Amai-vos uns aos outros

Somos chamados neste quinto domingo da Páscoa a viver o sublime mandamento do

amor. Se somos filhos de Deus devemos manifestar a nossa filiação pela vivência e não

simplesmente por palavras.

O cristianismo não é um conjunto de preceitos morais, como já dizia Bento XVI, muito

menos uma ideia luminosa a qual nos encanta. O cristianismo é a manifestação do

encontro. O cristão é aquele que encontrou com o sentido de sua vida. O cristão

encontrou com Cristo, ou melhor, foi por Cristo encontrado. Assim, ser cristão é saber

que alguém entregou a sua vida por nós e que esse alguém nos convida a fazermos o

mesmo pelos nossos irmãos.

Em Jesus todas as divisões foram superadas, não existe mais judeu ou grego, escravo ou

livre, preto ou branco, rico ou pobre, etc., todos somos filhos no Filho. Jesus nos

libertou de nossas divisões humanas que nos fazia rivais uns dos outros. Devemos

cuidar para que as ideologias mundanas não nos envenenem com divisões outrora

superadas em Cristo. Hoje, de modo especial no Brasil, mas também no mundo, existe

uma tentativa de dividir a sociedade em grupos, e por interesses espúrios utilizam-se da

divisão propalada para colocarem os homens e até mesmo os cristãos uns contra os

outros.

Cristãos cuidado! Não se deixem conduzir por falsos pastores, sigam o bom Pastor, que

nos chama a todos a fazermos parte do único rebanho. E a manifestação de pertença a

este único rebanho é a capacidade de amar. Se amamos somos filhos de Deus, se

odiamos não podemos nos dizer filhos de Deus, pois quem odeia seu irmão não pode

pertencer a Deus, pois “Deus é amor”. Mais do que nunca devemos nos convencer que o

caminho para a paz e a concórdia é a pregação do amor.

O amor não é um sentimentalismo infantil, mas amar significa seguir por um caminho

de perdão e de doação pelo outro. É olhar para o próximo como o irmão que Deus me

deu e me chama a cuidar. Não nos deixamos olhar para o irmão como alguém indigno

do meu amor. Amar significa morrer à si mesmo, devemos, portanto, diante da

diferença, buscar “compreender mais que ser compreendido”. Ainda mais hoje que em

nossa sociedade muitos, levados por interesses desonestos, se posicionam com ódio do

irmão.

Portanto, amemos nossos irmãos, pois quem ama conhece a Deus e em Nele permanece.

Nisto o mundo saberá que somos filhos de Deus, pelo amor com que amamos nossos

semelhantes.