Almeida Garrett
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TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
O AUTOR: ALGUNS DADOS BIOGRÁFICOS
João Baptista da Silva Leitão (1799-1854)
Nasce a 4 de Fevereiro, no Porto
Aos 18 anos, opta pelo patronímico Almeida Garrett
(apelido do avô paterno)
Em 1821, conclui a licenciatura em Direito.
Um ano depois casa com Luísa Midosi, de quem se
separa em 1836.
É considerado o introdutor do Romantismo em Portugal,
com a publicação do poema «Camões», em 1825.
O AUTOR: ALGUNS DADOS BIOGRÁFICOS
Cultivou todos os modos literários: narrativo “Viagens
na Minha Terra”; lírico “Folhas Caídas” e dramático “Frei
Luís de Sousa”.
Impulsionador do Teatro em Portugal.
Junta-se a Adelaide Pastor Deville.
Em 1841, nasce Maria Adelaide Pastor, filha do escritor
e de Adelaide Pastor Deville.
Em 1843, é representado o Frei Luís de Sousa.
Morre a 9 de Dezembro de 1854.
O AUTOR: OBRA EM ANÁLISE
É relevante o paralelismo entre a situação
biográfica do autor e a situação de ilegitimidade
apresentada na peça.
Na primeira metade do século XIX, o problema da
ilegitimidade de crianças inocentes, vítimas das
opções dos pais, persistia e Garrett sentia-o como
algo insolúvel, que o martirizava na figura da própria
filha.
O AUTOR: OBRA EM ANÁLISE
Quando Garrett foi viver com Adelaide Pastor
Deville, ainda se encontrava casado com Luísa Midosi,
o que colocava a filha da sua segunda relação numa
situação de ilegitimidade. O facto de Adelaide Pastor
ter morrido antes de Luísa Midosi agudizou a questão,
o que fez sofrer atrozmente o autor.
O AUTOR: OBRA EM ANÁLISE
Na obra, Garrett pretende criticar estruturas de
pensamento que redundam no preconceito,
originando a condenação de vítimas inocentes. Maria
afirma, no momento da sua morte, que morre “de
vergonha”. Embora doente de tuberculose, o que a
destrói é a negação de um lugar na sociedade e,
consequentemente, a própria vida.
O AUTOR: OBRA EM ANÁLISE
Através do terror (Phobos) e da piedade (Eleos), ao
visualizar a peça, o espectador seria convidado a
tomar consciência da sua própria conduta e a
repensar os valores subjacentes às suas opções.
O AUTOR: OBRA EM ANÁLISE
«Com uma acção que se passa entre pai, mãe e
filha, um frade, um escudeiro velho e um peregrino
que apenas entra em duas ou três cenas – tudo gente
honesta e temente a Deus – sem um mau para
contraste, eu quis ver se era possível excitar
fortemente o terror e a piedade.»
Garrett, Memória ao Conservatório Real
TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
O TEXTO DRAMÁTICO
O texto dramático tem como finalidade
fundamental ser representado. Por isso, não tem
narrador.
Integra:
falas das personagens;
didascálias.
Utiliza, como modalidades do discurso:
o diálogo;
o monólogo;
os apartes.
O TEXTO DRAMÁTICO
As intervenções das personagens são essenciais
para o desenvolvimento da ação, que se concentra
num tempo presente e curto, embora possam ser
referidos acontecimentos passados.
Ao nível da estrutura externa, a ação está
organizada em cenas e atos, considerando-se que
ocorre uma mudança de cena quando uma
personagem entra ou sai e uma mudança de ato
quando se muda de espaço/cenário.
O TEXTO DRAMÁTICO
Ao nível da estrutura interna, a ação está
tradicionalmente organizada em três momentos:
- Exposição (apresentação das personagens e da
situação);
- Conflito (desenvolvimento da ação através de
momentos de tensão, expectativa e clímax);
- Desenlace (desfecho).
TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
AS PERSONAGENS
D. Madalena, Manuel de Sousa, Maria e Telmo
apresentam características marcadamente
românticas, enquanto Frei Jorge se aproxima mais do
modelo clássico por representar a predominância do
raciocínio sobre os sentimentos. D. João é a “ausência
mais presente”.
Quanto ao relevo na ação, o papel de
personagem(ens) principal(ais) deverá ser atribuído a
uma personagem coletiva, a família.
TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
A ACÇÃO
A ação é desenvolvida de acordo com um esquema
estrutural que se repete em cada ato:
- um momento de exposição, em que são apresentados,
através das falas das personagens, os acontecimentos
passados que motivaram a situação em que as mesmas se
encontram;
- um momento de conflito, em que assistimos ao
desenvolvimento da ação propriamente dita, através das
vivências das personagens;
- o desenlace, originado pelos dois momentos
anteriores.
A AÇÃO
A peça é constituída por três Atos e cada Ato
constituído por um número aproximado de Cenas,
respetivamente 12, 15 e 12. É no II Ato que se situa o
clímax, ao nível do Conflito, é nesse momento que
surge o grau mais elevado de tensão dramática.
Equilíbrio de proporções da ação, no seu
desenrolar progressivo: os antecedentes (Ato I); o dia
fatal no palácio fatal (Ato II) e o desfecho desastroso
(Ato III).
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O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
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A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
O ESPAÇO
Físico: Cenários diferentes nos três Atos.
Social: Paralelismo com a vida de Garrett;
opressão pelo domínio filipino; passividade utópica
que acalentava o mito sebastianista; predominância
da religião cristã.
Psicológico: tradutor dos sentimentos das
personagens (monólogos ; sonhos de Maria).
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O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
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As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
O TEMPO
Dramático: A didascália inicial descreve o palácio de
Manuel de Sousa: «dos princípios do século XVII», mas, de facto,
a ação desenrola-se no final do século XVI, em pouco mais de
uma semana.-> Referências cronológicas
- período anterior a 1578 (1º casamento de D. Madalena)- 4 de Agosto de 1578 (batalha de Alcácer-
Quibir)- de 1578 a 1585 (procura de D. João)
-1585 (2º casamento)-1586 (nascimento de Maria)
-1599 (ação)
-> Importância da sexta-feira
-> Número 7 e seus múltiplos
O TEMPO
Histórico:
-> Batalha de Alcácer-Quibir
-> Desavenças entre portugueses e
castelhanos, após a perda da independência nacional
-> A peste em Lisboa
-> O Sebastianismo (representado por Maria e
Telmo)
-> Alusões a Camões e a Bernardim Ribeiro.
O TEMPO
Psicológico:
-> Vivido pelas personagens, de acordo com a
sua interioridade.
-> Construído na perspetiva de um fator de
desgaste.
-> A concentração dramática corresponde à
aproximação progressiva do Romeiro (D. João) e ao
consequente desenlace trágico.
TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
O SEBASTIANISMO
Tese anti-sebastianista, embora todo o texto se
desenvolva em torno desta temática.
O regresso do passado destrói o presente e
inviabiliza o futuro.
TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A ação
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
LINGUAGEM
Inovação romântica, presente no carácter oralizante e
coloquial
Sintaxe afetiva (interrogações, exclamações, frases
entrecortadas)
Vocabulário corrente, adequado ao estatuto das personagens
Emprego de alguns arcaísmos que contribuem para a criação
da cor epocal, o que também é conseguido através das
referências históricas, do cenário e do guarda-roupa
TEMAS ABORDADOS
O AUTOR: alguns dados biográficos e a obra em análise
O TEXTO DRAMÁTICO
As personagens
A acção
O espaço
O tempo
O Sebastianismo
Linguagem
Classificação literária
CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIATRAGÉDIA CLÁSSICA
A obra foi criada à luz da Tragédia Grega.
Ação repleta de ansiedade, presságios, fatalismo…
Elementos:
-> Hybris (desafio) – “crime” de amor de D. Madalena
-> Agón (conflito) - parte desta situação e desenvolve-se
com a mudança de cenário
-> Peripeteia (Peripécia) – mudança da família para o
palácio de D. João, depois do incêndio
-> Anagnorisis (Reconhecimento) – reconhecimento do
primeiro marido de D. Madalena
CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIATRAGÉDIA CLÁSSICA
Elementos:
-> Catastrophe (catástrofe) – imprevisto que provoca a
morte a várias personagens
-> Pathos (sofrimento), principalmente de D. Madalena
-> Cathársis (catarse) – o sofrimento age sobre os
espectadores e sobre o casal para os purificar
-> Phobos e Eleos (terror e compaixão, respetivamente)
CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIADRAMA ROMÂNTICO
No entanto, Garrett elaborou um drama romântico.
-> Substituiu o verso pela prosa.
-> Utilizou uma linguagem coloquial.
-> Não se preocupou com a lei das três unidades (apenas
com a da ação).
-> Dividiu a peça em 3 Atos e não em 5.
-> Retirou a personagem Coro.
-> Foi buscar matéria à realidade do país, com um fundo
histórico.
CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIATRAGÉDIA CLÁSSICA OU DRAMA ROMÂNTICO?
Assim, podemos concluir que a obra em análise é um
drama romântico, mas que apresenta algum hibridismo,
pois contém elementos da tragédia clássica, no que diz
respeito ao conteúdo.
«Contento-me para a minha obra com o título modesto de
drama; só peço que a não julguem pelas leis que regem, ou
devem reger, essa composição de forma e índole nova; porque a
minha, se na forma desmerece da categoria, pela índole há-de
ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico.»
Garrett, Memória ao Conservatório Real