AMEOPOEMA 0054 edição especial + 18

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AMEOPO MA E Delí-Rio de Janeiro - RJ - Bra$il - #0054 - NOV’17 o corpo é ilegal o corpo é imoral o corpo é contraventor de intenções o corpo contrabandeando ilusões o tesão mudando o rumo da missiva o desejo mudando o rumo de uma vida conscientes ou não dopados ou não nos entregamos e penetramos no crime que é ser quem somos. Signos D'água ou o Credo de Peixes vida corporificada por fluidos suor e esperma brindando rostos alegrias secreções como distintivos distinguir mortos de vivos o Amor, pingando escorrendo lascivo leite e mel salgado como ambrosia uma festa, toda líquida para amolecer os corpos, deitar delícia a honestidade, é um ser cativo a moral, uma cela fria a corrupção incita o incesto, fantasia como animal sempre no cio o humano ser vive melhor no vício Ai esse frio estar por trás da moça deslizar-me por entre as coxas ainda quentes roçar os lábios do ombro à nuca laçar os braços e sentir os seios ainda rígidos e de repente de desaviso sentir-me outra vez dentro da moça e já não se sente mais frio as mãos dormentes na espera de quem não vem os olhos cansados fecham sem comando no meu sonho você vem e o calor é real acordo sorrindo e molhada. Gosto de fazer sexo solitário Minha verdadeira identidade Companheira da madrugada Biotipo de mulher imaginária Que transcende a minha imaginação Todas as forma sinuosas De uma mulher gostosa De um corpo atlético, bronzeado De um homem sem rosto De cavidades umidificadas De objetos penetrantes Choramingo inocentes Ardilosas artimanhas Corpo relaxado... Ofegante, Extasiado... Perplexo. Permaneço fitando o teto. Rafael Grillo facebook.com/ceramica.suburj Glauber Lauria fantasiabarroca.blogspot.com Sylvia Plath Hudson Pereira facebook.com/hudsonstyle1 Dário Omanguin facebook.com/dario.omanguinfarias SEXO SOLITÁRIO dição + 18 E especial CORPO NARCÓTICO Â anus sonhos Janaína Moitinho facebook.com/jana.moitinho úmidos O jorro de sangue é poesia. Não há como estancar.

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AMEOPO MAE Delí-Rio de Janeiro - RJ - Bra$il - #0054 - NOV’17 o corpo é ilegal

o corpo é imoralo corpo é contraventor de intençõeso corpo contrabandeando ilusões

o tesão mudando o rumoda missivao desejo mudando o rumode uma vida

conscientes ou nãodopados ou nãonos entregamose penetramosno crime que é serquem somos.

Signos D'água ou o Credo de Peixesvida corporificada por fluidos

suor e esperma brindando rostos alegriassecreções como distintivos

distinguir mortos de vivoso Amor, pingando escorrendo lascivo

leite e mel salgado como ambrosiauma festa, toda líquida

para amolecer os corpos, deitar delíciaa honestidade, é um ser cativo

a moral, uma cela friaa corrupção incitao incesto, fantasia

como animal sempre no cioo humano ser vive melhor no vício

Ai esse frio estar por trás da moçadeslizar-me por entre as coxasainda quentesroçar os lábios do ombro à nucalaçar os braços e sentir os seiosainda rígidose de repente de desavisosentir-me outra vez dentro da moçae já não se sente mais frio

as mãos dormentes na esperade quem não vemos olhos cansadosfecham sem comandono meu sonhovocê veme o calor é real

acordo sorrindo e molhada.

Gosto de fazer sexo solitárioMinha verdadeira identidadeCompanheira da madrugadaBiotipo de mulher imaginária

Que transcende a minha imaginaçãoTodas as forma sinuosasDe uma mulher gostosa

De um corpo atlético, bronzeadoDe um homem sem rosto

De cavidades umidificadasDe objetos penetrantesChoramingo inocentes

Ardilosas artimanhasCorpo relaxado... Ofegante,

Extasiado... Perplexo.Permaneço fitando o teto.

Rafael Grillofacebook.com/ceramica.suburj

Glauber Lauriafantasiabarroca.blogspot.com

Sylvia Plath

Hudson Pereirafacebook.com/hudsonstyle1

Dário Omanguinfacebook.com/dario.omanguinfarias

SEXO SOLITÁRIO

dição + 18E especial

CORPO NARCÓTICO

 anus

sonhos Janaína Moitinhofacebook.com/jana.moitinhoúmidos

O jorro de sangue é poesia. Não há como estancar.

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Nesta edição: Leriana Cruz \\ Susy Poesia SavedraDavid Monsores \\ Glauber Lauria \\ Rafael Grillo

Janaína Moitinho \\ Hudson Pereira \\ Dário Omanguin

AMEOPO MA

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AMEOPO MA

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AMEOPO MA

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editorial

Beijo, toque, cheiro, gostoTeu rosto sob a cabeleira pretaMe encaraDois olhos de um negro profundoDois oceanos infinitos.Mergulho, afundo, me afogoSua língua quente, nervosa, histéricaTão viva, me molho!Sua mão firme, forte me apertaDois dedos adentram, denunciam a entregaSobe, um rastro de beijos suaves ProvocantesÉ doce O gosto em sua boca.Entra vagarosamente, por inteiroPreenche o vazio, completaPenetra.Acelere, com força Aperte, puxe, morda, bata, vire, desvire, [possua, dome, me deixa... Cavalgar!O cheiro, o suor, a energia que circundaA respiração ofegante, o dever cumpridoO prazer alcançado, o desejo realizado.Dois sorrisos, um beijoBoa noite.

Poema de uma pobre putaPoema de uma puta pobrePobre puta sem poemaPuta pobre de poemaPoemaQue ameniza a pobre puta Da vida PoemaQue polemiza a puta pobre Da vida

No museu histórico da frutaÉs tu obra de arte

Pátina amarela de solFurta a cor da carne rosada

Escalei-te com os olhosEra dia e ventava

Foi-se o tempo de Amélia e anáguasEmbaixo de teu vestido

A vida vestia nada

Aberta em polpa maciaPêlos de carobinha, cajá, manga espada

Recanto de ousadias minhasQue a imaginação ata e desata

Na copa de teus galhosFios negros te revestem

Levasse a boca em tua peleQuem dera eu entrelaçarte

Ô fruta doce e amargaNo museu, obra de arte!

Leriana Cruzfacebook.com/leriana.cruz

Susy Poesia Savedrafacebook.com/susana.savedra.7

capa: Rogério Nazari

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POEMA DE PUTA

HISTÓRICO DA FRUTA

David Monsores

“Desenhar me dá uma sensação de paz tão grande;mais do que a oração, os passeios, qualquer coisa.Consigo fechar-me totalmente na linha,perder-me nela” Sylvia Plath; que tbm ilustra esta edição.

MUSEU

O corpo e a arte são livres. Livres de culpas, regras, censuras. E a liberdade incomoda os caretas,os c o n s e r v a d o r e s , o s frustrados, os covardes. AMEOPOEMA é resistência desde o nascimento e não aceita a demonização do erotismo, do nu, da expressão artística. Este fazine celebra a poesia dos corpos e suas possibilidades. Que as bocas se lambam e os poetas não se calem. Viva!

por Hudson Pereira

[email protected] | fb.com\editoraoutrasdimensoes

OutrasDimensões

SELO EDITORAIL

zinesmaisleia