dessa forma, pude
observar e avaliar o quanto da metodologia utilizada em aula estava sendo absorvida por ela,
uma vez que observei seu desenvolvimento tanto em sala de aula como em casa, analisando o
que de fato ela aprendeu e que ajudou em sua construção cognitivo-emocional.
No relato de experiência, a descrição e a observação têm um caráter fundamental,
sendo estes a metodologia deste trabalho, foram coletados dados (planos de aula, caracterização
da escola, caracterização das turmas, metodologia empregada pela professora atuante e por mim
como docente estagiário) para que possamos fazer uma discussão mais fundamentada na minha
formação docente em música.
Trarei neste trabalho um aporte teórico de autores como: Teca Alencar, Paulo Freire e
Carlos Kater. Assim como o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(RCNEI). Todos estes e outros, se constituíram em fontes de estudo.
Este trabalho tem a intenção de contribuir de forma incentivadora e fornecer
alternativas para o ensino da música no âmbito da Educação Infantil, assim como os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) são referências para o ensino, muitas pesquisas são utilizadas
como aporte para que pesquisadores possam ter uma visão diferenciada de uma determinada
situação.
O primeiro capítulo será a introdução, onde trarei um apresentação prévia, contendo o
desenvolvimento e os objetivos deste trabalho.
14
O segundo capítulo apresentará um pouco do histórico da Educação Infantil,
apontando suas Leis e Diretrizes atuais, descrevendo, ainda, o ensino de música dentro da
Educação Infantil, mostrando alguns pontos da história do ensino da música e seus benefícios.
Trazendo também uma contextualização para os dias atuais.
Já no terceiro capítulo apresento minha experiência tanto como observador quanto
como professor estagiário, trazendo assim uma discussão sobre o ensino da música dentro de
um contexto atual na Educação Infantil. Abordarei as perspectivas que norteiam os planos de
aula, junto com os desafios que encontrado para atingir tais propostas.
E no quarto e último capitulo, será uma síntese dos elementos norteadores e que
constam neste trabalho, apresentando as contribuições e dificuldades encontradas para a
realização deste trabalho.
15
2 A MÚSICA E A EDUCAÇÃO INFANTIL: uma relação dialógica
Neste capítulo serão apresentados dados referentes a Educação Infantil
contextualizando e mostrando um pouco de sua história. Logo em seguida serão apresentados
dados sobre a música na Educação Infantil, trazendo também um pouco do histórico e
discutindo sobre o contexto atual sobre a música na Educação Infantil.
2.1 Educação Infantil
No contexto da educação escolar, a Educação Infantil é recente no Brasil.
Historicamente, podemos ver que a iniciativa da Educação Infantil vem logo após a
Proclamação da República, em 1889, onde o Brasil começa a passar por um período de
transformação, modernização e industrialização, fazendo com que as mulheres entrassem no
mercado de trabalho, deixando assim a ocupação de dona de casa ao mesmo tempo em que as
crianças não tinham para onde ir. Segundo Paschoal e Machado (2009):
O enorme impacto causado pela revolução industrial fez com que toda a classe
operária se submetesse ao regime da fábrica e das máquinas. Desse modo, essa
revolução possibilitou a entrada em massa da mulher no mercado de trabalho,
alterando a forma da família cuidar e educar seus filhos. (PASCHOAL; MACHADO,
2009, p.79).
Nesse contexto, período do século XIX, surgiram as primeiras creches e pré-escolas.
Com um caráter assistencialista, visando a apenas o cuidar da criança, onde os profissionais na
sua maioria não possuíam qualquer formação, restringindo, assim, aos cuidados básicos da
criança. Bach e Peranzoni (2014, p. 1) afirmam que:
Na década de 70, houve uma grande evasão e repetência escolar das crianças de classe
pobres no primeiro grau, por conta disso foi instituída a educação pré-escolar (ou
educação compensatória) tentando suprir as carências culturais existentes na educação
familiar de classe baixa.
Contudo, conforme Bach e Peranzoni (2014) não existia uma formalidade para essas
pré-escolas, a mão-de-obra era muitas vezes exercida por voluntários, que rapidamente
desistiam desse trabalho.
Já na década de 1980, tivemos um avanço para a Educação Infantil. Estudos e
pesquisas que foram realizados no intuito de discutir a função da pré-escola e concluíram que
a Educação Infantil, não importando sua classe social, é importante e que todas deveriam ter
16
acesso a ela. E foi com a Constituição de 1988 que a Educação Básica, onde se incluí a
Educação Infantil, se define como direito de família e dever do Estado. Como podemos ver
segundo a Constituição:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, Art. 205, p. 123).
Logo em seguida, em 1990 surgiu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
reafirmando os direitos constitucionais em relação à Educação Infantil. Fortalecendo, assim, a
obrigatoriedade da educação para todos, consoante a Lei n° 8.069/1990, na qual se lê que “a
criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho […].” (BRASIL,
2010 [1990], Art. 53, p. 31).
Passados seis anos, foi criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em
1996, na qual, em seu Artigo 62, estabelece a necessidade de formação para o profissional da
Educação Infantil. A LDB insere a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica,
dando uma maior importância a criança como um ser humano capaz de criar e estabelecer
relações, ou seja, não precisa somente de cuidados, mas sim de todo um preparo para o convívio
social.
Analisando esse breve contexto histórico vemos que o conceito Educação Infantil era
tratado como assistencialista, ou seja, não havia a intenção de educar a criança, porém era
necessário que as famílias deixassem os filhos nessas creches, para que os pais trabalhassem e
buscassem o sustento da casa. Hoje, já temos muitas mudanças, conquistamos direitos, mas
ainda não podemos dizer que está tudo perfeito. Ainda existem pais ou responsáveis que
acreditam que a Educação Infantil, é apenas um lugar para deixar seus filhos enquanto estão
trabalhando. Voltando assim para o caráter puramente assistencialista. Como afirma Francisco
(2010):
Há ainda também, uma grande quantidade de pais que matriculam seus filhos nas
escolas de educação infantil não pensando no seu caráter educativo e social, mas sim
na intenção de garantir aos mesmos momentos de cuidado, de higienização e
alimentação por parte das instituições, passando a sua responsabilidade de cuidar para
as mesmas, [...]. (FRANCISCO, 2010, s/p).
17
Fica a questão, a quem cabe mudar esta visão? Aos profissionais da educação
mostrando resultados no ensino infantil? Ou aos pais que precisam cobrar e acompanhar uma
Educação Infantil que visa o aprendizado e o desenvolvimento?
Como pai e aluno de licenciatura, posso afirmar que cabe aos dois, para educar uma
criança, os pais devem andar juntos da escola, a educação da criança necessita desse
acompanhamento dentro e fora da escola. A Educação Básica no Brasil está dividida em três
etapas, sendo elas:
A Educação Infantil, que atende crianças de 0 a 5 anos de idade;
O Ensino Fundamental, que atende crianças de 6 a 10 anos de idade em sua primeira
fase e, na segunda, de 11 a 14 anos de idade, e;
O Ensino Médio, que atende jovens de 15 a 17 anos de idade.
Em 1998, visando à elaboração de currículos de Educação Infantil, o Ministério da
Educação (MEC) editou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, como parte
dos PCN. Logo em seguida, em 1999, o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCEI), sendo esses instrumentos
principais para elaboração e avaliação das propostas pedagógicas das instituições de Educação
Infantil.
Neste contexto, a Educação Infantil começa a ser vista como uma junção do entre o
cuidar, no sentido de atender as necessidades básicas da criança, e o educar, oferecendo à
criança possibilidades de descobertas e aprendizados.
O educador, nesta fase, deve-se atentar para aplicações de atividades que contribuam
para o desenvolvimento da criança, traçando métodos que irá ajudar a criança a desenvolver
seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social. É o que nos apresenta o Artigo 29 da
Lei 9.394/96:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
(BRASIL, LDB, 2017 [1996], p. 22).
Um dos cuidados na Educação Infantil é a forma que se da a avaliação do educando,
esta deve envolver tudo que faz parte do cotidiano vivenciado pelo grupo, sendo assim,
acompanhando e refletindo sobre a criança levando em consideração todas experiências,
18
manifestações, vivências, descobertas e conquistas. Como afirma Hoffman (1996, p. 31), a
avaliação deve ser mediadora, em que “mediação significa um estado de alerta permanente do
professor que acompanha e estuda a história da criança em ser processo de desenvolvimento”.
As concepções abordadas aqui, neste tópico, no que corresponde à Educação Infantil,
serviram de suporte para nortear as observações realizadas.
A seguir, discutiremos sobre a educação musical na Educação Infantil, abordando um
pouco da historia, analisando e contextualizando com os dias atuais.
2.2 Educação Musical na Educação Infantil
Falando em educação musical, é certo que a criança já traz consigo um pouco de
música. Existem vários estudos relatando que o contato do ser humano com a música começa
no ventre de sua mãe, como relatam Hepper (1991) e Wilkin (1995) apud Ilari (2014, p. 84):
“Bebês expostos à música durante a gravidez exibem mudanças em batimentos cardíacos e
movimentos corporais quando a mesma música é tocada após o nascimento”.
Para ser mais específico, estudos apontam que o ouvir se dá aos 3 meses de gestação,
onde o aparelho auditivo já está apto a perceber sons. Estes estudos apontam que o bebê nesta
fase, já demonstra certos tipos de preferências sonoras.
No final da década de 1980, Klaus & Klaus (1989) analisaram muitos bebês em seus
primeiros dias de vida. Nesses estudos os bebês são submetidos a certos estímulos e
tem seu comportamento rigorosamente observado. As ações e reações dos bebês
mostraram que, em seus primeiros instantes de vida já possuem preferência sonoras,
visuais e olfativas. (JABER, 2013, p.18).
Não é novidade que ao nascer o bebê, que normalmente nasce chorando, se acalma
quando escuta a voz de sua mãe, no ninar de uma canção, mesmo não tendo a noção dos
significados das palavras, o que sugere que a melodia e o timbre são as características sonoras
identificadas pelo bebê. Isso comprova que a musicalização é um processo que ocorre de
maneira intuitiva, tanto para bebês como para crianças, é o que mostra o RCNEI (BRASIL,
1998, p. 51):
O ambiente sonoro, assim como a presenca da musica em diferentes e variadas
situacoes do cotidiano fazem com que os bebes e criancas iniciem seu processo de
musicalizacao de forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar,
fazem brincadeiras cantadas, com rimas, parlendas etc., reconhecendo o fascinio que
tais jogos exercem. Encantados com o que ouvem, os bebes tentam imitar e responder,
criando momentos significativos no desenvolvimento afetivo e cognitivo,
responsaveis pela criacao de vinculos tanto com os adultos quanto com a musica.
19
Voltando para o ensino da música, no Brasil, segundo Gomes (2009, p. 18) “desde o
Brasil Colônia surgem evidências da educação musical.” Em ordem cronológica, podemos
mencionar :
Decreto Federal nº 331A, de 17 de novembro de 1854;
Decreto nº 981, de 8 de novembro de 1890;
Decreto Nº 19.890, de 18 de abril de 1931;
Lei Federal nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996;
Lei Federal 11.769 de 18 de agosto de 2008;
Parecer CNE/CEB nº 12 de 2013 – Ministério da Educação;
Lei Nº 13.278, de 2 de maio de 2016.
Todos esses decretos e leis fortalecem a historia da educação musical. O compositor
Villa Lobos foi um dos propulsores do ensino da música nas escolas, utilizando o canto
orfeônico no qual popularizou e ampliou o ensino da música dentro das escolas. Porém, as
dimensões do país dificultavam a ida de professores ao Rio de Janeiro para os cursos do Instituto
Villa-Lobos e, além disso, houve a saída de Villa-Lobos da direção da Superintendência de
Educação Musical e Artística (SEMA), em 1944, diminuindo a prática do canto nas escolas e,
consequentemente, da educação musical. Segundo Fulks (1991),
[…] pouco a pouco as escolas, principalmente as públicas, foram calando o seu canto.
Mas este silêncio musical também expressava o término do modernismo, de cuja
efervescência viera o brilho que a educação musical dos anos 30 e parte dos 40 tivera.
(FULKS, 1991, apud LOUREIRO, 2001, p. 124.).
Hoje, a educação musical na Educação Infantil não se trata de ensinar a complexidade
da música, e sim, planejar e efetuar uma musicalização, para que as crianças possam ter um
contato mais próximo com a música, compartilhando, assim, um conhecimento musical para
criança com o objetivo de despertar um determinado interesse e gosto pela música, como afirma
Gohn e Stravacas (2010): “Musicalização é um processo de construção do conhecimento
musical que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical da criança,
contribuindo para sua capacidade de criação e expressão artística”. (GOHN; STRAVACAS,
2010, p. 89).
Inicialmente o ensino da música em muitas escolas era tratado como uma simples
recreação, sem a seriedade de uma disciplina capaz de desenvolver e auxiliar no processo de
20
formação da criança. Atualmente, em algumas escolas, o ensino da música ainda é tratado como
uma aula sem qualquer finalidade pedagógica, porém, é possível observar que a música se
apresenta em diferentes momentos do cotidiano escolar infantil, seja na hora da fila com “piui,
tcha tcha tcha, sem correr sem empurrar”, seja na hora do lanche com “meu lanchinho, meu
lanchinho, vou comer [...]” etc., dando um suporte na construção dos hábitos e comportamentos
das crianças. Ou até mesmo no ensino de outras disciplinas trabalhadas em sala de aula, seja
com os números na aula de matemática ou canções em inglês, para o ensino da língua inglesa.
Como relata Batista (2012, p. 13), “é possível perceber que a música na Educação Infantil tem
desenvolvido um papel secundário, ou seja, de suporte para outras áreas e/ou disciplinas com
diversos objetivos distintos e extra-musicais.”. Logicamente se faz prudente o uso da música
para o ensino extra-musical, pois a mesma ajuda na memorização e ensina de uma forma lúdica.
O que acontece algumas vezes, é o fato de compreenderem a música na Educação
Infantil, como uma simples aula de recreação, talvez pelo fato de acharem que a música é uma
linguagem complexa para as crianças. Porém não devemos descartar a idéia de que a criança
pode aprender a linguagem musical, como nos aponta Joly (2003, p. 118) ao afirmar que “[...]
todos são capazes de aprender e se expressar por meio da linguagem musical, não havendo
justificativa para crianças e adultos serem excluídos dessa atividade”. (JOLY, 2003, p.118).
Devemos sim, levar em consideração que o ensino da música, ou seja, a musicalização
vai muito além disso. Observando a faixa etária das crianças que se está trabalhando, existem
objetivos diferentes, propostos pelo RCNEI, como por exemplo, quando se trabalha com
crianças de zero à três anos.
O trabalho com a música deve se organizar de forma a que as crianças desenvolvam
as seguintes capacidades: ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos,
fontes e produções musicais. Brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir
criações musicais. (BRASIL, RCNEI, 1998, p. 55).
Já o trabalho com crianças de quatro a seis anos, apresentam continuidade nos
objetivos, porém com a intenção de capacitar as crianças a:
Explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com outros e
ampliar seu conhecimento do mundo. Perceber e expressar sensações, sentimentos e
pensamentos, por meio de improvisações, composições e interpretações musicais.
(BRASIL, RCNEI, 1998, p. 55).
Como podemos ver, o que traz o RCNEI o ensino da música deve trabalhar de forma
que com o decorrer da disciplina o educando possa se expressar musicalmente, mas sempre
21
lembrando que “a educação musical não deve visar a formação de possíveis músicos de amanhã,
mas sim a formação integral das crianças de hoje.”. (GOMES, 2001, p. 73).
Como já vimos partir da Lei n° 9394/96, a Educação Infantil é a primeira etapa da
Educação Básica, e para atender as determinações da Educação Infantil, foi criado o RCNEI.
Este documento visa a apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham
um desenvolvimento integral de suas identidades. O mesmo tem o objetivo de servir como guia
de reflexão de cunho educativo sobre os objetivos, conteúdos e orientações didáticas.
No que concerne ao ensino da música, o RCNEI apresenta a música como uma
linguagem capaz de expressar sentimentos, pensamentos e sensações. Uma das práticas
apontadas pelo RCNEI é o uso de bandinhas rítmicas, que auxilia no desenvolvimento motor,
rítmico e da audição. O documento mostra também que a música está presente no cotidiano de
modo intenso, seja no rádio, na tv, nos jingles, nas brincadeiras, nos jogos eletrônicos, etc.
Devendo ser considerada como produção, apreciação e reflexão. Podemos nos apropriar dessa
novas tecnologias e utilizarmos em sala, como por exemplo, um jingle atual que esteja no
contexto dos alunos, fazendo parte do cotidiano deles, a reflexão e apreciação se tornam mais
intuitiva.
Considerando estes pontos, podemos encaminhar a avaliação, que deve ser contínua,
onde o professor levará em consideração os pontos já citados, baseando-se numa cuidadosa
observação. Nesta fase, a avaliação se trata em como o aluno se desenvolveu, não havendo nota
para aprovação ou reprovação, mas um registro sobre o progresso que este teve durante as aulas
ministradas. A intenção é fazer com que a criança se apaixone pela música e, através dessa
paixão, busque compreender e aprender mais sobre a linguagem musical. Como afirma Rubem
Alves (s/d):
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas
e pautas. Ouviríamos junto as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os
instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma
me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco
linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a
produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.
Dentre vários benefícios da musicalização, comprovados cientificamente, alguns deles
são a contribuição que ela dará para: a socialização, neste caso a prática junto com a turma fará
a criança entender que cada um tem sua particularidade, seja no timbre da voz, ou caso esteja
tocando algum instrumento cada um terá um instrumento diferente ou tocará o mesmo
22
instrumento de formas diferentes. Viver em sociedade, saber respeitar as diferenças, são valores
que devemos exercitar em nossas crianças. Para Brescia (2003), “[…] o aprendizado de música,
além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora
o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o individuo.”.
(BRESCIA, 2003, p. 81 apud CHIAREILI; BARRETO, s/d, p. 6).
Assim como inteligência, criatividade, percepção sonora, coordenação motora, entre
outros, são contribuições que ajudará no desenvolvimento cognitivo/linguístico, onde quanto
maior a riqueza de estímulos, maior será seu desenvolvimento intelectual. A música transmite
nossa herança cultural.
Uma forma de trabalharmos todas essas contribuições, será seguindo a abordagem
Triangular do ensino da arte, teorizada por Ana Mae Barbosa, que esta fundamentada em três
eixos de ação: O fazer artístico, a apreciação e a contextualização. Vamos trazer esse eixo para
a música.
O fazer artístico está em conjunto com a interpretação, a improvisação e a composição,
que são as três possibilidades de ação, de acordo com Brito (2003).
A interpretação consiste no fazer, reproduzir, porém interpretar da uma abertura para
a criança expor suas próprias características, logicamente respeitando a composição. Por mais
involuntário que possa ser, mas todo mundo tem uma característica que o diferencia dos demais
e partir deste trabalho as crianças podem praticar o respeito as diferenças de cada um.
Improvisação está ligado diretamente com a criatividade, na hora de improvisar a
criança vai pegar tudo o que sabe, e jogar dentro da música. Sempre respeitando os critérios
estabelecidos pela música.
Composição, neste caso o ideal é que os alunos devem ter um pouco de conhecimento
da leitura musical, ou a escola ou professor, dispor de meios para registrar o fazer musical da
criança, este ponto pode se tornar uma excelente ferramenta para a avaliação do aluno. Sem o
peso da rotulação de notas, mas para conhecer e ver o desenvolvimento obtido através da
musicalização.
A apreciação vem de aprender a escutar, no caso do ensino da música, diferenciar e
entender partes da linguagem musical contidas em um determinado trecho musical, ou da
própria música. Para contextualizar, podemos utilizar do cotidiano em que o aluno está inserido,
o meio social deste, influencia naquilo que a música é para ele.
23
3 REFLEXÕES SOBRE A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Um relato de
experiência na Escola Bambini
Este capítulo consiste em relatar uma experiência vivenciada dentro do contexto
escolar de uma turma de nível IV da Educação Infantil, abordando questões sobre o ensino
musical, discutindo e refletindo sobre o mesmo.
O principal ponto para a escolha da Escola Bambini deve-se ao fato da minha filha ser
aluna desta escola, por isso tenho o conhecimento sobre a forma como a escola cuida e se
preocupa com seus alunos, de uma maneira bastante acolhedora, tratando todos como uma
grande família.
Fundada em abril de 2002, idealizada por uma administradora e suas filhas,
acreditando que o aprendizado começa nos primeiros meses de vida, ainda no berço. Baseado
num alicerce seguro, tendo como parceiros da empreitada uma equipe competente e
comprometida com os desafios da construção desse grande empreendimento que é o trabalho
com Educação infantil.
3.1 Escola Bambini
A instituição Bambini Escola está localizada na Rua Walter Fernandes, 1939, no
Bairro Capim Macio, Zona Sul da cidade de Natal. A mesma se divide em três unidades, todas
localizadas nos mesmo endereço.
A escola funciona em dois turnos, sendo eles: matutino e vespertino. As turmas estão
divididas da seguinte forma: Nível 1, Nível 2, Nível 3, Nível 4, Nível 5 e 1º ano do Ensino
Fundamental. O calendário anual está divido em avaliações trimestrais, sendo exercido as
atividades escolares no total de 217 dias letivos. O horário de funcionamento das aulas inicia-
se exatamente das 07h30min. às 11h30min. (matutino) e 13h30min. às 17h30min. (vespertino).
A própria Bambini, em seu site1, descreve algumas de suas características, como por
exemplo, sua missão: “Educar para o futuro proporcionando um ambiente de carinho e respeito
1 Consultar < http://www.bambiniescola.com.br/>.
24
à individualidade de cada criança, promovendo um desenvolvimento integral através de um
ensino de excelencia.”.
Em continuação, a Bambini descreve seus valores:
Contribuir com uma educação de coerência junto a família, com os princípios da ética
e da cidadania, para que no futuro sejam pessoas integras em sua conduta,
contribuindo dessa forma para a construção de uma sociedade mais justa e próspera.
(BAMBINI ESCOLA, In: <http://www.bambiniescola.com.br/>).
Com a visão de ser reconhecida como uma escola de excelência em Educação Infantil,
baseada numa proposta educacional diferenciada fundamentada na teoria sócio-interacionista,
junto a um trabalho sério e de qualidade.
A proposta pedagógica da Escola tem como premissa teórico-prática a perspectiva
sócio-interacionista, por acreditarem que a criança é um ser em processo de desenvolvimento
nas dimensões sociais, afetivas e emocionais, motoras e cognitivas. A construção da Educação
Infantil não surge apenas de uma atividade interpessoal, a criança constrói gradativamente
conhecimentos significativos em que há uma interação entre o educador, educando e o grupo
social a qual está inserida. O lúdico faz parte da proposta através de brincadeiras, contação de
historias, leitura, jogos educativos, faz de conta, atém dos passeios que complementam as
vivências dos projetos trabalhados, enriquecendo de forma mais concreta o aprendizado.
FIGURA 1: FACHADA PRINCIPAL DA ESCOLA BAMBINI
Fonte: Acervo do autor, 2017.
25
A escola tem como metodologia o trabalho com projetos educacionais. os projetos
nascem através de contextos (temas, assuntos, curiosidades) trazidos pelos alunos ou
professores que venham articular propósitos didáticos (o que os alunos devem aprender) e
propósitos sociais (conhecimentos prévios da criança). Com a orientação da professora, o
trabalho é realizado através de pesquisas e registros, visando a aquisição de determinadas
habilidades, valores e conhecimento, adquirindo através disso um fortalecimento do
desenvolvimento integral da criança, tornando-as corresponsáveis pela própria aprendizagem.
3.1.1 Contexto pedagógico-musical
A Bambini Escola, desde a sua fundação, acredita que a Educação Musical através das
aulas de musicalização contribui de forma positiva para o desenvolvimento global de seus
educandos. Os professores de musicalização são especializados na área da Educação Musical.
A produção do conhecimento musical é também a aquisição de conhecimentos
históricos/culturais da humanidade, portanto é tão importante para o desenvolvimento global
das crianças, quanto os demais conhecimentos adquiridos a partir do currículo. A metodologia
apresenta contribuições de pedagogos como Carl Orff, Kenneth Tobin, Zoltán Kodály, Edgar
Willems, Shinichi Suzuki e Murray Schafer, promovendo, assim, um diálogo metodológico
FIGURA 2: ESPAÇO PARA A REALIZAÇÃO DAS AULAS DE MÚSICA DA BAMBINI.
Fonte: Acervo do autor, 2017.
26
rico e diversificado, possibilitando com isto que o educador possa aplicar atividades que
suplante as necessidades de cada turma. Ritmo, harmonia, melodia e os parâmetros do som dão
a base elementar das aulas de musicalização, o que favorece uma continuidade nas aplicações
das atividades. As aulas de musicalização são desenvolvidas gradativamente.
É na Zona de Desenvolvimento Proximal – ZDP (VYGOSTSKI, 1991) que
promovemos nossa musicalização, onde o planejamento das aulas é desenvolvido a partir das
observações do Educador Musical. A inclusão é um objetivo constante, socializam o
conhecimento musical de forma construtiva, percebendo as características de cada turma,
identificando assim as necessidades particulares e coletivas das crianças. Desenvolvem nas
crianças o gosto pela música já desde o berçário, promovendo momentos de motivação e
curiosidade, aonde as crianças começam a descobrir um diversificado mundo sonoro, podendo
assim interagir com o conteúdo das aulas.
3.1.2 Caracterizações das Turmas
O estágio foi realizado na turma de Nível IV no turno vespertino. Uma turma de com
10 alunos, sendo 5 meninas e 5 meninos. Os alunos respondem com atenção a tudo que é
proposto em sala de aula, apesar de é um pouco mais difícil de conseguir, porém quanto mais
lúdico e interativo for a aula, maior a chance de conseguir segurar a atenção deles. Existe o
respeito ao professor e as normas e regras pré-estabelecidas, entretanto, em certos momentos é
preciso chamar um pouco mais a atenção para as normas e regras, pois os alunos tendem a
dispersar a atenção.
Os alunos são unidos, logicamente aparece algum conflito, mas logo em seguida já
estão unidos novamente. Não há nesta turma criança com necessidade especial. A aula flui
normalmente e a turma tem um ótimo rendimento. Conteúdos mais literários são menos
atrativos, obviamente por se tratarem de crianças, portanto os assuntos mais lúdicos são os que
mais chamam a atenção, eles normalmente são repetidos a pedidos dos próprios alunos. Um
exemplo foi com a música do “Tomate é o primo do caquí”. Após essa aula, em todas as demais
foi pedido para se cantar esta mesma música.
O maior desafio é segurar a devida atenção dos alunos, por serem crianças e ainda
mais, pelo simples fato de que após a aula de música, vem a hora da brincadeira no parque, o
que deixa as crianças mais eufóricas e ansiosas. A professora de música com sua experiência já
tem uma facilidade para puxar a atenção das crianças, independente desses fatores, porém ao
meu ver, essa era a maior dificuldade.
27
3.2 A experiência como observador
Um dos pontos importantes dessa experiência foram as observações feitas durante 3
aulas. Nesse momento, podemos observar um pouco de como um professor atua dentro da sala
de aula, neste caso um professor de música dentro da sala da turma de Nível IV da Educação
Infantil, podemos levar em consideração que 3 aulas não são o suficiente para conhecer a
metodologia aplicada de um professor, ao meu ver essas 3 aulas serviram como uma referência,
tanto para conhecer a turma e parte do seu contexto, como a forma do professor ministrar sua
aula. Um ponto importante a ser relembrado é que uma das alunas é a minha filha, ponto crucial
para escolha da turma e do tema deste trabalho.
As aulas de música são ministradas em um espaço aberto, porém coberto. Este local
foi escolhido pela professora de música Midiam de Souza que começou a aula com os alunos
sentados formando uma roda. Estimulando a curiosidade, a professora apresenta variados
instrumentos musicais percussivos, dando a oportunidade de cada aluno tocar e escutar o
instrumento musical. Observar as aulas são de extrema importância para o crescimento do
estagiário, como na música temos as influências musicais, na profissão de educador musical
também criamos a partir de características que achamos válida de cada professor que
observamos.
Com o decorrer das observações pude ver a importância da criatividade, tanto para o
professor quanto para os alunos. A professora busca estimular os alunos, criando oportunidades
dos mesmos terem o contato com a música de forma significativa. Como Kater (2012) propõe:
“Uma educação musical capaz de oferecer estímulos ricos e significativos aos alunos,
despertando atitudes curiosas e aumentando, por consequência, a disponibilidade para a
aprendizagem.”. (KATER, 2012, p.43).
Despertar a curiosidade dos alunos, como nesta citação de Kater (2012), mostra a
importância para o autor, da curiosidade, elemento fundamental para captar a atenção do aluno.
Lembrando que crianças tem uma certa facilidade de perder a atenção, basta que um colega
chame sua atenção de alguma forma, neste caso prender a atenção do aluno é uma das
dificuldades encontradas durante todo o estágio. Além de prender a atenção, despertar a
curiosidade faz com que o aluno se motive a aprender.
Não é nenhum segredo que a curiosidade torna o aprendizado mais eficaz e agradável.
alunos curiosos não só fazem perguntas, mas também procuram ativamente as
respostas. Sem curiosidade Isaac Newton nunca teria formulado as leis da física,
Alexander Fleming, provavelmente, não teria descoberto a penicilina, e a pesquisa
pioneira Marie Curie sobre a radioatividade poderia não existir. (STENGER, 2015,
página única, web, <https://goo.gl/4K7FTK>).
28
No segundo dia de aula, a professora “cria” uma bateria com alguns instrumentos
percussivos, o que gerou curiosidade e interesse nos alunos em tocar este instrumento. Como
podem ver novamente, o fator curiosidade é utilizado para que os alunos possam ter mais
atenção ao que é proposto em sala de aula.
Na última aula, como observador, pude acompanhar a professora na utilização dos
boomwhackers ou conhecido como tubos sonoros. Cada tubo com uma cor diferente e um som
diferente, fatores que atraem qualquer criança, cores diferentes, sons diferentes, até mesmo a
forma diferente de se tocar.
A professora utiliza quase que constantemente o Método Orff trazendo para o aluno
uma abordagem de expressão natural, onde através da observação e imitação o aluno vai
aprendendo, conquistando assim a atenção do aluno. Os alunos participam das aulas,
principalmente quando atiçada a curiosidade dos mesmos, devido serem crianças, em alguns
momentos a atenção deles é desviada, ou algum aluno mais enérgico começa a chamar a atenção
tirando um pouco o foco da aula tendo que a professora chamar a atenção do mesmo.
Atuar como observador nos traz a possibilidade de criarmos uma forma diferente de
ministrar as aulas, como por exemplo na música; a medida que escuto ou observo um
determinado músico, a tendência é eu ter algumas características desse músico ao tocar, muitas
vezes isso é algo involuntário. Mas de forma consciente posso absorver tudo aquilo que eu acho
que convém para mim quando for tocar, um pouco de cada músico. Assim funciona também ao
meu ver, sua forma de ministrar as aulas. Observando e refletindo o que de fato achar
importante. Criando, assim, uma própria personalidade.
Todas as crianças devem ser tratadas com carinho e muita observação respeitando o
tempo de cada criança. Educar faz parte do cotidiano do professor, lembrando que dentro da
sala de aula devemos ter todo o cuidado, pois como afirma Kater (2004),
o educador musical, como qualquer professor, presta-se, querendo ou não, como
modelo de referência para seus alunos, não só do ponto de vista musical (sua
competência técnico-específica, digamos), mas também enquanto pessoa humana que
é. (KATER, 2004, p. 45).
29
3.3 A experiência como professor
Após passar as 3 aulas de observação, o estágio nos proporciona a oportunidade de
ministrar um mínimo de seis aulas, logicamente sendo observado pela professora/supervisora,
mas as aulas são de inteira responsabilidade do estagiário, desde o plano de aula até as
aplicações do mesmo.
Sem fugir da proposta pedagógica da professora atuante, mantive as aulas no formato
em que a mesma já era ministrada, adicionando algumas metodologias que, para mim, seriam
de devida importância para os alunos. Além do método Orff, já utilizado pela professora, onde
buscamos instigar a curiosidade do aluno, curiosidade também é ferramenta de trabalho de um
outro pedagogo que busco estudar, Paulo Freire, que pertinentemente ensina que “sem a
curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”.
(FREIRE, 1996, p. 85).
Diante dessa afirmação sempre procurei ministrar as aulas voltadas para provocar a
curiosidade do aluno assim como também, utilizei a Metodologia de Dalcroze, onde o mesmo
enfatiza o movimento do corpo para o ensino da música. Busquei utilizar o mesmo cronograma
utilizado pela professora, que se deu dessa forma:
Cronograma de aulas
1. No primeiro mome“to iniciamos a aula com uma roda cantando músicas de entrada;
2. Neste segundo momento há um diálogo com os alunos, a partir desse momento que
se insere o conteúdo proposto para a aula do dia, seja através de jogos musicais,
conversas cotidianas, histórias etc.;
3. Momento final onde cantamos a música de despedida.
Na primeira parte da aula, sempre se iniciou com uma música de entrada, sendo esta a
música “Bom dia, amiguinho” (Domínio Público). Assim como na primeira até a última aula,
a entrada sempre foi com essa canção para que os alunos pudessem memorizar a letra, melodia
e o ritmo.
No primeiro dia utilizei o cotidiano deles para ministrar a aula, perguntei como foi o
dia deles e o que eles comeram no café da manhã, logo em seguida trabalhamos com a
improvisação onde cada um teria que dar continuidade a música do café da manhã, dizendo o
que tinha comido nesta refeição. Apesar de parecer simples, a música faz com que todos
participem, porém crianças dessa faixa etária tendem a perder o foco quando algo se torna
30
repetitivo. Terminando a aula com a música de despedida, que da mesma forma que a música
de entrada, esta também se repetiu até o último dia de aula por mim ministrado.
Uma das aulas que mais enfatizei o processo de curiosidade do educando, foi quando
trouxe um caqui na sacola. Logo depois de eu ter recebido os alunos com a canção de entrada,
puxei uma sacola de compras e pude contextualizar com o dia a dia de cada aluno, perguntando
se gostavam de ir ao mercado com seus respectivos pais. Perguntei o que gostavam de comprar.
Todas essas questões começaram a indagar o aluno o porque que, numa aula de música o
professor vem perguntar sobre ir ao mercado com os pais. Em seguida, puxei da sacola um
caqui e perguntei se alguém sabia que fruta era aquela. A resposta foi uníssona, todos
responderam que era um tomate. Pude apresentar o caqui a eles, todos os alunos tiveram a
oportunidade de cheirar, pegar no caqui e perceber algumas diferenças dele com o tomate. Todo
esse contexto foi para dar início a música; "tomate é o primo do caqui” do compositor Estêvão
Marques (2015). Com esta música, trabalhei a pulsação dela através de palmas e movimentos,
seguindo de mais uma supresa, que são ovos coloridos percussivos, que utilizaram para
marcação do tempo da música, terminando a aula com a música de despedida.
Continuando com as aulas, no terceiro encontro dei ênfase a utilizar movimentos ou
partes do corpo para expressar a música. Para que eles pudessem se expressar, utilizei o
aparelho de som para que com cada música, de temas variados e distintos, cada um pudesse
expressar o que a música trazia para si mesmo. E como em todas as outras aulas o foco é o
cotidiano do aluno, como pai de uma aluna, conheço as músicas que eles gostam, assim poderia
chamar a atenção deles. Músicas como “Pula”, de Aline Barros (2005), “Sentimentos da Bela
e a Fera” (DION; BRYSON, 1991) e para finalizar a aula do dia a música que no momento era
tida como a música mais pedida pelas crianças, “Livre estou” do filme Frozen (MENZEL,
2013). Através dessas músicas cada aluno pode se expressar com movimentos corporais.
Utilizando assim a metodologia empregada pelo Jaques-Dalcroze (s.d.) onde afirma-se que todo
elemento musical poderia ser realizado corporalmente.
Partindo para a quarta aula, a vez agora era da improvisação. A aula começou dentro
do cronograma com a música “Bom dia, amiguinho” (canção popular) de entrada, nesta altura
os alunos já conheciam a canção, o que tornava mais dinâmica a aula com mais participação
dos alunos. Quando se trabalha com a improvisação, você provoca a criatividade do aluno;
neste caso utilizei os cup song, que nada mais são os copos de plásticos, onde com um
determinado movimento pode-se fazer o ritmo de uma música.
Comecei instigando a curiosidade dos alunos perguntando qual era esse instrumento,
e como podemos tirar som destes copos. A partir deste momento fui dando exemplo de maneiras
31
que podemos extrair som do copo. Em seguida, passei um copo para cada aluno e cantando a
música: “Quem sabe fazer comigo assim?” (Som com o copo), “Assim?” (Repete o som com o
copo). Depois que todos utilizaram da criatividade e improvisação para extrair o som do copo,
dentro da música, solicitei que eles escolhessem uma canção da preferência deles para que
pudéssemos trabalhar a pulsação com os copos. Para minha surpresa, eles escolheram a música
do caqui. Eu estava na expectativa de alguma música como o tema de Frozen ou Patati-Patatá,
mas a escolha foi a música apresentada para eles na segunda aula. Posso afirmar assim como
Schafer (1991 apud BARBOSA, 2015, p. 27) afirma que:
Uma vez alguém disse que as duas coisas mais importantes para desenvolver o gosto
são: sensibilidade e inteligência. Eu não concordo; diria que são curiosidade e
coragem. Curiosidade para procurar o novo e o escondido, coragem para desenvolver
seus próprios gostos sem considerar o que os outros podem pensar e dizer. Quem
arrisca a ser ridicularizado pelos seus gostos individuais em música (e isso vai
acontecer) demonstra coragem.
Ou seja, o trabalho de provocar a curiosidade, dando-lhes a oportunidade de conhecer
algo novo de uma forma concreta, fez com que a aprendizagem fosse eficaz e lembrada após
duas semanas.
Na quinta aula, procurei quebrar o cronograma, fazendo com que os alunos tivessem
uma perspectiva diferente, fugindo do que estava comum para eles. Comecei a aula com todos
em pé, de mãos dadas. Começamos a cantar a música da “Galinha do vizinho bota ovo
amarelinho” (canção popular), cantando até chegar em 10, onde todos sentam rapidamente. O
que parece ser uma “bagunca”, é algo motivador para eles, uma brincadeira que os leva a
aprender, como afirma Brito (2013, p. 35): “A criança é um ser “brincante” e, brincando, faz
música, pois assim se relaciona com o mundo que descobre a cada dia”.
Em seguida, apresentei uma das características do som, a altura, através de sons graves
e agudos. A brincadeira era a seguinte: quando eu tocava uma nota grave, todos deveriam se
abaixar, e quando a nota fosse aguda todos teriam que levantar. Para provocar mais ainda as
crianças, fixando o aprendizado e atraindo a atenção delas, dividi a turma em meninos e
meninas. Essa questão de competição entre meninos e meninas envolve todas as faixas etárias.
No final da aula voltamos a cantar a música de despedida.
Na última aula, iniciando com a música “Galinha do vizinho” (canção popular)
novamente, inclui a música brincando, onde tivemos que repeti-la, pois todos gostaram da parte
do espirro, onde com um espirro de brincadeira todos se jogam para trás, ou seja, mais uma
brincadeira que utilizada da maneira correta se faz um instrumento para o aprendizado infantil.
32
No segundo momento desta aula apresentei a orquestra, através de desenhos, mostrei alguns
dos instrumentos mais utilizados na orquestra, utilizei também amostras sonoras dos
instrumentos a medida que ia apresentando o instrumento, eu colocava uma amostra sonora
para que os alunos pudessem conhecer melhor cada um dos instrumentos. Por último apresentei
o maestro da orquestra, apesar desse não emitir som, foi com ele que a maior parte da aula
permaneceu, através de uma brincadeira onde cada aluno seria o regente por uma vez: eu, o
músico com o violão, a medida que os alunos moviam os braços simulando os movimentos do
maestro, eu ia tocando. A ideia aqui era trabalhar o andamento: se o aluno movesse os braços
de forma rápida e iria tocar de forma rápida, se era lento eu sucessivamente tocara lento, e assim
foi com cada aluno. No final foi a parte mais difícil do estágio dentro da sala de aula do nível
infantil, a despedida, falar para os alunos que seria a última aula comigo, assim como os alunos,
eu construí laços afetivos com aquela turminha.
Diante de todo esse relato, a maior aprendizagem foi a importância que a Educação
Infantil tem na vida das crianças, elas levam praticamente tudo que veem para casa, ou seja
elas, tem uma enorme facilidade em aprender, como já foi falado neste trabalho, nos como
educadores devemos ter o cuidado no que ensinar e na forma de ensinar. Ali diante dos alunos
somos exemplos e em alguns momentos seremos reflexos para eles, neste caso todo o cuidado
é pouco.
Uma ferramenta simples de trabalho, que convém o professor saber usá-la, a
curiosidade, quando algo instiga esse fator no aluno, é como ligar uma chave de atenção, é
incrível como a curiosidade de um aluno pode gerar curiosidade em outro. Conhecer o contexto
da turma tem sua importância, pois trabalhar diante da realidade do dia a dia deles, faz com que
os mesmo de uma certa forma reflitam em casa. Como eu sei? Minha filha, eu a observei tanto
na escola como até hoje a observo.
Expectativa
A maior expectativa que foi correspondida, após mais de dois anos, reencontrei a
turma, a maioria me reconheceu, muitos como pai da Duda, mas teve uma aluna que lembrou
do professor de música.
Não sei informar se todos levaram algo novo para casa, seja um aprendizado ou uma
descoberta, desde que eu como professor tenha sido intermediador, são poucas aulas não ao
como fazer uma avaliação efetiva, mas do acompanhamento que faço com minha, pude
33
perceber que ela adquiriu conhecimento. E por mais hilário que seja, volta-e-meia ela fala do
“Tomate e do caqui”.
Uma das expectativas que não foi correspondida, talvez por falta de experiência minha,
foi o fato de saber lidar com a dispersão de alguns alunos em um determinado momento. O fato
de que a maioria não teve interesse em apreciar um pouco de música clássica, aula para que
eles conhecessem alguns instrumentos, mas assim que eu coloquei músicas do contexto deles,
eles voltaram a atenção.
A diferença entre o som grave e o som agudo, essa a maioria entendeu, devida a
atividade feita na quinta aula. Formulei a aula para a mais lúdica possível, consequentemente a
participação foi total. Ou seja, mais uma expectativa alcançada.
Mais tempo, gostaria de ter mais tempo para a Educação Infantil, talvez organizar uma
apresentação para os dias dos pais ou das mães, festa de final de ano. Seja qual fosse a
comemoração, organizar junto as crianças um coral ou uma apresentação teatro-musical, seria
um desafio. Desafio este que pretendo realizar. A princípio, assim como todo educador, o
desafio é crescer em conhecimento, estar sempre atualizado, conhecendo e buscando algo novo
para aplicar em sala de aula. Não são os quatros anos de faculdade que te deixarão preparado
para ingressar na educação como professor. O que mais conta é a experiência, experiência que
vivi um pouco dentro desse estágio, relatando, observando, trabalhando, aprendendo e
ensinando.
34
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vivenciar sem dúvida é a melhor maneira de se aprender, quando se parte da teoria e
entra na realidade da prática, você percebe o quanto estudar e pesquisar se torna necessário.
Analisar o contexto atual da Educação Infantil na escola Bambini. Apresentar
conceitos sobre a Educação Infantil e mais especificamente a musicalização para crianças
dentro da escola. Outro objetivo deste trabalho é servir como referência, para outras pesquisas
que necessitem de um aporte para desenvolver e conhecer mais sobre a música na Educação
Infantil.
Através da descrição das aulas ministradas, podemos observar as dificuldades vividas
em sala de aula e as metodologias optadas pelo autor para levar o ensino da música para a turma
de Nível IV da Educação Infantil. Neste trabalho observa-se que a música, dentro da educação
básica, tem se tornado peça fundamental para o desenvolvimento da criança. Algo que fica claro
com esta pesquisa e que busquei fazer em todas as aulas é motivar a criança a descobrir,
investindo em sua curiosidade. Albert Einstein (s.d.) nos fala que “A curiosidade é mais
importante que o conhecimento”, pois a mesma faz com que busquemos o conhecimento.
O educador musical precisa buscar meios atrativos para o ensino da música para
crianças, como visto no trabalho, crianças aprendem brincando, o preparo, o cuidado e
principalmente o amor pelas crianças e pelo ensino são peças fundamentais para que a aula seja
bem sucedida. Levando em conta que somos exemplos para as crianças e que muitas vezes
somos referências daquilo que a criança sonha em ser, todo cuidado é pouco, assim como toda
dedicação também.
Educação Infantil não se trata apenas de ensinar uma determinada disciplina, mas
ajudar a criança a construir seu lado crítico, cultural e social. Em especial, a musicalização
trabalha todos esses aspectos, e isso é algo que é relatado dentro deste trabalho, em cada
ministração de aula as crianças socializam interagindo umas com as outras, vivenciam a música
de forma que ela esteja inserida no seu cotidiano. A música como linguagem se torna um
enorme instrumento para o desenvolvimento afetivo, cognitivo psicossocial das crianças. Pois
é através da música que o aluno pode expressar suas emoções, sentimentos, amplia
conhecimento e interage com o professor.
O pedagogo Paulo Freire (1996) nos diz que “Quem ensina aprende ao ensinar. E quem
aprende ensina ao aprender.”. Pode-se constatar isso quando você se coloca como professor,
saindo da teoria e indo para a prática, somos capazes de ensinar e mostrar muitas novidades,
mas deve-se estar ciente de que aprenderemos muito. Hoje as escolas tem como obrigação
35
incluir o ensino de música dentro do seu currículo, porém não é uma realidade pois nem todas
tem a música em seu currículo em alguns casos a música é tratada como recreação, mas não é
o que acontece na Bambini escola, onde tive a oportunidade de vivenciar esta experiência. Um
dos fatores em que escolhi este tema para o trabalho, foi o fato de que eu pude observar uma
aluna em especial, tanto dentro da sala de aula como fora, minha filha estava nesta turma,
observei o que ela levava consigo como aprendizagem, como pai e como educador, tive uma
visão ampla de como podemos educar de forma efetiva. Para que sirva como exemplo, até hoje
minha filha lembra da canção do “Tomate e o caqui”.
Fica a reflexão de que é importante lembrar que assim como a música tem suas
singularidade e pluralidade, deve-se respeitar que cada ser humano também tem sua
singularidade e pluralidade. Ensinar isso para as crianças para que elas possam crescer
aprendendo a conviver em sociedade, respeitando o fato de cada qual tem sua particularidade.
Utilizar e explorar a linguagem musical para que o educador possa trabalhar com estas crianças
afim de que elas compreendam esta reflexão, tornando o dia a dia mais prazeroso e musical.
36
REFERÊNCIAS
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BACH, Eliane Loreni; PERANZONI, Vaneza Cauduro. A historia da Educação Infantil no
Brasil: fatos e uma realidade. 2014. Disponível em: <https://goo.gl/rwkNcK>. Acesso em 12 de
nov. 2017.
BAMBINI ESCOLA. Disponível em: <http://www.bambiniescola.com.br>. Acesso em 21 de
nov. 2017.
BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, Fernanda Pereira da (Org.). Abordagem Triangular no Ensino
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BARBOSA, H. Trilhas sonoras de filmes como ferramentas pedagógicas: musicais em
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ANEXOS
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
Disciplina: Estágio Supervisionado I – Turma: 01
Orientador(a): Carolina Chaves
PLANO DE AULA Nº 01
IDENTIFICAÇÃO
Tema: Meu café da manhã
Duração: 30 minutos.
Estagiário(s): Anderson Luis.
Escola: Bambini escola.
Turma: Nivel IV.
Turno: Vespertino.
Disciplina: Música
Supervisor: Midian Souza.
1. OBJETIVOS
• Inserir a música no cotidiano do aluno.
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Fazer com que o aluno insira um pouco de música, em algo comum do dia a dia.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
1º momento
No primeiro momento iniciaremos a aula em uma roda, cantando a música de
entrada. (bom dia amigo).
2º momento Ainda em roda, uma conversa sobre alimentação e como foi o café da manhã de
cada um, o que cada um comeu, se gostam ou não gostam. Em seguida cantamos
a música sobre o café da manhã, onde cada aluno pode expressar seu café
cantando.
3º momento Este é o momento final onde cantamos a música de despedida. Tchau, tchau.
4. RECURSOS DIDÁTICOS
Apenas o violão.
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5. AVALIAÇÃO
5.1 Aspectos a serem avaliados:
Interação do aluno e compreensão do exercício proposto.
5.2 Instrumentos de avaliação:
Apenas percepção sobre a iniciativa do aluno e sua compreensão do exercício.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
Disciplina: Estágio Supervisionado I – Turma: 01
Orientador(a): Carolina Chaves
PLANO DE AULA Nº 02
IDENTIFICAÇÃO
Tema: O tomate é primo do caqui.
Duração: 30 minutos.
Estagiário(s): Anderson Luis.
Escola: Bambini escola.
Turma: Nivel IV.
Turno: Vespertino.
Disciplina: Música
Supervisor: Midian Souza.
1. OBJETIVOS
• Fazer com que os alunos de uma certa forma compreendam que a musica tem um
andamento ou uma pulsação.
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Apresentando o caqui a turma e ensinando a musica do caqui, os alunos poderão
acompanhar a métrica da musica utilizando o instrumento de percussão “ovinhos”.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
1º momento
Daremos inicio a aula com a canção bom dia amiguinho, porém como o turno é
vespertino trocaremos o bom dia pelo boa tarde.
2º momento Já em roda, apresento o primo do tomate, tirando de uma sacola de compras o
caqui e perguntando “o que é isso que eu comprei no mercado?”. Em seguida
aprendemos a cantar a musica do caqui.
3º momento Neste momento busco a sacola e tiro um novo instrumento musical, o ovinho de
percussão. Passando assim a marcar o tempo da musica do caqui com o ovinho,
ao mesmo tempo que contamos.
4º momento
Já em clima de despedida cantaremos a música livre estou, tema do desenho da
frozen e em seguida a música do tchau tchau.
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4. RECURSOS DIDÁTICOS
Um caqui, violão e ovinho de percusão.
5. AVALIAÇÃO
5.1 Aspectos a serem avaliados:
A absorção do ensino de métrica.
5.2 Instrumentos de avaliação:
Observação feita de maneira individual.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
Disciplina: Estágio Supervisionado I – Turma: 01
Orientador(a): Carolina Chaves
PLANO DE AULA Nº 03
IDENTIFICAÇÃO
Tema: Musica corporal.
Duração: 30 minutos.
Estagiário(s): Anderson Luis.
Escola: Bambini escola.
Turma: Nivel IV.
Turno: Vespertino.
Disciplina: Música
Supervisor: Midian Souza.
1. OBJETIVOS
• Levar a compreensão dos alunos que se pode expressar musica através dos movimentos
do corpo.
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Ensinar a turma como podemos expressar uma musica através dos movimentos do
corpo, uma musica rápida normalmente pede movimentos mais rápidos e musica lentas
já pedem movimentos mais longos.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
1º momento A aula se inicia formando uma roda, onde cantaremos a música bom dia
amiguinho, com sua alteração devido ao turno. Vamos observar nosso corpo,
apalpando nosso rosto e identificando o que temos, assim como o restante do
corpo, sendo braços e pernas, para que entendam que todo corpo pode ser usado.
2º momento Após uma breve explicação sobre as possibilidades de expressão artística-
musical, iniciaremos com as músicas de várias formas e ritmos. Para gerar uma
atenção maior dos alunos, colocarei músicas que eu tenha a certeza que irão
conhecer. Através do aparelho de som ( caixa e celular) a primeira música será
“Pula, pula” de Aline barros, em seguida “sentimentos” tema do desenho da bela
e a fera, volto novamente para “pula, pula” para encerrar com“Livre estou” do
desenho frozen. Em cada musica tentaremos expressar a musica, através de
movimentos corporais.
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Pula, pula: https://www.youtube.com/watch?v=7BEsP2X1JD8
Sentimentos: https://www.youtube.com/watch?v=ljvfi8qgs4s
Livre estou: https://www.youtube.com/watch?v=YlldJyeH_3g
3º momento Voltamos para a formação de roda e cantamos a canção do tchau tchau.
4. RECURSOS DIDÁTICOS
Violão, celular com músicas em mp3 e uma caixa com entrada p10.
5. AVALIAÇÃO
5.1 Aspectos a serem avaliados:
Dinâmica e a expressão de acordo com a música.
5.2 Instrumentos de avaliação:
Observação feita de maneira individual, vendo a capacidade do aluno se
expressar através de seus movimentos.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
Disciplina: Estágio Supervisionado I – Turma: 01
Orientador(a): Carolina Chaves
PLANO DE AULA Nº 04
IDENTIFICAÇÃO
Tema: Copinhos musicais.
Duração: 30 minutos.
Estagiário(s): Anderson Luis.
Escola: Bambini escola.
Turma: Nivel IV.
Turno: Vespertino.
Disciplina: Música
Supervisor: Midian Souza.
1. OBJETIVOS
• Continuar o ensino de métrica e pulsação.
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• A turma irá usar copos para gerar som, musicalizar e acompanhar uma determinada
métrica.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
1º momento
No inicio da aula será feita a nossa roda da cantoria, cantando a música do boa
tarde.
2º momento De forma que gera expectativa, vou mostrar uma pilha de copos e perguntar “que
instrumento é esse?” Logo em seguida demonstro uma forma de extrair som dos
copos. Passando o copo de um em um seguindo uma determinada pulsação, até
que todos tenham um copo, peço que através da música: “quem sabe fazer
comigo assim (som com o copo), assim (repete o som)...”
Cada aluno irá criar seu som através do copo. Adiante cantaremos uma música
e criaremos um ritmo para ela com os copos.
3º momento Voltamos para a formação de roda e cantamos a canção do tchau tchau.
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4. RECURSOS DIDÁTICOS
Violão, copos de plásticos.
5. AVALIAÇÃO
5.1 Aspectos a serem avaliados:
Criatividade para criar sons e percepção do ritmo.
5.2 Instrumentos de avaliação:
Será feita através da observação, da criatividade e do aprendizado sobre ritmo.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
Disciplina: Estágio Supervisionado I – Turma: 01
Orientador(a): Carolina Chaves
PLANO DE AULA Nº 05
IDENTIFICAÇÃO
Tema: Ordem e comando.
Duração: 30 minutos.
Estagiário(s): Anderson Luis.
Escola: Bambini escola.
Turma: Nivel IV.
Turno: Vespertino.
Disciplina: Música
Supervisor: Midian Souza.
1. OBJETIVOS
• Desenvolver a atenção dos alunos, fazer com que eles possam diferenciar os timbres.
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Através de instrumentos que gerem timbres distintos, um grave outro agudo, os alunos
poderão diferenciar a característica de cada instrumento apresentado.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
1º momento
No primeiro momento iniciaremos a aula formando uma roda, cantando a
música; a galinha do vizinho, acelerando até chegar ao 10 e então sentar. Em
seguida cantar a música de entrada; bom dia amiguinho.
2º momento Ainda em roda, passaremos a cantar a música brincando. Depois dessa cantoria
vamos para o tema, onde utilizaremos dois instrumentos, um grave e um agudo.
Após a apresentação dos instrumentos e demonstração de suas características,
iniciaremos a dinâmica onde através do timbre os alunos levantam e abaixam.
Ex: timbre grave abaixam, timbre agudo levantam.
3º momento Este é o momento final onde cantamos a música de despedida. Tchau, tchau.
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4. RECURSOS DIDÁTICOS
Violão, flauta e escaleta.
5. AVALIAÇÃO
5.1 Aspectos a serem avaliados:
A atenção e o aprendizado dos alunos quanto as características do som,
apresentado na aula.
5.2 Instrumentos de avaliação:
Percepção sobre capacidade do aluno e sua compreensão do exercício.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
Disciplina: Estágio Supervisionado I – Turma: 01
Orientador(a): Carolina Chaves
PLANO DE AULA Nº 06
IDENTIFICAÇÃO
Tema: A orquestra.
Duração: 30 minutos.
Estagiário(s): Anderson Luis.
Escola: Bambini escola.
Turma: Nivel IV.
Turno: Vespertino.
Disciplina: Música
Supervisor: Midian Souza.
1. OBJETIVOS
• Ensinar e apresentar alguns dos instrumentos da orquestra.
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Através de fotos de instrumentos com seus respectivos áudios, apresentar um formato
básico de uma orquestra e levar o aluno a tentar compreender uma composição erudita.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
1º momento
No primeiro momento iniciaremos a aula formando uma roda, cantando a
música; a galinha do vizinho, acelerando até chegar ao 10 e então sentar. Em
seguida cantar a música de entrada; boa tarde amiguinho.
2º momento Cantaremos a música brincando. Passando em seguida para apresentação de
imagens e sons de diferentes instrumentos encontrados em uma orquestra, após
passar por todos os instrumentos com imagens e sons previamente escolhidos,
entraremos com músicas onde possam ser encontrados esses devidos
instrumentos.
3º momento Neste momento usaremos uma música para relaxar e meditar.
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4. RECURSOS DIDÁTICOS
Violão, computador e caixa de som.
5. AVALIAÇÃO
5.1 Aspectos a serem avaliados:
Curiosidade e atenção dos alunos no interesse da música e seus instrumentos.
5.2 Instrumentos de avaliação:
Observação sobre cada aluno, em ver qual instrumento mais gostou, ou qual
música mais chamou atenção do mesmo.
Estaversãofoirevisadaeaprovadapelo(a)orientador(a),sendoaceite,pelaCoordenaçãodeLicenciaturaemMúsica,comoversãofinalválidapara
depósitonoRepositóriodeMonografiasdaUFRN.
____________________________DaniloCesarGuanaisdeOliveira
CoordenadordeLicenciaturaemMúsica