Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional · aéreos e analisar as dinâmicas do ......
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Análise de Mercado
Transporte Aéreo Internacional
BRASIL – JAPÃO
SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais
Última atualização: 02 de setembro de 2013
1. OBJETIVO
Esta Nota de Análise de Mercado tem por objetivo prover informações acerca do
relacionamento aerocomercial do Brasil com o Japão.
O material, produzido pela Superintendência de Relações Internacionais da
ANAC, visa primordialmente promover subsídios às negociações de acordos de serviços
aéreos e analisar as dinâmicas do transporte aéreo internacional sob a perspectiva
brasileira.
Importante pontuar que quaisquer estudos que se proponham a analisar o mercado
de transporte aéreo internacional devem entendê-lo como demanda derivada de outras
atividades econômicas, sendo permanentemente influenciado pelo cenário
macroeconômico internacional no qual se insere. Por este motivo, este Informativo
integra aos dados de transporte aéreo variáveis de turismo e comércio entre as partes
envolvidas, dentre outros fatores intervenientes.
A disponibilização pública desse documento integra um conjunto de iniciativas
implementadas pela ANAC no sentido de auxiliar as empresas aéreas e demais agentes
interessados, na identificação de potenciais mercados aéreos a serem explorados, visando
ampliar a conectividade aérea efetiva do Brasil com os demais países do globo.
2. INFORMAÇÕES PRELIMINARES
O Japão é um país insular do Extremo Oriente, formado por um arquipélago de
quatro grandes ilhas - Honshu, Shikoku, Kyushu e Hokkaido, além de diversas ilhas
menores, totalizando cerca de 3400, localizadas entre o Mar de Okhotsk a norte, o Oceano
Pacífico a leste e a sul e o Mar da China Oriental e o Mar do Japão a oeste.1
O país possui uma área aproximada de 378 mil km2, uma população estimada de
127,3 milhões de pessoas2 e sua capital é Tóquio. O Japão não possui estados, seu
território é dividido em 47 jurisdições subnacionais denominadas prefeituras. Além da
capital, as principais cidades são Yokohama, Osaka, Nagoya e Sapporo nesta ordem.
1 Disponível em http://www.ibge.gov.br/paisesat/main_frameset.php 2 Disponível em http://www.stat.go.jp/english/data/jinsui/tsuki/index.htm
Figura 1: Mapa Geográfico – Japão
Fonte: www.worldatlas.com
O país possui um sistema político de Monarquia Constitucional Parlamentar cujo
atual Primeiro Ministro, Shinzō Abe, encontra-se em exercício desde dezembro de 2012.
A economia japonesa é a terceira maior do mundo em termos de PIB nominal, tendo
registrado o valor de 5,867 trilhões de dólares em 2011. O Japão apresentou um
crescimento econômico de 2% em 2012 e registrou crescimento negativo de 0,6% em
2011, atribuído em grande parte às consequências do grande terremoto ocorrido em março
daquele ano. A retração de 1,0% em 2008 e 5,5% em 2009 foi resultado da crise financeira
internacional3.
Segundo dados do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, do programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, o Japão apresenta alto índice de
3 International Monetary Fund, World Economic Outlook Database
desenvolvimento humano (IDH), situando-se na 10ª posição. O país apresenta um índice
de expectativa de vida ao nascer de 83,6 anos, o maior índice dentre todos os 186 países
analisados4.
A Tabela 1 e o Gráfico 1 apresentam, respectivamente, alguns indicadores
socioeconômicos e a variação anual do PIB real do país para o período 2000-2012.
Tabela 1: Indicadores Socioeconômicos do Japão
Fonte: (1) Japan National Tourism Organization (2) World Bank Indicators. (3) UNWTO
Gráfico 1: Variação anual do PIB real do Japão (2000-2012)
Fonte: World Economic Outlook Database – Fundo Monetário Internacional
4 Disponível em http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2013/
Indicadores Ano Valor Unidade
População 2012 127 445 Pessoas (Mil) (1)
PIB (nominal) 2011 5,867 US$ Trilhões (2)
PIB per capita 2011 45 903 US$ (2)
Chegadas de Turistas 2012 8,6 Pessoas (Milhões) (1)
Receitas com Turismo 2011 10,966 US$ Bilhão (3)
Gastos com turismo
Internacional 2011 27,2 US$ Bilhão (3)
A economia japonesa é bastante diversificada. O Japão está entre os maiores
produtores de veículos automotivos, equipamentos eletrônicos, semicondutores, aço,
metais não ferrosos, navios, produtos químicos e comida processada. Atualmente, a
economia local está passando por um processo de recuperação em consequência do
grande terremoto de março de 2011. O atual governo considera retomar a reativação de
usinas nucleares, para impulsionar a reconstrução das regiões devastadas pelo tsunami,
como também estuda lançar uma agenda de estímulos fiscais. Ademais, o governo
pressiona o Banco Central do Japão a estabelecer um programa de afrouxamento
monetário no intuito de combater a deflação que afeta historicamente o país5.
Em relação à Política Externa, verifica-se a participação do Japão nos principais
organismos internacionais, abrangendo diversas áreas de atuação. No que tange as
organizações regionais asiáticas, o Japão mantém relação de diálogo com a ASEAN6 e é
membro da APEC7, cujos países membros seguem abaixo.
(i) ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) – Brunei, Camboja,
Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia,
Vietnam.
(ii) APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) – Austrália, Brunei,
Canadá, Chile, China, Cingapura, Coréia do Sul, Indonésia, Japão, Malásia,
México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Taiwan,
Tailândia, Estados Unidos, Vietnam, Hong Kong.
No tocante às questões diplomáticas entre Brasil e Japão, constata-se que o Brasil
possui Embaixada em Tóquio e três representações consulares no país. O Japão está
representado no Brasil através de uma Embaixada em Brasília, sete representações
consulares em capitais e um Centro Cultural mantido pelo governo japonês na cidade do
Rio de Janeiro.
O Japão concede visto de curta duração (turismo, negócios, visita a parentes, etc.)
e de longa duração (trabalho, estudo, residência permanente, etc.). Cidadãos brasileiros
5 Central Intelligence Agency – CIA, The World Factbook. 6 Association of Southeast Asian Nations - http://www.asean.org/asean/external-
relations/japan/item/external-relations-japan-overview-of-asean-japan-relations 7 Asia-Pacific Economic Cooperation - http://www.apec.org/
necessitam de visto em qualquer situação. Há vistos específicos de longa duração para
brasileiros filhos de japoneses (Nissei) e netos de japoneses (Sansei).
Por fim, vale ressaltar que o Brasil foi um dos principais polos receptores de
imigrantes japoneses até a década de 1970. Segundo o Centro de Estudos Nipo-
Brasileiros, estima-se que a população total de japoneses e descendentes no Brasil tenha
atingido a marca de 1,6 milhões de pessoas em 20108.
3. CORRENTE DE COMÉRCIO
3.1. Comércio exterior do Japão
Segundo dados do Statistics Bureau of Japan9, em 2011, o total das exportações
FOB do Japão foi de US$ 822 bilhões10, apresentando uma queda de 2,75% em relação
ao ano anterior. No período de 2000 a 2008, o crescimento médio das exportações foi de
5,8%. Em 2009, houve uma queda expressiva de demanda externa decorrente da crise
financeira internacional. O país se encontra em processo de recuperação das exportações
não atingindo, portanto, os valores nominais de exportações pré-crise.
As exportações de máquinas e equipamentos elétricos e eletrônicos representam,
em valores monetários 38,8% do total. As exportações de veículos automotivos, bens
manufaturados e produtos da indústria química e petroquímica também possuem um
grande impacto na pauta de exportações. O Gráfico 2 a seguir mostra os principais
produtos exportados pelo país em 2011.
8 Disponível em http://www.cenb.org.br/cenb/index.php/articles/display/293 9 Disponível em http://www.stat.go.jp/english/data/nenkan/1431-15.htm 10 Os valores estatísticos do Statistics Bureau of Japan são divulgados em moeda corrente (Iene). Os
valores foram convertidos em dólares americanos através da média anual das taxas de câmbio diárias
divulgadas pelo Banco Central do Japão.
Gráfico 2: Japão – Pauta de Exportações – 2011
Fonte: Statistical Handbook of Japan 2012 by Statistics Bureau, Japan
Os principais destinos das exportações japonesas em 2011 foram a China
continental (19,7%), Estados Unidos (15,3%), Coréia do Sul (8,0%), Taiwan (6,2%) e
Hong Kong (5,2%), que juntos representam 54,4% do total das exportações japonesas
daquele ano. O Brasil representa apenas 0,8% do total das exportações japonesas. Esta
proporção vem sendo mantida ao longo dos últimos anos.
Considerando o lado das importações japonesas, verificou-se que o total das
importações CIF, em 2011, foi de US$ 854 bilhões. O valor total de importações foi 12%
superior ao ano anterior. Naquele ano, o país apresentou um déficit de US$ 32 bilhões.
Trata-se do primeiro déficit comercial do país desde 1980, o segundo maior de sua
história11. A fraca demanda global combinada com o aumento da demanda de importação
de energia provocou o resultado.
A importação de combustíveis minerais representa 32% do total da pauta de
importações sendo pouco mais da metade deste valor de petróleo bruto e derivados.
Máquinas e equipamentos elétricos e eletrônicos, bens manufaturados, produtos químicos
11 Valor Econômico - Disponível em http://www.valor.com.br/internacional/2503802/japao-apresenta-
em-2011-primeiro-deficit-comercial-desde-1980
e farmacêuticos também apresentam um grande impacto na pauta de importações. O
Gráfico 3 a seguir mostra os principais produtos importados pelo país em 2011.
Gráfico 3: Japão – Pauta de Importações – 2011
Fonte: Statistical Handbook of Japan 2012 by Statistics Bureau, Japan
As principais origens das importações japonesas em 2011 foram a China
continental (21,5%), Estados Unidos (8,7%), Austrália (6,6%), Arábia Saudita (5,9%) e
Emirados Árabes Unidos (5,0%), que juntos representam 47,8% do total das importações
japonesas daquele ano. O Brasil representa 1,5% do total das importações japonesas.
3.2. Relações comerciais Brasil-Japão
Em relação ao comércio bilateral entre o Brasil e o Japão, segundo dados do
MDIC12, nota-se o crescimento das exportações brasileiras ao longo dos últimos anos. O
crescimento médio das exportações brasileiras para o Japão foi de 14,7% ao ano ao longo
do período 2003-2012, passando de aproximadamente US$ 2,3 bilhões em 2003 para
12 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Sistema de Análise das Informações
de Comércio Exterior. Disponível em http://aliceweb2.mdic.gov.br/
US$ 8,0 bilhões em 2012. Já as importações brasileiras, no mesmo período, apresentaram
crescimento médio anual de 13,3%, passando de, aproximadamente, US$ 2,5 bilhões para
US$ 7,7 bilhões. O Gráfico 4 a seguir mostra a evolução do fluxo comercial entre os dois
países.
Gráfico 4: Brasil – Japão: Balança comercial (2003-2012)
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC
Em termos da participação relativa do comércio exterior Brasil-Japão na
totalidade do fluxo comercial brasileiro, em 2012, observa-se que as exportações para o
país asiático representaram 3,28% do total das exportações brasileiras, enquanto as
importações provenientes do Japão representaram 3,47% do total das importações
brasileiras.
Em relação ao mix de produtos, a Tabela 2 sintetiza os principais itens da pauta de
exportação e importação brasileira para o país asiático, no ano de 2012.
Tabela 2: Mix de Produtos - Relação Comercial entre Brasil e Japão 2012
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.
Atendo-se à análise relativa do comércio bilateral Brasil-Japão dos produtos
transportados via modal aéreo, verifica-se que, em 2012, do total de US$ 15,7 bilhões da
corrente de comércio total entre os países, 8,85% foram transportados via aérea.
Enquanto as exportações escoadas por meio desse modal representaram 1,6% da
totalidade das exportações em 2012, a proporção das importações por meio aéreo
representou 16,3% do total de importações. Tal fato decorre do alto valor agregado dos
produtos japoneses importados pela via aérea. Em consequência, observa-se um saldo
comercial aéreo altamente deficitário para o Brasil.
Analisando-se os dados no intervalo temporal 2003-2012, observa-se que a
corrente de comércio dos produtos transportados via modal aéreo passou de US$ 751
milhões para US$ 1,39 bilhões, representando tal montante um crescimento médio anual
de 7,1%. Considerando apenas as exportações brasileiras pelo mesmo modal, o
crescimento médio aumenta para 11,8% ao longo do período analisado. O Gráfico 5 a
seguir apresenta a evolução do comércio aéreo entre os países.
Gráfico 5: Brasil – Japão: Comércio via Aérea (2003-2012)
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.
No que se refere ao mix de produtos da corrente de comércio Brasil-Japão em
2012, a Tabela 3, a seguir, apresenta os principais destaques desse intercâmbio.
Tabela 3: Mix de Produtos - Relação Comercial entre
Brasil e Japão (via Modal Aéreo) 2012
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.
Exportação Importação
Pérolas naturais ou cultivadas, pedras
preciosas ou semipreciosas e
semelhantes, etc. (28,4%)
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos,
e suas partes; Etc. (43,4%)
Reatores nucleares, caldeiras, máquinas,
aparelhos e instrumentos mecânicos e
suas partes (10,3%)
Reatores nucleares, caldeiras, máquinas,
aparelhos e instrumentos mecânicos e
suas partes (18,8%)
Instrumentos e aparelhos de óptica,
fotografia ou cinematografia, etc. (7,0%)
Instrumentos e aparelhos de óptica,
fotografia ou cinematografia, etc. (15,7%)
Outros produtos de origem animal, não
especificados nem compreendidos em
outros capítulos (6,3%)
Produtos químicos orgânicos (6,6%)
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos,
e suas partes; Etc. (4,4%)Produtos farmacêuticos (3,5%)
Pauta de Produtos
4. TURISMO
4.1. Dimensionamento do turismo no Japão
Segundo dados do Japan National Tourism Organization13, 8,6 milhões de
turistas internacionais ingressaram no país em 2012, sendo que 76,4% foram provenientes
da Ásia, 10,5% da América do Norte e 9,3% da Europa conforme o Gráfico 6 a seguir.
Dentre o total de visitantes ao Japão, a Coréia do Sul é responsável por 24,4%
desse total, seguido por Taiwan (17,5%), China continental14 (17,1%) e Estados Unidos
(8,6%). O Brasil corresponde a 0,4% do total de turistas. Deve-se ressaltar que foi
registrado um crescimento de 50% do número de turistas brasileiros comparando-se com
os dados de 2010.
Gráfico 6. Chegada de Turistas Internacionais por Continente (2012)
Fonte: Japan National Tourism Organization.
Por fim, a Tabela 4 a seguir, mostra dados relativos do desempenho do turismo no
Japão com relação ao resto do mundo. Segundo a World Tourism Organization
(UNWTO), o Japão representa 1,5% da receita do turismo mundial, ocupando a nona
13 Disponível em http://www.jnto.go.jp/eng/ttp/sta/ 14 O Japan National Tourism Organization divulga os dados das Regiões Administrativas Especiais de
Hong Kong e Macau separadamente.
posição entre 155 países pesquisados. A expressiva queda no número de turistas em 2011
é resultado do grande terremoto ocorrido em março daquele ano.
Tabela 4: Informações sobre Turismo (2009-2011)
Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2012 Edition. *Valores em dólares americanos
4.1. Do Turismo receptivo do Brasil
Quanto ao turismo receptivo brasileiro, as estatísticas do Ministério do Turismo
do Brasil apontam que dos cerca de 5,7 milhões de turistas estrangeiros, no ano de 2012,
5,2% foram provenientes da Ásia15. Dentre os turistas asiáticos, o Japão é o país que
apresenta a maior emissão de turistas ao Brasil, representando 24,6% desse total. Em
seguida tem-se China (22,2%), Coréia do Sul (16,8%) e Índia (7,4%).
Considerando-se apenas os turistas que utilizaram o modal aéreo (82% do total
em 2012), 6,5% foram turistas asiáticos. Nesse subconjunto, a China assume a primeira
posição com 24,6%, seguido do Japão (23,1%), Coréia do Sul (16,4%) e Índia (8,1%). O
Gráfico 7 abaixo sumariza essas informações.
15 No Anuário do Ministério do Turismo, os turistas provenientes dos países do Oriente Médio estão
contemplados na região Ásia.
Share (%) Per capita* Share (%)
2009 2010 2011 2010/2009 2011/2010 2011 2010 2011 2011 2011
Japão 6,8 8,6 6,2 26,8% -27,8% 0,6% 13,2 11,0 1.763 1,1%
Nordeste da Ásia 98,0 111,5 115,8 13,8% 3,9% 11,8% 128,6 143,1 1.235 13,9%
Ásia e Pacífico 181,1 204,4 217,0 12,9% 6,2% 22,1% 255,3 289,4 1.334 28,1%
Mundo 883,0 940,0 983,0 6,5% 4,6% 100,0% 927,0 1.030,0 1.048 100,0%
(US$ Bilhões)País (Milhões)
Chegada de Turistas Internacionais Receitas com Turismo
Crescimento (%)
Gráfico 7: Entrada de Turistas no Brasil via Aérea
Por Continente e Ásia (2012)
Fonte: Ministério do Turismo – Anuário Estatístico do Turismo 2013, vol. 40 – Ano Base 2012.
5. TRANSPORTE AÉREO
5.1. Dados gerais do setor aéreo no Japão
Segundo dados do WATR16, o Japão representou 3,1% do tráfego aéreo mundial
de passageiros e 10,9%17 do tráfego da Ásia e Pacífico em 201118. O Japão ocupava a
sexta posição mundial, atrás dos Estados Unidos, China, Reino Unido, Espanha e
Alemanha. Para efeito comparativo, no mesmo ano, o Brasil representava 2,9% do tráfego
mundial de passageiros, ocupando a sétima posição.
16 World Airport Traffic Report (WATR), Airports Council International (ACI), 2012. 17 Segundo a metodologia do WATR 2011, a variável passageiros transportados é definida como o total de
passageiros pagos e não pagos, embarcados e desembarcados em voos comerciais, por aeronave e
helicópteros, em voos regulares e não-regulares. 18 O WATR não apresenta os dados das regiões da Ásia e Pacífico separadamente, somente país por país.
Somando-se os dados da região do Pacífico, observa-se que 151,0 milhões de passageiros transitaram por
seus aeroportos, correspondendo tal volume a 9,7% do tráfego de passageiros da região da Ásia e Pacífico.
Cabe salientar também que o WATR não contempla os aeroportos dos países da região do Oriente Médio
na região da Ásia e Pacífico.
Do volume total de passageiros transportados em 2011, 30,1% ou 51,4 milhões de
passageiros utilizaram voos internacionais, o que representou o 11º principal mercado de
aviação internacional daquele ano. Por outro lado, no mercado aéreo doméstico, o Japão
ocupou a quarta posição transportando cerca de 119,2 milhões de passageiros (69,9%),
atrás apenas dos Estados Unidos, China e Brasil, países estes de dimensões continentais.
Com relação ao transporte de carga no Japão, em 2011, registrou-se cerca de 4,7
milhões de toneladas, representando tal marca 13,8% do total de carga aérea transportada
na Ásia.
A Tabela 5 a seguir sumariza os dados gerais do transporte aéreo no país.
Tabela 5: Dados Gerais do Transporte Aéreo no Japão19
Fonte: World Airport Traffic Report 2011, Airports Council International (ACI).
De acordo com informações da autoridade de aviação civil japonesa20, os
principais aeroportos internacionais do país estão localizados na região de Tóquio (Narita
International Airport) e em uma ilha artificial na Baía de Osaka (Kansai International
Airport). Ambos os aeroportos representaram, em 2011, 70,5% do tráfego internacional
de passageiros do país. O Aeroporto de Narita, em 2011, foi o 13º aeroporto mais
movimentado do mundo em tráfego aéreo internacional, tendo processado 26,3 milhões
de passageiros naquele ano.
Outro importante aeroporto (Haneda), localizado em Tóquio, recebeu um fluxo de
7,1 milhões de passageiros internacionais e 55,5 milhões de passageiros domésticos.
Trata-se de um aeroporto essencialmente doméstico, no entanto, é o 3º aeroporto do país
em termos de transporte aéreo internacional, o 1º aeroporto do país em termos de tráfego
total processado, bem como o 5º que mais processa passageiros no mundo.
19 Dados totais de fluxo doméstico e internacional de passageiros estimado. 20 Ministry of Land, Infrastructure and Transport – Civil Aviation Bureau of Japan.
Mercado 2011% Taxa de
Crescimento
% em relação a
Ásia
% em relação
ao mundo
Doméstico 119.245.896 -7,8% 11,9% 4,0%
Internacional 51.380.330 -6,4% 9,3% 2,3%
Total 170.626.226 -7,4% 10,9% 3,3%
Carga (toneladas) Total 4.689.752 -4,5% 13,8% 5,1%
Movimento de Aeronaves Total 1.253.620 2,0% 8,7% 1,6%
Aeroportos Total 8 - 15% 0,6%
Passageiros
A Tabela 6 e a Figura 2 a seguir apresentam, respectivamente, os dados dos
principais aeroportos em 2011 e um mapa dos aeroportos japoneses que contempla 97
aeroportos em operação no mês de agosto de 2007.
Tabela 6: Principais aeroportos do Japão (2011)
Fonte: World Airport Traffic Report 2011, Airports Council International (ACI).
Observação: Dados de carga e mala postal em toneladas. Dados de passageiros em conexão não
significativos.
Cidade / código ICAOPassageiros
Internacionais
Passageiros
Domésticos
Total de
Passageiros
Carga
Internacional
Carga
DomésticaMala Postal
Total Carga
e Mala Postal
TOKYO (RJAA) 26.303.327 1.724.762 28.028.089 1.898.885 6.269 40.197 1.945.351
OSAKA (RJBB) 9.911.185 3.609.478 13.520.663 685.017 37.158 20.802 742.977
TOKYO (RJTT) 7.053.319 55.529.591 62.582.910 116.984 693.718 62.553 873.255
NAGOYA (RJGG) 4.331.410 4.458.849 8.790.259 113.424 28.164 6.623 148.211
FUKUOKA (RJFF) 2.485.097 12.942.742 15.427.839 48.311 189.635 11.650 249.596
SAPPORO (RJCC) 840.177 14.932.896 15.773.073 3.985 218.153 11.490 233.628
NAHA (ROAH) 455.545 13.269.261 13.724.806 143.683 216.556 13.145 373.384
OSAKA (RJOO) 270 12.775.527 12.775.797 0 114.606 8.744 123.350
Figura 2: Mapa Aeroportos – Japão
Fonte: Ministry of Land, Infrastructure and Transport – Civil Aviation Bureau of Japan.
5.1. Conectividade aérea entre Brasil e Japão
O Japão possui voos regulares para diversas cidades do mundo, a maioria
proveniente do aeroporto de Narita, na região de Tóquio. Todavia, considerando os dados
de junho de 2013 do sistema HOTRAN/ANAC, não há existência de voos regulares entre
o Brasil e o Japão. Uma análise não exaustiva dos sítios eletrônicos das principais
empresas aéreas sul-americanas também não mostra existência de voos regulares com
destino ao Japão. Portanto, para se chegar ao país, é necessário efetuar uma conexão em
outro país. A Tabela 7 abaixo lista algumas das principais rotas disponíveis entre Brasil
e Japão.
Tabela 7: Detalhes dos Voos Brasil-Japão21
Nota: Tratam-se de voos indiretos, possibilitados pelas operações das frequências dos bilaterais do primeiro
trecho.
Baseando-se no histórico do sistema HOTRAN22, verifica-se que a empresa Varig
Linhas Aéreas S/A operou 3 frequências semanais na rota Galeão – Guarulhos - Los
Angeles – Nagoya durante o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2003. A rota
Galeão – Guarulhos - Los Angeles – Tóquio foi operada de janeiro de 2000 até janeiro de
2006, quando é constatado o encerramento dos voos regulares da empresa no país asiático.
21 *O voo Londres-Tóquio é operado pela All Nippon Airways em código compartilhado.
** A Etihad Airways iniciou suas operações no Brasil em 1º de junho de 2013.
Observação: A pesquisa de preços foi realizada com 30 dias de antecedência. Data da pesquisa:
08/07/2013. Voos marcados de ida para 08/08/2013 e volta para 15/08/2013. Taxa de câmbio 1 US$ = R$
2,26. Sítio eletrônico das empresas: TAM (www.tam.com.br); United (www.united.com); British Airways
(www.ba.com); Ethiad Airways (www.etihad.com); Emirates (www.emirates.com). 22 Dados disponíveis desde janeiro de 2000.
Empresa Aliança aérea Rota de voo / Voos semanais
(Brasil-Japão)
Tempo de Viagem
Brasil-Japão
Preço Mínimo
(ida+volta+tarifas)
TAM* Star Alliance Guarulhos-Londres-Tóquio: 7 voos27h 25min (ida)
30h 35min (volta)US$ 2690,00
United Star Alliance Guarulhos-Newark (EUA)-Tóquio: 7 voos28h 45min (ida)
27h 55min (volta)US$ 1704,69
British One World Guarulhos-Londres-Tóquio: 7 voos28h 50min (ida)
30h 30min (volta)US$ 2203,69
Etihad** - Guarulhos- Abu Dhabi-Tóquio: 7 voos30h 40min (ida)
31h 15 min (volta)US$ 1667,90
Emirates - Guarulhos-Dubai-Tóquio: 7 voos28h 10min (ida)
30h 30min (volta)US$ 1397,59
Ademais, a empresa janonesa Japan Air Lines chegou a oferecer 5 frequências
semanais no biênio 2000-200123 entre Guarulhos e Tóquio, 4 com conexão em Nova York
e 1 com conexões em Los Angeles e Nagoya. No período 2002-2003 a companhia área
japonesa passou a operar apenas as 4 frequências semanais na rota Guarulhos-Nova York-
Tóquio, reduzindo-se a 3 frequências no período de 2004-201024. A partir de fevereiro de
2010, observa-se a redução para 2 frequências até o encerramento das operações em
outubro do mesmo ano.
Como se observa no Gráfico 8 a seguir, a evolução do número de passageiros
transportados pela Varig e pela Japan Air Lines na rota Brasil-Japão-Brasil acompanhou
a redução no número de frequências conectando os dois países, no período 2000-2010.
No ano 2000, 193,3 mil passageiros foram transportados em voos entre os dois países,
enquanto, em 2010, registraram-se apenas 28,8 mil passageiros, representando tal volume
uma redução média de 17,3% ao ano, no período.
Gráfico 8: Evolução do Volume de Passageiros Transportados
Voos Regulares: Brasil e Japão
Fonte: ANAC
Considerando o transporte de carga entre os dois países, verifica-se que as duas
empresas citadas acima encerraram suas atividades cargueiras ao mesmo momento do
23 No ano de 2001, utilizou-se o mês de outubro como referência. 24 No período 2002-2010, utilizou-se o mês de dezembro como referência.
encerramento das atividades de transporte de passageiros, caracterizando um regime de
transporte aéreo misto. Ao longo do período 2000-2010, a Varig Linhas Aéreas S/A
transportou 10,5 mil toneladas de carga enquanto a Japan Air Lines transportou 9,7 mil
toneladas entre as Partes.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme exposto nesta Nota, o Japão mostra-se como um importante parceiro
aerocomercial para o Brasil na região asiática. O país é o 2º maior parceiro comercial do
Brasil na Ásia e o 6º no mundo. Dados evolutivos das trocas comerciais entre as Partes
exibem um adensamento da corrente de comércio à taxa média de 14% ao ano, ao longo
dos últimos 10 anos, tendo mais que triplicado ao longo do período.
Considerando que a conectividade entre o Brasil e o Japão foi historicamente
estabelecida por voos regulares e que atualmente o transporte aéreo entre os países é
realizado, em sua maior parte, por voos indiretos, com conexão na Europa, no Oriente
Médio e Estados Unidos. Portanto, conclui-se que há uma demanda reprimida no que
tange à conectividade entre as Partes.
Esta Gerência de Análise de Mercados Internacionais continuará a acompanhar a
evolução do relacionamento aerocomercial do Brasil e Japão, com vistas a subsidiar o
governo brasileiro, as empresas aéreas e demais agentes interessados em matérias
relativas a esse mercado.
É a Nota Informativa.
02 de setembro de 2013
Setor Responsável Superintendência de Relações Internacionais - SRI Gerência de Análise de Mercados Internacionais - GAMI Equipe Técnica Bruno Silva Dalcolmo - SRI Natália dos Santos Ferreira - GAMI Caio Marcello M. F. Vianna
Katia Figueira Mantovani Rodrigo Ayres Padilha
Talita Armborst Victor Pessanha Gonçalves
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