AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila,...
Transcript of AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila,...
1
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS
AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA
ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, DIABETES MELLITUS,
SÍNDROME METABÓLICA E LIPODISTROFIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO
HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR TEMPO PROLONGADO
NITERÓI - RJ
2018
2
AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA
ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, DIABETES MELLITUS,
SÍNDROME METABÓLICA E LIPODISTROFIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO
HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR TEMPO PROLONGADO
Dissertação submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Médicas da
Universidade Federal Fluminense como parte
dos requisitos necessários à obtenção do Grau
de Mestre. Área de Concentração: Ciências
Médicas.
Orientadora: Profª Drª Giovanna Aparecida Balarini Lima
Co-orientadora: Profª Drª Débora Vieira Soares
NITERÓI - RJ
2018
3
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela bibliotecária Verônica Novaes Esteves CRB-7/5276
N774
Nogueira, Amanda Bicudo Bruno
Associação entre deficiência de Vitamina D,
Diabetes mellitus, Síndrome Metabólica e
lipodistrofia em pacientes infectados pelo HIV em
uso de terapia antirretroviral por tempo
prolongado. / Amanda Bicudo Bruno Nogueira.-
Niterói, 2018.
81 f.
Orientador: Prof. Dra. Giovanna Aparecida
Balarini Lima.
Coorientador: Prof. Dra. Débora Vieira Soares.
Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) -
Universidade Federal Fluminense, Faculdade de
Medicina, 2018.
1. Deficiência de Vitamina D. 2. HIV.
3. Diabetes Mellitus. 4. Síndrome metabólica
5. Lipodistrofia. I. Título.
CDD 612.399
4
AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA
ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, DIABETES MELLITUS,
SÍNDROME METABÓLICA E LIPODISTROFIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO
HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR TEMPO PROLONGADO
Dissertação submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Médicas da
Universidade Federal Fluminense como parte
dos requisitos necessários à obtenção do Grau
de Mestre. Área de Concentração: Ciências
Médicas
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Profᵃ. Drᵃ. Ianick Souto Martins
___________________________________________________________________________
Profᵃ. Drᵃ. Marcia Helena Soares Costa
___________________________________________________________________________
Profᵃ. Drᵃ. Priscila Pollo
NITERÓI - RJ
2018
5
DEDICATÓRIA
Aos meus familiares, em especial:
meus filhos, Clara e João;
meu marido, Carlos;
minha mãe, Marcia;
meu pai, Ricardo;
e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel;
pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo.
6
AGRADECIMENTOS
Às minhas orientadoras Prof.ᵃ Giovanna Aparecida Balarini Lima e Prof.ᵃ Débora Vieira
Soares pelo incentivo e conselhos que me forneceram em um momento de muita dedicação e
trabalho árduo no âmbito pessoal e acadêmico da minha vida.
À minha colega de mestrado e amiga Juliana Abreu pelas palavras de encorajamento e pelo
companheirismo nos anos de dedicação ao projeto.
Aos professores, médicos, nutricionistas, enfermeiros e técnicos do serviço de endocrinologia
e DIP; do LANUFF e da UCP que me ajudaram com seus favores e boa vontade para
realização desse projeto, em especial, ao Prof. Rubens Antunes da Cruz, à enfermeira Wilma
Pereira Medeiros, Prof. Sérgio Setúbal e à Prof.ᵃ Solange Artimos de Oliveira pela atenção
especial durante conclusão do curso.
Aos técnicos de laboratório Alexander Timote Ferreira e de enfermagem Maria de Fátima da
Silva Soares pelos serviços prestados na coleta e envio do material ao laboratório do HUAP.
7
RESUMO
Introdução: a infecção pelo HIV apresenta alta prevalência mundial e, atualmente, as
doenças cardiovasculares (DCV) representam a segunda maior causa de morte não
relacionada ao HIV na população infectada pelo HIV (HIV+). Neste contexto, estão
envolvidos fatores de risco tradicionais e outros específicos de pacientes infectados pelo HIV,
incluindo redistribuição de gordura corporal, resistência insulínica (RI) e dislipidemia
relacionados ao uso da terapia antirretroviral (TARV). A deficiência de vitamina D (VitD)
parece ser mais um fator de risco, porém é pouco estudada nesta população. Sendo assim, os
objetivos deste estudo são determinar a frequência de diabetes mellitus (DM), lipodistrofia
(LD), síndrome metabólica (SM) e deficiência de VitD numa população de pacientes HIV+
acompanhados em um hospital universitário, assim como avaliar se existe correlação entre
deficiência de VitD, tipo de antirretroviral, perfil metabólico e de distribuição de gordura
corporal. Métodos: pacientes adultos HIV+ em uso de TARV acompanhados
ambulatorialmente no Hospital Universitário Antônio Pedro no período de maio de 2014 a
agosto de 2015. Foi realizada avaliação antropométrica, laboratorial e da composição corporal
através da absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA). Níveis séricos < 20 ng/ml
foram considerados deficiência de VitD. Os critérios de SM utilizados foram os do
Internacional Diabetes Federation (IDF) e National Cholesterol Education Program (NCEP)
Adult Treatment Panel III (ATP III). Resultados: 189 pacientes foram incluídos, sendo 106
do sexo masculino (56%), com média da idade de 45,3 ± 9,8 anos. Oito porcento dos
pacientes deste estudo tem DM, 70% apresenta lipodistrofia, 32,8% apresenta SM pelo
critério da IDF e 20,6% pelo critério da NCEP-ATPIII. Deficiência de VitD está presente em
39% dos pacientes. Os pacientes com lipodistrofia apresentaram maior frequência de SM por
ambos os critérios da IDF e NCEP-ATPIII, porém não houve diferença com relação ao
diagnóstico de DM ou deficiência de VitD. A deficiência de VitD foi mais frequente nos
homens, usuários de efavirenz, ritonavir, atazanavir, zidovudina e tenofovir. Conclusões: os
pacientes deste estudo apresentam alta frequência de síndrome metabólica, lipodistrofia e
deficiência de VitD. No entanto, não foi encontrada relação entre a deficiência de VitD, DM,
lipodistrofia e SM.
Palavras chave: deficiência de Vitamina D, HIV, diabetes mellitus, síndrome metabólica,
lipodistrofia.
8
ABSTRACT
Introduction: HIV infection has a high global prevalence, and currently cardiovascular
disease (CVD) is the second most important non-HIV-related cause of death. In this context,
traditional and other specific risk factors of HIV-infected individuals (HIV+), including body
fat redistribution, insulin resistance (IR) and dyslipidemia related to the use of antiretroviral
therapy (ART) are involved. Vitamin D deficiency (VitD) appears anothera risk factor,
however is poorly studied in this population. Thus, the objectives of this study are to
determine the frequency of diabetes mellitus (DM), lipodystrophy (LD), metabolic syndrome
(MS) and vitamin D deficiency in a population of HIV+ patients followed at a university
hospital, as well as to assess whether there is a correlation between vitamin D deficiency, type
of antiretroviral, metabolic profile and body fat distribution. Methods: HIV+ adult patients on
ART using an outpatient clinic at University Hospital Antônio Pedro. An anthropometric,
laboratory and body composition assessment was performed by X-ray absorptiometry (DXA).
Serum levels < 20 ng/ml were considered vitamin D deficiency. The SM criteria used were
those of the Internacional Diabetes Federation (IDF) and National Cholesterol Education
Program (NCEP) Adult Treatment Panel III (ATPIII). Results: 189 patients were included,
106 males (56%), mean age 45.3 ± 9.8 years. Eight percent of the patients in this study had
DM, 70% had lipodystrophy, 32.8% had SM by the IDF criteria and 20.6% according to the
NCEP-ATPIII criterion. Vitamin D deficiency is present in 39% of patients. Patients with
lipodystrophy had a higher frequency of MS by both IDF and NCEP-ATPIII criteria, but there
was no difference regarding the diagnosis of DM or vitamin D deficiency. Vitamin D
deficiency was more frequent in men, users of efavirenz, ritonavir, atazanavir, zidovudine and
tenofovir. Conclusions: The patients in this study present high frequency of metabolic
syndrome, lipodystrophy and vitamin D deficiency. However, no relationship was found
between VitD deficiency, DM, lipodystrophy and SM.
Keywords: Vitamin D deficiency, HIV, diabetes mellitus, metabolic syndrome,
lipodystrophy.
9
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
FIGURA 1 - Fluxograma dos pacientes da pesquisa 29
TABELA 1 - Diagnóstico de lipodistrofia adotado pelo estudo 31
TABELA 2 - Características gerais da população HIV+ atendida nos ambulatórios
de DIP entre maio de 2014 e agosto de 2015 38
TABELA 3 - Frequência de distúrbios metabólicos na população HIV+ atendida nos
ambulatórios de DIP entre maio de 2014 e agosto de 2015 39
TABELA 4 – Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes
com e sem deficiência de vitamina D 39
TABELA 5 - Características clínicas, laboratoriais e composição corporal
em pacientes com e sem lipodistrofia 41
TABELA 6 – Características clínicas, laboratoriais e composição corporal
em pacientes com lipodistrofia dividido por sexo 42
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIDS – síndrome da imunodeficiência adquirida, do inglês, acquired immunodeficiency
syndrome
ADA – associação de diabetes americana, do inglês, American Diabetes Association
CA – circunferência abdominal
CC – circunferência cervical
CD4 – grupamento de diferenciação 4, do inglês, cluster of differentation 4
DCV - doenças cardiovasculares
DIP – doenças infecto parasitárias
DM - diabetes mellitus
DNA – ácido desoxirribonucléico, do inglês, deoxyribonucleic acid
DNAm – DNA mitocondrial
DXA – absorciometria por dupla emissão de raios X, do inglês, dual-energy X-ray
absorptiometry
GLTU4 - transportador de glicose tipo 4, do inglês, glucose transporter type 4
GJA - glicemia de jejum alterada
LA - lipoatrofia
LD – lipodistrofia
LDL – lipoproteína de baixa densidade, do inglês, low density lipoproteins
LH – lipohipertrofia
HAS – hipertensão arterial sistêmica
HbA1c - hemoglobina glicada
HDL – lipoproteína de alta densidade, do inglês, high density lipoprotein
HIV – vírus da imunodeficiência humana, do inglês, human immunodeficiency virus
HIV- - indivíduo não infectado pelo HIV
HIV+- indivíduo infectado pelo HIV
HOMA – avaliação do modelo de homeostase, do inglês, homeostatic model assessment
IDF – Federação Internacional de Diabetes, do inglês, International Diabetes Federation
IMC – índice de massa corporal
IInt – inibidores de integrase
11
ITRN - inibidores da transcriptase reversa análogo de nucleotídeos
ITRNN - inibidores da transcriptase reversa não análogo de nucleotídeos
IP - inibidores de protease
LIPO- - indivíduos sem diagnóstico de lipodistrofia
LIPO+ - pacientes com diagnóstico de lipodistrofia
NCEP ATPIII - do inglês National Cholesterol Education Program (NCEP) Adult Treatment
Panel III (ATP III).
OMS – Organização Mundial de Saúde
PA – pressão arterial
PAS - pressão arterial sistólica
PAD - pressão arterial diastólica
PPARy – receptores ativados por proliferador de peroxissoma gama, do inglês, peroxisome
proliferator-activated receptor gamma
PTH - paratormônio, do inglês, parathyroid hormone
RCEst – relação cintura-estatura
RCV – risco cardiovascular
RI - resistência insulínica
RM – ressonância magnética
SM - síndrome metabólica
SREBP-1 - inibidor da proteína 1C ligadora do elemento regulatório de esterol, do inglês,
sterol regulatory element-binding protein-1
TC – tomografia computadorizada
TARV – terapia antiretroviral
VitD - vitamina D
% gordura perna – porcentagem de gordura de pernas
% gordura T – porcentagem de gordura total
% gordura tronco – porcentagem de gordura de tronco
12
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS 9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 10
1- INTRODUÇÃO 14
2- REVISÃO DE LITERATURA 17
2.1- LIPODISTROFIA ASSOCIADA AO HIV 17
2.2- SÍNDROME METABÓLICA E HIV 20
2.3- DIABETES MELLITUS E HIV 21
2.4- DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E HIV 22
2.4.1- Deficiência de vitamina D e síndrome metabólica no HIV 24
2.4.2- Deficiência de vitamina D e diabetes mellitus no HIV 25
2.4.3- Deficiência de vitamina D e lipodistrofia no HIV 26
3- OBJETIVOS 27
3.1- GERAL 27
3.2- ESPECÍFICOS 27
4- PACIENTE E MÉTODOS 28
4.1- DESENHO DO ESTUDO 28
4.2- ASPECTOS ÉTICOS 28
4.3- POPULAÇÃO E TAMANHO DA AMOSTRA 28
4.4- CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 29
4.5- COLETA DE DADOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E DENSITOMÉTRICOS 30
4.6- DEFINIÇÕES DAS VARIÁVEIS ESTUDADAS 31
4.7- ANÁLISE ESTATÍSTICA 34
5- RESULTADOS 35
6- DISCUSSÃO 44
6.1 – DIABETES MELLITUS 44
6.2 – SÍNDROME METABÓLICA 45
6.3 – COMPARAÇÃO ENTRE OS GRUPOS COM E SEM LIPODISTROFIA 47
13
6.4 – DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E SUA RELAÇÃO COM DIABETES
MELLITUS, SÍNDROME METABÓLICA, ADIPOSIDADE E
LIPODISTROFIA 48
6.5 – LIMITAÇÕES DO ESTUDO 51
7-CONCLUSÕES 52
8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53
9- ANEXOS 71
9.1 - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA 71
9.2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 76
9.3 - FICHA DE COLETA DE DADOS DOS PACIENTES 78
14
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a UNAIDS/WHO (United Nations Program on HIV-AIDS/World
Health Organization), em 2015, eram 36,7 milhões de pessoas infectadas com o vírus da
imunodeficiência humana, do inglês human immunodeficiency virus, HIV-1 e HIV-2 (HIV+)
no mundo. No Brasil, são 830 mil indivíduos HIV+ com 44 mil novos casos e 15 mil mortes
relacionada à AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida, do inglês, acquired
immunodeficiency syndrome) no ano de 2015. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos
dez anos a taxa de detecção de AIDS em homens apresentou aumento de 10,8%, enquanto que
nas mulheres houve uma queda de 18,9%, refletindo na razão de sexos que passou a ser de 19
casos de AIDS em homens para 10 casos de mulheres em 2014. E ainda há uma crescente
incidência de AIDS na juventude brasileira (15 a 24 anos), apesar do aumento da sobrevida
(Ministério da Saúde, 2015).
Mesmo com a alta prevalência da doença, observa-se uma redução progressiva da
mortalidade e mudança no seu perfil; inicialmente com a profilaxia e tratamento de doenças
oportunistas e, a partir de 1996, com o desenvolvimento da terapia antirretroviral (TARV). As
doenças cardiovasculares (DCV) atualmente representam a segunda maior causa de morte não
relacionada ao HIV e estão envolvidas com fatores de risco tradicionais e outros específicos
de pacientes HIV+, incluindo redistribuição de gordura corporal, resistência insulínica (RI) e
dislipidemia relacionados aos antirretrovirais. Os distúrbios endócrino-metabólicos são
frequentes nos pacientes HIV+ e podem ser decorrentes de infecções oportunistas, efeitos
diretos do vírus, influenciados pelo estado inflamatório da doença ou pelos efeitos adversos
da TARV (Brown, 2011).
O diabetes mellitus (DM) no indivíduo HIV+ está principalmente associado a
defeitos de secreção de insulina relacionados à inflamação e estresse metabólico, entre outros
15
colaboradores, incluindo fatores genéticos (American Diabetes Association, 2017). O risco de
DM em homens HIV+ expostos a TARV é quatro vezes maior em comparação com homens
não infectados pelo HIV (HIV-) (Brown et al., 2005). A exposição a drogas da classe ITRN
(inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleotídeos) e dos IP (inibidores de protease)
foram associados ao desenvolvimento de DM (Lee et al., 2004; Lee et al., 2006; De Wit et al.,
2008; Control and City, 2012), a maior prevalência de dislipidemia e síndrome metabólica
(SM), por causarem alterações direta ou indiretamente na RI, dislipidemia e lipodistrofia (LD)
(Jeri et al., 2005).
A lipoatrofia (LA), perda de gordura periférica, é um dos achados clínicos da LD e
está associada a alterações metabólicas. A LA e as complicações metabólicas da TARV
podem compartilhar associações comuns ligadas a alterações do tecido adiposo e inflamação
sistêmica (Sievers et al., 2009).
Como na população geral, outra condição preocupante e cada vez mais prevalente é a
deficiência de vitamina D (VitD) (vitamina D < 20 ng/ml) nos pacientes HIV+. Devido a
complexas interações da resposta do hospedeiro, inflamação e infecção crônica e
consequências metabólicas da TARV, pacientes HIV+ tem fatores preditores únicos para
deficiência de VitD (Van Den Bout-Van Den Beukel et al., 2008; Lerma et al., 2012; Poudel-
Tandukar et al., 2013). A deficiência de VitD está associada a progressão da doença e
aumento da mortalidade por todas as causas e AIDS (Vescini et al., 2011; Viard et al., 2011).
Estudos recentes realizados em pacientes HIV+ sugerem que a deficiência de VitD
está associada ao aumento da insulina plasmática (Hammond et al., 2012), a RI e diminuição
da massa das células beta (Moreno-Pérez et al., 2013), aumento da incidência de DM (Mattila
et al., 2007; Pittas et al., 2010) e associação positiva com LD decorrente do uso de certos
antirretrovirais (Van Den Bout-Van Den Beukel et al., 2008; Mueller et al., 2010; Hammond
et al., 2012).
16
Até o momento, não existe estudo brasileiro sobre a relação da VitD com RI, DM, SM
e LD em pacientes HIV+.
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 LIPODISTROFIA ASSOCIADA AO HIV
A lipodistrofia associada ao HIV pode se apresentar com acúmulo de gordura
central na região abdominal, mamas e sobre a coluna dorso-cervical, conhecido como
lipohipertrofia (LH); ou perda de gordura periférica da face, membros e nádegas, conhecido
como lipoatrofia; ou com ambas as manifestações (Carr et al., 1998; Miller et al., 1998;
Viraben R, 1998). A prevalência da LD na população HIV+ é muito variável devido à
dificuldade na definição da síndrome com inúmeras manifestações clínicas e pela consequente
falta de critérios diagnósticos objetivos validados pela literatura (Carr, 2003). Em estudo
brasileiro, a prevalência de LD foi de 55%, utilizando apenas critérios subjetivos
autoreportados e confirmado no exame médico (Diehl et al., 2008).
Os fatores de risco mais frequentemente associados à LD incluem idade avançada,
uso atual e tempo de exposição à TARV, incluindo uso de IP e ITRN (Carr, 2003). Os IP
inibem a lipogênese através da expressão alterada da proteína SREBP-1 (inibidor da proteína
1C ligadora do elemento regulatório de esterol, do inglês, sterol regulatory element-binding
protein-1) e do receptor PPARy (receptores ativados por proliferador de peroxissoma gama,
do inglês, peroxisome proliferator-activated receptor gamma), ambos envolvidos na
diferenciação dos adipócitos (Zhang et al., 1999; Caron et al., 2001; Bastard et al., 2002; Carr,
2003). O indinavir, representante da classe dos IP, altera a maturação da proteína SREBP-1
com consequente diminuição da expressão do PPARy intranuclear no tecido adiposo, aumenta
gordura visceral, induz RI e hiperlipidemia (Caron et al., 2001). Já a classe dos ITRN pode
induzir disfunção mitocondrial e depleção do DNA mitocondrial (DNAm) (Caron et al., 2001;
Shikuma et al., 2001; Carr, 2003). Estudos clínicos do início da era TARV já indicavam a
18
estavudina e a zidovudina, ambos ITRN, como fatores de risco predominantes para a LA
progressiva do paciente HIV+ (Saint-Marc et al., 2000; John et al., 2001; De Socio et al.,
2008; Sievers et al., 2009; Hammond et al., 2010) Especialmente a estavudina provoca
maiores efeitos lipoatróficos em comparação a zidovudina, visto que atua diretamente no
DNAm, incorporando-se e inativando o alongamento de sua cadeia (Saint-Marc et al., 1999;
Joly et al., 2002; Sievers et al., 2009).
A LD tem sido reconhecida como o principal efeito adverso das combinações de
TARV em longo prazo (Thiébaut et al., 2000). É associada fortemente a alterações
metabólicas desfavoráveis, como aumento dos triglicerídeos e lactato, diminuição do HDL-
colesterol, aumento no índice HOMA (avaliação do modelo de homeostase, do inglês,
homeostatic model assessment), além de esteatose ou esteatohepatite (Chan et al., 2011). Já
foi demonstrado que a LD é fator de risco independente para aumento do risco cardiovascular
(RCV) (De Socio et al., 2008; Hadigan et al., 2018) e aumento da incidência de DM (De Wit
et al., 2008; Hadigan et al., 2018), sugerindo que LD e obesidade podem compartilhar
consequências metabólicas desfavoráveis semelhantes apesar de apresentarem fenótipos
diferentes (Chan et al., 2010).
Diferentes metodologias têm sido usadas para diagnosticar a LD. A maioria dos
estudos define esta síndrome somente com base nas mudanças da composição corporal
avaliadas pela presença dos sintomas relatados subjetivamente pelo paciente, pela presença
dos sinais observados pelo investigador durante o exame clínico, ou por uma combinação de
ambos (Baril et al., 2005). Uma vez que é necessária a perda de aproximadamente 30% do
tecido adiposo para a LA ser clinicamente aparente, uma parte dos pacientes HIV+ pode
apresentar alterações inflamatórias desfavoráveis e não ter ainda suspeição diagnóstica (Nolan
et al., 2003; Podzamczer et al., 2009), daí a importância do uso de métodos objetivos na
avaliação diagnóstica. O primeiro autor a propor um diagnóstico baseado em índices objetivos
19
apresentou um modelo que envolveu dez parâmetros com dados demográficos, clínicos,
metabólicos e de composição corporal com uma sensibilidade e especificidade variável
conforme o escore encontrado para cada paciente. Apesar de vários métodos objetivos, como
antropometria, tomografia computadorizada (TC) e densitometria, avaliarem a redistribuição
da gordura corporal, eles não fornecem diretamente o diagnóstico de LD pela falta de
validação dos parâmetros (Carr et al., 2003).
Os métodos de imagem de referência utilizados em pesquisa para avaliação da
gordura corporal são TC e ressonância magnética (RM) (Seidell et al., 1990; Schoen et al.,
1998). A densitometria por dupla emissão de raios-X (DXA, do inglês dual-energy X-ray
absorptiometry) possui inúmeras vantagens: fornece avaliação da gordura corporal total e
avaliação óssea no mesmo tempo de exame, com baixa radiação e boa reprodutilidade
(Bonnet et al., 2005; Cavalcanti et al., 2005), além de determinar valores padrão para
distribuição de gordura, permitindo assim diagnóstico mais precoce de LD e com boa acurácia
(Bonnet et al., 2005; Freitas et al., 2010; Beraldo et al., 2014). O diagnóstico de LA utiliza
dados objetivos fornecidos pela avaliação densitométrica. É definido pela fórmula: (%
gordura pernas / IMC) < 0,65, que foi o mais baixo decil medido por uma grande coorte de
paciente HIV+ sem TARV (Bonnet et al., 2005). Apesar da DXA não ser o padrão ouro,
quando associada à antropometria, detecta cerca de 80% da variação de gordura abdominal
medida por TC (Svendsen et al., 1993), podendo ser uma alternativa mais acessível e de mais
baixo custo na prática clínica. (Svendsen et al., 1993; ABESO, 2016). Pelos motivos
apresentados, o uso da DXA tornou mais fácil e precoce a detecção das alterações na
redistribuição de gordura, prevenindo assim os efeitos deletérios das alterações metabólicas
associadas à LD (Carr et al., 2003; Baril et al., 2005).
20
2.2 SÍNDROME METABÓLICA E HIV
A SM afeta a população geral em proporções epidêmicas e está intimamente
associada à RI e aumento do RCV (Kolaczynski JW, 1998; Isomaa et al., 2001). É
caracterizada por uma constelação de fatores de risco metabólicos em um indivíduo e tem
como fatores causais sobrepeso/obesidade, inatividade física e fatores genéticos (National
Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, 2002).
De acordo com revisão sistemática brasileira, a prevalência de SM em população
adulta brasileira variou de 14,9% (Pimenta et al., 2011) a 65,3% (Rocha et al., 2011), O
componente mais frequente encontrado foi o HDL-colesterol baixo, o menos frequente foi a
hipertrigliceridemia e com a maior variação entre os estudos, foi a obesidade abdominal,
mostrando que as diferenças demográficas, étnicas e nutricionais são de grande relevância na
avaliação epidemiológica da SM no Brasil (De Carvalho Vidigal et al., 2013).
O risco de desenvolver SM no paciente HIV+ parece estar relacionado à infecção
pelo vírus, às drogas específicas e também à mudança na composição corporal desses
pacientes (Jeri et al., 2005; Jacobson et al., 2006; Samaras et al., 2007; Adeyemi et al., 2008;
Worm et al., 2010). A RI desempenha um papel chave na patogênese da SM (Kolaczynski
JW, 1998; Isomaa et al., 2001), e é muito frequente entre os pacientes HIV+ em uso de TARV
(Leow MK, Addy CL, 2003). Dentre os fatores associados a SM na população HIV+ estão:
idade avançada; IMC elevado; razão adiponectina/leptina reduzida; HOMA e glicemia de
jejum elevados (Estrada et al., 2006); carga viral aumentada (Jacobson et al., 2006); uso de
drogas específicas da classe dos IP (ritonavir/lopinavir) (Jeri et al., 2005; Jacobson et al.,
2006); e estavudina (Jeri et al., 2005). A ligação da SM às classes IP (Carr et al., 1998) e
ITRN (Madge et al., 1999; Carr et al., 2000) é esperada pela associação dessas drogas a
mudanças na composição corporal desses pacientes, que podem apresentar tanto LA quanto
obesidade central (Saint-Marc et al., 1999).
21
Segundo dados de uma grande coorte italiana HIV+, a prevalência de SM foi de
45,4%, duas vezes maior que na população geral e maior que na população HIV- acima dos
60 anos (Ford et al., 2002), mostrando o alto RCV dessa população. Os critérios diagnósticos
utilizados no paciente HIV+ são os mesmos da população HIV-, porém com perfil diagnóstico
diferente do que na população adulta HIV-. O diagnóstico de SM no paciente HIV+ ocorre
principalmente pelos componentes da hipertrigliceridemia e HDL-colesterol baixo e
frequentemente, a circunferência abdominal (CA) não atinge os valores diagnósticos
definidos, muito embora esses pacientes apresentem relevantes distúrbios da distribuição de
gordura corporal (Bruno et al., 2002; Diehl et al., 2008).
2.3 DIABETES MELLITUS E HIV
O DM resulta frequentemente em deficiência na secreção de insulina no contexto
de RI e é fator de risco independente para DCV. Há frequentemente uma fase assintomática,
quando testes simples para detectar a doença pré-clínica estão disponíveis, permitindo iniciar
intervenções que impedem a progressão para estágios clínicos mais avançados. Pré-diabetes
está associado à obesidade (especialmente obesidade central), dislipidemia com triglicerídeos
aumentados e/ou HDL-colesterol baixo e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (American
Diabetes Association, 2017). Segundo VIGITEL, a prevalência de DM no Brasil é de 8%
(7,3% entre homens e 8,7% entre mulheres), ocorre mais frequentemente com o avanço da
idade, acometendo um quarto da população a partir de 65 anos (Ministério da Saúde, 2014).
A RI em pacientes HIV+ em uso de TARV tem fisiopatologia multifatorial. Além
dos fatores comuns como obesidade, influências genéticas e inatividade física, a TARV e a
LD estão envolvidas (De Wit et al., 2008). A exposição a drogas da classe ITRN, como
estavudina, didanosina e zidovudina, foram fortemente associadas ao desenvolvimento de DM
22
por mecanismo indireto, através de LD e RI (De Wit et al., 2008), assim como drogas da
classe dos IP, como lopinavir e indinavir, também foram associados ao desenvolvimento de
DM em pacientes HIV-, sugerindo efeito direto dessas drogas no metabolismo glicídico (Lee
et al., 2004; Lee et al., 2006; Control and City, 2012). Os IP têm sido associados à LD e
ocorrência de RI através da inibição da adipogênese em células de pré-adipócitos interferindo
com a proteína da fase inicial SREBP-1 (Caron et al., 2001) e também com a proteína
transportadora de glicose GLUT4 (transportador de glicose tipo 4, do inglês, glucose
transporter type 4) (Murata et al., 2000). A terapia com os ITRN, principalmente estavudina e
zidovudina, também podem acelerar o desenvolvimento de DM através da inibição da DNA
polimerase mitocondrial levando a disfunção mitocondrial e RI, independente da presença de
LD (Caron et al., 2001; Shikuma et al., 2001; De Wit et al., 2008).
A prevalência de DM em uma coorte de 411 homens HIV+ foi de 14% em uso de
TARV (vs 5% de homens HIV- da mesma coorte), evidenciando um aumento de quase 4
vezes no risco em pacientes em uso de TARV (Brown et al., 2005). Em 2017, a ADA
(American Diabetes Association) reafirmou o maior risco de DM com uso de IP e ITRN,
enfatizando a RI e apoptose das células β pancreáticas pela exposição aos IP e a desfavorável
redistribuição de gordura corporal após exposição aos ITRN. Desde então, é recomendado o
rastreio com glicemia de jejum antes do início de TARV e 3 meses após seu início e em cada
mudança de esquema terapêutico (American Diabetes Association, 2017). Além disso, não
recomenda o uso da HbA1c (hemoglobina glicada) para diagnóstico em indivíduos HIV+
devido a valores subestimados nesses pacientes (Kim et al., 2009).
2.4 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E HIV
Já é bem estudado o papel central da VitD no metabolismo do cálcio, fósforo e
osso (Holick, 2007). O papel da VitD como imunomodulador vem sendo estudado em
23
diversas doenças infecciosas. Em uma análise retrospectiva do “Third National Health and
Nutrition examination Survery” (NHANES III) mostrou-se que baixos níveis de VitD se
correlacionaram com risco aumentado para infecção do trato respiratório superior (Ginde et
al., 2009). Evidências sugerem que diferenças na habilidade de produção de VitD endógena
podem contribuir para susceptibilidade à infecções bacterianas (Liu, 2006). Do mesmo modo,
estudos encontraram baixos níveis de VitD em pacientes portadores de tuberculose pulmonar
em comparação com grupo controle (Wejse et al., 2007; Nielsen et al., 2010; Friis et al.,
2013).
De acordo com uma revisão de estudos internacionais, a prevalência de
deficiência de VitD varia de 10% a 73,5% dos indivíduos HIV+ em uso de TARV. Essa
grande variabilidade deve-se a diferenças geográficas e demográficas de cada país e a falta de
padronização na metodologia laboratorial e valores de corte para o diagnóstico (Oyedele and
Adeyemi, 2012). No Brasil, considerando valor de corte < 30 ng/ml, a prevalência encontrada
de deficiência de VitD foi de 42-90,6%, envolvendo estudos em diferentes regiões do país
(Lips et al., 2006; Kuchuk et al., 2009; Peters et al., 2009; Russo et al., 2009; Unger et al.,
2010; Santos et al., 2012).
O papel do HIV e da TARV no metabolismo da VitD é complexo e multifatorial. Os
indivíduos HIV+ estão expostos a fatores de risco tradicionais como baixa exposição solar,
idade avançada, pele negra, obesidade, doenças granulomatosas e uso de anticonvulsivantes
(Oyedele and Adeyemi, 2012) e a fatores específicos, como carga viral, contagem de células
CD4 e estágio da doença (Bang et al., 2010). O próprio HIV pode interferir na alfa-
hidroxilação renal da 25(OH) vitamina D em sua forma ativa 1,25(OH)2D3 (Mueller et al.,
2010). Além disso, algumas classes da TARV, como os IP e ITRNN (inibidor da transcriptase
reversa não análogo de nucleotídeos), interferem no metabolismo da VitD (Cozzolino et al.,
2003; Carolien et al., 2008; Brown TT, 2010; Dao et al., 2011; Fox et al., 2011; Allavena et
24
al., 2012; Lerma et al., 2012). Estudo in vitro demonstrou que o ritonavir (IP), um potente
inibidor do citocromo P450, bloqueia a ação da 1-α-hidroxilase, que é responsável pela
conversão de 25 (OH) vitamina D em 1,25 (OH)2 vitamina D no rim (Cozzolino et al., 2003).
Em estudo longitudinal prospectivo, a introdução da TARV contendo efavirenz (ITRNN) foi
associada à diminuição significativa dos níveis de 25 (OH) vitamina D em comparação ao
grupo sem efavirenz (Brown TT, 2010). O mecanismo fisiopatológico sugerido é a indução da
expressão do gene CYP24 que catabolisa 25 (OH) vitamina D em sua forma inativa, causando
hipovitaminose D (Gyllensten et al., 2006).
A deficiência de VitD representa um novo, independente e desfavorável marcador
prognóstico na infecção pelo HIV (Viard et al., 2011). Por isso, em 2011, a Endocrine Society
sugeriu em sua diretriz a dosagem de VitD em pacientes sob risco de deficiência de VitD,
incluindo pacientes HIV+ em TARV, porém não especifica classe do antirretroviral sob maior
risco (Holick et al., 2011).
2.4.1 Deficiência de vitamina D e síndrome metabólica no HIV
Existem poucos dados na literatura sobre a relação de VitD e diagnóstico de SM
no paciente HIV+, porém já existem estudos na população HIV- com associação inversa
significativa entre níveis de 25(OH) vitamina D e prevalência de SM (Lind L et al., 1995;
Chiu et al., 2004; Ford ES et al., 2005). Apesar de vários estudos em pacientes HIV+ terem
avaliado a relação entre os achados da SM e o status da VitD, inseridos no contexto de
RI/risco de DM (Szep et al., 2011; Hammond et al., 2012; Adeyemi et al., 2013; Moreno-
Pérez et al., 2013) e mudança da composição corporal (Alvarez and Ashraf, 2010; Hammond
et al., 2012), não foi possível afirmar se existe uma relação de causalidade.
25
2.4.2 Deficiência de vitamina D e diabetes mellitus no HIV
Inúmeros estudos na população HIV- têm encontrado associação significativa
entre baixos níveis de VitD e DM (Scragg et al., 1995; Scragg et al., 2004) e que a deficiência
de VitD está associada ao aumento do risco de DM (Ford et al., 2005; Pittas et al., 2010).
Dados da coorte do Nurses’ Health Study com mais de 80 mil mulheres brancas americanas
mostrou associação significativa da suplementação oral de VitD (com ou sem cálcio) e menor
risco de desenvolver DM em 20 anos de acompanhamento.
Na população HIV+, dados indicam associação de baixos níveis de VitD e aumento
da insulina plasmática (Hammond et al., 2012), RI, diminuição da massa das células beta
(Adeyemi et al., 2013; Moreno-Pérez et al., 2013) e DM (Szep et al., 2011).
Um estudo com coorte HIV+ avaliou a relação de RI e níveis de VitD, mostrando
que existe associação entre hipovitaminose D e RI, independente da presença de LD, valor de
IMC, estágio da doença, presença de gordura visceral ou lipídeos intrahepáticos. Esse
resultado mostra que a associação encontrada foi livre da influência da adiposidade
abdominal, que é um forte determinante de sensibilidade à insulina e risco para RI. Além
disso, afirma que é imperativo o uso de medidas funcionais validadas de RI e função das
células beta, bem como o uso de medidas diretas de adiposidade e lipídios intra-hepáticos, a
fim de diferenciar entre associações independentes e moduladas por obesidade/obesidade
central (Moreno-Pérez et al., 2013). Outros autores também concluíram que a hipovitaminose
D está associada a RI de forma independente e sugerem que a suplementação de VitD pode
minimizar a disparidade de risco de DM entre diferentes etnias (afroamericanos vs.
americanos caucasianos) (Maestro et al., 2000).
26
2.4.3 Deficiência de vitamina D e lipodistrofia no HIV
Está bem estabelecida a associação entre deficiência de VitD e obesidade em
pacientes HIV- (Parikh et al., 2004; Ford et al., 2005; Mitchell et al., 2010). Estudo mostra
baixos níveis de VitD em obesos não diabéticos, claramente associados a gravidade da
obesidade (Mitchell et al., 2010). Porém há uma carência de estudos sobre obesidade ou
distúrbios na composição da gordura corporal e status da VitD no paciente HIV+ (Hammond
et al., 2012; Lerma et al., 2012; Gangcuangco and Chow, 2013).
Poucos estudos abordaram a associação de níveis de VitD e LD, além disso,
apresentaram resultados controversos. Um estudo não encontrou associação entre deficiência
de VitD e LA (Hammond et al., 2012), enquanto outros autores sugerem que a LA é fator
protetor para deficiência de VitD. O mecanismo fisiopatológico sugerido é que a LA evitaria
o acúmulo do hormônio no tecido gorduroso periférico, aumentando seus níveis circulantes
(Lerma et al., 2012).
27
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO PRINCIPAL:
• Determinar a frequência de diabetes mellitus, lipodistrofia, síndrome metabólica e
deficiência de vitamina D nos pacientes HIV+ acompanhados nos ambulatórios de
DIP do HUAP;
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Comparar os pacientes com e sem lipodistrofia e sua relação com deficiência de
vitamina D, diabetes mellitus e síndrome metabólica
• Analisar a potencial associação entre deficiência de vitamina D com tipo de terapia
antirretroviral, carga viral, sexo, idade, IMC e parâmetros de distribuição de gordura.
28
4. PACIENTES E MÉTODOS
4.1. DESENHO DO ESTUDO
Trata-se de estudo observacional e de corte transversal realizado de maio de 2014 a
agosto de 2015.
4.2. ASPECTOS ÉTICOS
Este estudo faz parte do projeto “Disfunções endócrinas em pacientes infectados com
o vírus HIV” que foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de
Medicina/Hospital Universitário Antônio Pedro - CEP CMM/HUAP n° parecer 523311
(Anexo item 9.1).
4.3. POPULAÇÃO E TAMANHO DA AMOSTRA
A amostra foi coletada por conveniência. Dos aproximadamente 300 pacientes
atendidos no ambulatório de Doenças Infecto Parasitárias (DIP), 259 pacientes foram
entrevistados antes da coleta de exame de sangue de rotina realizada semanalmente pelo
serviço e 212 pacientes foram incluídos no estudo (Figura 1).
29
FIGURA 1. Fluxograma dos pacientes do estudo
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
• Critérios de inclusão:
- Pacientes entre 18 e 70 anos;
- Comprovação sorológica da infecção pelo HIV;
- Uso de TARV e sem alteração nas últimas 6 semanas;
- Assinar termo de livre consentimento esclarecido (TCLE)
Todos os pacientes foram informados de sua seleção para ingressar no estudo,
receberam explicações detalhadas dos procedimentos aos quais foram submetidos e só
ingressaram no estudo após assinarem termo TCLE (Anexo – item 9.2).
• Critérios de exclusão:
300 pacientes atendidos nos
ambulatórios de DIP/HUAP
259 pacientes entrevistados
24 pacientes excluídos na entrevista
212 pacientes incluídos no
estudo
189 pacientes analisados
23 pacientes excluídos após
análise laboratorial
23 pacientes se recusaram
30
- Pacientes que já fizeram uso de anabolizantes, reposição hormonal, agonistas do
GnRH e agentes psicotrópicos;
- Gestantes;
- Paciente que tenham o diagnóstico prévio de doenças endocrinológicas, tais como:
hiperprolactinemia, osteoporose, doenças adrenais, gonadais, tireoidianas ou hipofisárias
conhecidas antes da detecção da infecção pelo HIV
- Portadores de insuficiência hepática (definida como Child calculado C)
- Portadores de insuficiência renal (Taxa de Filtração Glomerular inferior a
60ml/min/1,73m² de acordo com CKD-EPI
- Peso acima de 120 Kg (peso máximo permitido para equipamento de densitometria
óssea modelo iDXA GE Health Care)
4.5 COLETA DE DADOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E DENSITOMÉTRICOS
Na anamnese e exame físico foram avaliadas a presença de sinais e sintomas
compatíveis com disfunções endócrinas em estudo. Foi realizado exame físico completo
computando de circunferência cervical (CC), medindo a circunferência da linha média do
pescoço entre a coluna cervical e o pescoço anterior com fita métrica não elástica
(Aswathappa et al., 2013), IMC (Peso/Altura²) e circunferência abdominal, medindo na altura
do ponto médio entre a última costela torácica e a crista ilíaca, de acordo com a OMS (WHO,
2000); e a relação cintura-estatura (RCEst), calculada pela divisão da CA pela altura (ambos
os valores em centímetros), com o ponto de corte de 0,5 (a cintura deve ser menor que metade
da altura) (ABESO, 2016). O aumento da gordura abdominal (lipohipertrofia) foi identificado
quando CA > 90 cm em homens e > 80 cm em mulheres e RCEst ≥ 0,5. Os pacientes foram
classificados pelo IMC em baixo peso (IMC < 18,5 Kg/m²), eutrófico (IMC entre 18,5 e 24,9
Kg/m²), sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9 Kg/m²) e obesidade (IMC ≥ a 30 Kg/m²).
31
A composição corporal foi avaliada através de equipamento de densitometria óssea
modelo Lunar iDXA–General Electric Healthcare, Madison, WI (software Encore 2010—
version 13.40), gentilmente cedido para pesquisa pela Faculdade de Nutrição Emilia de Jesus
Ferreiro e pelo Laboratório de Avaliação Nutricional e Funcional da Universidade Federal
Fluminense (LANUFF), situado no prédio da faculdade de Nutrição do Campos do
Valonguinho da Universidade Federal Fluminense. Foram analisados: massa magra, gordura
regional corporal (gordura de braços, pernas, tronco, ginecoide e androide), porcentagem de
gordura total (% gordura T), porcentagem de gordura do tronco (% gordura tronco) e
porcentagem de gordura de pernas (% gordura pernas). A % gordura pernas foi usada para
quantificar o tecido gorduroso periférico.
4.6 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS ESTUDADAS
O diagnóstico de LD foi definido pela presença de LH (aumento da gordura
abdominal) e/ou LA (perda da gordura periférica), como descrito na Tabela 1. A LA foi
definida pela fórmula: (% gordura pernas / IMC < 0,65, que foi o mais baixo decil medido por
uma grande coorte de pacientes HIV+ sem TARV (Bonnet et al., 2005).
TABELA 1. Diagnóstico de lipodistrofia adotado pelo estudo.
1. Presença de lipohipertrofia CA > 90 cm em homens
CA > 80 cm em mulheres
e
RCEst ≥ 0,5
e/ou
2. Presença de lipoatrofia Coeficiente de perna < 0,5
CA: cintura abdominal; RCEst: relação cintura-estatura.
32
O diagnóstico de SM foi realizado conforme os critérios da IDF (Federação
Internacional de Diabetes, do inglês International Diabetes Federation) e da NCEP ATPIII
(Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol Painel de Tratamento Adulto III, do
inglês National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III). Os critérios da
IDF incluem obesidade central (de acordo com valores de obesidade central definidos para
cada etnia, neste estudo, foram utilizados CA ˃ 90 cm para homens e CA ˃ 80 cm para
mulheres) e mais dois dos seguintes critérios: triglicerídeos ≥ 150 mg/dl ou estar em uso de
hipolipemiante; HDL-colesterol < 40 mg/dl para homens e < 50 mg/dl para mulheres ou estar
em uso de hipolipemiantes; pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 130 mmHg ou pressão arterial
diastólica (PAD) ≥ 85 mmHg ou estar em uso de antihipertenssivos; glicemia de jejum ≥
100mg/dl ou diagnóstico prévio de DM tipo 2 (Alberti et al., 2006). Os critérios diagnósticos
pela NCEP ATPIII incluíram 3 dos seguintes 5 critérios: CA ≥ 102 cm em homens e ≥ 88 cm
em mulheres; triglicerídeos ≥ 150 mg/dl ou estar em uso de hipolipemiante; HDL-colesterol <
40 mg/dl em homens e < 50 mg/dl em mulheres ou estar em uso de hipolipemiante; PAS ≥
130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou estar em uso de antihipertenssivos; glicemia de jejum ≥
100 mg/dl ou estar em uso de hipoglicemiante (National Cholesterol Education Program
(NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, 2002)
Os critérios diagnósticos de DM e glicemia de jejum alterada (GJA) seguiram as
recomendações de 2017 da ADA (ADA, 2017). Os pacientes receberam diagnóstico de DM
quando no momento da entrevista relataram diagnóstico prévio de DM, usavam medicações
hipoglicemiantes e/ou apresentaram glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl. O diagnóstico de GJA foi
realizado quando a glicemia de jejum se encontrava entre 100 e 125mg/dl. O diagnóstico de
hipertensão arterial sistêmica (HAS) seguiu as recomendações da 7ᵃ Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial, seguindo a técnica de aferição adequada com paciente sentado por pelo
33
menos 5 minutos em ambiente calmo, com dorso recostado em cadeira, braço na altura do
coração (nível do ponto médio do esterno ou quarto espaço intercostal), cotovelo ligeiramente
fletido, palma apoiada e virada para cima. O diagnóstico de HAS foi definido com PA ≥
140/90 mmHg (SBC, 2016).
Foram realizadas dosagens séricas da glicemia de jejum, perfil lipídico, contagem de
CD4 e carga viral pela rotina laboratorial do serviço de DIP sem custo adicional para o
hospital. A maioria das amostras foi coletada entre março e novembro de 2014. As dosagens
de 25(OH)vitamina D foram realizadas com o kit comercial LIAISON® 25 OH Vitamin D
TOTAL, que utiliza tecnologia de imunoensaio quimioluminescente. O resultado calculado
automaticamente foi apresentado em ng/mL, o intervalo do ensaio é de 4,0 a 150 ng/mL e os
valores de referência utilizados para a interpretação dos resultados segundo diretriz da
Endocrine Society foram (Holick et al., 2011):
• Deficiência: 25 hidroxivitamina D ≤ 20 ng/ml
• Insuficiência: 25 hidroxivitamina D entre 21-29,9 ng/ml
• Suficiência: 25 hidroxivitamina D ≥ 30 ng/ml
O espaço de manipulação das amostras, os equipamentos de proteção individual
(EPIs), a centrífuga e o freezer -80°C foram cedidos gentilmente pela Unidade de Pesquisa
Clínica (UPC) do HUAP, situada no quarto andar do prédio da emergência do HUAP.
As amostras sanguíneas coletadas foram desprezadas após o estudo, de forma a
atender às disposições da Resolução 441/2011 do Conselho Nacional de Saúde.
34
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística foi realizada utilizando o software R versão 3.3.2. A maioria das
variáveis numéricas apresentou distribuição normal. Os dados foram descritos em média e
desvio padrão (DP) para variáveis numéricas e comparados pelo teste t de Student. As
variáveis categóricas foram descritas como frequências e proporções e comparadas pelo teste
do qui-quadrado ou exato de Fisher. Para avaliar a correlação entre variáveis foi utilizado o
coeficiente de correlação de Spearman. Um p valor menor que 0,05 foi considerado
estatisticamente significativo.
35
5. RESULTADOS
No período de maio de 2014 a agosto de 2015 foram entrevistados 259 pacientes
HIV+ atendidos no ambulatório de DIP do HUAP. Dos entrevistados, 47 pacientes não foram
incluídos na pesquisa: 23 pacientes se recusaram a participar da pesquisa; sete pacientes ainda
não usavam TARV e uma paciente não confirmou sorologia anti-HIV positiva
posteriormente; quatro pacientes tinham mais de 70 anos de idade e dois eram menores de 18
anos; quatro pacientes relataram uso prévio ou atual de anabolizantes; dois pacientes
relataram uso de anticonvulsivantes; um paciente relatou uso crônico de corticóide oral; um
paciente fazia tratamento quimioterápico; um paciente apresentava diagnóstico prévio de
insuficiência hepática por vírus da hepatite C (Child C) e um paciente com insuficiência renal
crônica (Clearance de Creatinina menor que 30 ml/min/1,73m²).
Dos 212 pacientes incluídos inicialmente, 23 pacientes foram posteriormente
excluídos do estudo: 18 pacientes se recusaram a realizar exames, um paciente faleceu por
complicações do HIV, duas pacientes engravidaram; um paciente teve diagnóstico de
hipocortisolismo e um paciente teve diagnóstico de hipotireoidismo clínico.
Foram considerados para análise 189 pacientes, sendo 106 do sexo masculino (56%),
com média da idade de 45,3 ± 9,8 anos (Tabela 2).
O tempo médio de TARV foi de 11,2 anos (± 5,8 anos). Com relação à classe dos
antirretrovirais, 61% utilizavam ITRNN e 50,2% usavam IP. As drogas mais frequentemente
usadas foram lamivudina em 97% dos pacientes e zidovudina em 68,1% dos pacientes.
Setenta e oito porcento dos pacientes apresentavam carga viral indetectável e a média das
células T CD4 foi de 625 células (± 300 células). A distribuição étnica foi de 39% brancos,
26,7% pardos e 34,2% negros, sem diferença estatística entre as etnias. De acordo com o
IMC, 97 pacientes (51,3%) eram eutróficos. No entanto, após avaliação da composição
corporal por DXA (somente 162 pacientes realizaram o exame), e avaliação da CA e RCEst,
36
foram diagnosticados 113 pacientes (70%) com LD, 21 pacientes (13%) com LA e 103
pacientes (64%) com LH. Todos os pacientes lipoatróficos eram homens.
Setenta e três pacientes (39%) apresentaram deficiência de VitD, enquanto 86
pacientes (46%) apresentaram insuficiência de VitD, totalizando 159 pacientes (85%) com
não suficiência de VitD. O diagnóstico de DM foi realizado em 15 pacientes (8%) e de GJA
em 12 pacientes (6,3%). Houve maior percentual de diagnóstico de SM pelo critério da IDF
do que pelo critério da NCEP ATPIII. Os componentes da SM mais encontrados foram CA
aumentada pelo critério da IDF (65,1%), HDL colesterol baixo (48,4%) e hipertrigliceridemia
(41,5%), seguidos de CA aumentada pelo critério da NCEP ATPIII (31,7%), HAS (25%) e
hiperglicemia (16,4%).
Na comparação entre os sexos (Tabela 3), os homens apresentaram maior peso,
idade, CC e maiores níveis de triglicerídeos. As mulheres apresentaram maior RCEst, maiores
índices de adiposidade periférica e central avaliados pela DXA (gordura em braços, pernas e
tronco; gordura ginecoide; % gordura tronco e gordura T, maior coeficiente de perna) e
maiores níveis de HDL-colesterol. Quanto ao status de VitD, houve maior frequência de
deficiência de VitD nos homens (43% vs 34%, p= 0,03) entretanto não houve diferença
significativa na avaliação dos níveis de 25 (OH) vitamina D entre os sexos. Todas as
diferenças descritas foram significativas.
A frequência de deficiência de VitD (Tabela 4) foi maior entre os usuários de
ITRNN e, isoladamente, ao efavirenz e zidovudina; enquanto foi menor entre os usuários de
IP e, isoladamente, ritonavir, atazanavir e tenofovir. Os pacientes com deficiência de VitD
apresentaram maior RCEst e maiores níveis de colesterol total, colesterol não HDL, LDL
colesterol. Não houve diferença entre os grupos com relação a etnia ou idade. Não houve
diferença na frequência de deficiência de VitD com relação ao DM, GJA, SM pelo IDF ou
NCEP ATPIII, LD, LH ou LA. Quanto à composição corporal, não houve diferença na
37
frequência de deficiência de VitD com relação aos parâmetros avaliados pela DXA, entretanto
os pacientes com insuficiência de VitD apresentaram maior % gordura T, % gordura tronco,
IMC, CA e RCEst.
Os termos LIPO+ e LIPO- foram adotados para o grupo de lipodistróficos e não
lipodistróficos, respectivamente (Tabela 5 e 6). As mulheres apresentaram mais
frequentemente LD do que os homens (80,0% vs 62,2%, p=0,016). Todas as mulheres LIPO+
apresentaram LH e nenhuma apresentou LA. No grupo LIPO+ (n=132), a maioria apresentou
excesso de peso, sendo 22 obesos (todos os pacientes obesos eram lipodistróficos) e 62 com
sobrepeso (94% dos pacientes com sobrepeso eram lipodistróficos); e, aproximadamente,
50% eram eutróficos. O grupo LIPO+ apresentou maior freqüência de SM por ambos os
critérios (IDF e NCEP ATP III), maior freqüência de CA e RCESt aumentada, maior peso
(73,3Kg vs 62,3, p=0,00009), maior IMC (26,6 vs 21,4, p=0,00002), maior CA (94,7 vs 80,1
cm, p=0,00002), maior RCEst (0,57 vs 0,47, p=0,00002), maior CC (36,9 vs 35,2 cm,
p=0,0009), maior CD4 (653 vs 557 cópias, p=0,04), maior glicemia de jejum (90,6 vs 86,4
mg/dl, p=0,03), maior colesterol total (196,2 vs 183,9 mg/dl, p=0,03), maiores níveis de
triglicerídeos (200,6 vs 130,0 mg/dl, p=0,001), menor HDL colesterol (45,3 vs 51,2 mg/dl,
p=0,04), maior LDL colesterol (116,1 vs 106,7 mg/dl, p=0,03) e maior colesterol não HDL
(149,8 vs 132,7 mg/dl, p=0,002). Quanto a composição corporal por DXA, o grupo LIPO+
apresentou maior % gordura T (33,1 vs 23,0 %, p=0,00003), maior % gordura tronco (39,1 vs
25,9 %, p=0,00009), maior % gordura perna (28,7 vs 23,6 %, p=0,002), maior gordura de
braços (2,7 vs 1,7Kg, p=0,0001), maior gordura de perna (7,3 vs 5,3Kg, p=0,003), maior
gordura de tronco (14,5 vs 8,6 Kg, p=0,00002), maior gordura androide (2,4 vs 1,3,
p=0,00003) e ginecoide (3,8 vs 2,6 Kg, p=0,0003). Não houve diferença entre os grupos
LIPO+ e LIPO- em relação a níveis de 25 (OH) vitamina D ou frequência de deficiência de
VitD.
38
O perfil da população estudada está detalhado nas Tabelas 2, 3, 4, 5 e 6.
TABELA 2. Características gerais da população HIV+ atendida nos ambulatórios de DIP
entre maio de 2014 e agosto de 2015
Dados apresentados como média ± DP ou percentual. IMC: índice de massa corporal; CA:
circunferência abdominal; CC: circunferência cervical; RCEst: relação cintura-estatura; HDL:
Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density Lipoprotein. * p < 0,05
VARIÁVEIS TOTAL HOMENS MULHERES p
N 189 106 83
IDADE (ANOS) 45,3 ±9,8 46,5 ± 9,9 43,7 ± 9,5 0,04*
TEMPO DE TARV (ANOS) 11,2 ±5,8 11,2 ± 6,0 10,5 ± 5,8 0,1
DADOS ANTROPOMÉTRICOS
PESO (Kg) 70,0 ±13,1 73,2 ± 12,1 65,9 ± 13,2 <0,01*
IMC (Kg/m²) 25,1 ±4,8 24,5 ± 3,5 25,7 ± 5,0 0,07
CA (cm) 90,4 ±10,1 90,3 ± 10,1 90,6 ± 11,8 0,86
CC (cm) 36,4 ±2,6 38,2 ± 2,6 34,1 ± 2,7 <0,01*
RCEst 0,54 ±0,06 0,52 ± 0,06 0,57 ± 0,08 <0,01*
ESTADO NUTRICIONAL
BAIXO PESO 2% 0% 5% 0,07
EUTRÓFICO 51% 56% 44% 0,13
SOBREPESO 36% 36% 35% 1,00
OBESIDADE 11% 8% 16% 0,19
COMPOSIÇÃO CORPORAL
MASSA DE GORDURA
BRAÇOS (Kg) 2,4 ±1,56 2,1 ± 1,8 2,8 ± 1,1 <0,01*
PERNAS (Kg) 6,7 ±4,4 5,8 ± 4,9 8,0 ± 3,1 <0,01*
TRONCO (Kg) 12,7 ±7,0 11,9 ± 7,8 13,8 ± 5,4 0,06
ANDROIDE (Kg) 2,1 ±1,2 2,0 ± 1,3 2,3 ± 1,0 0,09
GINECOIDE (Kg) 3,4 ±2,1 2,7 ± 2,1 4,3 ± 1,5 <0,01*
TRONCO (%) 35,1 ±12,7 29,7 ± 10,3 42,5 ± 12,0 <0,01*
PERNAS (%) 27,2 ±11,1 19,8 ± 6,3 37,1 ± 7,8 <0,01*
GORDURA TOTAL (%) 30,0 ±10,1 23,7 ± 7,0 38,3 ± 7,2 <0,01*
MASSA MAGRA (Kg) 46,2 ±9,3 51,9 ± 7,7 38,6 ± 4,7 <0,01*
COEFICIENTE DE PERNA
(% GORDURA PERNA/IMC)
1,10 ±0,40 0,89 ± 0,32 1,40 ± 0,31 <0,01*
DADOS LABORATORIAIS
GLICOSE (mg/dl) 89,2 ±15,4 89,6 ± 16,0 88,8 ± 14,6 0,72
COLESTEROL TOTAL (mg/dl) 193 ±40,1 191,0 ± 40,8 194,6 ± 39,4 0,24
HDL COLESTEROL (mg/dl) 47 ±15,4 43,8 ± 14,5 51,3 ± 15,5 <0,01*
LDL COLESTEROL (mg/dl) 113 ±31,4 111,9 ± 31,0 114,4 ± 32,1 0,54
COLESTEROL NÃO-HDL (mg/dl) 145 ±41 147,1 ± 41,0 141,5 ± 41,1 0,35
TRIGLICERÍDEOS (mg/dl) 179 ±203,5 208,7 ±258,5 141,1 ± 80,5 0,01*
25 (OH) VITAMINA D (ng/ml) 22,5 ±8,8 23,1 ± 9,8 21,8 ± 7,3 0,31
39
TABELA 3. Frequência de distúrbios metabólicos na população HIV+ atendida nos
ambulatórios de DIP entre maio de 2014 e agosto de 2015
GJA: glicemia de jejum alterada; SM: síndrome metabólica; NCEP ATPIII: National
Cholesterol Education Programme Adult Treatment Panel III ; IDF: Internacional Diabetes
Federation. * p < 0,05.
TABELA 4. Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes com e
sem deficiência de vitamina D.
DISTÚRBIO METABÓLICO TOTAL HOMENS MULHERES p
N 189 106 83
DIABETES MELLITUS
GJA
8,0%
6,3%
5,7%
4,7%
10,8%
8,4%
0,30
0,46
SM NCEP ATPIII
SM IDF
20,6%
32,8%
14,2%
29,5%
29,0%
35,8%
0,02*
0,45
LIPODISTROFIA
LIPOATROFIA
LIPOHIPERTROFIA
70,0%
13,0%
64,0%
62,2%
22,8%
53,0%
80,0%
0%
81,4%
0,01*
<0,01*
<0,01*
STATUS DE VITAMINA D
NÃO SUFICIÊNCIA DE VITAMINA D
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
INSUFICIÊNCIA DE VITAMINA D
85,0%
39,0%
46,0%
81,0%
43,0%
38,0%
90,2%
34,1%
56,1%
0,11
0,10
0,03*
CARACTERÍSTICAS COM DEFICIÊNCIA
DE VITAMINA D
SEM DEFICIÊNCIA
DE VITAMINA D
p
N 73 114
SEXO (%)
HOMENS
MULHERES
42,9
34,1
57,1
65,9
0,03*
IDADE (ANOS) 44,5 ± 9,6 45,6 ± 9,9 0,44
DURACAO DA TARV (ANOS) 10,9 ± 5,2 11,3 ± 6,2 0,45
ETNIA (%)
BRANCA
PARDA
NEGRA
39,4
29,6
31,0
38,6
25,5
36,8
0,77
TIPO DE TARV (%)
IP 33,4 60,7 <0,01*
I INTEGRASE 1,4 6,5 <0,01*
ITRN 100 98,1 0,27
ITRNN 76,4 50,9 <0,01*
EFAVIRENZ 59,4 36,1 <0,01*
ZIDOVUDINA 80,7 60,5 0,03*
ESTAVUDINA 1,8 0 0,50
LAMIVUDINA 98,2 96,1 0,69
40
Continuação da Tabela 4.
Dados apresentados como mediana ± DP ou percentual. TARV: terapia antirretroviral;
RITONAVIR 26,8 54,5 <0,01*
LOPINAVIR 12,5 14,2 0,90
ATAZANAVIR 21,7 28,6 0,03*
TENOFOVIR 10,7 40,2 0,03*
ESTADO NUTRICIONAL (%)
BAIXO PESO 2,7 97,3 0,68
EUTRÓFICOS 46,6 53,4 0,14
SOBREPESO 34,2 65,8 0,62
OBESIDADE 19,0 81,0 0,17
DADOS ANTROPOMÉTRICOS
PESO (Kg) 71,5 ± 14,5 69,0 ± 12,1 0,37
IMC (Kg/M²) 25,6 ± 4,6 28,3 ± 4,0 0,09
CA (CM) 91,3 ± 11,5 89,9 ± 10,5 0,19
CC (CM) 37,0 ± 3,4 36,0 ± 3,3 0,14
RCEST 0,54 ± 0,07 0,54 ± 0,07 0,07
CA AUMENTADA (%) 66,7 63,7 0,12
RCEST AUMENTADA (%) 80,6 75,9 0,04*
COMPOSIÇÃO CORPORAL
MASSA DE GORDURA
BRAÇOS (Kg) 2,4 ± 1,6 2,4 ± 1,6 0,30
PERNAS (Kg) 6,5 ± 4,0 6,9 ± 4,6 0,22
TRONCO (Kg) 12,7 ± 7,0 12,8 ± 6,9 0,23
GINECOIDE (Kg) 3,3 ± 1,9 3,47 ± 2,1 0,14
ANDROIDE (Kg) 2,1 ± 1,2 2,0 ± 1,2 0,23
TRONCO (%) 34,9 ± 12,4 35,3 ± 13,0 0,04*
PERNA (%) 26,5 ± 10,0 27,6 ± 11,9 0,10
TOTAL (%) 29,7 ± 9,8 30,2 ± 10,5 0,03*
MASSA MAGRA (Kg) 47,0 ± 9,4 45,8 ± 9,2 0,37
COEFICIENTE DE PERNA
(% GORDURA PERNA/IMC)
1,05 ± 0,4 1,14 ± 0,43 0,39
LIPOHIPERTROFIA (%) 66,7 62,8 0,09
LIPOATROFIA (%) 10,9 14,4 0,72
LIPODISTROFIA (%) 69,8 70,2 0,08
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
GJA (%) 9,6 4,4 0,35
DM (%) 9,6 7,0 0,60
SM NCEP ATPIII (%) 21,9 20,2 0,65
SM IDF (%) 37,0 28,8 0,43
DADOS LABORATORIAIS
GLICEMIA JEJUM (mg/dl) 90,4 ± 12,0 88,5 ± 17,3 0,38
COLESTEROL TOTAL (mg/dl) 201,7 ± 43,7 185,6 ± 35,6 <0,01*
TRIGLICERIDEOS (mg/dl) 202,0 ± 275,7 163,3 ± 136,0 0,37
HDL COLESTEROL (mg/dl) 47,7 ± 14,8 46,8 ± 15,9 0,40
LDL COLESTEROL (mg/dl) 121,3 ± 30,9 107,1 ± 29,9 <0,01*
COLESTEROL NÃO-HDL (mg/dl) 154,0 ± 43,3 137,6 ± 37,3 0,02*
25 (OH) VITD (ng/ml) 14,5 ± 3,9 27,6 ± 7,0 <0,01*
41
IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal; CC: circunferência cervical;
RCEst: relação cintura-estatura; HDL: Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density
Lipoprotein. * p < 0,05.
TABELA 5: Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes com e
sem lipodistrofia.
CARACTERÍSTICAS LIPO+ LIPO- p
N 132 57
IDADE (ANOS) 45,8±9,
9
43,9±9,6 0,21
DURAÇÃO DA TARV (ANOS) 11,4±5,
8
10,8±6,0 0,49
ETNIA (%)
BRANCA
PARDA
NEGRA
39,7
28,2
32,1
37,5
23,2
39,3
0,6
BRANCA
PARDA
NEGRA
39,7 37,5
PARDA 28,2 23,2
NEGRA 32,1 39,3
TIPO DE TARV (%)
IP 52,8 44,4 0,40
I INTEGRASE 4,2 55,6 1
ITRN 1,8 0 0,88
ITRNN 60,0 63,6 0,75
EFAVIRENZ 39,6 42,6 0,83
ZIDOVUDINA 1,0 65,0 0,75
ESTAVUDINA 1,0 0 0,83
LAMIVUDINA 97,0 97,5 0,76
RITONAVIR 47,4 35,0 1
LOPINAVIR 14,7 10,0 1
ATAZANAVIR 22,1 20,0 0,25
TENOFOVIR 32,8 35,8 0,64
ESTADO NUTRICIONAL (%)
BAIXO PESO 0 7,0 0,01*
EUTRÓFICOS 36,6 86,0 ˂0,01*
SOBREPESO 47,0 7,0 ˂0,01*
OBESIDADE 16,7 0 ˂0,01* DADOS ANTROPOMÉTRICOS
PESO (KG) 73,3±1
2,8
62,3±10,6 ˂0,01*
IMC (KG/M²) 26,0±3,
9
21,4±2,5 ˂0,01*
CA (CM) 94,7±9,
4
80,1±6,1 ˂0,01*
CC (CM) 36,9±3,
4
35,3±2,9 ˂0,01*
RCEST 0,57±0,
06
0,47±0,03 ˂0,01*
CA AUMENTADA (%) 91,6 1,8 ˂0,01*
RCEST AUMENTADA (%) 96,1 92,3 ˂0,01*
COMPOSIÇÃO CORPORAL
MASSA DE GORDURA
BRAÇOS (KG) 2,7±1,5 1,7±1,5 ˂0,01*
PERNAS (KG) 7,3±4,5 5,3±3,8 ˂0,01*
42
Continuação da Tabela 5.
TRONCO (KG) 14,5±6,
5
8,6±6,1 ˂0,01*
GINECOIDE (KG) 3,7±2,0 2,8±1,8 ˂0,01*
ANDROIDE (KG) 2,4±1,1 1,3±1,0 ˂0,01*
TRONCO (%) 39,1±1
1,6
25,9±10,1 ˂0,01*
PERNA (%) 28,7±1
1,6
23,6±8,8 ˂0,01*
TOTAL (%) 33,0±9,
8
23,0±6.8 ˂0,01*
MASSA MAGRA (KG) 47,0±9,
9
44,4±7,5 ˂0,01*
COEFICIENTE DE PERNA 1,10±0,
40
1,13±0,43 0,58
LIPOHIPERTROFIA (%) 91,0 0 ˂0,01*
LIPOATROFIA (%) 18,6 0 ˂0,01*
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
GJA (%) 6,8 5,2 0,93
DM (%) 9,8 3,5 0,23
SM NCEP ATPIII (%) 28,0 3,5 ˂0,01*
SM IDF (%) 44,6 3,6 ˂0,01*
DADOS LABORATORIAIS
GLICEMIA JEJUM (MG/DL) 88,0 ±
17,0
86 ± 9,4 0,03*
COLESTEROL TOTAL (MG/DL) 189,0 ±
42,0
177 ± 34,1 0,03*
TRIGLICERIDEOS (MG/DL) 146 ±
237,2
116 ± 64,4 ˂0,01*
HDL COLESTEROL (MG/DL) 43 ±
12,9
46 ± 19,5 0,04*
LDL COLESTEROL (MG/DL) 111,5 ±
33,6
103 ± 25,0 0,03*
COLESTEROL NÃO-HDL (MG/DL) 142,5 ±
44,2
129 ± 29,3 0,02*
25 (OH) VITD (NG/ML) 21,7 ±
7,8
23,5 ±
10,5
0,20
Abv: Dados apresentados como média ± DP ou percentual. TARV: terapia antirretroviral;
IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal; CC: circunferência cervical;
RCEst: relação cintura-estatura; HDL: Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density
Lipoprotein. * p < 0,05.
TABELA 6: Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes com e
sem lipodistrofia dividido por sexo.
CARACTERÍSTICAS LIPO+
HOMEM MULHER P
N 66 66
IDADE (ANOS) 47,9 ± 9,6 43,8 ± 9,7 0,01*
DURAÇÃO DA TARV (ANOS) 12,6 ± 6,0 10,3 ± 5,8 0,02*
ETNIA (%)
BRANCA
PARDA
NEGRA
44,0
28,0
28,0
35,0
29,0
36,0
0,45
BRANCA 44,0 35,0
PARDA 28,0 29,0
NEGRA 28,0 36,0
TIPO DE TARV (%)
IP 47,6 58,0 0,33
I INTEGRASE 8,0 1,5 0,20
ITRN 3,0 0 0,47
ITRNN 66,7 53,1 0,17
43
Continuação da Tabela 6.
EFAVIRENZ 56,5 35,0 0,02*
ZIDOVUDINA 65,2 73,5 0,51
ESTAVUDINA 0 2,0 1
LAMIVUDINA 98,0 96,0 1
RITONAVIR 46,7 48,0 1
LOPINAVIR 11,2 18,0 0,51
ATAZANAVIR 17,8 26,0 0,47
TENOFOVIR 29,0 36,5 0,48
ESTADO NUTRICIONAL (%)
BAIXO PESO 0 0 -
EUTRÓFICOS 35,0 38,0 0,85
SOBREPESO 52,0 42,0 0,38
OBESIDADE 13,6 20,0 0,48 DADOS ANTROPOMÉTRICOS
PESO (KG) 77,9 ± 11,4 68,8 ± 12,4 ˂0,01*
IMC (KG/M²) 26,1 ± 3,2 27,1 ± 4,5 0,15
CA (CM) 95,3 ± 9,1 94,1 ± 9,8 0,47
CC (CM) 39,1± 2,1 34,7 ± 2,5 ˂0,01*
RCEST 0,55 ± 0,06 0,59 ± 0,06 ˂0,01*
CA AUMENTADA (%) 83,0 100,0 ˂0,01*
RCEST AUMENTADA (%) 92,3 100,0 0,06*
COMPOSIÇÃO CORPORAL
MASSA DE GORDURA
BRAÇOS (KG) 2,3 ± 1,8 2,8 ± 1,0 0,02*
PERNAS (KG) 6,4 ± 5,2 8,0 ± 3,3 0,01*
TRONCO (KG) 14,0 ± 7,9 14,50 ± 4,7 0,36
GINECOIDE (KG) 3,1 ± 2,3 4,4 ± 1,5 ˂0,01*
ANDROIDE (KG) 2,3 ± 1,3 2,4 ± 0,9 0,63
TRONCO (%) 33,3 ± 9,8 45,6 ± 10,1 ˂0,01*
PERNA (%) 20,2 ± 7,0 38,0 ± 8,3 ˂0,01*
TOTAL (%) 25,9 ± 7,3 40,1 ± 6,0 ˂0,01*
MASSA MAGRA (KG) 54,3 ± 7,7 39,2 ± 4,6 ˂0,01*
COEFICIENTE DE PERNA 0,84 ± 0,3 1,42 ± 0,3 ˂0,01*
LIPOHIPERTROFIA (%) 82,0 100,0 ˂0,01*
LIPOATROFIA (%) 36,2 0 ˂0,01*
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
GJA (%) 6,0 7,5 1
DM (%) 1,0 1,0 1
SM NCEP ATPIII (%) 22,7 33,4 0,86
SM IDF (%) 46,0 65,4 0,24
DADOS LABORATORIAIS
GLICEMIA JEJUM (MG/DL) 92,4 ± 18,6 88,7 ± 17,0 0,2 COLESTEROL TOTAL (MG/DL) 196,3 ± 45,2 196,0 ± 38,9 0,99
TRIGLICERIDEOS (MG/DL) 250,5 ± 317,0 150,0 ± 84,2 0,02* HDL COLESTEROL (MG/DL) 41,6 ± 11,8 49,0 ± 13,0 ˂0,01*
LDL COLESTEROL (MG/DL) 115,3 ± 34,1 116,8 ± 33,5 0,79
COLESTEROL NÃO-HDL (MG/DL) 154,7 ± 45,4 144,9 ± 42,8 0,20
25 (OH) VITD (NG/ML) 22,2 ± 8,7 21,6 ± 7,0 0,67
44
Abv: Dados apresentados como média ± DP ou percentual. TARV: terapia antirretroviral;
IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal; CC: circunferência cervical;
RCEst: relação cintura-estatura; HDL: Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density
Lipoprotein. * p < 0,05
6. DISCUSSÃO
Esse estudo demonstra um perfil de risco metabólico e deficiência de VitD nos
pacientes HIV+ atendidos no ambulatório do HUAP, apesar de não ter sido encontrada
relação entre a deficiência de VitD, DM e SM.
6.1 DIABETES MELLITUS
Oito porcento dos pacientes deste estudo tem DM, o que é uma frequência menor
do que a encontrada em um estudo de coorte brasileira que incluiu 15105 servidores públicos
(19,7%) (Schmidt et al., 2014) e em uma coorte brasileira de 4871 pacientes HIV+ (10,2%)
(Moreira et al., 2016). Apesar da preocupação com o seguimento desses pacientes, Moreira et
al utilizou HbA1c na avaliação, entretanto o uso da HbA1c como ferramenta diagnóstica no
HIV+ não é recomendado visto que a HbA1c subestima a glicose no HIV+ em
aproximadamente em 30 mg/dl (Slama et al., 2014). A frequência de GJA (6,3%) encontrada
no nosso estudo também foi menor quando comparado com os 52,6% encontrados na coorte
brasileira (Schmidt et al., 2014).
Existem inúmeros fatores associados ao aumento do risco de DM e GJA no paciente
HIV+, sendo os principais: obesidade/sobrepeso (Miguez-Burbano et al., 2013; Duro et al.,
2015), presença de SM (Paula et al., 2013), co-infecção pelo vírus hepatite C (El-Zayadi and
Anis, 2012; Duro et al., 2015), classes de drogas contendo IP (Justman et al., 2003; Brown et
al., 2005; Lo et al., 2009; Adeyemi et al., 2013) e ITRN (Brown et al., 2005; De Wit et al.,
45
2008). O ritonavir foi a droga isolada que apresentou associação com aumento do risco de
DM ou GJA com RR 1,70 (IC 95%: 1,08-2,68), mostrando a necessidade de rastreio de DM
nessa população específica (Brown et al., 2005). No nosso estudo, foram encontradas altas
frequências de excesso de peso, obesidade central, SM e LD. Além disso, 44% dos pacientes
faziam uso de ritonavir, com metade da nossa população em uso de alguma droga da classe IP
e 68% em uso de zidovudina. Apesar de encontrarmos uma população de alto risco para o
surgimento de DM, foi encontrada uma baixa ocorrência de DM. Isso pode ser explicado pela
avaliação transversal deste estudo e pela não realização do teste oral de tolerância a glicose
(TOTG).
6.2 SINDROME METABÓLICA
Estimativa da prevalência de SM na população HIV+ é complexa devido a
heterogeneidade populacional de cada estudo e diferenças nas metodologias utilizadas por
cada pesquisador devido a presença de mais de um critério diagnóstico para a síndrome (Jeri
et al., 2005). Na definição de SM pela IDF, a obesidade central é um critério obrigatório
enquanto que na definição da NCEP ATPIII a CA está ao lado dos outros critérios, não sendo
obrigatória para o diagnóstico. Isto é potencialmente relevante para estabelecer a prevalência
da SM em pacientes HIV+, uma vez que a redistribuição de gordura que caracteriza este
grupo influencia esta estimativa dependendo da definição utilizada (Worm and Lundgren,
2011). Nosso estudo encontrou maior frequência de SM (IDF) (32,8%) em comparação com
SM (NCEP ATPIII) (20,6%). Apesar da escassez de dados epidemiológicos de SM no Brasil,
uma revisão sistemática encontrou prevalência semelhante quando utilizado critério da IDF
(32-43,2%) e frequência maior que o nosso estudo quando utilizado critério da NCEP ATPIII
(25,4-35,9%) em populações HIV- (De Carvalho Vidigal et al., 2013). Quando comparado a
população HIV+ mundial, de acordo com estudo de revisão, a frequência de SM (IDF) variou
46
de 7-22,1% e de SM (NCEP ATPIII) variou de 8,5-45,5% (Worm and Lundgren, 2011). Na
população HIV+ brasileira, a frequência encontrada de SM (NCEP ATPIII) variou de 13-
30,4% (Diehl et al., 2008; Silva et al., 2009; Conrado et al., 2011; Lauda et al., 2011;
Alencastro et al., 2012; Pontes Signorini et al., 2012) e de SM (IDF), variou de 22,1-46,9%
(Conrado et al., 2011; Alencastro et al., 2012; Akl et al., 2017).
Mesmo sendo a obesidade central obrigatória, o que restringe o diagnóstico, o
critério de SM (IDF) diagnosticou maior número de pacientes do que o critério de SM (NCEP
ATPIII) no nosso estudo. Isso é interessante numa população particular onde a redistribuição
de gordura corporal é marcante e a frequência de obesidade foi de apenas 11%, menor que na
população geral brasileira de 18% (Ministério da Saúde, 2014). Isso sugere que a população
estudada apresenta maior acúmulo de gordura central, com alta frequência de LH (64%) e CA
aumentada (IDF) (65,1%). Por outro lado, o ponto de corte mais rígido de CA para ambos os
sexos do critério IDF (80 cm para mulher e 90 cm para homem) pode ter contribuído para
maior frequência em comparação aos valores do critério NCEP APTIII (102 cm para homem
e 88 cm para mulher).
Os componentes mais frequentes da SM encontrados na população HIV+ são
hipertrigliceridemia e HDL-colesterol baixo, independente dos critérios diagnósticos
utilizados (Bruno et al., 2002; Gazzaruso et al., 2002; Jeri et al., 2005; Estrada et al., 2006;
Jacobson et al., 2006; Samaras et al., 2007), o que difere da população HIV- onde o critério
prevalente é a obesidade central (Hu et al., 2004; Athyros et al., 2007). Nesse aspecto, nosso
estudo se aproximou do perfil da população HIV- com a CA aumentada sendo o componente
mais frequente (65,1%), seguido do HDL-colesterol baixo (48,4%) e hipertrigliceridemia
(41,5%).
47
6.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS GRUPOS COM E SEM LIPODISTROFIA
A frequência de LD neste estudo foi de 70%, que é maior quando comparado com
outros estudos em pacientes HIV+ (17%- 55%) (Martinez et al., 2001; Diehl et al., 2008). Isto
se deve, provavelmente, ao uso de critérios subjetivos pelos outros estudos, o que tende a
subestimar sua prevalência. Dado interessante e em concordância com outros estudos na
população HIV+ (Diehl et al., 2008; Alencastro et al., 2012) foi a maior frequência de LH em
mulheres, quando comparado com os homens (81% vs 51%, p= 0,00001).
Pacientes com LD podem ter disfunção tecidual e complicações metabólicas
equivalentes às da SM (Freitas et al., 2011; Han et al., 2011). Poucos estudos avaliaram a
prevalência de SM em pacientes com LD decorrente do HIV. A prevalência encontrada na
literatura varia de 14% (pelo critério IDF) a 18% (pelo critério NCEP ATPIII) (Jeri et al.,
2005; Estrada et al., 2006; Samaras et al., 2007). Em nosso estudo, a frequência de SM foi
significativamente maior no grupo LIPO+, tanto pelo critério da NCEP ATPIII (28% vs 3,5%,
p < 0,00001) quanto pelo critério da IDF (44,6% vs 3,6%, p = 0,0003).
Os pacientes LIPO+ desse estudo apresentaram perfil metabólico altamente
desfavorável, como já apresentado por outros autores (Carr et al., 1997, 2000; Heath et al.,
2001), com maiores índices de adiposidade antropométricos (peso, IMC, CA, CC e RCEst) e
por DXA (% gordura T e tronco, gordura de tronco, perna, ginecoide e androide), menor
massa magra, maiores níveis de glicemia de jejum, triglicerídeos, colesterol total, LDL
colesterol, colesterol não HDL e menores níveis de HDL colesterol. Apesar disso, não houve
diferença na frequência de GJA ou DM entre os grupos LIPO+ e LIPO-.
Carr et al encontrou associação de LD com hipertrigliceridemia e RI, porém afirma
que a ocorrência de DM secundário é raro em paciente HIV+ sob uso de IP (Carr et al., 1997).
O mecanismo sugerido é o prejuízo na sinalização insulínica decorrente do aumento dos
48
níveis séricos de ácidos graxos livres liberados pela perda da gordura periférica, causando RI
e LD (Schmitz-peiffer et al., 1997). Como o DM tipo 2 geralmente resulta de RI associada a
secreção de insulina prejudicada (American Diabetes Association, 2017), isso pode explicar
por que a LD foi frequente, mas a hiperglicemia levando ao DM foi relativamente rara neste e
no nosso estudo. A RI não foi avaliada na nossa população, sendo um limitante do nosso
estudo.
A frequência de sobrepeso no grupo LIPO+ foi maior em comparação ao grupo
LIPO- (63% vs 7%, p = 0,00003), com uma predominância completa de obesidade (16,7% vs
0%, p = 0,02). Os grupos LIPO- (homens e mulheres LIPO+) eram em sua maioria eutróficos
e não foram encontrados obesos. Isso demonstra que a obesidade na população HIV+
estudada se concentrou no grupo LIPO+ e foi associada a perfil metabólico desfavorável.
6.4 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E SUA RELAÇÃO COM DIABETES MELLITUS,
SÍNDROME METABÓLICA, ADIPOSIDADE E LIPODISTROFIA.
A frequência de deficiência de VitD foi de 39%, totalizando 85% da população
HIV+ estudada não suficiente de VitD. Altas prevalências de deficiência de VitD tem sido
encontradas na população HIV+ mundial como compilados por uma revisão de estudos
internacionais (Oyedele and Adeyemi, 2012). O estudo com maior prevalência, encontrou
73,5% da população com deficiência de VitD e 91% de não suficiência de VitD na Inglaterra,
onde é sabidamente um país com baixa incidência solar e a população do estudo apresentou
predomínio da raça negra (61%), ambos fatores de risco importantes para hipovitaminose D
(Oyedele and Adeyemi, 2012). Estudo brasileiro de Pernambuco, realizado em 214 mulheres
HIV+ apresentou prevalência de mulheres não suficientes de VitD (< 30 ng/ml) de 40,65%
(Conrado et al., 2011), bem mais baixa que a nossa frequência de 85%. Isso pode ser
49
explicado por vários motivos. Primeiro, nossos pacientes apresentaram maior tempo de
TARV (11,2 anos ± 5,8 vs 5,0 anos ± 3,1); segundo, maior idade (idade média 45,2 ± 9,8 anos
vs 40,4 ± 9,3 anos); e terceiro, pior perfil metabólico com maior IMC (25,1 ± 4,3 vs 23,8 ±
4,0), CA (90,4 cm ± 10,1 vs 85,3 cm ±9,6), além de maior frequência de DM (8% vs 4,6%) e
SM pelo critério da IDF (38,3% vs 32,8%). Nossa população apresenta fatores associados a
hipovitaminose D em maior grau que outras populações HIV+.
Metade da nossa população (50,2%) estava em uso de IP, sendo o ritonavir presente
em 43,7%; e 61% estavam um uso de ITRNN, sendo o efavirenz presente em 47,3%, drogas
estas associadas a risco elevado de hipovitaminose D (Cozzolino et al., 2003; Van Den Bout-
Van Den Beukel et al., 2008; Brown TT, 2010; Dao et al., 2011; Lerma et al., 2012), o que
pode ter contribuído para maior frequência de hipovitaminose D.
Está bem estabelecida a associação entre deficiência de VitD e obesidade em
pacientes HIV- (Parikh et al., 2004; Ford et al., 2005; Mitchell et al., 2010). Estudo mostra
baixos níveis de VitD em obesos não diabéticos, claramente associados a gravidade da
obesidade. Houve correlação negativa de VitD com IMC, % de gordura corporal e CA. Após
perda de 10% do peso corporal dos participantes desse estudo houve aumento dos níveis de
VitD e melhora da RI. A VitD foi mais associada a melhora dos parâmetros de RI do que
quando comparada a parâmetros da obesidade, sugerindo que o mecanismo de ligação entre
VitD e obesidade não são diretos. O mecanismo plausível sugerido é o sequestro da VitD nas
células adiposas devido a sua lipossolubilidade (Mitchell et al., 2010). Outros estudos também
já demostraram essa associação (Parikh et al., 2004; Snijder et al., 2005).
Comparando os grupos de pacientes com e sem deficiência de VitD, não houve
diferença na frequência de DM e nos níveis de glicemia de jejum. Isto pode ter sido
influenciado pela baixa frequência encontrada de DM e pela falta da avaliação da tolerância à
50
glicose por outros métodos diagnósticos, principalmente o TOTG, e de índices de avaliação
da RI. Moreno-Perez et al avaliaram medidas de RI em pacientes HIV+ e encontraram
correlação negativa significativa entre insuficiência de VitD (< 30ng/dl) e idade, inatividade
física, uso de TARV e RI. A análise por RM da gordura visceral mostrou ser o fator mais
presente no subgrupo insuficiência de VitD. O autor sugere a necessidade de análise de
gordura visceral quando o objetivo principal do estudo for a relação de VitD e homeostase da
insulina em homens HIV+ (Moreno-Pérez et al., 2013). Outro estudo, realizado em 107
pacientes HIV+ com LA também mostrou correlação negativa entre VitD e medidas de RI
(glicemia de jejum e insulina plasmáticas) (Hammond et al., 2012).
A adiposidade corporal é um dos determinantes do status da VitD e influencia a
secreção e sensibilidade insulínica (Alvarez et al., 2010). Apesar de não termos encontrado
associação entre deficiência de VitD e DM, GJA, SM, LD ou LA, foi visto que os pacientes
com deficiência de VitD apresentavam maior RCEst, que é um parâmetro antropométrico de
adiposidade, em comparação com os pacientes sem deficiência de VitD, Além disso, quando
avaliada a insuficiência de VitD, houve associação com índices de adiposidade total e central
pela DXA (% gordura T e % gordura tronco). Por fim, pacientes não suficientes de VitD (<
30 ng/ml) apresentaram maior IMC, CA e RCEst, em concordância com dados da literatura
em que a adiposidade total corporal (McKinney et al., 2008), obesidade central (Moreno-
Pérez et al., 2013) e o IMC (Dao et al., 2011) foram associados à VitD em pacientes HIV+.
Apesar de estudos em pacientes HIV- demostrarem correlação negativa de VitD
com medidas de obesidade (IMC, CA e massa gordurosa) (Ford et al., 2005; Konradsen et al.,
2008; Cheng et al., 2010), ainda não há estudos que comprovem a associação de deficiência
de VitD com a LA (Hammond et al., 2012).
Considerando o perfil lipídico, no nosso estudo, os pacientes com deficiência de
VitD apresentaram maiores níveis de colesterol total e LDL colesterol e menores níveis de
51
colesterol não HDL, porém sem diferença significativa nos níveis de HDL colesterol ou
triglicerídeos (componentes da SM). E não houve diferença nas frequências de SM por ambos
os critérios entre os grupos com e sem deficiência de VitD. Ainda não está clara a associação
entre dislipidemia (um dos achados de SM) e VitD na população HIV+. Essa relação foi
estudada no Women’s Interagency HIV Study que não encontrou associação entre níveis de
VitD e colesterol, porém mostrou correlação positiva entre VitD e triglicerídeos. Os autores
sugerem que o regime de TARV desse grupo de pacientes seja o principal fator associado a
hipertrigliceridemia (Schwartz et al., 2014). Em outro estudo, após suplementação de 4.000UI
de VitD diariamente por 12 semanas em pacientes HIV+ com deficiência de VitD foi
mostrado melhora do perfil lipídico, com diminuição significativa do colesterol total e
colesterol não HDL (Longenecker et al., 2012). No estudo prospectivo Modena HIV
Metabolic Clinic Cohort mostrou níveis de VitD significativamente mais baixos no grupo de
pacientes com diagnóstico de SM em comparação ao grupo sem SM. Entretanto, essa
associação não se manteve significativa após ajuste para idade, sexo, IMC e suplementação de
VitD (Szep et al., 2011). Já Conrado et al em estudo com pacientes HIV+ brasileiros
encontrou associação significativa entre níveis de VitD e colesterol total, assim como
associação entre deficiência de VitD (usando ponte de corte 25(OH) vitamina D < 30ng/ml) e
colesterol total e LDL colesterol, porém não encontrou associação entre deficiência de VitD e
SM por ambos os critérios (IDF e NCEP ATPIII) (Conrado et al., 2011). Não foram
encontrados estudos mostrando diferença significativa na presença de SM entre os grupos
com e sem deficiência de VitD.
6.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Esse estudo apresentou várias limitações. Em primeiro lugar, não foi realizado o
TOTG para definição de diagnóstico de DM, o que pode justificar a baixa frequência de DM
52
encontrada. Em segundo lugar, não foi realizada a dosagem de insulina, o que impediu a
avaliação de RI. Em terceiro lugar, não foi feita a avaliação de lipodistrofia pelo método
subjetivo, com questionários auto-reportados pelos pacientes e examinadores. Por fim, o
desenho transversal do estudo não permite afirmar relação de causa e efeito entre a deficiência
de VitD e as variáveis estudadas.
7. CONCLUSÕES
• Oito porcento dos pacientes deste estudo tem DM, 70% apresenta lipodistrofia,
32,8% apresenta SM pelo critério da IDF e 20,6% pelo critério da NCEP
ATPIII. Deficiência de VitD está presente em 39% dos pacientes.
• Os pacientes com lipodistrofia apresentaram maior frequência de SM por
ambos os critérios da IDF e NCEP ATPIII, porém não houve diferença com
relação ao diagnóstico de DM ou deficiência de VitD.
• A deficiência de VitD foi mais frequente nos homens, usuários da classe dos
ITRNN e, isoladamente, ao efavirenz (ITRNN), ritonavir (IP), atazanavir
(IP), zidovudina (ITRN) e tenofovir (ITRN). Não houve diferença
significativa com relação à carga viral, idade, IMC, CA, RCEst, CC, %
gordura T, % gordura perna ou coeficiente de perna.
53
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(FRAM) S of FR and MC in HI. Fat Distribution in Men With HIV Infection. J Acquir
Immune Defic Syndr. 2005;40(2):121–31.
(FRAM) S of FR and MC in HI. Fat distribution in women with HIV infection. J Acquir
immune defic syndr [Internet]. 2006;42(5):562–71. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16837863%5Cnhttp://www.pubmedcentral.nih.go
v/articlerender.fcgi?artid=PMC3166343
ABESO. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 2016.
ADA. Standard of medical care in diabetes - 2017. Diabetes Care. 2017;40(1):4–128.
Adeyemi OM, Livak B, Orsi J, Glesby MJ, Villacres MC, Weber KM, et al. Vitamin D and
Insulin Resistance in Non-Diabetic Women’s Interagency HIV Study Participants. AIDS
Patient Care STDS. 2013;27(6):320–5.
Adeyemi O, Rezai K, Bahk M, Badri S T-GN. Metabolic syndrome in older HIVinfected
patients: data from the CORE50 cohort. AIDS. 2008;22(12):941–5.
Akl LD, Valadares ALR, Moraes MJ de, Pinto-Neto AM, Lagrutta B, Costa-Paiva L.
Metabolic syndrome in HIV-infected middle-aged women on antiretroviral therapy:
prevalence and associated factors. Brazilian J Infect Dis [Internet]. 2017;21(3):263–9.
Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.bjid.2017.02.003
Alberti KGMM, Zimmet P, Shaw J. The metabolic syndrome - A new worldwide definition.
Lancet. 2005;366(9491):1059–62.
Alberti KGMM, Zimmet P, Shaw J. Metabolic syndrome-a new world-wide definition. A
Consensus Statement from the International Diabetes Federation. Diabet Med [Internet].
2006 [cited 2017 Mar 20];23(5):469–80. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16681555
Alencastro PR, Wolff FH, Oliveira RR, Ikeda MLR, Barcellos NT, Brandão ABM, et al.
Metabolic syndrome and population attributable risk among HIV/AIDS patients:
Comparison between NCEP-ATPIII, IDF and AHA/NHLBI definitions. AIDS Res Ther.
2012;9:1–7.
54
Allavena C, Delpierre C, Cuzin L, Rey D, Viget N, Bernard J, et al. High frequency of
vitamin D deficiency in HIV-infected patients: Effects of HIV-related factors and
antiretroviral drugs. J Antimicrob Chemother. 2012;67(6):2222–30.
Alvarez JA, Ashraf A. Role of vitamin d in insulin secretion and insulin sensitivity for
glucose homeostasis. Int J Endocrinol. 2010;2010:351385.
Alvarez JA, Ashraf AP, Hunter GR GB. Serum 25-hydroxyvitamin D and parathyroid
hormone are independent determinants of whole-body insulin sensitivity in women and
may contribute to lower insulin sensitivity in African Americans. Am J Clin Nutr.
2010;92:1344–9.
American Diabetes Association. American Diabetes Association. Standards of Medical Care
in diabetes. Diabetes Care. 2017;40(1):6–10.
Ashwell M, Gibson S. Waist-to-height ratio as an indicator of “ early health risk ” : simpler
and more predictive than using a “ matrix ” based on BMI and waist circumference. BMJ
Open. 2016;6(3):10159.
Aswathappa J, Garg S, Kutty K, Shankar V. Neck circumference as an anthropometric
measure of obesity in diabetics. N Am J Med Sci. 2013;5(1):28–31.
Athyros VG, Ganotakis ES, Elisaf MS, Liberopoulos EN, Goudevenos IA, Karagiannis A.
Prevalence of vascular disease in metabolic syndrome using three proposed definitions.
Int J Cardiol. 2007;117:204–10.
Bang UC, Shakar SA, Hitz MF, Jespersen MS, Andersen O, Nielsen SD JJ. Deficiency of 25-
hydroxyvitamin D in male HIV-positive patients: A descriptive cross-sectional study.
Scand J Infect Dis. 2010;42(4):306–10.
Baril J, Junod P, Frcpc RL, Dion H, Fcfp C, Bpharm RT, et al. HIV-associated lipodystrophy
syndrome : A review of clinical aspects. 2005;16(4):233–43.
Bastard JP, Caron M, Vidal H, Jan V, Auclair M, Vigouroux C, et al. Association between
altered expression of adipogenic factor SREBP1 in lipoatrophic adipose tissue from
HIV-1-infected patients and abnormal adipocyte differentiation and insulin resistance.
Lancet. 2002;359:1026–31.
Beraldo RA, Vassimon HS, Aragon DC, Navarro AM, Albuquerque de Paula FJ, Foss-Freitas
MC. Proposed ratios and cutoffs for the assessment of lipodystrophy in HIV-seropositive
55
individuals. Eur J Clin Nutr [Internet]. 2014;69(2):274–8. Available from:
http://www.scopus.com/inward/record.url?eid=2-s2.0-
84922267807&partnerID=tZOtx3y1
Beraldo RA, Vassimon HS, Aragon DC, Navarro AM, Albuquerque De Paula FJ, Foss-
Freitas MC. Proposed ratios and cutoffs for the assessment of lipodystrophy in HIV-
seropositive individuals. Eur J Clin Nutr [Internet]. 2015;69(2):274–8. Available from:
http://dx.doi.org/10.1038/ejcn.2014.149
Bonnet E, Delpierre C, Sommet A, Marion-Latard F, Hervé R, Aquilina C, et al. Total body
composition by DXA of 241 HIV-negative men and 162 HIV-infected men: proposal of
reference values for defining lipodystrophy. J Ciln Densitom [Internet]. 2005 [cited 2017
Mar 20];8(3):287–92. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16055958
Van Den Bout-Van Den Beukel CJP, Fievez L, Michels M, Sweep FCGJ, Hermus ARMM,
Bosch MEW, et al. Vitamin D Deficiency among HIV Type 1-Infected Individuals in the
Netherlands: Effects of Antiretroviral Therapy. AIDS Res Hum Retroviruses [Internet].
2008;24(11):1375–82. Available from:
http://www.liebertonline.com/doi/abs/10.1089/aid.2008.0058
Brown TT. The effects of HIV-1 infection on endocrine organs. Best Pr Res Clin Endocrinol
Metab. 2011;25:403–13.
Brown TT, Cole SR, Li X, Kingsley LA, Palella FJ, Riddler SA, et al. Antiretroviral Therapy
and the Prevalence and Incidence of Diabetes Mellitus in the Multicenter AIDS Cohort
Study. Arch Intern Med. 2005;165:1179–84.
Brown TT, Xu X, John M, Singh J, Kingsley LA, Palella FJ, et al. Fat distribution and
longitudinal anthropometric changes in HIV-infected men with and without clinical
evidence of lipodystrophy and HIV-uninfected controls : A substudy of the Multicenter
AIDS Cohort Study. 2009;8:1–8.
Brown TT MG. Association between initiation of antiretroviral therapy with efavirenz and
decreases in 25-hydroxyvitamin D. Antivir Ther. 2010;15(3):425–9.
Bruno R, Gazzaruso C, Sacchi P, Zocchetti C, Giordanetti S, Garzaniti A, Ciappina V,
Maffezzini E, Maserati R FG. High prevalence of metabolic syndrome among HIV-
infected patients: link with the cardiovascular risk. J Acquir Immune Defic Syndr.
2002;31(3):363–5.
56
Camhi SM, Bray GA, Bouchard C, Greenway FL, William D, Newton RL, et al. The
Relationship of Waist Circumference and BMI to Visceral, Subcutaneous, and Total
Body Fat: Sex and Race Differences. Obesity. 2011;19(2):402–8.
Carmine Gazzaruso, Paolo Sacchi, Adriana Garzaniti, Pietro Fratino, Raffaele Bruno GF.
Prevalence of Metabolic Syndrome Among HIV Patients. Diabetes Care.
2002;25(7):1253–4.
Carolien J.P. Van Den Bout-Van Den Beukel, Lydia Fievez, Meta Michels et al. Vitamin D
Deficiency among HIV Type 1-Infected Individuals in the Netherlands: Effects of
Antiretroviral Therapy. AIDS Res Hum Retroviruses. 2008;24(11):1375–82.
Caron M, Auclair M, Vigouroux C, Glorian M, Forest C, Capeau J. The HIV Protease
Inhibitor Indinavir Impairs Sterol Regulatory Element-Binding Protein-1 Intranuclear
Localization, Inhibits Preadipocyte Differentiation, and Induces Insulin Resistance.
Diabetes. 2001;50:1378–88.
Carr A. HIV lipodystrophy: risk factors, pathogenesis, diagnosis and management. AIDS.
2003;17(1):141–8.
Carr A, Miller J, Law M, Cooper D a. A syndrome of lipoatrophy, lactic acidaemia and liver
dysfunction associated with HIV nucleoside analogue therapy: contribution to protease
inhibitor-related lipodystrophy syndrome. AIDS. 2000;14(3):25–32.
Carr A, Samaras K, Burton S, Law M, Freund J, Chisholm DJ, et al. A syndrome of
peripheral lipodystrophy, hyperlipidaemia and insulin resistance in patients receiving
HIV protease inhibitors. Diabetes Care. 1997;46:169–78.
Carr A, Emery S, Law M, Puls R, Lundgren JD PW. An objective case definition of
lipodystrophy in HIV-infected adults: a case-control study. Lancet (London, England).
2003;361(9359):726–35.
Carr A, Samaras K, Chisholm DJ CD. Pathogenesis of HIV-1-protease inhibitor-associated
peripheral lipodystrophy, hyperlipidaemia, and insulin resistence. Lancet.
1998;351(9119):1881–3.
De Carvalho Vidigal F, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic
syndrome in Brazilian adults: a systematic review. BMC Public Health. 2013;13:1198.
Cavalcanti RB, Cheung AM, Raboud J. Reproducibility of DXA Estimations of Body Fat in
57
HIV Lipodystrophy Implications for Clinical Research. 2005;8(3):293–7.
Chan JL;, Oral EA. Clinical classification and treatment of congenital and acquired
lipodystrophy. Endocr Pr. 2010;16(2):310–23.
Cheng S, Massaro JM, Fox CS, Larson MG, Keyes MJ, McCabe EL, Robins SJ, O’Donnell
CJ, Hoffmann U, Jacques PF, Booth SL, Vasan RS, Wolf M WT. Adiposity,
cardiometabolic risk, and vitamin D status: the Framingham Heart Study. Diabetes.
2010;59(1):242–8.
Chiu KC, Chu A, Go VLW, Saad MF. Hypovitaminosis D is associated with insulin
resistance and beta cell dysfunction. Am J Clin Nutr. 2004;79(5):820–5.
Conrado T, de Barros Miranda-Filho D, de Alencar Ximenes RA, de Fátima Albuquerque M,
Lacerda HR, Ramos RCF, et al. Vitamin D Deficiency in HIV-Infected Women on
Antiretroviral Therapy Living in the Tropics. J Int Assoc Physicians AIDS Care.
2011;10(4):239–45.
Control D, City F. Research Letters. 2012;(Table 1):765–73.
Cozzolino M, Vidal M, Arcidiacono MV, Tebas P, Yarasheski KE DA. HIV-protease
inhibitors impair vitamin D bioactivation to 1,25-dihydroxyvitamin D. AIDS.
2003;17:513–520.
Dao CN, Patel P, Overton ET, Rhame F, Pals SL, Johnson C, et al. Low vitamin D among
HIV-infected adults: Prevalence of and risk factors for low vitamin D levels in a cohort
of HIV-infected adults and comparison to prevalence among adults in the us general
population. Clin Infect Dis. 2011;52(3):396–405.
Diehl LA, Dias JR, Paes ACS, Thomazini MC, Garcia LR, Cinagawa E, et al. Prevalência da
Lipodistrofia Associada ao HIV em Pacientes Ambulatoriais Brasileiros: Relação com
Síndrome Metabólica e Fatores de Risco Cardiovascular artigo original. Arq Bras
Endrocrinol Metab. 2008;52(4).
Duro M, Rebelo I, Barreira S, Sarmento-Castro R, Medeiros R AC. Glycaemic profile
changes by highly active antiretroviral therapy in human immunodeficiency virus-
infected patients. Int J STD AIDS. 2015;26(11):796–802.
El-Zayadi AR, Anis M. Hepatitis C virus induced insulin resistance impairs response to anti
viral therapy. World J Gastroenterol. 2012;18(3):212–24.
58
Erlandson KM, Zhang L, Lake JE, Schrack J, Althoff K, Sharma A, et al. Changes in weight
and weight distribution across the lifespan among HIV-infected and -uninfected men and
women. Medicine (Baltimore). 2016;95(46):5399.
Estrada, V., Martínez-Larrad, M. T., González-Sánchez, J. L., de Villar, N. G., Zabena, C.,
Fernández, C., Serrano-Ríos M. Lipodystrophy and metabolic syndrome in HIV-infected
patients treated with antiretroviral therapy. Metabolism. 2006;55(7):940–5.
Falutz J, Rosenthall L, Kotler D, Zona S, Guaraldi G. Surrogate markers of visceral adipose
tissue in treated HIV-infected patients : accuracy of waist circumference determination.
HIV Med. 2014;15:98–107.
Fitch, KV; Stanley, TL; Looby, SE; Rope, AM; Grinspoon S. Relationship between neck
circumference anc cardiometabolic parameters in HIV-infected and non -HIV-infected
adults. Diabetes Care. 2011;34(4):1026–31.
Ford, ES; Giles, WH; Dietz W. Prevalence of the metabolic syndrome among US adults:
findings from the third National Health and Nutrition Examination Survey. JAMA.
2002;287(3):356–9.
Ford ES, Ajani UA, McGuire LC LS. Concentrations of Serum Vitamin D and the Metabolic
Syndrome Among U.S. Adults. Diabetes Care.
2005;28(5file:///C:/Users/carlo/Desktop/Amanda/artigos mestrado/Hypovitaminosis D is
associated with insulin resistance and beta cell.pdf):1228–30.
Fox J, Peters B, Prakash M, Arribas J, Hill A, Moecklinghoff C. Improvement in Vitamin D
Deficiency Following Antiretroviral Regime Change: Results from the MONET Trial.
AIDS Res Hum Retroviruses [Internet]. 2011;27(1):29–34. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citat
ion&list_uids=20854196
Freitas P, Carvalho D, Souto S, Santos AC, Xerinda S, Marques R, et al. Impact of
Lipodystrophy on the prevalence and components of metabolic syndrome in HIV-
infected patients. BMC Infect Dis [Internet]. 2011;11(1):246. Available from:
http://www.biomedcentral.com/1471-2334/11/246
Freitas P, Santos AC, Carvalho D, Pereira J, Marques R, Martinez E, et al. Fat Mass Ratio:
An Objective Tool to Define Lipodystrophy in HIV-Infected Patients Under
Antiretroviral Therapy. J Clin Densitom. 2010;13(2):197–203.
59
Friis H, Range N, Changalucha J, PrayGod G, Jeremiah K, Faurholt-Jepsen D, et al. Vitamin
D status among pulmonary TB patients and non-TB controls: A cross-sectional study
from Mwanza, Tanzania. PLoS One. 2013;
Gangcuangco L, Chow D. Predictors of 25-hydroxyvitamin D Levels in HIV-infected Patients
in Hawai ’i. Hawai’i J … [Internet]. 2013;72(6):197–201. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3689502/
Garg A. Lipodystrophies : Genetic and Acquired Body Fat Disorders. J Clin Endocrinol
Metab. 2011;96(11):3313–25.
Ginde AA, Mansbach JM, Camargo Jr. CA. Association between serum 25-hydroxyvitamin
D level and upper respiratory tract infection in the Third National Health and Nutrition
Examination Survey. Arch Intern Med [Internet]. 2009;169(4):384–90. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19237723
Grenha I, Oliveira J, Lau E, Santos AC, Sarmento A, Pereira J, et al. HIV-Infected Patients
With and Without Lipodystrophy Under Combined Antiretroviral Therapy : Evaluation
of Body Composition. J Clin Densitom [Internet]. 2016;1–8. Available from:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jocd.2016.07.010
Grinspoon S, Carr A. Cardiovascular Risk and Body-Fat Abnormalities in HIV-Infected
Adults. n engl j med. 2005;3521.
Guaraldi G, Stentarelli C, Zona S, Santoro A. HIV-associated lipodystrophy: Impact of
antiretroviral therapy. Drugs. 2013;73(13):1431–50.
Gyllensten K, Josephson F, Lidman K SM. Severe vitamin D deficiency diagnosed after
introduction of antiretroviral therapy including efavirenz in a patient living at latitude 59-
N. AIDS. 2006;20(14):1906–7.
Hadigan C, Meigs JB, Corcoran C, Rietschel P, Piecuch S, Basgoz N, et al. Metabolic
Abnormalities and Cardiovascular Disease Risk Factors in Adults with Human
Immunodeficiency Virus Infection and Lipodystrophy. Clin Infect Dis. 2018;32(1):130–
9.
Hammond E, McKinnon E, Glendenning P, Williams R, Mallal S, Phillips E. Association
between 25-OH vitamin D and insulin is independent of lipoatrophy in HIV. Clin
Endocrinol. 2012;76:201–6.
60
Hammond E, Mckinnon E, Nolan D. Human Immunodeficiency Virus Treatment–Induced
Adipose Tissue Pathology and Lipoatrophy: Prevalence and Metabolic Consequences.
Clin Infect Dis. 2010;51(5):591–9.
Han SH, Zhou J, Saghayam S, Vanar S, Phanuphak N, Chen Y-MA, et al. Prevalence of and
risk factors for lipodystrophy among HIV-infected patients receiving combined
antiretroviral treatment in the Asia-Pacific region: results from the TREAT Asia HIV
Observational Database (TAHOD). Endocr J [Internet]. 2011;58(6):475–84. Available
from: http://joi.jlc.jst.go.jp/JST.JSTAGE/endocrj/K10E-407?from=CrossRef
Heath K V., Hogg RS, Chan KJ, Harris M, Montessori V, O’Shaughnessy M V., et al.
Lipodystrophy-associated morphological, cholesterol and triglyceride abnormalities in a
population-based HIV/AIDS treatment database. Aids. 2001;15(2):231–9.
Holick MF. Vitamin D Deficiency. N Engl J Med. 2007;357:266–81.
Holick MF, Binkley NC, Bischoff-Ferrari HA, Gordon CM, Hanley DA, Heaney RP, et al.
Evaluation, treatment, and prevention of vitamin D deficiency: An endocrine society
clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2011;96(7):1911–30.
Hsieh, SD; Yoshinaga H. Abdominal fat distribution and coronary heart disease risk factors in
men-waist/height ratio as a simple and useful predictor. Int J Obes Relat Metab Disord.
1995;19(8):585–9.
Hu G, Qiao Q, Tuomilehto J, Balkau B, Borch-Johnsen K PKDSG. Prevalence of the
Metabolic Syndrome and Its Relation to All-Cause and Cardiovascular Mortality in
Nondiabetic European Men and Women. Arch Intern Med. 2004;164(10):1066–76.
Isomaa B, Almgren P, Tuomi T, Forsén B, Lahti K, Nissén M, et al. Cardiovascular morbidity
and mortality associated with the metabolic syndrome. Diabetes Care [Internet].
2001;24(4):683–9. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11315831
Jacobson DL, Tang AM, Spiegelman D, Thomas AM, Skinner S, Gorbach SL, et al.
Incidence of metabolic syndrome in a cohort of HIV-infected adults and prevalence
relative to the US population (National Health and Nutrition Examination Survey). J
Acquir Immune Defic Syndr. 2006;43:458–66.
Jeri C, Knobel H, Montero M, Ord Nez-Llanos J, Guelar A, Gimeno JL, et al. Metabolic
Syndrome Among HIV-Infected Patients. Diabetes Care. 2005;28:144–9.
61
John M, Nolan D MS. Antiretroviral therapy and the lipodystrophy syndrome. Antivir Ther.
2001;6:9–20.
Joly V1, Flandre P, Meiffredy V, Leturque N, Harel M, Aboulker JP YP. Increased risk of
lipoatrophy under stavudine in HIV-1-infected patients: results of a substudy from a
comparative trial. AIDS. 2002;16(18):2447–54.
Justman JE, Benning L, Danoff A, Minkoff H, Levine A, Greenblatt RM, Weber K, Piessens
E, Robison E AK. Protease inhibitor use and the incidence of diabetes mellitus in a large
cohort of HIV-infected women. J Acquir Immune Defic Syndr. 2003;32(3):298–302.
Kim PS, Woods C, Georgoff P, Crum D, Rosenberg A, Smith M HC. A1C Underestimates
Glycemia in HIV. Diabetes Care. 2009;32(9):1591–3.
Kolaczynski JW CJ. Insulin resistance: site of the primary defect or how the current and the
emerging therapies work. J Basic Clin Physiol Pharmacol. 1998;9:281–94.
Konradsen S, Ag H, Lindberg F, Hexeberg S JR. Serum 1,25- dihydroxy vitamin D is
inversely associated with body mass index. Eur J Nutr. 2008;47(2):87–91.
Kuchuk NO, Van Schoor NM, Pluijm SM, Chines A, Lips P. Vitamin D status, parathyroid
function, bone turnover, and BMD in postmenopausal women with osteoporosis: Global
perspective. J Bone Miner Res. 2009;24(4):693–701.
Lake JE, Wohl D, Scherzer R, Grunfeld C, Tien PC, Sidney S, et al. Regional fat deposition
and cardiovascular risk in HIV infection: The FRAM study. AIDS Care.
2011;23(8):929–38.
Lassoued S, Degris E, Delpierre C, Aquilina C, Marchou B, Massip P, et al. Longitudinal
Study of Body Composition of 101 HIV Men With Lipodystrophy : Dual-Energy X-Ray
Criteria for Lipodystrophy Evolution. J Ciln Densitom. 2010;13(2):237–44.
Lauda LG, Mariath AB, Grillo LP. Síndrome metabólica e seus componentes em portadores
do HIV. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2011;57(2):182–6. Available from:
http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0104423011703189
Lee GA, Seneviratne T, Noor MA, Lo JC, Schwarz J-M, Aweeka FT, et al. The metabolic
effects of lopinavir/ritonavir in HIV-negative men. AIDS [Internet]. 2004;18(4):641–9.
Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15090769%5Cnhttp://www.pubmedcentral.nih.go
62
v/articlerender.fcgi?artid=PMC3166345
Lee GA, Lo JC, Aweeka F, Schwarz JM, Mulligan K, Schambelan M GC. Single-Dose
Lopinavir-Ritonavir Acutely Inhibits Insulin-Mediated Glucose Disposal in Healthy
Volunteers. Clin Infect Dis. 2006;43(5):658–60.
Leow MK, Addy CL MC. Human immunodeficiency virus/highly active antiretroviral
therapy-associated metabolic syndrome: clinical presentation, pathophysiology, and
therapeutic strategies. J Clin Endocrinol Metab. 2003;88:1961–76.
Lerma E, Molas ME, Montero MM, Guelar A, González A, Villar J, et al. Prevalence and
Factors Associated with Vitamin D Deficiency and Hyperparathyroidism in HIV-
Infected Patients Treated in Barcelona. ISRN AIDS. 2012;2012(485307).
Lichtenstein KA, Ward DJ, Moorman AC, Delaney KM, Young B, Palella FJ, et al. Clinical
assessment of HIV-associated lipodystrophy in an ambulatory population.
Lind L, Hänni A, Lithell H, Hvarfner A, Sörensen OH LS. Vitamin D is related to blood
pressure and other cardiovascular risk factors in middle-aged men. Am J Hypertens.
1995;8(9):894–901.
Lips P, Hosking D, Lippuner K, Norquist JM, Wehren L, Maalouf G, et al. The prevalence of
vitamin D inadequacy amongst women with osteoporosis: An international
epidemiological investigation. J Intern Med. 2006;260(3):245–54.
Liu PT. Toll-Like Receptor Triggering of a Vitamin D–Mediated Human Antimicrobial
Response. Science (80- ). 2006;311(5768):1770–3.
Lo Y, Chen M, Sheng W, Hsieh S, Sun H, Liu W, et al. Risk factors for incident diabetes
mellitus among HIV-infected patients receiving combination antiretroviral therapy in
Taiwan : a case – control study. HIV Med. 2009;10(5):302–9.
Longenecker CT, Hileman CO, Carman TL, Ross AC, Seydafkan S, Brown TT, et al. Vitamin
D supplementation and endothelial function in vitamin D deficient HIV-infected
patients: A randomized placebo-controlled trial. Antivir Ther. 2012;17(4):613–21.
Madge S, Kinloch-de-Loes S, Mercey D, Johnson MA WI. Lipodystrophy in patients naive to
HIV protease inhibitors. AIDS. 1999;13(6):735–7.
Maestro, B; Campión, J; Dávila, N; Calle C. Stimulation by 1,25-dihydroxyvitamin D3 of
63
insulin receptor expression and insulin responsiveness for glucose transport in U-937
human promonocytic cells. Endocr J. 2000;47(4):383–91.
Mallon PW, Miller J, Cooper DA CA. Prospective evaluation of the effects of antiretroviral
therapy on body composition in HIV-1-infected men starting therapy. AIDS.
2003;17(7):971–9.
Manuscript A, Dysfunction E. Association of Upper Trunk and Visceral Adipose Tissue
Volume With Insulin Resistance in Control and HIV-Infected Subjects in the FRAM
Study. J Acquir Immune Defic Syndr. 2015;25(8):713–24.
Martinez E, Mocroft A, Garcia-Viejo MA, Perez-Cuevas JB, Blanco JL, Mallolas J, et al.
Risk of lipodystrophy in HIV-1-infected patients treated with protease inhibitors: a
prospective cohort study. Lancet [Internet]. 2001;357(9256):592–8. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citat
ion&list_uids=11558485
Mascolini M. What Defines HIV Lipodystrophy ? Forum for collaborative HIV Research.
2002;37.
Mattila C, Knekt P, Männistö S, Rissanen H, Laaksonen MA, Montonen J, et al. Serum 25-
hydroxyvitamin D concentration and subsequent risk of type 2 diabetes. Diabetes Care.
2007;30(10):2569–70.
McKinney K, Breitkopf CR, Berenson AB. Association of race, body fat and season with
vitamin D status among young women: A cross-sectional study. Clin Endocrinol (Oxf).
2008;69(4):535–41.
Mercier S, Gueye NFN, Cournil A, Fontbonne A, Copin N, Ndiaye I, et al. Lipodystrophy and
metabolic disorders in HIV-1-infected adults on 4- to 9-year antiretroviral therapy in
senegal: A case-control study. J Acquir Immune Defic Syndr. 2009;51(2):224–30.
Mialich MS, Pereira A, Ramos B, José F, Paula A De, Jordão AA, et al. Relationship
Between Adiposity Indices , Lipodystrophy , and Sarcopenia in HIV-Positive Individuals
With and Without Lipodystrophy. J Clin Densitom [Internet]. 2017;20(1):73–81.
Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.jocd.2016.06.007
Miguez-Burbano, MJ; Espinoza, Luiz; Cook, RL; Mayra, Mayra; Bueno, Diego; Lewis, JE;
Asthana D. Alcohol, Brain Derived Neurotrophic Factor and Obesity among People
64
Living with HIV. J AIDS Clin Res. 2013;4(9):245.
Milinkovic A, Martinez E. Current perspectives on HIV-associated lipodystrophy syndrome. J
Antimicrob Chemother. 2005;56(1):6–9.
Miller KD, Jones E, Yanovski JA, Shankar R, Feuerstein I, Falloon J. Visceral abdominal-fat
accumulation associated with use of indinavir. Lancet (London, England).
1998;351:871–5.
Ministério da Saúde. Vigilência de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por
inquérito telefônico. VIGITEL Brasil 2014. Brasília; 2014.
Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico HIV /AIDS. Boletim Epidemiológico: AIDS e
DST [Internet]. 2015; Available from: www.aids.gov.br
Mitchell RT, Saunders PTK, Childs AJ, Cassidy-Kojima C, Anderson RA, Wallace WHB, et
al. Rising Serum 25-Hydroxyvitamin D Levels After Weight Loss in Obese Women
Correlate With Improvement in Insulin Resistance. J Clin Endocrinol Metab.
2010;95:4251–7.
Moreira RC, Pacheco AG, Paula A, Cardoso SW, Moreira RI, Ribeiro SR, et al. Diabetes
Mellitus is Associated with Increased Death Rates Among HIV-Infected Patients in Rio
de Janeiro, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses [Internet]. 2016;0(0):aid.2015.0265.
Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27329066%5Cnhttp://online.liebertpub.com/doi/1
0.1089/aid.2015.0265
Moreno-Pérez O, Portilla J, Escoín C, Alfayate R, Reus S, Merino E, et al. Impact of vitamin
D insufficiency on insulin homeostasis and beta cell function in nondiabetic male HIV-
infected patients. HIV Med. 2013;
Mueller NJ, Fux CA, Ledergerber B, Elzi L, Schmid P, Dang T, Magenta L, Calmy A,
Vergopoulos A B-FH. The Swiss HIV Cohort Study. High prevalence of severe vitamin
D deficiency in combined antiretroviral therapy-naive and successfully treated Swiss
HIV patients. AIDS. 2010;24:1127–34.
Murata H, Hruz PW, Mueckler M. The Mechanism of Insulin Resistance Caused by HIV
Protease Inhibitor Therapy. J Biol Chem. 2000;275(27):20251–4.
National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation and
65
T of HBC in A (Adult TPI. The Third Report of the Expert Panel on Detection,
Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. Circulation.
2002;106(25):3143–421.
Nielsen NO, Skifte T, Andersson M, Wohlfahrt J, Søborg B, Koch A, et al. Both high and low
serum vitamin D concentrations are associated with tuberculosis: a case-control study in
Greenland. Br J Nutr. 2010;104(10):1487–91.
Nolan D, Hammond E, James I, McKinnon E, Malla S. Contribution of nucleoside-analogue
reverse transcriptase inhibitor therapy to lipoatrophy from the population to the cellular
level. Antivir Ther. 2003;8(6):617–26.
Nolan D, Hammond E, James I, McKinnon E MS. Contribution of nucleosideanalogue
reverse transcriptase inhibitor therapy to lipoatrophy from the population to the cellular
level. Antivir Ther. 2003;8:617–26.
Oyedele T, Adeyemi OM. High prevalence of vitamin D deficiency in HIV-infected adults:
What are the future research questions? Curr HIV/AIDS Rep. 2012;9:1–4.
Parikh SJ, Edelman M, Uwaifo GI, Freedman RJ, Semega-Janneh M, Reynolds J YJ. The
relationship between obesity and serum 1,25-dihydroxy vitamin D concentrations in
healthy adults. J Clin Endocrinol Metab. 2004;89(3):1196–9.
Paula A, Falcão M, Pacheco A. Metabolic syndrome in HIV-infected individuals: underlying
mechanisms and epidemiological aspects. AIDS Res Ther. 2013;10:32.
Peters BSE, Dos Santos LC, Fisberg M, Wood RJ, Martini LA. Prevalence of vitamin D
insufficiency in Brazilian adolescents. Ann Nutr Metab. 2009;54(1):15–21.
Pimenta AM, Gazzinelli A, Meléndez GV. Prevalência da síndrome metabólica e seus fatores
associados em área rural de Minas Gerais (MG, Brasil). Cien Saude Colet.
2011;16(7):3297–306.
Pittas AG, Sun Q, Manson JE, Dawson-Hughes B, Hu FB. Plasma 25-hydroxyvitamin D
concentration and risk of incident type 2 diabetes in women. Diabetes Care.
2010;33(9):2021–3.
Podzamczer D, Ferrer E, Rio L, Curto J. How Much Fat Loss Is Needed for Lipoatrophy to
Become Clinically Evident ? 2009;25(6).
66
Pontes Signorini DJH, Miranda Monteiro MC, de Andrade M de FC, Signorini DH, Eyer-
Silva W de A. What should we know about metabolic syndrome and lipodystrophy in
AIDS? Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2012;58(1):70–5. Available from:
http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0104423012704712
Poudel-Tandukar K, Poudel KC, Jimba M, Kobayashi J, Johnson CA, Palmer PH. Serum 25-
hydroxyvitamin d levels and C-reactive protein in persons with human
immunodeficiency virus infection. AIDS Res Hum Retroviruses [Internet].
2013;29(3):528–34. Available from:
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3581068&tool=pmcentrez&r
endertype=abstract
Powderly W, Yarasheski K. Metabolic Syndrome in HIV-Infected Patients from an Urban,
Midwestern US Outpatient Population. Clin Infect Dis. 2007;44(5):726–34.
Rocha AKS da, Bós ÂJG, Huttner É, Machado DC. Prevalência da síndrome metabólica em
indígenas com mais de 40 anos no Rio Grande do Sul, Brasil. Rev Panam Salud Publica.
2011;20(1):41–50.
Russo LAT, Gregório LH de, Lacativa PGS, Marinheiro LPF. Concentração plasmática de 25
hidroxivitamina D em mulheres na pós-menopausa com baixa densidade mineral óssea
TT - Concentration of 25-hydroxyvitamin D in postmenopausal women with low bone
mineral density. Arq Bras Endocrinol & Metabol. 2009;53(9):1079–87.
Saint-Marc T, Partisani M, Poizot-Martin I, Bruno F, Rouviere O, Lang JM, et al. A
syndrome of peripheral fat wasting (lipodystrophy) in patients receiving long-term
nucleoside analogue therapy. AIDS. 1999;13(13):1659–67.
Saint-Marc T, Partisani M, Poizot-Martin I, Rouviere O, Bruno F, Avellaneda R, Lang JM,
Gastaut JA TJ. Fat distribution evaluated by computed tomography and metabolic
abnormalities in patients undergoing antiretroviral therapy: preliminary results of the
LIPOCO study. AIDS. 2000;14(1):37–49.
Samaras K, Wand H, Law M, Emery S, Cooper D CA. Prevalence of metabolic syndrome in
HIV-infected patients receiving highly active antiretroviral therapy using International
Diabetes Foundation and Adult Treatment Panel III criteria: associations with insulin
resistance, disturbed body fat compartmental. Diabetes Care. 2007;30(1):113–9.
Santos BR, Mascarenhas LPG, Satler F, Boguszewski MCS, Spritzer PM. Vitamin D
67
deficiency in girls from South Brazil: a cross-sectional study on prevalence and
association with vitamin D receptor gene variants. BMC Pediatr. 2012;12(1):1.
SBC. 7a Diretriz Brasileira De Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3):1–83.
Schmidt, MI; Hoffmann, JF; de Fátima Sander Diniz, M; Lotufo, PA; Griep, RH; Bensenor,
IM; Mill, JG; Barreto, SM; Aquino, EM; Duncan B. High prevalence of diabetes and
intermediate hyperglycemia – The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-
Brasil). Diabetol Metab Syndr. 2014;6:123.
Schmitz-peiffer C, Browne CL, Oakes ND, Watkinson A, Chisholm DJ, Kraegen EW, et al.
Alterations in tne Expression and Cellular Localization of Protein Kinase C Isozymes e
and o Are Associated With Insulin Resistance in Skeletal Muscle of the High-Fat-Fed
Rat. Diabetes. 1997;46:169–78.
Schneider HJ, Friedrich N, Klotsche J, Pieper L, Nauck M, John U, et al. The predictive value
of different measures of obesity for incident cardiovascular events and mortality. J Clin
Endocrinol Metab. 2010;95(4):1777–85.
Schoen, RE; Thaete, FL; Sankey, SS; Weissfeld, JL; Kuller L. Sagittal diameter in
comparison with single slice CT as a predictor of total visceral adipose tissue volume. Int
J Obes Relat Metab Disord. 1998;22(4):338–42.
Schwartz JB, Moore KL, Yin M, Sharma A, Merenstein D, Islam T, et al. Relationship of
vitamin D, HIV, HIV treatment and lipid levels in the Women’s Interagency HIV study
(WIHS) of HIV-infected and un-infected women in the US. J Int Assoc Provid AIDS
Care. 2014;13(3):250–9.
Scragg R, Holdaway I, Singh V, Metcalf P, Baker J DE. Serum 25-hydroxyvitamin D3 levels
decreased in impaired glucose tolerance and diabetes mellitus. Diabetes Res Clin Pr.
1995;27:181–188.
Scragg R, Sowers M BC. Serum 25-hydroxyvitamin D, diabetes, and ethnicity in the Third
National Health and Nutrition Examination Survey. Diabetes Care. 2004;27(12):2813–
2818.
Seidell, JC; Baccer C van der KK. Imaging techniques for measuring adipose-tissue
distribution--a comparison between computed tomography and 1.5-T magnetic
resonance. Am J Clin Nutr. 1990;51(6):953–7.
68
Shikuma CM, Hu N, Milne C, Yost F, Waslien C, Shimizu S SB. Mitochondrial DNA
decrease in subcutaneous adipose tissue of HIV-infected individuals with periph¬eral
lipoatrophy. AIDS. 2001;15(14):1801–9.
Sievers M, Walker UA, Sevastianova K, Setzer B, Wå Gsä Ter D, Eriksson P, et al. Gene
Expression and Immunohistochemistry in Adipose Tissue of HIV Type 1–Infected
Patients with Nucleoside Analogue Reverse-Transcriptase Inhibitor–Associated
Lipoatrophy. 2009;
Silva ÉFR Da, Bassichetto KC, Lewi DS. Perfil lipídico, fatores de risco cardiovascular e
síndrome metabólica em um grupo de pacientes com AIDS. Arq Bras Cardiol.
2009;93:113–8.
Slama L, Palella FJ, Abraham AG, Li X, Vigouroux C, Pialoux G, et al. Inaccuracy of
haemoglobin A1c among HIV-infected men: Effects of CD4 cell count, antiretroviral
therapies and haematological parameters. J Antimicrob Chemother. 2014;69(12):3360–7.
Snijder MB, van Dam RM, Visser M, Deeg DJ, Dekker JM, Bouter LM, Seidell JC LP.
Adiposity in relation to vitamin D status and parathyroid hormone levels: a population-
based study in older men and women. J Clin Endocrinol Metab. 2005;90(7):4119–23.
De Socio GV, Parruti G, Quirino T, Ricci E, Schillaci G, Adriani B, Marconi P, Franzetti M,
Martinelli C, Vichi F, Penco G, Sfara C, Madeddu G BPC study group. Identifying HIV
patients with an unfavorable cardiovascular risk profile in the clinical practice: results
from the SIMONE study. J Infect. 2008;57(1):33–40.
Svendsen, OL; Hassager, C; Bergmann, I; Christiansen C. Measurement of abdominal and
intra-abdominal fat in postmenopausal women by dual energy X-ray absorptiometry and
anthropometry: comparison with computerized tomography. Int J Obes Relat Metab
Disord. 1993;17(1):45–51.
Szep Z, Guaraldi G, Shah SS, Re L, 3rd V, Ratcliffe SJ, et al. Vitamin D Deficiency is
Associated with Type 2 Diabetes Mellitus in HIV Infection. AIDS. 2011;25(4):525–9.
Thiébaut R, Daucourt V, Mercié P, Ekouévi DK, Malvy D, Morlat P, et al. Lipodystrophy,
metabolic disorders, and human immunodeficiency virus infection: Aquitaine Cohort,
France, 1999. Clin Infect Dis [Internet]. 2000;31(6):1482–7. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11096016
69
Unger MD, Cuppari L, Titan SM, Magalhães MCT, Sassaki AL, dos Reis LM, et al. Vitamin
D status in a sunny country: Where has the sun gone? Clin Nutr. 2010;29(6):784–8.
Vescini F, Cozzi-Lepri A, Borderi M, Re MC, Maggiolo F, De Luca A, et al. Prevalence of
Hypovitaminosis D and Factors Associated With Vitamin D Deficiency and Morbidity
Among HIV-Infected Patients Enrolled in a Large Italian Cohort Background: A high
prevalence of hypovitaminosis D (hypD) in. J Acquir Immune Defic Syndr.
2011;58:163–72.
Viard J-P, Souberbielle J-C, Kirk O, Reekie J, Knysz B, Losso M, et al. Vitamin D and
clinical disease progression in HIV infection: results from the EuroSIDA study. AIDS.
2011;25:1305–15.
Viraben R AC. Indinavir associated lipodystrophy. AIDS. 1998;12:37–9.
Wejse C, Olesen R, Rabna P, Kaestel P, Gustafson P, Aaby P, et al. Serum 25-
hydroxyvitamin D in a West African population of tuberculosis patients and unmatched
healthy controls. Am J Clin Nutr [Internet]. 2007;86(5):1376–83. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17991649
WHO. Obesity : Preventing and Managing the Global Epidemic. WHO Tech Rep Ser.
2000;253.
De Wit S, Sabin CA, Weber R, Worm SW, Reiss P, Cazanave C, et al. Incidence and Risk
Factors for New-Onset Diabetes in HIV-Infected Patients. Diabetes Care. 2008;31:1224–
9.
World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of
WHO Consultation. Geneva; 2000.
Worm SW, Lundgren JD. The metabolic syndrome in HIV. Best Pr Res Clin Endocrinol
Metab. 2011;25(3):479–86.
Worm SW, Friis-Møller N, Bruyand M, D’Arminio Monforte A, Rickenbach M, Reiss P, El-
Sadr W, Phillips A, Lundgren J SCD study group. High prevalence of the metabolic
syndrome in HIV-infected patients: impact of different definitions of the metabolic
syndrome. AIDS. 2010;24(3):427–35.
Yao J, Yu W, Li T, Luo L, Lin Q, Tian J, et al. The Pilot Study of DXA Assessment in
Chinese HIV-Infected Men With Clinical Lipodystrophy. J Clin Densitom [Internet].
70
2011;14(1):58–62. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.jocd.2010.08.002
Zhang B, MacNaul K, Szalkowski D, Li Z, Berger J MD. Inhibition of adipocyte
differentiation by HIV protease inhibitors. J Clin Endocrinol Metab. 1999;84(11):4274–
7.
71
9. ANEXOS
9.1 CARTA DE APROVAÇÃO DA PESQUISA NO COMITÊ DE ÉTICA
72
73
74
75
76
9.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto: Disfunções Endócrinas em Pacientes Infectados com o Vírus HIV.
Pesquisadores Responsáveis: Dra. Débora Vieira Soares
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Hospital Universitário Antônio Pedro
Telefones para contato: (21) 2629-9208 - (21) 9735-2517
Nome do voluntário:
__________________________________________________________________
Idade: ___ anos R.G.: ____________________
Responsável legal (quando for o caso): ______________________________R.G.:
_________________
O(A) Sr.(ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Disfunções
Endócrinas em Pacientes
Infectados com o Vírus HIV”, de responsabilidade da pesquisadora Dra. Débora Vieira
Soares.
- Esta pesquisa tem como objetivo avaliar possíveis alterações endócrinas que
podem estar presentes em consequência da infecção pelo vírus HIV. Informações de
pesquisas atuais mostram que algumas doenças endócrinas são mais comuns nesse
grupo de pacientes, seja pela própria doença, seja como consequência do tratamento
necessário, quando indicado. Entre essas alterações temos disfunções da Tireoide
(glândula localizada no pescoço), das Gônadas (testículos / ovários), das Adrenais
(glândulas que estão logo acima dos rins), da massa óssea (osteoporose, por exemplo),
das gorduras no sangue (colesterol e triglicerídeos) e na composição corporal
(alteração na distribuição de gordura no corpo), e alterações da glicose. O período de
seguimento para essas avaliações será de 2 anos.
- Todas as informações médicas serão obtidas diretamente com o paciente, em
entrevista clínica, sempre que possível no mesmo dia da consulta já agendada no
serviço de Doenças Infecto-Parasitárias (em que já faz seguimento), ou por meio do
prontuário médico do paciente. As entrevistas clínicas serão feitas de forma reservada,
não havendo presença de outras pessoas que não estejam diretamente envolvidas com
a pesquisa em questão. As entrevistas não serão gravadas ou filmadas.
- Com o objetivo de detectar as alterações mencionadas acima serão necessários
exames laboratoriais (já colhidos rotineiramente para o controle do tratamento do
HIV), e, no caso específico da pesquisa de osteoporose e composição corporal, será
necessário realizar densitometria apenas 1 (uma) vez por ano (ao início, 1 ano após
esta primeira e 2 anos após esta primeira).
- Caso alguma alteração endocrinológica seja detectada durante o seguimento, o
tratamento adequado será prescrito, de acordo com as diretrizes atuais. Isto,
certamente, será um benefício individual potencial. Não serão testadas novas
medicações em nenhum momento do estudo.
- Outro benefício potencial, desta vez para a coletividade de pacientes infectados
pelo HIV, é o conhecimento gerado com esta pesquisa sobre o número total de casos
de uma determinada alteração endócrina, sendo possível futuramente, solicitar exames
em pacientes mesmo assintomáticos para detecção e tratamento precoce de uma
77
determinada doença (por exemplo, osteoporose antes de haver grande perda óssea,
com fratura por fragilidade).
- O consentimento para participação nesta pesquisa é livre, voluntário e esclarecido,
e não haverá qualquer prejuízo ao tratamento e seguimento do HIV pelo serviço de
DIP caso opte por não participar desta pesquisa. Ainda, a qualquer momento, caso
deseje não mais fazer parte da pesquisa, sua decisão será respeitada, igualmente sem
qualquer prejuízo ao tratamento e seguimento do HIV pelo serviço de DIP.
- Caso tenha alguma dúvida quanto aos procedimentos, riscos, benefícios ou outra
questão, sinta-se à vontade para resolvê-las antes de assinar este Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Isto poderá ser feito diretamente com o
entrevistador, ou por meio de e-mail [email protected],
[email protected] ou ainda pelos telefones (21) 2629-9208 ou (21) 9735-
2517, a qualquer tempo.
- Reforçamos que todas as informações obtidas são confidenciais, e somente a
equipe de saúde envolvida com a pesquisa terá acesso a estas informações, sendo seu
uso exclusivo para os objetivos da pesquisa.
- Você não terá custos ou ganhos financeiros por participar desta pesquisa.
Eu, __________________________________________, RG nº _____________________
declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa
acima descrito.
Ou Eu, __________________________________________, RG nº
_______________________, responsável legal por
____________________________________, RG nº _____________________ declaro ter
sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa
acima descrito.
Niterói, _____ de ____________ de _______
_______________________________________________________
Nome e assinatura do paciente ou seu responsável legal
_______________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento
________________________________________ ________________________________
Testemunha Testemunha
78
9.3 FICHA DE COLETA DE DADOS DOS PACIENTES
1ª Consulta Data: ___/___/_____ Hora: ___:___h n atribuído______
A - Identificação
Nome ______________________________________________________
Prontuário_________
Data de Nascimento ___/___/______ - Idade ____ anos
Raça (auto-declarada): □ Branca □ Preta □ Parda □ Outra ___________
Vinculação ao HUAP pela □ Infecto / □ Clínica Médica
Telefones de contato (____)________-________ / (____)________-________
Endereço _________________________________________________ CEP ________-_____
□ Termo de consentimento assinado em ___/___/______
B - Critérios de Inclusão
□ Idade (18-70 anos)
□ ELISA em ___/___/______
□ Western-Blot em ___/___/_____
□ Última alteração do esquema terapêutico há mais de 8 semanas.
□ IMC 19-35 kg/m2.
C - Critérios de exclusão (se marcado, não pode ser incluído)
□ Uso de anabolizante previamente
□ Reposição hormonal
□ Uso de agonistas do GnRH
□ Uso de agentes psicotrópicos.
□ Diagnóstico prévio de qualquer doença descrita abaixo:
□ Hiperprolactinemia,
□ Hipotireoidismo
□ Osteoporose □ Fratura? (□Antes do diagnóstico? □ Após o diagnóstico)
□ Doença Adrenal
□ Doença Gonadal
□ Doença Hipofisária
□ IRC moderada a grave (TFG < 60 mL/min) – Cockcroft-Gault
79
□ Insuficiência hepática grave – Child-Pugh C__
D - Outras Informações Relevantes
a) HIV diagnosticado em ___/___/______
□ Uso de TARV iniciada em ___/___/_______
□ Última alteração do esquema terapêutico em ___/___/______
□ nadir CD4+ em ___/___/_____ - _____/mm3.
□ Grupo de transmissão → □ Uso de drogas EV □ Outro________________
b) Medicações em uso atualmente (marcar x)
______________________ + ______________________ +
______________________
□ IProtease □ IProtease □ IProtease
□ ITRN □ ITRN □ ITRN
□ ITRNN □ ITRNN □ ITRNN
□ IEntrada □ IEntrada □ IEntrada
□ IIntegrase □ IIntegrase □ IIntegrase
□ Outros medicações quaisquer em uso concomitante (especificar):
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
c) Cumulativamente, já fez uso das seguintes medicações
□ IProtease
□ Amprenavir □ Atazanavir □ Darunavir □ Fosamprenavir
□ Indinavir □ Ritonavir □ Nelfinavir □ Saquinavir
□ Tipranavir □ Lopinavir / Ritonavir
□ Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosídeos
□ Abacavir □ Didanosina □ Emtricitabina
□ Estavudina □ Zidovudina □ Lamivudina
□ Inibidores da Transriptase Reversa Não-nucleosídeos
□ Delavirdina □ Efavirenz □ Etravirina □ Nevirapina
□ Outras medicações
□ Inibidores de Entrada
80
□ Enfuvirtide □ Maraviroc
□ Inibidor da Integrase
□ Raltegravir
E – Dados Clínicos
a) Sinais e sintomas de disfunção endócrina
A) Gônadas
Se mulher: □ Hipo/Amenorréia □ Diminuição Libido
□ Redução de Força □ Outro _______________________
Se homem: □ Sarcopenia □ Redução da força
□ Diminuição Libido □ Disfunção Erétil
□ Outro ___________________________________________
B) Tireóide
□ Hipotireoidismo – Especificar sintomas:
______________________________
_______________________________________________________________
□ Hipertireodismo – Especificar sintomas:
______________________________
_______________________________________________________________
□ Sinais de Orbitopatia de Graves? □ Sim – CAS _____ □ Não
C) Adrenal
□ Dor abdominal □ Hipotensão □ Avidez por sal
□ Astenia / mal-estar □ Fraqueza proximal □ Hiperpigmentação
□ Anorexia □ Perda de peso □ Náuseas e vômitos
□ Hipoglicemia □ Hiponatremia □ Hipercalemia
□ Outros _______________________________________________________
b) Ingesta de cálcio aproximada - ____ mg/dia.
c) Etilismo □ Nega etilismo
□ Etilismo atual - □ > 30 g/dia / □ < 30 g/dia, por ____ anos.
□ Ex-etilista - □ > 30g/dia / □ < 30 g/dia, por ____ anos, parou há ____ anos.
d) Tabagismo □ Nega tabagismo
□ Tabagista atual - ____ maços-ano.
□ Ex-tabagista - ____ maços-ano, parou há ____ anos.
81
e) Atividade Física □ Sedentarismo
□ Atividade física > 150 minutos/semana.
□ Atividade física < 150 minutos/semana.
Exame Físico:
PA ____x____ mmHg C. Abdominal ____ cm C.Cervical
____ cm
Peso _____ kg Altura_____m IMC ____kg/m2
□ História de Queda? □ Sim □ Não